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PSICOLOGIA EXISTENCIAL E

HUMANISTA

Aula
GESTALT
• Apesar de nós experimentarmos perceptivamente o mundo recheado de sentido,
valor e ordem, no século XIX a psicologia era marcada pelo ponto de vista
mecanicista, onde a experiência psicológica era analisada oriunda de sua relação
com o mundo físico.

• Mecanicismo: doutrina que admite que determinado conjunto de fenômenos, ou


mesmo toda a natureza, se reduz a um sistema de determinações mecânicas (“leis
naturais).

• Deste modo, principiou um movimento na psicologia baseado no pressuposto de


que a experiência deveria incidir em algo além das sensações. Apesar desta tese já
estar presente nas ideias de Wundt, a maior controversa que marca a campo da
psicologia no final do século XIX foi à necessidade de diferenciação entre atos e
conteúdos das experiências.
• Apesar de nós experimentarmos perceptivamente o mundo recheado de sentido,
valor e ordem, no século XIX a psicologia era marcada pelo ponto de vista
mecanicista, onde a experiência psicológica era analisada oriunda de sua relação
com o mundo físico.

• Mecanicismo: doutrina que admite que determinado conjunto de fenômenos, ou


mesmo toda a natureza, se reduz a um sistema de determinações mecânicas (“leis
naturais).

• O fundamento da psicologia da Gestalt, que é uma nova visão, parte do trabalho do


filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), em que o objeto é organizado de uma
maneira em que tenha sentido para o observador, e não através de processo de
associação.
• Além de Kant, influências importantes sobre a psicologia da Gestalt foram Franz
Brentano, Ernst Mach, Willian James. Também houve grande influência da
fenomenologia, em que há uma imparcialidade da descrição da experiência, sem
diminuí-la em elementos.

• A percepção é o que nos possibilita interpretarmos as informações do ambiente,


transformando dados brutos em padrões que fazem sentido, como por exemplo,
quando ‘transforma’ uma determinada vibração que ocorre no tímpano em uma
sinfonia. Sucedendo-se no cérebro, a percepção utiliza a informação sensorial
(material bruto) em experiências perceptivas. Esta é a base da teoria da Gestalt.
• Durante o processo de percepção, a mente forma ou cria uma experiência completa.
Desse modo, a percepção não é uma impressão passiva e uma combinação de
elementos sensoriais, como afirmam os empiristas e associacionistas, mas uma
organização ativa de elementos, de modo que forme uma experiência coerente.

• Assim, a mente molda e forma os dados originais da percepção.

• O psicólogo Wolfgang Köhler, fundador da psicologia da Gestalt, iniciou


experimentos com macacos na ilha Tenerife, na costa da África, e pôde constatar
que, através da técnica de tentativa e erro de aprendizagem, a macaca Nueva
adquiriu movimentos propositados e deliberados, alcançando a comida com uma
vara, mesmo estando presa em uma gaiola. Esta nova forma de aprendizagem,
levaram a uma outra revolução na psicologia, a outra maneira de abordar o estudo
da mente e do comportamento.
• Max Werthimer, no ano de 1910, apresenta um experimento em que uma figura é
iluminada por uma luz e, em fração de segundo uma outra figura é iluminada,
dando a impressão de que há uma figura em movimento, e não duas figuras em
duplicidade.

• Surge nesta época, uma nova arte, o cinema, que nada mais é que uma sucessão
de fotografias estáticas que são apresentadas com uma rapidez tal que as pessoas
que as assistem vêm, não uma série de fotografias, mas os movimentos contínuos
no tempo.

• No cinema então, devido ao fato das imagens irem se sobrepondo em nosso globo
ocular, há a sensação de movimento, que na verdade, é uma ilusão de ótica devido
à imagem tardar a se extinguir de nossa retina. Porém, o que está realmente na tela
é uma fotografia estática.
• Os gestaltistas inquietavam-se com o fato de que um estímulo físico é percebido
diferentemente do que ele é na realidade, aparentando uma forma mudada.
Perguntavam-se quais os processos psicológicos estariam envolvidos nesta ilusão
de ótica.

• Além da aprendizagem e experiências passadas, há outros fatores pessoais que


influenciam nossa percepção.

