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Introdução à Psicologia

Aula1: O nascimento da
Psicologia como Disciplina e
Ciência
Como a Psicologia se distingui
de outros conhecimentos e ou
achismos??

Porque ela
naturalmente se
posiciona
filosoficamente e
cientificamente???
O que é Psicologia?? Saber o que
é definido ou delimitado como
psicológico
1. O conceito da psicologia está em que área
do conhecimento???
2. Como se tem acesso ao que se define
psicológico???
3. Saber descrever o psicológico de outro
desde o normal ao patológico é uma forma
de poder ou só um conhecimento???
Como se verifica “Se o que se
sabe sobre psicologia seja falso
ou verdadeiro”??
A onde está a lógica dos métodos de
investigação psicológica???
A confirmação da explicação de um fato
desmente outra explicação???
Em psicologia sabemos o que estamos
pesquisando???...... ou Comparamos,
Estimamos, Prevemos dentro de uma
realidade???
Quais as implicações morais do que se
que se sabe e que se descobre sobre o
psicológico??? Onde está a ética da
psicologia???
Até onde o psicológico é privado??? Ou é
totalmente público???
Existe um limite em saber o que é verdadeiro
ou falso em psicologia???
A moral é uma norma no desenvolvimento ou
na aplicação da psicologia??? ....Moral e Ética
andam juntos em Psicologia???
Como a Psicologia se posiciona:

Curiosamente, as respostas para as


perguntas anteriores ..... Mudam de tempos
em tempos .... Ou poderão ser diferentes
para uma única pergunta.
Possivelmente serão respostas e
justificativas do nosso tempo que se
caracterizaram como novas perguntas em
outros tempos............... ou até quando
estas respostas estarão sendo aceitas???
ORIGENS DA PSICOLOGIA
Wilhelm Wundt é considerado um dos fundadores da Psicologia
experimental junto com Ernst Heinrich Weber e Gustav Theodor Fechner
Entre as contribuições que o fazem merecedor desse reconhecimento
histórico está a criação do primeiro Laboratório de Psicologia no Instituto
Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig na Alemanha
em 1879 e sua a publicação de Principles of Physiological Psychology /
Princípios de Psicologia Fisiológica em 1873 onde afirmava textualmente
que seu propósito, com o livro, de demarcar um novo domínio da ciência
Wilhelm
. Maximilian Wundt
O Fundador da Psicologia Experimental

Wundt (1832-1920) nasceu na Alemanha, formou-se


em medicina como aluno exemplar e seu interesse
em fisiologia o levou a estudar o comportamento,
examinando os processos sensoriais elementares
com equipamentos e técnicas hoje considerados
primitivos, mas o impacto de seu trabalho teve
longo alcance.
Como na época não existia a psicologia como
disciplina, o cargo de Wundt na Universidade de
Leipzig era de professor de “filosofia científica”.
Assim, um homem cujo treinamento foi em medicina
e fisiologia tornou-se um dos fundadores da
psicologia, enquanto ensinava como filósofo.
Se uniu a dois pesquisadores da época para
formalizar uma teoria sobre como a psicologia
poderia ser definida e validada como ciência.
Ernst Heinrich Weber
e
Gustav Fechner
Ernst Heinrich Weber (1795 - 1878) nasceu Gustav Theodor Fechner (1801-1887) foi um
em Wittenberg, Alemanha, em 24 de Junho filósofo alemão. Professor em Leipzig a partir de
de 1795. Weber estudou medicina na 1834, era tido como um matemático e físico
Universidade de Wittenberg. Ele então tornou- brilhante. Em 1839 esteve ameaçado pela
se professor de fisiologia e anatomia da cegueira; isto resultou uma grave crise pessoal,
Universidade de Leipzig, descobriu o poder cuja conseqüência foi seu interesse por questões
inibitório do nervo vago, Weber estudou psicológicas e religiosas. Influenciado por
acústica e movimento ondulatório . Era Schelling e por pensadores orientais, publicou
também um especialista em sentidos cutânea duas obras filosóficas: Nanna, ou sobre a vida
e auditiva. psíquica das plantas (1848) e Zend-Avesta, ou
Ele trabalhou ao lado de Gustav Fechner em sobre as coisas do céu e do além (1891).
1860 para definir uma base para psicofísica. Para Fechner, o físico e o psíquico não seriam
Weber, em seguida, tentou encontrar uma realidades opostas, mas aspectos de uma mesma
maneira de medir a percepção do estimulo realidade essencial. O universo seria um conjunto
fisicamente através de uma formula vivificado de seres finitos sustentados pela
matemática conhecida como Lei de Weber infinitude de Deus. Assim, as leis naturais seriam
diferença apenas estados. manifestações da perfeição divina.
Lei de Weber:
O Limiar de Dois Pontos
• Uma das duas grandes contribuições de Weber à nova psicologia envolveu sua
determinação experimental da precisão com que ocorre a discriminação de dois
pontos da pele — a distância entre dois pontos necessária para que o
indivíduo possa relatar que teve duas sensações distintas.
• Sem olhar o aparelho, que se assemelha a um compasso para desenho, os
sujeitos são solicitados a contar se sentem um ou dois pontos da pele
sendo tocados. Quando os dois pontos estão próximos um do outro, os
sujeitos relatam uma clara sensação de que só um ponto foi tocado.
• Com o diminuição da distância entre as duas fontes de estímulo, eles se
mostram incertos sobre se sentem uma ou duas sensações. Por fim, é
possível determinar uma distância em que os sujeitos relatam dois pontos
diferentes de estimulação.
• Esse procedimento demonstra o limiar de dois pontos, o limiar no qual os
dois pontos de estimulação podem ser distinguidos como tais. A pesquisa
de Weber assinala a primeira demonstração experimental sistemática do
conceito de limiar — o ponto no qual um efeito psicológico começa a ser
produzido — sendo uma idéia amplamente usada desde o início psicologia
até hoje.
A fórmula da Lei de Weber
• A razão entre os valores absolutos entre o limiar diferencial
(quantidade mínima que um estímulo deve variar) e sua
intensidade original é sempre uma constante
K= ΔC
C
C: é a intensidade absoluta do estímulo (conc.inicial);
ΔC: é a mudança na intensidade de um estímulo que é necessária
para 1 JND (Diferença Justamente Notável)
K: é uma constante (0 - 1)

Esta relação é designada fração de Weber e foi dita constante


para diferentes valores de C.
A fórmula da Lei de
Weber/Fechner
• Fechner admitindo que a lei de Weber fosse válida para todos os
casos de medida de quantidade de estímulo, concluiu que a reação
do receptor do estímulo fosse proporcional ao logaritmo da
intensidade do estímulo. Propôs:
R = K logS
R: resposta sensorial (intensidade interpretada do sinal)
K: é uma constante (0 - 1)

Esse princípio é reconhecido como Weber/Fechner, no entanto ele só


é válido para determinar algumas faixas de estímulo, faixas muito
baixas ou altas não é válido.
Medida de intensidade de percepção: Diferença Justamente Notável

8 JNDs = 2 x 4 JNDs (Aplicado em testes de diferenças) Suporte para


lei de Fechner: escala de categoria
O que é Psicologia por Wundt
Estudo da
estrutura da
mente e do
comportamento:
visão segundo a
qual toda a
experiência
humana
(Consciência)
pode ser
compreendida
como
combinação de
elementos ou
eventos simples.
Por isso, foi
rotulada de
Estruturalismo.
A preocupação de Wundt com Método
de Investigação Psicológica:
O ponto de vista é que vai considerar o
objeto a ser investigado
Uma segunda sub-divisão:
Psicologia individual (métodos pessoais –
estudos sobre a sensação e percepção) e
Psicologia dos Povos (métodos coletivos –
estudos sobre fenômenos culturais e coletivos)
Conteúdo das experiências A experiência imediata é foco da introspecção
imediatas são conjunto de tradicional porém é auto-ilusória
e
processos e das mediatas A experiência mediata é a medida da percepção
interna e possível medir experimentalmente
são objetos estáveis
A introspecção tradicional ou auto-observação
&
A Percepção Interna
WUNDT E A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

A experiência Imediata é foco da


introspecção tradicional porém é auto-
A experiência ilusória. A AUTO OBSERVAÇÃO
PLANEJADA é uma fonte de auto-
Psicológica ilusões, pois o sujeito que observa
medida coincide o objeto observado. MÉTODO
DAS CIÊNCIAS HUMANAS (A
cientificamente: Psicologia dos Povos)
A introspecção
por dois
caminhos A experiência Mediata é a medida da
percepção interna e possível medir
distintos experimentalmente - PERCEPÇÃO
INTERNA pode ser experimentada e
replicada. MÉTODO DAS CIÊNCIAS
NATURAIS E EXATAS (A Psicologia
Individual)
Wundt tem extrema importância
sobre a História da Psicologia 1
Wundt tem extrema importância
sobre a História da Psicologia 2

Psicologia Experimental e Psicologia dos Povos


Wundt tem extrema importância
sobre a História da Psicologia 3
Psicologia Experimental e Psicologia dos Povos
Wundt tem extrema importância
sobre a História da Psicologia 4
Diferentes Teorias e Sistemas
constituíram a Psicologia
AULA 2
Os sistemas que definiram a
Psicologia
O Estruturalismo – Titchener

• Objeto de Estudo: a consciência


• Ganha este nome por preocupar-se em investigar as estruturas do
funcionamento mental consciente, ou seja, as estruturas do sistema nervoso
central.
• Método: Introspecção e experimentação – as teorias eram formuladas através
das verificações e conclusões laboratoriais.

• Titchener propôs TRÊS estados elementares de consciência :


• as sensações;
• as imagens;
• os estados afetivos.
As Origens da Psicologia: Edward Bradford
Titchener
O Fundador– Validou
da Psicologia
o nomeCientífica
o Estruturalismo nos
EUA
• (1867-1927) foi um psicólogo estruturalista britânico.
Estudou em Leipzig, Alemanha com o mestre Wundt.
Voltou para o Reino Unido e tentou divulgar a nova
psicologia, mas esta não foi aceita pelos demais
filósofos da época. Isso o levou aos Estados Unidos.

• Edward B Titchener alterou o sistema de Wundt,


enquanto jurava ser um leal seguidor. Ele propôs uma
nova abordagem que designou Estruturalismo e
afirmou que esta apresentava a forma de Psicologia
postulada por Wundt.

• Segundo Titchner, a tarefa fundamental da Psicologia é


a de descobrir a natureza das experiências
conscientes elementares, ou seja, analisar a
consciência nas suas partes constituintes para
assim determinar a sua estrutura .
O Estruturalismo para Titchener era uma
abordagem estrutural focada não apenas a
objetos elementares da consciência e
sensações como Wundt tinha experimentado,
mas agora também nas emoções e as
interpretações das imagens condicionadas ao
sistema nervoso.
Assim:
• Titchener modificou o método introspectivo de Wundt ,
designando o método de: introspecção qualitativa.

• Esse método consistia no seguinte: os observadores


descreviam o seu estado consciente após submetidos a
um dado estímulo .

• De acordo com Titchener, o objeto da Psicologia é - à


semelhança de Wundt - a experiência consciente.

• Os psicólogos, ao contrário dos físicos, estudam os


fenômenos , as sensações , em termos do modo como
são vivenciados pelo indivíduo, dependendo assim das
experiência das pessoas.
As sensações
• Caminho importantíssimo para
conhecermos os sentimentos e
pensamentos.
• As sensações são um ponto chave dentro
da estrutura do aparelho mental pois, faz
a indica a relação do sistema biológico
com o estado mental.
As imagens
• Estrutura privilegiada de pensamentos,
permite a visualização mental e criação de
“cenas” que são capazes de antecipar
sensações e produzir sentimentos.
• As imagens correspondem à visão de
cada pessoa sobre determinado
fenômeno.
O Estados Afetivos
• Estrutura que une
as sensações e as imagens,
organiza-as e as representa
por estados afetivos diversos
inerentes a cada pessoa.
Então
• Para a Teoria do Estruturalismo, o estudo
e compreensão destes 3 estados
elementares da consciência, traria
respostas em relação aos conhecimentos
psicológicos e seus funcionamentos em
paralelo ao sistema nervoso.
• O aparelho mental visto como detentor de
estruturas, exige conhecimento de cada
uma delas e de suas associações.
Estruturalismo: Conexões entre
Processos da Consciência e os
Processos Paralelos do Sistema Nervoso
O Funcionalismo como
oposição
As Origens da Psicologia: A Psicologia Funcional de
William James
• William James (1842 -1910) foi um dos fundadores
da psicologia moderna e importante filósofo ligado ao
pragmatismo; formado como médico. Ele escreveu
diversos livros conceituados sobre a então jovem
ciência da psicologia, sendo um dos formuladores da
PSICOLOGIA FUNCIONAL e conhecido como "O pai
da psicologia americana".James também é
altamente influente como filósofo, tendo sido um dos
formuladores e principais defensores do
pragmatismo, perspectiva que até hoje exerce forte
presença, principalmente nos EUA. Além das áreas
em que mais se destacou, psicologia e filosofia, ele
também é muito influente como um dos pioneiros da
parapsicologia. Estudou filosofia na Universidade de
Berlim, entre 1867 e 1868 e, em 1869 graduou-se
em medicina na Universidade de Havard, onde foi
professor de fisiologia, anatomia, filosofia e o
primeiro educador a ministrar um curso de psicologia
nos Estados Unidos
James argumentava sobre
UMA MENTE COM PROPÓSITO –
Ou Ideías Imaginárias com Bom Êxito Prático
A Experiência Religiosa e a Emoção.
Os Principíos Psicológicos da Mente Funcional; Pragmatismo;

Seus estudos tem a perspectiva sobre a mente e o comportamento que se


concentra na análise de suas funções nas interações do organismo com o
meio mas de modo funcional.
Nos sentimos algo (medo) porque nosso organismo nos induz (sabemos
do perigo ameaçador).
Nós acreditamos no poder invisível (Deus) porque a religião prega o poder
(milagres)
Por isso, foi denominada de Funcionalismo.
James publicou sobre:
Princípios de Psicologia 1
• Em 1890, após 12 anos de escrita, William James publicou o livro
Príncipios de Psicologia, combinando elementos de filosofia,
fisiologia e psicologia.

• O livro abordou os conceitos vontade, emoções, e fluxo da


consciência, introduzido por ele. Embora James (influenciado por
contemporâneos como Wundt e Fechner) declarou que Princípios
de Psicologia é uma obra derivada do método da introspecção.
Isto porque, o autor utilizou diferentes experiências próprias para
ilustrar conceitos psicológicos, como a atenção e consciência.

• James defendia que é conceitualmente impossível imaginar


uma emoção como a culpa sem suas claras consequências
fisiológicas, como as lágrimas, dores no peito e falta de ar.
James publicou sobre:
Princípios de Psicologia 2
• Neste livro, James expõe sua teoria sobre as emoções
junto com Carl Lange, descrevedo-as como sendo
conseqüências, e não a causa das reações fisiológicas
associadas a ela:
• “O senso comum diz, nós perdemos algo, ficamos
tristes e choramos; Para James nós nos sentimos
tristes porque choramos”.
• “Somos agredidos por um rival, nós sentimos furia e
ficamos coração acelerado. Para James nós ficamos
enfurecido porque nosso coração está acelerado”.
• Diante de um animal bravo nós trememos de medo.
Para James temos medo porque trememos”.
James publicou sobre
Experiência Religiosa:
• Uma compilação de palestras de James sobre “Teologia Natural”
resultou no livro Variedades da Experiência Religiosa, publicado em
1902. Essa obra se ocupava de uma discussão sobre o lugar
ocupado pelo sentimento religioso, frente ao crescente materialismo
científico de sua época.
• O interesse de James não estava em religiões organizadas ou
instituições, mas nos sentimentos e atos que cada um experienciava
em sua relação com o que considerava divino.
• A obra aborda a singularidade das experiências místicas,
mencionando que seu significado era pessoal e dificilmente
transferível através de linguagem. O viver em fé religiosa era
funcional quando o fiel tinha uma experiência imaginária que tinha
excelente êxito na prática.
James publicou sobre
Pragmatismo
• A perspectiva filosófica exposta em Pragmatismo, de 1907, postula que
as teorias científicas e filosóficas, devem ser usadas como
instrumentos a serem julgados por seus resultados ou fins.
• James argumenta que todas as teorias são apenas aproximações da
realidade, e que portanto seria um erro considerá-las apenas por sua
própria coerência interna. Uma das consequências dessa visão utilitária
da verdade é que fenômenos como a religião, que para James são
ideias úteis, deveriam ser considerados verdadeiros se mostrassem
bons resultados: “em princípios pragmáticos, se a hipótese de Deus
funciona satisfatoriamente no sentido mais amplo da palavra, ela é
verdadeira”.
• A filosofia do pragmatismo é, para James, um meio-termo entre o
racionalismo e empirismo, sendo uma perspectiva aberta à
investigação de qualquer hipótese, desde que essa seja capaz de se
mostrar concretamente útil.
James publicou sobre
Emoção
• Willian James propôs uma teoria das emoções ao mesmo tempo que o
fisiologista dinamarquês Carl Lange. Ambos trabalharam
independentemente e, de acordo com esta teoria, conhecida por teoria
emocional de James-Lange, os sentimentos, isto é, as sensações
subjetivas das emoções são um produto do reconhecimento do cérebro
cortical das demais reações fisiológicas e comportamentais desencadeadas
no corpo por determinado evento ambiental (o estímulo emocional).
• De modo resumido, esta ideia inverte a perspectiva do senso comum
segundo a qual a reação a um estímulo emocional (aumento do batimento
do coração ou a expressão de um sorriso) ocorre após a pessoa tomar
consciência da emoção que está sentindo.
• Ao contrário, para James e Carl Lange, primeiro reagimos (reações
fisiológicas e comportamentais) ao estímulo emocional; o sentimento da
emoção se dá porque tomamos consciência dessas respostas emocionais.
Assim, a consciência de uma emoção ocorre após essas reações
emocionais terem ocorrido. Em outras palavras, nós não sorrimos porque
estamos alegres, mas estamos alegres porque sorrimos!
O Funcionalismo uma introspecção objetiva
que incentivou a avaliação por testes e
questionários
O Funcionalismo originou a
medida objetiva das atitudes e
emoções: A Psicometria
PERGUNTAS PARA DISCUTIR
EM SALA DE AULA AFINS DE
DIFERENCIAR OS ENFOQUES
DO ESTRUTURALISMO E O
FUNCIONALISMO
Perguntas que exigem
analogias estruturalistas
• Criança de 3 anos: Porque a laranja
chama laranja e o limão não chama
verde?
• Criança de 7 anos: Quando a mãe vai
morrer?
• Criança de 8 anos: Como funciona a
gravidade?
• Adulto de 30 anos: Quanto deve brilhar
uma estrela para ser vista???
Perguntas que exigem
analogias pragmáticas
• O que você imagina em você e pode um
dia tornar-se verdade?
• Como você imagina que vai poder ajudar
seu país?
• Como você se sentiria se fosse excluído
de um ambiente?
• Você crê em algo? Porque?
Video com abordagem estruturalista
Video com uma abordagem funcionalista
Aula 3
O Behaviorismo

Como lhe faltava uma unidade básica de análise, Watson adotou a unidade
elaborada por Pavlov e argumentou que os comportamentos complexos
seriam, de algum modo, casos de condicionamento pavloviano.
Pavlov e Equipe de Colaboradores (1905)

Representação das
Condições
Experimentais
Processo de Condicionamento de Pavlov - Fase A:
Emparelhamento de Estímulos

Fases B (Contingência S1S2) e C (Teste da Função


de S1 como EC)
Processos de condicionamento Clássico (ou Respondente)

(a) aquisição: estágio em um experimento de condicionamento clássico


durante o qual a RC foi eliciada pela primeira vez pelo EC;
(b) extinção: enfraquecimento de uma “associação condicionada” na
ausência de reforçamento, isto é, da apresentação do ENC;
(c) recuperação espontânea: reaparecimento de uma RC extinta, após
um período de descanso;
(d) generalização de estímulos: extensão automática de reações
condicionadas a estímulos semelhantes, que nunca tenham sido
associados a um ENC;
(e) discriminação de estímulos: processo no qual a RC somente ocorre
na presença do EC específico e nunca a estímulos diferentes.
A Psicologia Behaviorista de Watson

Em resumo, Watson (1913) fundou a primeira versão do behaviorismo,


insatisfeito com a psicologia introspectiva de então, pois considerava que
as informações verbais das pessoas sobre as sensações, imagens e
sentimentos não eram um meio seguro para estudar o comportamento, por
ser subjetiva demais.

