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MANUAL DE PROTOCOLOS
CLÍNICOS EMPREGADOS EM
ODONTOPEDIATRIA
São Paulo
2017
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pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização da UNINOVE.
CDU 616.314-053.2
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Sumário
Apresentação............................................................... 8
Capítulo 1
Dentições decídua e mista: características
e alterações................................................................. 9
Sandra Kalil Bussadori; Marcelo Mendes Pinto; Olga Maria Altavista;
Eugênio Garcia
Capítulo 2
Anatomia de dentes decíduos.................................. 22
Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 3
Manejo da criança no atendimento
odontológico............................................................ 36
Katia Lumi Tanikawa-Vergilio
Capítulo 4
Anamnese e exame clínico........................................ 57
Sandra Kalil Bussadori; Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta;
Carolina Carvalho Bortoletto
Capítulo 5
Técnicas radiográficas aplicadas à
odontopediatria........................................................ 63
Lara Jansiski Motta; Marcelo Mendes Pinto; Camila Haddad Leal de
Godoy; Olga Maria Altavista; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 6
Anestesia local em odontopediatria:
técnicas e considerações básicas........................... 72
Sandra Kalil Bussadori; Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta;
Eugênio Garcia
Capítulo 7
Terapêutica medicamentosa em
odontopediatria........................................................ 88
Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 8
Diagnóstico de lesões de cárie............................ 110
Silvia Regina Garcia Olivan; Ravana Angelini Sfalcin; Marcelo Mendes
Pinto; Lara Jansiski Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 9
O papel do flúor na prevenção e tratamento
da doença cárie....................................................... 118
Lara Jansiski Motta; Marcelo Mendes Pinto; Katia Lumi Tanikawa-
Vergilio; Carolina Carvalho Bortoletto; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 10
Materiais dentários aplicados na
odontopediatria...................................................... 132
Sandra Kalil Bussadori; Ravana Angelini Sfalcin; Lara Jansiski Motta;
Marcelo Mendes Pinto
Capítulo 11
Procedimentos restauradores em
odontopediatria...................................................... 151
Camila Haddad Leal de Godoy; Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski
Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 12
Tratamento endodôntico de dentes decíduos.....160
Lara Jansiski Motta; Marcelo Mendes Pinto; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 13
Procedimentos cirúrgicos em
odontopediatria...................................................... 175
Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 14
Remoção química e mecânica da cárie................ 194
Sandra Kalil Bussadori; Lara Jansiski Motta; Marcelo Mendes Pinto
Os Autores............................................................... 200
8 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Apresentação VOLTAR AO
SUMÁRIO
Os Autores
Dentições decídua e mista: características e alterações - 9
Capítulo 1 VOLTAR AO
Dentições decídua e mista: SUMÁRIO
características e alterações
Introdução
O conhecimento das características normais de cada uma das den-
tições é de suma importância, pois no transcurso da vida do paciente po-
dem acontecer processos cariosos, traumatismos, instalação de hábitos
ou perdas precoces de elementos dentários que podem provocar proble-
mas futuros de maloclusões na dentição permanente.
Início da Formação
Erupção Esfoliação
calcificação completa
Superiores Inferiores Superiores Inferiores
Incisivos 18º-24º
4º mês fetal 6-10 meses 5-8 meses 7-8 anos 6-7 anos
centrais mês
Incisivos 18º-24º 7-10
4º mês fetal 8-12 meses 8-9 anos 7-8 anos
laterais mês meses
30º-39º 16-20 16-20
Caninos 4º mês fetal 11-12 anos 9-11 anos
mês meses meses
Primeiros 24º-30º 11-18 11-18 10-12
4º mês fetal 9-11 anos
molares mês meses meses anos
Segundos 20-30 20-30 11-13
4º mês fetal 36º mês 9-12 anos
molares meses meses anos
Dentição mista
Com a erupção dos primeiros molares permanentes começam a
surgir novas transformações (aparecimento das curvas de Spee e Wilson
e modificações na ATM). Acontece o segundo ganho de dimensão verti-
cal, que se completa com a erupção dos segundos molares permanentes.
A correta acomodação dos dentes permanentes dependerá do
crescimento das bases ósseas nos três planos do espaço:
DENTIÇÃO PERMANENTE
Coroa
Início da Raiz Erupção Superiores
(esmalte)
calcificação completa Inferiores
completa
Incisivos 7-8 anos 6-7 anos
3-4 meses 4-5 anos 9-10 anos
centrais (4) (2)
Superiores: 10-12
Incisivos 11 anos 8-9 anos 7-8 anos
meses 4-5 anos
laterais 10 anos (5) (3)
Inferiores: 3-4 meses
11-12 9-11 anos
Caninos 4-5 meses 6-7 anos 12-15 anos
anos (11) (6)
Primeiros
10-11 10-12
pré- 18-24 meses 5-6 anos 12-13 anos
anos (8) anos (7)
molares
Segundos
10-12 11-13
pré- 24-30 meses 6-7 anos 12-14 anos
anos (10) anos (9)
molares
Primeiros 30-36 5,5-7 5,5-7
Nascimento 9-10 anos
molares meses anos (1a) anos (1)
12-14
Segundos 12-14
30-36 meses 7-8 anos 14-16 anos anos
molares anos (12)
(12a)
Superiores: 7-9 anos 17-30
Terceiros 17-30
anos
molares Inferiores: 8-10 anos anos (13)
(13a)
Os números entre parêntese indicam a ordem na erupção segundo Lö e Moyers. A
dentição mista vai desde os 6 até os 13 anos de idade aproximadamente, sendo que a
criança possui ambas as dentições.
Hábitos orais
Os hábitos orais podem aplicar forças aos dentes e às estruturas
dentoalveolares e dependendo da sua frequência, duração e intensidade
podem estar associados a deformações como overjet aumentado, over-
bite reduzido, mordida cruzada posterior ou altura facial aumentada.
A identificação de hábitos anormais (sucção sem base nutricional,
bruxismo, interposição lingual na deglutição, comportamentos de auto-
mutilação [sucção labial, mordida labial ou lingual], respiração bucal,
síndrome da apneia obstrutiva do sono) e a avaliação de seus potenciais
efeitos imediatos e de longo prazo sobre o complexo craniofacial e na
dentição deve ser feita o mais cedo possível. Os pacientes e seus pais de-
vem ser devidamente informados sobre as consequências destes hábitos.
Inclusive, os pais podem estar desempenhando um papel negativo na
correção de um hábito oral; às vezes, certas mudanças no ambiente do-
méstico podem ser necessárias antes de corrigir um hábito.
Dentições decídua e mista: características e alterações - 17
Dentes supranumerários
(decíduos, permanentes e mesiodens)
Os dentes supranumerários (hiperdontia) são cinco vezes mais
comuns na dentição permanente. A prevalência nas dentições decídua e
mista é de 0,52-2%. Entre 80-90% dos supranumerários acontecem no
maxilar, sendo que metade deles aparece no setor anterior e quase todos
na região palatina. E em 1/3 dos casos, todo supranumerário decíduo é
seguido de um supranumerário permanente.
O manejo e o tratamento da hiperdontia difere se o dente é decí-
duo ou permanente. Em geral, supranumerários decíduos estão alinha-
dos na arcada dentária e esfoliam normalmente. A cirurgia para remoção
de supranumerários decíduos retidos é desaconselhada para evitar da-
nos aos dentes permanentes. Por outro lado, e remoção de supranume-
rários permanentes facilita a erupção do dente permanente e promove
18 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Erupção ectópica
A erupção ectópica dos primeiros molares permanentes ocorre de-
vido ao trajeto anormal da erupção (mesioangulado), resultando em uma
impactação na proeminência distal do segundo molar primário. Esta con-
dição ocorre em até 3% da população, mas é mais comum em crianças
com fissura de lábiopalatinas. No canino superior aparece em 1,5-2 %
da população, enquanto que nos incisivos superiores se dá em até 2%
da população. Os incisivos também podem ter alterada sua erupção de-
vido à necrose pulpar (após trauma ou cárie) ou tratamento pulpar do
incisivo decíduo.
A intervenção nos dentes com erupção ectópica deve resultar num
melhor posicionamento eruptivo dos dentes. Nos casos em que o alinha-
mento normal não ocorre, o tratamento ortodôntico subsequente pode ser
necessário para alcançar uma adequada forma de arco e intercuspidação.
Anquilose
Anquilose é uma condição na qual o cemento da raiz de um den-
te funde diretamente com o osso circundante. O ligamento periodontal
é substituído por tecido ósseo, tornando imóvel o dente para o processo
esfoliativo/eruptivo. Pode ocorrer nas dentições decídua e permanente,
sendo mais comum molares decíduos. A incidência é entre 7-14% na den-
tição primária. Na dentição permanente, a anquilose ocorre com maior
frequência em casos de lesões por luxação.
A anquilose pode ser verificada por meios clínicos e radiográficos.
O dente afetado em infraoclusão é um sinal reconhecível primário, mas
também pode ser utilizada a percussão e a palpação. O exame radiográ-
Dentições decídua e mista: características e alterações - 19
____________________
Referências
GUEDES-PINTO, A.C. MYAKI ISSÁO, E. Manual de odontopediatria. 11.
ed. São Paulo: Santos. 2006.
LOGAN W.H.G, KRONFELD R. Development of the human jaws and sur-
rounding structures from birth to the age of fifteen years. Journal of American
Dental Association (1922), [Chicago], v. 20, n. 3, p. 379-427, 1933. Disponível
em: <http://dx.doi.org/10.14219/jada.archive.1933.0080>.
