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Unidade II
2 MARCO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA
Com a evolução na forma de pensar das organizações, a governança veio como uma estratégia
corporativa de melhorias, de modelo de estruturação, objetivando uma empresa mais robusta,
controlada, e que obtenha ganhos significativos no mercado. Foi em meados dos anos 1950 que
o pensamento estratégico começou a ser levantado e debatido. Do início até se obter conceitos
mais claros, o embate durou até os anos 1990. Nesse período já se tinham prévias do que podia ser
desenvolvido, porém esse pensamento nunca estará completo, pois a governança é algo dinâmico e
em constante evolução.
Ao refletirmos sobre esse período de sua construção, podemos destacar cinco importantes fases.
Para cada uma delas foram trabalhadas alguns dos aspectos hoje presentes na governança, os quais
foram analisados de forma singular de acordo com o tempo ao qual se fazia presente no debate.
Nos anos 1950 deu‑se a primeira fase, que podemos intitular de escola do planejamento financeiro.
Nela começa a construção dos planejamentos financeiros. Os planos eram construídos com base no
orçamento anual e aprovados pela alta administração da companhia. O grande estrategista desse
período era o executivo principal, pois era ele quem determinava e aprovava os números do controle
financeiro. Nesta época havia apenas um estrategista, e era ele quem analisava e aprovava as metas
financeiras da organização. Porém tudo era feito de modo formal, embasado no planejamento anual.
Não se criavam estratégias de melhorias, e sim o cumprimento à risca do que foi definido.
A segunda fase ocorreu nos anos 1960, considerada a escola do planejamento em longo prazo.
Nesta fase pensava‑se em planejamento sobre histórico de dados, ou seja, era necessária uma relação
de informações para, com base nelas, escrever um plano. No entanto, há uma falha nesse pensamento.
Planejar sob dados existentes não é novidade, mas não aplicar melhorias durante o processo pode fazer
com que o planejamento futuro tenha que primeiro corrigir falhas e depois executar o que precisa ser
feito. Nessa época se trabalhava com formas simples de criação de cenários e sobre eles se aplicavam as
normas de causa e efeito. Também nesse período se utilizou a curva da experiência, método interessante
quando se pensando na produção em si. Neste caso, ela era utilizada de forma generalizada, não se
obtendo os resultados esperados em alguns casos.
Neste período, a governança passava por momentos de transição, sendo vista como fraca,
uma vez que não havia forte atuação dos conselheiros. Os conselheiros não tinham conhecimento
sobre os demais negócios dos acionistas; estes, por sua vez, tinham uma participação marcante
dentro da organização.
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GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TI
A terceira fase ou a escola do planejamento estratégico se deu nos anos 1970, moldada sobre a
ideia do pensamento estratégico e a coleta de dados utilizando o modelo SWOT, no qual se mede as
forças e fraquezas, oportunidades e ameaças. Este modelo vem da psicologia para ajudar as pessoas a
visualizarem estes pontos e trabalharem com eles. No mundo corporativo não foi diferente. Com base
na análise dessas pontes, podiam traçar metas e alinhar o objetivo do negócio. Neste período, o foco
estratégico predominava na tomada de decisões, os pensamentos mais fortes eram, segundo Silva:
Contendo os mesmos conceitos anteriores, a quarta fase aconteceu nos anos 1980 sendo denominada
escola da administração estratégica. Ela veio mostrar que é possível realizar outras análises com os
conceitos já existentes. Essa fase trouxe uma reformulação na forma de pensar. A escola criou uma série
de novas ferramentas visando apoiar as estratégias das corporações. Neste período, a governança trouxe
destaque para os acionistas, bem como a abertura de capital e fundos de investimentos.
Por fim, a quinta fase da escola da gestão estratégica surgiu nos anos 1990 com uma visão menos
centralizada da estratégia, além de possuir uma forma de ver o planejamento estratégico como
fundamental no alcance dos objetivos. O importante é implantar um modelo que tenha gestão na
totalidade da organização, que toda ela seja acompanhada, avaliada e com base nessas informações
se desenvolver o planejamento estratégico a ser trabalhado. Neste período, a governança conquistou
conselhos de administração mais fortes, uma melhor definição para os conselhos de auditoria.
futuro. Ao observamos esse modelo, é importante saber por onde se começa essa análise ou esse
levantamento utilizando o SWOT (strengths, weakness, opportunities, threats) já citado.
