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Precisamos valorizar incondicionalmente cada parte de quem você é.

Isso significa
valorizar as partes boas, bem como aquelas que precisam ser melhoradas.[1] O processo
da autoaceitação começa com o reconhecimento e a suavização dos julgamentos que
você faz de si mesmo, para que cada parte possa ser valorizada. [2] Além disso, é
importante comprometer-se em desviar o foco da culpa e do julgamento e redirecioná-
los para a tolerância e compaixão.

Reconhecendo o que você pensa de si mesmo


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Reconheça os pontos fortes e atributos. Reconhecer e valorizar seus pontos fortes
ajuda a dar um equilíbrio ao processo de aceitação das suas características menos
valorizadas. Além do mais, identificar os pontos fortes pode ajudar a mudar sua
concepção sobre você mesmo. Comece fazendo uma lista das suas qualidades. Caso seja
difícil pensar em todas elas, tente listar uma por dia. Por exemplo:
 Eu sou uma pessoa amorosa.
 Eu sou uma grande mãe.
 Eu sou um pintor talentoso.
 Eu resolvo problemas de formas criativas.
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Faça uma lista das suas conquistas. Identifique e reconheça suas qualidades fazendo
uma lista das suas conquistas. Elas podem incluir uma pessoa que você ajudou, suas
realizações pessoais ou superações de momentos difíceis. Esses exemplos podem ajudá-
lo a mudar o foco para suas ações ou realizações. Alguns exemplos mais concretos vão
ajudá-lo a identificar seus pontos fortes. Por exemplo:
 A morte do meu pai foi bastante difícil para a minha família, mas estou
orgulhoso por ter sido capaz de ter conseguido dar apoio à minha mãe.
 Eu decidi correr uma maratona, e depois de seis meses de treinamento, eu
finalmente corri e cruzei a linha de chegada.
 Depois de perder meu emprego, foi muito difícil para me adaptar e conseguir
pagar as contas, mas eu aprendi bastante sobre minhas qualidades e agora sou
uma pessoa melhor por isso.
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Reconheça a forma como você se julga. Reconhecer seu próprio julgamento é
importante para ajudar a identificar as áreas em que você é excessivamente crítico. Ser
excessivamente crítico é quando você cria áreas ou encontra atributos próprios pelos
quais você tem sentimentos não produtivos. Isso pode incluir a culpa e o
desapontamento, e esses sentimentos podem destruir a autoaceitação. Comece
escrevendo uma lista de pensamentos negativos que você possa ter sobre si mesmo. Por
exemplo:
 Eu nunca vou conseguir fazer nada direito.
 Eu sempre interpreto o que as pessoas dizem de forma errada; deve haver algo
de errado comigo.
 Estou muito gordo.
 Sou péssimo em tomar decisões.
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Reconheça como os comentários de outras pessoas afetam você. Ao ouvir outras
pessoas falando sobre nós, frequentemente internalizamos esses comentários e os
usamos para formar nossa opinião sobre nós mesmos. Ao identificar a raiz dos seus
julgamentos próprios, você pode começar a repensar sua percepção sobre si mesmo. [3]
 Por exemplo, se sua mãe sempre critica o seu visual, você pode não ter muita
confiança sobre sua aparência. Porém, entenda que essa crítica foi fundada
pelas inseguranças dela, e não suas. Ao perceber isso, você pode começar a
repensar sua confiança sobre seu visual.
Desafiando a crítica interior
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Identifique um momento em que um pensamento negativo surgir. Quando descobrir
as áreas da sua vida com as quais você é mais crítico, é hora de começar a silenciar sua
"crítica interior". A crítica interior pode dizer coisas como: "Eu não tenho o tamanho de
corpo ideal" ou "Eu nunca consigo fazer nada certo". Silenciar a crítica interior vai
reduzir o reforço de seus pensamentos negativos sobre você mesmo, ajudando-o a criar
mais espaço para a compaixão, aceitação e o perdão. Para fazer isso, tente identificar
esses pensamentos negativos assim que eles surgirem. Por exemplo, ao pegar-se
pensando “Eu sou tão idiota", pergunte-se o seguinte:
 Este é um pensamento gentil?
 Ele me faz sentir bem?
 Eu diria isso para algum amigo ou ente querido?
 Se a resposta for não, você vai saber que tal pensamento é fruto da sua crítica
interior.
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Desafie a crítica interior. Quando estiver tendo pensamentos negativos sobre você
mesmo, desafie-os e acabe com ele. Esteja preparado para contra-atacá-los com um
pensamento positivo ou mantra. Você pode usar seus pontos fortes identificados nos
passos anteriores.
