Você está na página 1de 42

Exames Audiológicos

Tipos de perdas auditivas


Quanto ao momento da ocorrência Quando à evolução
• Congênitas • Aguda/Temporária
• Adquiridas • Crônica/ Permanente
– Pré-linguais • Súbita
– Pós-linguais
• Progressiva
Quanto ao tipo de perda • Flutuante
• Centrais
Quanto ao lado afetado
• Funcionais
• Unilateral
• Periféricas
• Bilateral
– Condutivas
– Simétrica
– Sensório-neurais
– Assimétrica
– Mistas
Tipos de perda auditiva
Perdas auditivas condutivas
• São alterações de orelha externa e/ou
orelha média
• Dificuldade principal em relação a
intensidade.
• Se a barreira condutiva for ultrapassada, o
som chega normalmente até a cóclea.
• Boa compreensão se a intensidade é
adequada.
• Costuma ter tratamento médico.
• Audição por VO fica destacada em relação
à VA.
Tipos de perda auditiva
Perdas auditivas sensório-neurais
• Alterações da orelha interna (cóclea e VIII par, até
entrada deste no tronco encefálico)
• Redução de audibilidade (intensidade); redução da
resolução de frequência (discriminação); redução
da resolução temporal (sequências, discriminação
temporal); distorções da sensação de intensidade
(recrutamento).
• Compreensão de fala prejudicada, mesmo com a
intensidade adequada.
• Divididas entre cocleares (origem na cóclea) e
retrococleares (origem no VIII par)
• Não costuma ter tratamento médico
• Audição por VO e VA igualmente prejudicadas
Tipos de perda auditiva
Perda auditiva mista
• Alterações da orelha média e/ou externa e de
orelha interna (cóclea e VIII par, até entrada do
tronco encefálico).
• Todas as dificuldades da neurossensorial e
todas as características da condutiva.
• Pode ter tratamento médico (a parte
condutiva)
• Audição por VA pior que por VO, mas ambas
prejudicadas.
Tipos de perda auditiva
Perdas auditivas centrais Perdas auditivas funcionais
• A lesão está localizada na via auditiva central, • Não tem causas orgânicas, embora possa se
ou seja, na porção do nervo coclear e suas sobrepor a alteração existente.
conexões (entre o núcleo coclear e o córtex do • Pode ser denominada pseudo-hipoacusia
lobo temporal). • De fundo emocional ou psíquico, ou simples
• Limiares podem estar dentro dos padrões de simulação voluntária.
normalidade ou com características de lesão
perceptual.
• Muita dificuldade para compreender a fala.
Meatoscopia
• Inspeção do meato acústico externo
• Verificação de presença de cerume, corpo estranho,
secreções, etc.
• Deve ser realizado antes da realização do exame e
sempre antes dos atendimentos
• A membrana timpânica precisa ser visualizável para
que o exame possa prosseguir.
– < 50% da luz do canal obstruída
Audiometria Tonal
• Exame para determinar a sensibilidade auditiva de um determinado indivíduo em diferentes regiões de
frequência e sob diferentes condições de chegada do som à cóclea
• Busca-se o limiar de audibilidade do indivíduo para sons de uma faixa de frequência de 250 Hz a 8000Hz.
• Tem por finalidade:
– Detectar existência da perda auditiva em crianças, adultos e idosos;
– Determinar o tipo, o grau e a configuração da perda auditiva;
– Auxiliar no topodiagnóstico das lesões auditivas que possam atingir estruturas
das orelha externa, média ou interna;
– Fornecer dados para indicação de aparelhos auditivos;
– Predizer o handicap auditivo e a habilidade de reconhecimento fonêmico;
– Monitorar a efetividade da intervenção médica pré e pós-tratamento;
– Avaliar a necessidade e o benefício do aparelho auditivo.
Audiometria Tonal
• Utilização de tom puro (contínuo; pulsado; warble)
• Pesquisa de limiar de via aérea
– Limiares de 250 Hz a 8000 Hz
• Pesquisa de limiar de via óssea
– Limiares de 500 Hz a 4000 Hz
• Logoaudiometria
– LRF
– IRF
– LDV
Logoaudiometria
▪ LDV (Limiar de Detecção de voz)
▪ Intensidade que o indivíduo pode detectar a presença de fala em 50% das
apresentações.
▪ Utiliza mesma técnica da audiometria tonal
▪ Usada simples repetições de sílabas sem sentido (“Pa; Pa; Pa”)
▪ Realizada quando não é possível obter o LRF (dificuldade extrema do paciente
em reconhecer palavras.
Logoaudiometria
LRF/SRT (Limiar de Reconhecimento de
Fala)
▪ É a menor intensidade em que o indivíduo é
capaz de reconhecer 50% dos estímulos de
fala.
▪ Geralmente 5 a 10 dB acima da média tritonal
▪ Usadas palavras longas (trissílabos,
polissílabos)
▪ Valor inicial: Média tritonal + 40 dB
▪ Procedimento:
▪ A cada acerto, diminui 10 dB.
▪ Quando errar a palavra, aumenta 5 dB e lê mais quatro
palavras.
▪ A partir desta intensidade, são feitas reduções de 5db,
apresentando-se quatro palavras em cada intensidade,
até atingir 50% dos acertos (repete corretamente 2
palavras)
Logoaudiometria
IRF/IPRF (Índice de Reconhecimento de
Fala)
▪ Verifica inteligibilidade de fala
▪ Valor inicial: Média tritonal + 40 dB
▪ Listas de 50 monossílabos e dissílabos (25 para
cada orelha)
▪ Cada item correto corresponde a 4% de
reconhecimento de fala
▪ Primeiro com monossílabos, caso atinja menos
de 88%, realizar teste com dissílabos.
Mascaramento
• Processo pelo qual o limiar de audibilidade para um som é elevado pela presença de um outro som
(ruído mascarante).
• Utiliza-se um ruído mascarante para elevar o limiar da orelha não testada, para que esta não interfira
ou influencie os resultados audiométricos da orelha sob teste.
• Necessário sempre que existe risco de uma orelha estar respondendo pela durante o exame. Uma
orelha precisa ser “enganada” para deixar a outra ser testada.
Mascaramento
Tipos de ruídos utilizados
• Ruído branco/White Noise (WN)
• Ruído de faixa estreita/Narrow Band Noise (NB)
• Ruído de fala/Speech Noise (SN)
Mascaramento
Atenuação Interaural (AI)
É a redução de energia sonora entre as duas orelhas, isto é, o decréscimo em decibéis
na intensidade do sinal acústico apresentado a uma orelha que passa à cóclea da outra
orelha.
• O conhecimento da AI nos permite determinar quando e onde devemos usar o
mascaramento.
Valores médios de atenuação interaural (AI) para a via aérea, propostos
por Goldstein e Newman (1994)
125 250 500 1000 2000 3000 4000 6000 8000 Hz
35 40 40 40 45 45 50 50 50 dB

