O documento discute conceitos fundamentais da geografia como espaço, paisagem, território, região e lugar. Define espaço como um conjunto de objetos e ações humanas que constroem a paisagem. Explora a diferença entre espaço e paisagem, sendo esta a aparência visível do espaço. Aborda também o território como uma porção do espaço definida por relações de poder e a região como o símbolo da geografia unitária.
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D360 - Geografia (m. Hera) - Slide de Aula - 03 (Joao F.)2
O documento discute conceitos fundamentais da geografia como espaço, paisagem, território, região e lugar. Define espaço como um conjunto de objetos e ações humanas que constroem a paisagem. Explora a diferença entre espaço e paisagem, sendo esta a aparência visível do espaço. Aborda também o território como uma porção do espaço definida por relações de poder e a região como o símbolo da geografia unitária.
O documento discute conceitos fundamentais da geografia como espaço, paisagem, território, região e lugar. Define espaço como um conjunto de objetos e ações humanas que constroem a paisagem. Explora a diferença entre espaço e paisagem, sendo esta a aparência visível do espaço. Aborda também o território como uma porção do espaço definida por relações de poder e a região como o símbolo da geografia unitária.
Conceitos fundamentais: Espaço, Paisagem, Território, Região e Lugar. O conceito de espaço na geografia
“O espaço é um conjunto de objetos e um conjunto
de ações. É ao mesmo tempo forma (como as estruturas de uma cidade) e função (o processo de ações humanas que constroem a paisagem). É indivisível dos seres humanos que o habitam e que o modificam todos os dias, através de sua tecnologia.” A expressão espaço geográfico ou simplesmente espaço, por outro lado, aparece como vaga, ora estando associada a uma porção específica da superfície da Terra identificada seja pela natureza, seja por um modo particular como o homem imprimiu as suas marcas, seja com referência à simples localização. Adicionalmente a palavra espaço tem o seu uso associado indiscriminadamente a diferentes escalas, global, continental, regional, da cidade, do bairro, da rua, da casa e de um cômodo no seu interior. (…) O que é afinal o espaço geográfico?”. CORRÊA, R.L. Espaço, um conceito-chave da geografia. In: CASTRO, I.E. et alli. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro, Bertrand, 1996. A paisagem É a porção da configuração territorial que é possível abarcar com a visão. A paisagem é transtemporal, juntando objetos passados e presentes, uma construção transversal. PAISAGEM “Paisagem e espaço não são sinônimos. A paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e a natureza. O espaço são as formas mais a vida que as anima”. ( Santos, Milton- A Natureza do espaço) PAISAGEM x ESPAÇO Podemos dizer que a paisagem é a aparência do espaço geográfico, ou seja, é a face visível do espaço geográfico. Esse outro conceito, no entanto, é mais amplo, porque o espaço geográfico é o conjunto de elementos naturais e artificiais, criações humanas, mas é também o uso que a sociedade faz desses elementos. “Durante a guerra fria,os laboratórios do Pentágono chegaram a cogitar a produção de um engenho, a bomba de nêutrons, capaz de aniquilar a vida humana em uma dada área, mas preservando todas as construções. O presidente Kennedy afinal renunciou de levar a cabo esse projeto. Senão, o que na véspera seria ainda o espaço, após a temida explosão seria apenas paisagem. Não temos melhor imagem para mostrar a diferença entre esses dois conceitos.” Santos, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo: EDUSP, 2002, 4ª edição. pág. 106. (TPS 2006) O geógrafo Milton Santos define espaço como acumulação desigual de tempos. Conforme sejam compatíveis com essa definição, julgue (C ou E) os itens a seguir. ( ) O espaço é fixo e permanente. ( ) O espaço atual não revela o passado — só o presente. ( ) O espaço transcende o contexto social. ( ) A cada momento da história, há um espaço diferente. O território Porção do espaço definida pelas relações de poder, passando assim da delimitação natural e econômica para a de divisa social. O grupo que se apropria de um território ou se organiza sobre ele cria relação de territorialidade, que se constitui em outro importante conceito da Geografia. Ela se define como a relação entre os agentes sociais políticos e econômicos, interferindo na gestão do espaço. (A delimitação do território é a delimitação das relações de poder, domínio e apropriação nele instaladas. É portanto uma porção concreta. O território pode, assim, transcender uma unidade política, e o mesmo acontecendo com o processo de territorialidade, sendo que este não se traduz por uma simples expressão cartográfica, mas se manifesta sob as relações variadas, desde as mais simples até as mais complexas) O conceito de lugar
