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Adrian Augusto

Beatriz Fernandes
Bianca Vieira Resende
Camily Franco
Janaina Dias de Campos Ferreira
José Anderson Mourato
Juliana Gonçalves
Kaio Vinícius
Kamila Rodrigues de Matos
Leticia Bizerra
Mariana Neves
Matheus Henrique
Nair dos Santos de Souza da Silva
Roberta Panisson
Tatiana Costa do Nascimento
Thais Helena Sala Cardoso
Victor Antoneli

O SENTIDO DA AUDIÇÃO

SALTO
2023
Adrian Augusto (RGM: 34375856)
Beatriz Fernandes (RGM: 33078513)
Bianca Vieira Resende (RGM: 33917876)
Camily Franco (RGM: 34034633)
Janaina Dias de Campos Ferreira (RGM: 34808698)
José Anderson Mourato (RGM: 34197231)
Juliana Gonçalves (RGM: 33347123)
Kamila Rodrigues de Matos (RGM: 33894655)
Kaio Vinícius (RGM: 33797005)
Leticia Bizerra (RGM: 32830874)
Mariana Neves (RGM: 32645317)
Matheus Henrique (RGM: 32823207)
Nair dos Santos de Souza da Silva (RGM: 33511667)
Roberta Panisson (RGM: 34257349)
Tatiana Costa do Nascimento (RGM: 32819838)
Thais Helena Sala Cardoso (RGM: 33424047)
Victor Antoneli (RGM: 32770855)

Trabalho apresentado na matéria “Bases


Biológicas dos Processos Psicológicos”
no curso de Psicologia, no Centro
Universitário Nossa Senhora do
Patrocínio – Campus Salto, orientado
pelo Prof. Daniel Alves dos Santos.

SALTO
2023
RESUMO

Este estudo acadêmico teve como objetivo realizar uma pesquisa sobre o
sentido da audição, onde serão apresentados os locais de atuação deste sentido,
as estruturas anatômicas e também a correlação da audição com outro sentido. De
acordo com alguns autores o sentido da audição pode ser considerado como o
sentido social mais importante para o ser humano. Ao pesquisar sobre os locais do
organismo onde há atuação do sentido da audição observou-se que a estrutura
anatômica do sistema auditivo humano é bastante complexo em estruturas
anatômicas e também é responsável por absorver, processar, e conduzir os sons
que estão presentes no meio externo, além de ter correlação com outros sentidos
do corpo humano.

Palavras-chave: sentido, audição, estruturas anatômicas.

ABSTRACT

This academic study aimed to carry out a research on the human sense of
hearing, the places of action of this sense, the anatomical structures and also the
interconnection of hearing with another sense will be presented. According to some
authors, the sense of hearing can be considered as the most important social sense
for human beings. Researching the places in the human body where the sense of
hearing operates, it was observed that the anatomical structure of the hearing
system is complex in anatomical structures and it is also responsible for absorbing,
processing, and conducting the sounds that are present in the external environment,
in addition it is linked with other senses of the human body.

Keywords: sense, hearing, anatomical structures.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 5
2 LOCAIS DE ATUAÇÃO E AS ESTRUTURAS ANATÔMICAS 7
2.1 ORELHA EXTERNA 8
2.2 ORELHA MÉDIA 8
2.3 ORELHA INTERNA 10
3 CORRELAÇÃO DA AUDIÇÃO COM OUTRO SENTIDO 16
4 CONCLUSÃO 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
1 INTRODUÇÃO

