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Processos mentais

Emocionais

Perceção

Processos mentais Cognitivos Memória

Aprendizagem

Conativos

Processos cognitivos: relacionam-se com o saber, com o conhecimento, com a criação, transformação e
utilização da informação dos meios interno e externo.

Processos emotivo: relacionam-se com o sentir.

Processos conativos: estão relacionados com o fazer, a motivação que subjaz à nossa intencionalidade
consequente: o agir humano.

Cognição
Se é pelos sentidos que o nosso contacto com o mundo começa, ele não termina aí. É este o ponto a partir do
qual se distinguem sensação e perceção. Por outras palavras a sensação é apenas o começo.

Sensação

A sensação é o processo através do qual um estímulo físico (visual, sonoro, olfativo, etc.) desencadeia num
recetor sensorial (olhos, ouvidos, nariz, etc.) uma determinada impressão, posteriormente transmitida ao
cérebro.

• Os nossos sentidos são sensíveis e estímulos físicos, como luz, som, cheiro etc., sendo a sensação,
portanto, uma reação dos órgãos dos sentidos ao meio uma resposta sensorial a um estímulo.

Quão sensíveis são, no entanto, os nossos sentidos?

• A esta pergunta tem procurado responder a psicofísica (uma área da Psicologia). Nela procura-se
entender, por exemplo, a intensidade ou a energia necessária que um estímulo tem de ter para gerar uma
reação sensorial.

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A essa intensidade mínima de energia necessária para desencadear um estímulo sensorial dá-se o nome de
limiar absoluto.

• Os raios violetas e os infravermelhos, ou a radiação eletromagnética que está presente nas redes WI-FI ou
de telemóvel, constituem exemplos de energia que somos insensíveis, isto é, que se situa abaixo do nosso
limiar absoluto.

O limiar diferencial é, por outro lado, a diferença mínima de energia que é necessária à distinção entre dois
estímulos similares.

• Abaixo do limiar absoluto, não há deteção de sinal, ou seja, não há sensação. Abaixo do limiar diferencial,
não há distinção de estímulos, isto é, não é detetada qualquer diferença entre os mesmos: por exemplo na
intensidade da luz, do som do cheiro, entre outros.

• Outra noção importante no estudo da sensação é a adaptação sensorial. Imaginemos, por exemplo, que
entramos numa sala de cinema, quando o filme já começou a ser projetado. Com a sala escurecida,
temos dificuldade em ver o caminho e chegar ao nosso lugar. Vimos do exterior, onde existe muita luz,
mas, entretanto, os nossos olhos adaptam-se e acabamos por nos sentar. O inverso também exige uma
adaptação sensorial

Adaptação sensorial

É, assim, a tendência para o declínio da nossa capacidade de resposta a estímulos imutáveis, constantes ou
repetitivos, para que consigamos concentra a nossa atenção na informação útil do meio.

• A verdade é que não nos limitamos a ver imagens, a ouvir sons, ou a captar cheiros. Isto é, percebemos
alguma coisa que vemos, ouvimos ou cheiramos.

• Através da sensação, recebemos a informação sensorial do meio, e por intermédio da perceção,


interpretamos essa informação, conferimos-lhe um sentido. Por outras palavras, a perceção vem
depois da sensação.

Sensação Perceção

Perceção

A perceção é um processo cognitivo de organização e interpretação da informação sensorial. É uma atividade


cognitiva de processamento dos dados dos sentidos, de construção de significado, de identificação do que é
uma dada sensação.

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Constância percetiva e perceção de profundidade

• A perceção que temos do mundo é uma construção, uma representação mental.

• A nossa mente entende o mundo como algo tridimensional, estável e com significado, apesar do aspeto
caótico dos dados dos sentidos. Para esse entendimento contribuem a constância percetiva e a perceção
de profundidade.

Constância percetiva

A constância percetiva é a tendência para representar os objetos do mesmo modo, como estáveis, apesar de
chegarem até nós a partir de ângulos ou perspetivas diferentes. É entender como constante o que aparece
como instável ou em permanente variabilidade.

