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As dificuldades

sensoriais no
Autismo
NARA DE MELO PEIXOTO/ TERAPEUTA OCUPACIONAL
GRADUADA EM TERAPIA OCUPACIONAL PELA UNCISAL- MACEIÓ/AL
CERTIFICADA INTERNACIONALMENTE EM INTEGRAÇÃO SENSORIAL PELA
UNIVERSIDADE DO SUL DA CALIFÓRNIA –USC
MACEIO AL
25 E 26 DE AGOSTO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

 CONCEITO DE INTEGRACAO SENSORIAL


 SISTEMAS SENSORIAIS
 TRANSTORNOS DO PROCESSAMENTO SENSORIAL
 CONCEITO DE AUTISMO
 ALTERACOES SENSORIAIS NO AUTISMO
 A TERAPIA OCUPACIONAL E O AUTISMO
 VIDEOS
 DISCUSSAO DE CASOS
 FIM
O QUE É INTEGRAÇÃO
SENSORIAL?
O QUE E INTEGRAÇÃO SENSORIAL

" É o processo neurológico que


organiza as sensações do próprio
corpo e do meio ambiente e torna
possível a utilização do corpo de
forma eficaz no meio

JEAN AYRES(1989).
"
Ou seja,

 A Integração Sensorial é um processo neurobiológico


inconsciente, que promove a capacidade de
identificar, processar, organizar, interpretar sensações
e responder de maneira apropriada ao ambiente.
 Permite que os sentidos forneçam informações
acerca das condições físicas do corpo e do
ambiente e, portanto, possibilita o indivíduo
experimentar o corpo nas ações e nas atividades do
dia-a-dia.
 Desde dentro do ventre da mãe que o bebê experiencia
sensações.

 Quando bebê nasce, é bombardeado com novas


sensanções (os sons são mais intensos, ha luzes fortes, recebe
toques em sua pele por meio de pessoas, roupas, bem como
cheiros e sabores).

 Portanto, a medida que os meses vão passando, o bebê irá


aprender a regular seu comportamento diante de todas
essas sensações, desenvolvendo competências para que o
que sente e tudo que o rodeia faça sentido e lhe permita
agir sobre ele de forma adaptada.
Quando a criança toca, saboreia,
ouve, vê, cheira ou se movimenta,
discrimina essa sensação dando-lhe
um significado, atribuindo-lhe uma
experiência afetiva e armazena no
cérebro a informação, para que
mais tarde possa utilizá-la,
formando aprendizagens cada vez
mais complexas.
Cada resposta a uma sensação
inicia ou fortalece ligações no
cérebro, e assim a experiência
sensorial vai ajudando a formação
do Sistema Nervoso.
• O input sensorial é
necessário para o
funcionamento e
desenvolvimento do
cérebro.
RESPOSTA ADAPTATIVA

 Definição: resposta bem sucedida ao desafio ambiental


 Criança totalmente ativa (motivador interno)
 Cérebro em alto estado de organização
 Cada resposta adaptativa estabelece as bases para
respostas mais complexas
 As respostas adaptativas dirigem o desenvolvimento adiante
AUTISTAS X RESPOSTAS
ADAPTATIVAS
IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO
SENSORIAL

 Auto- regulação emocional e nível de alerta;

 Habilidade para descobrir como interagir com o ambiente;

 Estabelecimento de habilidades motoras, sociais, cognitivas,


emocionais...
É um mundo repleto de informaçõoes sensoriais que precisam ser
organizadas, caso contrário, bombardeados por estímulos, nossa
atenção vai flutuar de um ponto a outro, sem conseguir focar
em algo e aprender com as interações, com o ambiente
(MAGALHAES, L. LAMBERTUCI, M 2005).
Para isso, deve ocorrer o processo da neuroplasticidade, que é
definida pela capacidade de adaptação do sistema nervoso,
especialmente a dos neurônios, às mudanças nas condições do
ambiente que ocorrem no dia a dia da vida dos indivíduos
(Lent,2004).
O PROCESSO DA IS

 Input ambiental
 Registro sensorial
 Discriminção sensorial
 Ideação
 Planejamento motor
 Execução da ação
VISUAL