Os sentidos do corpo constituem as funções que fazem com que o ser


humano tenha a percepção de todo o ambiente ao seu redor. De forma simplificada
e resumida, pode-se dizer que é através dos sentidos que o corpo humano identifica
e compreende o que lhe cerca, e esses sentidos contribuem para a sobrevivência e
integração dos seres vivos com o ambiente em que vivem.
Essa percepção dos sentidos ocorre através dos neurônios, que são células
nervosas cuja função majoritária é transmitir informação de uma região à outra do
organismo, essa transmissão é denominada de sinapse. Para isso, os neurônios
utilizam sensores que captam e propagam o estímulo para outras regiões do corpo,
como por exemplo o sistema nervoso central.
O sistema nervoso é composto por duas importantes divisões: o sistema
nervoso central e o sistema nervoso periférico. Sendo que o central é formado pela
medula espinhal e o encéfalo, já o periférico é constituído por gânglios, nervos e
terminações sensitivas e motoras.
O sistema nervoso periférico recebe dados e estímulos nervosos detectados
nos órgãos ou no meio externo e os transporta ao sistema nervoso central, podendo
ser a nível de encéfalo ou medula. Já o sistema nervoso periférico é constituído por
estruturas especializadas na captação de estímulos específicos provenientes do
ambiente externo e do interior do próprio corpo humano, esse sistema é composto
por órgãos receptores sensoriais aptos para identificar e propagar tais estímulos.
Os receptores sensoriais são apropriados para reagir a estímulos específicos
e são compostos por neurônios sensoriais (aferentes): detectam estímulos
sensoriais tais como o tato, o som, a luz, a dor, o frio e o calor. São capazes de
converter tais estímulos em impulsos nervosos.
Existe uma gama diversa de estímulos do organismo humano, desta maneira,
é vasta também a multiplicidade de tipos morfológicos e funcionais de receptores
para captar informações e respostas específicas. De acordo com Silverthorn:

Os sistemas sensoriais do corpo humano variam amplamente em


complexidade. Os sistemas mais simples são neurônios sensoriais
únicos com ramificações dendríticas que funcionam como
receptores, como os receptores da dor e do prurido. Os sistemas
mais complexos são formados por órgãos sensoriais multicelulares,
como a orelha e o olho. A cóclea da orelha interna contém cerca de
16 mil receptores sensoriais e mais de 1 milhão de partes
associadas, e o olho humano tem cerca de 126 milhões de
receptores sensoriais. (SILVERTHORN, 2017, p. 310).

Os dados recepcionados pelos órgãos sensoriais são interpretados e


transformados em sensações, como resposta após o processamento dos estímulos
recebidos. É importante destacar que as informações captadas pelos orgãos
sensoriais podem originar-se no ambiente externo ou interno. Portanto,
compreende-se por ambiente tudo o que ocorre externamente ao corpo humano
(interações entre o ser humano e o mundo ao seu redor) e também o que ocorre
internamente (interatividade entre os vários sistemas do corpo e entre os órgãos
internos).
Por isso, em primeiro plano, o sistema periférico capta um estímulo (por
exemplo: uma onda sonora) advinda do ambiente externo. Na sequência, esse dado
sensorial é transmitido ao sistema nervoso central. Em última instância, a percepção
deste estímulo será interpretada e processada no sistema nervoso central gerando
assim uma resposta voluntária ou involuntária. Na análise de Silverthorn:

Os receptores da olfação são neurônios, mas os outros quatro


sentidos especiais utilizam células receptoras não neurais, as quais
fazem sinapse com neurônios sensoriais. A célula ciliada (pilosa) da
orelha é um exemplo de receptor não neural. Quando ativada, essa
célula libera um sinal químico que inicia um potencial de ação no
neurônio sensorial associado. (SILVERTHORN, 2017, p. 311).

Os receptores sensoriais são classificados de acordo com o estímulo que


cada um deles pode processar, determinando assim a localização do corpo humano
onde essa reação acontece. Ainda de acordo com Silverthorn, os receptores
sensoriais são divididos de acordo com a natureza do estímulo:

Os receptores são divididos em quatro grupos principais, com base


no tipo de estímulo a que são mais sensíveis. Os quimiorreceptores
respondem a ligantes químicos que se ligam ao receptor (p. ex.,
olfação e gustação). Os mecanorreceptores respondem a diversas
formas de energia mecânica, incluindo pressão, vibração, gravidade,
aceleração e som (p. ex., audição). Os termorreceptores respondem
à temperatura, e os fotorreceptores da visão respondem ao estímulo
luminoso. (SILVERTHORN, 2017, p. 312).
A localização de um estímulo também é codificada de acordo com quais
campos receptivos são ativados de acordo com cada sentido. O corpo humano é
composto de cinco sentidos: o olfato, a visão, o paladar, o tato e a audição.
Neste estudo serão abordados os detalhes relacionados ao sentido da
audição, onde serão apresentados os locais de atuação e suas estruturas
anatômicas, e também a correlação da audição com um outro sentido. Na
concepção de Silverthorn, a audição provavelmente é o nosso sentido social mais
importante. Mais do que qualquer outro sentido, a audição nos conecta com outras
pessoas e com o mundo ao nosso redor (2017, p. 336).