Em forças internas (strengths) são levantados os principais pontos fortes da organização, aquilo
que ela tem de melhor para oferecer, suas principais forças. Podem ser considerados qualidades,
virtudes, capacidade de desenvolver algum produto específico, talento dos recursos humanos
da equipe, entre outros. Já em fraquezas internas (weakness) são abordados os pontos dentro
da empresa que precisam ser melhorados, são as principais fraquezas, dificuldades. Incluem‑se
nesse ponto falhas no processo definido, falta de espaço em determinada área, por exemplo, na
produção, falta de qualificação dos profissionais envolvidos. São pontos que podem ser ajustados,
porém ninguém os visualiza como defeitos ou falhas; algo com falha não pode ser considerado
normal dentro do processo.
Oportunidades externas (opportunities) destacam, com base nas forças já elencadas, quais
oportunidades existem para que elas sejam desenvolvidas e aplicadas. Neste ponto, é importante saber
que com base nas suas forças é possível se alcançar os objetivos propostos. Uma organização que define
como objetivo ser a melhor em sua área de atuação pode trabalhar as forças de mercado e analisar os
concorrentes para gerar oportunidade de crescimento, por exemplo.
As ameaças externas (threats) dizem respeito àquelas que existem pelas fraquezas da organização que
podem impedi‑la de atingir seus objetivos propostos. É recomendável, nesse ponto, embasando‑se nas
fraquezas levantadas, listar uma série de ameaças possíveis. Podemos questionar por exemplo: qual pode
ser a ameaça para uma organização que tem profissionais não preparados diante de uma concorrência
que possui produtos melhores? Ou ainda ter produtos com menos falhas devido à capacidade mais
adequada da equipe concorrente?
A evolução da governança corporativa no Brasil ocorreu como em qualquer outro país. Ela foi
influenciada por um grande conjunto de forças externas e internas, as quais interferem nos princípios
e nas estruturas de poder das organizações e, por consequência, nos modelos por elas praticados.
Essas forças são de condições dos macroambientes global e nacional, e do sistema corporativo no
qual o país vive.
O ambiente corporativo do Brasil foi diretamente impactado por essas mudanças que ocorreram
entre os anos 1980 e 1990. Alinhando‑se a a elas, o País começou a traçar novos rumos estratégicos,
visando uma inserção global, além da integração regional, da abertura da econômica, gerando o fim das
reservas de mercado, do aumento nas privatizações, dos marcos regulatórios, de direção liberalizante e
a desmonopolização, estendendo‑se a competição a todos os mercados. Com isso, o país teve ganhos
significativos na economia e início da quebra de barreira entre os competidores mundiais. Tais mudanças
foram evoluindo com o passar dos anos e em meados de 2011 as organizações brasileiras já eram
equiparadas aos padrões mundiais.
Em decorrência de todos esses fatores, a Bolsa de Valores de São Paulo vem como uma força externa
de pressão, exigindo melhores práticas para as companhias brasileiras, bem como definindo critérios
segundo os padrões de governança praticados. Foram estabelecidos quatro mercados: tradicional;
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GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TI
com regras de listagens definidas em lei; nível 1 de Governança Corporativa; nível 2, Novo Mercado.
Os investidores institucionais também exercem influência por melhores práticas de governança, se
colocando na posição de forças externas e internas. Por suas participações, têm assento nos conselhos
de administração e participação em assembleias gerais. Propondo objetivos de rentabilizar suas carteiras
de renda variável pressionados pelas crescentes responsabilidades atuariais, tem alterado código de
melhores práticas adicionando princípios que se universalizam.