Assim, especificou o comportamento observável como objeto de estudo e


sua predição e controle como objetivos da psicologia. Em resumo, seu
projeto era:

Dado um estímulo prever a resposta e


dada uma resposta identificar o estímulo
responsável por ela.
O Behaviorismo como oposição a tudo que se
denominava Psicologia
• Uma abordagem mais radical, iniciada por John
Watson, reduziu muito a teorização, restringindo as
descrições teóricas a fatores que podiam ser
diretamente observados e avaliados. Watson foi bem
“agressivo” na promoção de suas ideias e se referia
com desprezo a William James e outros por sua A proposta
disposição de testar a consciência experimentalmente. de Watson
Confiante de que estava certo afirmou: “Deem-me uma foi uma
dúzia de bebês saudáveis, bem formados e meu reação
próprio mundo específico para criá-los, e eu garanto contra a
pegar qualquer um deles ao acaso e treiná-lo para se psicologia
tornar qualquer tipo de especialista que eu possa introspectiva
escolher – médico, advogado, artista, comerciante e, de Wundt e
sim, até um mendigo ou ladrão, independentemente de de William
seus talentos, inclinações, tendências, habilidades, James.
vocações e raça de seus ancestrais” (Behaviorism,
1930, p. 104).
O Condicionamento Emocional
Watson, Rosalie Rayner e o menino Albert

Sua famosa
demonstração
experimental dessa
possibilidade é o Caso
do Menino Albert
(Watson e Rayner, 1920:
Conditioned emotional
reactions) no qual, ao
lado dos ganhos
científicos, infelizmente,
estão deploráveis
descuidos aos
compromissos com
princípios éticos na
pesquisa
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO
(OU RESPONDENTE)
Os conceitos básicos envolvidos no condicionamento clássico são:
(a) reflexo ou resposta não-condicionada: resposta não-aprendida
gerada por estímulos específicos que têm relevância biológica para o
organismo;
(b) estímulo não-condicionado (ENC): estímulo que gera uma resposta
não-condicionada;
(c) estímulo condicionado (EC): um estímulo anteriormente neutro que
passa a gerar uma resposta condicionada;
(e) resposta condicionada (RC): gerada por um estímulo antes neutro
que acontece como resultado da “associação” deste a um ENC.
Mais tarde, Skinner questionou esta interpretação afirmando que quem
“associou” os estímulos foi o próprio Pavlov, criticando as inferências
sobre supostas “associações de ideias” no cérebro ou na mente dos
cães.
Watson e a Propaganda

Após deixar o cenário acadêmico,


Watson foi pioneiro na incipiente área de
propaganda e marketing da época.
Embora estivesse equivocado com
relação ao caso, ele supôs que bastava
associar certo produto de consumo:
(a) com
situações
emocionais
positivas, para
o produto se
tornar de
interesse
(b) à solução
de certas
situações
problema e
suas
inconveniências.
A primeira influência: Aprendizagem por Edwin Lynn
Thorndike

No final do século XIX, Edwin Lynn Thorndike


(1874-1949) estudou a resolução de problemas em
animais, usando uma série de tarefas tipo enigmas
(como confinar um gato em uma caixa, da qual ele
poderia sair pressionando uma alavanca).
Sua tese, publicada em 1898, recebeu o título – de
Animal Intelligence (Thorndike, 1898). Sua
pesquisa buscava analisar as condições sob as
quais os animais mudavam seu comportamento –
ou seja, aprendiam. Assim fazendo, ele se A lei do efeito, apesar de sua
concentrou na relação entre uma resposta e suas importância, tinha alguns
problemas conceituais: era
consequências, resultando no que ele chamou de vaga sobre o que tornava
“Lei do Efeito”: uma coisa “satisfatória” e o
Qualquer resposta (R) que conduz a um resultado limitado conhecimento da
que o organismo considera satisfatório pode ser fisiologia na época não podia
ajudar ou sugerir
repetida e qualquer R que conduz a um resultado
mecanismos
desagradável é improvável que se repita.
Estímulos e Respostas e novo Behaviorismo

Em resumo, Watson rejeitou a Introspecção (consciência, sensações,


imagens e sentimentos) como fonte de dados e deu o palco central ao
comportamento observável como objeto de estudo da Psicologia e a
predição e o controle do comportamento como seus objetivos.
Conforme veremos, B. F. Skinner (1904-1990) seguiu Watson, mas
rejeitou os estados internos não por serem subjetivos, mas sim como
causas do comportamento. Em vez de explicação, eles seriam mais
exemplos de comportamento a serem explicados pela análise científica. A
análise do comportamento busca identificar os princípios ordenados
(regularidades) subjacentes às mudanças nas ações das pessoas em
resposta às suas experiências. A preocupação básica é a relação entre o
comportamento e os eventos ambientais e não entre o comportamento e
os eventos mentais. Skinner distinguiu as ações reflexas inatas ou
condicionadas como classes de comportamento respondente e as
ações consideradas “voluntárias” ou “propositais” como classes de
comportamento operante
O novo Behaviorismo de Skinner

Skinner objetivou desenvolver novos termos para


descrever e analisar o comportamento.
Ele começou cunhando o termo condicionamento
operante para denominar o processo em que as
respostas emitidas mudam no decorrer do tempo como
uma função de suas conseqüências, em vez de
“aprendizagem instrumental” empregado por Thorndike.
As manipulações experimentais e seus resultados
conduziram Skinner (1930) a distinguir os processos
comportamentais como casos de comportamento
respondente (eliciado) e comportamento operante
(emitido).
(1) respondentes (reflexos inatos e condicionados): eles ocorrem em função de
estímulos antecedentes (eliciadores); e
(2) operantes: são padrões de respostas ou ações emitidas pelo organismo em
função dos efeitos que produzem no ambiente, isto é, suas consequências
reforçadoras. Para se afastar do sentido vago do termo “satisfatório” de
Thorndike, Skinner formulou o conceito de reforçador: um estímulo que quando
segue uma resposta, resulta em mudança na probabilidade da resposta ocorrer
novamente
O Behaviorismo e o Método Científico
baseado na análise experimental das
condutas observáveis
Um exemplo
Walden II por B. F. Skinner
Aula 4
A Psicologia da Forma
• Gestalt (guès) (do alemão Gestalt, "forma"), também
conhecida como gestaltismo (gues), teoria da forma,
psicologia da gestalt, psicologia da boa forma e leis
da gestalt, é uma doutrina que defende que, para se
compreender as partes, é preciso, antes, compreender o
todo.
• Refere-se a um processo de dar forma, de configurar "o
que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar". A
palavra gestalt tem o significado "de uma entidade
concreta, individual e característica, que existe como
algo destacado e que tem uma forma ou configuração
como um de seus atributos".
O MOVIMENTO APARENTE
• Se trata do movimento percebido quando,
na realidade, nada está acontecendo.

• Exs: cinema, letreiros de neon


– Na realidade milhares de luzes estão se
apagando e acendendo e nada esta se
movendo.
O pano de fundo da Gestalt
• Um dos principais temas trazido pela Gestalt é tornar
mais explícito o que está implícito, projetando na cena
exterior aquilo que ocorre na cena interior, permitindo
assim que todos tenham mais consciência da maneira
como se comportam aqui e agora, na fronteira de
contato com seu meio.
• Trata-se de seguir o processo em curso, observando
atentamente os “fenômenos de superfície” e não
mergulhando nas profundezas obscuras e hipotéticas do
inconsciente – que só podem ser exploradas com a
ajuda da iluminação artificial da interpretação.
O experimento de Wertheimer: O
conteúdo consciente da
percepção e a estimulação física

Descartar explicações falhas de “fi


“(movimento aparente) como sendo
traços ou ilusões de julgamento. Agora
poderíamos definir como um processo
contínuo, total visto como uma Gestalt.
Conteúdo Psicológico da Consciência
Humana envolve Fatores da Pregnância:
A interpretação de
Wolfgang Kohler: a
constância não é auto
evidente e não é
verificável
Insight de Kohler:
Uma alternativa
oposicionista ao
behaviorismo para
explicar a solução
de problema
O Livro de Kohler
A interpretação de
Kurt Koffka: os
fragmentos não leva
aos problemas reais
A Gestalt de Koffka: valorizou a
cientificidade no Holismo e distanciando a
Psicologia do Reducionismo Científico
O Nazismo expulsou os
Gestaltistas para uma América
Behaviorista
Originou e ou
participou da
construção de
muitas formas
de psicologia:
Cognitivismo,
Humanistas,
Neurociências,
entre outras.
Kohler: Sobre ser um psicólogo
gestaltista
Vídeo: Leis da Gestalt
Aula 5
Sigismund Schlomo Freud
(1856-1939)
A Psicanálise
• Foi um médico neurologista criador da psicanálise, nasceu em uma família judaica
Freiberg, na época pertencente a Austria atualmente, a localidade é denominada Pribor
pertence à Republica Tcheca.

• Freud iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnóse e no tratamento de


pacientes com histeria como forma de acesso aos seus conteúdos mentais. Ao observar a
melhora dos pacientes tratados pelo médico francês Charcot , elaborou a hipótese de que
a causa da histeria era psicológica, e não orgânica. Essa hipótese serviu de base para
outros conceitos desenvolvidos por Freud, como o do inconsciente.

• Freud também é conhecido por suas teorias dos mecanismos de defesa e repressão
psicológica e por criar a utilização da psicanálise como tratamento das
psicopatologias, através do diálogo entre o paciente e o psicanalista. Freud acreditava
que o desejo sexual era a energia motivacional primária da vida humana. Sua obra
fez surgir uma nova compreensão do ser humano, como um animal dotado de razão
imperfeita e influenciado por seus desejos e sentimentos. Segundo Freud, a
contradição entre esses impulsos e a vida em sociedade gera, no ser humano, um
tormento psíquico.
O Método da Psicanálise:
A História, Freud formou-se em medicina em 1881...e
com apoio de Von Brucke...
O Método: sua experiência com
Charcot
A Psicanálise: A consciência
• A consciência humana subdivide-se em três níveis:
• Consciente: contém o material perceptível;
• Pré-Consciente: o material latente, mas passível de
emergir à consciência com certa facilidade;
• Inconsciente: contém o material de difícil acesso, isto é,
o conteúdo mais profundo da mente, que está ligado aos
instintos primitivos do homem.
• Os níveis de consciência estão distribuídos entre as três
entidades que formam a mente humana, ou seja, o Id, o
Ego e o Superego
A importância da livre associação e da
interpretação dos sonhos
• Freud tinha uma visão biopsicossocial do ser
humano. Fatos como a descrição de pacientes
curados através de diálogos durante a hipnóse
com Josef Breuer e a morte do colega Ernest Von
Fleischl-Marxow por dose excessiva de
antidepressivo da época, a cocaína, levaram-no
ao abandono das técnicas de hipnose e de
drogas para criar um novo método: a cura pela
fala, ou seja, a psicanálise, que utilizava a
interpretação de sonhos e a livre associação
como vias de acesso ao inconsciente.
• Suas teorias e seus tratamentos foram
controversos na Viena do século XIX, e
continuam a ser muito debatidos hoje. Sua teoria
é de grande influência na psicologia atual e, além
do contínuo debate sobre sua aplicação no
tratamento médico, também é, frequentemente,
discutida e analisada como obra de literatura e
cultura geral.
Método Catártico de Breuer e Freud:
Abandonado o Eletrochoque por falta de correlação com a melhora dos pacientes e a
Hipnóse como via sendo aplicada não atingia todos pacientes ou nem todos ficavam
hipnotizados num mesmo nível. A Hipnóse deveria ser vista como um método
investigativo do sintoma e não demonstrativo do sintoma
O Método Psicanalítico: O abandono
total do hipnotismo e a transferência
O Método Psicanalítico:
O Inconsciente, a Resistência e a Repressão
Método Psicanalítico:
A Associação Livre
O Método Psicanalítico:
A Interpretação das Associações Livres e dos Sonhos
O Método Psicanalítico:
O valor da Interpretação ou o que esperar do tratamento??
A Psicanálise favoreceu a
ciência no que se refere como
enfocar os estudos de caso
Caso Pequeno Hans
1. Na infância a
descoberta da
diferença dos
gêneros
2. E a descoberta dos
seus desejos
inconscientes
Caso O Homem dos Ratos
Vídeo Freud Conceitos Básicos
https://www.youtube.com/watch?v=XxDP90soZJk
Comparação entre os cincos abordagens
históricas da Psicologia
1) Estruturalismo de Titchener: Objeto de Estudo: a consciência. Ganha este nome por
preocupar-se em investigar as estruturas do funcionamento mental consciente, ou seja, em
paralelo as estruturas do sistema nervoso central.
Método: Introspecção experimental sistemática avaliando 3 estados elementares de
consciência : as sensações; as imagens (pensamento) e os estados afetivos.
2) Funcionalismo de Wiliam James: Objeto de Estudo: a mente, ou os processos mentais,
como um propósito, como uma mente funcional pragmática, capaz de tornar o imaginável em
real, se as experiências tem bons resultados para os indivíduos, ou seja funcionam bem, elas
existem independente da dificuldade de comprova-la, como as experiências religiosas e a
emocionais.
Método: Introspecção Objetiva, através teste e questionário, o que originou a Psicometria.
3) Behaviorismo de Watson e Skinner: Objeto de Estudo: O comportamento e sua alteração
devido a aprendizagem. O comportamento muda em função de suas consequencias. O que
gerou os esquemas de condicionamento respondente (Watson) e operante (Skinner).
Método: Método Objetivo, através da análise experimental do comportamento observado.
4) Gestalt de Wertheimer, Kohler e Koffka: Objeto de Estudo: A Consciência e seus
conteúdos perceptivos, ou as regras da percepção: a pregnância (figura-fundo; continuidade,
semelhança, etc), a constância e o insight. Os elementos explicado em separado não
representam o totalidade do fenomêno, ou a soma das partes é diferente do todo.
Método: Introspectivo objetivo, através do Holísmo e do Empírico.
5) Psicanálise de Breuer e Freud: Objeto de Estudo: A Consciência, a pré-consciência e o
inconsciente, seus componentes e mecanismos de defesa.
Método: Método Introspectivo Clínico, através catártese e mais tarde por meio do método
psicanalítico da técnica de associação livre e interpretação.
Aula 6
Ciência (Scientia) = Conhecimento

Só é valido somente através do

MÉTODO CIENTÍFICO
PRÍNCIPIOS DO MÉTODO
CIENTÍFICO
• Empirismo: Evidências que surgem na
observação e se replicam em outra situação

• Lógica: Argumentação e discussão das


evidências

• Verdade Científica: Transitória e/ou um


Processo do saber
OS MÉTODOS INDUTIVO E
DEDUTIVO
• INDUTIVO: Conforme filósofo inglês John Locke (1632-1704) está ligado ao Empirismo.
“Nada pode existir na mente que não tenha passado antes pelos sentidos” Esse método
não permite deduzir consequências observadas nas hipóteses devido a diversidade de
variáveis envolvidas nas hipóteses indutivas.
– Se trata de um método amplamente utilizado na ciências humanas. Parte análise do
fenômeno para depois generalizar. A Psicologia experimental com enfoque das
ciências humanas como a social, comportamental e analítica entre outras

• DEDUTIVO: Conforme Karl Popper (1902-1994) foi definido a partir das críticas aos
métodos indutivos. Para ele a generalização a partir de particularidades individuais não
atinge a universalidade da hipótese além do que o apriorismo e a parcimônia estão
sempre presentes no método indutivo. Esse método parte de um problema onde se tem
uma solução provisória através de uma teoria tentativa que passa a ser criticada para se
eliminar o erro e tal processo geraria um novo problema. “A ciência começa e termina
com problemas”
– Ciências exatas e biológicas tem grande interesse nesse método, nas ciência
humanas pouco interesse entretanto na Psicologia experimental algumas teorias
utilizam esse método como a Psicofísica, Psicofisiologia entre outras.
ESTRUTURA DO MÉTODO
CIENTÍFICO
1) Definição do Problema
(escrever como pergunta)

2) Formulação da Hipótese
(prever suas implicações lógicas)

3) Definição de um Método de Verificação


(propor uma forma de verificação; coletar dados;
interpretar os dados de acordo com as hipóteses)

4) Conclusão do Trabalho
(confirmação, refutação ou reformulação da hipótese)
O desenvolvimento de uma
pesquisa

1) Questionamento do que sabe de um fato


ou de uma observação prévia
2) Propõe-se uma hipótese sobre o fato
3) Testa-se em experimentos e verifica-se a
validade da hipótese
4) Somente cria-se uma Teoria quando se
reúne muitas hipóteses válidas sobre o
fato testado.
A PSICOLOGIA COMO
PESQUISA
A
comprovação
científica de
uma Teoria é
o que valida
uma
abordagem
ou uma
técnica em
psicologia
A Hipótese
• Para ser científica
– Deve ser específica
– Deve ser redigida em forma de uma afirmação
sobre o fato
– Deve possuir a viabilidade de ser testada
– Deve estar de acordo com uma realidade
– Após confirmada ou refutada, deve sempre
possuir a argumentação de que nunca será uma
evidencia definitiva, pois a ciência é um
processo contínuo e toda validade possui uma
margem de erro
MÉTODOS DE PESQUISA
QUANTO A ABORDAGEM

QUALITATIVA: Se baseia-se nas idéias e


nas palavras onde se tornaram bases de
discussão dos resultados

QUANTITATIVA: Se baseia-se nos


números, em mensurações sempre passível
de estatística
MÉTODOS DE PESQUISA
QUANTO A NATUREZA

• BÁSICA: Testa hipóteses de conhecimento


ainda novos que constituíram ainda de uma
teoria que possa ser aplicada em humanos.