ASH, M.M; NELSON, J.S. Wheeler: anatomia dental, fisiologia e oclusão. 9.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
CHEDID, S.J. Ortopedia e ortodontia para a dentição decídua: atendimen-
to integral ao desenvolvimento da oclusão infantil. São Paulo: Santos, 2013.
Anatomia de dentes decíduos - 22
Capítulo 2 VOLTAR AO
Anatomia de dentes decíduos SUMÁRIO
Introdução
É comum o paciente leigo na odontologia fazer referência aos den-
tes de “leite” da criança quando precisam informar ao cirurgião dentista
quaisquer alterações observadas nos dentes das crianças. O termo de-
cíduo vem do latim “decidere”, e significa tudo o que se perde de for-
ma fisiológica no organismo, ou seja, se o dente é considerado decíduo,
em condições fisiológicas é esperado que no final do seu ciclo biológico
ele esfolie. Algumas características do dente decíduo podem envolver
aspectos relacionados à formação e desenvolvimento (odontogênese),
cronologia de erupção, perda fisiológica e diferenças anatômicas que o
distingue do dente permanente.
Número
Tipo de arco Grupos dos dentes Tipo dos dentes
de dentes
1º Molar Decíduo
2º Molar Decíduo
Permanente 32 Incisivos (8) Incisivo Central
2º Pré-molar
1º Molar
2º Molar
3º Molar
Fonte: Os autores
Ø O dente decíduo tem coloração branca, clara e opaca; possui como cores:
branco-azulado; branco-leitoso; branco-argiloso, distribuídas de forma uniforme.
Ø Nos dentes decíduos existe menor estrutura de dentina para proteção pulpar.
Fonte: Os autores
Incisivo decíduo
O grupo dos dentes incisivos decíduos é composto por oito dentes,
sendo quatro em cada arco dentário. Os incisivos decíduos têm morfolo-
gia semelhante aos sucessores permanentes. Os superiores apresentam
um volume que diminui de mesial para a distal, ou seja, os incisivos cen-
trais são maiores que os laterais. Nos inferiores ocorre de forma contrá-
ria, assim os centrais são menores em volume que os laterais (Tabela 2).
31 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Canino decíduo
O grupo dos caninos decíduos é composto por quatro dentes, sen-
do dois dentes posicionados em cada arco dentário. Estão localizados
entre a distal do incisivo lateral decíduo e do primeiro molar decíduo.
O canino decíduo possui uma forma cônica, e a coroa é bem volumosa
e com forma lanceolada. Apresenta na borda incisal uma típica cúspide
mediana, desenvolvida e aguçada, que desaparece durante o ciclo bio-
lógico por desgaste (Tabela 3 e Figura 8).
Molar decíduo
Os grupos dos dentes molares decíduos configuram ser os den-
tes mais volumosos do arco dentário da criança. São em número de oito
dentes, sendo quatro primeiros molares decíduos e quatro segundos mo-
lares decíduos.
Primeiro molar decíduo – Na dentição decídua é o quarto dente
e o primeiro molar a partir da linha mediana. O superior apresenta uma
posição bem vertical e no sentido mesiodistal a coroa apresenta-se le-
vemente inclinada para a vestibular. Esse dente é o que mais se parece
com o sucessor, em volume e características. Apresenta quatro cúspi-
des, sendo duas vestibulares e duas linguais; possui três raízes, cada qual
com seu respectivo canal. As raizes são: mesiovestibular, distovestibu-
lar e palatina.
Os inferiores apresentam uma anatomia única e dificilmente é
comparado com qualquer outro molar. É o menos volumoso dos molares
decíduos. Apresenta uma marcante característica na face vestibular, na
região cérvico-mesial, o tubérculo molar ou tubérculo de Zuckerkandl.
Apresenta quatro cúspides, sendo duas verstibulares e duas linguais. O
primeiro molar inferior possui duas raizes, uma mesial (com dois canais)
e outra distal (com um canal). Tem como característica marcante a posi-
ção da crista marginal mesial, que é transversa, assim é possível encon-
trar na literatura a denominação de crista marginal transversa.
Segundo molar decíduo – É o dente mais volumoso do arco
temporário, sendo o quinto e o último da série; ocupa o lugar do segun-
do pré-molar. Os segundos molares decíduos são muitas vezes confun-
didos com os dentes permanentes, pois apresentam detalhes anatômicos
semelhantes aos primeiros molares permanentes, porem em menor es-
cala e volume. Os superiores apresentam o tubérculo de Carabelli e a
ponte de esmalte, estruturas comuns dos primeiros molares permanen-
tes. Possuem quatro cúspides, sendo duas vestibulares e duas linguais.
Suas raízes são divergentes e em número de três raízes (duas vestibula-
res e um palatina) com seus respectivos canais.
Anatomia de dentes decíduos - 34
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Referências
HUBERTUS, J.W. Odontopediatria: atlas colorido de odontologia. São Paulo:
Artmed, 2002.
GUEDES PINTO, Antonio Carlos. Odontopediatria. 8. ed. São Paulo: Santos,
2010.
MELFI, RC, ALLEY, KE. Embriologia e histologia oral de permar. 10. ed.
São Paulo: Santos, 2010.
MADEIRA, Miguel Carlos. Anatomia do dente. 7. ed. São Paulo: Sarvier, 2014.
Psicologia aplicada à odontopediatria - 36
Capítulo 3 VOLTAR AO
Manejo da criança no atendimento odontológico SUMÁRIO
1 Bebês (0 a 18 meses)
A criança explora o corpo através da boca, pele e passa a ter a sen-
sação de segurança e satisfação. A boca é o órgão mais importante do
corpo, pois é através dela que a criança obtém ar e alimento e faz con-
tato com o meio ambiente que a cerca.
Até os 6 meses de vida, ocorre o chamado fator de simbiose, em
que a criança sente-se fusionada à mãe (não distingue limites de duas
pessoas separadamente).
Após os 6 meses de idade, a criança:
Sucção
A necessidade de sucção é importante para a sobrevivência física
e psicológica do bebê.
Essa necessidade diminui com a introdução de alimentação só-
lida (mastigação). A necessidade fisiológica de sucção cessa dos 9 aos
12 meses de vida. A necessidade psicológica de sucção existe quando a
criança se sente cansada ou infeliz (consolo) e deve cessar até os 3 anos
(dentição decídua completa).
A persistência da sucção após os 3 anos deixa de ser uma neces-
sidade e se torna um hábito deletério, com consequências como proble-
mas de oclusão e no desenvolvimento da fala.
Falar–mostrar–fazer
A técnica do falar-mostrar-fazer é um método eficaz para fami-
liarizar a criança ao ambiente odontológico, diminuindo seus medos e
ansiedades, assim como consiste em apresentar gradativamente alguns
instrumentos e procedimentos odontológicos.
A criança deve ser preparada sobre a situação que viverá, portanto,
o dentista deve informar de forma amena sobre o procedimento (FALAR).
O dentista deve demonstrar a ação do equipamento ou efeito de
um material odontológico antes da execução profissional, para evitar re-
ações de ansiedade pelo medo do inesperado (MOSTRAR).
Se necessário, o dentista deve deixar a criança tocar ou manipular al-
gum dos equipamentos ou materiais para a constatação do benefício (FAZER).
Após a explicação e demonstração, a técnica poderá ser realizada
com mais tranquilidade.
Corrêa et al. (2002) e Klatchoian (2002) sugeriram a utilização
de bonecos ou brinquedos para realizar esta demonstração e permitir
Psicologia aplicada à odontopediatria - 40
Uso do faz-de-conta
Faz de conta são atribuições a propriedades imaginárias de obje-
tos ou eventos.
A criança é capaz de entender o faz-de-conta e usar processos men-
tais de forma representacional.
Por exemplo: faz de conta que o tempo hoje está ótimo (quando
está chovendo) ou que limpe o rosto da boneca (sem estar sujo). Neste
momento, ela vai além do significado comum dos objetos ou dos even-
tos sem, entretanto, confundir realidade/não realidade.
Em uma das formas mais avançadas do faz-de-conta, o objeto é
imaginário, por exemplo “Faz-de-conta que há um dente bem fraquinho,
e nesse algodão tem uma vitamina para o dente ficar forte”. Observa-
se que o faz-de-conta é uma brincadeira com raciocínio e imaginação
emergentes.
Neste período, a criança possui a habilidade de entender sua pró-
pria mente e a dos outros. Portanto, ela é capaz de compreender que o
dentista está criando uma situação irreal num cenário imaginário. Neste
contexto, a informação é assimilada com conotação positiva e divertida.
O dentista poderá utilizar-se do faz-de-conta, criando estórias, per-
sonagens ou músicas para abordar assuntos educativos como hábitos de
dieta não cariogênica e técnicas de higienização oral, assim como pro-
jetar situações de comprometimento da saúde bucal contando com a ha-
bilidade de entendimento das informações e imaginação nesta idade.
O faz-de-conta implica em negociação; para brincar com o pro-
fissional sobre um mesmo tema, a criança precisa de um acordo quanto
Psicologia aplicada à odontopediatria - 42
O Odontopediatra deve:
Medo de dentista
O medo pode ser relacionado a experiências dolorosas, desagra-
dáveis e cansativas, e pode se manifestar de duas maneiras no atendi-
mento em odontopediatria:
Reforço positivo
O reforço positivo utiliza a recompensa quando a criança apresen-
ta bom comportamento. Esta manobra pode fortalecer a repetição deste
comportamento satisfatório nos próximos atendimentos.
