ODONTOPEDIATRIA – REVISÃO DE HMI E HMD
Desintegração pós-eruptiva;
1. Quais as fases da amelogênese? Relacione
hipoplasia e hipomineralização com cada
fase.
R: A amelogênese possui as fases de
secreção e maturação. Na fase de secreção,
os distúrbios geram DDE quantitativos
(hipoplasias) e distúrbios na maturação
geram DDE qualitativos (hipomineralização).
2. Defina Hipomineralização molar-incisivo.
R: É um defeito qualitativo do esmalte, que
afeta entre 1 e 4 primeiros molares
permanentes, podendo afetar incisivos
permanentes. Tem que ter pelo menos 1
primeiro molar envolvido para se ter o
diagnóstico de HMI.
3. Qual a cronologia da amelogênese do
primeiro molar permanente (quando ele
inicia sua formação e até quando ele se
desenvolve)?
R: A fase de secreção se inicia na 17ª semana
de gestação e se desenvolve até o momento
do nascimento; já a fase de maturação ou
mineralização se inicia ao nascimento até os
3 anos de vida da criança (desenvolvimento
coronário completo).
4. Defina Hipomineralização de molares
decíduos (HMD).
R: É um defeito qualitativo do esmalte
dentário que afeta entre 1 a 4 dos 2º molares
decíduos.
5. Qual a cronologia da amelogênese do 2º
molar decíduo?
R: A fase de secreção se inicia na 12ª semana
de gestação até a 18ª semana. E a partir da
18ª semana de gestação até 1 ano de vida
ocorre a fase de maturação (formação da
coroa completa).
6. Quais os critérios para diagnóstico de HMI
e HMD?
R: São quatro:
1. Opacidades demarcados com linha visível
entre esmalte alterado e esmalte íntegro;
2.
3. Restaurações atípicas;
4. Perda de molar e presença de opacidade
em outros molares.
7. Como realizar o diagnóstico diferencial de
HMI e HMD e outras condições?
R:
HMI e HMD ocorrem no terço médio ou
oclusal, com macha demarcada em que é
possível se diferenciar o esmalte afetado do
esmalte sadio, atingindo os dentes de forma
assimétrica.
Mancha branca: ocorre no terço cervical e
em locais de acúmulo de biofilme.
Hipoplasia: ocorre na fase de secreção,
possuindo bordas lisas, em que o dente já
irrompe com o defeito.
Amelogênese imperfeita: DDE que afeta
todos os dentes, de ambas as dentições
(decídua e permanente).
8. Qual a prevalência de HMI?
R: Global: 14,2% (2017); Brasil: 17,2%
9. Qual a prevalência de HMD?
R: Varia, porém, é menor que a de HMI.
*Quando se vê a cronologia de formação do
1º molar permanente e o 2º molar decíduo,
pode-se dizer que quando o distúrbio ocorre
no período entre o nascimento e a idade de
1 ano, a criança pode ter HMI e HMD. Agora
se o fator agir a partir de 1 ano aos 3 anos de
idade, a criança apresentará somente HMI.
10. HMI e HMD são condições que sempre
existiram, e que são associadas a hábitos de
vida contemporâneos? Ou sempre existiu e é
mascarada pela prevalência de cárie
dentária?
R: Sempre existiu, porém é mascarada pela
alta prevalência de cárie dentária.
11. Aumento na incidência de HMD/HMI?
R: Não é possível afirmar.
12. Qual a etiologia da HMI e HMD?
R: É uma condição multifatorial com
influência de fatores genéticos (mutações nos
genes de formação do esmalte) e fatores
ambientais (fatores pré-natais, peri-natais e
pós-natais, sendo febre e doenças da 1ª
infância).
13. Associe HMD e HMI.
R: HMD é um fator predisponente para HMI,
mas não é um fator obrigatório. Estudos
mostram associação entre crianças que
apresentam HMD como fator preditor para a
MIH, devido ao período de amelogênese que
se sobrepõe, tanto do 1º molar permanente
quanto do 2º molar decíduo. Quem tem HMD
tem 6,8x maior chance de ter HMI. HMD