• APLICADA: Parte do conhecimento da


pesquisa básica para formular hipóteses
testáveis na aplicação de um realidade
humana
MÉTODOS DE PESQUISA
QUANTO AOS OBJETIVOS
• EXPLORATÓRIA: Objeto de pesquisa pouco conhecido
vai em busca de testar uma hipótese que elucide o
referido objeto.

• DESCRITIVA: Objeto de pesquisa conhecido e neste


tipo o pesquisador vai em busca de testar uma hipótese
que descreva uma nova versão do objeto.

• EXPLICATIVA: Objeto de pesquisa conhecido no


entanto neste tipo o pesquisador vai em buscar de testar
uma hipótese que elucide a razão ou porque do referido
objeto.
MÉTODOS
DE
PESQUISA
QUANTO
AOS
PROCEDIMENTOS
METODOS DE PESQUISA
EM PSICOLOGIA: Os métodos
correlacionais, não

TIPO CORRELACIONAL direto de nenhum


envolvem o controle

fator e não
permitem afirmar
relações causais
legítimas.
Permitem.
Qualquer
característica que
possa variar é
chamada de
variável; um
padrão observável
entre duas variáveis
é chamado de
correlação.
O Método de Levantamento de Dados pode gerar diferentes
tipos de informação dependendo de seu instrumento :

1. Auto-Relato: tem maior eficiência de previsibilidade da


hipótese quando aplicado em muitos sujeitos, quando
aplicado em poucos sujeitos a analise sempre é qualitativa,
em virtude dos vários tipos de informação que podem
surgir.

2. Entrevistas e Questionários podem serem aplicados de


forma programada ou livre. A escolha é dependente da
análise, se for quantitativa normalmente é forma é
programada, se qualitativa prefere-se a livre.

3. Levantamento Bibliográfico trata-se de uma forma atrelada


a dados já coletados, utilizando-se a analise das hipóteses
em função das publicações.
O Método de Observação Direta pode gerar
diferentes tipos de informação dependendo
de seu instrumento ou forma:

• A observação direta tende a ser mais neutra


ou objetiva, sendo mais facilmente verificada
quando há muitos observadores ou quando a
descrição de comportamento é bem
caracterizada, de forma a qualquer um observar
o que é relatado na observação.
• A boa caracterização gera um formulário que
pode levar a dados quantitativos de
comportamento, o etograma.
METODOS DE PESQUISA
EM PSICOLOGIA:
TIPO EXPERIMENTAL Aprevisibilidade
é fator
determinante
do método
experimental
devido ao
controle da
causa
Tipo de variáveis do
Método Experimental
• Em qualquer experimento, o pesquisador começa
com uma hipótese, isto é, uma relação proposta
entre dois tipos de variáveis
• Variável Dependente (não pode ser manipulada
pelo experimentador: gênero, idade, profissão,
etnia, classe social, escolaridade, condição de
saúde ou patológica, etc)
• Variável Independente (manipulada pelo
experimentador: dose farmacológica, grau ou
intensidade de corrente, número de tentativas,
tipo de estímulo, etc)
Tipos de Grupo do
Método Experimental

• Experimental: Grupo no qual é testado o


efeito da VI sobre a VD

• Controle: Grupo no qual é testado a


ausência da VI sobre a VD
METODOS DE PESQUISA
EM PSICOLOGIA:
TIPO CLÍNICO ou Uma de suas
limitações diz

ESTUDO DE CASO respeito à


representatividade:
um estudo de caso é
em essência uma
amostra de um e, por
isso, exige cautela
em generalizar os
resultados para uma
população maior.
Diferenças entre ambientes de
pesquisa
(a) ambiente de laboratório: local especial, onde é
possível criar condições particulares para ver como as
pessoas se comportam naquela situação;

(b) ambiente de campo: o pesquisador vai até onde


estão as pessoas que deseja observar, sendo mais natural
e necessariamente mais difícil de controlar as condições.
O que é amostra de uma pesquisa

• Uma população é o grupo cujas opiniões se deseja determinar;


uma amostra selecionada ao acaso é o subgrupo da população
que realmente será estudado.
• Quando se deseja determinar a opinião da população sobre um fato
é obviamente impossível acessar todos.
• Neste caso, os Institutos de Pesquisa selecionam uma amostra
entre 200 e 2000 pessoas, dependendo do número de subgrupos e
da variância admitida.
• Ao selecionar uma amostra, o objetivo é obter uma amostra
representativa, isto é, que represente bem a população de
interesse.
• Quanto maior a amostra maior o argumento
• Quanto mais representativa maior a força indutiva do argumento
• Cuidado com amostras insuficientes (n pequeno) e amostras
tendenciosa (escolhas parcimoniosas)
Processo de construção da Pesquisa
A ciência
Aula 7
DESENVOLVIMENTO DA
PRIMEIRA INFÂNCIA
HEREDITARIEDADE
MEIO AMBIENTE
AS EXPERIÊNCIAS E O MODO DE ADQUIRIR
CONHECIMENTO

O desenvolvimento evolutivo e psico-afetivo


emocional do indivíduo
PSICÓLOGOS DO
DESENVOLVIMENTO
Investigam o crescimento da estrutura
física, do comportamento e do
funcionamento mental nas pessoas e em
outros animais a partir de qualquer ponto
após a concepção até qualquer época
antes da morte.
O Desenvolvimento da Primeira Infância
As IDADES GESTACIONAIS
• Gravidez pré-termo - gravidez com menos de 37 semanas de
idade gestacional (menos de 259 dias). Neste caso o feto é
considerado prematuro.
• Gravidez a termo tem, em média, 40 semanas (280 dias),
embora sejam considerados normais a idade gestacional de 37
semanas ou mais até 41 semanas e 6 dias, ou seja, menor de
42 semanas.
• Gravidez pós-termo - quando o parto ocorre com mais de 42
semanas (294 ou mais dias)
• Idade corrigida - corresponde à idade do recém-nascido
deduzida do número de semanas que decorreu entre o
nascimento prematuro e o referencial de 40 semanas de
gestação. Assim, a um bebé de 24 meses que tenha nascido
prematuro com 28 semanas, é-lhe atribuída uma idade
corrigida de 21 meses (40-28=12 semanas=3 meses, 24-3=21).
• Data estimada do parto - Desde que a mulher se recorde com
precisão da data de início da última menstruação, esta pode
ser calculada com uma exatidão de ±4/5 dias. No caso de
mulheres com ciclos irregulares este erro pode ser de
semanas.
PERÍODOS de Desenvolvimento do
Feto ao Nascimento do Bebê
•Pré-natal significa "antes do
nascimento“, qualquer tempo nos nove
meses que antecedem o parto,
excluindo o próprio parto.

•Perinatal significa "em torno do


nascimento", decorre entre as 22
semanas de gestação (154 dias), em
que o peso do feto é de cerca de 500
gramas, até aos 7 dias após o
nascimento.

•Pós-natal significa a amplitude do


desenvolvimento a partir do 8º dia
A interação meio ambiente e
genética

O feto não é um passageiro


passivo do útero, nem a
mulher grávida está
simplesmente “carregando o
bebê”. O desenvolvimento é
interativo, mesmo antes do
nascimento (Kisilevsky &
Low, 1998).
A interação: bebê e meio
• Está provado que o bebê ainda no útero apresenta certa percepção do
meio interno e externo através dos sabores, odores, sons, vozes e tato.
Além disso, é comum a presença de movimentos, variações da
frequência cardíaca e estímulos repetitivos; podendo assim distinguir
os velhos dos novos.

• É por isso que nos últimos tempos tem mudado a concepção do feto,
passando de uma consideração puramente fisiológica para uma mais
sensível e com a presença de diferentes capacidades.

• Não quer dizer que eles sejam iguais aos adultos, pelo fato de seus
órgãos ainda estar em formação, são muito frágeis e as excessivas
estimulações podem alterar a sua funcionalidade normal.

• Nos primeiros dias e meses de vida do bebê; eles são capazes de


distinguir as emoções e gestos das pessoas que o rodeiam,
especialmente de sua mãe.
Hereditariedade e Ambiente 1
(A expressão das bases genéticas)
PRIMEIRO PROCESSO: Mecanismos genéticos não
operam em um vazio. Eles operam ou se manifestam
num individuo que interage com o meio ambiente,
durante a gestação e após o nascimento.

Mecanismos genéticos são expressos no contexto


do ambiente do indivíduo seja um ambiente que
pobre ou rico de estimulação e adversidades. A
questão investigativa principal se trata de “como
e em que grau os dois interagem”.
Há muitas maneiras como a
hereditariedade e o ambiente podem
interagir.
Por exemplo, vulnerabilidade da
absorção ao álcool em orientais podem
não ser expressa mesmo que este tem
o contato com o álcool. Possivelmente
a amplitude da variação do genótipo
No nível mais simples,
estabeleceu neste indivíduo um limite
ocorre a “amplitude de
elevado para expressão da dificuldade
variação do genótipo”
de absorção do álcool. Essa amplitude
que pode estabelecer
possivelmente foi resultado de uma
os limites sobre o modo
herança de cruzamento de um
como as influências
indivíduo resistente, ou resistente que
ambientais (privação ou
nunca teve o contato com o álcool ou
enriquecimento) afetam
porque um dos progenitores não era
o traço genético.
oriental, de forma que este
descendente não apresentou a
vulnerabilidade.
Hereditariedade e Ambiente 2
(As influências do meio)
SEGUNDO PROCESSO: É o papel do ambiente em
ligar e desligar os genes.

Essas influências, que podem resultar


em mudanças genéticas locais durante
o desenvolvimento, são transmitidas
durante a divisão celular, sendo
chamadas de “efeitos epigenéticos”,
embora não se conheça exemplos
comportamentais.
As influências pré-natais são uma
preocupação dependente das primeiras
experiências
As influências ambientais começam dentro do
útero. A exposição no útero a determinadas
drogas pode até afetar o desenvolvimento das
características sexuais, cognitivas, emocionais,
etc, caracterizando um efeito epigenético

Parece que as influências da dieta que


provocam risco de câncer refletem este tipo de
processo, ou seja, mães que se alimentam de
dietas associadas a desenvolvimento de câncer
vulnerabilizam a constituição genética da
expressão imunológica referente a defesa da
proliferação de células cancerígenas do feto.
Hereditariedade e Ambiente: 3
PERÍODOS CRÍTICOS
Intimamente relacionada à maturação está a existência de “períodos
críticos” ou “sensíveis”.
Em essência, o conceito é que há um tempo ideal durante o
desenvolvimento para a ocorrência de determinadas experiências.
A privação DA LINGUAGEM NA PRIMEIRA INFÂNCIA, pode ter
repercussões de longo prazo para o DESENVOLVIMENTO da linguagem.

Dadas as complexidades discutidas, atualmente a maior parte das


discussões sobre o desenvolvimento assume uma visão interacionista da
hereditariedade e do ambiente.

Entretanto, isso não impede que se enfatize um aspecto ou outro, conforme


veremos como cada abordagem lida com o desenvolvimento. Além disso,
os pesquisadores estão cada vez mais interessados no papel da cultura no
desenvolvimento.
A Saúde da Mãe
• Sintomas e Doenças
– Febres
– Doenças Crônicas: Diabetes, Tuberculose, Sífilis,
Gonorréia e Affecções Urinárias
– Doenças Insidiósas: Cachumba, Gripe, Toxiplasmose
e Rubéola influenciam principalmente nos 3 primeiros
meses de gestação
– Nos 3 primeiros meses o coração, órgãos sensoriais
e o sistema nervoso estão altamente sensíveis
devido a dinâmica na formação celular desses órgãos
e áreas.
A Dieta da Mãe
• Desnutrição:
– As mães não realizam suprimento adequado
para si e para seus bebês em gestação
– Retardo do crescimento fetal
– Interfere na mielinização (crescimento ao
redor dos nervos das bainhas de gordura
isolantes ou bainhas de mielina)
– Reversibilidade de problemas cognitivos é
menor no pré-natal do que a influência da
criança no pós-natal
Uso de produtos químicos
pela mãe
• Tranquilizante Talidomida: provocam natimortos
ou crianças deformadas
• Narcóticos: drogas de prescrição (ansiolíticos,
antidepressivos e antipsicóticos) ou drogas ilícitas
como heroína, ópio, cocaína, maconha, e outros
geram bebês com alta suceptividade à essas
drogas, ou seja prováveis DQs.
• Alcool e Tabaco mesmo efeito
• Essas drogas influenciam tanto no pré-natal como
no prerinatal e pós-natal através da
amamentação.
O Estado Emocional da Mãe
• Ansiedade: provocam secreção maciça de
hormônios da supra-renal, tal secreção
pode penetrar na corrente sanguínea do
feto. Bebês mais sensíveis que
apresentam alto número de choros e
irritabilidade estão ligados a estes
estresse.
Hereditariedade e Ambiente 4:
A MATURAÇÃO
Alguns aspectos do desenvolvimento parecem ocorrer independentemente de
variações específicas do ambiente, processo conhecido como MATURAÇÃO.
Mesmo ao lidar com situações de maturação aparentemente corretas, deve-se
ter cautela ao fazer suposições.

Por exemplo, considere o


desenvolvimento da percepção de
profundidade.

A maior parte dos mamíferos é capaz


de perceber a profundidade (e evitá-la)
no momento em que consegue se
movimentar. Obviamente, isso tem
valor adaptativo em termos de evitar
quedas e parece surgir como resultado
da experiência visual normal.
Um exemplo: Abismo visual para o
estudo da percepção de profundidade
As pesquisas sobre o “abismo
visual” (visual cliff) revelam que os
bebês com idade suficiente para
engatinhar não vão se aventurar
sobre a aparente “beirada”, apesar
do apoio do vidro.

Uma criança de 6 meses se


aventurou e confundiu a
pesquisadora até ela descobrir
que a família tinha uma mesa de
tampo de vidro em que a criança
frequentemente engatinhava.
O reconhecimento expressivo do rosto (perigo
e o não perigo) da mãe em crianças acima de
6 meses auxiliam atravessar o abismo óptico
Desenvolvimento dos Papéis de
Gênero
Sabemos que há diferenças associadas com o sexo – por exemplo, os
homens são tipicamente maiores e mais fores do que as mulheres – mas
será que essas diferenças são responsáveis pelo fato dos meninos
brincarem com caminhõezinhos e as meninas com bonecas?

A existência de dois sexos é uma das características mais óbvias dos


serem humanos, mas será que os comportamentos associados com o
sexo (papel de gênero) são diretamente determinados pelo gênero?

A realidade não é assim tão simples porque os papéis de gênero referem-


se aos comportamentos que uma cultura considera apropriados para cada
gênero, e existem diferenças entre as culturas.

Ou seja, a definição depende da cultura em que se vive, porém a escolha


pode ter influências devidas a uma diversidade de variáveis do biológico
ao social.
Diferenças entre os sexos no
período perinatal
Exs: Processos
Sensoriais e
Cognitivos distintos:
Enquanto, as
meninas prestam
mais atenção nas
pessoas, os meninos
prestam mais
atenção nos objetos.
Meninas mais
generalistas meninos
No entanto os papéis sexuais podem ser mais específicos
determinados por processos psico-sociais,
emocionais e também existem relatos científicos
de influências biológicas
DESENVOLVIMENTO DO
PENSAMENTO:
Como adquirir o conhecimento

O teórico suíço Jean Piaget acreditava que um conjunto de princípios


podia ser responsável pelo desenvolvimento de todos os tipos de
habilidades cognitivas, desde o entendimento dos números até o
raciocínio espacial. Sua influente teoria representa um modelo de domínio
geral, que enfatiza alguns princípios gerais que supunha serem aplicáveis
a todos os aspectos do desenvolvimento cognitivo.
O DESENVOLVIMENTO DO
PENSAMENTO POR JEAN PIAGET

O mais fundamental desses princípios era a EQUILIBRAÇÃO – o desejo de


manter um equilíbrio entre nosso ambiente e as estruturas mentais que
usamos para representar esse ambiente.

Isso significa que integramos novas informações e experiências em nossa


estrutura cognitiva já existente – processo chamado de assimilação.

Em outras circunstâncias, novas experiências requerem que mudemos


nossas representações já existentes – processo chamado de acomodação.
Epistemologia Convergente de
Jean Piaget
• Uma perspectiva sob um cenário, no qual a meta é, um bom
equilíbrio entre as estruturas cognitiva, afetiva e social que favoreça
desenvolvimento de um processo de aprendizagem ideal no qual se
segui um curso de desenvolvimento normal.
• Na concepção Piagetiana, a criança encontra-se num estado de
dualismo, ou seja, indiscriminação em relação a si mesma e o
mundo que a rodeia, partir do qual vai construindo níveis
sucessivos.
• Para o autor a aprendizagem só é possível quando há assimilação
ativa. Desta forma, se caracteriza o quanto se deve colocar toda
a ênfase na atividade da própria criança; do contrário, não há
didática ou pedagogia possível que transforme significativamente a
criança.
Dentro desta corrente
Piagetiana
• Visca (1991) descreve que a inteligência
vai se construindo a partir da interação
entre o sujeito e as circunstâncias do meio
social, caracterizando que um dos
fatores essenciais à construção do
conhecimento é a vida em sociedade e
para aprender a pensar socialmente, são
imprescindíveis a orientação do professor
e o contato com outras crianças.
Piaget e conhecimento
• O objeto de conhecimento não está no sujeito
nem no meio físico social, mas sim no espaço de
troca e de interação. Espaço este que se constrói
o desenvolvimento do pensamento.
• Por isso em sua teoria, o enfoque é como a
criança pensa, de forma dependente à estágios
de desenvolvimento sensorial, a operacional, a
concreto e a formal abstrato.
Piaget

Se posicionava com interesse não


na criança mas na busca do que é
o conhecimento e das formas por
meio das quais pode se chegar a
ele (Piaget, 1983).
PARA PIAGET, A BUSCA DA EQUILIBRAÇÃO É O
PROCESSO BÁSICO DE TODA A ATIVIDADE
COGNITIVA EM DESENVOLVIMENTO QUE IMPLICA
EM UMA SÉRIE DE ESTÁGIOS ISOLADOS. O
QUADRO A SEGUIR RESUME O PROCESSO.
A cognição NO ESTÁGIO
SENSORIO MOTOR
apresenta carência da
noção de permanência
dos objetos
Onde cabe mais
água num copo
gordo e baixo ou
num alto e
magro??