• A constância percetiva é um mecanismo que nos impede de cairmos em erros elementares: por exemplo,
concluirmos que alguém, quando se afaste de nós, está a diminuir fisicamente de tamanho, ou que á
noite, sem luz, as coisas perdem efetivamente a sua cor. Através da constância percetiva, o cérebro
corrige o que os sentidos nos fazem chegar.

Nas perceções visuais, vamos analisar três formas de constância percetiva:

Constância de tamanho- um objeto, a diferentes distâncias, forma na retina imagens distantes. Quanto mais
longe está de nós, mais pequeno aparece no nosso olhar. Mas não é assim que percebemos. Sabemos que há
um tamanho físico real, que é constante, esteja ele distante ou próximo de nós. É isto a constância de
tamanho, que nos faz ver, estando nós em terra, um avião de passageiros a grande altitude ou um navio
cargueiro em alto-mar sempre como gigantes dos transportes.

Constância e forma- a imagem de um objeto, sob diferentes ângulos ou incidência de luz, aparece projetada
a retina com formas distintas. No entanto, percecionamos uma roda sempre como redonda, mesmo quando
não a olhamos exatamente de frente, e daí a sensação não ser de um círculo perfeito. O mesmo acontece
com uma porta retangular, que, mesmo que esteja entreaberta aos nossos olhos, é sempre vista como
retangular.

Constância de cor e brilho- a sensação de um objeto muda constantemente, tendo maior ou menor brilho e
até parecendo ter uma cor diferente, mas percecionamo-lo como igual. A luminosidade altera a sensação,
mas rara e dificilmente muda uma perceção.

• Apesar da mudança contínua de sensações, a correção levada a cabo pela perceção permite-nos
encontrar alguma regularidade no mundo, ajudando-nos na adaptação ao que nos rodeia e até evitar erros
que se poderiam revelar graves se os enganos dos sentidos não fossem contrariados.

• A constância percetiva, ou o reconhecimento do igual no diferente, depende muito das nossas


experiências anteriores, das memórias que armazenámos e recuperamos quando delas precisamos, das

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aprendizagens que efetuámos e também da nossa capacidade de inferir, ou seja, de tirar conclusões com
segurança a partir de dados que já dominamos.

Além da constância percetiva, também a perceção de profundidade os ajuda a interpretar a


tridimensionalidade que caracteriza o mundo, apesar de os nossos olhos registarem imagens a duas
dimensões.

Perceção de profundidade

A perceção de profundidade é a capacidade de ver o mundo a três dimensões percebendo as distâncias entre
diferentes elementos.

• Para que seja possível essa perceção, recorremos a dois tipos de indicadores de profundidade:
binoculares, em que os nossos dois olhos estão simultaneamente implicados, e monoculares,
baseados no funcionamento autónomo de cada olho. Os primeiros indicadores estão relacionados com
mecanismos fisiológicos: os segundos são indícios ambientais.

Dois tipos de indicadores binoculares: a convergência e a disparidade retiana.

• A convergência refere-se ao movimento dos nossos olhos quando se retraem à medida que um objeto se
aproxima de nós. As duas linhas de visão convergem quando um objeto se aproxima uma distância
inferior a 15 metros e divergem à medida que se afasta. Estes indícios ajudam-nos a perceber a distância
a que algo está de nós ao disporem os objetos na profundidade do espaço tridimensional.

• A disparidade retiniana refere-se ao facto de as imagens que cada um dos nossos olhos vê serem
ligeiramente diferentes entre si, sendo a diferença tanto maior quanto mais próximo estiver o objeto
visto. O nosso cérebro calcula a distância a que algo está de nós através do quão díspares são as duas
imagens recebidas pelas nossas retinas. Sendo muito distintas, o objeto está muito próximo; sendo
pouco distintas, está mais distantes.

Por exemplo, se colocarmos um lápis muito próximo da nossa cara e taparmos um olho de cada vez, cada um
dos olhos dar-nos-á uma imagem um pouco diferente. Se o afastarmos, e fizermos a mesma experiência, as
imagens tenderão a igualar.se.

O esforço de compreensão do que é a perceção e de quais leis que a determinam levou ao aparecimento da
teoria gestaltista. Esta teoria retira a sua designação do termo alemão “Gestalt”, que significa forma ou
padrão.

