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27/01/2020

RADIAÇÕES

Radiações

“O Homem está exposto a radiações desde que existe. Está exposto a radiação visível
proveniente do sol acompanhada de radiação invisível, os ultravioleta e os
infravermelhos. Estas radiações são ondas eletromagnéticas, como são também as
ondas rádio, os raios X e os raios gama.”

Miguel, A. (2014) Manual de Higiene e Segurança no Trabalho. 13ª Edição, Porto Editora

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Enquadramento Legal

Lei n.º 3/2014, de 28 de janeiro – Regime Jurídico da Promoção da Segurança e


Saúde no Trabalho

as “atividades que impliquem a exposição a radiações ionizantes” são consideradas de “risco elevado” e “suscetíveis
de implicar riscos para o património genético” dado que podem “causar efeitos genéticos hereditários, efeitos
prejudiciais não hereditários na progenitura ou atentar contra as funções e capacidades reprodutoras masculinas ou
femininas”.

Enquadramento Legal

Decreto-Lei n.º 108/2018, de 3 de dezembro, que estabelece o regime jurídico da


proteção radiológica, transpondo a Diretiva 2013/59/EURATOM, alterado pela
Declaração de Retificação n.º 4/2019, de 31 de janeiro

Consultar legislação em www.act-gov.pt

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Definição - Radiação

Radiação é um modo de propagação de energia no espaço, sob a


forma de ondas eletromagnéticas ou de partículas.

Campo Eletromagnético

Campo eletromagnético é um campo composto por dois vetores campo: o campo elétrico e o campo magnético.

Estes dois campos propagam-se de um modo ondulatório, transversalmente, perpendiculares um em relação


ao outro.

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Onda Eletromagnética

Espetro Eletromagnético
Dá-se o nome de espectro eletromagnético à faixa de frequências e
respetivos comprimentos de onda que caraterizam todas as formas de
radiação eletromagnética.

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Definição - Radiação

Átomo

Um núcleo instável acaba por libertar o excesso de energia através da emissão de


radiações.
No momento da desintegração, um núcleo pode libertar diferentes tipos de radiações:
alfa (partículas), beta (partículas) e gama (onda eletromagnética).

Definição - Radioatividade

Alguns átomos (como, por exemplo, os do urânio, do rádio e do tório), ao serem


“instáveis” perdem constantemente partículas (e.g. alfa, beta), transformando-se
sucessivamente noutros elementos até alcançarem a estabilidade.

Para atingir a estabilidade, um átomo pode libertar energia.

Este fenómeno é designado de radioatividade e resulta na emissão espontânea de


radiação ionizante

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Radiação

As radiações só podem ser detetadas e caraterizadas devido à sua interação


com a matéria na qual se propagam. No decorrer dessas interações, estas
podem ceder ao meio que atravessam, a totalidade ou uma parte da sua
energia. O meio absorvente sofre modificações devido à passagem destas
radiações.

A classificação das radiações baseia-se nos efeitos dessas radiações sobre a


matéria.

Tipos - Radiação

De acordo com a sua capacidade de interagir com a matéria (quantidade de energia),


podem ser:

Radiações Ionizantes;

Radiações Não Ionizantes.

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Tipos - Radiação
Radiações Ionizantes

Transferência de energia sob a forma de partículas ou ondas eletromagnéticas com um λ


igual ou inferior a 100 nm ou uma frequência igual ou superior a 3 × 1015 Hz e capaz de
produzir iões direta ou indiretamente.
Devido ao seu alto poder energético têm a capacidade para ionizar a matéria biológica,
ao incidir sobre ela.

Exemplos:
Raios X
Raios γ
Partículas α
Partículas β

Tipos - Radiação
Radiações Não Ionizantes

Estas radiações possuem relativamente baixa energia e ao incidir sobre a matéria


biológica não conseguem provocar uma ionização.