2 LOCAIS DE ATUAÇÃO E AS ESTRUTURAS ANATÔMICAS

Para abordarmos o sentido da audição, apresentaremos, portanto, o orgão


onde acontece a principal atuação do sentido da audição: a orelha. A orelha é um
órgão sensorial que está dividido em três partes: orelha externa, orelha média e
orelha interna. Conforme segue na figura 1 abaixo, é apresentada a composição da
divisão da estrutura da orelha:

Figura 1 - Estrutura da Orelha

Fonte: SILVERTHORN, Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 2017.


2.1 ORELHA EXTERNA

Na orelha externa encontram-se o pavilhão auricular (orelha) e o meato


acústico externo (canal auditivo externo).

Pavilhão auricular (orelha): a orelha é constituída por tecido cartilaginoso e


recoberto por pele (exceto o lóbulo da orelha), sendo ela responsável por captar e
conduzir as ondas sonoras até o meato acústico externo.
Meato Acústico Externo (canal auditivo): através deste canal é que as
ondas sonoras possuem acesso até o tímpano ou membrana timpânica, tendo papel
fundamental de proteção as glândulas ceruminosas e os pelos contra feridas e
agentes estranhos. A membrana timpânica é uma membrana fina (cerca de 1cm de
diâmetro), semitransparente e oval que separa a orelha externa da orelha média, e é
responsável por repassar as vibrações recebidas através do canal auditivo para os
ossículos.

2.2 ORELHA MÉDIA

A orelha média é uma pequena cavidade situada no osso temporal, atrás do


tímpano, e esta região chamamos de caixa timpânica. Ela é preenchida por ar e
possui a função de amplificar as ondas sonoras em preparação para a transmissão
destas ondas do ar para um ambiente liquido (orelha interna).

Tuba Auditiva (Tuba de Eustáquio): fica na parte anterior da orelha média e


se conecta com a parte nasal da faringe ajudando a manter o equilíbrio da pressão
da orelha em relação a pressão atmosférica.

Durante mergulhos, voos ou infecções de ouvidos, ocorrem alterações de


pressão podendo ser dolorosa e até causar a ruptura da membrana timpânica
quando for muito elevada. A abertura que há na tuba auditiva permite equilíbrio da
pressão do ouvido médio com a pressão da faringe, onde o ato de bocejar ou engolir
facilita a abertura da tuba auditiva.

Ossículos: são pequenos ossos denominados: martelo, bigorna e estribo


(que são os menores ossos do corpo humano). Estes são conectados um ao outro,
ficando o martelo encostado a membrana do tímpano e o estribo conectado a janela
oval, onde possui um efeito de alavanca amplificada sendo eles responsáveis por
conduzir o som da orelha externa para a orelha interna de modo que que seja
perdida pouca energia sonora devido o atrito que ocorre entre eles.

No ouvido médio há dois músculos que são responsáveis pela acomodação


sonora, proteção contra sons altos e por aumentar a rigidez. De acordo com a figura
2 logo abaixo, é possível visualizar a localização destes dois músculos.

1) Tensor do Tímpano (ancorado no osso da cavidade da orelha média por


uma extremidade e ligado ao martelo pela outra).
2) Musculo Estapédio (estende desde o ponto de fixação ao osso da cavidade
da orelha média até o estribo).

Figura 2 - Músculos acomodação sonoras

Fonte: Mark Bear, Barry Conors, Michael Paradiso, Neurociências Desvendando o


Sistema Nervoso, 2002.

Sendo emitido um som muito alto, os músculos irão se contrair deixando os


ossículos mais rígidos, desta forma, há uma diminuição na condução do som
fazendo com que haja acomodação sonora até chegar à orelha interna, porém, há
um atraso de atraso de 50 a 100 milissegundos em relação que o tempo alcança o
ouvido, onde se ocorrer uma explosão muito forte ou a música do fone de ouvido
muito alta, poderá prejudicar a cóclea que fica dentro da orelha interna.

2.3 ORELHA INTERNA

Está localizada no osso temporal e é preenchida por membranas e líquidos. A


orelha interna possui um papel fundamental na manutenção do equilíbrio (aparelho
vestibular, com seus canais semicirculares,) e da audição (cóclea). A membrana
basilar e o órgão de Corti, ambos localizados na cóclea, sendo responsáveis pela
transdução da energia mecânica do som.