A psicóloga da Gestalt tem como princípio fundamental a ideia de que o todo não é simplesmente a soma
das suas partes.

A lei da figura-fundo
Tendemos a destacar a figura, como uma coisa com forma, do fundo, como um vazio informe. Por outras
palavras, a nossa atenção centra-se num determinado elemento da imagem, e exclui os outros. A figura e o
fundo nunca são percecionados ao mesmo tempo, mas alternadamente.

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Esta alternância fica facilmente demonstrada em ilustrações que invocam
reversibilidade na perceção. Na imagem ao lado, ou vemos um vaso branco, que é a
figura (com forma) sobre um fundo negro (Informe), ou percecionamos dois perfis
humanos (com forma) sobre um fundo negro (informe). Em qualquer um dos casos há
sempre um fundo que se “afasta” e uma figura que se aproxima.

• O destaque figura-fundo não é exclusivo da visão. A nossa perceção faz também,


por exemplo, sobressair a melodia de uma canção do ruído do fundo.

As leis do agrupamento percetivo


Além da figura-fundo, existem outras uniformidades percetivas que também obedecem a regularidades
discriminadas pela teoria de Gestalt.

Princípio de semelhança:

Este princípio estabelece que, quanto maior é a semelhança entre elementos, maior é a probabilidade de
serem percecionados como parte de um grupo comum. Assim, na imagem que vemos ao lado, apesar de
cada quadrado estar tão próximo de um círculo como de outro quadrado, tendemos a percecionar os
quadrados uns ao outro, em colunas verticais, e o mesmo acontece com os círculos. O que é comum é
agrupado.

Princípio da proximidade:

Este princípio afirma que os objetos próximos uns dos outros tendem a ser percebidos como um todo.
Assim na imagem que vemos, tanto os oito pontos como as oito linhas tendem a ser organizados em grupos
de dois. É praticamente impossível ver, por exemplo, a segunda e a terceira linha como membros de um
mesmo par percetivo. Os pares percetivos resultam da sua proximidade.

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Princípio da continuidade:

Este princípio declara que os elementos que fazem pare de uma sequência contínua tendem a ser
percecionados em conjunto, já que existe a tendência para preferir formas harmoniosas ou contínuas a
formas descontínuas. Assim, na imagem que vemos ao lado, tendemos a percecionar uma linha azul curva,
em vez de duas linhas, cada uma como uma parte curva e reta.

Princípios do fechamento:

A lei do fechamento, ou clausura, estabelece que figuras incompletas tendem a ser cistas como
completas, isto é, que há propensão a preencher lacunas ou espaços em branco quando os objetos estão
agrupados. Assim, na imagem percecionamos formas familiares, encontrando um quadrado. Por outras
palavras, o nosso cérebro une os espaços em branco.

Princípio da pregnância:

Também chamado de princípio da simetria ou da simplicidade, afirma que tendemos a organizar os estímulos
percetivos ou objetos na sua forma, mas simples possível. Assim, na imagem, vemos cinco círculos, em vez
de outras formas, bastante mais complexas.

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Ilusões percetivas e a influência da cultura

Apesar de existirem vários mecanismos corretivos que se aplicam às sensações, ainda assim a perceção é
falível. Na realidade, percebemos incorretamente determinados estímulos, e a investigação tem revelado que
muitas ilusões resultam, entre outros fatores, da má aplicação do conhecimento que já temos de objetos
tridimensionais a imagens planas- ou bidimensionais.

Algumas das ilusões mais conhecidas:

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A ilusão de Muller-Lyer

Apesar de as duas linhas serem do mesmo tamanho, a linha em que as setas apontam para dentro é
rececionada como sendo maior do que aquela com assetas a apontar para fora. A nossa mente ilude-nos
quando nos dá a indicação de que estamos diante de linhas de diferentes tamanhos.

A ilusão de Poggendorff

Apesar de as linhas diagonais (roxa e amarela) se encontrarem, fica a impressão de que não o farão devido à
interposição de uma estrutura intermediária: o volume cinzento.