Os reforçadores sociais são: modulação positiva da voz, expres-
sões faciais, elogio verbal e demonstrações físicas apropriadas de afeto
por todos os membros da equipe odontológica.
Os reforçadores não sociais utilizados são pequenos prêmios (ade-
sivos, pequenos brindes e brinquedos).
Distração
Distração é a técnica de desviar a atenção do paciente do que pos-
sa ser percebido como um procedimento desagradável.
A distração visa a diminuição dos estímulos desagradáveis à crian-
ça e evita o comportamento negativo ou de recusa
Esta manobra pode ser aplicada em odontopediatria quando o pro-
fissional conversa sobre um assunto que agrade a criança e acompanhe o
processo com entusiasmo, desviando a atenção do procedimento odon-
tológico que está sendo executado.
Psicologia aplicada à odontopediatria - 48
4) Habilidade e rapidez
Proporciona conforto ao paciente.
5) Ordem e cuidado com o instrumental
Evita perda de tempo.
6 – Criança agressiva
Demonstra reações de teimosa, rebeldia, ela chora e grita.
Pode desenvolver atitudes de agressão física.
A reação de agressividade infantil pode ser gerada por diversas
causas, como acontecimentos recentes pessoais na família, na escola e
não necessariamente relacionado ao dentista ou à aversão ao tratamen-
to odontológico.
O dentista deve adequar as técnicas de manejo necessárias frente a
cada situação na tentativa de estabelecer um relacionamento com a criança.
A colaboração dos pais é essencial no controle desse comporta-
mento. Nem sempre o profissional tem sucesso na abordagem verbal e
exercício de outras técnicas de manejo, naquele dia especificamente.
Quando o tratamento dentário possuir o caráter de urgência (dor
aguda), faz-se necessário o uso da “Estabilização Protetora” para o
atendimento.
7 – Criança com necessidades especiais
As reações de cada criança com esta condição podem ser bem dife-
rentes. O fator idade não condiz sempre com o nível intelectual e motor.
O profissional deve conhecer antecedentes e causas da necessi-
dade especial e preparar-se para o atendimento, não ter medo e sim cui-
dados específicos.
Presença/ausência materna
Tanto a presença como a ausência materna são manobras utiliza-
das para ganhar a cooperação durante o tratamento.
O estabelecimento de uma boa comunicação entre o dentista,
o paciente e a mãe (pai) são essenciais para o sucesso do tratamento
odontopediátrico.
O dentista deve concentrar seu foco tanto na criança como em sua
mãe, mas especialmente na criança. A decisão do profissional em optar
pela presença ou a ausência materna pode ser muito benéfica ou mui-
to prejudicial.
Cada profissional deve adequar a comunicação utilizando técni-
cas que otimizem o tratamento, de acordo com as suas habilidades in-
dividuais, com a capacidade da resposta da criança atendida e com as
expectativas da mãe (pai).
Os objetivos desta manobra são: ganhar a atenção do paciente
para melhorar a colaboração; evitar o comportamento do negativismo
ou a recusa do atendimento; desenvolver o estabelecimento apropria-
do da relação dentista-criança; estabelecer a comunicação eficaz entre o
dentista, a criança e os pais; e minimizar a ansiedade infantil e alcançar
uma experiência positiva.
Psicologia aplicada à odontopediatria - 54
____________________
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOPEDIATRIA. Adaptação com-
portamental do paciente odontopediátrico. Manual de referência para procedi-
mentos clínicos em Odontopediatria/Associação Brasileira de Odontopediatria,
06(49-71), 2009.
ALBUQUERQUE, Camila Moraes et al. Principais técnicas de contro-
le de comportamento em Odontopediatria. Arq. Odontol., Belo Horizonte,
v. 46, n. 2, jun. 2010. Disponível em <http://revodonto.bvsalud.org/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1516-09392010000200008&lng=pt&nrm=iso>.
ANDRESEN, Helga. Role play and language development in the preschool
years. Culture & Psychology, v. 11, n. 4, p. 387-414, 2005. Disponível em:
<http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1354067X05058577>.
BARBIERI, Massimo. Medo de dentista. Scientific American: mente e eére-
bro: psicologia, psicanálise, neurociência. jul., 2011. Disponível em: <http://
www2.uol.com.br/vivermente/artigos/medo_de_dentista.html>.
BRANCO, Angela Uchoa. Peer interactions, language development and meta-
communication. Culture & Psychology, v. 11, n. 4, p. 415-430, 2005. Disponível
em: <http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1354067X05058580>.
55 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Capítulo 4 VOLTAR AO
Anamnese e exame clínico SUMÁRIO
Anamnese
A anamnese é uma entrevista realizada pelo profissional de saúde
ao seu paciente ou responsável, é o momento em que se conhece me-
lhor o paciente. Nessa entrevista é feito um levantamento sobre a saú-
de geral do paciente, bem como sua saúde bucal, aspectos psicológicos
e hábitos diários desse paciente. Além de ser um documento integrante
do prontuário do paciente, é fundamental para o sucesso do tratamento,
pois é através da anamnese que conhecemos o paciente e, a partir disso,
é possível realizar um plano de tratamento direcionado às característi-
cas e necessidades do indivíduo. Deve ser conduzida de maneira lógica
e deverá ser atualizada frequentemente.
Durante a anamnese é importante a obtenção de informações bá-
sicas relacionada aos dados pessoais, queixa principal, história médica,
história odontológica, hábitos e perfil psicológico do paciente.
Dados pessoais
Deve conter algumas informações sobre o paciente e sobre os res-
ponsáveis, como por exemplo:
✓✓ Nome;
✓✓ Data de nascimento;
58 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
✓✓ Endereço;
✓✓ Contatos (telefone, celular, email);
✓✓ Nome e documento dos responsáveis;
✓✓ Nome e telefone do médico pediatra.
Queixa principal
Deve ser relatado o motivo da consulta, assim como o maior nú-
mero de informações sobre a queixa.
História médica
A história médica deverá englobar a saúde geral do paciente, pre-
sente e passada, assim como o uso de medicamentos e tratamentos em
andamento. As perguntas realizadas deverão ser realizadas de maneira
clara e objetiva, abrangendo aspectos do indivíduo relacionados como
alterações no sistema nervoso, cardiovascular, endócrino, respiratório,
alterações de coagulação, alergias, entre outros. Qualquer alteração de-
verá ser relatada e, quando necessário, mais profundamente avaliada.
Durante a avaliação da história médica, é importante o levantamento da
história gestacional e também de antecedentes familiares.
História odontológica
Deverá abordar informações sobre tratamentos prévios, caracte-
rísticas de desenvolvimento e alterações dentais, estratégias preventivas
adotadas anteriormente.
Hábitos
Durante a anamnese é importante a obtenção de informações so-
bre os hábitos diários dessa criança, como por exemplo:
✓✓ Hábitos de higiene – número de escovações diárias, qual den-
tifrício utilizado, se faz uso de fio dental, etc;
Anamnese e exame clínico - 59
Perfil psicológico
Também é importante a coleta de informações sobre as caracterís-
ticas psicológicas desse paciente, com informações sobre o comporta-
mento dessa criança no consultório, relacionamento da criança com os
pais e dos pais entre si, comportamento no ambiente escolar, etc.
Após a coleta de maior número de informações úteis e possíveis
sobre o paciente, a anamnese deverá ser datada e assinada pelo respon-
sável, atestando a veracidade das informações transmitidas, e então o
profissional deverá proceder ao exame clínico do paciente, sendo esse
dividido em exame extrabucal e exame intrabucal.
Exame clínico
Exame extrabucal
O profissional deverá observar a criança como um todo, avalian-
do a postura, o modo de andar, de falar, de interagir com as pessoas e
qualquer alteração deverá ser anotada e investigada; além disso, o exa-
me extrabucal deve envolver a avaliação da musculatura mastigatória,
da articulação temporomandibular, simetria facial, movimentos mandi-
bulares, entre outras características.
60 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Exame intrabucal
Dividido em avaliação dos tecidos moles e avaliação dental.
Durante a avaliação dos tecidos moles, o profissional deverá ob-
servar os lábios, bochechas, língual, orofaringe, freio labial, freio lin-
gual, entre outras, e qualquer alteração deverá ser descrita e avaliada. É
também nesse momento que o profissional avalia a condição de higiene
bucal do paciente, observando o acúmulo de biofilme e a condição do
tecido gengival e periodontal.
A avaliação da condição dental deverá ser realizada após a reali-
zação de profilaxia profissional.
✓✓ Exames radiográficos;
✓✓ Tomografias;
✓✓ Exames laboratoriais;
✓✓ Confecção de modelos de estudo, entre outros.
Diário alimentar
Tarde
Noite
Fonte: Os autores
Referência
GUEDES-PINTO, A.C. MYAKI ISSÁO, E. Manual de odontopediatria. 11.
ed. São Paulo: Santos. 2006.
Técnicas radiográficas aplicadas à odontopediatria - 63
Capítulo 5 VOLTAR AO
Técnicas radiográficas aplicadas à odontopediatria SUMÁRIO
Método da Bissetriz
O método da bissetriz para o exame radiográfico periapical segue
os mesmos princípios da realização da técnica no adulto. Este método
produz uma imagem a partir da incidência do feixe central de raios-X
66 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Método do Paralelismo
Para a realização da técnica do paralelismo, o filme ficará posicio-
nado paralelamente ao longo eixo do dente e os feixes de raios-X devem
incidir perpendicularmente ao filme e ao longo eixo do elemento dental.
