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Apostila de

Pacientes
especiais
Atendimento Odontológico para a

pessoa com Deficiência

Todo usuário com uma ou mais limitação, institui a tutela jurisdicional de interesses

temporárias ou permanentes, mental, física, coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina

sensorial, emocional, de crescimento ou a atuação do Ministério Público, define crimes,

médica, que impeça de ser submetido a uma e dá outras providências.

situação odontológica convencional.

Deficiência – toda perda ou anormalidade de


Conceito de Deficiência
uma estrutura ou função psicológica,
As necessidades especiais dizem respeito a
fisiológica ou anatômica.
um conjunto de fatores, de risco ou de

ordem intelectual, emocional e física, que


Deficiência Permanente - aquela que ocorreu
podem afetar a capacidade de um indivíduo
ou se estabilizou durante um período de
em atingir o seu potencial máximo.
tempo suficiente para não permitir

Ninguém porta uma necessidade, mas uma recuperação.

doença ou deficiência que leva a pessoa a ter

uma necessidade especial. Incapacidade – redução efetiva e acentuada

da capacidade de integração social, com


Artigo 3 da Lei nº 7.853 de dezembro de 2011
necessidade de equipamentos, adaptações,
Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras
meios ou recursos especiais para que as
de deficiência, sua integração social, sobre a
pessoas portadoras de deficiência possa
Coordenadoria Nacional para Integração da
receber ou transmitir informações
Pessoa Portadora de Deficiência - Corde,
necessárias ao seu bem-estar.
Antes, algumas pessoas chamavam os

pacientes com necessidade especiais de: Paraplegia;


Paraparesia;
Monoplegia;
Anormal Defeituoso Retardado Monoparesia;
Tetraplegia;
Incapaz Aleijado Tetraparesia;
Triplegia;
Paralisia Cerebral;
Triparesia;
A sociedade deve se modificar, de modo a
Hemiplegia;
atender às necessidades de todos os seus Amputação.

membros. Uma sociedade inclusiva não


DEFICIÊNCIA AUDITIVA
admite preconceitos, discriminações, barreiras
É a perda parcial ou total da audição, causada
sociais, culturais ou pessoais.
por má-formação (causa genética) ou lesão

nas estruturas que compõem o aparelho


Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de
auditivo.
2004: Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de
DEFICIÊNCIA VISUAL
novembro de 2000, que dá prioridade de
A deficiência visual é a perda ou redução da
atendimento às pessoas que especifica, e
capacidade visual em ambos os olhos em
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que
caráter definitivo, que não pode ser
estabelece normas gerais e critérios básicos
melhorada ou corrigida com o uso de lentes,
para a promoção da acessibilidade das
tratamento clínico ou cirúrgico. Existem
pessoas portadoras de deficiência ou com
critérios rígidos para definir uma deficiência.
mobilidade reduzida, e dá outras providências.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Deficiência Física – alteração completa ou
É um distúrbio do neurodesenvolvimento. Ou
parcial de uma ou mais segmentos do corpo,
seja, é um tipo de transtorno neurológico que
acarretando o comprometimento da função
afeta a habilidade de interação social,
física.
comunicação, raciocínio lógico, entre outras.
Além disso, prejudica o aprendizado, a Estratégias e serviços de atendimento às

atenção, a memória e a linguagem. necessidades específicas de pessoas com

DEFICIÊNCIA MÚLTIPLAS deficiência.

Associação de duas ou mais deficiências. Convenção dos Direitos da


Odontologia Especial Pessoa com Deficiência
O objetivo é abordar os conceitos principais Organizada pela ONU, em 2008, é uma
das condições sistêmicas, neurológicas e importante conquista para as pessoas com
especiais, e os protocolos pertinentes a cada deficiência. Com o propósito de promover,
alteração específica. proteger e assegurar todos os direitos

humanos e liberados fundamentais para todas


Segundo o Senso 2010, no Brasil 23,9% da
as pessoas com deficiência.
população possui alguma deficiência.
8 princípios gerais da convenção:
Brasileiro com deficiência
1°. Respeitar a dignidade inerente às pessoas;

2°. Possibilitar a autonomia individual,

viabilizando a liberdade para fazer a própria


BRASIL Nordeste Pernanbuco
escolha, independente das pessoas;

O Nordeste é a região com maior 3E. Proporcionar participação total, efetiva e

concentração de deficientes, Pernambuco é inclusão social;

o estado com maior quantidade de 4°. Respeitar as diferenças e aceitar as

deficientes. pessoas com deficiência como parte da

Políticas Públicas diversidade humana e da humanidade;