A ilusão de Ponzo

Apesar de as linhas horizontais azuis terem exatamente o mesmo comprimento, a de baixo parece mais curta
do que a do topo. Isto acontece porque a linha de cima tem na retina o mesmo tamanho que a linha de baixo,
mas, como está sobre uma perspetiva linear, sendo aí interpretada como estando mais longe, o cérebro vê-a
como sendo maior.

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Cultura e perceção
Existem várias explicações para ilusões de ótica, mas a investigação mostra que há um fator cultural capaz
de determinar ou não a sua eficácia, ou seja, a sua capacidade de iludir.

• A ilusão de Ponzo, por exemplo, depende de o observador ter familiaridade com perspetiva linear, a esta
pressupõe habituação a ambientes com linhas de ferro, estradas com marcação rodoviária, prédio ou,
simplesmente, casa com formas quadradas ou retangulares. Alguém que tenha crescido num ambiente
sem linhas direitas, com caminhos retorcidos, casas redondas, dificilmente é enganado com esta ilusão.

• O mesmo parece acontecer com a ilusão de Muller-Lyer. Ora, quem tivesse crescido numa casa com
forma circular, e esse fosse o tipo edificado com que habitualmente contactasse-como acontece em
muitas aldeias africanas- não seria iludido tão facilmente cm as formas das setas que apontam ou para o
exterior ou para o interior.

• A Diapasão do Diabo, representado na imagem, também é diferentemente percecionado por pessoas de


diferentes culturas. Alguém proveniente da cultura ocidental tem muita dificuldade em reproduzir o papel
desta ilustração.

Pelo contrário, um membro de uma tribo africana, pouco familiarizado com a cultural
ocidental, experimenta poucos problemas na sua reprodução.

A explicar aquela dificuldade parece estar a noção de que esta é uma figura
“impossível”, de que não é realista presumir a sua existência a três dimensões,
noção essa que não é partilhada universalmente-p pelos membros da tribo
africana, por exemplo.

• A noção de profundidade também dá origem a diferentes interpretações desta ilustração de caça


representada.
Um ocidental, socorrendo-se do seu hábito de percecionar diferenças de tamanho através, por exemplo,
de grandeza relativa (ver atrás), afirma que o elefante está mais distante, e, portanto, o caçador tenta
caçar o antílope.
Inversamente, um membro de uma tribo africana isolada, não tão familiarizado com este mecanismo de
perceção de profundidade, presume
que o caçador está a tentar caçar o elefante.

Estes exemplos mostram-nos que o


fenómeno de perceção não é independente
da cultura de quem perceciona, pondo em
causa a explicações que vejam na fisiologia
humana o único fator de diferenciação na
perceção.

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Memória
Memória
A memória e a formação de memórias

A memória é uma das mais importantes faculdades humanas. Dela depende a definição de cada um de nós,
da nossa identidade pessoal, já que, ligando o passando ao presente, é possível encontrar um sentido de
continuidade: no que fomos, no somos e autorizando uma especulação minimamente sustentada sobre o que
seremos.

Isto significa também que aprendemos com os erros e explica porque muitas veze se diz que o ser humano é
“um animal de hábitos”: evitamos o que nos prejudicou e repetimos o que nos beneficiou. A memória está
ligada à aprendizagem.

Memória

A memória é a capacidade de fazermos um registo do passado e de o evocarmos posteriormente. É um


processo através do qual se codifica, armazena e recupera informação.

A codificação, retenção e recuperação são interdependentes, pelo que o sistema de memorização só


funcionará eficazmente se todas elas estiverem operacionais.

• Quando a informação sensorial chega ao nosso cérebro, dá-se início à codificação, isto é, à tradução
desses dados num código que pode ser acústico, visual ou semântico.

• A codificação tanto pode acontecer de forma automática como consciente e voluntária.

• Por vezes, dado o volume da informação a memorizar, é preciso dar-lhe um código para mais facilmente a
registar e depois recordar. Uma mnemónica é um bom exemplo disso (saber os dias de cada mês com o
auxílio do punho).

• Depois, segue-se o armazenamento.