Técnicas radiográficas aplicadas à odontopediatria - 67
Figura 16 – Utilização do
posicionador radiográfico para
a tomada radiográfica periapical
infantil.
Fonte: Foto dos autores
____________________
Referências
GUEDES-PINTO, Antônio Carlos. ISSÁO, Myaki (in memoriam). Manual de
odontopediatria. 12. ed. São Paulo: Santos, 2013.
GUEDES-PINTO, Antônio Carlos. Odontopediatria. São Paulo: Santos, 2009.
Anestesia local em odontopediatria: técnicas e considerações básicas - 72
Capítulo 6 VOLTAR AO
Anestesia local em odontopediatria: SUMÁRIO
técnicas e considerações básicas
Introdução
O uso da anestesia local em odontopediatria é uma técnica bas-
tante utilizada tanto para poder executar procedimentos restauradores e
cirúrgicos quanto para o alívio e controle da dor.
No entanto, este simples procedimento pode desencadear mais
ansiedade e dor, e inclusive, dar origem a experiências traumáticas que
afetarão o comportamento do paciente nas próximas consultas odontoló-
gicas ao longo da vida. Estudos mostram que a ansiedade provocada pelo
procedimento anestésico em crianças reproduz as mesmas características
nos pacientes, independentemente do tempo de experiência clínica dos
diferentes profissionais. O objetivo deste guia é auxiliar quanto à tomada
de decisão ao que ser refere à utilização da anestesia local para controlar
a dor durante a prestação de cuidados de saúde oral em odontopediatria.
7 (adultos) 500 mg
Articaína 4% 72 mg
5 (crianças) 300 mg
Prilocaína 3% 6 400 mg 54 mg
Protocolo de administração
Anestesia tópica
A aplicação de um anestésico tópico (eficaz em 2-3 mm de pro-
fundidade) pode ajudar a minimizar o desconforto causado durante a
inserção da agulha. Entre os anestésicos tópicos, a benzocaína e a li-
docaína são os mais utilizados, estando disponíveis em concentrações
de até 20% e podem vir nas formas líquida, pulverização e gel. Em to-
dos os casos é preciso controlar a quantidade administrada para evitar
atingir vias faríngeas. As propriedades farmacológicas do agente tópi-
co devem ser compreendidas e consideradas no cálculo da quantidade
total de anestésico administrada. Especial atenção deve ser dada a pa-
cientes menores de 2 anos, os quais podem desenvolver metaemoglo-
binemia (Figura 22).
77 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Figura 28 – Sítio de punção para anestesia infiltrativa no maxilar superior (a). Regiões
inervadas pelo ramo alveolar anterior (verde), médio (amarelo) e posterior (azul).
Fonte: Foto do autor
Anestesia local em odontopediatria: técnicas e considerações básicas - 82
Figura 29 – Técnica para bloqueio do nervo alveolar superior. Vista frontal (a) e
lateral (b).
Fonte: Foto do autor
Toxicidade do anestésico
Erros na técnica de injeção (intravascular ou por quantidade) po-
dem desencadear efeitos tóxicos nas crianças mais comumente devido
ao seu menor peso corporal. Nos minutos imediatos à administração dos
anestésicos é inevitável acompanhar o paciente caso apareçam sinais do
sistema nervoso central e/ou cardiorrespiratórios típicos de intoxicação
por anestésicos.
Reações alérgicas
Diante da suspeita de hipersensibilidade durante a anamnese, o pa-
ciente deve ser encaminhado ao especialista.
Sinais e sintomas típicos de processos alérgicos devem ser imedia-
tamente identificados. Dentre suas reações podem ser observadas reações
cutâneas ou até mesmo choque anafilático nos casos graves. Dependendo
da urgência indica-se a administração de epinefrina e corticosteróides.
Parestesia
Parestesia é a persistência dos sintomas anestésicos além do tem-
po esperado. Pode ser causado por dano mecânico com a agulha duran-
te a injeção ou por hemorragias nas proximidades ao nervo. O paciente
e a família devem ser orientados e acompanhados durante o tempo que
dure esta reação (até 8 semanas).
Fratura da agulha
O condicionamento do paciente e o uso de materiais e técnicas
adequadas favorece a prevenção deste tipo de acidente.
Dicas e recomendações
Anestesia e gestação
O uso de anestésicos locais durante a gravidez, pós-parto e ama-
mentação devem ser devidamente gerenciados. Apesar do uso de anesté-
sicos locais durante a gravidez (e amamentação) ser considerado seguro,
deve-se evitar o uso de vasoconstritores (a duração do efeito anestésico
pode ser alterada) e prilocaína e articaína (metaemoglobinemia). A li-
docaína é considerada a mais segura inclusive durante a amamentação.
Agradecimentos
Ao Laboratório de Anatomia da UNINOVE, pelo empréstimo do
crânio sintético para ilustração deste capítulo.
____________________
Referências
GUEDES-PINTO, Antônio Carlos. ISSÁO, Myaki (in memoriam). Manual de
odontopediatria. 12. ed. São Paulo: Santos, 2013.
MALAMED, Stanley F. Handbook of local anesthesia. 6th ed. St Louis, Mo:
Mosby, 2013.
AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRIC DENTISTRY. Guideline use of
local anesthesia for pediatric dental patients. Pediatr Dent. v. 37, n. 5, p. 197-
203, Sept./Oct. 2015.
Terapêutica medicamentosa em odontopediatria - 88
Capítulo 7 VOLTAR AO
Terapêutica medicamentosa em odontopediatria SUMÁRIO
Importância da anamnese
Os recursos anamnéticos aplicados em Odontopediatria são vistos
em capítulo específico nesse manual, mas faz-se necessária uma breve
inserção de comentários sobre o tema voltado para terapêutica medica-
mentosa em criança. A anamnese é a base para o desenvolvimento e plane-
89 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Formas Sólidas
– Comprimidos – o princípio ativo é compactado formando
um comprimido, esses medicamentos podem ser fracionados
em menores quantidades;
– Drágeas – são comprimidos revestidos por uma camada de
polímero degradável;
– Cápsulas – são dispositivos feitos de polímeros
degradáveis, que carregam o princípio ativo no seu interior.
Formas Líquidas
As formas líquidas são preferidas na prescrição da terapêutica
medicamentosa em crianças. Podem ser:
– Emulsão – Duas sustâncias terapêuticas que não se diluem
entre si;
– Suspensão – As substâncias, após a diluição, formam um
liquido viscoso;
– Soluções – Duas substâncias homogêneas e de baixa
viscosidade.
Quadro 2 – Formas Farmacêuticas.
Fonte: Os autores
Fármacos e medicamentos
De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “fár-
maco é qualquer preparado farmacêutico” feito para os diferentes fins;
entre os fármacos utilizados na odontopediatria citamos o analgésico e
antinflamatório indicados para controle da dor, antibióticos e os anesté-
91 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
DI=75mg/dose
Terapêutica medicamentosa em odontopediatria - 96
25mg-----------1ml
75mg-----------X
Uso Interno
Data e Assinatura
Analgésico
Os analgésicos são fármacos indicados em odontopediatria para
prevenção e controle da dor de intensidade leve a moderada decorrentes
de intervenções de menor complexidade (Quadro 5). Os principais anal-
gésicos utilizados em odontopediatria são: o paracetamol e a dipirona.
– Exodontia simples
– Gengivectomia/ gengivoplastia
– Ulotomia/ ulectomia
– raspagem subgengival
– dentística restauradora
– terapia pulpar
– traumatismo dental de baixa intensidade
Quadro 5 – Intervenções de menor complexidade em odontopediatria.
Fonte: Os autores
No Pós-Operatório
• administrar a 1ª dose de paracetamol “gotas” (1gt/kg) ou so-
lução na concentração desejada, logo após a intervenção, com
doses de manutenção a cada 6h por 24 horas.
OU
• administrar a 1ª dose de dipirona “gotas” (½gt/kg) ou solução
na concentração desejada, logo após a intervenção, com doses
de manutenção a cada 4h não excedendo 4 doses em 24 horas.
Mais uma vez deve ser reforçado, sobre o uso do analgésico, que
todo analgésico indicado para criança deve ser prescrito por no máximo
24 horas e em caso da dor persistir devemos orientar o responsável pelo
paciente a retornar ao consultório para verificar se existe alguma ou-
tra intercorrência que está levando à manutenção do processo doloroso.
101 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Antinflamatório
Os antinflamatórios são fármacos indicados em odontopediatria
para a prevenção e controle da dor e edema de intensidade mais pronun-
ciada, decorrentes de intervenções de maior complexidade (Quadro 8).
Os principais medicamentos antinflamatórios utilizados em odontope-
diatria são: a dexametasona ou betametasona e o ibuprofeno.
No Pré-Operatório
o administrar dexametasona ou betametasona solução “gotas”
(0,5mg/ml) na dosagem de 1gt/kg de peso, em dose única, 45
minutos antes do procedimento.