Sistemas AUDITIVO GUSTATIVO

sensoriais
SENTIDOS

TATIL OLFATIVO

VESTIBULAR PROPRIOCEPTIVO
SISTEMA TÁTIL
O SISTEMA TÁTIL

 Localiza-se na pele

 É o primeiro sistema a responder no útero e o mais maduro ao


nascimento

 É um dos primeiros meios de interação ambiental, ou seja, ele


controla a reação a tudo o que nos toca

 Responsável por sensações de toque, dor, temperatura e vibração


SISTEMA TÁTIL

 Quando observamos os bebês e crianças, verificamos uma grande


busca por estímulos táteis

 Muitas vezes o bebê ou a criança se acalma com o aconchego


(regulação emocional)

 Quando adulto,o toque pode ser usado como meio de


relaxamento (massagem, por exemplo).
SISTEMA TÁTIL

 Desenvolvimento do vínculo mae- bebê

 Desenvolvimento do esquema corporal

 Desenvolvimento da aprendizagem

 Desenvolvimento emocional e de autorregulação


SISTEMA VESTIBULAR
SISTEMA VESTIBULAR

 Receptores no ouvido interno

 Estimulados pelos movimentos da


cabeça, pescoço, olhos e
movimentos do corpo no meio.
SISTEMA VESTIBULAR

 A informação vestibular nos ajuda a manter o equilíbrio e nos


informa se estamos parados ou em movimento, a que velocidade
e em que direção nos movemos.

 É responsável pela coordenação ocular quando movimentamos a


cabeça

 Quando o Sistema vestibular está bem regulado, a criança


consegue saber o quanto pode se balançar sem cair, por exemplo
(reações de proteção de equilíbrio).
O processamento da informação do
Sistema vestibular contribui para que
a criança desenvolva a
especialização dos dois lados do
cérebro, integrando os dois lados do
corpo e contribuindo para o
desenvolvimento da fala e da
compreensão das palavras.
SISTEMA VESTIBULAR

 É de grande importância para o desenvolvimento infantil,


principalmente nos primeiros anos de vida.
 Aos poucos a criança vai ganhando confianca nas suas
capacidades de controlar seu corpo no espaço, em relação ao
movimento e ao que a rodeia, possibilitando assim
❖ Seguranca emocional
❖ Participaçãao social
❖ Ganhos de habilidades motores
❖ Experiências
SISTEMA
PROPRIOCEPTVO
SISTEMA PROPRIOCEPTIVO

 Propriocepção é a
consciência do nosso
próprio corpo.

 Receptores estão
localizados nos músculos,
articulações e ligamentos
SISTEMA PROPRIOCEPTIVO

 Essas informações constroem


nossa consciência corporal e
a posição do corpo no
espaço

 Fornece informações sobre a


força que exercemos
quando realizamos nossas
atividades cotidianas.
SISTEMA GUSTATIVO
SISTEMA GUSTATIVO

 Encontra-se na boca (especificamente na língua) e fornece a


sensação do sabor

 Funciona em conjunto com outros sistemas


▪ Tátil- temperatura e textura dos alimentos
▪ Olfativo
▪ Proprioceptivo- consistência do alimento
▪ Auditivo
▪ Visual
SISTEMA OLFATIVO
SISTEMA OLFATIVO

 Responsável pela capacidade de sentir cheiros

 Receptores se encontram nas cavidades nasais

 Experiências olfativas estão relacionadas diretamente as nossas


emoções.

 Os odores sao armazenados nos processos neurológicos e, na


maioria das vezes, não necessitamos da visão para decifrar cheiros.
SISTEMA VISUAL
SISTEMA VISUAL

 Receptores nos olhos, que captam as ondas de luz através da


retina e depois viajam para o tronco cerebral
 O córtex visual é o local onde irá ocorrer a descodificação mais
complexa da informação visual
SISTEMA VISUAL

 Acuidade visual
 Controle ocular (perseguição visual, estabilização do campo visual)
 Percepção visual- significado que o cérebro dá as informações que
captura, além da discriminação de cores, formas, grandezas.

 O Sistema visual se relaciona com os outros sistemas sensoriais para


construir percepções de tudo que nos rodeia.
PORTANTO...
 O cérebro analisa a informação de todos os sistemas sensoriais
para que possa organizar uma respota adequada (RA)

 Dependendo do processamento da informação de todos os


sistemas sensorias, assim será a adequação da resposta do
indivíduo.