Exemplos:
• Radiação ultravioleta
• Radiação visível
• Radiação Infravermelha
• Microondas
• Radiofrequência
• Laser

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Radiações Ionizantes
São as que possuem energia suficiente para arrancar um eletrão a um átomo do meio absorvente,
transformando-o num ião positivo.
Existem dois tipos de radiações ionizantes:

• Radiações corpusculares: são partículas de elevada energia, como por exemplo, raios alfa, raios beta;

• Radiações eletromagnéticas: raios X e raios gama quando penetram no organismo a sua energia é
absorvida pelos tecidos, o que pode ocasionar efeitos nocivos graves.

Tipos - Radiação

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Fontes de Radiações Ionizantes


Fontes naturais

Alguns minérios e solos, especialmente os solos graníticos, como os da região da Guarda.

Não só os trabalhadores ocupacionalmente expostos estão sujeitos a interações


radioativas, mas também o público está exposto a radiações quer originárias de fontes
naturais (ex: radão), quer usadas para detetar e tratar doenças.

Por exemplo, o pessoal navegante a altas altitudes em voos de longo curso estão expostos
à radiação cósmica (Os neutrões estão presentes na atmosfera a elevadas altitudes. Os
neutrões são indiretamente ionizantes, devido à sua interação com os núcleos dos
átomos, gerando assim radiação)

Fontes de Radiações Ionizantes


RADÃO

• O gás radão é um gás incolor e inodoro, pelo que é


impossível de o detetar sem equipamento apropriado.

• É um dos produtos de decaimento de urânio,


naturalmente presente no solo mas com tendência a
existir em maior concentrações em solos graníticos.

• Como é gasoso, ao contrário dos outros produtos de


decaimento do urânio, ele liberta-se para a atmosfera.

• No ar exterior, ele existe bastante diluído. Já nos


edifícios, ele acumula-se e pode atingir
concentrações elevadas.

Concentrações médias de radão que o Instituto Tecnológico Nuclear de Portugal - ITN -


definiu, através de medições em 4200 edifícios, para o território de Portugal continental.

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Fontes de Radiações Ionizantes

Fontes artificiais

• Centrais nucleares, equipamentos médicos e industrias, equipamentos de investigação


científica como os microscópios eletrónicos e aceleradores de partículas, aparelhos
elétricos de grande tensão, entre outros.

• Algumas atividades industrias, tais como a produção de cerâmica refratárias, a


combustão de carvão em centrais térmicas ou ainda o tratamento de minérios de
estanho, alumínio, etc utilizam matérias primas contendo naturalmente
radionuclídeos da família do uranio e do tório. A manipulação e a transformação
destas matérias podem gerar um aumento notável da exposição de trabalhadores ou
de populações.

Fontes de Radiações Ionizantes

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Sensibilidade a Radiações Ionizantes

Efeitos - Radiações Ionizantes


Os efeitos sobre a saúde dos trabalhadores são vários:

• Incidências sobre o sistema reprodutor;


• Lesões no cérebro e espinal medula;
• Lesões na pele (radiodermite);
• As principais consequências das radiações ionizantes são ao nível da alteração da
estrutura molecular das células, alterando a composição dos genes ou rompendo
os cromossomas e a desintegração das células vivas.

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Efeitos - Radiações Ionizantes

Na interação da radiação ionizante com a matéria, podem ocorrer diferentes


resultados, designadamente:

A. A radiação ionizante pode atravessar a matéria sem sofrer interação com a mesma
e sem causar danos;

B. A radiação ionizante pode danificar a célula, mas esta é reparada adequadamente


pelo organismo;

Efeitos - Radiações Ionizantes


Na interação da radiação ionizante com a matéria, podem ocorrer diferentes
resultados, designadamente:

C. A radiação ionizante pode matar a célula ou impedir que esta se reproduza, mas
sem provocar danos aos tecidos; contudo, quando o número de células afetadas pela
radiação ionizante é suficientemente grande, o funcionamento do tecido/órgão
irradiado poderá ficar comprometido - efeitos determinísticos. A gravidade dos
danos aumenta com a dose.