Penicilinas Semissintéticas
Penicilina V (250mg/5ml)
Ampicilina (250mg/5ml)
Amoxicilina (125, 200, 250, 400, 500mg/5ml)
Cefalosporinas
Cefalexina (250mg/5ml)
Macrolídeos
Eritormicina (125, 250mg/5ml)
Claritromicina (125, 250mg/5ml)
Azitromicina (200mg/5ml)
Metronidazol
Benzoilmetronidazol (200mg/5ml)
Penicilinas Semissintéticas
• Penicilina V ou Ampicilina
Dose terapêutica em crianças = 15mg/kg/dose
Dose ataque =30mg/kg/dose única
Dose profilática = 250mg-1hora antes
Apresentação comercial = (concentração do antibiótico)/ml
Penicilina V ou Ampicilina 250/5ml
Posologia = 1 dose a cada 6 horas durante 7 dias
Marcas comerciais: Pen-Ve-Oral 80.000UI; Amplacilina 50mg/ml; Neo
Ampicilin 250mg/5ml
• Amoxicilina
Dose terapêutica em crianças = 20mg/kg/dose
Dose ataque = 40mg/kg/dose única
Dose profilática = 50mg/kg/1hora antes
Apresentação comercial = (concentração da amoxicilina)/ml
Amoxicilina 125, 200, 250, 400, 500mg/5ml
– Posologia = 1 dose a cada 8 horas durante 7 dias
– Marcas comerciais: Amoxil 125, 250, 500mg/5ml; Amoxil BD 200,
400mg/5ml; Novocilin 250, 400mg/5ml.
Macrolídeos
• Eritromicina
Dose terapêutica em crianças = 10mg/kg/dose
Dose ataque =20mg/kg/dose única
Dose profilática = 30mg/kg/1hora antes
Apresentação comercial = (concentração da eritromicina)/ml
Eritromicina (125 ou 250mg/5ml)
– Posologia = 1 dose a cada 6 horas durante 10 dias
– Marcas comerciais: Eritromicina 125 ou 250mg/5ml; Rubromicin 125
ou 250mg/5ml.
• Claritromicina
Dose terapêutica em crianças = 7,5mg/kg/dose
Dose ataque =15mg/kg/dose única
Dose profilática =20mg/kg/1hora antes
Apresentação comercial = (concentração da claritromicina)/ml
Claritromicina (25 ou 50mg/ml)
– Posologia = 1 dose a cada 12 horas durante 5 dias
– Marcas comerciais: Klaricid 25 e 50mg/ml
• Azitromicina
Dose terapêutica em crianças = 10mg/kg/dose
Dose ataque =20mg/kg/dose única
Dose profilática =15mg/kg/1hora antes
Apresentação comercial = (concentração da azitromicina)/ml
Azitromicina (200mg/5ml)
– Posologia = 1 dose a cada 24 horas durante 3 dias
– Marcas comerciais: Astro 200mg/5ml; Azitron 200mg/5ml; Selimax
40mg/ml.
Quadro 12 – Características dos Macrolídeos.
Fonte: Os autores
Terapêutica medicamentosa em odontopediatria - 108
Metronidazol
Benzoilmetronidazol
Dose terapêutica em crianças = 7,5mg/kg/dose
Dose ataque =15mg/kg/dose única
Dose profilática =15mg/kg/1hora antes
Apresentação comercial = (concentração do metronidazol)/ml
Metronidazol (40mg/ml)
– Posologia = 1 dose a cada 12 horas durante 5 dias
– Marcas comerciais: Flagyl 40mg/ml; Polibiotic 200mg/5ml.
Quadro 13 – Características dos Metronidazol.
Fonte: Os autores
Notas Finais
● Medicar a criança exige conhecimento dos medicamentos e seus po-
tenciais riscos/benefícios;
● A dose individual da criança sempre deve ser calculada em função da
dose terapêutica e do peso da criança;
● Soluções orais gotas apresentam regras práticas que facilitam a ad-
ministração ao paciente infantil;
● Todo medicamento indicado em odontopediatria deve ser emprega-
do de forma segura pelo profissional;
● As formas líquidas são as indicadas para o paciente infantil;
● O profissional sempre deve saber a indicação e a posologia dos
medicamentos.
● A quantidade de medicamento necessária para ter um efeito terapêu-
tico desejável deve ser calculada utilizando a regra de três simples;
● O receituário, onde será prescrito o medicamento, deverá ser feito em
três vias, a primeira para a farmácia, a segunda para os pacientes e a
terceira ficará no prontuário do paciente.
109 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Referências
BUSSADORI, Sandra Kalil. Remoção química e mecânica do tecido caria-
do: abordagem sobre o tratamento minimamente invasivo da doença cárie. São
Paulo: Santos, 2010.
GUEDES PINTO, Antonio Carlos. Odontopediatria. 8. ed. São Paulo: Santos,
2010.
CAMERON, Angus C; WIDMER, Richard P. Manual de odontopediatria. 3.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
ANDRADE, Eduardo Dias de; GROPPO, Francisco Carlos; VOLPATO, Maria
Cristina. Farmacologia, anestesiologia e terapêutica em odontologia. São
Paulo: Artes Médicas, 2013. (Série Abeno).
FONTOURA, Renato. Terapêutica e protocolos medicamentosos em odonto-
logia. Campinas: Napoleão, 2013.
ANDRADE, Eduardo Dias de. Terapêutica medicamentosa em odontologia.
3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2014.
MARSILLAC, Miriam de Waele Souchois de. Controle da dor, do medo e da
ansiedade em odontopediatria. São Paulo: Santos, 2014.
PEREIRA José Carlos; ANAUATE-NETTO Camilo; GONÇALVES Silvia
Alencar. Dentística: uma abordagem multisiciplinar. São Paulo: Artes Médicas,
2014.
Diagnóstico de lesões de cárie - 110
Capítulo 8 VOLTAR AO
Diagnóstico de lesões de cárie SUMÁRIO
Código Critério
0 Sadio
1 Primeira alteração visual em esmalte
2 Alteração visual nítida em esmalte
3 Quebra de esmalte localizada
4 Sombra na dentina subjacente
5 Cavidade nítida com dentina visível
6 Cavidade extensa com dentina visível
Fonte: adaptado do artigo “Detection and diagnosis of the early caries
lesion” (Gomez J, BMC Oral Health, 2015)
Speckle
O Speckle é uma nova técnica de diagnóstico na qual as caracte-
rísticas de luz coerente dispersa são exploradas. Esse tipo de técnica tem
sido estudado atualmente e permite a avaliação de características dinâmi-
cas nos tecidos usando um método não invasivo, não destrutivo, de custo
acessível e em tempo real. Isso tem estimulado a comunidade acadêmi-
ca em concentrar esforços no estudo deste método no domínio de tempo
(análise do Speckle dinâmico). Esse método aumenta o contraste entre o
tecido do dente sadio e do dente cariado através do estudo das mudanças
dos padrões do Speckle no domínio espacial (DEANA et al., 2013). Dessa
forma, a análise de imageamento do laser Speckle no domínio espacial
tem sido considerada como uma poderosa técnica de diagnóstico que for-
nece a informação na microestrutura da superfície. Através desta técnica,
é possível que uma lesão seja tão incipiente que não consiga ser detectada
na prática clínica, mesmo por um dentista treinado, além de ser sensível à
progressão de erosão do esmalte (KOSHOJI, et al., 2015).
____________________
Referências
AGUSTSDOTTIR Helga et al. Caries prevalence of permanent teeth: a national
survey of children in Iceland using ICDAS. Community Dent Oral Epidemiol,
v. 38, n.4, p. 299-309. Aug. 2010. Disponível em: <https://doi.org/10.1111
/j.1600-0528.2010.00538.x>.
ABDULAZIZ ALJEHANI; LIFANG YANG; XIE-QI SHI. In vitro quantifica-
tion of smooth surface caries with DIAGNOdent and the DIAGNOdent pen.
Acta Odontol Scand, v. 65, n. 1, p. 60-63, 2007. Disponível em: <http://dx.doi.
org/10.1080/00016350601058051>.
BADER, James D. et al. A systematic review of the performance of methods for
identifying carious lesions. J Public Health Dent, v. 62, n. 4, p. 201-213, Dec.
2002. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/j.1752-7325.2002.tb03446.x>.
115 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Capítulo 9 VOLTAR AO
O papel do flúor na prevenção e SUMÁRIO
tratamento da doença cárie
1. Meios coletivos
A água de abastecimento fluoretada é um meio coletivo de uso de
flúor. No Brasil, a fluoretação da água de abastecimento é lei e a sua im-
portância é comprovada cientificamente, quando observada que a preva-
lência de cárie é menor em locais com água fluoretada quando comparada
com locais sem fluoretação.
No passado acreditava-se que o flúor da água de abastecimento
poderia diminuir a solubilidade da estrutura dental quando ingerida e
incorporada à estrutura do dente quando este está em formação, porém,
como já abordado neste capítulo, não é o fluoreto incorporado à estrutura
que controla a perda mineral.
O que realmente ocorre é que após a ingestão da água fluoretada,
o fluoreto é absorvido e circula pelo sangue alcançando as glândulas sa-
livares e liberado na saliva constantemente. Uma vez presente na saliva,
seu mecanismo de ação é o mesmo descrito anteriormente neste capítulo.
2. Meios individuais
O dentifrício fluoretado é o meio mais racional de aplicação, pois
alia a oferta de flúor com o controle e desorganização do biofilme ca-
123 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
que não têm bom controle do biofilme com a escovação, que ingerem com
frequência carboidratos fermentáveis, alteração no fluxo salivar.