 Relembrando - o processo ocorre quando


o Há o registro sensorial
o Este registro é enviado ao cérebro
o No cérebro ocorre uma interpretação dos registros sensoriais
o O cérebro organiza as repostas e
o Executa as respostas apropriadas ao ambiente
COMPONENTES DA INTEGRACAO
SENSORIAL
DISCRIMINAÇÃO SENSORIAL

 Capacidade para interpretar a informação sensorial de forma


eficaz.

 Trata-se de perceber adequadamente o que vemos, sentimos,


ouvimos, provamos, etc.

 A discriminação sensorial permite- nos ter a capacidade para dar


um significado correto às qualidades específicas dos estímulos.
MODULAÇÃO SENSORIAL

 É a habilidade para monitorar e regular as informações, garantindo


uma resposta apropriada a um estímulo sensorial.

 É a capacidade de se manter atento na presença de múltiplas


sensações.

 Um sistema nervoso bem modulado adapta-se às alterações no


ambiente e ao nível de alerta e de atenção apropriado para a
atividade, bloqueando a informação que não interessa, dando
ênfase aos estímulos importantes.
MODULAÇÃO SENSORIAL
MODULAÇÃO SENSORIAL

 Quando a modulação funciona eficientemente, a criança regula o


seu nível de ação, o seu nível de atenção, o seu nível de alerta e o
seu afeto.
 ALERTA, ATENÇÃO, AÇÃO E AFETO -> 4 As
• Alerta: capacidade para se manter no estado entre sono e vigília;
• Atenção: capacidade de focar seletivamente numa tarefa;
• Afeto: componente emocional do comportamento
• Ação: capacidade de se envolver num comportamento
adaptativo dirigido para um objetivo.
Ou seja,
 Uma criança que tenha um bom alerta (nem muito, nem pouco
reativa) vai conseguir focar a atenção, o que lhe permite organizar
a ação adequada ao estímulo, o que irá servir de base para a
manutenção de um afeto adequado à situação.
PRÁXIS

 É a capacidade para planificar ou levar a efeito uma atividade


pouco habitual, que implica a realização de uma sequência de
ações para atingir um fim ou um resultado.

 Caracteriza-se pelo controle harmonioso do movimento, pela


conjugação perfeita no espaço e no tempo da antecipação e da
ação, do plano e da execução, como que se adaptando a um fim
e a um objetivo ( Ayres, 1982).
PRÁXIS
É a capacidade pela qual nós entendemos como usar as mãos e o
corpo em tarefas especializadas, como brincar com brinquedos,
utilizando ferramentas, incluindo um lápis ou um garfo, construindo
uma estrutura, seja uma torre de blocos de brinquedo ou uma casa,
organizando um quarto, ou se envolver em muitas ocupações (Ayres,
1989).
PRÁXIS

A práxis envolve o planejamento


motor e a capacidade de colocar
em sequência novos atos motores, e
é a ponte entre as competências
motoras e a cognição.
PRÁXIS
TRANSTORNOS DO
PROCESSAMENTO SENSORIAL
TRANSTORNOS DO
PROCESSAMENTO SENSORIAL
Ou Disfunção de Integração Sensorial é a dificuldade em usar a
informação recebida pelos sentidos para conseguir funcionar
eficientemente nas atividades cotidianas, ou seja, é uma dificuldade
do sistema nervoso central para processar as informações sensoriais.

 Perturbações de coordenação motora, dificuldades na regulação


do sono, na alimentação, atenção, aprendizagem e no
funcionamento emocional e social.
 Segundo Miller (2006), para que se configure o transtorno é preciso
que os problemas sensoriais sejam extremados a ponto de impedir
o funcionamento diário da pessoa em todos os âmbitos da vida.
Hoje o diagnóstico é feito por meio de observações clínicas de um
profissional experiente e de instrumentos de avaliação sensorial.
DISFUNÇÃO DE MODULAÇÃO
SENSORIAL
 A disfunção de modulação sensorial é resultado de problemas no
ajuste e processamento das mensagens neurais que carregam
informações sobre a intensidade, frequência, duração,
complexidade e novidade de estímulos sensoriais. Há uma
diminuição, aumento, ou flutuação em resposta ao input sensorial
(Koomar e Bundy, 1991).