D. A radiação ionizante desencadeia uma modificação do material genético da célula


irradiada (quebras simples, duplas e alterações de base) que poderá conduzir a
aberrações, rearranjos ou mutações celulares - efeitos estocásticos. A sua gravidade é
independente da dose.

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Radiações Ionizantes

O impacto da radiação no trabalhador exposto depende da dose absorvida – efeito


determinístico, ou seja:

• da quantidade de energia absorvida por unidade de massa;


• da quantidade de radiação emitida;
• da natureza dos tecidos irradiados;
• da suscetibilidade das pessoas expostas;
• da duração da exposição.

Efeitos - Radiações Ionizantes

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Efeitos - Radiações Ionizantes

Doenças Profissionais - Radiações Ionizantes

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Exposição Profissional a Radiações Ionizantes

Conceito de “trabalhador exposto”

A exposição profissional pode ocorrer em diversas situações de trabalho e


normalmente, mesmo quando o trabalho é realizado de forma segura, os
trabalhadores envolvidos recebem, inevitavelmente, exposições regulares de
pequenas doses de radiação, sendo por isso designados de “trabalhadores
expostos” no quadro legal da proteção radiológica.

Exposição Profissional a Radiações Ionizantes

Trabalhador exposto

Pessoa submetida durante o trabalho, por conta própria ou de outrem, a uma


exposição decorrente de práticas abrangidas pelo presente decreto-lei, suscetíveis
de resultar numa dose superior a qualquer um dos limites de dose fixados para os
membros do público.

Decreto-Lei n.º 108/2018 de 3 de dezembro

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Exposição Profissional a Radiações Ionizantes

Radiações Ionizantes – Limites de dose


Encontram-se legalmente estabelecidos, pelo Decreto-Lei nº 108/2018, de 3 de
dezembro, limites de dose para 4 grandes grupos:

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Radiações Ionizantes – Limites de dose

Dose Equivalente (HT):


A dose absorvida no órgão ou tecido do corpo humano, ponderada em função do tipo e
qualidade da radiação. Unidades Sievert (Sv)

Dose Efetiva (E):


É a soma das doses equivalentes ponderadas em todos os tecidos e órgãos do corpo
resultantes da exposição interna e externa. Unidades Sievert (Sv)

«Sievert», designação especial da unidade de dose equivalente e de dose efetiva, que


equivale a um Joule por quilograma, e é definida por: 1 Sv = 1 J kg -1;

Radiações Ionizantes – Limites de dose


Classificação dos trabalhadores expostos, aprendizes e estudantes
1 - Para efeitos de monitorização e controlo, os trabalhadores expostos são classificados pelo titular ou, no caso de
trabalhadores externos, pela entidade empregadora, em duas categorias diferentes:

a) Categoria A: os trabalhadores expostos suscetíveis de receberem uma dose efetiva superior a 6 mSv por
ano, ou uma dose equivalente superior a 15 mSv por ano para o cristalino do olho ou superior a 150 mSv por ano
para a pele e as extremidades dos membros;

b) Categoria B: os trabalhadores expostos não classificados como trabalhadores expostos da categoria A.

2 - A classificação prevista no número anterior tem em conta as exposições potenciais.


3 - A classificação prevista no presente artigo é aplicável aos aprendizes e estudantes com idade igual ou superior a
18 anos, sendo os estudantes com idade entre 16 e 18 anos classificados na categoria B.
4 - A classificação prevista no presente artigo é realizada antes de os trabalhadores assumirem funções que
impliquem exposição a radiações, sendo revista periodicamente com base nas condições de trabalho e na respetiva
vigilância de saúde.
Decreto-Lei n.º 108/2018, de 03 de dezembro

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Radiações Ionizantes – Valores limite


Limites de dose para os trabalhadores expostos
(…)
2 - O limite de dose efetiva para os trabalhadores expostos é de 20 mSv por ano.