A dimensão da existência que se manifesta
através "de um cotidiano compartido entre as mais diversas pessoas, firmas, instituições– cooperação e conflito são a base da vida em comum". Evolução demográfica de San Chirico Raparo entre 1861 e 2001 O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. O Tejo tem grandes navios E navega nele ainda, Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, A memória das naus. O Tejo desce de Espanha E o Tejo entra no mar em Portugal. Toda a gente sabe isso. Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia E para onde ele vai E donde ele vem. E por isso porque pertence a menos gente, É mais livre e maior o rio da minha aldeia.(…) Alberto Caeiro O bem querer- Eduardo Galeano "Quando a seca chega e leva embora as águas do rio Uruguai, as pessoas de Pueblo Federación regressam à sua perdida querência. As águas, ao ir embora, deixam nua uma paisagem de lua; e as pessoas voltam. Elas vivem agora numa aldeia que também se chama Pueblo Federación, como se chamava a sua velha aldeia antes que a represa de Salto Grande a inundasse e a deixasse debaixo das águas. Da velha aldeia já não se vê nem mesmo a cruz no alto da torre da igreja; e a aldeia nova é muito mais cômoda e muito mais linda. Mas eles voltam à aldeia velha que a seca lhes devolve enquanto dura. Eles voltam e ocupam as casas que foram suas casas e que agora são ruínas de guerra. Ali, onde a avó morreu e onde aconteceram o primeiro gol e o primeiro beijo, eles fazem fogo para o chimarrão e para o churrasco, enquanto os cães cavam a terra em busca dos ossos que tinham escondido." (1ª Fase 2016) No que diz respeito às principais correntes metodológicas da Geografia e sua aplicação, julgue (C ou E) os itens seguintes. 1. O fato de a Geografia Humanista considerar o espaço um lugar, extensão carregada de significações, possibilita que ela trate de questões práticas como as que envolvam a percepção ambiental e a valoração arquitetônica. REGIÃO O símbolo da geografia unitária- aquela que não separa o físico do social, o natural do humano, o ecológico do cultural- é a região. Ora, o conceito de região foi vendido como sendo um edifício estável. Só que não é. (Milton Santos) Regionalização do Brasil por Milton Santos (TPS 2011) Na aurora dos tempos, os grupos humanos retiravam do espaço que os circundava, isto é, do pedaço da natureza que lhes cabia, os recursos essenciais à sua sobrevivência. Na medida em que a divisão do trabalho se acentua, uma parte cada vez maior das necessidades de cada grupo, de cada comunidade, tem de ser procurada na área geográfica de uma outra coletividade. A noção de espaço como suporte biológico dos grupos humanos, de suas atividades, exige agora uma interpretação menos literal. Essa noção não pode mais aplicar-se corretamente, com a expansão da área de atividade indispensável à existência, a um grupo isolado, mas à humanidade em geral. Milton Santos. Por uma geografia nova. São Paulo: Ed. Hucitec/EDUSP, 1978, p. 167 (com adaptações). Assinale a opção em que se expressa corretamente a ideia apresentada pelo autor nesse fragmento de texto. (A) O imperialismo advém da necessidade de domínio tecnológico de meios naturais diferenciados. (B) Os recursos naturais disponíveis para a coletividade são finitos, e o crescimento populacional inevitavelmente provoca seu escasseamento, gerando um desequilíbrio na relação entre a população e seu território. (C) A concepção de Estado está intimamente relacionada à defesa dos recursos essenciais para a sobrevivência das sociedades, aspecto do qual decorrem as guerras, que são, por isso, inevitáveis. (D) A situação de isolamento garante a uma comunidade a manutenção do equilíbrio na relação de um grupo humano com sua base espacial. (E) Conforme as sociedades se tornam mais complexas, as relações humanas intensificam-se e a explicação da vida social, então, extrapola a escala local. O meio natural, o meio técnico, o meio técnico- científico-informacional. A história das chamadas relações entre sociedade e natureza é, em todos os lugares habitados, a da substituição de um meio natural, dado a uma determinada sociedade, por um meio cada vez mais