• Pensando nas diferenças entre os indivíduos, deve considerar-se também nessas


experiências sensoriais e perceptivas a influência da raça, cultura e gênero. Dentre
os fatores que influenciam nossa percepção estão: a motivação, os valores, as
expectativas, estilo cognitivo, ideias culturais e a personalidade.
• Motivação: dependendo da nossa necessidade, esta poderá induzir a percepção do
que almejamos, ou seja, nossa percepção será moldada por nossos desejos e
necessidades. Exemplo disso é quando pessoas perdidas no deserto têm, através da
miragem, fantasias visuais de oásis.

• Valores: quando agregamos a determinado estímulo uma associação que nos é


interessante, este estímulo pode mudar. Em um experimento com crianças, foi
pedido que comparassem o tamanho de uma ficha a um feixe de luz. Quando o
tamanho estava ajustado corretamente, estas crianças foram levadas até uma
máquina em que estas fichas eram utilizadas para pegar os doces. Dessa forma, as
crianças aprenderam a valorizar as fichas, já que poderiam trocá-las por doces.
Posteriormente quando se pedia a estas crianças para compararem o tamanho da
ficha novamente, elas suponham que estas fichas estavam maiores.
• Expectativas: nossa percepção é capaz de ser influenciada pelas ideias
preconcebidas sobre o que deveríamos perceber. Na familiarização perceptiva ou
generalização perceptiva, há uma grande tendência de vermos o que o esperamos
ver, mesmo que nossa expectativa e a realidade entrem em embate.

• Estilo cognitivo: ou um modo pessoal de lidar com o ambiente, modifica o modo


como vemos o mundo. Estas visões de mundo podem ser as seguintes: a
dependência de campo e a independência de campo. Na primeira, as pessoas
tendem a ver o mundo como um todo, sem projetar claramente forma, cor, tamanho
e outras características individuais. No outro extremo, os que são independentes de
campo separam os elementos do espaço, discriminando uns dos outros.
• Meio cultural: na percepção das pessoas inclui linguagem (o modo como se fala
influencia a percepção do que está ao redor) como também as diferenças culturais
(por exemplo: um criador de cachorros profissional é capaz de reconhecer
características de uma linhagem de cães campeões que um leigo não conseguiria, ou
um músico pode identificar diferenças nas notas de uma melodia que um
espectador não seria capaz).

• Personalidade: quando palavras foram projetadas em uma tela, pessoas com


anorexia eram capazes de identificar ligeiramente as palavras relacionadas a
alimentos que estavam sempre no pensamento delas em detrimentos das palavras
que não faziam parte de suas ideias corriqueiramente. Com estudantes deprimidos,
as palavras com as quais eles se identificavam como tímido, quieto, eram mais
rapidamente identificadas do que as que eles pouco pensavam (como confiante,
animado). A percepção é influenciada então não apenas pela personalidade, mas
também provavelmente por distúrbios de personalidade.
Percepção é a forma como interpretamos os estímulos do
meio ambiente, utilizando nossa experiência e vivências
anteriores e nossas necessidades presentes, constitui o
ato de perceber. Experiências anteriores, maior ou menor
interesse pelos estímulos, motivação, estado afetivo-
emocional no momento da observação, sensibilidade dos
órgãos dos sentidos para estímulos particulares e a
integração ou organização do que está ocorrendo –
determina nossa percepção dos fatos.
• Voltando ao experimento de Werteimer, a continuidade da figura que é apresentada
contiguamente se desfaz quando o tempo entre a apresentação de uma figura a
outra aumenta.

• Quando uma bola de fogo é girada em alta velocidade, estando atada a uma corda:
vemos um círculo pelo movimento, e não uma bola. Pelo fato de uma percepção
visual demorar em média dezenove segundos, a reação entre o órgão do sentido e
a resposta produzida leva a esta sensação de continuidade. Denominou-se de
movimento aparente, de onde dois pontos parados surgem uma sensação dinâmica.

• A importância deste fenômeno, denominado Phi, ou Fi, é que, entre uma imagem e
outra, não há qualquer estímulo, e o sujeito não conseguem perceber se o
movimento é real ou aparente. Esse processo total e contínuo é uma Gestalt.
• Após o estudo da percepção do movimento aparente, outro fenômeno foi
investigado pelos psicólogos da Gestalt: a constância perceptual.

