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EEEM FARROUPILHA – VIAMÃO – 2º ANO – ENSINO MÉDIO

QUÍMICA – PROF. TATIANA

O esquecimento de uma rocha de urânio sobre um filme fotográfico virgem levou à descoberta
de um fenômeno interessante: o filme foi velado (marcado) por “alguma coisa” quesaía da rocha, na
época denominada raios ou radiações.
Outros elementos pesados, com massas próximas à do urânio, como o rádio e o polônio, também
tinham a mesma propriedade.
O fenômeno foi denominado radioatividade e os elementos que apresentavam essa propriedade
foram chamados de elementos radioativos.
Comprovou-se que um núcleo muito energético, por ter excesso de partículas ou de carga,
tende a estabilizar-se, emitindo algumas partículas.

Mas o que é Radioatividade?


É o fenômeno que ocorre no núcleo do átomo. Muitos núcleos atômicos são instáveis e, para
adquirir estabilidade, emitem radiação.
A emissão de radiação é denominada de RADIOATIVIDADE e os elementos químicos que
possuem essa propriedade são chamados de elementos radioativos.
Elementos Radioativos: São aqueles que possuem, em sua estrutura, átomos com a capacidade
de emitir radiações alfa (α), beta (β) e gama (γ) através dos seus respectivos núcleos. Geralmente,
os elementos radioativos apresentam o número atômico maior ou igual a 84.

A radioatividade pode ser classificada em três tipos principais, com base nas partículas e na
radiação emitida durante o processo de decaimento radioativo. São elas: radiação alfa (α), radiação
beta (β) e radiação gama (γ). Vamos entender um pouco sobre cada uma delas:

Radiação alfa (α): A radiação alfa é composta por partículas alfa, que consistem em dois

prótons e dois nêutrons (núcleo do átomo de hélio). Elas possuem carga positiva e são bastante
pesadas em comparação com as outras partículas emitidas. Devido ao seu tamanho e carga, as
partículas alfa são menos penetrantes e podem ser facilmente detidas por materiais como papel ou
tecido.

Radiação beta (β): A radiação beta é composta por partículas beta, que podem ser elétrons

(β-) ou pósitrons (β+), com carga negativa e positiva, respectivamente. Elas são muito menores
que as partículas alfa e, portanto, são mais penetrantes, podendo atravessar alguns milímetros de
material sólido, como plástico ou vidro. A radiação beta pode ser prejudicial ao ser humano,
principalmente se houver exposição direta ou prolongada.

Radiação gama (γ): A radiação gama não é composta por partículas, mas sim por ondas

eletromagnéticas de alta frequência e energia. Ela é a mais penetrante entre os três tipos de
radiação e pode atravessar materiais densos, como concreto e chumbo, embora sua intensidade
seja reduzida à medida que passa por esses materiais. A radiação gama é comumente associada a
decaimentos radioativos de núcleos excitados e é usada em diversas aplicações, como medicina
nuclear e radiografia industrial. Devido à sua alta penetração, a exposição à radiação gama pode ser
extremamente perigosa para os seres vivos.
Em resumo, os três tipos de radioatividade possuem características distintas e são classificados
de acordo com as partículas e a radiação emitida. É crucial entender essas diferenças para trabalhar
com segurança e eficácia em aplicações que envolvem materiais radioativos.

Classificação das Radiações


São classificadas em dois grupos devido à diferença de energia:
* Radiação Ionizante: são radiações com energia suficiente para retirar elétrons de um átomo.
Exemplos: 1) partículas carregadas: alfa e beta (Tratamento contra o câncer); 2) ondas
eletromagnéticas: gama (Esterilização de equipamentos cirúrgico e irradiação de alimentos) e raios-
X (Radiografias).
* Radiação não Ionizante: radiações que não apresentam energia suficiente para retirar elétrons de
um átomo. Exemplos: 1) Ultravioleta: (Luz ultravioleta pode ser aplicada em: inspeções em
incêndios em postos de combustíveis, inspeções em obras de arte, cenas de crimes e outros); 2)
Infravermelho: (Aquecimento de ambientes, cozimento de alimentos, secar tintas e vernizes,
termômetro, alarmes de infravermelho e outros); 3) Radiofrequência (Ondas de rádio, secagem de
sementes e folhas, radiodifusão AM, diatermia médica, solda de radiofrequência e outros); 4) Laser
(Soldagens, cortes de tecidos, cirurgias, holografia, leitores de código de barras, impressoras, uso
militar e outros); 5) Micro-ondas (Equipamentos para aquecimento de alimentos, esterilização,
radiodifusão FM, ressonância magnética e outros); 6) Luz visível (Caleidoscópio, lupa, óculos, fibra
óptica, microscópio, telescópio, máquina fotográfica digital, periscópio e outros).