Com um mercado cada dia mais exigente, as organizações sentiram a necessidade de evoluir, de se
adaptar às novas vertentes da chamada governança, na qual estão contidas as áreas de planejamento
e estratégia corporativa. No entanto, essa é uma visão simplista da evolução. Como ferramenta de
estratégia, a governança chegou para revolucionar a maneira de se pensar em diferentes fatores e, assim,
alcançar os melhores resultados. Tudo isso se deu em decorrência do crescimento do cenário econômico,
das organizações e da especialização crescente de determinados setores corporativos, gerando um
aumento de concorrência. Dessa forma, as empresas necessitaram parar e repensar seus modelos de
trabalho e de gestão. Esse repensar pode ter ocorrido logo após um crescimento não esperado no
aumento da produção ou na necessidade de alavancar novas vendas de um determinado produto. Em
qualquer um desses cenários, é necessário refletir sobre processos, estratégias e modos de atender os
objetivos esperados.
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Segundo Andrade e Rossetti (2014, p. 115), os fatores da governança corporativa que levam ao
equilíbrio de interesses dos responsáveis são:
• resolver conflitos. Muitas vezes os interesses, através de um bom monitoramento das transações
com as partes interessadas, não estão em sintonia com o do conselho;
• garantir que o modelo de gestão e a estratégia das organizações estejam em sintonia com os
desafios do mundo dos negócios.
Para se implantar uma governança estruturada e que produza bons frutos, são necessários alguns
critérios, tais como:
• conselheiros bem qualificados e capacitados corretamente para a função que irão exercer;
• gestores interativos, participativos e que tenham uma qualificação correta para exercerem
seu papel;
• conselheiros devem ser eficientes e eficazes em todas as funções para as quais são designados;
Com esses critérios implantados, validados e monitorados, é possível que a governança corporativa
alcance coeficientes de qualidade no que tange aos fatores de fiscalização, relação entre acionistas,
conselheiros e direção. Além de estabelecer um equilíbrio entre os interesses corporativos e a evolução
apresentada pelo mercado, seu foco principal é a estratégica.
Devido a todos esses fatores, a organização que busca direcionar seus esforços na implantação
da governança corporativa tende a ter um grande diferencial no mercado, pois será uma empresa
mais fiscalizada, tendo um equilíbrio maior entre os envolvidos, além de ser capaz de direcionar suas
estratégicas de negócio.
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GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TI
Com a área de negócios e TI cada vez mais integradas, visando alcançar os objetivos, obter resultados
positivos e atingir um diferencial no mercado, a TI não é mais apenas um provedor de serviços, cujas
despesas devem ser monitoradas com atenção e controladas, mas sim passou a atuar como uma parceira,
com orçamentos voltados à estratégia do negócio e gerenciados como um investimento, objetivando
sempre o ganho da organização.
Ao longo desta transição, os planos de negócio das organizações ficaram gradualmente mais
complexos e com mais informações, fazendo com que a TI desenvolvesse processos cada vez mais
maduros, com um ciclo de vida bem definido e levando em consideração outros marcos de regulação
e modelos de gerenciamento. Partindo desse pressuposto surgiu a necessidade de implementar uma
governança de TI eficiente. Ela tem, por sua vez, o objetivo de transparecer o trabalho do departamento
de TI, reduzir gastos, gerenciar riscos, agregar valor ao serviço e mensurar o retorno sobre o investimento
em tecnologia. Devemos considerar que a eficiência é um parâmetro para identificar se foi utilizada
uma quantidade correta de recursos para entregar um processo, serviço ou demanda. Um procedimento
eficiente alcança seus objetivos com a quantidade mínima necessária de tempo, recurso financeiro,
humanos ou outros recursos fundamentais.
Desse modo também deve ser a governança de TI eficiente. Para se estabelecer essa eficiência, é
necessário identificar a visão, a missão e o objetivo do negócio em que a TI estará alinhada e visualizar
como está o cenário de tecnologia da organização atualmente. Diante disso, é preciso estabelecer onde
a TI estará no futuro e descrever quais indicadores de desempenho que possibilitem mensurar e avaliar
o progresso de desenvolvimento até alcançar o resultado desejado.
Nesse momento, são muitos os pontos importantes. Eles serão citados na medida em que forem
necessários, bem como a definição e estruturação de ferramentas básicas para auxiliar a boa governança.
Esses métodos devem estabelecer e documentar responsáveis, executores, pessoas ou funções a serem
consultados e informados em determinada atividade ou processo, pois assim é possível formar um time
ciente de seus deveres e envolvido em suas atividades para o sucesso do negócio.
