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GEOGRAFIA

PROFESSOR JOÃO FELIPE

AULA 14 – AS DIFERENTES FORMAS DE REGIONALIZAÇÃO BRASILEIRA

1. DESTAQUES RELEVANTES

 Um conceito importante a ser observado é o de faixa de fronteira. Essa é, na verdade,


uma área delimitada a partir do limite internacional que define uma faixa de proteção do
território nacional de um país. No Brasil, a primeira vez que se delimitou a faixa de
fronteira foi na lei de terras, a qual determinava uma faixa de 10 léguas como área de
proteção do território, inclusive, facilitando o acesso à terra nessa área a fim de
favorecer à ocupação do território ali. Atualmente, a faixa de fronteira brasileira foi
definida pela constituição de 1988 como sendo área de 150 km a partir do limite
internacional.

 Nesse sentido, é importante entender que essa faixa de fronteira pode ser vista de duas
formas: como algo que delimita e separa o “nós” do “eles” (observando a fronteira como
um problema), ou a faixa de fronteira pode ser vista como uma área que propicia a
integração e o contato.

 Desse modo, observando a faixa de fronteira como uma área de integração, o conceito
de cidade gêmea também deve ser observado, pois ele indica que há duas ou mais
cidades que pertencem a países fronteiras e que possuem uma lógica de organização do
espaço bastante semelhante e complementar (ex: em matéria de fluxo de serviços).

 Tendo o entendimento de que o espaço geográfico é o território usado (Milton Santos), é


preciso ter, primeiro uma base territorial ocupada e consolidado para que se possa
pensar nas partes desse território. Nesse sentido, somente foi possível pensar em regiões
do território nacional, com a criação do IBGE, no governo Vargas, a partir do momento
em que a lógica de centralização possibilitou, a partir daí, uma integração do território.

 *obs: havia, ainda, uma divisão regional pedagógica anterior ao IBGE (embora
não houvesse base integracional do território para isso), criada por Delgado de
Carvalho, em 1913, na qual ele dividia o Brasil em “ cinco Brasis”: setentrional,
norte oriental, oriental, central, e meridional. Vale observar que essa divisão
foi pensada sob a perspectiva da questão natural (física)

 Nesse sentido, as regiões são partes de um território, em diferentes escalas, que são
identificadas sob uma lógica organizacional e identitária comuns. O espaço geográfico é
mutável, logo, as partes também são mutáveis e não fixas.

 É sob essa perspectiva que podemos entender que, inicialmente, o IBGE identificava o
território brasileiro em 5 partes; já na época de Milton Santos, esse território pode ser
visto a partir de 4 regiões. Atualmente, alguns geógrafos o observam 3 regiões no
território nacional.

 Nesse sentido, a divisão política criada pelo IBGE, embora não tenha sido consensual,
foi criada em 1938 (finalizada em 1942) e, assim como Delgado de Carvalho, priorizou o
que se considerava perene, que no caso foi o aspecto natural ao invés do econômico.
Essa divisão foi categorizadas como: norte, nordeste, leste, centro-oeste, sul.

 Já em 1969, esse critério do IBGE muda, saindo da perspectiva natural para a geopolítica.
Nesse sentido, a divisão foi classificada como: norte, nordeste, sudeste, centro-oeste, sul.

 Nota-se que a cada transformação que esse espaço geográfico passa, essa
divisão regional é contemplada por vários ajustes.
 *obs: Em 1967, Pedro Geiger criou um divisão regional do Brasil contendo 3
regiões: amazônia, nordeste, e centro-sul. Essa divisão priorizou o clima.
 *obs: Já a divisão de Milton Santos estabelece 4 regiões para o Brasil, a saber:
amazônica, nordeste, centro-oeste, e concentrada. Essa divisão priorizou a
difusão do meio técnico-científico-informacional.

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