Valor médio para fala: 45 dB -> valor mínimo para o som ter “força” para cruzar
(lateralização/audição cruzada)
Mascaramento
Mascaramento mínimo Mascaramento máximo
É a menor quantidade de mascaramento É o nível máximo de ruído mascarante que
necessária para impedir a orelha não testada de pode ser utilizado na orelha não testada, sem
responder ao sinal representado na orelha provocar mudanças nos limiares reais da orelha
testada. testada.

Mascmín= VAONT+ 10dB (fator de segurança) Mascmáx= VOOT+ AI- 5dB

Mascaramento da logoaudiometria:
Intensidade de apresentação – 30dB
(Valor máximo de conforto)
Mascaramento- Quando mascarar?
Quando...
➢ Via óssea:
Diferencial aéreo-ósseo ≥ 15 dB

➢ Via aérea:
VAOT - AI ≥ VOONT

➢ Logoaudiometria:
NMCot – 45dB (AI) ≥ Média VOONT
Imitanciometria

▪ Timpanometria
▪ Reflexos acústicos
Imitanciometria
Timpanometria
▪ Verifica o grau de mobilidade do
sistema tímpano-ossicular, decorrente
da variação de pressão do ar no meato
acústico externo.
▪ Objetivo: determinar as características
de entrada na OM,
independentemente do MAE.
Imitanciometria
Pesquisa do reflexo acústico
▪ É uma contração involuntária dos
músculos da orelha média em resposta
a um estímulo sonoro (Norris, 1980).
▪ O reflexo acústico aumenta a
impedância (dificulta a passagem do
som) do sistema para proteger as
células ciliares da cóclea.
Arco Reflexo
Receptores
sensoriais
(cóclea)

Órgão efetor Neurônios


Todo o sistema Aferentes (VIII
(músculo
par- nervo
estapédio) deve estar auditivo)
funcionando “vai”
adequadamente