• Constância perceptual: qualidade de integridade ou plenitude da experiência


perceptual, que não se altera mesmo com a mudança dos elementos sensoriais

• Esta experiência denota que, dependendo do nosso posicionamento em relação a


um objeto, podemos vê-lo de maneiras diferentes. Por exemplo, olhando por cima
de um copo, vemos um círculo; já olhando de frente, vemos um retângulo.

• Assim, a percepção permanece constante (sabemos que é um copo, olhando de


cima ou de frente), apesar da alteração da imagem.
• Quando você vê o perfil de um relógio de parede redondo, continua a pensar nele
como sendo circular, embora projete uma imagem elíptica na retina.

• Em termos gerais, constância significa que objetos vistos de diferentes ângulos, a


distâncias variadas, ou sob condições diversas de iluminação, são percebidos como
se mantivessem o mesmo formato, o mesmo tamanho e a mesma cor.

• Graças à memória e à experiência, mantemos também a constância de tamanho, ou


seja, há uma tendência de percebermos objetos conhecidos com o seu tamanho
real, apesar da distância em que se encontram, mesmo que a imagem na retina seja
diferente. Quando vemos uma mulher a uma determinada distância, por exemplo,
podemos supor que ela meça 1,60 metro mesmo que ela, na verdade, meça 1,70
metro. Mas dificilmente acharíamos que ela meça 90 centímetros, pois nossa
experiência nos mostra que raramente uma mulher adulta tenha essa altura.
• Há ainda a constância de forma, em que os objetos, mesmo variando de ângulo pela
nossa visão, possuem uma forma constante. Sabendo que uma porta é retangular
vista de frente e não passamos a supor que ela se tornou trapezoidal só pelo fato de
ser vista de outro ângulo.

• De modo muito parecido, a constância de cor ocorre quando objetos que nos são
familiares tendem a manter as cores para nós mesmo em situações desfavoráveis
a nossos olhos. Se soubermos que um carro é vermelho, ele manterá essa cor na
nossa retina mesmo em uma rua escura ou muito iluminada.

• Entretanto, se o objeto não nos é familiar, pode haver distorção da cor, como por
exemplo, quando comparamos uma calça em uma loja com iluminação excelente e
quando a olha em um local com luz comum, a cor não é a mesma.
• Conclui-se que a percepção é um fenômeno unificado, não podendo ser
compreendido como soma de elementos, ou sensações isoladas.

• Mesmo os processos psicológicos constituem um todo, não sendo vistos como


soma das unidades ou partes. A partir de todas as pesquisas, pode-se depreender
que percebemos casas, árvores, ao invés de enxergar cores ou formas separadas.

• A nossa percepção pode demonstrar algo diferente da realidade, pois


‘entendemos’ o ambiente de um jeito diferente do que ele existe realmente. Por
exemplo, quando cumprimentamos uma pessoa conhecida e ao nos aproximarmos,
percebemos que não era esta a pessoa que imaginávamos. Este erro de percepção,
que nos levou a cumprimentar um desconhecido, ocorre porque na nossa
percepção, a interpretação foi a de que estávamos vendo uma pessoa conhecida.
• Só é possível alcançar a boa-forma quando há equilíbrio, estabilidade e
simplicidade. Se o elemento não for apresentado em aspectos básicos,
possibilitando a sua decodificação, não será possível a percepção da boa-forma.

É comum perceber a reta abaixo maior que a reta acima.


Entretanto, as retas medem exatamente o mesmo
tamanho. Isso se dá pelo fato de não haver entre as
figuras equilíbrio, simetria, estabilidade e simplicidade,
não podendo evitar assim a ilusão de ótica e garantir a
boa-forma.
A Gestalt, após sistemáticas pesquisas, apresenta uma teoria nova sobre o
fenômeno da percepção. Segundo esta teoria, o que acontece no cérebro
não é idêntico ao que acontece na retina. A excitação cerebral não se dá
em pontos isolados, mas por extensão. Não existe, na percepção da forma,
um processo posterior de associação das várias sensações. A primeira
sensação já é de forma, já é global e unificada. Não vemos partes
isoladas, mas relações. Isto é, uma parte na dependência da outra parte.
Para nossa percepção, que é resultado de uma sensação global, as partes
são inseparáveis do todo e são outra coisa que não elas mesmas, fora
deste todo.
LEIS DA GESTALT
• Proximidade: Quando há partes que aparecem bem próximas umas das outras no
tempo e no espaço, há uma tendência de serem percebidas unidas. Os elementos
visuais próximos uns dos outros são vistos como um todo.