3. Meios profissionais
Alguns produtos apresentam alta concentração de flúor e devem
ser aplicados somente pelos profissionais. São eles: fluorfosfato acidu-
lado a 1,23% em gel ou espuma, fluoreto de sódio neutro a 2,0% em gel
ou espuma e verniz fluoretado (Figura 36). Esses materiais têm sua efi-
ciência comprovada cientificamente. Por apresentarem maior concen-
tração de fluoreto de cálcio também é maior, formando um reservatório
de flúor na superfície dental.
Toxicidade do flúor
Toxicidade aguda
Uma das maiores preocupações dos clínicos e dos pais em relação
ao uso de fluoreto é sua toxicidade. É importante saber se o flúor circu-
lante no sangue apresentará algum efeito colateral.
Os efeitos colaterais estão diretamente relacionados à ingestão ex-
cessiva do flúor, causando intoxicação. Quando usado corretamente, ne-
nhum método de utilização do flúor oferece qualquer risco ao paciente.
No entanto, se houver ingestão excessiva em uma única dose poderá ser
observada uma intoxicação aguda.
Os sintomas de intoxicação aguda incluem desde situações mais
leves como mal-estar gástrico e vômito até o óbito. Ao ser ingerido em
grande quantidade poderá causar inicialmente irritação gástrica e quan-
do é absorvido pelo organismo pode provocar hipersalivação, suor frio,
queda de pressão, arritmia cardíaca, coma e morte.
São conhecidas as doses provavelmente tóxicas (DPT) do flúor
e foram estabelecidas seguindo a dose de 5mg F/kg de peso corporal
da criança. Essa dose é considerada como limite máximo de risco. O
Quadro 25 apresenta a quantidade ideal de uso dos produtos fluoreta-
dos e a DPT, demonstrando a segurança do uso do flúor em odontologia,
mas cabe ressaltar que o profissional deve ficar atento ao utilizar produ-
tos com alta concentração.
129 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
____________________
Referências
CURY, J. A.; TENUTA, LMA. Evidencias para o uso de fluoretos em odontolo-
gia. Publicação Colgate-Palmolive. 2010. Disponível em <http://www.colgate-
profissional.com.br/LeadershipBR/ProfessionalEducation/Articles/Resources/
pdf/OBE4_Fluoretos.pdf>
GUEDES-PINTO, Antônio Carlos; ISSÁO, Myaki (in memoriam). Manual de
odontopediatria. 12. ed. São Paulo: Santos, 2013.
GUEDES-PINTO, Antônio Carlos. Odontopediatria. São Paulo: Santos, 2006.
131 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Capítulo 10 VOLTAR AO
Materiais dentários aplicados na odontopediatria SUMÁRIO
Classificação
Como descrito anteriormente, os CIVs foram classificados com
relação à sua indicação clínica e composição, como mostra o quadro a
seguir (Quadro 28)
Infiltrantes
As técnicas minimamente invasivas têm sido estudadas com o ob-
jetivo de desenvolver técnicas de intervenção mínimas para o tratamen-
to das lesões de cárie, e assim avaliar as possíveis opções de tratamento
menos invasivo a fim de diminuir a perda de tecido e o desconforto do
paciente (RAO E MALHOTRA, 2011). Com o advento da odontologia
restauradora minimamente invasiva, um novo material foi introduzido
no mercado a fim de suprir a necessidade de intervir nas lesões iniciais
de cárie em esmalte (lesões de mancha branca) através de métodos in-
vasivos ou operatórios (remoção mecânica da lesão através da utiliza-
ção de brocas). A ideia deste material é ocluir tanto quanto for possível
os poros das lesões de mancha branca com resinas de baixa viscosidade
a fim de criar uma barreira de difusão dentro da lesão, uma vez que as
porosidades das lesões de cárie em esmalte agem como caminhos de di-
fusão para os ácidos e minerais dissolvidos, e dessa forma a infiltração
pode ocluir esses caminhos e consequentemente conter ou até mesmo
impedir a progressão da lesão (MEYER-LUECKEL e PARIS 2008b;
PARIS et al, 2007a, b, c). Através de muitos estudos, os pesquisadores
Paris e Meyer-Lueckel (2010) confirmaram que a infiltração da lesão de
cárie impede que a lesão progrida eficientemente sem a necessidade da
restauração com resina composta ou a utilização de selantes. O uso de
selantes convencionais para o selamento da lesão de cárie se difere dos
infiltrantes pois uma camada de resina é criada apenas na superfície do
esmalte, enquanto que os infiltrantes têm como objetivo principal pene-
trar o corpo da lesão porosa com as resinas de baixa viscosidade, subse-
quentemente polimerizadas (PARIS et al, 2007b, MEYER-LUECKEL
e PARIS, 2008a). A princípio, estes materiais foram desenvolvidos para
a utilização em regiões interproximais dos dentes (MEYER-LUECKEL
e PARIS, 2008a; ALFAYA et al, 2012; ALTARABULSI et al, 2014),
entretanto, estudos têm sido realizados a fim de utilizá-los também nas
regiões oclusais dos dentes posteriores (LAUSCH et al., 2015; ARAÚJO
et al., 2013). Ainda, outros estudos estão sendo realizados a fim de mas-
carar algumas lesões de mancha branca ocasionadas por outros fatores
143 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
que não a lesão inicial de cárie em esmalte como alguns casos de fluo-
rose, manchas hipomineralizadas, etc (TIRLET et al, 2013; TORRES
e BORGES, 2015). Este material é conhecido comercialmente como
ICON® (DMG – Hamburg, Alemanha), e vem disposto em um kit com
os seguintes produtos: Icon-Etch®, Icon-Dry® e Icon-Infiltrant®. Sua
composição está descrita no quadro a seguir (Quadro 29).
Produtos Composição
Icon-Dry® Etanol
Matriz resinosa a base do monômero
Icon-Infiltrant® trietileno glicol dimetacrilato (TEGDMA),
aditivos e iniciadores
Quadro 29 – Produtos comercializados em conjunto no kit dos infiltrantes, e a
composição de cada um deles.
Fonte: Adaptado do site da DMG – http://br.dmg-dental.com/produtos/infiltrante-de-
carie/
Marca comercial
– Icon® – DMG
Materiais dentários aplicados na odontopediatria - 144
____________________
Referências
ALFAYA, Thays Almeida et al. Tratamento de cárie proximal com infiltran-
te de resina em paciente adolescente. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. v. 67, n.
1, p. 34-7, mar. 2013. Disponível em: <http://revodonto.bvsalud.org/scielo.
php?pid=S0004-52762013000100006&script=sci_arttext>.
ALTARABULSI, M. B. et al. Clinical safety, quality and effect of rein infil-
tration for proximal caries. Eur. J. Paediatr. Dent. v. 15, n. 1, p. 39-44, 2014.
Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24745591>.
ARAÚJO, G. S. et al. Evaluation of polymeriazation characteristics and pen-
etration into enamel caries lesions of experimental infiltrants. J. Dent. v. 41,
n. 11, p. 1014-19, Nov. 2013. Disponível em: <10.1016/j.jdent.2013.08.019>.
ARAUJO A. M. et al. Effect of cervitec on mutans streptococci in plaque and
on caries formation on occlusal fissures of erupting permanent molars. Caries
145 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Capítulo 11 VOLTAR AO
Procedimentos restauradores em odontopediatria SUMÁRIO
Materiais Restauradores
Amálgama de prata – é o material com maior durabilidade clínica e
apresenta alta resistência mastigatória e ao desgaste, porém, necessi-
ta de cavidades retentivas (requer conhecimento dos princípios de pre-
paros cavitários), está sujeito à corrosão e não é um material estético.
Resina composta – é um material estético e que possui adesividade (per-
mitindo que sejam realizados preparos mais conservadores), entretanto,
é um material que sofre contração de polimerização, tem baixa estabi-
lidade de cor e é contraindicada para pacientes com alto risco de cárie.
Cimento de ionômero de vidro (CIV) – é o material restaurador mais bio-
compatível, com adesividade ao dente, coeficiente de expansão térmico
linear semelhante ao da dentina e que pode ser considerado terapêutico,
152 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Tomada de Cor
Em caso de restaurações adesivas é necessário escolher a cor do
material a ser utilizado. Essa tomada de cor deve ser realizada sob luz
natural e previamente a colocação do isolamento absoluto, para que o
dente ainda esteja hidratado e para que a cor do lençol de borracha não
altere a cor do elemento dental.
Na dúvida entre mais de uma cor pode-se pegar pequenos in-
crementos (bolinhas) de resina composta e polimerizar sobre a face
vestibular do dente a ser restaurado ou do dente vizinho, o que é facil-
mente destacado com o auxílio de uma espátula ou explorador, já que
ainda não foi realizado condicionamento ácido ou aplicação de adesi-
vo na superfície.
Escolha do grampo
O grampo deve ser escolhido levando em consideração a estabili-
dade do isolamento. Sendo assim, ele deve permanecer preso ao dente
mesmo com a tensão do lençol de borracha ou quando em contato com
os tecidos moles da cavidade oral (língua, bochecha, lábios, etc.).
O grampo escolhido para o isolamento absoluto deve ser testado
antes da colocação do lençol de borracha devendo estar amarrado em
um pedaço de fio dental, para facilitar a sua remoção caso aconteça al-
guma situação inesperada.