artificializado, isto é, sucessivamente instrumentalizado por essa mesma sociedade. Em cada fração da superfície da terra, o caminho que vai de uma situação a outra se dá de maneira particular; e a parte do "natural" e do "artificial" também varia, assim como mudam as modalidades do seu arranjo. Do Livro “A Natureza do Espaço: técnica e tempo / razão e emoção”, de Milton Santos, 2ª Edição, Editora Hucitec, São Paulo, 1996, pág. 186- 207 O território usado não é uma coisa inerte ou um palco onde a vida se dá. Ao contrário, é, um quadro de vida, híbrido de materialidade e de vida social. Sinônimo de espaço geográfico, pode ser definido como um conjunto indissociável, solidário e contraditório, sistemas de objetos e sistemas de sistemas de ações (SANTOS, 1996). É o território propriamente dito mais as sucessivas obras humanas e os próprios homens de hoje. É o território e o território se fazendo, com técnicas, normas e ações. Como conceito puro, o território é constituído de formas, mas, como conceito híbrido, o território usado é constituído de “objetos e ações, sinônimo de espaço humano, elementos normativos e por códigos de espaço habitado”. Em outras palavras, o território usado abriga as ações passadas, já cristalizadas nos objetos e normas, e as ações presentes, aquelas que se realizam diante dos nossos olhos. No primeiro caso, os lugares são vistos como coisas, mas a combinação entre ações presentes e ações passadas, às quais as primeiras trazem vida, confere um sentido ao que preexiste. Tal encontro modifica a ação e o objeto sobre o qual se exerce e, por isso, uma não pode ser entendida sem o outro. Por isso o espaço é sempre histórico. Sua historicidade deriva da junção entre as características da materialidade territorial e as características das ações. Mas as bases materiais e imateriais historicamente estabelecidas são apenas condições; no entanto, sua atualidade, isto é, sua significação real advém das ações realizadas sobre elas. A tal complexo conjunto podemos denominar território vivo, o território vivendo. (O BRASIL: TERRITÓRIO E SOCIEDADE NO INÍCIO DO SÉCULO 21 – A HISTÓRIA DE UM LIVRO- María Laura Silveira) O meio natural Quando tudo era meio natural, o homem escolhia da natureza aquelas suas partes ou aspectos considerados fundamentais ao exercício da vida, valorizando, diferentemente, segundo os lugares e as culturas, essas condições naturais que constituíam a base material da existência do grupo. Esse meio natural generalizado era utilizado pelo homem sem grandes transformações. As técnicas e o trabalho se casavam com as dádivas da natureza, com a qual se relacionavam sem outra mediação. O meio técnico O período técnico vê a emergência do espaço mecanizado. Os objetos que formam o meio não são, apenas, objetos culturais; eles são culturais e técnicos, ao mesmo tempo. Quanto ao espaço, o componente material é crescentemente formado do “natural” e do “artificial”. Mas o número e a qualidade de artefatos varia. As áreas, os espaços, as regiões, os países passam a se distinguir em função da extensão e da densidade da substituição, neles, dos objetos naturais e dos objetos culturais, por objetos técnicos O meio técnico-científico-informacional
O terceiro período começa praticamente após a segunda
guerra mundial e, sua afirmação, incluindo os países de terceiro mundo; vai realmente dar-¬se nos anos 70. É a fase a que R. Richta (1968) chamou de período técnico- ¬científico, e que se distingue dos anteriores, pelo fato da profunda interação da ciência e da técnica, a tal ponto que certos autores preferem falar de tecnociência para realçar a inseparabilidade atual dos dois conceitos e das duas práticas. Neste período, os objetos técnicos tendem a ser ao mesmo tempo técnicos e informacionais, já que, graças à extrema intencionalidade de sua produção e de sua localização, eles já surgem como informação; e, na verdade, a energia principal de seu funcionamento é também a informação. Já hoje, quando nos referimos às manifestações geográficas decorrentes dos novos progressos, não é mais de meio técnico que se trata. Estamos diante da produção de algo novo, a que estamos chamando de meio técnico-científico- informacional. Da mesma forma como participam da criação de novos processos vitais e da produção de novas espécies (animais e vegetais), a ciência e a tecnologia, junto com a informação, estão na própria base da produção, da utilização e do funcionamento do espaço e tendem a constituir o seu substrato. (TPS 2011) Na aurora dos tempos, os grupos humanos