afetando 2 ou mais segundos molares
decíduos, aumenta 7,82 vezes as chances de
desenvolver HMI.
Quanto mais severas e extensas as lesões de
HMD, maior o número de dentes afetados.
ADENDO: Quando o paciente tiver HMD
deve-se ficar atento durante a erupção do 1º
molar permanente. Quando identificado HMI
na superfície oclusal do 1º molar permanente,
sela-se essa superfície oclusal para prevenir a
cárie dentária.
14. Quais as características do esmalte
hipomineralizado?
R: É um esmalte mais poroso, com menor
composição de cálcio e fosfato e maior
concentração de oxigênio e carbono. Além
disso, é rico em proteínas, que podem inibir o
crescimento dos cristais de hidroxiapatita
(redução mineral de 20%).
*ADENDO: Na amelogênese normal, a
grande quantidade de proteínas (matriz
orgânica) vai sendo reabsorvidas a medida
em que o dente vai sendo mineralizado. No
esmalte hipomineralizado, essas proteínas
não são reabsorvidas.
A HMI/HMD é uma mancha PROFUNDA. Que
se estende por todo o esmalte dentário,
desde a superfície até a junção
amelodentinária.
15. Como a coloração da lesão se relaciona
com a ultraestrutura do esmalte dentário na
HMI/HMD?
R: Quanto mais escura é a lesão, menos
mineralizado é o esmalte, ou seja, maior é o
risco de desintegração.
16. Quais as repercussões clínicas da
HMI/HMD?
R: Causa sensibilidade dentinária, devido ao
esmalte poroso, que ocasiona penetração
bacteriana, afetando a polpa e gerando
inflamação pulpar. E como consequência,
causa a cárie, pois devido a dor e
sensibilidade, o paciente não vai realizar a
higienização bucal corretamente.
17. Tratamento HMD e HMI.
R: Não existe um protocolo único, cada
paciente vai ter suas características próprias.
Pode variar, desde uma simples observação
até exodontia. Precisa ser individualizado,
levando em consideração fatores
relacionados a criança (idade, colaboração,
higiene, expectativa) e ao dente (estágio de
erupção, hipersensibilidade, severidade).
O principal é o DIAGNÓSTICO PRECOCE.
Assim, pode-se evitar que o paciente tenha
hipersensibilidade e consequentemente evita
a perda de estrutura pós-eruptiva e o
desenvolvimento de cárie dentária.
18. Quais são os principais desafios para a
realização do tratamento restaurador?
R: Dificuldade de anestesia adequada (polpa
hiper-reativa), controle do comportamento,
falha na adesão (devido ao esmalte poroso e
menos mineralizado).
ADENDO: Indivíduos com HMD apresentam
mais necessidade de retratamento. Assim, são
indivíduos que vão possuir fobia, medo e
ansiedade em relação ao tratamento
odontológico, representando um desafio ao
CD.
19. Remover ou não o esmalte afetado?

R: Depende de cada caso. Pois, a não

remoção do esmalte desestruturado, afeta a
qualidade das restaurações, mas, por outro
lado, ao se remover gera restaurações mais
extensas, com maior numero de falhas (utilizar
ionômero de alta viscosidade).

*ADENDO:

MANEJO DE MÍNIMA INTERVENÇÃO (5R’S)

1. Faz-se uma revisão da restauração, caso

necessite de algum procedimento, há
possibilidade de fazer somente um
RECONTORNO? Será necessário somente um
RE-SELAMENTO? REPARO? REFAZER a
restauração?

#Coroa de aço (protege o dente):

→Lesões escuras;

→Amplos defeitos;

→Dimensão vertical reduzida.

20. Em caso de queixa estética? O que fazer?

R: Muito difícil de ser tratado com

procedimentos minimamente invasivos. O
ideal é convencer o paciente a não intervir,
por enquanto.

*ADENDO: É importante diferenciar as

condições HMI/HMD de hipomineralizações
ocasionadas por TRAUMA.