 Quando uma criança tem uma perturbação de modulação


sensorial, apresenta problemas que interferem com a
autorregulação e a capacidade de participação nas ocupações
que fazem parte da faixa etária.
BUSCA SENSORIAL

 Necessidade excessiva de informação sensorial;


 Criança extremamente ativa;
 Comportamentos desorganizados;
 Busca Sensorial X Hiperatividade.

 Essa criança é aquela que está sempre falando ou cantarolando,


mordendo a gola da blusa, escalando as coisas, dando
cambalhotas. Geralmente é impulsiva e não tem medo de se
ariscar.
Tabela

CONSTRUÇÃO EM GRUPO
HIPER-RESPONSIVIDADE SENSORIAL

 As crianças com hiper-responsividade sentem a sensação mais


rapidamente, mais intensamente, ou durante mais tempo, que as
crianças de modulação normal.

 Na pessoa com hipersensibilidade sensorial o processo de inibição


das sensações não ocorre de forma apropriada e todas as
informações são percebidas como relevantes, ou seja, a atenção
da pessoa está voltada para todos os estímulos, mesmo os que não
são úteis em uma determinada situação.
HIPER-RESPONSIVIDADE SENSORIAL

 Respostas às hipersensibilidades se mostram através de um


comportamento desafiador, de distração, de hostilidade, de fuga,
de medo e de ansiedade, entre outros.
 Comportamentos são percebidos desde bebê pelos pais;
 Evitam atividades que envolvem sujeira, sons altos, por exemplo.
 Apresentam bastante dificuldade no processo escolar.
Tabela

CONSTRUÇÃO EM GRUPO
HIPER-RESPONSIVIDADE SENSORIAL

 Grandes prejuízos:
• No ambiente escolar;
• Nas atividades de vida diária;
• Na socialização;
• No brincar;
• No comportamento.
HIPO-RESPONSIVIDADE SENSORIAL

 A pessoa com hipo-sensibilidade sensorial precisa de muito mais


estimulação do que a população em geral para alcançar um
estado ótimo de alerta ou ativação. Ela exibe uma resposta inferior
à esperada para uma determinada situação e demora mais para
reagir.

 Baixo registro sensorial;

 Falta de motivação, de iniciativa para exploração e socialização.


Tabela

CONSTRUÇÃO EM GRUPO
TRANSTORNO DE DISCRIMINAÇÃO
SENSORIAL
 Dificuldade em perceber de forma adequada os estímulos
ambientais;

 Como o estímulo é processado de forma imprecisa, geralmente a


criança apresenta dificuldade em gerar respostas adaptativas no
seu dia a dia. Normalmente precisa de mais tempo do que as
outras crianças para processar a informação, já que apresenta
problemas para descobrir o que está percebendo.
TRANSTORNO DE DISCRIMINAÇÃO
SENSORIAL
 Sistema tátil: pode não perceber a diferença entre texturas e
formas com a oclusão da visão.
 Sistema gustativo: dificuldades em diferenciar sabores.
 Sistema auditivo: dificuldades em ouvir quando há um fundo
sonoro, pode fazer confusão com os sons.
 Sistema olfativo: dificuldades em distinguir os cheiros óbvios;.
 Sistema visual: dificuldades em achar algo numa gaveta, ou caixa,
faz confusão com grafismos semelhantes.
 Sistema vestibular: dificuldades em perceber direção do
movimento.
 Sistema proprioceptivo: dificuldades de coordenação,
desorganizadas.
PERTURBAÇÕES MOTORAS DE BASE
SENSORIAL
 Caracteriza-se pela dificuldade em estabilizar o corpo ou planejar
e sequenciar movimentos coordenados.

 2 tipos:
• Transtorno postural
• Dispraxia
TRANSTORNO POSTURAL

 É a dificuldade em estabilizar o corpo durante o movimento.

 Apresentam:
 Tônus muscular baixo;
 Dificuldade em manter posturas contra gravidade;
 Reações de equilíbrio pobres
 Dificuldades no controle dos movimentos dos olhos.
TRANSTORNO POSTURAL

 Depende das informações dos sistemas vestibular e proprioceptivo.


TRANSTORNO POSTURAL

 Criança com tendência para atividades sedentárias;


 Costumam sentar em “W”;
 Perdem o equilíbrio facilmente;
 Não conseguem integrar os dois lados do corpo;
 Instabilidade no equilíbrio.
DISPRAXIA

 Apraxia de movimento X Dispraxia de movimento

 É um dificuldade em planejar, sequenciar e executar uma ação


motora não familiar, ou uma série de ações motoras.