Os raios X são radiações da mesma natureza da radiação gama (ondas eletromagnéticas), com
características idênticas. Só diferem da radiação gama pela origem, ou seja, os raios X não saem do
núcleo do átomo.

Os raios X são emitidos quando elétrons, acelerados por alta voltagem, são lançados contra
átomos e sofrem frenagem, perdendo energia. Não têm, pois, origem no núcleo do átomo.

Toda energia nuclear é atômica, porque o núcleo pertence ao átomo, mas nem toda energia
atômica é nuclear.

As partículas alfa são as radiações mais ionizantes por terem carga +2, mas, exatamente por
esse motivo, além de ter maior massa, sua penetração na matéria é pequena, não conseguindo
atravessar uma simples folha de papel e percorrendo poucos centímetros no ar.
Dependendo de sua energia, a maioria das partículas beta, que são elétrons de origem nuclear,
podem percorrer até poucos metros no ar e têm um poder ionizante bem menor do que as partículas
alfa.
Embora a radiação gama e os raios X sejam as radiações mais penetrantes, seu poder de
ionização é baixo em relação às partículas alfa e beta.
Conforme foi descrito, as radiações nucleares podem ser de dois tipos:
a) partículas, possuindo massa, carga elétrica e velocidade, esta dependente do valor de sua
energia;
b) ondas eletromagnéticas, que não possuem massa e se propagam com a velocidade de 300.000
km/s, para qualquer valor de sua energia. São da mesma natureza da luz e das ondas de
transmissão de rádio e TV.
A identificação desses tipos de radiação foi feita utilizando-se uma porção de material
radioativo, com o feixe de radiações passando por entre duas placas polarizadas com um forte
campo elétrico.

FUSÃO NUCLEAR E FISSÃO NUCLEAR

Fusão nuclear e fissão nuclear são dois processos nucleares que liberam energia devido às
interações entre os núcleos dos átomos. Esses processos têm diferentes aplicações e riscos
associados.
Fusão nuclear
Utilidades: A fusão nuclear é a reação que ocorre no núcleo das estrelas, incluindo o Sol, onde dois
núcleos leves se combinam para formar um núcleo mais pesado, liberando energia no processo. A
pesquisa em fusão nuclear visa desenvolver uma fonte de energia limpa, segura e praticamente
inesgotável, uma vez que utiliza isótopos de hidrogênio, como deutério e trítio, que são abundantes
na Terra.
Perigos: Até o momento, a fusão nuclear controlada não foi alcançada em larga escala, e os
experimentos de pesquisa estão confinados a reatores de fusão, como tokamaks e stellarators. Um
dos principais desafios é conter o plasma a temperaturas extremamente altas necessárias para a
fusão. Os riscos associados à fusão nuclear são, em geral, menores que os da fissão, mas incluem a
possível liberação de trítio e o desgaste dos materiais do reator devido à exposição à radiação de
nêutrons. Entretanto, esta realidade está mudando, já que, como visto na abertura do tópico,
grandes passos já foram dados para possibilitar o uso deste tipo energético.

Fissão nuclear
Utilidades: A fissão nuclear ocorre quando um núcleo pesado, como o do urânio-235, se divide em
dois núcleos menores, liberando energia e nêutrons no processo. A fissão nuclear é a base da
energia nuclear atual, sendo usada em reatores nucleares para produzir eletricidade. Além disso, a
fissão nuclear também é aplicada em medicina, como fonte de nêutrons para terapia e diagnóstico,
e em pesquisa científica.
Perigos: A fissão nuclear produz resíduos radioativos de alta atividade, que precisam ser
gerenciados e armazenados com segurança por longos períodos. Acidentes em usinas nucleares,
como Chernobyl e Fukushima, demonstraram os riscos associados à fissão nuclear e à liberação de
radioatividade no meio ambiente. A fissão nuclear também está relacionada à proliferação de armas
nucleares, uma vez que o mesmo processo pode ser utilizado para produzir bombas atômicas.

Na realidade, em cada reação de fissão nuclear resultam, além dos núcleos menores, dois a
três nêutrons, como consequência da absorção do nêutron que causou a fissão. Torna-se, então,
possível que esses nêutrons atinjam outros núcleos de urânio-235, sucessivamente, liberando muito
calor.
Tal processo é denominado reação de fissão nuclear em cadeia, ou simplesmente, reação em
cadeia.

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