3 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a autoridade competente pode autorizar uma dose efetiva que
pode atingir 50 mSv num mesmo ano, desde que a dose média anual ao longo dos cinco anos consecutivos,
incluindo os anos em que o limite foi excedido, não seja superior a 20 mSv.

4 - Sem prejuízo dos limites previstos nos números anteriores, são ainda fixados os seguintes limites de dose
equivalente:
a) O limite de dose equivalente para o cristalino é de 20 mSv por ano ou de 100 mSv por um período de cinco anos
consecutivos, desde que a dose máxima num ano não ultrapasse 50 mSv;

b) O limite de dose equivalente para a pele é de 500 mSv por ano, aplicando-se este limite à dose média numa
superfície de 1 cm2 de pele, independentemente da superfície exposta;

c) O limite de dose equivalente para as extremidades é de 500 mSv por ano.

Decreto-Lei n.º 108/2018, de 03 de dezembro

Radiações Ionizantes – Valores limite

Limites de dose para os membros do público


1 - Os limites de dose para a exposição da população são aplicáveis à soma das exposições anuais de um
elemento da população resultantes de todas as práticas autorizadas.

2 - O limite de dose efetiva para os membros do público é de 1 mSv por ano.

3 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, são fixados os seguintes limites:


a) O limite de dose equivalente para o cristalino é de 15 mSv por ano;
b) O limite de dose equivalente para a pele é de 50 mSv por ano, aplicando-se este limite à dose média
numa superfície de 1 cm2 de pele, independentemente da superfície exposta.

Decreto-Lei n.º 108/2018, de 03 de dezembro

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Radiações Ionizantes – Valores limite

Proteção das trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes

1 - A proteção concedida ao nascituro deve ser equivalente à dispensada a qualquer membro do público, de forma a
assegurar que a dose equivalente recebida por este permanece tão baixa quanto razoavelmente possível, sem
exceder 1 mSv durante o resto da gravidez.

2 - A mulher profissionalmente exposta deve declarar de imediato ao titular da instalação ou, no caso de uma
trabalhadora externa, à entidade empregadora, que se encontra grávida, com vista a garantir a proteção do feto, nos
termos do previsto na legislação laboral.

3 - Logo que uma trabalhadora informe o titular ou, no caso de uma trabalhadora externa, a entidade empregadora,
de que está a amamentar, a mulher lactante não pode desempenhar funções que envolvam um risco significativo de
incorporação de radionuclídeos ou de contaminação corporal, cumprindo o disposto na legislação laboral.

Decreto-Lei n.º 108/2018, de 03 de dezembro

Radiações Ionizantes – Valores limite

Limites de dose para os aprendizes e estudantes


(…)
2 - O limite de dose efetiva para os estudantes com idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos que, no âmbito
dos seus estudos, sejam obrigados a utilizar fontes de radiação é de 6 mSv por ano.

3 - Sem prejuízo do limite fixado no número anterior, aplicam-se os seguintes limites de dose equivalente:
a) O limite de dose equivalente para o cristalino é de 15 mSv por ano;
b) O limite de dose equivalente para a pele é de 150 mSv por ano, aplicando-se este limite à dose média numa
superfície de 1 cm2 de pele, independentemente da superfície exposta;
c) O limite de dose equivalente para as extremidades é de 150 mSv por ano.

4 - Os limites de dose para os aprendizes e estudantes que não estejam abrangidos pelo disposto nos números
anteriores são iguais aos limites de dose fixados no artigo 65.º para os membros do público.

Decreto-Lei n.º 108/2018, de 03 de dezembro

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Radiações Ionizantes
Valores típicos dos níveis de exposição normalmente encontrados na vida do dia-a-
dia e no meio profissional:

Dados do IRSN, 2002. Os valores são medidos através de dosímetros individuais colocados ao nível do peito (medição da dose das radiações X, gama e
neutrões, representativa da dose eficaz recebida pelo trabalhador.