Manter a boa comunicação pode fazer a diferença em um projeto, pois garantirá que todas as partes
interessadas (clientes, alta direção, TI e quaisquer envolvidos) serão comunicadas os fatores relevantes,
bem como todos os seus indivíduos, de desenvolvedores a gerentes, estejam envolvidos no projeto e
sabendo exatamente o que ocorre em cada uma de suas fases.
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O que deve ser levado em consideração por parte daqueles que estão envolvidos em determinado
projeto é:
• No caso do cliente – é importante a correta definição dos requisitos, pois a ausência deles pode
acarretar em falta de objetivo e alterações constantes no seu mapeamento, o que pode impactar
a entrega da solução contratada.
Muitas vezes, alguns gestores acreditam que o conteúdo estratégico é sigiloso e por isso não deve
ser compartilhado. Se esse pensamento não for alterado, o impacto disso ao alinhamento de TI com
negócios pode ser grande, gerando perdas significativas à organização. E, por fim, a própria TI, que
detém o conhecimento específico, deve transmiti‑lo de forma simplificada, clara e objetiva, visando
assim facilitar o diálogo e a estruturação da área com os setores de negócio. A falta de objetividade pode
dificultar o entendimento entre as partes e gerar impactos negativos.
Um cenário ideal de governança de TI em uma organização deve possuir os seguintes princípios básicos:
• capacidade operacional e técnica para atendimento das demandas existentes e novas demandas;
A tecnologia tem se mostrado cada vez mais relevante em todos os aspectos corporativos e com a
governança não seria diferente. Ela vem para agregar valor e contribuir para os diversos processos da
governança corporativa. Isso acontece independente do ramo de atividade no qual a organização está
inserida. Se ela estiver na área de tecnologia ou telecomunicações, aparece ainda com maior destaque.
A tecnologia é motivada por vários fatores, são eles: segurança da informação, dependência das outras
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GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TI
áreas da organização, marcos regulatórios, ambiente de negócio, prestação de serviços de TI, integração
tecnológica, entre outros.
Segurança da
informação
Integração Dependência
tecnológica das outras áreas
da organização
Governança
de TI
Ambiente Marcos
de negócio regulatórios
Segurança da
informação
Ao ponderar‑se sobre cada um desses fatores, pode‑se compreender melhor o cenário da governança
corporativa nos aspectos de TI.
No que diz respeito à segurança da informação, fatores como invasões, acessos indevidos,
compartilhamento, são os pontos mais relevantes. Nas organizações, é crescente a necessidade de
compartilhar dados e informações entre os seus usuários, sejam eles alocados internamente, ou
aqueles que ficam em locais externos a ela. Para que haja produção, é essencial o compartilhamento,
porém esse deve ser realizado de forma segura e protegida, além de requerer agilidade, flexibilidade
e transparência. Assim, é obrigatória a definição de políticas e controles de acesso, restrições e a
aplicação direta desses conceitos. Outro ponto está ligado ao acesso à rede de internet, pois ela é
parte inerente do dia a dia de uma organização e precisa ser monitorada, acompanhada e policiada.
Claro que a empresa não vai ficar executando esses fatos pela rede, e sim criar e implantar mecanismos
internos que a ajude nesse monitoramento. É recomendado como apoio ferramentas de rastreamento
de invasões, antivírus, monitoramento de acessos indevidos, entre outras. Em algumas delas, a
utilização de dispositivos externos é vedada; em outras nem tanto. Para estas, é essencial a criação
de uma política específica de uso dentro da organização, com regras e punições se couber. Neste
fator de dispositivos externos também se enquadram casos no qual o usuário trabalha usando um
computador portátil. Nessa situação, quando o funcionário estiver conectado à rede da organização,
ele deve ter uma rede robusta no que se refere à segurança das informações.