Ampliar o acesso e qualificar o atendimento 5° Respeitar as capacidades em

às pessoas com deficiência no SUS, com foco desenvolvimento das crianças com deficiência

na organização da rede de cuidados e na e o direito de preservar sua identidade;

atenção integral à saúde. 6° Proporcionar oportunidades iguais a todos;


7° Acessibilidade; Baixa Complexidade
8° Igualdade de gênero.
A atenção básica é a porta de entrada

prioritária e são responsáveis pelo primeiro


Lei 7.853 / 24 de outubro de 1989
atendimento ao paciente e pelo
Foi criada para assegurar o pleno exercício
encaminhamento aos centros especializados
dos direitos individuais e sociais das pessoas
dos casos mais complexos.
com deficiência e sua efetiva integração

social. A estratégia de saúde bucal deve atender os

Política Nacional de Saúde pacientes com deficiência em níveis

crescentes de complexidades.
Bucal

DEVE-SE:
Em 2004 que o Ministério da saúde lançou
• Acolher;
diretrizes da política na qual passou a ser
• Prestar assistência as queixas;
conhecida como Brasil Sorridente.
• Orientar para realizar exames
A política determina que deve o tratamento
complementares;
odontológico deve ocorrer nos 3 níveis de
• Acompanhar evolução;
atenção à saúde:
• Encaminhar para unidades de atenção

especializada quando necessário.

Média Complexidade
Alta
complexidade
Centro de Especialidade Odontológica (CEO)

Média Tipo I 3 Cadeiras


complexidade

Tipo I 4 a 6 cadeiras
Atenção básica Atenção básica
Tipo I I Acima de 7 cadeiras
Encaminhar: Alta Complexidade
• Paciente com complexidade no manejo
Pacientes que precisa de atendimento com
que impeça o atendimento na UBS.
maior densidade tecnológica, impossibilitados
• Pacientes com tratamento completado
de receber atendimento no CEO, devido
no CEO e que não tenha condição de
maior nível de complexidade.
retornar a UBS.
O MS publicou normativa, 01/2014:
• Pacientes com movimentos involuntários

que coloquem em risco a sua Todos os procedimentos odontológicos

integridade física. realizados em ambiente hospitalar poderão

• História médica e condições complexas ser registrados e informados por meio do

necessitem de uma atenção sistema de informação hospitalar (SIH),

especializada. independente do motivo que gerou a

• Sofrimento mental que apresentam internação.

dificuldade de atendimento nas UBS’s,


Abordagem Psicológica à
após 2 tentativas frustradas de
pessoa com deficiência
atendimento.

• Deficiente visual, auditivo ou físico DESSENSIBILIZAÇÃO

quando associado aos distúrbios de Conjuntos de técnicas, que objetivam colocar

comportamento. o paciente num estado de relaxamento,

• Distúrbio neurológico “grave” (ex. expondo-o, gradualmente aos procedimentos.

paralisia cerebral), Autista. Introdução de estímulos atrativos que

• Crianças de 0 a 2 anos com cárie aguda desviem a atração do paciente de elementos

ou crônica generalizada, que não aversivos.

cooperam com o atendimento clínico DIZER – MOSTRAR – FAZER


tentado na UBS.
Técnicas de Relaxamento de sua higiene bucal, são desenvolvidos
Respiração;
diversos equipamentos auxiliadores, ou
Sugestão verbal ou Iatrosedação;
adaptações simples e econômicas, que estão
Yoga;
presentes no manejo odontológico e/ou no
Mensagens;
âmbito domiciliar, permitindo a essas pessoas
Meditação;
a obtenção de independência no autocuidado
Hipnose
oral.
Técnica de Ludoterapia

Utilização de brinquedos para transferência

dos anseios, medos, vontades e expressões

do paciente.

Estabilização Física

Restringe os movimentos voluntários e/ou

involuntários do paciente.

Impede a tentativa de fuga.

Indicado para pacientes com déficit intelectual

severo para mantê-lo na cadeira odontológica

em condições favoráveis à execução do

tratamento.