Para a colocação do lençol de borracha no paciente recomenda-se
que o grampo escolhido seja colocado no lençol previamente perfurado
e adaptado ao dente com o auxílio da pinça porta-grampo. A pinça é en-
tão removida e o arco para lençol de borracha posicionado, fixando-se
as pontas do lençol nos pinos do arco.
Para um completo selamento do dente em que foi adaptado o gram-
po, é necessário liberar a borracha que ficou sobre as asas do grampo,
podendo ser utilizado um instrumental/espátula de ponta arredondada.
dendo em algumas vezes o preparo ser finalizado com uma única broca
(em preparos conservadores).
Preparo classe I
✓✓ Realiza-se o preparo com as brocas cabide no 329, 330, 245,
256 em alta rotação;
✓✓ A remoção da dentina cariada deve ser realizada com auxílio
de curetas de dentina e/ou brocas esféricas de diâmetro compa-
tível com o tamanho da lesão em baixa rotação;
✓✓ Para restauração em amálgama o esmalte sem suporte deve ser
removido, as paredes circundantes devem estar paralelas e a
pulpar plana;
✓✓ Em restaurações com resina composta, o preparo deve ser con-
servador, limitando-se, sempre que possível, à remoção do te-
cido cariado;
156 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Preparo classe II
✓✓ O preparo inicia-se da mesma forma que o preparo de classe
I, porém, neste caso rompe-se a crista marginal na mesial e/ou
distal;
✓✓ No término do preparo da caixa proximal, o ângulo formado
pela parede vestibular, lingual e axial deve ser um ângulo reto;
✓✓ As paredes vestibular e lingual devem ser ligeiramente conver-
gentes para a oclusal;
✓✓ Deve ser realizada a proteção do dente vizinho com matriz de
aço, para prevenir danos do dente adjacente durante o preparo
da caixa proximal;
✓✓ É necessário o uso de matriz, porta matriz e cunha para a
realização da restauração de classe II;
✓✓ Caso a superfície oclusal não esteja comprometida, pode-se
optar pelo preparo restrito a proximal e a restauração com re-
sina composta.
Preparo Classe IV
✓✓ Geralmente ocorre por trauma, mas também pode ocorrer por
lesões de cárie extensas;
✓✓ Deve ser realizada restauração estética;
✓✓ É necessário verificar se existe exposição pulpar e a vitalidade
pulpar previamente à restauração;
✓✓ Deve ser confeccionado um bisel no ângulo cavo-superficial
vestibular, utilizando-se pontas diamantadas tronco-cônicas,
anguladas entre 30 e 45o;
✓✓ Em casos de trauma pode ocorrer escurecimento do remanes-
cente dental.
Mínima intervenção
Com a evolução dos materiais restauradores, onde a retenção do
material na cavidade é realizada por adesividade, os preparos passaram
a ser mais conservadores, se restringindo somente à remoção do tecido
cariado, preservando assim, maior quantidade de tecido dental sadio.
A escolha de materiais adesivos para restaurar permite que os pre-
paros sejam mais irregulares e que em algumas situações se preserve o
esmalte sem suporte.
Considerando a nova filosofia de mínima intervenção, Mount &
Hume propuseram em 1997, uma nova classificação para os preparos
conservadores. Essa classificação avalia área (face) em que ocorre (1-
3) e o tamanho da lesão (0-4), conforme descrito nos Quadros 31 e 32.
Restaurações indiretas
Em alguns casos, onde a destruição do elemento dental foi muito
grande, a reconstrução do mesmo torna-se mais difícil de ser executa-
da com sucesso em uma única sessão, não só pela extensão da restau-
ração, mas também pelo tempo em que a criança permanece na cadeira
odontológica.
Nesses casos pode-se optar pela técnica indireta, onde após o pre-
paro cavitário é realizada a moldagem do paciente com material à base
de silicone para obtenção do modelo de trabalho, onde será confeccio-
nada a restauração em resina composta (inlay/onlay).
Por ser confeccionada sobre o modelo de trabalho torna-se mais
fácil a realização da escultura dental, do acabamento e polimento e é
possível realizar sessões mais curtas. Porém, como o procedimento deve
ser realizado em mais de uma sessão, após a moldagem é necessária a
colocação de um material provisório no preparo cavitário para proteção
do remanescente dental até a consulta seguinte.
____________________
Referências
CORRÊA, Maria Salete Nahás P. Odontopediatria na primeira infância. 3. ed.
São Paulo: Santos, 2009.
DEAN, Jeffrey A.; AVERY, David R. Odontopediatria para crianças e ado-
lescentes. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
GUEDES-PINTO, Antônio Carlos. Odontopediatria. 8. ed. São Paulo: Santos,
2010.
MOUNT, G. J. Minimal intervention dentistry: rationale of cavity design. Oper
Dent, v. 28, n. 1, p. 92-99, Jan./Feb. 2003. Disponível em: <https://www.ncbi.
nlm.nih.gov/pubmed/12540125>.
MOUNT, G. J., HUME, W.R. A revised classification of carious lesions by site
and size. Quintessence Int. v. 28, n. 5, p. 301-303, May 1997. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9452692>.
Tratamento endodôntico de dentes decíduos - 160
Capítulo 12 VOLTAR AO
Tratamento endodôntico de dentes decíduos SUMÁRIO
● Ausência de mobilidade
● Ciclo biológico compatível
● Ausência de alterações na imagem radiográfica
Pulpotomia
Em alguns casos, o tratamento indicado para os dentes decíduos
é a pulpotomia, que consiste na remoção cirúrgica da polpa coronária
com posterior deposição de medicamento no remanescente pulpar radi-
cular vital, de maneira a manter a vitalidade dessa polpa radicular e per-
mitir que o dente decíduo conclua seu ciclo biológico da maneira mais
natural até a esfoliação.
Indicações da pulpotomia:
PULPOTOMIA
Técnica ✓✓ Anestesia
✓✓ Isolamento absoluto
✓✓ Remoção de todo o tecido cariado
✓✓ Remoção do teto da câmara pulpar e exibição da
polpa coronária
✓✓ Pulpotomia com curetas estéreis afiadas
✓✓ Hemostasia com penso de algodão estéril sob
pressão
✓✓ Colocação do medicamento biocompatível: Pasta
Guedes-Pinto, hidróxido de cálcio, MTA, pastas
iodoformadas,
✓✓ Colocação de uma camada de guta-percha em bas-
tão para proteção
✓✓ Restaurar com material que proteja contra
microinfiltrações
✓✓ Acompanhamento clínico e radiográfico até
Proservação
esfoliação
Quadro 36 – Técnica para realização da pulpotomia em dentes decíduos.
Fonte: Os autores
167 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Pulpectomia
A pulpectomia é o tratamento mais radical em relação ao tecido
pulpar. Quando a polpa está em estágio avançado de inflamação de ma-
neira irreversível, realiza-se a extirpação da polpa radicular ainda com
vitalidade. Quando o tecido pulpar já se apresenta necrótico, nesta técni-
ca realiza-se a remoção do tecido necrosado e a limpeza de todo o con-
duto radicular.
O tratamento radical está indicado nos seguintes casos:
PULPECTOMIA
Técnica ✓✓ anestesia
✓✓ isolamento absoluto
✓✓ abertura da câmara coronária
✓✓ esvaziamento da câmara coronária com auxílio da
cureta
✓✓ irrigação com hipoclorito
✓✓ localização dos canais radiculares
✓✓ extirpação da polpa radicular (Figura 44) (com vita-
lidade) ou esvaziamento do conduto (necrose pulpar)
✓✓ instrumentação com lima tipo Kerr (1+2) de diâme-
tro proporcional (Figura 45)
✓✓ irrigação e aspiração concomitante (Figura 46)
✓✓ secagem por sucção
✓✓ secagem com cones de papel (Figura 47)
✓✓ obturação dos canais com material reabsorvível
(Figura 48) como a Pasta Guedes-Pinto, pastas io-
doformadas, hidróxido de cálcio ou óxido de zinco
e eugenol não reforçado.
✓✓ base de guta percha
✓✓ selamento
✓✓ restauração com material que proteja contra microin-
filtrações (Figura 47)
Proservação Acompanhamento clínico e radiográfico até esfoliação
Quadro 37 – Técnica para a realização da pulpectomia.
Fonte: Os autores
Tratamento endodôntico de dentes decíduos - 170
____________________
Referências
GUEDES-PINTO, Antônio Carlos. ISSÁO, Myaki (in memoriam). Manual de
odontopediatria. 12. ed. São Paulo: Santos, 2013.
GUEDES-PINTO, Antônio Carlos. Odontopediatria. 8. ed. São Paulo: Santos,
2010.
IMPARATO, J.C.P. et al. Anuário de odontopediatria clínica. São Paulo:
Napoleão, 2013. v. 1.
PINHEIRO, Helder Henrique Costa et al. Terapia endodôntica em dentes de-
cíduos por odontopediatras. Pesq. Bras. Odontopediatria Clín. Integr., João
Pessoa, v. 13, n. 4, out./dez. 2013. Disponível em: <http://revista.uepb.edu.br/
index.php/pboci/article/viewFile/1775/pdf_20>.
Procedimentos cirúrgicos em odontopediatria - 175
Capítulo 13 VOLTAR AO
Procedimentos cirúrgicos em odontopediatria SUMÁRIO
Introdução
Esse capítulo aborda os procedimentos e protocolos cirúrgicos re-
alizados em crianças. Os procedimentos que serão descritos são aqueles
passíveis de serem realizados sob anestesia local, no ambiente do con-
sultório odontológico.