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Unidade II
A tecnologia se tornou item fundamental dentro de uma organização, e essa necessidade vem
crescendo a passos largos diariamente. Dentro desse contexto, diversas áreas se tornam dependentes da
tecnologia. Quanto maior a quantidade de atividades da empresa, maior a utilização das tecnologias,
e se essas operações forem chave para a estratégia da organização, mais centrada e robusta deve ser a
tecnologia. Se alicerçarmos a TI nos pilares da instituição podemos pensar nela como fatores operacionais,
suporte ou manutenção, mudança e estratégia. Os fatores operacionais utilizam‑se da tecnologia,
objetivando melhor o desempenho de seus processos, gerando, com isso, aumento na produtividade
e qualidade na entrega. Fatores como suporte ou manutenção tencionam aperfeiçoar o desempenho
local da área e aplicar mais qualidade e padronização. Já os fatores de mudança propendem identificar,
reconhecer novas oportunidades e com isso lançar‑se em novos empreendimentos. É neste fator que se
conquista novos horizontes e perspectivas de mercado. Para os fatores estratégicos, a TI visa transformar
a organização, trazendo uma roupagem mais moderna e robusta.
No aspecto marco regulatório, são representadas as restrições ao negócio, as quais seguem uma
orientação internacional padronizada. Dentre elas temos a SOX, ou Lei Sarbanes-Oxley, que determina o
controle para todas as operações financeiras existentes em uma organização, visando fundamentalmente
evitar fraudes e perdas financeiras. Para que os diretores, acionistas e principais interessados tenham
acesso real, transparente e seguro das informações, a área de TI deve gerar subsídios e ambientes
adequados para tal. A TI é responsável pelas ferramentas e a base na qual as informações financeiras
e contábeis serão armazenadas e estarão à disposição quando solicitadas. Deve ter disponibilidade de
acesso, emissão de relatórios e segurança adequadas. Pensando em SOX, todos os riscos dentro de TI
devem ser mapeados e mitigados.
Outro elemento regulatório é o Acordo de Basileia III, que obriga as instituições financeiras a
desenvolverem uma metodologia de gestão de riscos operacionais e de crédito, e como a gerenciam.
As TIs entram como subsídios de suporte para essa metodologia com ferramentas de monitoramento,
de análise e de gestão. No caso do Acordo de Basileia, ele tem foco específico para empresas do ramo
financeiro, bancos em geral.
A TI é considerada por todos os usuários de uma organização uma área fundamental e de suporte
a quaisquer serviços por ela prestados. É a prestação de serviços de TI que fornece subsídios para
projetos das demais áreas de negócio. Também é responsável por disponibilizar aplicações, garantir
a disponibilidade da infraestrutura necessária para as atividades do dia a dia, ter um respaldo rápido
no atendimento de casos de incidentes ou problemas. Para que todos esses pontos sejam tratados da
melhor maneira, é essencial uma imagem que seja orientada à prestação de serviços.
Uma organização não trabalha com plataformas isoladas, ou seja, não é viável a existência de diversos
sistemas dentro de uma mesma empresa, principalmente se não houver integração entre eles. Essa falta
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GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TI
de assimilação pode acarretar em diversos problemas, dentre eles: perda de informações importantes;
desvio e perdas financeiras; falta de comunicação entre as áreas relacionadas a uma situação, entre outros
fatores. Com vistas a solucionar esses problemas e outras possíveis falhas, a tecnologia possui uma série de
ferramentas e interações tecnológicas para dar esse subsidio. As mais usuais são:
• Data Warehouse (DW) – responsável pela integração entre a gestão tática e a gestão estratégica.
• Enterprise Resource Planning (ERP) – sistema integrado com todas as áreas da organização. Gera
relatórios e integração entre todas as áreas da organização.
• Customer Resource Management (CRM) – tenciona processos de gestão dos clientes, mapeamento
de suas necessidades, bem como o seu gerenciamento.
• Big Data (BD) – ferramenta de análise de grande volume de dados estruturados ou não, advindos de
várias fontes, tencionando gerar informações úteis para a tomada de decisão de uma organização.
Além dos fatores da governança corporativa presentes em TI, é fundamental compreender sob a
ótica corporativa como a governança de TI deve se posicionar, visando alcançar ganhos de valor para
a organização. Considerando esses aspectos, podemos dizer que a governança de TI visa promover o
alinhamento das tecnologias com as áreas de negócio, alinhando suas estratégias e objetivos nos quesitos
de serviços e infraestrutura necessários para atendê‑los. Faz‑se basilar, igualmente, a implantação de
mecanismos que garantam a continuidade do negócio, ou seja, é necessária, independente de qualquer
problema tecnológico que exista, uma contingência para que a empresa não pare por este motivo.