Consideramos três grupos acima, e não várias bolas.


• Continuidade: Para que os elementos pareçam ininterruptos, constantes em uma
direção específica, nossa percepção segue uma tendência de conectar estes
elementos. Ou seja, quando elementos visuais consentem continuidade de uma
direção, tendem a serem reunidos em nossa percepção. Este é uma característica
significante da camuflagem: a rã está protegida dos predadores em parte por que
seu corpo é visto como uma continuidade de seu habitat.
• Semelhança/Similaridade: As partes semelhantes inclinam-se a serem vistas juntas,
agrupando-se. Elementos visuais (de acordo com cores, formas ou texturas
parecidas) são percebidos como agrupados. Há também uma tendência de se ver
agrupamentos que se direcionam em rumo semelhante. Consequentemente,
unificamos os membros de um corpo de balé que dançam em linhas paralelas,
incutindo ordem naquilo que de outra forma pareceria um caótico conjunto de
indivíduos. É mais fácil percebermos linhas do que colunas na figura abaixo, por
serem semelhantes.
• Preenchimento/Fechamento: Ao observar figuras não terminadas, há uma
tendência a completá-las, ocupando os espaços não preenchidos. Adicionamos
elementos nas figuras abaixo para percebê-la como um todo.
• Simplicidade: Quando uma figura é vista, há uma tendência de observá-la como
sendo de boa qualidade sob as condições de estímulos. Este princípio é denominado
de boa forma ou pragnanz. Uma boa Gestalt é simétrica, simples e estável, e não
pode ser mais simples nem mais organizada.
• Figura/fundo: Quando vemos um objeto (a figura), há uma tendência de organizar
esta percepção sendo vista sobre o fundo (a base) em que aparece. De acordo com o
modo com que a percepção é organizada, pode haver uma reversão, vendo objetos
diferentes. O mesmo objeto pode ser interpretado como figura ou fundo,
dependendo de como você direciona sua atenção

a representação de figura/fundo fica bem


evidente: pode-se ver um vaso ou dois
perfis de rosto. Este é um belo exemplo
de figura/fundo.
A teoria de Campo de Kurt
Lewin
• A Teoria do Campo nasceu da cooperação entre os pioneiros da Gestalt – Werthimer,
Koffka e Köhler – juntamente com Kurt Lewin (1890/1947), na Universidade de
Berlim. Apesar deste trabalho em conjunto, Lewin não pode ser considerado um
gestaltista, já que ele busca na Física as bases metodológicas de sua psicologia,
deixando de lado a preocupação com os limiares da percepção. A partir deste novo
enfoque, Lewin constrói uma nova e genuína ideia.

• Não havia uma relação formal entre suas teorias e as dos gestaltistas. Lewin
focava-se nas questões de motivação dos indivíduos, o que induzia ao pensamento
relacionado a problemas de organização da personalidade. Posteriormente, partiu
para questões da psicologia social, o que incluía as dinâmicas de grupo, passando
por outras áreas como problemas da natureza da aprendizagem, fatores culturais na
organização da personalidade, e até mesmo desenvolvimento infantil.
• Segundo esta teoria, o comportamento humano é função tanto das características
da pessoa quanto daquelas do meio onde a pessoa está inserida. Isto indica que nós
não agimos apenas em função de nossos impulsos, mas em função também do meio
no qual estamos inseridos.

• Um dos méritos do trabalho de Lewin foi o de ter deslocado as pesquisas em


psicologia do espaço restrito dos laboratórios para o contexto social.

• A dinâmica de grupo, fundada dentro das diretrizes do trabalho de Lewin, trouxe


grandes reverberações na prática dos psicólogos, especialmente na área dos
psicólogos nas empresas. Lewin foi um dos primeiros pesquisadores em psicologia a
problematizar a relação entre pesquisador e pesquisado, apontando o papel ativo do
pesquisador e sua inter-relação com o campo do pesquisado. E com o estudo da
dinâmica de grupo, a elaboração da psicologia social, além da teoria da motivação,
aprendizagem, personalidade e psicologia infantil foram muito beneficiadas.
Gestalt terapia
• Baseada na extensão do trabalho do psiquiatra treinado psicanaliticamente Frederick
(Fritz) Perls, a terapia da Gestalt foi iniciada na década de 1950. Depois vai atuar
fortemente contra a psicanálise.