 Por exemplo, pensar "Eu não sou inteligente", desafie esse pensamento para
um tipo de afirmação: "Embora eu possa não ter conhecimento sobre esse
assunto, eu sou inteligente de outras maneiras".
 Lembre-se das suas qualidades: "Nem todas as pessoas são talentosas nas
mesmas áreas. Eu sei que tenho talento em outra área, e estou orgulhoso
disso".
 Lembre sua crítica interior que a afirmação negativa não é verdadeira. "Tudo
bem, crítica interior, eu sei que você costuma dizer que eu não sou inteligente,
mas isso não é verdade. Estou aprendendo que eu tenho a força da
inteligência de forma específica e importante".
 Tente sempre ser gentil com sua crítica interior. Lembre e ensine a si mesmo,
pois você ainda está aprendendo a alterar seus pensamentos sobre você.
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Antes do autoaperfeiçoamento, foque na autoaceitação. Autoaceitação é aceitar-se
como você é no presente. O autoaperfeiçoamento mantém o foco nas mudanças que
precisam ser feitas para aceitar você no futuro. [4] Identifique as áreas com intenção de
valorizá-las como elas são agora. Em seguida, você pode decidir se quer ou não as
melhorar no futuro.
 Por exemplo, você pode querer perder peso. Primeiramente, comece com uma
afirmação de autoaceitação sobre o seu peso atual: "Embora eu queira perder
peso, eu me sinto linda e bem da forma como sou". Depois, molde seu
autoaperfeiçoamento em termos positivos e produtivos. Em vez de pensar
"Não tenho o formato de corpo ideal, só vou me sentir bem depois de perder
10 kg", você pode pensar "Gostaria de perder 10 kg para ficar mais saudável e
ter mais energia".
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Mude as expectativas sobre você mesmo. Ao criar expectativas irreais para si mesmo,
você estará seguindo o caminho da decepção, o que dificulta ainda mais a autoaceitação.
Mude suas expectativas de si mesmo.
 Por exemplo, se você disser "Sou tão preguiçoso. Eu nem ao menos limpei a
cozinha hoje", mude suas expectativas e diga "Eu preparei jantar para a
família inteira. As crianças podem me ajudar a limpar a cozinha amanhã
depois do café da manhã".
Criando a autocompaixão
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Saiba que você é digno de compaixão. Pode parecer meio estranho ou desconfortável
dizer que você vai criar compaixão para si mesmo por parecer egocentrismo, mas a
autocompaixão é o alicerce da autoaceitação. Isso ocorre porque a compaixão é a
"consciência profunda do sofrimento alheio aliado ao desejo de aliviá-lo". [5] Você
merece essa mesma compreensão e bondade! O primeiro passo em direção à
autocompaixão é validar a sua própria autoestima. [6] É bastante fácil e bem comum
permitir que os pensamentos, sentimentos, opiniões e crenças de outras pessoas ditem
nossa autoaprovação. Em vez de permitir que ela seja ditada por outros, faça isso você
mesmo. Aprenda como aprovar e validar a si mesmo sem precisar de outras pessoas
para isso. [7]
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Pratique afirmações diárias. Uma afirmação é uma frase positiva com o objetivo de
encorajar e animar você. Usar tal método a seu favor é uma ferramenta poderosa que vai
ajudar a construir a autocompaixão. [8] Ter compaixão própria ajuda a simpatizar com o
seu passado e esquecê-lo de forma mais fácil, o que pode ajudá-lo a superar sentimentos
de arrependimento e culpa. As afirmações diárias também auxiliam a mudar lentamente
a crítica interna. Construa sua compaixão diariamente dizendo, pensando ou escrevendo
algumas afirmações. Veja alguns exemplos delas:
 Eu consigo superar momentos difíceis; sou mais forte do que penso.
 Eu não sou perfeito e cometo erros, mas tudo bem.
 Eu sou uma filha atenciosa.
 Faça uma pausa da compaixão. Se estiver com dificuldades em aceitar uma
parte específica de você mesmo, faça uma pausa e seja gentil na construção da
autocompaixão. Reconheça que o julgamento próprio é doloroso e pode ser
excessivamente severo. Lembre-se de ser gentil e praticar a autoafirmação. [9]
 Por exemplo: Ao pensar "Não tenho o formato de corpo ideal; sou gordo",
reconheça que esses pensamentos não são gentis com você mesmo: "Esses
pensamentos não são legais e eu não os diria a um amigo. Eles me deixam
para baixo e me sentindo desprezível".