• Para poder ser recordada, a informação memorizada e, portanto, já codificada, tem de deixar um registo-
um traço mnésico ou engrama- no nosso sistema mental.

• Esta fica armazenada e aí conservada e aí conservada para uma futura recuperação. Onde as nossas
memórias ficam guardadas tem sido das questões mais complexas a que a ciência procura dar resposta,
mas sabe-se já que não há uma localização única. Experiências feitas com pacientes submetidos a
cirurgias cerebrais- com o córtex exposto, mas mantidos conscientes- permitiram constatar que a
ativação de uma mesma memória ocorre com a estimulação de diferentes pontos do cérebro.

• Por último a recuperação.

• É o momento que, na linguagem do dia a dia corresponde ao “Recordo-me que…” ou “lembro-me


agora…”. Trata-se de recordar ou de reconhecer uma informação previamente guardada, de a voltar a

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trazer à consciência e de a descodificar- daí que o sucesso desta terceira etapa dependa muito do modo
como se codifica a informação na primeiro.

• Há dois métodos muito comuns para se recuperar a informação codificada e armazenada: a recordação e
o reconhecimento. Na recordação pede-se ao sujeito para ele próprio, reproduzir uma resposta já
aprendida a uma dada questão. No reconhecimento dá-se-lhe, por exemplo, um conjunto de alternativas
e este terá de identificar entre elas a verdadeira.

Codificação Armazenamento Recuperação

Tipos de memória
De acordo com uma das teorias mais consensuais a Psicologia, existem três tipos de sistemas de
armazenamento de memória, a memória sensorial, a memória a curto prazo e a memória a longo prazo. O
critério a que obedece essa distinção é conjuntamente o da função e da duração de cada um dos tipos de
memórias.

Informação Repetição

Memórias Memória a logo


Memória a curto
Sensoriais prazo prazo
Vista (visual);
Som(auditiva);
Outras memórias

Atenção Recapitulação
elaborada
Não se dando atenção às Não havendo repetição, a
memórias sensoriais elas informação perde-se entre
perdem-se em cerca de 1 15 a 25 segundos, ou
segundo, quando deixa de ser útil

• Para que a informação transite entre estes compartimentos, são importantes processos como a atenção,
a repetição e a recuperação.

• A memória sensorial com uma capacidade muito limitada, constitui a primeira etapa no estabelecimento
de um registo duradouro das nossas experiências é, assim, um registo momentâneo, de frações de
segundo, de estímulos dos sentidos: a imagem de um degrau debaixo dos nossos pés enquanto
caminhamos, o som na fechadura da porta de entrada de casa, etc.

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• A memória sensorial é o primeiro armazém da informação que chega aos nossos órgãos recetores:
ouvidos, nariz, pele, etc.

• Permite conservar as características físicas de um estímulo (visual, auditivo, olfativo, tátil ou gustativo)
captado pelos órgãos sensoriais durante alguns segundos.

• Existem vários tipos de memórias sensoriais, cada um correspondente a um dos sentidos.

• Um deles é a memória icónica, que regista informação obtida através da visão. Outro é a memória
ecoica, que retém informação proveniente dos ouvidos.

• Sem a “porta de entrada” na mente humana que é a memória sensorial, nada percecionaríamos. Mas, se
nada acontecer de modo a manter o registo do aprendido, a informação pode perder.se para sempre.
Assim:

De que depende a sua manutenção?

Para que a informação não se desvaneça e possa ser transferida para a memória a curto prazo é necessário o
envolvimento da atenção.

A atenção corresponde, de forma simples, à capacidade de focar um evento ou situação.

Atenção seletiva Atenção dividida

• Ocorre quando nos • Ocorre quando focamos os sentidos


concentramos em alguns em mais do que um estímulo ou
estímulos e ignoramos outros. quando intercalamos a atenção com
• Permite-nos fazer tarefas outra tarefa.
simples, como ler um livro ou • Por exemplo, quando usamos
conversar como um amigo. telemóvel durante a condução.

• Graças à atenção, uma parte da informação que chega aos órgãos sensoriais é transferida para a memória de
curto prazo.