Tecnologia Assistiva na

prática odontológica

Com o intuito de minimizar as limitações de

pessoas com deficiência no gerenciamento


Humanização do Trabalho Odontológico

O Ministério da Saúde implantou o Programa Princípios que norteiam a


Nacional de Humanização da Assistência
política de humanização
Hospitalar (PNHAH) nos anos 2000. Visando

atender às demandas subjetivas manifestadas Indissociabilidade entre atenção e gestão: As

pelos usuários e trabalhadores dos serviços decisões da gestão interferem diretamente

de saúde, baseando-se na integralidade da na atenção à saúde;

assistência.
Transversalidade: Transversalizar é

Uma proposta da PNH, lançada em 2003, reconhecer que as diferentes especialidades

coincide com os princípios do SUS: enfatiza a e práticas de saúde podem conversar com a

necessidade de assegurar atenção integral à experiência daquele que é assistido;

população e estratégias de ampliar a


Protagonismo, corresponsabilidade e
condição de direitos e de cidadania das
autonomia dos sujeitos e coletivos: Qualquer
pessoas. A PNH, tem a finalidade de alterar a
mudança na gestão e atenção é mais
maneira de trabalhar e de interferir nos
concreta, se construída com a ampliação da
processos de trabalho no campo da saúde.
autonomia e vontade das pessoas envolvidas,

Valores da PNH: que compartilham responsabilidades.

Autonomia;
Métodos
Protagonismos dos sujeitos;
Corresponsabilidade; O Humaniza SUS aposta na inclusão de
Vínculos solidários;
trabalhadores, usuários e gestores na
Construção de redes;
produção e gestão do cuidado e dos
Participação no processo de gestão.
processos de trabalho em saúde.
• Inclusão dos trabalhadores, gestores e Tratamento dado ao espaço físico entendido

usuários(as): por meio de rodas de como espaço social, profissional e de relações

conversa. interpessoais, que deve proporcionar atenção

• Inclusão dos analisadores institucionais para acolhedora, resoluta e humana.

revelar as tensões institucionais: por meio


• Possibilitar acesso a bebedouros,
da análise coletiva do conflito;
instalações sanitárias, higienizadas e
• Inclusão dos coletivos e dos movimentos

sociais: por meio do incentivo às redes e adaptadas as pessoas com deficiência;

à grupalidade. • Iluminação;

Dimensões da Política • Som ambiente;

Nacional de Humanização • Privacidade, respeito e proteção a

intimidade do paciente - Individualidade


• Prevenir;
• Cuidar; de cada paciente.
• Proteger;
• Tratar;
Acolhimento na PNH
• Recuperar;
• Promover. O acolhimento pressupõe a criação de

Dimensões da PNH espaços de encontros entre os sujeitos.

Ambiência Ouvidoria

Acolhimento Cuidado Espaços de escuta e de recepção que

proporcionam a interação entre:

Usuários e trabalhadores;
Ambiência: Humanização dos “territórios ”de

encontros do SUS. Entre trabalhadores e trabalhadores.


Trabalho na Saúde

Humanizar significa Tratar o paciente


tornar humano como gente

Respeitar a
Respeitalos como pessoalidade e a
sujeitos dignos dignidade do
individuo

Apatia: Quando os funcionários não

demonstram que se importam com o

usuário;

Má vontade: os funcionários tentam se livrar

do cliente, sem resolver o problema;

Frieza: O usuário é tratado de forma distante,

até desagradável;

Desdém: Tratar o cliente como se ele não

soubesse de nada;

Robotismo: O funcionário deixa de agir como

um pessoa e repete a mesma coisa;

Demasiado Apego a normas: quando o

funcionário diz: sinto muito, mas não

podemos ser flexíveis.


Controle de infecções

BIOSSEGURANÇA: É conjunto de ações A. Higienização de mãos.

destinadas à prevenção e minimização ou B. EPI – Equipamento de Proteção


eliminação de riscos inerentes às atividades Individual

profissionais. C. Imunização
O Protocolo de Controle de Infecção
D. Condutas pós-exposição com material
Odontológica pode ser dividido em 5 partes: biológico

1. Precauções padrão;

2. Desinfecção;
Higienização das mãos

3. Barreiras Físicas; A higienização das mãos é uma medida

4. Radioproteção; simples para prevenir a propagar infecções. É

5. Central de Esterilização. a medida individual mais simples e menos

dispendiosa para prevenir a propagação das


Precauções padrão
infecções relacionadas à assistência à saúde.

São medidas de prevenção que devem ser


As mãos são a principal via de transmissão
utilizadas na assistência a todos os pacientes
de microrganismos, a pele é um reservatório
na manipulação de sangue, secreções e
de diversos microrganismos e podem
excreções e contato com mucosas e pele
transferir para a superfície por meio de
não-íntegra.
contato direto.

Isso independe do diagnóstico definido ou


Finalidades da higiene das mãos:
presumido de doença infecciosa (HIV/AIDS
• Remoção da sujidade, suor, oleosidade;
Hepatites B e C). • Prevenção;
• Redução das infecções.
MÁSCARAS E ÓCULOS DE PROTEÇÃO:

Durante a realização de procedimentos em

que haja possibilidade de respingo de sangue

e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da

boca, nariz e olhos do profissional.