A cóclea é um tubo membranoso em formato espiral dentro da cavidade


óssea (parecido como concha de caracol), e é preenchida por um liquido chamado
endolinfa, onde é através de dois discos membranosos (janela da cóclea ou janela
redonda e a janela do vestíbulo ou janela oval) que são responsáveis por separam o
liquido que preenche a cóclea do ar que preenche a orelha média. Vão da orelha
interna até o encéfalo os ramos do nervo craniano VIII e o nervo vestibulococlear.

Dentro dos tubos da cóclea encontramos as chamadas células ciliadas ou


células receptoras de som, que ficam direcionadas para a luz do tubo.

Essas células são receptores responsáveis por captar estímulos mecânicos,


como a compressão ou o estiramento da pele e de órgãos internos. O impacto das
ondas sonoras na membrana timpânica fará produzir vibrações, que irá se propagar
através da cadeia ossicular da orelha média (martelo, bigorna e estribo), e irão se
transformar em ondas mecânicas que se propagam pela endolinfa. Essas ondas
movimentam os cílios das células ciliadas, e esse movimento é transferido para
potenciais de ação e dentro dela se encontram as principais terminações nervosas
da audição que são responsáveis por levar as informações para o Sistema Nervoso
Central.

O nervo auditivo possui corpo celular e suas fibras encontramos no gânglio


espiral da cóclea, possuindo em média de 30000 a 50000 fibras, que são
responsáveis em receber dendritos da lâmina espiral (lâmina óssea onde está
inserida a membrana basilar) e encaminha os axônios para o núcleo coclear.

Uma vez que as vibrações da membrana tectória (membrana que cobre os


cílios das células ciliadas) venham refletir a frequência da onda sonoras, as células
pilosas e os neurônios sensoriais serão capazes de responder a sons com limite de
até 20 mil ondas por segundos. É através do som que é realizada a percepção de
vibrações de ondas sonoras do ar, chegando até as nossas orelhas, o cérebro
interpreta a sua frequência, amplitude e também a durabilidade das ondas sonoras.

A orelha humana tem a capacidade de absorver sons em uma média de


frequência de 20 a 20.000 Hz, onde um sistema auditivo com uma audição regular
consegue perceber e processar o som. Chamamos os sons com frequência abaixo
de 20 Hz de infrassom e acima de 20000 Hz de ultrassom.

Transdução do som

A partir das figuras 3 e 4 a seguir, verifica-se a transdução do som até chegar


ao córtex auditivo.

Figura 3 - Transdução do som

Fonte: SILVERTHORN, Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 2017.


1) As ondas sonoras chegam até a orelha externa que seguem para dentro do
meato acústico e atingem a membrana timpânica e se tornam vibrações na
membrana.
2) Estas vibrações são transferidas para os três ossículos (passando primeiro
pelo martelo, a bigorna e pelo estribo). A forma que estão dispostos esses
ossos faz com que seja criado como se fosse uma “alavanca” ampliando a
força da vibração, a fim de que seja pouca energia perdida devido ao atrito.
Quando o estribo vibra, é empurrada e puxada a fina membrana da janela
oval, que devido a vibrações é gerado ondas nos canais da cóclea que estão
cheios de líquidos.
3) Conforme as ondas vão se movimentando pela cóclea, são empurradas as
membranas flexíveis que estão localizadas no ducto coclear, fazendo com
que as células ciliadas sensoriais se curvem, abrindo os canais iônicos
gerando sinais elétricos, que altera a liberação do neurotransmissor.
4) As ondas do liquido empurram as membranas flexíveis do ducto coclear,
fazendo com que as células pilosas (ciliadas) tenham seus canais iônicos
abertos, realizando a transmissão de um sinal elétrico que altera que altera a
liberação do neurotransmissor.
5) O neurotransmissor faz a liberação nos neurônios sensoriais onde é gerado
potenciais em ação que trafegam através do nervo coclear até o chegar ao
encéfalo.
6) A energia das ondas é transferida do ducto coclear para a rampa do tímpano,
e se retorna para a orelha média na janela redonda (da cóclea).
7) É projetado da cóclea os neurônios auditivos primários (são circuitos neurais
de curta duração, onde são formados por fibras mielinizadas, responsáveis
por transportar a informação rapidamente), para o bulbo. Alguns neurônios
são responsáveis por conduzir estas informações, que são processadas na
temporização do som, e outros neurônios são responsáveis pela condução
das informações que são processadas como qualidade do som.
8) Do bulbo, os neurônios sensoriais secundários (geram os sinais elétricos que
transmitem rapidamente informações por longas distâncias) projetam-se para
dois núcleos superiores, contralateral (no lado oposto) e um ipsilateral (no
mesmo lado do corpo). Cada lado do cérebro recebe a informação de ambas
as orelhas devido a divisão dos sinais que foram gerados pelo som em dois
tratos ascendentes
9) No mesencéfalo e no tálamo, esses tratos ascendentes antes de projetarem
para o córtex auditivo é realizado sinapses em núcleos.
10) No encéfalo é realizado o registro referente a diferença no tempo de chegada
do som às orelhas e utiliza uma computação complexa para criar uma
representação tridimensional da origem do som, antes de ser projetado ao
córtex auditivo.