• A Gestalt terapia foca no aqui e agora, incentivando as confrontações cara a cara. Com
o intuito de transformar as pessoas mais sinceras e ‘verdadeiras’, a pessoa é vista
como um todo e o terapeuta é diretivo e ativo.

• Os gestaltistas julgam importante a ciência dos sentimentos, podendo utilizar a


“técnica da cadeira vazia”, em que as pessoas podem falar a uma parte de si mesmas,
como se estivessem na sentadas em uma cadeira vazia.
• Para os gestaltistas, a angústia psicológica assemelha-se bastante com a visão da
terapia centrada na pessoa. Para eles, o indivíduo que não aceita e despreza aspectos
de si mesmo gasta muita energia, não percebendo suas necessidades reais, o que
acarreta a adoção de características que não são suas.

• É necessário nesta abordagem o estímulo à autoconsciência. O mais significativo seria


‘completar a Gestalt’, através da integração de todos os lados do self, que
harmonicamente passam a ser quem eles realmente são, vivendo o ‘agora’.

• Estes objetivos são alcançados através de várias práticas diferentes. Os terapeutas


desta abordagem observam e analisam em profundidade o cliente. Observam voz,
gestos, fala e a linguagem corporal e assim podem achar os pontos nos quais os clientes
estão evitando e se iludindo.
Algumas atuações:

• Quando o terapeuta compele o paciente a manter a concentração em suas emoções,


sensações e percepções, e desta forma, aumentar a consciência;

• Pode-se solicitar ao cliente que represente as duas porções de si – a masculina e a


feminina, por exemplo – e que esta seja completa e integrada, levando a aceitação das
duas partes;

• A exacerbação, em que o cliente acentua seus gestos ou rediz falas significativa em tons
mais altos, para poder sentir o impacto total;

• A ênfase na ideia de que o cliente é ativo e responsável por si pode ser trabalhada na
Gestalt quando se adiciona a frase “E eu assumo a responsabilidade por isso”, logo
após falas relacionadas a sentimentos e comportamentos;
Algumas atuações:

• Os sonhos são também importantes ferramentas de informação e representação do


self. A vivência de cada imagem dos sonhos auxilia em mais auto entendimento e
autoaceitação;

• A criação de cenas vívidas, que tem o intuito de transformar os problemas em


situações mais compreensíveis e assim, motivar a mudança de comportamento.
Exemplo de técnica: Cadeira vazia

• Nessa técnica, uma cadeira ou uma almofada são destinadas a ser ocupadas por uma
representação. Podem ser personagens de alguma situação inacabada, aspectos
polares da personalidade, aspectos projetados ou qualquer outra possibilidade de
dissociação e conflito. Tal representação se dá na forma de um diálogo que o cliente
estabelece com a outra parte, intercambiando os papéis, mudando de lugar. Para que
esse recurso ganhe potência, é fundamental o acompanhamento do terapeuta no que
diz respeito ao envolvimento do cliente com o papel representado.

• O profissional deve apontar aspectos incongruentes da sua expressão verbal e corporal.


Quando o cliente se envolve de forma plena, os papéis ganham vida própria,
surpreendendo o cliente-ator que, dessa forma, entra em contato com material novo
que pela awareness é reintegrado.
Exemplo de técnica: Presentificação
• Refere-se tanto a trazer situações temáticas para o presente como a manter o foco na
awareness do que se passa no presente imediato. Em geral, incentiva-se o cliente a
verbalizar na primeira pessoa, utilizando o advérbio “agora”, e ir descrevendo o seu
processo de awareness momento a momento, de modo que o terapeuta possa
acompanhar o que se passa e fazer as intervenções que julgar necessárias para o
aprofundamento do processo em curso.

• Por exemplo: agora eu percebo minha boca seca; agora sinto uma leve tensão no
pescoço; agora me sinto perdido etc.

• Barry Stevens (1977) utilizava sobretudo essa técnica, pedindo ao cliente que prestasse
atenção no que experimentava corporalmente e, de quando em quando, dando
notícias do que observa. Ela acompanhava o processo e fazia sugestões adicionais,
como manter-se em determinada sensação e/ou intensificá-la.

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