Neurônios Interneurônios
Eferentes (VII (tronco
par –nervo encefálico)
facial)
“volta”
Imitanciometria
Reflexo Acústico
▪ Frequências pesquisadas: 500,1000, 2000 ▪ Interpretação da ausência do RA:
e 4000 Hz. ▪ Aferência (estímulo insuficiente; falta de
▪ RA é bilateral limiar auditivo suficiente para desencadear
▪ Sonda: via aferente no RA ipsilateral e o RA)
eferente – capta o reflexo ▪ Eferência (patologias de orelha média)
▪ Fones de ouvido: via aferente no reflexo ▪ VIII par (neurônios aferentes)
contralateral - recebe apenas o estímulo ▪ Lesão nas fibras do tronco encefálico
▪ O limitar do RA é aproximadamente de 70 ▪ Nervo facial (inerva o estribo- paralisia
a 100dB acima do limiar auditivo da facial – ausência de RA)
pessoa.
▪ Duração do estímulo: 2 segundos
Laudo Audiológico- Audiometria
Quanto ao tipo da perda auditiva: Quanto ao grau:
Laudo Audiológico- Audiometria
Quanto à configuração: Quanto à lateralidade:
▪ Bilateral: significa que ambas as orelhas
apresentam perda auditiva ou normalidade
auditiva.
▪ Unilateral: significa que apenas uma das orelhas
apresenta perda auditiva.