Figura 4 - Transdução do som

Fonte: SILVERTHORN, Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 2017.

Contudo, pode ocorrer a perda auditiva-central e a sensório-neutra, pois ao


longo do tempo a pessoa vai fazendo um tratamento que pode substituir as células
pilosas.
Aparelho Vestibular

O aparelho vestibular é composto por dois órgãos otóliticos, eles informam a


aceleração linear e a posição da cabeça que são: o sáculo e o utrículo, que são
órgãos lineares. Ele é preenchido com endolinfa e ao mesmo tempo ela é drenada
da orelha interna, para o seio venenoso(dura-máter) do encéfalo.

A Orelha e o Equilíbrio

O equilíbrio, estabilidade corporal do ser humano, tem relação direta com o


sentido da audição. Conforme apresentado anteriormente, dentro da orelha existem
células que atuam diretamente como responsáveis pelo equilíbrio.

De acordo com os detalhes fornecidos no estudo acima, ao lado da cóclea


existe a estrutura vestibular considerada como essencial para a manutenção do
equilíbrio corporal humano, e qualquer adversidade que ocorra na orelha interna
pode prejudicá-la. A informação sensorial proveniente da orelha interna e dos
proprioceptores presentes nas articulações e nos músculos comunica ao encéfalo a
localização das diferentes partes do nosso corpo, umas em relação às outras, e em
relação ao meio externo. Também tem a informação visual, ela ajuda no equilíbrio.

Aceleração rotacional

São três tipos de canais, o canal horizontal, ele detecta a rotação que está
associado com o giro, o canal posterior, quando realiza a inclinação da cabeça em
direção ao ombro e o canal anterior, é quando ele detecta se vai pra frente ou pra
trás, conforme segue apresentado na figura 5:
Figura 5 - Aceleração rotacional

Fonte: SILVERTHORN, Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 2017.

As vias do equilíbrio projetam-se primariamente para o cerebelo

As células pilosas vestibulares, assim como as da cóclea, estão tonicamente


ativas e liberam neurotransmissor nos neurônios sensoriais primários do nervo
vestibular (um ramo do nervo craniano VIII, o nervo vestibulococlear). Esses
neurônios sensoriais fazem sinapse nos núcleos vestibulares do bulbo ou vão, sem
fazer sinapse, diretamente para o cerebelo, um importante local de processamento
do equilíbrio, apresentado na figura 6 abaixo. Vias colaterais seguem do bulbo para
o cerebelo ou ascendem através da formação reticular e do tálamo.

Figura 6 – O equilíbrio

Fonte: SILVERTHORN, Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 2017.

3 CORRELAÇÃO DA AUDIÇÃO COM OUTRO SENTIDO

Analisando as literaturas referente a audição, órgão sensorial, tema deste


estudo, podemos constatar que ele se relaciona e correlaciona com mais de um dos
sentidos (exemplo: audição e visão; audição e tato), que trazem feedbacks e
conexões no processamento cerebral conforme os estímulos externos.
O ouvido capta o som e o transforma em ondas sonoras, os olhos captam a
luz e transforma em sinais elétricos e ambos são transmitidos para o cérebro. De
diferentes formas, o cérebro recebe os sinais e processa-os integrando e fazendo
com que o ambiente seja percebido.
Quando ocorre a diminuição das entradas nos fotorreceptores (entrada de
luminosidade), que acontecem através dos olhos, o cérebro tem como resposta o
aumento do processamento auditivo, ou seja, as sensações sonoras são
aumentadas, onde os dois órgãos trabalham juntos.