Radiações Ionizantes
Classificação dos locais de trabalho

ZONA CONTROLADA -> área em que, por virtude das condições de trabalho
existentes, seja possível que a exposição a que os trabalhadores estão sujeitos
durante um ano possa ultrapassar uma dose efetiva de 6 mSv por ano, ou três
décimas de um dos limites de dose fixados no artigo 67.º;

ZONA VIGIADA-> área em que, por virtude das condições de trabalho existentes, seja
provável que a exposição a que os trabalhadores estão sujeitos durante um ano
possa ultrapassar uma dose efetiva de 1 mSv por ano ou a uma dose equivalente de
15 mSv por ano, para o cristalino do olho, ou de 50 mSv por ano, para a pele e as
extremidades dos membros.
Decreto-Lei n.º 108/2018, de 03 de dezembro, art 79º e art. 80º

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Radiações Ionizantes
Valores típicos dos níveis de exposição normalmente encontrados na vida do dia-a-
dia e no meio profissional:

Radiações Ionizantes
Estima-se que em todo o mundo existam cerca de 6,5 milhões de trabalhadores monitorizados no
âmbito da exposição ocupacional à radiação ionizante, dos quais 800 mil são trabalhadores do ciclo do
combustível nuclear.
Na Europa o número de trabalhadores monitorizados ascende a cerca de 1 milhão.

Em Portugal, de acordo com dados do Registo Central de Doses (RCD) relativos ao período
compreendido entre 2008 e 2014, o número de trabalhadores monitorizados tem vindo a aumentar,
existindo atualmente cerca de 25.000 trabalhadores.

Registo Central de Doses (RCD): é o repositório nacional das doses ocupacionais de trabalhadores expostos, cuja
manutenção é competência da Agência Portuguesa do Ambiente, I. P. Assim, ao RCD são comunicadas as doses
avaliadas e reportadas pelas empresas de dosimetria relativas às instalações por elas controladas.

O RCD nacional fornece dados sobre a exposição ocupacional em Portugal para organizações internacionais como
a ESOREX – European Study on Occupational Exposure, a UNSCEAR – United Nations Scientific Effects on Atomic
Radiation, ou a AIEA – Agência Internacional de Energia Atómica.

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Radiações Ionizantes – Medição


Detetores de Radiação

Detetores envolvendo a ionização de gases Geiger-Muller Este equipamento pode ser utilizado no âmbito de
. emergências radiológicas, para monitorizar o débito
de dose ambiental

Radiações Ionizantes – Medição


Equipamentos

Dosímetro Pessoal Eletrónico Detetor de Radiação


Equipamento destina-se a medir, em tempo Este equipamento pode ser utilizado no
real, vários parâmetros de dose dos âmbito de emergências radiológicas, para
trabalhadores. monitorizar o débito de dose ambiental.

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Radiações Ionizantes – Medição


Equipamentos

Kit de controlo de qualidade Detetor de radiação com capacidade de identificação


Este dispositivo, composto de uma unidade base e de várias de radionuclidos
sondas diferentes, é utilizado para medir todos os parâmetros de Este dispositivo, para além de poder ser utilizado para
exposição em equipamentos de radiodiagnóstico. As sondas e os monitorizar os débitos de dose ambiental para
fantomas disponíveis permitem a sua utilização em radiologia radiação gama e neutrões, tem capacidade de fazer
convencional, fluroscopia, radiologia dentária, tomografia espectroscopia em tempo real e, dessa forma,
computorizada, medição de radiação difusa. identificar quaisquer radionuclidos que estejam
presentes. Tem como principal aplicação a resposta a
emergências radiológicas.