Equipamentos de proteção

individual

Os equipamentos de proteção individual são:

luvas, máscaras, gorros, óculos de proteção,

aventais e sapatos fechados. GORRO: O uso deste EPI evita a queda de

cabelos nas áreas de procedimento, além de ser


LUVAS: Sempre que houver possibilidade de
uma barreira mecânica contra a contaminação
contato com sangue, secreções e
dos cabelos por secreções, por aerossóis e por
excreções, com mucosas ou com áreas de
produtos.
pele não íntegra (ferimentos, escaras, feridas

cirúrgicas e outros).

AVENTAIS Devem ser utilizados pois a

possibilidade de contaminação.
Descartes de Resíduos

GRUPO A - RISCO BIOLÓGICO: resíduos

infectantes – vacinas vencidas, materiais com

sangue, tecidos humanos e animais, órgãos

humanos e animais, animais contaminados,


GRUPO C - REJEITOS RADIOATIVOS -
fluidos orgânicos, secreções e matéria
quaisquer materiais resultantes de atividades
orgânica humana em geral.
humanas que contenham radionuclídeos em
• Dentes;
quantidades superiores aos limites de
• Raízes;
eliminação especificados nas normas do
• Gengiva;
CNEN. Seu descarte deve ser realizado por
• Gazes;
equipe especializada e o conteúdo deve estar
• Máscaras, luvas, touca, avental, sugador,
confinado em recipiente com o símbolo
lençol de borracha (que contém sangue).
internacional de radiação ionizante.

GRUPO D - REJEITOS COMUNS: São

CLASSE B – RESÍDUOS ESPECIAIS: materiais resíduos que não apresentam risco biológico,

contaminantes, restos de remédios, resíduos químico, nem radiológico à saúde e ao meio

químicos. ambiente, podendo ser equiparado aos

• Sobras de anestésicos, medicamentos resíduos domiciliares. Neste grupo estão

vencidos; incluídos os resíduos orgânicos e os

• Resíduos de amálgama. recicláveis


GRUPO E MATERIAIS PERFUROCORTANTE: Classificação de áreas
Equipamentos e dispositivos afiados, cortantes,
A contaminação vem de vírus e bactérias
pontiagudos. O recipiente de descarte deve ter
presentes na saliva, no sangue e em secreções
tampa rígida, com o símbolo impresso.
respiratórias – e isso pode estar na boca de

um paciente ou nas mãos do dentista e de seus

assistentes. Esses patógenos também podem

estar nos equipamentos e até no ar,

principalmente em gotículas espalhadas por

aparelhos que geram aerossóis.

Controle de Infecção ÁREAS CRÍTICAS

São consideradas áreas críticas aquelas que


Ações que evitam que um
ASSEPSIA local ou material seja mais têm contato com as secreções que
contaminado
Medidas para inibir o podem causar doenças. Geralmente, são os

ANTISSEPSIA crescimento de micro-


locais da clínica onde acontece o atendimento
organismos em um local
(incluindo tecidos vivos direto ao cliente, como centro cirúrgico e a
Ação mais comum,
compreende a remoção da própria sala de atendimento.
sujeira mais superficial de um
LIMPEZA
ambiente ou equipamento, Pode-se incluir também o setor de
antes da higienização mais
profunda esterilização, que tem contato com os

Remoção e eliminação de equipamentos usados durante o atendimento.


micro-organismos que
possam ser patogênicos em
DESINFECÇÃO Outros lugares que os pacientes têm acesso,
um objeto. Não chega a
necessariamente atingir como o banheiro e até a recepção, podem ser
esporos fúngicos;
Esterilização: Processo mais considerados áreas críticas e devem receber

ESTERILIZAÇÃO profundo, que elimina todos


limpeza e desinfecção constantes.
os micro-organismos
ÁREAS SEMI-CRÍTICAS

Esses são os espaços que têm menos contato

com os patógenos, ou que não são acessados

por pacientes, mas que ainda podem ser

contaminados. Geralmente são lugares em que

só funcionários autorizados têm acesso. Isso

inclui a lavanderia e o laboratório.

ÁREAS NÃO CRÍTICAS

São lugares não destinados ao atendimento aos

pacientes, que eles não têm acesso e que não

têm contato com os patógenos. Incluem seu

escritório, a cozinha ou outros espaços que

podem constar na sua clínica odontológica.