No estágio pré-
operacional as
crianças se
orientam por
analogias lógicas
de tamanho,
forma e cor
A apresentação
perceptual passa a ser
interpretada com lógica
concreta joaninha tem
que ser vermelha e não
verde
porém
No ESTÁGIO DE
operações concretas as
crianças dominam as
noções de conservação
(massa, volume e
número) independente
da apresentação
perceptual que no
estagio anterior não era
dominada
No estágio
operações
formais a
interpretação dos
símbolos ocorrem
de maneira que
os adolescentes
são capazes de
trabalhar com
abstrações de
ideías, filosofias,
ciência, poesia,
etc.
Experimento Piaget
Vigotsky, L.S.

• Uma abordagem diferentemente frente ao


desenvolvimento e a capacidade de aprender

• Aprendizagem humana não decorre de um


simples armazenamento de dados perceptuais,
e sim de processamento funcional e de
elaborações das informações oriundas das
percepções no cérebro e suas influências
advindas do meio ambiente, histórico e cultural
Vigotsky L. S.
• Preocupação em avaliar a eficiência da aprendizagem
nos permitir não só identificar os elementos suscetíveis
de melhoria, mas também as competências e as
capacidades dos participantes, a fins de que as
propostas de mudança possam ser implementadas com
êxito e satisfação por parte de todos, da criança e seu
professor.
• Trata-se então de trabalhar na Zona de
Desenvolvimento Proximal do conjunto de participantes
no processo e construir conhecimento compartilhado
significativo para todos os envolvidos (trad.Vigotsky,
1972).
Psicologia do desenvolvimento de
Vigotsky e Leontiev
(somente publicada para o inglês nos anos 70)

• Ofertou contribuições para uma psicopedagogia que irá


subsidiar o nascimento das propostas das
Neurociências junto a Educação, marcando uma
integração entre pesquisa em psicopedagogia e as
neuropsicologias, cujo o foco de atenção é a
compreensão das atividades cerebrais e dos processos
de cognição envolvidos na aprendizagem fruto da
interação com meio, história do indivíduo e sua cultura
Na abordagem Vigostkiana
• O espaço de troca é inter-relacional pois admite
o valor da experiência histórica e social na
prontidão do desenvolvimento do cérebro.
Assim ao aprendermos tudo o que podemos a
cerca do cérebro, ao conhecer como ele faz o
que faz, passamos a nos tornar mais
responsáveis pela maximização de nossas
forças e pela minimização de nossas fraquezas,
preparando-nos para participar do processo de
construção do saber e do mundo (Ratey 2001).
EXPERIÊNCIAS UNIVERSAIS
DO APRENDIZADO E OS
ASPECTOS INATO DO
DESENVOLVIMENTO
Uma abordagem psicológica
evolucionista
A INTEGRAÇÃO ENTRE A
APRENDIZAGEM E OS PADRÕES INATOS
DE COMPORTAMENTO.
A Teoria interativa do
desenvolvimento
• Estágios Ontogenéticos:
– Cuidado com as larvas que eclodem da rainha –
babá
– Construção dos favos - construtora
– Distribuidora de alimentos para companheiras
– ... Outras fases até coletora, onde forragea pólen e
néctar fora da colmeia.

– A informação presente nas centenas de genes da


abelha melíferas (o genótipo) deve responder ao
ambiente de modo a influenciar o desenvolvimento
de suas caracteristicas mensuráveis (o fenótipo) que
incluem o sistema nervoso e traços comportamentais
Uma primeira visão

LORENZ, 1956
- INATO: Determinado por hereditariedade
- ADQUIRIDO: Determinado pelo meio

• “O que governa a ontogênese, tanto no desenvolvimento


do corpo como do comportamento é obviamente o plano
genético contido no genoma e não nas circunstâncias do
meio ambiente indispensáveis a sua realização...”
Uma segunda visão
• SCHNEIRLA, 1957
- Atenção a ontogênese -
Durante a maturação do animal nem todos
elementos inatos estão dissociados das
influências do meio

• “... Genes são sistemas bioquímicos


complexos, integrados desde o início da
ontogênese em processos de crescente
complexidade e alcance... ... esses
processos são sempre intimamente
influenciados por forças que agem no
contexto do desenvolvimento”


Maturação ou Estimulação Intrínseca
• SCHNEILA, 1956 “A maturação
(Amadurecimento) dos animais, é
mais do que apenas crescimento
morfológico. Não é só crescimento,
é também efeitos da estimulação e
excitação.
• EXPERIMENTO: FROMME, 1941
GIRINOS - CLORETONE
(Inibe movimentos)

• NOGUEIRA NETO, 1984


“Maturação:
É caracteristicamente intrínseca,
reúne o próprio crescimento físico,
os estímulos e as influências
relacionadas ao desenvolvimento


MATURAÇÃO NÃO
SINCRONIZADA
PLAYNG = TREINO USO
FUTURO
Experiência ou Estimulação Extrínseca

• EFEITOS DA
ESTIMULAÇÃO EXTRÍNSECA
(não pode ser
considerada como parte da
maturação)

poderia ser APRENDIZADO


ou ACASO.

• Um estímulo externo tende a


deixar traços orgânicos que
irão ter efeitos como
influências num estágio
posterior
INTEGRAÇÃO EXPERIÊNCIA-
MATURAÇÃO
• Drosófila criada em temperaturas diferentes

• Embriões de Pintos (Gallus domesticus) fazem


movimentos de pescoço, abrir e fechar o bico,
engole líquidos devido as contrações do
coração. Após a eclosão possivelmente o animal
usa o resultado dessa experiência para
satisfazer uma motivação interna (fome).

•EIBE EBEISFELDT
Os movimentos embrionários são
sugeridos como “Processos simples de
aprendizado” que tem uma função “na
fisiologia do desenvolvimento do
Comportamento Inato”

•LORENZ : Aprendizado tem por


função integrar movimentos instintivos,
numa sequência eficaz
IMPRINTING
• Primeira informação estampada no cérebro ou
na formação da resposta do indivíduo
• Aves filhotes seguem suas progenitoras ou
modelos móveis logo após a eclosão dos ovos
• Tempo determinado
• Quando forçado o imprinting com outra espécie
frequentemente impede o exercício da atividade
reprodutora
• Podem ocorrer em répteis e mamíferos
• No homem ligado a processos sensoriais
gustativos e olfativos
DESENVOLVIMENTO EM ISOLAMENTO

•Pode indicar:
= O que é inato?
= O que é resultado de
fatores extrínsecos?

•SCHNEIRLA
O animal isolado não está isolado de
si mesmo. O isolamento não se aplica
a comportamentos complexos

•LORENZ
O isolamento permite apenas dizer
“sobre o que não é aprendido”
Controvérsia: Inato X Adquirido de
1956 a 1965
• Lorenz:
Teorísta dos instintos

• Schneirla:
Crítica a dicotomia
Inato x Adquirido

• Watson:
Comportamento
essencialmente
aprendido
A Existência e Vínculo sobre o Inato e
Aprendido
• Ambas escolas aceitavam a
existência do inato, quanto a
existência do adquirido também
aceitavam, embora vinculassem
ao inato de modo adverso.

• LORENZ:
O inato poderia em certos
casos ser identificado como
um dos elementos ou elos de
uma sequência de
comportamento

• SCHNEIRLA:
O reconhecimento é impossível
devido a integração dos
fatores intrínsecos e
extrínsecos.
A interação genético ambiental se
apresenta como:
• O desenvolvimento de qualquer caráter é o
resultado da interação entre o genótipo de um
organismo em desenvolvimento e seu ambiente,
que consiste não apenas no alimento que ele
recebe e nos produtos metabólicos produzidos por
suas células (o ambiente material) mas também
por suas experiências sensoriais (ambiente
experimental).
• O valor da informação genética está na habilidade
dos genes responderem aos sinais do ambiente,
por alterarem sua atividade, levando às mudanças
nos produtos gênicos disponíveis para o
organismo em desenvolvimento.
Um entendimento na
Revisão de
Lorenz em 1965
Em sua revisão levantou que o
aprendizado se instala sob a base
inata, e que constratar o inato com o
aprendizado é um erro. Assim reduziu
a extensão dos elementos que
considerava inato.

Ao ser ver “O que está pré-formado Assim,


no genoma e herdado pelo indivíduo • o que antes era chamado de Inato
não é qualquer caráter como o que deveria denominar-se “informação
podemos ver e descrever num adquirida filogeneticamente”
organismo vivo, mas uma gama • e o aprendizado no seu sentido
limitada de formas possíveis, nas mais amplo, denominou-se
“modificação adaptativa do
quais um plano genético idêntico comportamento”
pode alcançar a sua expressão na
fenogenia”
Processos Cognitivos e o Inato

• Processos Cognitivos também estão


presentes no movimento instintivo onde
um estímulo chave atua sobre um
mecanismo liberador inato
desencadeando um padrão fixo de ação"
Lorenz (1973)
A Expressão dos Padrões (PAF)
filogenéticamente adquiridos
• Influências das condições ambientais, podem agir sobre
todo o corpo e comportamento. Entretanto em relação aos
movimentos instintivos ou “padrões de ação fixa”, só há
modificações causadas pelo meio....se elas forem tão
radicais a ponto de prejudicar a saúde física do animal num
grau apreciável.
• A rigidez e a fixidez do PAF é observada nas condições
normais do meio em que o animal vive.
•Comportamento Apetitivo e
Consumatório
•Drive
•Estímulos desencadeadores
(releasers)
•Ritualização de Mensagens
(displays)
•Play
•Atividades em Vácuo
•Atividades Deslocadas
Imprinting
Comportamento Apetitivo e Consumatório

• Thorpe 1962, CA é o temo usado par significar a fase introdutória,


variável e flexível de um padrão ou sequência de comportamento
instintivo. Um estado de agitação ao qual desaparece quando
afinal surge o estímulo que desencadea o ato consumatório.
• Hinde 1966 - comportamento exploratório
• Tinbergen 1969 - mecanismo interno de ensino
• Lorenz 1965 - consumatório reforça e aprimora o apetitivo

Ex: forageamento
• Motivação - é mais geral e Drive
abrangente
• Impulso - já era usado
para outros conteúdos
• Eibl Eibesfeldt 1970 - um
estado fisiológico que
possa ser medido.

• Manning 1972 - Estados


Motivacionais

• Drives Específicos
• Drive Geral
Estímulos
Desencadeadores

• Um animal só pode notar,


no meio ambiente, aquilo que seus sentidos são capazes
de detectar
• Conhecido como desencadeador ou releaser
• Lorenz: Mecanismos desencadeadores (receptores) estão
indubitavelmente baseados em informações inatas.
Entretanto praticamente todos estes tornam-se mais
seletivos por um aprendizado adicional.
Exs:
• Pássaro Robin - peito vermelho - chumaço de penas
• Peixe de Briga - favorece um condicionamento relâmpago
associando o releaser (barriga vermelha + barbatana cortada).
• Tucano - ponta do sapato
• Cooperação social ocorre em função dos releasers
Ritualização de Mensagens

• Eibl Eibesfeldt 1975, é o


processo pelo qual os
padrões de
comportamento ou
movimento que
transforma-se em
sininais, ou seja em
desencadeadores.

• Displays, exibições de
despertam atenção
• Exs:
• Lamber o corpo -
Higieniza e Socializa
Play
• Ocorre quando o
indivíduo está livre
de pressões do
ambiente, tais
como calor, frio,
umidade,
predadores e
pressões
fisiológicas.

• Filogeneticamente
tem vários fins,
treino motor,
adaptativo,
perceptual,
coordenação, etc.

• Excesso de
Energia.

• Prazer
Atividades em
Vácuo
• Lorenz 1965, um mecanismo
de PAF tende a gerar e
acumular no sistema
nervoso, até que ação é
desencadeada por um
estímulo apropriado.
• Se não há um estímulo
apropriado e ação
desencadeia
despropositadamente, sem
um releaser, isso é chamado
de atividade-vácuo.

Eibl Ebesfeldt 1970, a simples


realização de um movimento pode
ser recompensadora em si mesma.
Atividades Deslocadas
• Surge quando há dois
drives conflitantes de
mesmo peso e ao
mesmo tempo.
Atividades fora ou
deslocadas do
contexto.

Exs:
• Ave em situação de
luta com outra, entre
fugir e agredir, realiza
um comportamento de
limpeza.
Psicologia Social e Comportamental
do Desenvolvimento Moral na
criança ao jovem
Lawrence Kohlberg 1978
• Nível pré-moral
– Fase 1 Orientação e punição-obediência:
Conforma-se para evitar castigos com pessoa
de poder superior (vou obedecer porque se
não minha mãe me bate)
– Fase 2 Permuta-instrumental: Conforma-se
apenas para obter vantagens (Se eu não
delatar o senhor X vai me delatar)
Desenvolvimento Moral
Lawrence Kohlberg 1978
• Nível Convencional
– Fase 3: Orientação boa pessoa – conforma-
se em agradar os outros (Se meu pai souber
que eu minto, nunca mais confiará em mim
novamente, por isso não minto)
– Fase 4: Orientação de preservação do
sistema (conforma-se por preocupação ao
bem de muitas pessoas ou sociedade)
Obedeço a lei por isso não minto
Desenvolvimento Moral
Lawrence Kohlberg 1978
• Nível de princípios
– Fase 5: Orientação contrato social – conforma-se
para manter o respeito do espectador imparcial de
forma atender direitos iguais para todos (obedeço a
lei porque a sociedade só pode funcionar se as
pessoas respeitar os direitos umas das outras)
– Fase 6: Orientação pelos princípios éticos universais
– conforma-se para evitar a auto condenação e viver
de acordo com os princípios éticos (a vida humana é
sagrada e deve ser respeitada acima de tudo)
Contradição do Dilema de
Kohlberg por Karen Guilhem

Um homem tem uma esposa muito doente e


somente um remédio caro pode salvar sua
vida e este homem não tem dinheiro. Ele
deve roubar o medicamento na farmácia???

Adolescente 1 – Ele deve roubar, a lei é feita pelos homens e ela tem
falhas, e sua situação pode ser arguída em sua defesa (sistema de lógica
e acredita na justiça)
Adolescente 2 – Ele não deve roubar, deve haver outras formas, como
empréstimos e outros vão se prejudicar desde o marido ao farmacêutico
(sistema de relações e utiliza da ética do cuidado)
Um vídeo de Psicologia Evolucionista:
um estudo com bebês
Aula 8
As relações entre Cérebro,
Comportamento e Cognição

As Neurociências do
Comportamento:
Neuropsicologia
ea
Psicofarmacologia
CASO ZASETSKY atendido por
LURIA
• Sub-Tenente do exército russo sofreu uma lesão cerebral devido a
uma bala que penetrou no lado esquerdo de seu crânio.
– Visão fragmentada: Não vejo os objetos como um todo, tenho
que usar da imaginação para completar os objetos.
– Visão deformada do próprio corpo: “As vezes quando estou
sentado sinto como se minha cabeça fosse do tamanho de uma
mesa”
– Percepção do espaço deformada: “Tenho dificuldade em me
sentar numa cadeira ou sofá”
– Perdeu capacidade de ler, escrever e de compreensão
– Foi estimulado por 25, não recuperou funções mas estabilizou
déficits
A História

Da abordagem biológica na Psicologia a


Psicologia Neurocientífica ou a denominada
NEUROCIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO
A abordagem biológica sobre a mente encarava o
homem como um organismo biológico, de modo que
o que fazíamos, e até mesmo o que pensávamos,
era visto como tendo sua base em nossa estrutura
física.

Na sua história a origem da abordagem está relacionada à duas


questões fundamentais:

(1) a relação entre a mente e o corpo;


e
(2) a influência da hereditariedade sobre o comportamento.
Relação
entre mente
e corpo:
Do coração
ao
cérebro
O primeiro relato de
tratamento de pessoas com
lesão cerebral
 Os primeiros relatos estão ligados ao
desenvolvimento da humanidade:

 é egípico, datado de 2500 a 3000 anos


atrás (descoberto por Smith e Luxor
em 1862 – citado por Walsh, 1987)
Andreas Vesalius

foi um médico belga, considerado


o “pai da anatomia moderna”.

Foi o autor da publicação:


“de HUMANI CORPORIS
FABRICA”,
um atlas de anatomia publicado
em 1543
Idade Moderna é a origem o
interesse pelo estudo sistemático
do sistema nervoso. O cérebro
tendo importância maior que o
coração

• A teoria ventricular proposta por Galeno foi


contestada, a partir de Andreas Vesalius (1514-
1564) que publicou um tratado com cerca de
700 páginas sobre anatomia humana, grande
parte era dedicada ao cérebro, passando então
as diferentes estruturas cerebrais a ocupar lugar
de destaque no controle das funções mentais.
• Suas dissecações e investigações
neuroanatômicas resultaram em uma série de
desenhos que permanecem ainda hoje como
uma das melhores ilustrações nessa área.
No século XVII, a maioria das pessoas acreditava
que o corpo era controlado por uma alma
intangível, e o filósofo francês René Descartes
tentou reconciliar a natureza física aparente do
corpo com a natureza intangível da alma.
Ele considerava o corpo humano e o dos animais como máquinas.
Entretanto, para ele apenas os humanos tinham uma alma que
interagia com o corpo por meio de uma pequena glândula no cérebro
chamada glândula pineal.
Essa visão de que a mente e o corpo são distintos, mas podem
interagir, tornou-se conhecida como dualismo.

Separando a mente do corpo, o dualismo criava uma cisão que foi


tema de muita controvérsia subsequente, decorrente das muitas
contradições que apresenta, entre elas, a questão de como uma
mente não-física pode controlar um corpo físico.
Os pesquisadores da abordagem biológica
cognitiva rejeitam o dualismo e defendem o
monismo, a crença de que a mente e o corpo
são uma entidade única, visão esta equivalente
ao materialismo, que supõe que todo
comportamento tem uma base física.