Radiações Ionizantes – Medição


Tipo de dosímetros individuais com relevância no contexto de saúde ocupacional

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Radiações Ionizantes – Medição


Tipo de dosímetros individuais com relevância no contexto de saúde ocupacional

Radiações Ionizantes – Medição

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Radiações Ionizantes – Medição

Na dosimetria individual da radiação externa para controlo individual aos respetivos


trabalhadores, por exemplo, nos hospitais, clínicas, indústria, instituições de
investigação e de ensino, a frequência das amostras pode ser mensal ou trimestral,
dependendo da classificação do trabalhador exposto.

A escolha do período de utilização mensal, ou trimestral, depende da classificação


do trabalhador como pertencendo à categoria A ou B, respetivamente. O dosímetro
individual é identificado com o nome do trabalhador que o deverá utilizar, o código
da instalação a que o trabalhador pertence e o número do dosímetro.

Os resultados das medições individuais realizadas pelos serviços de dosimetria


devem ser comunicados ao titular e conservados durante cinco anos.

Radiações Ionizantes

A Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território


(IGAMAOT) é a autoridade inspetiva do cumprimento do regime jurídico da proteção
radiológica, sucedendo nas competências das Administrações Regionais de Saúde e do
IAPMEI. A IGAMAOT exerce o poder de inspeção em todas as disposições do regime
jurídico da proteção radiológica, em os setores de atividade, designadamente na área
da medicina, da indústria, da investigação e ensino.

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Radiações Ionizantes

Radiações Ionizantes

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Radiações Ionizantes – Controlo da exposição


Princípios gerais da proteção radiológica

A exposição de indivíduos a radiação ionizante, quer seja enquanto paciente num ato
médico ou como trabalhador responsável pela sua realização, rege-se, no âmbito de
um quadro regulamentar internacional, por 3 princípios fundamentais:

Justificação - nenhuma prática que envolva a exposição a radiação ionizante deve ser
adotada a não ser que o benefício resultante para os indivíduos expostos ou para a
sociedade seja maior que o detrimento causado.

Otimização - cada prática deve garantir que a exposição dos indivíduos seja tão baixa
quanto razoavelmente atingível, tendo em conta fatores económicos e sociais, -
normalmente designado por princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable).

Limitação das doses - a exposição dos indivíduos deve ser sempre mantida abaixo
dos níveis estabelecidos.

Radiações Ionizantes – Controlo da exposição


Irradiação externa – Fatores a ter em conta

A A
atividade distância
da fonte à fonte

O tempo Natureza
de da
exposição radiação

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Radiações Ionizantes – Controlo da exposição


Programa de Proteção Radiológica
a) Identificação expressa do titular, do responsável pela proteção radiológica e demais intervenientes
relevantes para a proteção radiológica;

b) Descrição orgânica da hierarquia de responsabilidades;

c) Definição das funções dos trabalhadores relevantes para a proteção radiológica;

d) Descrição dos resultados da avaliação prévia de segurança da prática, considerando também as


exposições potenciais;

e) Identificação das fontes de radiação existentes na instalação e procedimentos de utilização;

f) Listagem dos trabalhadores com a respetiva classificação;

g) Identificação das áreas controladas e vigiadas;


Decreto-Lei n.º 108/2018, de 03 de dezembro

Radiações Ionizantes – Controlo da exposição


Programa de Proteção Radiológica

i) Descrição do programa de vigilância médica dos trabalhadores no âmbito da saúde ocupacional;

j) Plano de formação e treino dos trabalhadores, no âmbito da proteção e segurança radiológica;

k) Plano de revisão periódica da segurança da instalação;

l) Disposições para fazer face a incidentes ou acidentes, incluindo uma análise das formas previsíveis
de falhas de estruturas, sistemas, componentes e procedimentos com impacto na proteção radiológica;

m) Descrição dos meios disponíveis para estimar as doses recebidas em situações de exposição
planeada e de emergência;

n) Procedimentos para a gestão segura dos resíduos radioativos produzidos na instalação;