Pacientes Oncológicos

Qualquer neoplasia pode ser destruída pela até 40% das pessoas que recebem

radiação, se a dose recebida pelas células quimioterapia.

neoplásicas for suficiente. O fator limitante é a


Eritema e ulcerações são as manifestações
quantidade de radiação que os tecidos
mais comuns da mucosite.
circunjacentes podem tolerar.
A mucosite ocorre com 5 a 7 dias após a
Quanto mais rápida for a capacidade de
exposição, porém pode se manifestar com 3
renovação celular, mais suscetível é o tecido
dias.
para sofrer os efeitos danosos da radiação.
CUIDADOS:
A maioria dos medicamentos quimioterápicos
• Boa higiene;
afeta a medula óssea – onde são produzidos
• Alívio da dor e inflamação;
os glóbulos bancos, vermelhos e plaquetas. • Bochechos com bicarbonato de sódio;
Esses medicamentos atacam principalmente os • Aplicação de triancinolona ( várias
vezes no dia);
glóbulos brancos, por isso é necessárias
• Uso de dexametasona (bochecho de 3
medidas de prevenção contra infecções.
a 4 x ao dia);
• Laser terapia.
EFEITOS DA RADIAÇÃO NA REGIÃO DA
CAVIDADE BUCAL

Mucosite

A mucosite é uma inflamação da parte interna

da boca e da garganta que pode levar a úlceras

dolorosas e feridas nessas regiões, ocorre em


Radioterapia TRATAMENTO:

• Saliva artificial;
Os efeitos secundários no tratamento da
radioterapia são: • Gel umectante;

• XEROSTOMIA; • Pilocarpina 1g ao dia;

• OSTEORRADIONECROSE; • Pilocarpina HCL, comprimidos de


• DISFAGIA;
5mg até 4x por dia.
• CANDIDÍASE;
• TRISMO;
Osteorradionecrose
• CÁRIE DE RADIAÇÃO;
Principalmente na mandíbula, ocorre
• ALTERAÇÃO NO PALADAR
normalmente com radiação acima de 6500
Xerostomia
rad.
Na xerostomia, a pessoa apresenta uma
Sequestros ósseos soltos devem ser
redução na qualidade de saliva pelas glândulas
removidos;
salivares. Pode ser o efeito transiente ou
Antibióticos sistêmicos são necessários
permanente, dependendo da presença da
apenas ocasionalmente;
glândula salivar.
Para as feridas que não cicatrizam, ou para as
A saliva tem várias funções, como limpeza
áreas extensas de osteorradionecrose, está
dos dentes e tecidos moles, lubrificar a boca,
indicada a ressecção do osso exposto, bem
facilitar a deglutição e compõe a microbiota
como a de margem de osso não exposto,
bucal.
com fechamento primário.
Como consequência, terá aumento de

bactérias cariogênicas, provocando cáries,

problemas periodontais, perda do paladar e

dificuldades mastigatórias. A saliva se torna

ácida, aumentando a incidência de problemas

periodontais e candidíase.
Disfagia Cárie de radiação.

Dificuldades de deglutição ou engolir. Reações A cárie de radiação se dá pela ação direta

agudas de pacientes portadores de tumores dos raios ionizantes no esmalte dentário e da

de cabeça e pescoço, geralmente 10 a 17 dias dentina, gerando perda de minerais nos

após a radiação. dentes. O esmalte é a parte mais externa do

A irradiação pode provocar fibrose e atrofia dente, em bocas saudáveis, podendo ser de

dos músculos da faringe. branco a amarelado.

Candidíase

Infecção fúngica oportunista causada pela

Candida Albicans, decorrente do baixo fluxo

salivar.

Trismo

Ocorre geralmente no 1º ano após a

radioterapia e é indolor. Com a incidência da

radiação nos músculos da mastigação ocorre

fibrose muscular e dificuldades para abertura

bucal.
Gestantes ou Lactantes
risco para o feto no 1º trimestre de gestação
Tratamento considerado essencial pode ser
e não há evidências e problemas nos
feito durante a gravidez, incluindo exodontias
trimestres posteriores. A possibilidade de
não complicadas e tratamento endodôntico.
dano fetal é remota.

Cirurgias invasivas e reabilitações extensas

devem ser programadas para o período pós- CATEGORIA B: Resultados de estudos em

parto. reprodução animal não demonstraram risco

fetal, mas não existem estudos controlados


Durante a gravidez a mulher passa por uma
em mulheres.
série de mudanças físicas, destinadas a

preparar para o parto e amamentação.


CATEGORIA C: Resultados de estudos em
Os fármacos de uso odontológico, como os
animais revelaram efeitos adversos no feto
anestésicos locais, os ansiolíticos, os
(teratogênicos, embriológicos ou outros), mas
analgésicos, os anti-inflamatórios e os
não existem estudos controlados em
antibióticos, atravessam com facilidade a
mulheres. O benefício potencial do fármaco
placenta, por isso, o FDA estabelece normas
pode justificar o risco potencial ao feto.
sobre o uso de medicamentos.