Embora o materialismo evite muitos problemas do dualismo, ambas as


crenças são suposições (visões de mundo) que nem toda pessoa (ou
toda cultura) compartilha.

Como muitas mudanças em nosso entendimento, o deslocamento do


dualismo para o materialismo ocorreu lentamente e foi influenciado por
uma série de descobertas.
A influência da
hereditariedade:
A filogênese do
sistema nervoso
X
Criacionismo
Divino
O outro aspecto fundamental – o papel da
hereditariedade – também teve um
desenvolvimento gradual.
No século XVIII , as pessoas acreditavam que cada espécie de planta e
animal tinha sido criada independentemente, conforme rezava a Bíblia.

Entretanto, havia indícios de que isso era duvidoso, e Lineu (1735)


publicou um catálogo de mais de 4 mil espécies de plantas e animais,
cujas categorias ordenadas sugeriam conexões entre as espécies.

Lamarck, outro naturalista francês, elaborou uma teoria defendendo


que as variações desenvolviam-se através da herança de
características adquiridas. Exemplo das girafas.

Mas a verdadeira revolução remete a Charles Darwin quando propôs


que as variações entre indivíduos de uma espécie ocorriam por acaso,
mas podiam ser passadas adiante, processo de denominou de seleção
natural.
As variações vantajosas promoviam “a sobrevivência do mais apto” e
Darwin defendeu não apenas a herança dessas características, mas
também um elo evolutivo entre humanos e todas as outras espécies.

Como La Mettrie, Darwin entrou em conflito com a doutrina religiosa,


desta vez devido à visão de que o homem foi criado “à imagem de Deus”.

Em resumo, hoje em dia os dois conceitos – materialismo e


hereditariedade – são a base da abordagem biológica da psicologia.

Na época a abordagem de Darwin não era bem quista.


A HISTÓRIA
DO PSICOLOGICO AFETANDO O
FÍSICO
A mais antiga remete a 1745, quando o padre e médico francês Julien
de La Mettrie contraiu febre e percebeu que essa condição física
afetava tanto seu estado mental quanto seu estado físico.

A partir de suas reflexões, La Mettrie defendeu em seu livro A história


natural da alma que o corpo é apenas uma máquina e que a alma não
é diferente do corpo e, contrário a Descartes, sustentou que a mente
era parte do corpo, sendo combatido pelas autoridades religiosas e
políticas da época.
Século XIX:
Localizacionistas X holistas ou globalistas

• Durante o século XIX, grande quantidade de pesquisa


tentou estabelecer possíveis relações entre funções
mentais superiores e estruturas cerebrais. Este tipo de
pesquisa deu origem a um dos debates mais intensos da
história da neuropsicologia, conhecido como “estrutura
versus função”, e levou à formação de dois grandes
grupos teóricos rivais.
• Os localizacionistas, que propunham que as diferentes
funções intelectuais estariam associadas à atividade de
estruturas neurais específicas.
• Do outro lado, estavam os antilocalizacionistas,
denominados holistas ou globalistas, propunham que o
cérebro participaria como um todo na execução das
diferentes funções mentais.
Abordagem Localizacionista: O Ênfase
na localização da função descreve a
conexão de uma função comportamental a
uma área específica do cérebro.

Paul Broca (1861), médico francês, relatou o caso de um homem que


perdeu a capacidade da fala após uma lesão na cabeça, morreu anos
depois e a autópsia revelou uma lesão no lobo frontal esquerdo,
sendo o primeiro caso de localização da função: conectar uma
função comportamental a uma área específica do cérebro.

A aceitação da descoberta de Broca completou a mudança gradual na


atitude de enxergar o comportamento como sendo governado pela
alma intangível para a visão moderna de que ele tem uma base
fisiológica, processo em que muitas outras pessoas contribuíram.
A FRENOLOGIA Do
LOCALIZACIONISTA
Franz Gall
• Franz Joseph Gall (1758-1828) médico e anatomista
alemão deu origem a esse debate com a proposição da
doutrina da frenologia, termo criado por seu aluno e
colaborador Johann Gaspar Spurzheim (1776-1832).
• A frenologia (do grego, frenos, mente) partiu do
princípio de que diferentes regiões cerebrais teriam
funções mentais específicas. Para investigar tais
relações, o movimento frenológico desenvolveu uma
metodologia denominada cranioscopia, cujo propósito
era o de descobrir correspondências entre
características psicológicas, tais como traços de
personalidade ou habilidades cognitivas, com
saliências ou reentrâncias específicas do crânio.
O fato de não
existir nenhuma
relação entre
crânio e estruturas
cerebrais,
somadas à falta de
uma definição
sistemática das
características
mentais, fez com
que a frenologia
caísse em total
descrédito.
O Eficiente localizacionista
David Ferrier (1843-1928),

• Realizou uma série de


estudos com macacos,
demonstrando que a
estimulação elétrica de
determinadas áreas corticais
era capaz de ativar funções
sensoriais e motoras muito
bem localizadas no córtex
cerebral.
Um escocês na Alemanha
de Wundt até retorno para
inglaterra
• Por volta de 1860, a psicologia encontrava sua base científica
principalmente na Alemanha , com a pesquisa rigorosa de Hermann
von Helmholtz (1821-1894), que havia treinado como físico e de
Wilhelm Wundt (1832-1920). Eles concentraram seu trabalho
principalmente na área de psicofisiologia sensorial, porque foi o mais
gratificante para a abordagem baseada nos paradigmas da física
experimental. Ambos trabalharam na Universidade de Heidelberg .
Em 1864, Bain levou Ferrier a passar algum tempo em seus
laboratórios.
• Ao retornar à Escócia, Ferrier se formou em medicina em 1868 na
Universidade de Edimburgo . Alguns anos depois, em 1870, mudou-
se para Londres e começou a trabalhar como neuropatologista no
King's College Hospital e no National Hospital for Paralysis and
Epilepsy , Queen Square . O último - agora o Hospital Nacional de
Neurologia e Neurocirurgia - foi o primeiro hospital na Inglaterra a
dedicar-se ao tratamento de doenças neurológicas e tem uma ala
David Ferrier nomeada em sua memória.
O cérebro e
a linguagem:

A PRODUÇÃO DA FALA
Pierre Paul Broca (1824-1880),
lobo frontal e linguagem
• foi um cirurgião e antropólogo francês, foi
aluno de Jean Baptiste Bouillaud (1796-
1881), fervoroso defensor da frenologia, fez
uma descoberta em seres humanos que
impulsionou de forma decisiva a perspectiva
localizacionista.
• Ao empregar o método anatomoclínico, o
qual busca associar eventuais lesões
cerebrais avaliadas post mortem a quadros
neurológicos avaliados durante a vida, em
um paciente afásico, Broca descobriu, em
1861, uma estreita relação entre uma região
localizada na terceira circunvolução do giro
frontal inferior esquerdo (área de Broca) e
aspectos motores da linguagem.
• Ele funda, em 1848, uma sociedade de
livres-pensadores e se simpatiza pela
teoria da seleção natural de Darwin.
• Sua descoberta em relação ao lobo
frontal é fruto de seus estudos sobre os
cérebros dos pacientes
com afasia (incapacidade parcial ou total
para falar), particularmente o cérebro do
seu primeiro paciente no PARA
Hospital Bicêtre, Sr. Leborgne, apelidado
de "Tan", devido à sua incapacidade de MUITOS O
falar claramente qualquer outra
expressão além de "tan". Em 1861, INÍCIO DA
através de necrópsia, Broca determinou
que Tan tinha uma lesão no hemisfério NEURO
cerebral esquerdo.
• Escreve vários livros e artigos, sendo PSICOLOGIA
que 53 destes foram dedicados aos
estudos sobre o cérebro. Ele também se
dedicou à assistência médica aos pobres
e foi uma célebre figura na Assistance
Publique.
O cérebro
e
a linguagem:

A FALA
INAPROPIADA
OU SEM
COMPREENSÃO
Carl Wernicke (1848-
1905) e a compreensão
da linguagem
• Médico, anatomista, psiquiatra e
neuropatologista alemão que em
1874, identificou, na porção superior
do lobo temporal esquerdo, a área de
Wernicke, relacionada à
compreensão da linguagem.
• Tais achados fortaleceram a hipótese
de que existem diferentes áreas
cerebrais, localizadas no hemisfério
esquerdo, especializadas para a
execução de funções linguísticas.
Carl ou Karl
Wernicke
Karl serviu na Guerra Franco-Prussiana, em 1870, como
cirurgião de campo. Em seguida publicou sobre a Síndrome de
Compreensão da Linguagem em 1874. De1876 a 1878, ele
trabalhou na clínica de psiquiatria e doenças nervosas do
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CHARITÊ, em Berlim. Em 1885,
trabalhou como professor associado em neurologia e psiquiatria
em Breslávia. Em 1890, obteve a cátedra da universidade,
acumulando a mesma função na Universidade de Halle-
Wittenberg.

Notou que lesões na região posterior esquerda do giro temporal


superior resultavam em déficits na compreensão da linguagem
Esta região é hoje chamada de área de Wernicke e a síndrome
associada é denominada afasia de Wernicke.
Defensores da posição globalista ou holista
da época, como John Hughlings Jackson
(1835-1911), Sigmund Freud (1856-1939) e
principalmente Pierre Marie (1853-1940),

• Questionaram essas conclusões, postulando


que a linguagem, graças a seu aspecto
dinâmico, não teria representação circunscrita
ao córtex cerebral. De acordo com esta
abordagem, a função linguística dependeria da
ação integrada do cérebro como um todo.
Evidências experimentais também levantaram
críticas à perspectiva localizacionista.

• Jackson trabalhando com Epilepsia, Freud


com Histeria e Marie com Doenças Hormonais
e Motoras
O cérebro e
a percepção visual
Caracterização do termo
Neuropsicologia

Razões:
Contribuições
de Walter Poppelreuter
Responsável pela publicação do primeiro livro sobre
Reabilitação neuropsicológica (1917). Nesta obra, encontram-
se descrições de várias intervenções empregadas com
tratamento de 700 soldados que apresentavam distúrbios de
orientação visuoespacial. Entre essas intervenções, destaca-
se a técnica hoje denominada reabilitação vocacional, na qual
o paciente com perda ou limitações em certas habilidades,
buscava adquirir uma nova atividade de trabalho e assim
recuperar sua produtividade.

Discute os programas de reabilitação e comenta estratégias


que são utilizadas até o momento.

Interdisciplinaridade entre a Psicologia – Psiquiatria e


Neurologia

Em 19l8 enfatiza a importância do “insight” no tratamento e


recuperação do paciente.
Walter Poppelreuter
inventou o teste de
sobreposições de figuras
em 1917 como um método
de avaliação de lesões
cerebrais incorridas durante
a Primeira Guerra Mundial.
Pessoas com agnosia
apperceptiva possuem
dificuldade com as figuras
sobrepostas, mas não para
pessoas com agnosia visual
associativa.
Contribuições de Kurt
Goldstein
Em 1916 fundou o Instituto para Pesquisas
“After-effects of Brain Injuries” em Frankfurt
As pesquisas no campo da reabilitação
neurológica e neuropsicológica a partir de
1920 foram conduzidas nesse instituto. Goldstein, por sua vez, reconheceu
Goldstein 1939 publica em alemão “The
a importância do estado
Organism”, discute metodologia holística da fenomenológico do paciente para
ciência (traduzido ao inglês em 1963). lidar com o que chamou de reação
catastrófica.
 Em 1942 publica “After effects of Brain Injury
in war” livro sobre procedimentos de
Além do foco no déficit em
reabilitação incluindo casos follow-ups de aspectos cognitivos, chamou a
duas décadas. atenção para as consequências da
lesão cerebral sobre a
Não só a resposta final do teste era
importante senão a forma como o paciente
personalidade e seus impactos na
executou a tarefa “Conceitos de análise de vida social do paciente
estratégia”
• KURT GOLDSTEIN JUDEU e ALEMÃO.
Após a sua formação inicial ele estudou
Filosofia na Universidade de Heidelberg, antes
de ir para Universidade de Breslau, onde
estudou medicina. Em Breslau, Goldstein
estudou com Carl Wernick, assumiu o papel de
professor de neurologia.

Após a Primeira Guerra Mundial, estudou nos soldados um grande número de


lesões cerebrais traumáticas na clínica e estabeleceu o Instituto de investigação
sobre as consequências de lesões cerebrais e com isso desenvolveu a teoria das
relações cérebro-mente.
Em 1930, Goldstein aceitou uma posição na Universidade de Berlim, em 1933, o
Partido Nazista subiu ao poder e Goldstein foi preso e encarcerado em um porão.
Depois de uma semana ele foi libertado sob a condição de deixar o país
imediatamente e nunca voltar.

Em 1934, vivendo em Amsterdam, e apoiado pela Fundação Rockefeller, e escreveu


sua obra principal: O Organismo. Goldstein emigrou para os EUA em 1935 e tornou-
se um cidadão americano em 1940.
CONTRIBUIÇÕES
DE OLIVER
ZANGWILL

 Na Inglaterra Unidades Móveis de Neurocirurgia foram


instaladas perto da fronteira de guerra.

 Acompanhamento de pacientes para verificar


recuperação física e mental eram realizadas por
equipes organizadas

 Zangwill (1947) discutia os princípios da reeducação,


aproximando três importantes aspectos:
compensação, substituição e re-treinamento direto.
Os interesses de pesquisa de Zangwill
foram principalmente na
neuropsicologia , particularmente na
lateralização do cérebro

Numa época em que esses tópicos não eram


particularmente moda. Grande parte de sua pesquisa foi
baseada no Hospital Nacional de Doenças Nervosas,
Queen Square, Londres (agora parte do Hospital Nacional
de Neurologia e Neurocirurgia ), e ele sempre esteve
interessado nos vínculos entre pesquisa e tratamento.
Autodesprezível sobre sua própria pesquisa, viu-se como
alguém que poderia incentivar e apoiar os outros, e o
renascimento da neuropsicologia no Reino Unido a partir
da década de 1970 deve muito à sua influência.
• Reconhecendo a parte que Zangwill desempenhou no
desenvolvimento de cuidados para pacientes com
transtornos neurológicos, A Universidade de
Cambridge nomearam uma unidade de pesquisa e
tratamento, o Centro Oliver Zangwill para Reabilitação
Neuropsicológica, em sua homenagem.
Do outro lado
do mundo

O cérebro e as
funções
corticais
superiores
ea
individualidade
O cérebro e
o seu
funcionamento
e organização
ALEXANDER ROMANOVICH
LURIA
1902-1977

• Filho de pais judeus, russo, estudou Ciências Sociais


pela Universidade Estadual de Kazan (graduado em
1921) e graças ao seu interesse em psicologia e à
sua erudição, em 1924, foi convidado a participar do
recém criado Instituto de Psicologia de Moscou.
Graduou-se em Medicina em 1937, no mesmo ano
que obteve seu doutorado em Psicologia em 1943
obtém outro doutorado agora em Medicina.
• Durante a guerra, continuou seu trabalho no Instituto
de Psicologia de Moscou. Durante um determinado
período, ele ficou afastado do Instituto de Psicologia,
principalmente como resultado da intensificação do
anti-semitismo e optou por pesquisar crianças
mentalmente retardadas no Instituto de Defectologia
durante os anos cinqüenta.
• A partir de 1945, trabalhou na Universidade de
Moscou, o que foi essencial para fundação da
Faculdade de Psicologia desta universidade, onde ele
depois chefiou os Departamentos de Psicopatologia e
Neuropsicologia.
ALEXANDER
ROMANOVICH LURIA
1902-1977
Formou-se em Psicologia aos 21 anos , fundou a Associação
Psicanalítica de Kazan e jovem identificou-se com as idéias de
Freud, estudo os efeitos da fadiga nos processos mentais.

Dedicou-se à possibilidade da criação de um método de pesquisa sobre o


conteúdo subjetivo da mente.

Conheceu em 1924 VYGOSKY E LEONTIEV e conjuntamente estudaram os


processos mentais de adultos, sendo que fizeram inúmeras pesquisas sobre o
pensamento e sentimento. Esta aproximação o influenciou nas “análises “culturais” e
”históricas" à "psicologia“. Passa a enfatizar o papel mediador da cultura, particularmente
da linguagem, no desenvolvimento de funções mentais superiores na ontogênese e
filogênese.

Estudo os aspectos neuropsicológicos do funcionamento mental humano, e sobre


a relação existente entre pensamento e linguagem (crianças com necessidades
especiais).
Contribuições de Luria
Publica: Funções superiores se organizam
como sistemas funcionais complexos
Anos 30 em russo
Somente nos anos 60 em inglês
“Sempre baseado numa visão global do cérebro
humano, o psicólogo não irá localizar uma função
complexa numa parte limitada do cérebro, porque cada
pequena área tem uma relação com o sistema funcional
global. Foi por esta razão que Luria deu a um de seus
livros mais claros o nome de “Cérebro em Ação”......”