Neste ponto, o foco é garantir aplicações e infraestrutura ininterrupta para o negócio. Outro coeficiente
imprescindível para a boa governança e TI é o alinhamento com áreas de riscos, órgãos regulatórios,
compliance, normas e diretrizes da organização.
Na construção desse elo entre a governança corporativa e a de TI devem ser ponderados alguns
aspectos relevantes sobre o alinhamento entre as áreas. É importante levar em consideração o
planejamento estratégico, pois é neste documento que contém o foco, as diretrizes e o caminho para o
qual a organização deseja caminhar e alcançar. Embasado na estratégia é necessário definir, estruturar
e desenhar os processos da gestão das operações, bem como processos dos serviços de TI. Um ponto
primordial é sempre alinhar qualquer ponto às necessidades estratégicas e operacionais do negócio,
visando sempre ganho de valor, produtividade e qualidade.
de TI, garantir métodos claros, bem definidos e estruturados e assegurar a aplicabilidade das regras e
responsabilidades em todos os processos.
• liderança do CIO;
• demonstração para a organização de que itens de TI não são somente de TI, e sim para a empresa
como um todo;
• Alinhamento estratégico – esse fator visa estabelecer uma linha de comunicação entre a alta
administração da organização e a área de TI. Desse modo, criam‑se mecanismos de definição que
influenciam diretamente na decisão estratégica do negócio, os quais irão afetar também a área de TI.
• Gestão de mudança – responsável por avaliar a viabilidade de uma mudança em TI, decorrente de
uma inovação, ajustes ou melhorias solicitadas pelas áreas operacionais da organização. Também
é responsável por garantir a execução correta do plano de implantação de alterações aprovado.
• Gestão de desempenho – define os indicadores, bem como mecanismos de coleta e análise dos resultados.
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GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TI
• Risco e compliance – faz‑se imprescindível a definição dos riscos pelas áreas responsáveis
na organização, bem como avaliá-los e apresentar um plano de mitigação. Conjuntamente,
deve se verificar a aderência de TI com os requisitos internos e externos de compliance.
• Entrega de valor – visa gerenciar os projetos e programas de avaliação interna de valor. Também
é responsável por gerenciar o portfólio de TI.
Uma organização necessita de aumento de valor e ganhos financeiros. Para tanto, ela traça metas
estratégicas, e para colocá‑las em prática são necessárias estratégias e ações de TI.
Este alinhamento estratégico ocorre diversas vezes durante a vida ou desenvolvimento de um projeto,
com vistas em manter a organização focada. Para que este alinhamento produza resultados esperados, é
necessário realizar algumas análises do negócio com TI. Dentre essas análises, temos a identificação de
fatores críticos de sucesso, as ações que a organização realiza e quais as estratégias que ela utiliza para
atingir seus objetivos. Também é importante analisar planos táticos da empresa.
Para realizar esse alinhamento, é fundamental o entendimento de quais são os requisitos do negócio
que causam impacto positivo ou negativo na organização. Vamos considerar como fatores a estrutura
do negócio, seus objetivos estratégicos, fatores críticos de sucesso e quais são os seus requisitos.
Ao olhar para as organizações de um modo geral, todas sentem os mesmos impactos dos
concorrentes, tais como novos mercados, impostos, cultura, entre outros. Visando entender a
estratégia e com isso elaborar um plano formal de planejamento, faz‑se necessário analisar alguns
pontos relevantes, que são:
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Unidade II
• Deve apoiar processos transparentes que dão subsídios aos demais da organização, tais como
os relacionados ao desenvolvimento, gestão de conhecimento, engenharia de produtos e
relacionamento com fornecedores.
• Pensar em pesquisa de novos produtos e serviços. Essas pesquisas são elaboradas pelas áreas de
desenvolvimento, engenharia, produção e marketing.
• Focos em novas tecnologias que produzam com qualidade, integrem todas as áreas e gerem
reportes para gestão, principalmente nos coeficientes de mercado, custos e qualidade.