Decreto-Lei n.º 108/2018, de 03 de dezembro

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Radiações Ionizantes – Controlo da exposição


Programa de Proteção Radiológica

o) Procedimentos de controlo e garantia de qualidade utilizados e otimização dos processos, incluindo


planos de manutenção dos equipamentos associados à prática;

p) Disposições para a revisão e avaliação periódica do Programa de Proteção Radiológica;

q) Efeitos previsíveis que as alterações no meio ambiente podem ter sobre a proteção radiológica e a
segurança;

r) Interação do Plano de Proteção Radiológica com os Planos de Emergência Interna e Externa da


instalação.

Decreto-Lei n.º 108/2018, de 03 de dezembro

Radiações Ionizantes – Controlo da exposição

Exemplos de medidas de controlo

• Usar barreiras de proteção entre o trabalhador e a fonte;


• Desenho adequado das instalações;
• Delimitação das zonas;
• Eliminar exposições desnecessárias;
• Sinalização de segurança;
• Redução da exposição
(rotação de pessoal, exposição apenas das pessoas indispensáveis);
• Aumentar a distância do trabalhador relativamente à fonte;
• Ministrar formação e informação aos trabalhadores;
• Utilizar equipamentos de proteção individual.

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Radiações Ionizantes – Controlo da exposição

• Aumentar a distância à fonte;


• Limitar o tempo de exposição;
• Utilizar uma blindagem;

Radiações Ionizantes – Controlo da exposição

Equipamentos de proteção individual

- Avental: base de chumbo e borracha ou vinil;


- Proteção de face e olhos: mascaras à base de
chumbo ou através de um vidro colocado por
forma a proteger a cara e os olhos;
- Luvas: feitas de chumbo 0,25mm

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Radiações Ionizantes – Sinalização


Sinal de Aviso
Nova Sinalização

Substâncias Radioativas
Fonte Radioativa – Mantenha-se afastado
Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA)
em conjunto com a Organização Internacional
para a Padronização (ISO)

Radiações Não Ionizantes


Radiações não ionizantes são as que não possuem energia suficiente para
ionizar os átomos e as moléculas com as quais interagem.

Exemplos:
• Radiofrequência
• Microondas
• Radiação Infravermelha
• Radiação visível
• Laser
• Radiação ultravioleta

Todas estas radiações se propagam através de ondas eletromagnéticas.

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Enquadramento Legal

Lei n.º 25/2010 de 30 de Agosto - Estabelece as prescrições mínimas para proteção


dos trabalhadores contra os riscos para a saúde e a segurança devidos à exposição,
durante o trabalho, a radiações óticas de fontes artificiais.

Declaração de Retificação nº 33/2010 de 27 de outubro (Retifica os anexos I e II da


Lei nº 25/2010, de 30 de agosto)

Lei n.º 64/2017 de 7 de agosto - Estabelece as prescrições mínimas em matéria de


proteção dos trabalhadores contra os riscos para a segurança e a saúde a que estão
ou possam vir a estar sujeitos devido à exposição a campos eletromagnéticos
durante o trabalho e transpõe a Diretiva 2013/35/UE do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 26 de junho de 2013.

Enquadramento Legal

Radiação ótica a radiação eletromagnética na gama de comprimentos de onda entre


100 nm e 1 mm, cujo espectro se divide em:

«Radiação ultravioleta» a radiação ótica com comprimentos de onda entre 100 nm e


400 nm, cuja região ultravioleta se divide em UVA (315 nm-400 nm), UVB (280 nm-
nm) e UVC (100 nm-280 nm);

«Radiação visível» a radiação ótica com comprimentos de onda entre 380 nm e 780
nm;

«Radiação infravermelha» a radiação ótica com comprimentos de onda entre 780 nm


e 1 mm, cuja região infravermelha se divide em IVA (780 nm-1400 nm), IVB (1400 nm-
3000 nm) e IVC (3000 nm-1 mm);
Lei n.º 25/2010, de 30 de agosto

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Fontes e Efeitos da Exposição


Radiações Não Ionizantes
Radiação Infravermelha

Fontes: Para além do sol, que é uma fonte natural, existem outras fontes artificiais:
secagem de pinturas, vernizes e outros revestimentos (fornalhas emitem IV),
desidratação de têxteis, papel e couro, modelação de vidro, etc.