CATEGORIA D: Existem evidências de risco


Uso de medicamentos na gestação:
fetal em humanos, mas o benefício do uso
categorias de risco potencial dos fármacos
em gestantes pode ser aceitável, apesar do
para o feto.
risco potencial (p. ex., se o fármaco é
CATEGORIA A: Resultados de estudos
necessário para uma situação de risco de
controlados em mulheres não demonstraram
morte, ou no caso de doenças muito graves
para as quais os fármacos seguros não URGÊNCIAS ODONTOLÓGICAS: Atender

podem ser usados ou são ineficazes). em qualquer período.

Horários e duração das


CATEGORIA X: Resultados de estudos em
consultas
animais ou humanos demonstraram

anormalidades fetais ou evidências de risco


As sessões devem ser curtas, agendadas
fetal. O risco do uso do fármaco em
preferencialmente no período da manhã.
gestantes sobrepuja claramente qualquer
A partir do 6º mês o feto está crescido e
possível benefício. Não usar em hipótese
exerce pressão sobre as veias abdominais,
alguma em grávidas ou quando existe a
predispondo a gestante a ter hipotensão
possibilidade de gravidez.
postural, ou seja, perda da consciência devido
Atendimento
a mudança brusca de posição.

1º TRIMESTRE Deve-se colocar a paciente sentada por

alguns minutos antes dela sair da cadeira. Nas


• Não é adequado atender. Evitar
últimas semanas da gravidez não deve
tratamento eletivo.
colocar a paciente em posição supina, mais
2º TRIMESTRE sim semi-inclinada.

• Melhor época para atendimento


Amamentação
eletivo. Atenção para hipotensão

postural. A amamentação trata-se do primeiro

movimento que dará início ao crescimento


3º TRIMESTRE
ósseo da mandíbula, retirando da posição

• Não é ideal para atender . inicial e posicionando-a mais anteriormente

em relação a maxila.
Importância do aleitamento Exame Radiográfico
materno
O feto pode receber até 50mGy, sem que

• Proteção contra infecções e alergias – sofra dano. A tomada radiográfica a gestante

prevenção de mortes neonatais; deve ser protegida com avental de chumbo

e colar cervical. Deve-se evitar repetidas


• Evita diarreia;
exposições.
• Diminui risco de hipertensão, colesterol
Anestésicos locais
alto, diabetes e obesidade;

• Nutrição, hidratação; OBSERVAR:

• Técnica anestésica;
• Crescimento e desenvolvimento ósseo
• Quantidade de droga administrada;
e muscular da face;
• Ausência/presença de vasoconstritor;

• Dentição, respiração e fala; • Efeitos citotóxicos.

A LIDOCAÍNA é efetivamente a mais segura


• Favorece vínculo afetivo e
das drogas anestésicas locais;
desenvolvimento emocional;
Não utilizar a LIDOCAÍNA sem vasoconstritor,

• Proteção de fluorose dentária – pois a absorção local da base anestésica é

aleitamento por mais de 6 meses. rápida (30 minutos);

Atenção para a quantidade de anestésico e

injeções inadvertidas nos vasos sanguíneos;

A ADRENALINA é o vasoconstritor de eleição

em pacientes gestantes.
ANESTÉSICO DE ESCOLHA: Lidocaína a 2% Anti-inflamatório
com adrenalina (1:100.000) ou noradrenalina
Quando houver necessidade do uso.
(1:50.000);
Dexametasona ou Betametasona: dose única
Bupivacaína: A longa duração anestésica e o
2-4mg.
efeito tóxico para o fígado limita seu uso em

gestantes;

Prilocaína: Atravessa mais rapidamente a

placenta; doses excessivas

metemoglobinemia;

A felipressina possui uma semelhança

estrutural à ocitocina (contração uterina);

Mepivacaína: A longa duração anestésica e o

efeito tóxico para o fígado limita seu uso em


Antibióticos
gestantes.
Penicilinas: 500mg, a cada 8h em casos de

alergia as penicilinas, usar eritromicina, a cada


Analgésico
6h.
O analgésico indicado é o PARACETAMOL.
A tetraciclina é contraindicada durante a
Paracetamol: 500 – 750mg, a cada 6h.
gestação devido aos efeitos no feto.
Doenças Cardiovasculares

O coração é responsável pelo fornecimento • Dificuldades respiratórias;

do fluxo de sangue oxigenado. Quando


• Alterações visuais.
ocorre alteração nas funções do coração, o ESTÁGIO 1 – até 160/100mmHg
Pode ser submetido a procedimentos
indivíduo torna-se cardiopata.
eletivos ou de urgência.