Citação de Beatriz Lefèvre 1989


O cérebro e
as funções executivas
Contribuições de Luria
Seus trabalhos durante a II
guerra com 800 soldados feridos
por armas de fogo, trouxeram
nova compreensão para a
dicotomia localizacionista no
que diz a respeito ao papel das
 O psicólogo e neurologista russo, áreas cerebrais na
A. R. Luria, teve uma de suas
importantes obras traduzida para representação das faculdades
o inglês em 1966 e revisada em superiores.
1980, sob o título “Higher Cortical
Functions in Man”, nela teorizou
que a recuperação de funções Seus Estudos de Casos nas
pode acontecer através de
ligações de novas aprendizagens que empregava avaliações
formadas via o re-treino de neuropsicológicas
exercícios cognitivos
desenvolvidos especificamente compreensivas foram decisivas
para corrigir a origem dos
problemas ou dos processos em sua experiência no uso
básicos neurobiológicos que estratégias de reabilitação
foram destruídos.
principalmente no que diz
respeito a origem do paciente

.
3 unidades
Funcionais
2
Caracterizam a ª.
funcionalidade do
cérebro

De Luria 3
ª.
A aprendizagem do sujeito e a
plasticidade cerebral
Karl Spencer Lashley
(1890-1958)
• Americano, biólogo e psicólogo behaviorista, de 1923 a
1949, pesquisou sobre consciência e comportamento. Não
encontrando relações sobre cérebro e comportamento.
Também trabalhou com animais em situação de
aprendizagem de labirintos, concluiu que o córtex cerebral
não apresenta nenhuma especialização na aquisição desse
tipo de aprendizagem.
• A influência de Watson ajudou Lashley a se concentrar em
problemas específicos de aprendizagem e investigação
experimental, seguidos pela localização cerebral de
aprendizagem e discriminação.
• Sua pesquisa mais influente centrou-se na base cortical da
aprendizagem e da discriminação. Examinando a
mensuração do comportamento treinou ratos para realizar
tarefas específicas (buscando uma recompensa alimentar),
depois lesionou áreas específicas do córtex dos ratos.
Observou efeitos específicos na aquisição e retenção de
.
conhecimento, mas a localização do córtex removido não
afetou o desempenho dos ratos no labirinto. Isso levou
Lashley a concluir que as memórias não estão localizadas,
mas que elas são amplamente distribuídas pelo córtex.
Lashley criticando o localizacionismo e também
tentando negar o cérebro acabou colaborando para
uma hipótese de neuroplasticidade

• 4]Na década de 1950, dois princípios distintos


surgiram em sua pesquisa: A “Ação de Massa"
refere-se à idéia de que a taxa, a eficácia e a
precisão da aprendizagem dependem da quantidade
de córtex disponível. Se o tecido cortical é destruído
após a aprendizagem de uma tarefa complexa, a
deterioração do desempenho na tarefa é
determinada mais pela quantidade de tecido
destruído do que pela sua localização.
"Equipotencialidade" refere-se à idéia de que uma
parte do córtex pode assumir a função de outra parte.
Dentro de uma área funcional do cérebro, qualquer
tecido dentro dessa área pode desempenhar sua
função associada.
O cérebro e
a
especialização
hemisférica
O estudo de Sperry sobre o indivíduo
com o cérebro dividido
• O seccionamento do corpo caloso como ultima terapia para controle de
convulsões epiléticas, terapia foi muito utilizada nos anos 60 e 70.
• Roger Sperry considerando que
– Objetos projetados no campo visual da retina situada no fundo do globo
ocular, área na qual se liga através de nervos as áreas cerebrais
occipitais posicionada no hemisfério cerebral oposto.
– Conhecimentos prévios já apontavam que na maioria das pessoas um
dos hemisférios, o denominado dominante, normalmente o esquerdo,
sedia os centros de linguagem, que processam a leitura, a fala, a
compreensão e a escrita enquanto que o outro hemisfério, o
secundário, é responsável pela espacialidade, percepção. Ainda pode
haver uma minoria de pessoas que o lado responsável pela linguagem,
portanto o dominante, é trocado, ou seja é o direito, e ou ainda um
pequeno número de pessoas em a dominância é incompleta, isto é, a
linguagem pode estar representada em ambos os lados. Esses dois
aspectos diferenciais são comuns em canhotos.
Sperry testou o seguinte experimento e
observou
 Experimento:
1) Pacientes olhavam direto a sua frente para uma tela
2) A seguir uma figura, uma informação escrita, ou um problema de matemática
era projetado no campo visual esquerdo ou direito durante uma fração de
segundo. (Tempo curto para evitação do movimento dos olhos)
3) Era solicitado a eles que nomeasse ou descrevesse o que havia sido visto
4) Outra vez era solicitado que escolhessem objetos com a mão, sem vê-los
apenas tateando, que correspondesse ao estimulo apresentado no campo
visual.

 Observou:
a) Quando a informação (visual ou tátil) era direcionada para o campo esquerdo
esses pacientes descreviam facilmente o que havia sido visto, oralmente ou por
escrito por outro lado quando os objetos ou os problemas eram direcionados
esses pacientes não conseguiam descrevem o realizar os problemas, a não ser
os extremamente simples
b) O hemisfério direito apresentou reconhecimento de objetos comuns pelo tato
quando solicitados a eles que pegassem o objeto ou demonstrasse a
funcionalidade do objeto mas os pacientes não conseguiam descrever os
objetos.
O cérebro e
a
importância
dos
testes e dos
estudos de
caso
Decada 70 Ben-Yishay  Participou de um projeto de pesquisa (1961-1963)
no Departament of Rehabilitation of the Albert
Einstein College of Medicine (New York) para
“Therapeutic Milieu” reorganizar uma equipe para trabalhar como
“Comunidade Terapeutica” adaptada para
“Abordagem Holística” reabilitar pacientes com distúrbios neurológicos.

 Aproximadamente 2 anos para vencer as “barreiras”


da comunicação entre diferentes profissionais da
area da reabilitação.

 Dificuldade em capacitar profissionais a adotar


novas formas de fazer coisas. Encontrou
“inflexibilidade para realizar um trabalho
transdiciplinar”.
As lesões cerebrais apresentam uma
interação de fatores físicos, cognitivo-  Como regra geral, a maioria dos membros da
equipe teve que lutar com a noção de que os
comportamentais, psicológicos e
esforços da reabilitação devem ser destinadas a
sociais. responder às necessidades do paciente, em vez de
estarem focados em lidar com défices ou
desvantagens isoladamente da pessoa.
A drástica alteração do status e papel do
individuo na sociedade deveria ser  A manutenção do controle da qualidade do trabalho
trabalhada através de um modelo de foi uma das mais difíceis tarefas confrontada pela
Intervenção Holística equipe. Ao mesmo tempo a mudança de um
membro da equipe foi o suficiente para criar uma
crises no sistema.....
As relações entre mente, cérebro e comportamento
é o objeto da Neurociência Psicológica ou
Cognitiva

Apesar da incrível complexidade, sabemos que certos grupos de


células têm funções especializadas: algumas só produzem secreções
digestivas, outras combatem doenças, transportam oxigênio ou
armazenam energia. Coordenar tais atividades requer comunicação,
sendo esta uma das funções básicas das células específicas do
sistema nervoso, chamadas de neurônios.
Os Neurônios e o Sistema
Nervoso
Os neurônios são como fios que
transmitem uma mensagem
eletroquímica (ou impulso nervoso)
para outros neurônios através de uma
junção ou fenda chamada sinapse e,
para isso, o impulso nervoso deve
ativar as vesículas sinápticas para
liberação de substâncias químicas
denominadas neurotransmissores.

Outra diferença é que alguns são isolados por uma substância


gordurosa chamada mielina, cuja formação nos humanos é concluída
em torno dos 3 anos de idade, razão porque as habilidades motoras
de um bezerro recém-nascido (mais mielinizado) é maior.
Os Neurônios e o
Sistema Nervoso

O cérebro e as vias nervosas da medula espinhal


formam o sistema nervoso central (ou SNC).

As vias nervosas fora do SNC formam o sistema nervoso


periférico (SNP), cujos neurônios sensoriais transmitem
mensagens do mundo exterior para o SNC através dos
receptores dos sentidos, enquanto os neurônios motores
promovem a atividade muscular, sob a direção do SNC.
Os Neurônios e o Sistema
Nervoso

Os neurônios
diferem entre si
em relação ao
tamanho da
parte chamada
axônio que
varia de 1 mm
(localizados no
cérebro) até 1
m (os que se
estendem até a
periferia do
corpo).
O Cérebro: Como o sistema nervoso como um
todo, o cérebro pode ser subdividido em
muitas áreas.
Sua parte externa, chamada de córtex (“casca”), tem aparência enrugada
pelo fato de ser dobrado em si mesmo, a qual é composta de dois
hemisférios (direito e esquerdo) que, por sua vez, são fragmentados em
regiões menores chamadas lobos: frontal, temporal, parietal e occipital.

Uma porção dos lobos frontais é chamada de área motora frontal porque
controla todos os movimentos voluntários dos músculos e o lobo parietal
controla o sentido do tato.

Entretanto, grande parte dos lobos frontais parece não ter uma função
primária, mas desempenham um papel importante na integração das
atividades de outras áreas do cérebro envolvidas na tomada de decisão e
no processamento emocional e, por isso, são chamadas áreas de
associação.
A Organização do Sistema Nervoso
As Funções do Cérebro
As Funções do Cérebro
As Funções do Cérebro
Neuropsicologia
Contexto Atual
• É o método para
investigação do
funcionamento
cerebral através do
estudo
comportamental e
cognitivo.

• Contribui para
planejamento do
tratamento e no
acompanhamento
da evolução do
quadro em relação
aos tratamentos
medicamentoso,
cirúrgico e
reabilitação.

• Difere da avaliação
psicológica por
tomar como ponto
de partida o
cérebro.
A
Avaliação
Neuro
psicológica
Neurociências:
as abordagens neurobiológica e
cognitiva em integração a
Psicologia

O que é
possível????
A Neurociência
promove • Geração de
conhecimento
• Sistema
Educacional
Democrático
• Estimulação
do Potencial
sem distinção
solidifica
inclusão da
diversidade
A importância do Professor e da
Psicologia Neurocientífica

• A importância da capacitação do
Professor
• Atenção a individualidade
• Fazer o aluno pensar e não só lembrar
• Informações em Neurociência podem
orientar políticas
• Neurociência pode melhorar o futuro da
Educação??!!
Neurociências
e a polêmica das drogas
Interação da Neurociência com
Psicanálise
• A possibilidade da
impossibilidade.....
Memória,
Aprendizagem
e Plasticidade:
cernes da
Neurociência
Criando
possibilidades
de interação
com
Cognitivismo e
Behaviorismo
A plasticidade:
O cérebro se modificando

• O cérebro é gerador dos


comportamentos mas é ele próprio
fruto da relação com o meio
Neurociência e a Consciência

Auto-controle das funções fisiológicas com


ajuda da meditação
Podem haver críticos???
Psicanalistas radicais postulam uma
Neuroscense, ou auto ajuda cerebral
perigosa
e afirmam que a sociedade atual é somática
e geram indivíduos somáticos
O radicalismo de Skinner
analisando a Neurociência
As
evidências
que
alimentam a
fidedignidade
da
Neurociência
O papel do Cérebro
na formação e na
expressão da
Memória e
Aprendizagem pode
ser um processo
prévio!?
A formação
dos
Traços de
Memória está
associado ao
aumento de
componentes
Gênicos das
células
O cérebro modula a emoção e
tem papel na gênese do
comportamento!? e das
cognições!?
DOR E EMOÇÃO: Afetividade e
Dor pertencem ao mesmo
circuito cerebral
o sistema de vinculação social, que promove a
formação de apego e de laços sociais, compartilha os
mesmos circuitos neurais do sistema de percepção
emocional da dor física, ou seja, quando relações
sociais são ameaçadas, isto é percebido como
uma experiência dolorosa, ativando respostas de
adaptação e de sobrevivência diante desta
situação. Em outras palavras, à medida que ser
separado de um cuidador é uma ameaça grave para a
sobrevivência, sentir-se “ferido” por experiências de
separação social pode ter valor adaptativo.
(Eisenberg, 2012).
Qualidade de Vida
influencia
envelhecimento
principalmente em
indivíduos com
Deficiência
Intelectual
A Gênese da Doença de Parkinson e a
Estimulação Cerebral originando
mudanças de personalidade

Tratamento Estimulação Elétrica – Tem


levado a efeitos colaterais de Mudança
de Personalidade
Aprimoramento da Avaliação
Psicológica devido o surgimento da
Neurociência e sua importância no
psicodiagnóstico
Psicodiagnóstico: Um processo
limitado no tempo
O papel da Neurociência no
Psicodiagnóstico
Avaliação da Saúde Mental
ATUALMENTE SE PODE
OBSERVAR CLINICAMENTE OS
SUBSTRATOS
NEUROBIOLÓGICOS
DOS PROCESSOS MENTAIS
COGNITIVOS COMO
SISTEMAS DE MEMÓRIAS
E
FUNÇÕES EXECUTIVAS
e da LINGUAGEM
Substrato das Memórias
OS SUBSTRATOS DAS MEMÓRIAS:
septo, hipocampo, amígdala e fÓrnix
(memória declarativa)
núcleos basais, giro pré-central e cerebelo
(memória de procedimento)
Substrato do SEC
Mem Operacional
• As tarefas de digit span invertido
(atenção e memória) relacionadas
ao Sistema Executivo Central são
associadas à ativação de regiões do
lobo frontal (região pré-frontal
dorsolateral bilateral-BA9/46; área
frontal inferior BA6/44) e lobo
parietal (BA7/44).
• A ativação aumenta com a carga de
armazenamento solicitada
(Baddeley, 2003; Collette & Van der
Lime, 2002).
• o CPF superomedial (incluindo o
giro cingulado anterior) como sendo
o substrato para atenção
sustentada, seleção de resposta e
motivação (Bush et al., 1999;
Sewards & Sewards, 2003)
M. Operac - O substrato do
esboço Visuoespacial
• Já o é associado ao hemisfério direito
(Mottaghy, 2006): córtex parietal
inferior (BA40), o córtex premotor (BA6)
e o córtex frontal inferior (BA47)
(Baddeley, 2003).

• Entretanto, áreas frontais (16) hemisfério


esquerdo também são associadas ao
armazenamento visuoespacial,
especialmente relacionada ao ensaio
articulatório para manutenção da imagem
online (Kosslyn, 1994).

• A imaginação visual parece ativar ainda o


córtex extra-estriatal occipital (Kosslyn
et al., 1999),
• Enquanto a codificação espacial
dependeria especialmente do córtex
parietal inferior (BA40), (Baddeley,
2003).
M. Operacional - O substrato da
Alça Fonológica
• AF ativa um circuito
temporoparietal no
hemisfério esquerdo: a
BA 40 seria o local
responsável pelo
armazenamento e a área
de Broca (BA6/44)
estaria envolvida no
ensaio articulatório
(Baddeley, 2003), mais
especificamente a região
do giro temporal
posterior superior
(Acheson, Hamidi,
Binder, & Postle, 2010).
Memória Operacional e Substrato
do buffer
• Este sistema provavelmente não possua uma única
localização anatômica, devido a sua ação multimodal
• No entanto:
• Rudner, Fransson, Ingvar, Nyberg e Ronnberg (2007)
revelaram que a transmissão de informações fundamental
para ação do buffer Episódico é relacionada a uma rede
entre regiões posteriores incluindo o lobo temporal medial.
• O hipocampo esquerdo estaria envolvido em atividades de
transmissão e de armazenamento de informações do buffer
Episódico, provavelmente refletindo o significado dos
estímulos

• Este último seria provavelmente responsável pela ligação de


representações da Alça Fonológica com representações
semânticas da memória de longo prazo e pela formação de
uma rede específica que efetiva uma relação funcional entre
o buffer e a Alça Fonológica.
.
Bases neurobiológicas da Linguagem subjacente aos
substratos da memoria operacional
• O processo de aquisição da linguagem escrita, assim como o da linguagem
oral, envolve diversas regiões cerebrais, entre elas a área parieto-occipital.
• Na região occipital, o córtex visual primário é o responsável pelo
processamento dos símbolos gráficos, e as áreas do lobo parietal são
responsáveis pelas questões vísuo-espaciais da grafia.
• Essas informações processadas são reconhecidas e decodificadas na área de
Wernicke, responsável pela compreensão da linguagem, e a expressão da
linguagem escrita necessita da ativação do córtex motor primário e da área de
Broca. Para todo este processo ocorrer, é importante que as fibras de
associação intra-hemisféricas estejam intactas7.
Ativação cerebral de pessoas normais durante
a leitura de pseudopalavras nas seguintes
regiões: Produção, Compreensão e Memória
da Palavra
 porção posterior de
giro temporal
superior;
 regiões
occipitotemporais,
envolvendo porções
mesiais e inferiores
do giro temporal e
giro occipital.
 região
parietotemporal,
envolvendo os giros
angular,
supramarginal
 região frontal inferior
esquerda;
A Abordagem Cognitiva da
Percepção, Memória e
Linguagem
Aula 9
A FISIOLOGIA DOS APARELHOS PERCEPTIVOS

Os cinco sentidos perceptivos


APARELHO SENTIDO IMPLICADO
Visual Visão

Auditivo Audição

Somato-sensorial Tato, pressão profunda, calor, dor e outras


sensações

Químico Paladar, olfato

Proprioceptivo Sentido vestibular e cinestático


Percepção auditiva
• Quanto mais velho mais grave ouvimos
• Quanto mais jovem mais agudo ouvimos

• A MESMA PALAVRA PODE SER ESCUTADO


SONS DIFERENTES CONFORME A IDADE
“LAUREL ou YANNI”
• Isto ocorre em função da perda de células
sensoriais auditivas específicas para agudo com
o decorrer da idade.
Outras percepções em função
do amadurecimento das células
neurais perceptivas
• Percepção Visual: Abismo ópitico
• Percepção Química: Paladar é variante de
indivíduo para indivíduo enquanto que o Olfato
perde suas habilidades com o decorrer da idade
• Percepção Somato-sensorial: Dor varia
conforme cultura
• Percepção proprioceptiva: se altera também
conforme a idade
A ABORDAGEM COGNITIVA DA PERCEPÇÃO

A abordagem cognitiva “vê os eventos” que ocorrem no interior das


pessoas. Conforme os cognitivistas, esses “eventos internos são
descritos” como processos de mediação ou mediadores, portanto, são
inferidos.

Reconhecem que os mediadores cognitivos são conceituais. Em resumo,


são conceitos teóricos especulativos, típicos do modelo hipotético-
dedutivo.

Para ilustrar esse modo de teorizar, os cognitivista se orientaram


inicialmente através da pesquisa de Wolfgang Kohler, um dos pioneiros da
psicologia da Gestalt, cujo livro The Mentality of apes (1925) teria sido
uma reação contra o behaviorismo de Watson com alvo mais provável a
“lei do efeito”, de Thorndike (1898).
Kohler chamou de
Experimento de Kohler com o macaco insight a mudança
Sultão repentina na maneira
como uma pessoa (ou
animal) organiza uma
situação problemática,
caracterizada por uma
mudança no
comportamento, de
responder
aleatoriamente para
responder baseado
em regras. Para os
gestaltistas Sultão
respondia de forma
“aleatório” . O Sultão
ainda era capaz de
formular regras.
Os autores descrevem o insight como a formação de
um esquema apropriado ou, conforme Kohler, um
conjunto mental (ou set mental). Este suposto conjunto
mental permite a resolução de problemas
subsequentes do mesmo tipo.
(a) Birch, H. G. (1945),
The relation of previous
experience to insightful
problem solving. Journal
of Comparative
Psychology, 38, 367-383;
e
(b) Epstein, R. e cols.
(1984), ‘Insight’ in the
pigeon: Antecedents and
determinants of an
intelligent performance.
Nature, vol. 308, Issue
5954, pp. 61-62.
Os autores
apresentam a
abordagem cognitiva,
ou “ciência cognitiva”,
como uma abordagem
híbrida, incorporando
elementos da filosofia,
da psicologia, da
linguística, da ciência
da computação e da
fisiologia. Ou seja, fora
a propaganda, longe
de constituir um campo
unificado, trata-se de
uma mistura de
diferentes esquemas
conceituais.
ABORDAGEM COGNITIVISTA

Os cognitivistas comentam que na virada do século XIX-XX, os


psicólogos comparavam o cérebro com uma mesa telefônica.