Outra descrição associada à curva


audiométrica:
▪ Simétrica: são consideradas as que possuem o
mesmo grau e/ou a mesma configuração
audiométrica.
▪ Assimétrica: são consideradas as que possuem
grau e/ouconfiguração audiométrica diferente(s).
Laudo Audiológico- Imitanciometria
Timpanometria Reflexo acústico
Laudo Audiológico
Audiometria Tonal Imitanciometria
Patologias auditivas mais comuns
▪ Ototoxicidades
▪ Presbiacusia
▪ Colesteatoma
▪ Schwannoma do acústico
▪ PAINPSE
▪ Trauma acústico
▪ Otosclerose
▪ Meniére
▪ Otite
Ototoxicidades
▪ Substâncias que provocam efeitos nocivos à audição.
▪ Podem afetar o sistema coclear, o sistema vestibular, ou ambos.
▪ Antibióticos: estreptomicina, neomicina, gentamicina, viomicina, farmacetina,
cloranfenicol, dhidroestreptomicina, kanamicina, vancomicina, polimixina B.
▪ Diuréticos: ácido etacrínico, furisemide.
▪ Diversos: salicilatos, quininos etc.
▪ Padrão audiológico geral:
▪ Lesão coclear bilateral simétrica ou unilateral
▪ Perda auditiva de início rápido ou progressivo
▪ O grau da perda auditiva depende da concentração de ototóxicos utilizado.
▪ Zumbido
▪ Vertigem
Presbiacusia
▪ Perda progressiva da sensibilidade auditiva em função
da idade.
▪ Pode começar em qualquer momento, mas é mais
esperado em sujeitos acima de 60 anos.
▪ Características audiológicas
▪ Perda sensório-neural bilateral, progressiva com piora nas
frequências agudas;
▪ Resultado do IRF variado, depende do local da lesão;
▪ Recrutamento pode estar ou não presente;
▪ Reflexos acústicos ausentes ou presentes quando ocorre
recrutamento.
Colesteatoma
▪ Massa cística que pode ocorrer dentro da orelha média e de outras áreas
pneumatizadas do osso temporal.
▪ Desenvolve-se como uma complicação de infecção crônica ou recorrente do ouvido
médio.
▪ Acompanhada por retração ou perfuração timpânica.
▪ Caracterizado por otalgia, zumbido e odor fétido do ouvido.
▪ Padrão audiológico
▪ Perda auditiva condutiva progressiva com grau variável dependendo da localização e do tamanho
do colesteatoma.
Schwannoma do acústico
▪ Tumor que se origina na bainha neurilemal, bainha de Schwann e do VIII nervo
craniano.
▪ 95% dos casos é unilateral
▪ Precedida ou acompanhada de zumbido
▪ Pode apresentar tontura, sensação de pressão ou plenitude auricular na orelha.
▪ Padrão Audiológico
▪ Perda sensório-neural unilateral, com curva audiométrica descendente.
▪ Valores de IRF desproporcionalmente reduzidos em relação ao grau da perda auditiva
▪ Valores da imitanciometria mostram tipo A e os limiares do reflexo acústico elevados ou
ausentes.
PAINPSE/PAIR
▪ Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados
▪ Decorrente da exposição sistemática e prolongada a ruído, cujo
níveis de pressão sonora são elevados.
▪ As primeiras queixas estão relacionadas a zumbido e intolerância a
sons fortes, devido à lesão coclear.
▪ A progressão da perda auditiva ocorre com a persistência da
exposição.
▪ Padrão Audiológico:
▪ Perda auditiva sensório-neural bilateral, atingindo inicialmente as
frequências de 3000,4000 e 6000 Hz, com recuperação em 8000Hz.
▪ IRF inicialmente pouco afetado devido aos limiares de 500 a 2000Hz
estarem mais preservados, mas com evolução do caso fica mais alterado.
▪ Timpanometria tipo A.
▪ RA presentes dependendo do limiar aéreo ou da presença de recrutamento.
Trauma Acústico
▪ Perda súbita da audição causada por uma única e breve
exposição ao som muito intenso.
▪ O nível e intensidade do ruído, seu espectro de
frequência e seu modo de apresentação irão definir o
quão nocivo este som pode ser à audição.
▪ Pacientes podem apresentar zumbido e sensação de
plenitude auricular, principalmente nos primeiros dias.
▪ Padrão Audiológico:
▪ Perda sensório-neural, geralmente unilateral ou assimétrica,
com limiares normais de 250 a 2000Hz e queda abrupta em
3000, 4000 e/ou 6000Hz, com recuperação em 8000Hz.
▪ IRF pouco ou nada afetado
▪ Timpanometria tipo A, quando acometer somente orelha
interna.
▪ Reflexos acústicos estão presentes.
Otosclerose
▪ Doença localizada no labirinto ósseo e significa um endurecimento do osso da
orelha
▪ Caracterizada por uma excessiva reabsorção óssea e um novo tecido ósseo anormal
é formado.
▪ Afeta duas vezes mais o sexo feminino, sendo bilateral em cerca de 80% dos homens
e 90% das mulheres.
▪ Padrão Audiológico:
▪ Perda condutiva, inicialmente nas frequências baixas. Com a evolução ocorre a perda em todas
as frequências, comprometendo via óssea e as frequências altas.
▪ IRF superior a 88%, porém com o rebaixamento dos limiares de VO, o desempenho do IRF
também vai ficando comprometido.
▪ Imitanciometria: Curva tipo Ar ou tipo A, com ausência dos RA.
Doença de Meniére
▪ Caracterizado pela tríade de sintomas: vertigens súbitas, zumbido e perda auditiva.
▪ Na fase inicial, a perda auditiva é flutuante.
▪ Com o progresso da doença, a PA se torna permanente estando associada ao
recrutamento, sensação de oclusão e a dificuldade em compreender as palavras.
▪ Padrão Audiológico:
▪ Perda sensório-neural, com perda nas frequências graves na fase inicial.
▪ IRF abaixo de 90%, compatível com o grau da perda auditiva.
▪ Timpanometria tipo A.
▪ Reflexos acústicos presentes indicando presença de recrutamento.
Otite média
▪ Acúmulo de fluído dentro do espaço da orelha média.
▪ Resulta da inflamação do revestimento mucoperiostal da cavidade da orelha
média.
▪ Classifica-se em: otite média aguda, otite média serosa e otite média crônica.
▪ Padrão audiológico:
▪ Perda auditiva condutiva, geralmente bilateral, que persiste ou não após a eliminação
da infecção.
▪ A curva audiométrica pode variar com o progresso da doença
▪ Timpanometria alterada, tipo B ou C.
▪ Reflexos acústicos ausentes.
▪ Caso 1. S.A., 24 anos, masculino, otite média aguda em OD
▪ Caso 2. C.R., 72 anos, feminino, presbiacusia
▪ Caso 3. B. L., 45 anos, masculino, diagnóstico de Schwannoma
do acústico em OE.
▪ Caso 4. V. C., 31 anos, feminino, PAIR/PAINPSE
Fale com a Audiologia
▪ E-mail: audiologia@vitasons.com.br
▪ Audiologia Responde: http://goo.gl/forms/HH0r56pLP5
(canal de perguntas e respostas)

▪ Telefone: (51) 2108.1942


▪ Skype: amandapiresvitasons

tielensilvavitasons
wilsonalvesvitasons

Você também pode gostar