• A capacidade deste tipo de memória, tal como acontece com a sua duração, é limitada, sendo da ordem de
sete dígitos, palavras ou elementos distintos.

• A MCP permite guardar informação durante cerca de 20 segundos.

• Funcionando como uma unidade processadora ativa e extramente útil, a memória a curto prazo constitui uma
importante memória de trabalho, permitindo a exploração da informação da memória sensorial (através da
repetição) e mantendo presente a informação guardada na memória a longo prazo (através da recuperação.

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• Sabe-se que a repetição pode ajudar, até porque mantém ativa a informação fixada na memória a curto prazo,
mas pode não chegar para haver uma efetiva memorização. De facto, antes de um teste estudamos muitas
vezes a matéria, repetindo-a, e depois de concluído, com ele desvanece-se muita dessa informação.

• É preciso e então uma espécie de repetição qualificada a que se dá o nome de recapitulação elaborada. O
essencial é ligar a nova memória a memórias anteriores, e estruturas preexistentes, a uma imagem que
conhecemos bem e onde a conseguimos reconhecer.

A memória a curto prazo- à qual também se pode dar o nome de memória de trabalho- é um armazém no
qual a informação é guardada apenas enquanto é útil. Deixando de o ser, é esquecida (não completamente, já
qua alguma informação passa para a memória a longo prazo). Uma vez que ela resultada atenção, é também o
primeiro patamar em que a informação tem, pela primeira vez, significado.

• Dos três tipos de memória, a memória a longo prazo é aquela que se aproxima mais daquilo a que
vulgarmente chamamos “memória”.

• É relativamente ilimitada, permanente e construída, tal como a memória sensorial e a memória a curto
prazo, a partir de todas as modalidades dos sentidos, armazenando os conhecimentos que possuímos de
nós mesmos e do mundo durante longos períodos de tempo.

A memória a longo prazo é o último armazém da memória. Desconhece-se qual e a sua capacidade, mas
sabe-se ser de uma vastidão imensa, até porque a informação é registada em redes semânticas- ou de
significado- em que as várias ideias se associam para formar um único conceito.

• Por norma, os cientistas dividem as memórias em dois tipos (dois subsistemas): implícitas
(procedimentais) e explícitas (declarativas).

Memória não declarativa Memória declarativa.

Também conhecida por memória A memória declarativa, por oposição, é uma


procedimental ou memória do saber-fazer, memória que implica o discurso de verbos.
é uma memória automática: Também conhecida como memória explícita ou
memória de registo.
• Inclui procedimentos e ações.
• São coisas que sabemos, mas nas • Inclui factos e proposições e diz respeito às
quais não pensamos de forma coisas que sabemos por termos lembrança.
consciente, são hábitos e capacidades
• Responder a um teste é, por exemplo, declarar o
motoras que o fazemos de imediato
que se sabe. Regista-se na folha de respostas o
sem qualquer explicação verbal, como
que conhecemos, porque de algum modo, o
andar de bicicleta ou desenhar uma
memorizámos.
forma.
• É uma memória que implica consciência
aquando da sua mobilização, já que temos
perfeita noção- e nisso nos concentramos- do
que estamos a evocar.

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Memória a longo prazo

Memória não Memória declarativa


declarativa

Memória episódica Memória semântica

A memória semântica acolhe muito do que aprendemos na escola e ainda sabemos como, por exemplo,
factos históricos, fórmulas matemáticas, etc. Sabemo-lo apenas, sem conseguir evocar a situação no qual
aprendemos praticamente com os pormenores que a caracterizam.

• Somar ou dividir são operações que fazemos praticamente todos os dias, sem nos recordarmos do
momento em que aprendemos.
• É, assim, associada ao conceito de cultura geral.

A memória episódica, também conhecida por memória autobiográfica, é onde estão armazenados episódios
das nossas vidas: situações marcantes, as nossas canções preferidas, as datas e aniversário dos nossos
melhores amigos e dos elementos da nossa família, etc.

• É uma memória pessoal, muitas vezes ligada a emoções vividas na primeira pessoa e em que, não
raras vezes, no momento em que as recordamos, é como se fizéssemos uma viagem no tempo.

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