 Para considerarmos que a criança tem uma Dispraxia baseada na


IS, é necessário que apresente déficits no processamento de um ou
mais sistemas sensoriais.
• A criança com
Dispraxia parece
descoordenada,
desajeitada,
desorganizada.

• Sente-se insegura em
relação ao seu corpo
no espaço e tem
dificuldade em
calcular distância dos
objetos e pessoas.
DISPRAXIA

 Podem estar propiciais à acidentes e podem quebrar brinquedos


com frequência.

 Crianças com Dispraxia têm dificuldades em executar as Atividades


de Vida Diária, o brincar, na habilidades motoras finas e na fala.

 Geralmente, este tipo de criança precisa de mais repetições para


aprender a tarefa ou atividade.
COMO IDENTIFICAR:

✓ Criança desajeitada, que tropeça em coisas, cai com frequência;


✓ Pobres habilidades motoras finas;
✓ Dificuldade com leitura e ortografia;
✓ Resistência em tentar atividades novas, desafiadoras;
✓ Dificuldades em participar de atividades que exigem antecipação,
como pegar uma bola, chutar;
✓ Dificuldades com botões, cadarços, tesoura.
AS ALTERAÇÕES SENSORIAS NO
AUTISMO
DEFINIÇÃO DE AUTISMO SEGUNDO
DSM- V
DSM-V : Transtorno do Espectro do Autismo:
 Déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação
social e nas interações sociais, manifestadas de todas as maneiras
seguintes:
✓ Déficits expressivos na comunicação não verbal e verbal usadas
para interação social;
✓ Falta de reciprocidade social;
✓ Incapacidade para desenvolver e manter relacionamentos de
amizade apropriados para o estágio de desenvolvimento.
 Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e
atividades, manifestados por pelo menos duas das maneiras
abaixo:
✓ Comportamentos motores ou verbais estereotipados, ou
comportamentos sensoriais incomuns;
✓ Excessiva adesão/aderência a rotinas e padrões ritualizados de
comportamento;
✓ Interesses restritos, fixos e intensos.

 Os sintomas devem estar presentes no início da infância, mas


podem não se manifestar completamente até que as demandas
sociais excedam o limite de suas capacidades.
QUAIS ALTERAÇÕES SENSORIAIS
VOCÊS IDENTIFICAM EM SEUS
PACIENTES AUTISTAS?
1. ....
TRANSTORNO DO
PROCESSAMENTO SENSORIAL NO
AUTISMO
 É considerado um transtorno quando influencia em seu
comportamento;

 Estudos apontam que 45 a 96% das crianças com autismo


apresentam alterações no Processamento Sensorial;

 Os transtornos podem ser variados em uma única criança.


