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O QUE SÃO RADIAÇÕES

O fenômeno físico da radiação pode ser definido como energia em movimento, ou seja,
a propagação ou trânsito de uma partícula ou onda eletromagnética entre um ponto e
outro do espaço, seja através do vácuo ou de um meio material qualquer.

Sua fonte pode ser natural, como a luz do Sol, ou artificial, quando emitida por
equipamentos utilizados em procedimentos médicos e industriais que emitem, por
exemplo, os chamados raios-X.

Ao propagar-se, a energia interage com a matéria e com os corpos localizados no


ambiente que desenvolvem sua trajetória e, assim, deposita neles uma determinada
quantidade ou dose de energia, dependendo do tipo de radiação e do meio em que se
propaga.

Classificação das radiações


Em geral, a radiação pode ser classificada em duas categorias principais, conforme o
elemento condutor de energia a ela relacionado. São elas:

1-Radiação corpuscular, propagada por meio de partículas subatômicas, como


elétrons, prótons e nêutrons, e caracterizada por sua carga, massa e velocidade.

1-Radiação eletromagnética, que se propaga através de um campo elétrico e


magnético, na forma de uma onda eletromagnética, caracterizada por seu comprimento
de onda ou sua frequência que caracterizam as diferentes faixas do espectro
eletromagnético.

Outras classificações adotadas cientificamente levam em conta, ainda, a fonte, os efeitos


e o tipo de radiação. Em relação a suas fontes emissoras, é possível distinguir, por
exemplo, a radiação solar, emitida por uma estrela, como o Sol, e a radioatividade de
certos elementos químicos que, natural ou artificialmente, são capazes de emitir energia.

Já em relação aos efeitos gerados, as radiações podem ser classificadas como


ionizantes ou não ionizantes.

Diferença entre a radiação ionizante e a radiação não ionizante


Radiação ionizante, em geral, é aquela que tem energia suficiente para provocar
ionização em átomos e moléculas, tornando eletricamente carregado o meio físico em
que penetra. Alguns tipos de radiação ionizante são as partículas alfa e beta, os raios
gama, raios-X.

Radiação não ionizante, em contrapartida, possui níveis de energia mais baixos e, por
isso, geralmente, não são capazes de produzir efeitos elétricos significativos em átomos
e moléculas. Exemplos comuns de radiação não ionizante são a luz visível, as ondas de
rádio e microondas.
Por fim, as radiações também podem ser classificadas de acordo com seus diversos
tipos, ou características energéticas. Eles incluem as radiações alfa, beta, gama, raios-
X e de nêutrons. Veja, a seguir, o que caracteriza cada um desses tipos de radiação:

Radiação alfa (α): também chamada de partícula alfa, é derivada do elemento hélio,
sendo produzida principalmente nos decaimentos de elementos como o urânio, rádio,
plutônio e tório; têm alcance pequeno e velocidade relativamente baixa, podendo ser
facilmente blindadas, por exemplo, com uma simples folha de papel.

Radiação beta (β): mais penetrantes do que as partículas alfa, a radiação beta constitui-
se por elétrons emitidos através do núcleo estável de um átomo e perde energia ao
passar por um meio material, ionizando, assim, os átomos localizados em sua trajetória;
tem alta velocidade e podem ser blindadas com alumínio ou plástico.

Radiação gama (γ): trata-se de uma onda eletromagnética de alta frequência, que se
propaga à velocidade da luz, com alto poder de penetração; é produzida por elementos
radioativos, em processos subatômicos e fenômenos astrofísicos. Ao atravessar uma
substância, a radiação gama penetra na matéria mais profundamente do que os tipos alfa
e beta e se choca com suas moléculas, podendo causar danos ao núcleo das células.

Radiação X: também chamada de raios-X, é uma onda eletromagnética de


comprimento pequeno, com características físicas e poder de penetração semelhantes às
dos raios gama, mas diferindo destes por se formarem fora, e não dentro, do núcleo
atômico; são amplamente usados na área da saúde, para realização de exames médicos
de diagnóstico por imagem; assim como os raios gama, podem ser blindados com uso
de chumbo.

Nêutrons: são partículas elementares eletricamente neutras (daí o seu nome), porém
capazes de transferir energia indiretamente para outras partículas, produzindo ionização;
a radiação de nêutrons propaga-se por grandes distâncias até atingir, penetrar e interagir
fisicamente com o núcleo dos átomos e pode ser blindada com água, concreto, parafina
e outros materiais ricos em hidrogênio.

APLICAÇÕES DAS RADIAÇÕES IONIZANTES

As radiações ionizantes e as tecnologias delas derivadas possuem múltiplas aplicações


em diversos contextos profissionais e por isso assumem, há décadas, uma importância
econômica crucial, sobretudo na área da saúde e em setores científicos e industriais, por
exemplo, em hospitais, clínicas, fábricas, usinas e instituições de ensino e pesquisa.

O uso de radiações ionizantes na medicina teve início ainda na primeira metade do


século 20, ao mesmo tempo em que se desenvolviam estudos mais detalhados sobre
suas propriedades físico-químicas e os efeitos de sua aplicação em práticas de
diagnóstico e tratamento. A partir dos anos 1930, nos Estados Unidos, essas aplicações
passaram a estar sujeitas a regulações governamentais, considerando a exposição de
humanos à radiação.
O emprego de raios-X em técnicas de diagnóstico por imagens está, até hoje, entre as
aplicações mais comuns e disseminadas de radiações ionizantes em contextos
profissionais, constituindo inclusive uma especialidade médica, a radiologia. Elas
também estão presentes na tomografia computadorizada e em práticas de medicina
nuclear com o uso de radionuclídeos, uma espécie de átomo instável que degenera para
emitir radiações ionizantes. Na área terapêutica, o uso de radiação também se destaca,
por exemplo, na radioterapia para combate ao câncer, incluindo o uso de fontes
emissoras de raios gama.

Na indústria, radiações ionizantes podem ser aplicadas como métodos para medição de
níveis, espessuras e alterações nas propriedades físicas, na composição e na
caracterização de materiais empregados em processos produtivos. Um exemplo é a
técnica de radiografia de peças metálicas, também chamada de gamagrafia industrial,
adotada por empresas aéreas para inspecionar asas e turbinas de aviões e verificar se há
fadiga no material; ou então, na construção de gasodutos, para detectar defeitos como
bolhas e rachaduras em soldas ou na tubulação. Outra forma de aplicação industrial é o
uso de radioisótopos para detectar vazamentos hidráulicos, para medir a espessura e
indicar falhas em lâminas metálicas, ou medir o desgaste de frisos de pneus.

Esse interesse econômico vai ainda além. No setor da construção civil, radiações
ajudam a monitorar a segurança de instalações e equipamentos e, assim, a prevenir
acidentes. Na agricultura, elas são aplicadas como técnicas de conservação biológica e
seleção de material genético. Também se utilizam essas fontes de energia para a
definição de padrões em metrologia, com relógios de alta precisão, e em atividades de
segurança, para controle de fronteiras, detecção de fumaça e prevenção de incêndios.
Usinas nucleares empregam radiação para a geração de energia elétrica. Universidades e
institutos de pesquisa também as utilizam em diversas áreas de investigação científica,
gerando novas tecnologias e produzindo conhecimento.

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