Entre os procedimentos cirúrgicos realizados em crianças, a exo-
dontia talvez seja o que ocorre com maior frequência, por isso será a
base para entendimento dos princípios básicos cirúrgicos, das diferen-
tes complexidades e abordagem cirúrgica da criança.
Para que se tenha sucesso no tratamento odontológico cirúrgico
da criança, todos os pontos fundamentais à prática da cirurgia devem ser
considerados, seja relacionado às condições morfofuncionais, às patoló-
gicas específicas ou às questões comportamentais.
Conceitualmente a cirurgia é uma modalidade de terapêutica prati-
cada de forma manual com o auxílio de instrumentos apropriados que por
meio de manobras, permitem o rompimento da solução de continuidade
dos tecidos bucais, levando a resolução para determinadas patologias.
Essa modalidade tem particularidades quando realizada em pacientes
crianças, como: as diferenças anatômicas, a anestesia local específica,
manejo da criança, entre outras que serão descritas desse manual.
176 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
A B
C D
Para a maior parte das situações clínicas a cirurgia deve ser sem-
pre considerada como a última modalidade terapêutica utilizada, sendo
priorizadas as modalidades conservadoras de tratamento. Existem várias
situações clínicas inerentes à cirurgia em odontopediatria que indica-se,
por ex., a exodontia de um dente, mas alguns aspectos devem ser pen-
sados antes de realizar a sua remoção, como acontece com dentes não
irrompidos e que não terão espaço para irromper se for removido pre-
cocemente o dente decíduo.
178 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
A B
C D
uso do fórceps;
uso de elevadores;
com odontossecção com instrumentos rotatórios;
com osteotomia alveolar;
pela combinação das técnicas.
Manobra de Odontosecção
O seccionamento das raízes dos dentes decíduos é uma manobra
que se bem realizada auxilia o profissional em exodontias de maior com-
plexidade. A odontossecção tem como objetivos:
• fraturas coronárias;
• fraturas radiculares;
• sangramento abundante;
• traumatismo e/ou avulsão do germe do dente permanente.
A B
C D
E F
Figura 57 – Ilustração mostrando a remoção cirúrgica de odontoma composto localizado
na região anterior superior. A – Aspecto clínico intrabucal, pode-se verificar o abaulamento
na região do incisivo central direito. B– Aspecto radiográfico mostra com detalhes o
posicionamento e as várias estruturas semelhantes ao dente. C – Após a anestesia foi
realizada a incisão. D – Descolamento do tecido e luxação para a exérese dos dentículos.
E – Odontoma removido. F – Sutura do retalho em posição.
Fonte: Os autores
Procedimentos cirúrgicos em odontopediatria - 191
A B
C D
E F
Figura 58 – Ilustração da sequência cirúrgica para remoção do freio teto labial superior.
A – Caso clínico inicial, mostrando a presença de um freio labial superior volumoso.
B – Após a anestesia bilateral da região, faz-se duas incisões uma de cada lado na base
do freio, com bisturi angulado a 45o. C – Freio liberado do tecido ósseo. D – Divulsão
da mucosa e musculatura com tesoura. E – Sutura da ferida cirúrgica. F – Aspecto
clínico no pós-operatório de 7 dias.
Fonte: Os autores
192 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
A B
C D
Recomendaçãos pós-operatória
O pós-operatório em odontopediatria, geralmente é feito com reco-
mendações básicas por no mínimo três dias sobre: – restrição alimentar
que dever envolver orientações limitando a ingestão de alimento quente
e de consistência endurecida; – limitação do esforço físico; – uso corre-
to de uma terapia medicamentosa quando indicada. Os medicamentos
analgésicos prescritos de forma adequada são capazes de controlar a dor
mais intensa no primeiro dia de pós-operatório.
Procedimentos cirúrgicos em odontopediatria - 193
Usar a oclusão de gaze sob pressão parece ser efetiva para a he-
mostasia da região.
Os pais ou responsáveis devem ser orientados quanto ao tipo de
alimento, de preferência líquidos e frios, administrado nas primeiras 24
horas. Assim como comunicar qualquer ocorrência pós-operatória que
julgarem vinculados ao procedimento cirúrgico.
____________________
Referências
CAMERON, Angus C; WIDMER, Richard P. Manual de odontopediatria. 3.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
DUARTE, Danilo Antonio. Lesões traumáticas em dentes decíduos: tratamen-
to e controle. São Paulo: Santos, 2001. (Caderno de Odontopediatria).
FERJESKOV, O; KIDD, E. Cárie Dentária: a doença e seu tratamento clíni-
co. 2. ed. São Paulo: Santos, 2013.
GUEDES-PINTO, Antônio Carlos. Odontopediatria. 8. ed. São Paulo: Santos,
2010.
HUBERTUS, J. W. Odontopediatria: atlas colorido de odontologia. São Paulo:
Artmed, 2002.
SANT’ANNA, G. R. Cariologia: diagnóstico, controle e tratamento. São Paulo:
Santos, 2001. (Caderno de Odontopediatria).
WELBURY, R. R; DUGGAL, M. S.; HOSEY, M. T. Odontopediatria. 3. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
Remoção química e mecânica da cárie - 194
Capítulo 14 VOLTAR AO
Remoção química e mecânica da cárie SUMÁRIO
Procedimento
Periapical e/ou interproximal Radiografia Inicial
Com pedra–pomes e água ou com pasta profilática Profilaxia
Relativo (afastador de lábios, rolete de algodão e Isolamento
sugador de saliva)
Colocar o gel em pote Dappen e aplicar na Aplicação do gel na
cavidade por meio da própria cureta cavidade
30 a 40 segundos para lesões de cárie ativa Tempo para ação
40 a 60 segundos para lesões de cárie inativa do gel
Realizada por movimentos pendulares de Raspagem da
raspagem, com curetas sem corte dentina cariada
Sempre que houver necessidade, até remoção do Reaplicação do gel
tecido cariado (presença de “lascas” de dentina)
Inspeção visual da dentina remanescente e com Avaliação clínica
instrumental sem corte
Por meio de jatos de água ou bolinha de algodão Lavagem da
com água. Pode-se limpar a cavidade com bolinha cavidade
de algodão e digluconato de clorexidina 1 ou 2%.
Pode ser feita com qualquer material restaurador, Restauração
seguindo-se as normas do fabricante.
Acompanhamento clínico e radiográfico do dente/ Preservação
restauração
Quadro 43 – Protocolo de utilização do gel Papacárie®.
Fonte: Os autores
197 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Referências
ABDELNUR, J. A. et al. Strategies for addressing restorative challenges in
HIV-infected children. J Dent Child (Chic). v. 75, n. 1, p. 69-73, Jan./Apr. 2008.
Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18505652>.
AMMARI, Michelle Mikhael; MOLITERNO, Luiz Flávio Martins. Remoção
química e mecânica da cárie: evidências atuais. Rev. bras. odontol. v. 62, n.
1-2, p. 125-127, 2005.
BANERJEE, A.; WATSON, T.; KIDD, E. Conservative dentistry: dentine exca-
vation: a review of current clinical techniques. Br Dent J. n. 188, p. 476-82, 2000.
Disponível em: <http://www.nature.com/bdj/journal/v188/n9/full/4800515a.html>.
BUSSADORI, S. K.; CASTRO, L. C.; GALVÃO, A. C. Papain gel: a new che-
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Winter 2005. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16491964>.
BUSSADORI, S. K. et al. Utilização do gel à base de papaína para remoção
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BUSSADORI, S. K.; SILVA, L. R; GUEDES, C. C. Utilização do Papacárie
para remoção química e mecânica do tecido cariado. In: IMPARATO, J. C.
P. Tratamento restaurador atraumatico: técnica de mínima intervenção para o
tratamento da doença cárie dentária. Curitiba: Maio, 2005.
BUSSADORI, S. K. et al. Chemo-Mechanical Caries Removal with Papacarie
(TM): Case Series with 84 Reports and 12 Months of Follow-up. J Contemp
Dent Pract. v. 15, n. 2, p. 250-3, Mar. 2014. Disponível em:<https://www.ncbi.
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CARNEIRO, R. V. N. S.; BEATRICE, L. C. S. Avaliação do grau de conhe-
cimento dos cirurgiões-dentistas do Grande Recife sobre o sistema Carisolv.
International Journal of Dentistry – Recife, v. 3, n. 1, p. 303-07, 2004. Disponível
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MATSUMOTO, S. F. B. et al. Assessment of chemomechanical removal
of carious lesions using Papacarie Duo™: Randomized longitudinal clini-
cal trial. Indian J Dent Res, v. 24, n. 4, p. 488-492, 2013. Disponível em:
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199 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
Os Autores VOLTAR AO
SUMÁRIO
Sandra Kalil Bussadori
Pós-Doutora em Pediatria pela UNIFESP/EPM, Mestre em materiais
dentários e doutora em Odontopediatria pela FOUSP, Especialista
em Odontopediatria, Professora dos Programas de Pós-Gaduação em
Ciências da Reabilitação e Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde
e do Curso de Odontologia da UNINOVE.
Eugênio Garcia
Especialista e Mestre em Dentística Restauradora, UEPG. Doutor e
Pós-Doutor em Materiais Dentários, FOUSP. Pós-Doutor em Ciências
da REABILITAÇÃO, UNINOVE. Professor do Curso de Odontologia
da UNINOVE.