Atualmente, a metáfora aponta os computadores como modelos de


“processamento de informações” que se supõe que o cérebro executa.
Será mesmo que a máquina construída representa bem a máquina
bioquímica?

O processamento das informações refere-se aos eventos de


intervenção (mediadores) que ocorrem entre meio e a pessoa.

Em resumo, os elementos-chave da abordagem cognitiva são:

(1) Os processos no interior da pessoa são considerados fundamentais


para se entender o comportamento;

(2) Esses processos de mediação operam de uma maneira organizada e


sistemática, e não por tentativa e erro.
O processo da Percepção
• A maioria das pessoas adota uma concepção
chamada de “realismo ingênuo”: ideia de que vemos
as coisas simplesmente como elas são; no entanto, o
processo da percepção é, na verdade, muito mais
complexo: é um processo ativo envolvendo seleção,
organização e interpretação.
• Entre os processos envolvidos temos a atenção
seletiva: dentre a variedade de estímulos – visuais,
auditivos, olfativos, etc., tendemos a nos concentrar
em alguns aspectos e ignorar outros devido à
capacidade limitada do cérebro para lidar com esta
variedade, ou sua supercapacidade de especializar ou
focar um número específico de estímulos na sua ação.
Processamento
Ascendente (Botton Up):
Percepção e Experiência
Se caracteriza como
sendo a situação de
filtragem da atenção
seletiva sobre os
estímulos externos
determinando a
percepção.

Processamento
Descendente (Top Down):
Se caracteriza como
sendo a situação da
experiência anterior ou
das expectativas
influenciando a
percepção;

As ilusões perceptivas,
ambiguidades e efeitos do
contexto ilustram essas
características da
percepção.
Percepção e Experiência

Portanto, ao tentar extrair sentido do mundo, buscamos padrões


familiares e interpretamos o que encontramos baseados em nossas
experiências anteriores, preenchendo lacunas segundo o que nos
parece provável.
Essa visão da percepção como um processo ativo e criativo foi
desenvolvida pelos teóricos da Gestalt ( “o todo organizado”).

Eles formularam alguns princípios organizacionais que são chamados de


“leis de agrupamento”, cujos exemplos são:

(a) similaridade: tendência a agrupar itens similares;

(b) proximidade: elementos próximos tendem a formar um grupo;

(c) fechamento: tendência a preencher padrões incompletos para


produzir um todo coerente (exemplo problemático: revisão de texto).
O que percebemos não se baseia simplesmente
naquilo que está “fora”, mas que é também
influenciada por processos internos.

• similaridade:
tendência a
agrupar itens
similares
O que percebemos não se baseia simplesmente
naquilo que está “fora”, mas que é também
influenciada por processos internos.

• fechamento:
tendência a
preencher padrões
incompletos para
produzir um todo
coerente
O que percebemos não se baseia simplesmente
naquilo que está “fora”, mas que é também
influenciada por processos internos.

• proximidade:
elementos
próximos tendem
a formar um
grupo
O que percebemos não se baseia simplesmente
naquilo que está “fora”, mas que é também
influenciada por processos internos.

• continuidade:
distâncias
proporcionais
em linhas
paralelas
tendem a iludir a
continuidade
sem fim
Percepção e Experiência

Desde tenra infância, organizamos e interpretamos nossas experiências,


buscando padrões que permitem extrair sentido do mundo. Alguns
padrões são conceitos bem simples, como “comida” ou “cadeira”.

À medida que crescemos, formamos estruturas mais completas


chamadas de esquemas, que são roteiros para guiar nossas ações em
determinadas situações e organizar nosso conhecimento de objetos e
pessoas, influenciando a maneira como percebemos o mundo.

Dependendo do esquema, diferentes pessoas podem interpretar


diferentemente uma mesma situação.

Exemplos: cadeira velha; floresta tropical.

Em muitos casos, é impossível rotular uma interpretação como correta ou


incorreta.
Exemplo de esquema. Por que algo parece estranho?
Percepção e Experiência

Os esquemas também podem criar distorções na maneira como


enxergamos o mundo.

No contexto social, os estereótipos são exemplos de tais distorções:


impressões negativas sobre certa pessoa que se generalizam e são
aplicadas a todos os membros do grupo a que ela pertence

Em resumo, todos os esquemas correm o risco de distorcer a realidade e


a probabilidade de reconhecermos essas distorções é reduzida por um
fenômeno chamado de viés de confirmação: tendemos a nos concentrar
em informações que confirmem nossas crenças e a ignorar as
potencialmente contraditórias.

Entretanto, embora a percepção seja um processo imperfeito, ela é


essencial para lidarmos com o mundo mas quase sempre estamos diante
de ambiguidades
Exemplo de ambiguidade
Exemplo de
ambiguidade
Exemplo de
ambiguidade
Atitudes perceptivas
• A motivação pessoal, as emoções, os
valores, os objetivos, os interesses, as
expectativas e outros estados mentais
influenciam o que as pessoas percebem.
• (Hastorf & Cantril) Estima-se duas vezes
mais num jogo assistido a favor de seu
time. Nossa tendência é dar ênfase aos
aspectos dos dados de realidade que se
acham em harmonia com nossas crenças.
A vida em única cultura quando
sair será influenciado em sua
percepção
• Pigmeus BaMbuti – vivem em florestas tropicais do
Congo de características densas e fechadas
acostumado a enxergar em espaços a cerca de no
máximo 30 metros.
• Numa primeira situação de viagem em planície vendo ao
longe um rebanho de búfalos a quilômetros de distancia
de cima para baixo questionou “Que espécie de insetos
são aqueles??”
PERCEPÇÃO EXTRA
SENSORIAL - PES
Na tarefa onde o cientista do comportamento escolhia uma carta e
olhava-a antes que o sujeito adivinhasse o símbolo, isso ocorria em 25
tentativas. Em média pessoas que se auto intitulavam telepatas ou pré-
cógnitos acertaram 7 em 25 tentativas.
Esses psicólogos do comportamento que testaram telepatas não
reconheceram a existência de PES:
Hebb:
Os fenômenos parapsicológico forçam a nossa racionalidade porque
parecem funcionar contra as leis físicas.
Os sujeitos podem alcançar um bom desempenho em algumas ocasiões
mas em outras não. Ademais, à medida que os controles vão ficando
mais rígidos, as marcas dos sensitivos descem cada vez mais.
Com excessiva frequência o relato de estudos parapsicológicos é
errático e omite fatores importantes do ambiente laboratorial ou
apresenta versões discrepantes das replicações.
APRENDIZAGEM E MEMÓRIA
Aprendizagem como Coleta de Informações
Embora os behavioristas falem sobre a aprendizagem como sendo
mudanças nas respostas (sic), a abordagem cognitiva concentra-se no
conhecimento que orienta essas respostas.
Conforme o modelo de processamento de informações, a aprendizagem é
baseada na coleta de informações, onde “informação” pode ser qualquer
dado significativo.
Para o psicólogo cognitivo, a aprendizagem envolve tanto coletar
informações como organizá-las em esquemas mentais. Neste sentido, a
maneira como selecionamos e usamos as informações é o que determina a
relação entre qualquer estímulo e resposta.
Exemplo: o conhecimento prévio do trajeto (um “mapa cognitivo”),
informações prévias sobre onde o tráfego costuma ser mais livre (memória)
e preferências motivacionais (trajeto curto em trânsito lento versus trajeto
longo por via expressa) justificam as escolhas do motorista. Para os
behavioristas podemos interpretar esses processos como resultado do
controle de estímulos e as múltiplas discriminações operantes que
promove.
MLP
Declarativa ou Explicita: capacidade de armazenar informações como
uma imagem ou como uma declaração evocadas sempre com exercício
explícito na consciência
Procedimento ou Implícita: capacidade de armazenar informações
como habilidade, pré ativações ou respondentes condicionados sempre
expressadas sem ajuda da consciência ou seja de forma implícita a
consciência
Memória Operacional
► É um sistema que supõe a existência de vários
Sistema subsistemas em operação, que permite o
armazenamento temporário e a manipulação de
Executivo informações para a realização de tarefas
complexas como a compreensão, a
Central (SEC) aprendizagem e o raciocínio (Baddeley, A.D &
Hitch, G.J.,1974; Baddeley, A. D.,1992 e 2000)
► Este modelo foi, inicialmente, em constituído
1. A Alça Fonológica por três componentes fundamentais: sendo um
coordenador, dois subordinados (Baddeley, A.
2. O Bloco de Notas
D.,1992 e 2000)
Visual, Espacial e Cinestático.

►Devido a falhas nas explicações


experimentais de fenômenos
neuropsicológicos, mais de 25 anos 3. Buffer ou Retentor Episódico
após acrescentou-se a existência de
um novo componente (Baddeley, A.
D., 2000)
Sistema Executivo Central (SEC)
• Sistema controlador da atenção com capacidades de suprimir
informações irrelevantes e ações inapropriadas, que tem por
finalidade coordenar processamento cognitivo da memória
operacional
Supõe a existência de vários subsistemas em operação e possui
importante papel devido sua ação executiva em outras
atividades cognitivas como a aprendizagem, raciocínio e
compreensão
• Sistema responsável pelo controle atencional, demonstra
estar envolvido a aspectos de suporte executivo por:
– Coordenar o desempenho em duas tarefas distintas;
– Capacidade para mudar estratégias de recuperação;
– Capacidade de eleger seletivamente um estímulo e inibir o
efeito de outros, etc (4),
• Permanece em ligação constante aos outros componentes da
MO, é um coordenador executivo (homúnculo) que decide
como e qual dos componentes devem ser utilizados, em
virtude das adversidades atencionais que o meio impõem, por
isso os demais componentes são subordinados ao SEC
(Baddeley, A. D.,1992 e 2000)
A Alça Fonológica:
► Trata-se de um sistema de representações
lingüísticas, baseadas na fala, e recebe informação
tanto por via direta (apresentação auditiva) quanto
por via indireta (apresentação visual). (Baddeley,
1996)
►É provavelmente o mais desenvolvido componente da
MO. Trata-se de um sistema limitado de
representações lingüísticas que se mantém via
ensaio mental articulatório.
► Ele é composto de dois sistemas independentes:
– Receptivo-sensorial (depositório fonológico
passivo)
– Expressivo motor (processo de controle/ensaio
articulatório subvocal)
► Tal circuito tem a função de reter informações
fonológicas na MO e também de consolidar novas
informações verbais na memória de longo prazo.
aquisição, como novos idiomas (Baddeley,
Gathercole, & Papagno, 1998).
O Bloco de Notas Viso-
Espacial:
► Retém informações visuais, mantém
representações imagéticas de objetos e
suas posições espaciais (Baddeley,
1996)

► Ele permite que o indivíduo, ao visualizar


um objetivo consiga saber o que é e
onde ele está (Gazzaniga & Heatherton,
2005).

► Atualmente estudos comprovam uma


dissociação entre a codificação de
informações visuais e espaciais deste
componente fracionadas em visual,
espacial e cinestático. (Baddeley, 2000)
As características teóricas destes 3 componentes
explicam vários efeitos experimentais
►O efeito da similaridade fonológica (i.e. é mais difícil a memorização de palavras
fonologicamente similares do que semânticas), mostrando que o tipo de
codificação que ocorre neste sistema é, efectivamente uma codificação
fonológica (Baddeley, 2000 e 2002) ;

► O efeito do comprimento da palavra (i.e. é mais difícil memorizar palavras mais


compridas, em comparação com palavras mais curtas), sugerindo que o
processo de ensaio articulatório ocorre efetivamente em tempo real na Alça
(Baddeley, 2000)

► O efeito da supressão articulatória (i.e., quando se inibe o ensaio articulatório, o


span de memória diminui). Demonstrando a suposição da subordinação e
dependencia da Alça para com o SEC (Baddeley, 2002)

► Associação das dificuldades aritméticas com espaciais Para McLean e Hitch


(1999) crianças com dificuldades de aprendizagem exclusivamente em
aritmética, especificamente, apresentam déficits (reprodução da espaçamento
direto) em esboço visuoespacial e (espaçamento indireto) em SEC através do
Teste Corsi. Demonstrando também a suposição da subordinação e
dependência do Esboço para com o SEC
No entanto não havia explicação para os auxílios
observados em adversidades experimentais??? Como:
► Diferenças significativas entre o tamanho do span para palavras
isoladas e não relacionadas, em comparação com frases. Como
explicar o aumento do tamanho do span de palavras que
estão integradas numa frase com significado ir até a uma
média de 16 unidades de informação em relação a palavras
isoladas e não relacionadas com média 5

► O facto da supressão articulatória poder ter efeitos discretos


na recuperação de informação. Quando se impede o ensaio
sub-vocal, nem sempre se encontram efeitos devastadores na
recuperação de informação (span podem cair apenas 2 span 7
para 5.

► Evidências de fenômenos de combinação entre a informação


visual e a informação fonológica na memória operacional (ex.
existem efeitos da similaridade visual para o span de materiais
verbais.

ENTÃO SURGIU A CONSTRUÇÃO DO BUFFER


(Baddeley, 2000)
BUFFER OU RETENTOR EPISÓDICO
► Este último constructo surgiu então da
necessidade de se compreender os processos de
integração das informações fonológicas e
visuoespaciais à memória de longo prazo.

► É um sistema de armazenamento temporário de


informação, capaz de integrar dados de diferentes
fontes ,fonológica, visual e espacial,
transformando-os em códigos multimodais
(Baddeley, 2000)

► Essa inter face temporária de informação envolve


a ligação à memória de longo-prazo (entre vários
sistemas mnemônicos e perceptivos que se
constitui numa característica fundamental deste
componente)

► É uma interface de armazenamento


temporário o que contribuiu para
denominação de Buffer,
► E ao mesmo tempo é episódico devido ao fato
da integração desses tipos de informação ser
transformada em episódios complexos,
integrados num determinado tempo e
espaço.
Para explicar o buffer dois
processos cognitivos entraram
em cena
► 1) Binding (Ligação de Informações)
► 2) Chunking (Pedaços de Informações)

► Estes processos bulding e chuncking possuem uma relação entre si,


pois os novos chunks de informação são efetivamente eles próprios,
o resultado de um processo de binding (Allen R, Baddeley A, Hitch
G, 2006)

► Existem diferentes tipos de chunking, dependendo se o processo de


binding que lhe está subjacente envolve os sistemas subordinados
do SEC (Alça fonológica e o Esboço visuo-espacial), ou se envolve
a memória de longo-prazo (Allen R, Baddeley A, Hitch G, 2006)
Binding
► É o fenômeno de ligação entre informações
de diferentes modalidades sensoriais e a
percepção dos objetos. (Allen R, Baddeley A,
Hitch G, 2006)

► Processo importante para se estudar os


efeitos de similaridade visual de itens verbais
na sua memorização (Allen R, Baddeley A,
Hitch G, 2006)

► Esse fenômeno pode explicar a ligação de


informações de diferentes modalidades
sensoriais, que ocorre entre as informações
de diferentes naturezas ou dentro da mesma
modalidade sensorial, como é o caso da
memorização de diferentes características
visuais de um mesmo objeto (Allen R,
Baddeley A, Hitch G, 2006)
Chuking
► Processo de integração de unidades de
informação individual de modo a criar
aglomerados ou chunks maiores de informação
(Logie R, Della Sala S, Wynn V, Baddeley 2006)

► Esses aglomerados são baseados na relação de


significado, ou semântica, entre os vários itens

► Permitem potenciar um armazenamento de


informação mais econômico (Logie R, Della Sala
S, Wynn V, Baddeley 2006)

► Este processo estaria então na base da


explicação do fenômeno da superioridade na
memorização de frases em comparação com
palavras isoladas, onde os 10 ou 11 itens
recuperados adicionalmente numa primeira
condição, não poderiam ser explicados através
de uma codificação puramente fonológica mas
adviriam, antes, da ligação à memória de longo-
prazo, possibilitando a agregação da informação
em unidades maiores (Allen R, Baddeley A,
Hitch G, 2006)
LINGUAGEM
Como vimos, os estudos experimentais mostram que os animais não-
humanos revelam alguma competência na resolução de problemas.
Entretanto, há pouca dúvida de que as pessoas sejam mais capazes
de lidar com problemas complexos.
Para os autores, isso ocorre porque sabemos muito e devido à nossa
competência para aprender com a experiência e para armazenar esse
conhecimento na memória de um modo organizado.

Assim, preparam o caminho para defender outro processo “cognitivo”


como responsável por isso: a linguagem.

De muitas maneiras, a linguagem é um paradoxo. Nós a utilizamos


quando crianças com pouca dificuldade, mas, já adultos, é um grande
desafio aprender uma segunda língua.
LINGUAGEM

Para começar, nem todos concordam com o que é a linguagem.


Ela serve como um método de comunicação e como um sistema
simbólico, mas nem toda forma de comunicação é considerada linguagem
(e.g., os gestos inatos de ataque dos babuínos; os gritos de alerta).
Para serem qualificados como linguagem os símbolos ou gestos usados
para comunicação devem mostrar variedade dentro das espécies.

A variedade é importante, pois implica a influência da aprendizagem e


também que os símbolos são um tanto arbitrários – ou seja, o mesmo
significado pode ser comunicado usando-se elementos diferentes.
Mas, os autores ignoram o fato de que os mesmos elementos podem
“comunicar” diferentes significados: “O sonho acabou”; “A manga não está
boa”; “Esta casa é pequena”. Qual o “significado” desses exemplos?
Em seguida, soltam a seguinte “pérola”: A existência da linguagem é uma
característica humana tão óbvia que mesmo os behavioristas não
conseguem ignorá-la. Que tal atualizarmos a compreensão deles?
LINGUAGEM
Cognitivistas citam que Watson encarava o pensamento como simples
movimentos ou contrações musculares imperceptíveis e que, para Pavlov,
seria o produto de um “segundo sistema de sinais”.
A seguir, sustentam que os behavioristas demonstram pouco interesse no
papel da linguagem no pensamento, coerentes com seu ponto de vista
geral. Então pergunto: Que ponto de vista geral?
As relações estímulo → resposta de Pavlov-Watson são revertidas para
resposta → estímulo, na proposta de Skinner. Isso faz grande diferença!