Face à produção de energia térmica, agravam as condições climáticas do local de


trabalho, podendo causar sobrecargas térmicas.

Efeitos: Têm uma ação específica nociva ao nível da pele (queimaduras) e dos olhos.

Fontes e Efeitos da Exposição


Radiações Não Ionizantes
Radiação Ultravioleta

Fontes: Soldadura por arco elétrico, aparelhos de esterilização, cabinas de simulação,


etc.

Efeitos: São conhecidos os efeitos da exposição na pele (queimaduras, aumento da


pigmentação cutânea), nos olhos (inflamação e lesões oculares), a nível imunológico
e de fotossensibilidade química.

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Fontes e Efeitos da Exposição


Radiações Não Ionizantes
Radiofrequência e microondas

Fontes: existem em fontes naturais (Ex. sol, terra, …) e em fontes artificias. Exemplos
de fontes artificiais: telecomunicações e emissores, os sistemas de comunicação
móvel, os radares, as micro-ondas, aparelhos caloríferos por indução, equipamentos
dotados de visor, entre outros.

Efeitos: Apresentam efeitos biológicos ao nível da pele, dos olhos, da audição e


outros órgãos.

Fontes e Efeitos da Exposição


Radiações Não Ionizantes
Campos elétricos e magnéticos de muito baixas frequências

Fontes: instalações de produção, transporte e distribuição de energia elétrica e os


múltiplos aparelhos destinados a iluminação, aquecimento, etc. As centrais elétricas
e as linhas de alta tensão são as que geram mais forte intensidade de campo.

Efeitos: Os campos magnéticos estão na origem de alterações do sistema nervoso


central e dos olhos, entre outros efeitos não consensuais (ex: cancro).

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Fontes e Efeitos da Exposição


Radiações Não Ionizantes
Raios Laser
O Laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) é um dispositivo
que emite radiação eletromagnética no domínio ótico (UV, visível, IV).

Fontes: microeletrónica e informática (impressoras), nas comunicações óticas, na


medicina (oftalmologia e dermatologia), em aplicações militares, na industria (cortar
e soldar peças metálicas, tecidos, plásticos)…

Efeitos: Lesões oculares (queimaduras, inflamação) e ao nível da pele (vermelhidão,


bolhas, queimaduras).

Radiações Não Ionizantes – Controlo da exposição


• Confinamento da fonte;

• Limitação da permanência junto a fonte radioativa;

• Colocação de barreiras entre a fonte e o trabalhador;

• Programas de vigilância médica com base em exames regulares para diagnóstico


de efeitos precoces;

• Manutenção dos equipamentos;

• Implementação de sinalização de segurança;

• Formação e informação dos trabalhadores sobre os procedimentos corretos de


trabalho;

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Radiações Não Ionizantes – Controlo da exposição

• Na proteção da pele, contra a radiação UV, recorrer a vestuário adequado e a


filtros solares do tipo “praia”;

• Na proteção dos olhos, contra a radiação UV e infravermelha, recorrer a proteção


específica que obedeça às normas europeias relativas aos EPI’s para os olhos;

• Na proteção contra a radiação em feixes de raios laser, utilizar proteção ocular


adequada e adotar métodos de trabalho seguros.

Radiações Não Ionizantes – Sinalização


Sinais de Aviso

Radiações Não Ionizantes Raios Laser

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ANEXO

Radiações – Unidades de medida

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