 Uma criança autista pode ser hiper sensível a alguns estímulos, hipo
a outros e ser um “buscador sensorial”;
 Transtornos de processamento sensorial mais observados nas
crianças autistas:
• Hipersensibilidade ou Defensividade tátil:
o a criança não inibe respostas para o estímulo irrelevante, tanto
auditivo, olfatório ou visual, sendo considerada portanto distraída;
o são consideradas muito sensível, ansiosas, hiperativas e desatenta;
o não gostam de ser tocadas, seja com demonstração de afeto, ou
mesmo durante as brincadeiras;
o reagem de maneira defensiva principalmente em relação às
sensações táteis; não gostam de tomar banho com bucha, de
serem lavados (esfregar a pele) e de cortar cabelos;
o não gostam de sujar o corpo, se mostram extremamente
incomodadas;
o ficam assustadas quando a aproximação é feita por trás;
o resistem a tirar blusas, meias, sapato, em qualquer circunstância;
o em geral são crianças pouco compreendidas pelos outros;
o evitam o toque dos amigos, se mantendo distante do contato
corporal;
o defendem - se também de alguns odores e à alguns sons (defesa
auditiva)
• Seletividade alimentar:
❑ Seleção de alimentos por cor, textura, sabor, temperatura, cheiro;
❑ Evitam qualquer outro tipo de alimento que não seja aquele
preferido;
❑ Uma dificuldade sensorial que precisa ser respeitada;
❑ Hipersensilidade tátil presente em toda região oral;
❑ Comportamentos mal interpretados sobre a recusa alimentar;
• Intolerância ou reação aversiva ao movimento:
❑ reagem mal a estimulação vestibular, apresentando náusea e
desconforto;
❑ são aversivas aos movimentos rápidos, circulares e giratórios.
❑ gostam do movimento desde que não implique em modificar
posições;
• Déficit de movimento postural-ocular
❑ Pobre controle postural e ocular.
❑ Baixo tônus da musculatura extensora
❑ Inabilidade para assumir ou manter a postura de prono- extenção
❑ Pobre estabilidade proximal
❑ Reações de equilíbrio e endireitamento deficitárias
❑ Comprometimento na habilidade de usar os dois lados do corpo
de modo coordenado e para usar um lado do corpo no lado
contralateral do espaço
❑ Dificuldade para saltar com os dois pés unidos, subir escadas com
movimento recíprocos e pular corda
o Disfunção de planejamento motor (DISPRAXIA)
❑ Deficiência na habilidade para idealizar, planejar e executar um
ato motor não habitual na seqüência correta.
❑ Baixo desempenho em atividades de rotina diária, lúdicas e/ou
pedagógicas.
❑ Lentidão para aprender dar laço, fechar fivelas, déficits no
grafismo, dificuldades nas atividades esportivas e motoras.
 Essas alterações influenciam no:
• Convívio social;
• Vida acadêmica;
• Brincar;
• Independência nas Atividades de Vida Diária;
• Linguagem;
• Comportamento;
• ...
Estratégias importantes

 Perceber os padrões sensoriais da criança;


 Respeitar seus limites sensoriais;
 Encaminhar para o Terapeuta Ocupacional capacitado avaliar a
criança;
 Realizar algumas estratégias para diminuir o nível de estresse da
criança;
 Comportamento X Transtorno
A INTERVENÇÃO DA TERAPIA
OCUPACIONAL NO AUTISMO

Quando uma pessoa precisa de Terapia


Ocupacional?
➢ O objetivo do profissional de Terapia Ocupacional é habilitar
pessoas a se engajarem nos papéis, tarefas e atividades que têm
um significado paras as mesmas no seu cotidiano e que definem
suas vidas (TROMBLY, 1993).

➢ Assim, pode-se concluir que três áreas de abrangência são mais


comuns durante a infância, a saber: AVD, educação e brincar,
além de considerar o impacto destas sobre a participação social
(REZENDE, 2008)

➢ Intervenção da Integração Sensorial como uma abordagem


clínica.
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO

 Terapeuta Ocupacional com


Certificação em Integração
Sensorial;
 Avaliar quais as dificuldades da
criança nas Atividades de Vida
Diária, no brincar e na
socialização;
 Fazer um estudo global do
Processamento Sensorial e julgar a
melhor intervenção;
 Uso de testes padronizados.
• (PERFIL SENSORIAL, SPM, SIPT)
CASOS CLÍNCOS
REFERÊNCIAS

 AYRES, A.J.: Sensory Integration and Learning Disorders, Los Angeles, WPS, 1972.
 Baker, A. E. Z., Lane, A., Angley, M. T., & Young, R. L. (2008). The relationship between
sensory processing patterns and behavioral responsiveness in autistic disorder: A pilot study.
Journal of Autism and Developmental Disorders, 38(5), 867–875.
 Koomar, J., & Bundy, A. (1991). The art and science of creating direct intervention from
theory. In A. Fisher, E. Murray, & A. Bundy (Eds.), Sensory integration theory and practice
(pp. 251–314). Philadelphia: F. A. Davis.
 Lent R. Os Neurônios se Transforman: Bases Biológicas da Neuroplasticidade. In: Lent R.
Cem Bilhões de Neurônios: conceitos fundamentais de neurociências. São Paulo: Atheneu,
2004, p.134-63.
 Miller, L.J. Sensational Kids: Help and hope for children with sensory processing disorders
(SPD). Nova Iorque, G.P. Putnam’s sons, 2006.
 Mochuzuki, L. Amadio, A. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.19, n.2, p. 11-18,
abr./jun., 2006.
OBRIGADA!

NARA DE MELO PEIXOTO

narapeixoto@yahoo.com.br

MACEIÓ, 2018

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