Com efeito, foi demonstrado que os cegos possuem habilidades acima


do normal em tarefas auditivas, tal como a localização sonora baseada
apenas em pistas monoaurais (COLLIGNON et al., 2009).
Em estudos recentes, cientistas apresentaram um fenômeno chamado
plasticidade cerebral cruzada, que é a capacidade do sistema nervoso de
reconfigurar o processo visual de pessoas nascidas sem a visão, a partir de
informações sonoras enviadas e processados em áreas cerebrais relativas à visão,
fazendo uma adaptação sensorial.
“Tecnicamente, a área responsável pelo processamento visual deveria
ficar ociosa em pessoas cegas, mas no cérebro, nada fica sem função”,
comenta o Dr. Theo Marins, neurocientista e professor do Instituto D’Or
de Pesquisa e Ensino (IDOR)

Podemos considerar que os sentidos da audição e da visão, apesar de


diferentes, trabalham juntos para criar uma experiência completa do ambiente e que
se conectam podendo compensar a perda um do outro.

4 CONCLUSÃO

Ao realizar esta pesquisa acadêmica sobre o sentido da audição observou-se


que trata-se de um sistema sensorial complexo, bastante detalhado e de grande
relevância para o ser humano. Cada divisão da orelha, onde ocorre o sentido da
audição, tem uma responsabilidade específica e única para que os sons e ruídos
possam ser captados, transportados ao sistema nervoso central e interpretados pelo
cérebro.
Resumidamente o processo de audição inicia através de ondas sonoras
advindas do ambiente externo que adentram através da orelha externa e transitam
então para as estruturas anatômicas da orelha média e consequentemente para a
orelha interna. Ao atingirem a orelha interna, essas ondas sonoras captadas no
ambiente externo são transformadas em estímulos elétricos que percorrem um
complexo percurso até atingirem o cérebro. No cérebro esses estímulos serão
recepcionados e processados, ganhando um significado.
Verificamos também que o sentido da audição correlaciona-se com vários
outros sentidos, e que em especial com o sentido da visão, faz com que a percepção
do ambiente seja ainda mais especial, pois quando o ser humano consegue
identificar certas ondas sonoras, como por exemplo em ambientes com bastante
ruído, pode haver a influência de sinais advindos do sentido da visão
simultaneamente, observando-se assim o ‘trabalho em equipe’ dos sentidos da
audição e visão.
Essa importante relação entre as funções sensoriais aumenta a percepção de
espaço e movimento, mobilidade e direção do ser humano, fundamental para a
sobrevivência humana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, M.E.L. IDOR Instituto D’OR de Pesquisa e Ensino. Disponível em:


https://www.rededorsaoluiz.com.br/instituto/idor. Acesso em: 23 de jan. de 2023.

BEAR, M.; CONORS, B.; PARADISO, M. Neurociências Desvendando o


Sistema Nervoso. 2º Edição, Editora Artmed, 2002.

CARLSON, N. R. Fisiologia do Comportamento. 7º Edição, Editora Manole,


2004.

CORTEZ, C. M. Fisiologia Aplicada à Psicologia. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2008.

FILHO, J. C. A construção do mundo através dos cinco sentidos. Disponível


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https://www.revistaplaneta.com.br/a-construcao-do-mundo-atraves-dos-cinco-senti
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RANGEL. M. L. et al. Deficiência visual e plasticidade no cérebro humano.


Psicol. teor. prat. vol.12 no.1 São Paulo, 2010. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php. Acesso em: 01 abr. de 2023

RIDOLFI, M. Sistema Sensorial. Disponível em:


https://projetandoneurociencia.org/project/sistema-sensorial/. Acesso em: 19 mar. 2023.

SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7ª Ed.


Porto Alegre: Artmed, 2017.
TORTORA, G.; DERRICKSON, B. Corpo Humano Fundamentos de Anatomia e
Fisiologia. 8º Edição, Editora Artmed, 2012.

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