Sintomas da cardiopatia: Sessões curtas, no período da manhã


Prilocaína a 3% com felipressina (Citanest)
• Dispneia; 3 tubetes – felipressina
2 tubetes – epinefrina (1:200.000)
• Palpitações;
Analgésicos – Dipirona e paracetamol
• Edema;

• Síncope. ESTÁGIO 2 - > 160/100 mmHg


Contraindicado os procedimentos
Hipertensão arterial
odontológicos eletivos.
Nas urgências: Prilocaína 3% com
Anti-hipertensivos podem causar
felipressina (2-3 tubetes)
manifestações bucais como: xerostomia,

lesão liquenoide, hiperplasia gengival, glossite SEVERA – Assintomática >180/100mmHG


e alterações do paladar. Todo e qualquer procedimento

odontológico é contraindicado.
É a elevação persistente dos níveis da

pressão arterial sanguínea, com valores

≥140/90 mmHg. SEVERA – Sintomática >180/110mmHg


Providenciar o serviço móvel de urgência .

Elevação da pressão arterial: Intervenção odontológica apenas no


ambiente hospitalar
• Interromper atendimento se:

• Dor de cabeça moderada a intensa;


CUIDADOS ODONTOLÓGICOS
Procedimentos Odontológicos que é
indicado o uso da profilaxia antibiótica
Prilocaína com Felipressina

• Anestésico de eleição; Injeções intraligamentar

• Até 5 tubetes. Extrações Dentárias

Lidocaína com adrenalina


Procedimentos periodontais (raspagem,
cirurgias, alisamento, sondagem)
• Hipertenso Controlado;

• Até 2 tubetes (1:100.000) Implantes e reimplantes

Evitar AINES (afeta mecanismo das drogas


Endodontia
anti-hipertensivas), se necessário máximo 4
Bandas ortodônticas
dias.

Profilaxia (quando ocorrerá sangramento).


Sessões curtas, pela manhã;

Aferir PA antes, durante e após

procedimento.
Fármaco Dose

Endocardite Infecciosa
Amoxicilina 2g, 1h antes
É uma inflamação do revestimento interno

do coração, afetando as estruturas valvulares. Azitromicina 500mg, 1h antes

Ela pode ser provocada por bactérias e


Claritromicina 500mg, 1h antes
fungos, pode ser AGUDA ou SUBAGUDA

Clindamicina 600mg, IM, 30min


Endocardite aguda: Desencadeada por

microrganismos agressivos, levando a óbito

em 6 semanas.
Diabéticos

Desordem metabólica dos carboidratos, Cuidados pré e pós-


lipídeos e proteínas, causado pela ausência de operatórios
produção ou ação da insulina, resultando em Agendar consultas pela manhã.

hiperglicemia, com quadros de complicações Certifica-se que o paciente se alimentou de

crônicas e agudas. forma adequada e fez o uso da sua

medicação.
Glicemia em Jejum 70-99
Avaliar a glicemia por meio de um
Intolerância à 100-125
glicose glicosímetro.

Diabetes Melito ≥ 126

TRÍADE CLÁSSICA DE SINAIS E SINTOMAS

• Poliúria;

• Polidipsia;

• Polifagia.

Manifestações bucais
Anestesia Local
Diretamente relacionadas à falta de controle EPINEFRINA - Efeito farmacológico oposto ao
do diabetes, sendo a doença periodontal (DP) da insulina, sendo possível o paciente
a manifestação bucal mais comum (33% dos descompensado estar vulnerável aos efeitos.
pacientes). Evitar uso de vasoconstritores do grupo das
Grau de severidade está diretamente catecolaminas (epinefrina, norepinefrina e
relacionado ao grau de descompensação do neocoberfina) nesses pacientes até que haja
diabetes. controle glicêmico.
Em pacientes com foco de infecção, é

recomendado o emprego de solução

anestésica que contenha felipressina, como a

prilocaína 3%.

Analgésicos

Dipirona: 500mg, a cada 6h.

Paracetamol: 500 – 750mg, a cada 6h.

Anti-inflamatório

AINES podem competir com hipoglicemiantes

orais.

Dexametasona ou Betametasona: dose única

2-4mg.

Profilaxia Antibiótica

Amoxicilina: 1g Claritromicina: 500mg

Clindamicina: 600mg
Fendas Labiopalatais
A formação de fendas é um dos defeitos As FL+L caracteriza-se pela ocorrência de

congênitos mais frequentes em humanos. fendas parciais ou completas soa lábios

superiores unilaterais ou bilaterais.