retiravam do espaço que os circundava, isto é, do pedaço da natureza que lhes cabia, os recursos essenciais à sua sobrevivência. Na medida em que a divisão do trabalho se acentua, uma parte cada vez maior das necessidades de cada grupo, de cada comunidade, tem de ser procurada na área geográfica de uma outra coletividade. A noção de espaço como suporte biológico dos grupos humanos, de suas atividades, exige agora uma interpretação menos literal. Essa noção não pode mais aplicar-se corretamente, com a expansão da área de atividade indispensável à existência, a um grupo isolado, mas à humanidade em geral. Milton Santos. Por uma geografia nova. São Paulo: Ed. Hucitec/EDUSP, 1978, p. 167 (com adaptações). Assinale a opção em que se expressa corretamente a ideia apresentada pelo autor nesse fragmento de texto. (A) O imperialismo advém da necessidade de domínio tecnológico de meios naturais diferenciados. (B) Os recursos naturais disponíveis para a coletividade são finitos, e o crescimento populacional inevitavelmente provoca seu escasseamento, gerando um desequilíbrio na relação entre a população e seu território. (C) A concepção de Estado está intimamente relacionada à defesa dos recursos essenciais para a sobrevivência das sociedades, aspecto do qual decorrem as guerras, que são, por isso, inevitáveis. (D) A situação de isolamento garante a uma comunidade a manutenção do equilíbrio na relação de um grupo humano com sua base espacial. (E) Conforme as sociedades se tornam mais complexas, as relações humanas intensificam-se e a explicação da vida social, então, extrapola a escala local. Brasil- Território e Sociedade no início do séc.XXI (páginas 27 a 53)
O primeiro período é marcado pelos tempos lentos da
natureza comandando as nações humanas de diversos grupos indígenas e pela instalação dos europeus, empenhados todos em amansar esses ritmos. A unidade era dada pela natureza, e a presença humana buscava adaptar-se aos sistemas naturais. Num período pré-técnico, a escassez era a dos instrumentos artificiais necessários ao domínio desse mundo natural. O MEIO TÉCNICO Uma segunda fase é a dos diversos meios técnicos que gradualmente buscam atenuar o império da natureza. A mecanização seletiva desse verdadeiro conjunto de “ilhas” que era o território exige que se identifiquem subperíodos. As técnicas pré-máquina e, depois, as técnicas da máquina definem o Brasil como um arquipélago de mecanização incompleta. Mais tarde, com a incorporação das máquinas ao território (ferrovias, portos, telégrafo), estaríamos autorizados a apontar um meio técnico de circulação mecanizada e da industrialização balbuciante, caracterizado também pelos primórdios da urbanização interior e pela formação da Região Concentrada. No pós-guerra sobrevém a integração nacional, graças a construção de estradas de rodagem, à continuação do estabelecimento das ferrovias e a uma nova industrialização. Dá-se uma integração do território e do mercado, com uma significativa hegemonia paulista. O MEIO-TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL O terceiro grande período é a construção e a difusão do meio técnico-científico-informacional. Cabe, todavia, diferenciar, uma primeira fase, um período técnico-científico que, no Brasil dos anos 70, caracterizou-se, entre outros aspectos, por uma revolução nas telecomunicações. É sobretudo nesse momento que, ultrapassando o seu estágio de pontos e manchas, o meio técnico realmente se difunde. Mas o novo meio geográfico (técnico- científico-informacional) permanece circunscrito a algumas áreas. Já com a globalização, informação e finanças passam a configurar a nova geografia, distinguindo os lugares segundo a presença ou a escassez das novas variáveis-chave. Com o meio-técnico-científico-informacional, agravam- se as diferenças regionais e aumenta a importância da Região Concentrada com a hegemonia paulista, mas também a partir da ocupação de áreas periféricas com produções modernas. (1ª fase de 2016- questão 28- modificada) Acerca da formação territorial brasileira, julgue (C ou E) os itens a seguir. 1. A partir da segunda metade do século XIX, a produção e o território se mecanizaram, de forma que às técnicas das máquinas circunscritas à produção sucederam as técnicas das máquinas incluídas no território. 4. Nos três primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil, a produção no território brasileiro era fundada na criação de um meio técnico mais dependente do trabalho direto e concreto do homem do que da incorporação de capital à natureza.