 Diga algo bondoso: "Meu corpo pode não ser perfeito, mas ele é meu corpo, é
saudável e permite que eu faça as coisas que eu gosto, como brincar com
meus filhos".
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Pratique o perdão. Praticar o autoperdão ajuda a aliviar sentimentos passados de culpa
que podem prevenir que você aceite completamente o presente. Você pode estar
julgando seu passado com base em expectativas irrealistas. Perdoar a si mesmo vai
acabar com sua vergonha e dar mais espaço para construir uma visão nova, mais aceita e
compassiva do seu passado. Às vezes, nossa crítica interior não aceita que perdoemos a
nós mesmos pelo passado.
 Às vezes, não somos bondosos com nós mesmos por carregarmos tanta culpa.
Dê uma atenção especial à culpa que você pode sentir. Tente avaliar se
houveram fatores externos envolvidos nessa situação. Algumas vezes, as
situações ficam fora de controle, e ainda assim nós ficamos com sentimento
de culpa. Avalie se a situação estava realmente fora de controle e, se for o
caso, perdoe-se pelo ocorrido.
 Para auxiliar a prática do autoperdão, o exercício de escrever uma carta pode
ser uma ferramenta emocional poderosa. [10] Escreva uma carta destinada a
um eu mais jovem ou passado, e use um tom amoroso e bondoso. Relembre o
seu eu mais jovem (crítica interior) que você pode ter cometido alguns erros.
Porém, você sabe que não é perfeito, e não há problema algum nisso. Nossos
erros geralmente oferecem oportunidades valiosas de aprendizados. Lembre-
se de que a forma como você agiu ou o que você vez pode ter sido tudo o que
você sabia poderia ter feito naquele momento.
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Transforme os pensamentos de culpa em afirmações de gratidão. Lembrar-se de que
frequentemente é possível aprender com erros passados pode ajudá-lo a pensar sobre o
passado de uma forma mais produtiva. Tente ser grato pelo que você aprendeu e aceite o
fato de que cometer erros faz parte da vida. Feito isso, a culpa e a vergonha passadas
não vão mais impedi-lo de aceitar quem você é no presente. Escreva as frases e
pensamentos de culpa que você tem e torne cada um deles em uma afirmação de
gratidão. [11] Por exemplo:
 Pensamento não gentil/crítica interior: "Eu era terrível com minha família
durante meus 20 e poucos anos. Tenho muita vergonha da forma como eu
agia".
 Afirmação de gratidão: "Sou grato por ter aprendido sobre o meu
comportamento com a idade que tenho hoje, pois isso tem me
ajudado a criar meus próprios filhos".
 Pensamento não gentil/crítica interior: "Eu acabei com minha família por não
conseguir parar de beber".
 Afirmação de gratidão: "Sou grato por poder consertar
relacionamentos e tentar novamente no futuro".
Obtendo ajuda
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Conviva com pessoas amorosas. Ao passar mais tempo com pessoas que negam sua
autoestima, você pode ter dificuldade em praticar a autoaceitação. Quando as pessoas ao
seu redor são críticas demais com você, será mais difícil de convencer a si mesmo das
suas qualidades. Passe tempo com pessoas que te dão apoio e que você sabe que o
amam. Elas vão ajudá-lo a aceitar quem você realmente é.
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Consulte um terapeuta. Um terapeuta pode ajudá-lo a abrir os olhos para enxergar e
aceitar quem você é. Esse profissional pode auxiliá-lo a voltar ao seu passado e entender
o porquê de você pensar certas coisas sobre si mesmo. Ele também pode ajudá-lo a
pensar em formas de falar com você mesmo, como dar algumas sugestões de
autoafirmações.
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Estabeleça limites e comunique-se de maneira assertiva com as pessoas. Quando é
preciso interagir com pessoas críticas ou que não dão o apoio necessário, talvez precise
estabelecer alguns limites para elas. Converse com essas pessoas para que elas
entendam como os comentários delas não ajudam em nada, além de machucarem.
 Por exemplo, se o seu chefe está sempre criticando você por seu trabalho,
diga algo como "Eu sinto como se não recebesse apoio suficiente para o meu
projeto. Eu quero fazer um bom trabalho, mas sinto como se fosse muito
difícil agradar você. Vamos procurar uma solução que funcione para nós
dois".
Dicas
 O processo de autoaceitação pode demorar um tempo. Afinal de contas, você está
treinando novamente a forma como você conversa com você mesmo, por isso, seja
paciente.
 O tempo é precioso. Faça cada dia valer a pena ao trabalhar com paciência e compaixão
infinitas para você mesmo.

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