São anomalias congênitas que se divide em 2

grupos: O recém-nascido que apresenta também

regurgitações, dificuldade para estabelecer


FISSURAS DE LÁBIO: podem ser unilateral ou
pressão negativa na mamada e infecções
bilateral ocorre falta de fusão dos processos
respiratórias.
nasais, 7ª semana de desenvolvimento.

Classificação das fissuras

Podem ocorrer isoladamente, associada entre

si o mesmo em combinação com

malformação.

Unilaterais Somente um lado


FISSURAS PALATINAS: falta de fusão, na
do lábio
linha mediana, dos processos da maxila, por Bilaterais Atinge apenas o
volta da 12ª semana intrauterina. lábio
Completas Atingem o lábio e
o alvéolo
Atípicas Variam como
cicatriz labial e úvula
bífida, até mais
graves
impedir que a língua vá direto na fissura e

também irá ajudar na alimentação.

LINGUAGEM E FALA: A criança poderá ter

atrasos, é necessário acompanhamento

multiprofissional.

AUDIÇÃO: A criança com fissura pode

apresentar otites devido ao mau

funcionamento do músculo tensor do véu

palatino.

HIGIENE E CUIDADOS BUCAIS: O bebê

fissurado deve ser realizada higiene antes e

após cada mamada, pois acumula secreções

nesta região.

PRÉ-OPERATÓRIO: Placas obturadores

podem ser usadas para auxiliar na

alimentação, fala, deglutição o que ajuda a


Paralisia cerebral
Paralisia Cerebral (PC), a deficiência mais podendo resultar em aumento da rigidez

comum na infância, é caracterizada por devido à sinalização constante de contração

alterações neurológicas permanentes que muscular.

afetam o desenvolvimento motor e cognitivo, NORMOTONIA: Estado normal de firmeza e

envolvendo o movimento e a postura do elasticidade de um órgão ou de um tecido.

corpo.
HIPOTONIA: é a diminuição do tônus
Essas alterações são secundárias a uma lesão
muscular e da força, o que causa moleza e
do cérebro em desenvolvimento e podem
flacidez corporal. Muitas vezes, essa
ocorrer durante a gestação, no nascimento
condição é comumente relacionada à
ou no período neonatal, causando limitações
paralisia infantil ou outras desordens
nas atividades cotidianas. Apesar de ser
neuromusculares.
complexa e irreversível, crianças com PC
DISTONIA: é um distúrbio neurológico dos
podem ter uma vida rica e produtiva, desde
movimentos caracterizado por contrações
que recebam o tratamento clínico e cirúrgico
involuntárias dos músculos. Estas contrações
adequados às suas necessidades.
compelem certas partes do corpo a executar
Tônus Muscular
movimentos repetitivos de torção ou a
O tônus muscular é um estado particular de
permanecerem em posições dolorosas.
tensão permanente e involuntária dos

músculos. É responsável pela manutenção da

postura estática e dinâmica.

HIPERTONIA: A hipertonia é o aumento

anormal do tônus muscular, em que o

músculo perde a capacidade de estiramento,


Classificação da paralisia O paciente com paralisia cerebral do tipo

atáxico sente dificuldade em sentar-se na


Cerebral
cadeira odontológica em razão de falta de
ESPÁTICA
equilíbrio.

Paralisia de aumento de tonicidade dos


Dependendo da idade e do peso do paciente,
músculos, lesões no córtex, pode resultar em
ele poderá ser tratado no colo dos pais ou
um dos membros afetados ou os 4
responsáveis.
membros;
Nos pacientes com paralisia cerebral do tipo
ATETOIDE
atetoide e espástico fica mais fácil de mantê-

Movimentos involuntários e variações no los na cadeira, deve-se reclinar a cadeira,

tônus muscular, lesões dos núcleos no interior apoiar a cabeça no travesseiro ou no braço

dos hemisférios cerebrais; do profissional.

ATÁXICA

Provocada por lesões no cérebro ou nas vias REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

cerebelosas. MALAMED, Stanley L. Manual de anestesia local. 4 ed.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.


Manifestações sistêmicas
PETERSON, L.J. Cirurgia oral e maxilofacial

EPILEPSIA contemporânea. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2000.
DEFICIÊNCIA MENTAL
O paciente com necessidades especiais na Odontologia.
DEFICIÊNCIAS VISUAIS
ANDRADE, E. D. Terapêutica Medicamentosa em
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Odontologia. 3ª.ed.Artes Médicas. 2013.

DIFICULDADES DE FALA E DE

ALIMENTAÇÃO

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