Dentro deste contexto da construção de uma governança de TI, embasada e apoiada pela governança
corporativa, é fundamental o levantamento de requisitos necessários para o bom desempenho da
gestão de TI. Essas condições são utilizadas para análise de impactos de TI que servirão como base para
a definição de dossiê de serviços e produtos que a TI presta para a organização.
O primeiro requisito de negócio a ser analisado refere‑se aos custos. Ele busca descrever todo o
processo feito pelo serviço desde solicitação, levantamento, desenvolvimento e entrega. Tem como
objetivo principal a redução de custos e entrega com qualidade. Neste caso, o produto gerado com essa
análise deve ser a implantação de sistemas integrados de gestão que visem apoiar o aperfeiçoamento
deste procedimento.
Outro ponto de atenção é a visão da empresa. Nela serão analisados os requisitos referentes à
flexibilização dos processos, seja de levantamento ou processamento, é importante declarar e entender
o processo de fornecedores, engenharia de produtos e gestão de conhecimento. Como resultado dessa
análise, espera‑se a implantação de uma arquitetura de aplicações que permita o desenvolvimento de
novos produtos e também uma reestruturação na área de engenharia de produtos.
Discernimento é o último quesito a ser analisado. Nele, o apoio a grandes processos faz‑se presente
com constância. Dentre eles estão, engenharia de novos produtos, desenvolvimento e operação de
serviços e produtos. Nesse ponto, são necessários requisitos de processos robustos e bem estruturados.
Como produto gerado, tem‑se a implantação de uma arquitetura de software bem estruturada, com
softwares de gestão de clientes e recursos.
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GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TI
A montagem do dossiê, ou catálogo de TI, visa ajustar os impactos causados na TI. Nesse momento
são analisados alguns critérios, como quais os pontos estão sendo analisados em termos de projetos e
levantamento do que está previsto para ser realizado. Também devem ser verificados projetos, serviços
e orçamentos previstos que foram cancelados e não entregues, além daqueles que foram fornecidos e
seus respectivos acordos. Mais um ponto é a quantidade de mudanças no portfólio neste determinado
período de análise. É recomendado verificar fatores do tipo: como a TI quer melhorar a sua visão? Ela
quer permanecer no mesmo estágio? Quer incluir ou excluir itens?
Para realizar toda essa estruturação e montagem, é necessário um planejamento. Contudo, para
a correta execução desses pontos, faz‑se necessário o levantamento de fatores estratégicos para a
construção de um plano de ação que tem por finalidade realizar a gestão da área. Por meio dela é
possível o acompanhamento e o monitoramento de várias atividades. Por meio do plano de ação é
possível verificar qual o status de uma atividade, quem é o responsável, qual sua posição de acordo
com o cronograma, qual o custo, entre outros. Este acompanhamento visa facilitar o gerenciamento do
processo de execução de uma determinada ação. Com isso, permite que a área de gestão tome medidas
que objetivam qualidade e entregas confiáveis, tais como: alteração de prazos para conclusão, inserção
de novos recursos, alteração de responsáveis etc.
O plano de ação tem enfoque em ações que não pertencem às atividades diárias, e sim àquelas
que concernem ao planejamento estratégico e ao conjunto de projetos. Deste modo, é possível fazer
a separação das práticas rotineiras daquelas com grau de profundidade elevado, como as questões de
planejamento. Para elaborar um plano de ação eficaz, é fundamental informações claras e precisas,
fornecidas pelo responsável do processo e por quem o executa. Tem por finalidade apoiar e ajudar a
área estratégica da organização. Para isso, o plano de ação pode ser utilizado diariamente como uma
ferramenta que armazena a descrição de inúmeras atividades diárias que precisam ser realizadas para
se alcançar um objetivo.
Como estratégia de sucesso é bom considerar que após a definição e o ajuste das metas estratégicas
por um determinado período é preciso pensar como elas serão alcançadas. Pense:
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Unidade II
Resumo
Foi tratado todo o cenário histórico de sua construção, o que foi sendo
agregado com os passar dos anos e as suas estruturas corporativas. Foram
percorridas cada uma das décadas e suas respectivas mudanças e impactos
nas organizações.
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