Eles citam só de passagem a análise de Skinner (1957) que distingue


entre “linguagem” e “comportamento verbal”. A ênfase de Skinner é a
probabilidade de uma ação verbal (falar, escrever) em função de seus
efeitos sobre outras pessoas (ouvintes e leitores), e envolvem diferentes
processos comportamentais operantes.

Para Skinner, “linguagem” é o conjunto de abstrações descritas nas áreas


da sintaxe e semântica, cuja base estaria na estrutura das sentenças, suas
possíveis transformações e teorias da referência para “explicar” o
significado. Será que explicam?
Aprendizagem da Linguagem
Os pesquisadores cognitivos encaram a linguagem como um sistema de
símbolos que pode mediar uma variedade de processos de pensamento e
que não depende de contrações musculares.

As crianças absorvem o vocabulário e a gramática básica de sua língua natal


muito antes de ela ser formalmente ensinada na escola.

Por volta dos seis meses, um bebê começa a balbuciar, produzindo todos os
fonemas, dos quais somente alguns serão posteriormente usados em sua
língua nativa.
Em torno de um ano, aparecem as primeiras palavras e, com 1,5 ano, a
criança fala “sentenças” de duas palavras, referida como frases de fala
telegráfica (“ver mamãe”; “aquilo vermelho”).

Aos dois anos a criança média produz cerca de 24 sentenças deste tipo.

A partir daí, o desenvolvimento é explosivo, de forma que, aos 3 anos chega


a quase mil palavras, duplicando aos 4 anos e, mais tarde, o adulto médio
conhece mais de 100 mil palavras, embora empregue uma pequena fração
delas. O Quadro 1 resume estes estágios de desenvolvimento da linguagem.
Estágios de Desenvolvimento da Linguagem.
Aprendizagem da Linguagem

Segundo os autores, as sugestões de que o behaviorismo teria


dificuldades em explicar esse desenvolvimento seriam:
(1) a aparente rapidez do processo inicial não poderia ser baseada
apenas na “tentativa e erro”;
(2) há evidências de preparação biológica para aprender em certa época
(“período crítico”);

(3) as crianças têm menos dificuldade de aprender uma segunda língua


do que os adultos.

Todos esses fatores sugerem uma base inata para esta aprendizagem.
Entretanto ainda assim o behaviorismo apresenta a teoria do
comportamento verbal.

Se há problemas, estes decorrem da suposição de que este potencial


inato inclui as regras gramaticais como sendo também inatas.
Aprendizagem e Linguagem
Assim declara Noam Chomsky, famoso linguista, que sugere um dispositivo
hipotético de aquisição da linguagem e Steven Pinker, colaborador e colega
dele no MIT, vai mais além, chamando a linguagem de “instinto”. Mas os
críticos perguntam se assim fosse, já viria pronto para “uso”! Vem?
Para os autores, a possibilidade de a linguagem ser baseada em
habilidades inatas dificilmente perturba os psicólogos cognitivos, pois eles
não têm uma posição polarizada sobre a questão da natureza versus
criação.
Segundo eles, a abordagem biológica e a behaviorista teriam. A
discussão entre áreas surgi aqui?
Mas, a seguir, apontam que há um risco em descrever a habilidade da
linguagem como inata, pois há várias evidências sugerindo que a
aprendizagem desempenha um importante papel no desenvolvimento da
linguagem. E então?
Além disso, há uma grande variedade entre os idiomas humanos e entre os
indivíduos, e a noção de habilidades inatas não aborda esses detalhes.
Vamos resumir a análise funcional da “linguagem” proposta por Skinner
será discutido no tópico aprendizagem e personalidade
 Conforme (Bayles, 1987) quando um indivíduo é considerado
competente na linguagem, conseguindo processar e compreender
o que recebe, e expressar de forma inteligível o que quer transmitir,
ele deve possuir uma série de capacidades inatas que o
caracterizam como tal.

 Dentre estas, destacaremos duas:


conhecer sua língua e saber usá-la adequadamente;
e ser capaz de emitir determinados juízos sobre ela.

Para isto o indivíduo necessita utilizar quatro componentes:


 o léxico (regras de formação de palavras),
 o sintático (regras de estrutura da frase),
 o fonológico (regras de interpretação fonética),
 semântico (regras semânticas).
 Limitações na avaliação do potencial da linguagem:

 (1) serem construídas e adequadas para o diagnóstico de afasia


(resultantes de lesões focais) e não para as alterações lingüísticas
encontradas nas demências;

 (2) se restringirem aos aspectos metalingüísticos, ou seja,


atividades metalingüísticas são efetuadas conscientemente pelo
sujeito e exigem habilidades de reflexão e autocontrole, por
exemplo, corrigir a sintaxe de uma frase ou texto. A instalação das
habilidades metalingüísticas depende de uma aprendizagem
geralmente de natureza escolar, como tambem das funcoes
executivas e memoria operacional.

 (3) Não possuem validade em amostra de população brasileira.


• Entretanto, estas baterias permitem um diagnóstico qualitativo e
quantitativo, mostrando o perfil do distúrbio lingüístico (tipo de
afasia) e estabelecendo uma linha de base para comparações
futuras.
Aula 10

A Abordagem Behaviorista da Linguagem ou do


Comportamento Verbal e a Memória como
Aprendizagem ou Controle do Comportamento
COMPORTAMENTO APRENDIDO OU VERBAL EXISTE
E É OBSERVÁVEL AS FUNÇÔES COGNITIVAS
MEMÓRIA E LINGUAGEM SÃO SUPOSIÇÕES OU UM
MENTEFATOS

POR ISSO PARA O BEHAVIORISMO


O COMPORTAMENTO É DEMONSTRAÇÃO
VERDADEIRA DO QUE SE SUPÕE COMO COGNIÇÃO:
MEMÓRIA OU LINGUAGEM
ANÁLISE EXPERIMENTAL DO
COMPORTAMENTO

Ele descreveu o termo condicionamento operante


para denominar o processo em que as respostas
emitidas mudam no decorrer do tempo como uma
função de suas conseqüências.

As manipulações experimentais e seus resultados conduziram Skinner a


distinguir os processos comportamentais como casos de comportamento
respondente (eliciado) e comportamento operante (emitido).
Respondente e Operantes
(1) respondentes (reflexos inatos e condicionados): eles ocorrem em
função de estímulos antecedentes (eliciadores); e
(2) operantes: são padrões de respostas ou ações emitidas pelo
organismo em função dos efeitos que produzem no ambiente, isto é, suas
consequências reforçadoras.
O termo operante significa que o organismo afeta o ambiente (i.é, produz
efeitos ao agir) e, portanto, ele não é eliciado por estímulos específicos
como são os respondentes.

Conforme veremos, o condicionamento operante é um tipo mais


complexo de aprendizagem, na qual a probabilidade de uma resposta é
alterada pelas suas consequências, e recobre grande parte da
experiência humana, incluindo aquelas consideradas mentais. R -S

Nesta análise, o conceito de classe de respostas é fundamental, pois


reconhece que nenhuma resposta é exatamente igual a outra e, portanto,
uma classe é definida pela consequência comum a todas as suas
instâncias particulares.
Estímulos
Reforçadores e Punidores
Para se afastar do sentido vago do termo “satisfatório”, Skinner formulou
o conceito de reforçador: um estímulo que quando segue uma resposta,
resulta em mudança na probabilidade da resposta ocorrer novamente.
Os reforçadores mais básicos são aqueles relacionados à sobrevivência,
como comida ou água, e são descritos como reforçadores primários por
terem importância biológica inata. Outros exemplos?
Em contraste, há um grande número de eventos ambientais que parecem
agir como reforçadores, mas não são baseados na sobrevivência
biológica. Por exemplo, a atenção, o elogio, notas escolares, troféus e o
dinheiro podem todos atuar como reforçadores condicionados.

Quando um estímulo punidor segue uma resposta, esta se torna menos


provável e este efeito é descrito pelo conceito punição. Os punidores
também se distinguem em primários – eventos que naturalmente
prejudicam a saúde e adaptação, e em condicionados - que derivam sua
função por acompanharem sistematicamente os punidores primários.
Definição de Reforço Positivo e Negativo

Contingências são relações constantes entre uma resposta e as mudanças


no ambiente que ela produz, que resumem relações funcionais entre
comportamento e ambiente. Os conceitos básicos envolvidos são:

(A) Reforçamento: Processo que ocorre quando uma resposta ou ação


(R) produz um resultado no ambiente (adição ou remoção de estímulos) e
esta R se torna mais provável em função da conseqüência reforçadora a
ela contingente. As operações de reforço se classificam em:

(1) Reforço Positivo: quando uma resposta (comportamento) produz um


estímulo reforçador e a probabilidade de ocorrência da resposta aumenta;

(2) Reforço Negativo: quando uma resposta (comportamento) (Tipo


Fuga) remove um estímulo aversivo ou (Tipo Esquiva) impede ou adia a
sua ocorrência e sua probabilidade aumenta;
Definição de Punição Positiva e Negativa
(B) Punição: Ocorre o processo de punição quando um comportamento
(uma resposta ou ação) produz um resultado no ambiente (adição ou
remoção de estímulos) e se torna menos provável em função da
consequência punitiva a ela contingente.

As operações de punição se distinguem em:

(1) Punição Positiva: quando a resposta (comportamento) produz um


estímulo aversivo; e
(2) Punição Negativa: quando a resposta (comportamento) remove um
estímulo reforçador.

Essas quatro relações ação-consequência podem resumidas como segue:


Exemplos de análise do comportamento
(1) As relações entre forragear (ou trabalhar) e obter alimento (ou
salário) são exemplos de...?
- Reforço Positivo!

(2) As relações entre escovar os dentes (ou tomar remédios) e evitar


cáries (ou eliminar doenças) são exemplos de...?
- Reforço Negativo!

(3) As relações entre caminhar sobre placas de gelo (ou tocar em forno
quente) e cair (ou se queimar) e (4) E as relações entre fazer barulho
numa caçada (ou jogar na loteria) e perder a presa (ou o dinheiro)?
Ilustram, respectivamente...?
- Punição Positiva e Punição Negativa!
As Relações Ação-Conseqüência
A programação do
Estimulo Reforçador ou Punitivo

Um aspecto importante do reforçamento (e da


punição) é que quanto mais imediata for a
consequência maior seu efeito, ou seja, o reforçador
(ou punidor) deve seguir imediatamente a resposta.
A importância da contiguidade decorre do processo
evolutivo biológico e, em parte por isso, muitos
aspectos do treino cultural visa tornar as pessoas
sensíveis a consequências de longo prazo, o que nem
sempre acontece.
A Modelagem e o
Processo de Aprendizagem
A modelagem é definida como o processo de reforçamento por
aproximações sucessivas de uma resposta final desejada. A modelagem
usa a variabilidade inerente na resposta para produzir a forma final
desejada.

Extinção operante
A resposta pode continuar a ser emitida durante certo tempo na ausência
de reforçamento, sua probabilidade tende a diminuir nessa situação e este
processo é chamado de extinção operante
Esquemas de Reforçamento

(1) Reforço Contínuo (RF1): cada resposta


produz um reforço;
(2) Razão Fixa ou Variável (RF ou RV): o
reforço é produzido pela resposta que completa
o número total requerido (razão) ou ocorre em
função da média do número requerido;
(3) Intervalo Fixo ou Variável (IF ou IV): o
reforço é produzido pela primeira resposta após
um período fixo de tempo ou depois de um
intervalo médio requerido.

Nos esquemas de razão e intervalo os reforçadores ocorrem de modo


parcial ou intermitente, o que torna as respostas mais resistentes à
extinção do que aquelas fortalecidas sob reforço contínuo.

Os esquemas de reforçamento são formas de programação de


consequências em função do número de respostas requeridas ou do
intervalo de tempo entre as respostas reforçadas, para demonstrar ou
descobrir novas regularidades ou relações funcionais.
Reforço Diferencial e a Distinção entre Contingências e
Regras
O conceito de reforço diferencial também é útil e principal critério
no procedimento de modelagem por aproximações sucessivas:
reforço diferencial de respostas (comportamento) que se
aproximam sucessivamente até atingir uma forma final
(comportamento) desejada.

Embora não reconhecido, o princípio de modelagem governa a


aprendizagem (que os cognitivistas dizem ser memória) tanto de
habilidades motoras tais como andar, correr, dançar, praticar esportes e
tocar instrumentos musicais, quanto daquelas consideradas mentais,
menmônicas ou perceptivas, tais como falar, ler, escrever, perceber,
lembrar, pensar e resolver problemas.
Assim, por meio de regras ou instruções verbais e demonstrações por
parte de modelos, formas mais simples são aprendidas e vão sendo
refinadas à medida que suas consequências assumem o papel
controlador.
PARA O BEHAVIORISMO: Aprendizagem por Modelagem de
Estímulos Discriminativos e Generalização Operante é o
COMPORTAMENTO APRENDIDO
e não processo cognitivo memória

As características do contexto em que os operantes ocorrem se tornam


também funcionalmente relacionadas porque sinalizam as operações de
reforço ou punição.
Essas propriedades do contexto são denominadas de estímulo
discriminativo: estímulo que age como preditor da consequência para uma
resposta, sinalizando a ocasião em que pode ocorrer o reforço ou a punição.

Essa relação entre o contexto, ação e consequências é chamada de


contingência de três termos.

Ela resume o controle de estímulos do comportamento operante, isto é, na


presença de alguns estímulos, mas não de outros, a resposta terá certo
efeito no ambiente, cuja representação simbólica é: SD · R → SR
Estímulos Discriminativos e
Generalização Operante
SD · R → SR
O estímulo discriminativo (SD) torna uma resposta operante (R) provável
porque em sua presença a R produz o reforço (SR) e este não ocorre em
sua ausência.
Uma vez que uma resposta tenha sido reforçada na presença de um SD,
outros estímulos que compartilham suas propriedades físicas ou funções
discriminativas podem também afetar a probabilidade da resposta ocorrer,
e este processo chama-se generalização operante.
Os processos de discriminação e generalização operante estão presentes
em muitas das distinções e semelhanças que aprendemos seja no dia-a-
dia ou na educação formal, tais como aquelas entre letras e números,
verbos e substantivos, sinônimos e antônimos, etc.

Tais realizações são produtos da modelagem que, por sua vez, permitem
que novas habilidades conceituais sejam adquiridas e esclarecem como o
saber (conhecimento) e o pensar (resolução de problemas) se
desenvolvem.
Generalização e Discriminação
Operante:
Treino
Discriminativo e
Processos de
Atenção Operante
A análise funcional da
“linguagem” proposta por Skinner
As categorias operantes do comportamento verbal
são inatas:
(1) VOCAIS:
Ecoico, (Co)Mando, (Com)Tato
(2) INTRAVERBAIS:
Processos
Autoclíticos
Leitura
Transcrição
Categorias Vocais
1 (Ecoico): Repetir o que ouvir. É o começo da aprendizagem da fala,
como quando se estimula a criança a falar o nome disso e daquilo. Ou
seja: um estímulo verbal vocal é ocasião para o ato verbal da criança.

2 (Co) Mando: são todos os tipos de solicitações a um ouvinte por


parte de um falante. Ocorre quando este necessita algo (privação
natural ou condicionada), então o solicita este algo a um ouvinte
presente que tende a atender a solicitação. O mando especifica seu
reforço.

3(Com) Tato: todos os casos em que o falante fala ao ouvinte sobre


objetos e situações do ambiente externo ou interno, seja atual,
passado ou futuro. Deriva da palavra contato, no sentido de que o
ouvinte entra em contato com o estímulo tateado pelo falante. Há
várias interações entre mandos e tatos.
Categorias Intraverbais:
• São as partes da fala anterior do falante que estabelecem o contexto
discriminativo para a fala subsequente.

Categorias intraverbais mantêm a fala continuada do falante ao longo das


sentenças, em que cada palavra estabelece a ocasião para a seguinte. Ou
seja, exceto a primeira palavra, todas. Ele está envolvido na aprendizagem de
pares associados, tais como fatos históricos e geográficos, e na
aprendizagem serial como quando aprendemos a contar, e também é muito
explorado na poesia: em rimas, aliterações, conteúdo temático, etc. Vejamos:
“Batatinha quando nasce...”. Aposto que você pensou no que segue!

• As categorias intraverbais implicam processos:


1. Processos Intraverbais para Eventos Externos:
Autoclíticos
Relacionais
Descritivos
2. Processos Intraverbais para Eventos Textuais
Leitura
Transcrição
(1) Categorias Intraverbais para eventos
externos:
Autoclíticos: partes do comportamento verbal
afetam as partes subsequentes. O falante produz a
fala expressando relações e processos quando
emite tatos sobre:

(1) Eventos externos, objetos observáveis - autoclíticos relacionais: “a


mesa é de madeira”; “João é irmão de José”; “o vestido da garota é
vermelho”, “a água pura ferve a 100º C”, “E = mc2”, etc.). Em resumo, todas
as leis científicas ilustram esses casos. Ou então, os tatos são sobre...
(2) As disposições subjetivas, portanto não observáveis do falante, com ou
sem ênfase, ilustram os autoclíticos descritivos: “Acho que vai chover”;
“Não sei se vou à festa”; “Será que ela me quer?” versus “Tenho certeza
que vai chover”; “Claro que vou à festa”; “Que bom que ela me ama”, etc.
(2) Categorias Intraverbais para situações
textuais:

(a) ler: reconhecer os estímulos discriminativos


verbais impressos – letras, palavras e sentenças ou
números e operações matemáticas. Os estímulos
têm forma, mas não têm som e o comportamento
textual pode ser público (leitura em voz alta) ou
privado (leitura silenciosa).
(b) transcrição: escrever estímulos discriminativos
verbais, sejam impressos (cópia) ou falados (tomar
ditado). Os processos se distinguem em função dos
estímulos discriminativos, impressos ou falados.
A análise de Skinner esclarece como a aprendizagem
desempenha
Uma análise sem um importante
pressa papel
de cada classe nocompreender
permite desenvolvimento
que elas do
ocorrem em função verbal,
comportamento de estímulos
ondeespecíficos atuais e passados,
as contingências ou seja,isto
são sociais,
interações entre as contingências presentes e as da história pessoa.
é, o reforço é provido pelo ouvinte (fala) ou leitor (escrita).

Elas ocorrem juntas durante qualquer conversação, incluindo a alternação


nos papéis de falantes e ouvintes e o grau em que ambos compartilham
experiências: histórias e interesses comuns (ou experiências e reforçadores
condicionados).

O Behaviorismo criticando os Cognitivistas que afirma que esses processos


de interação comportamental verbal são substituídos pela suposição de que
falantes e ouvintes:
(a) codificam experiências e regras gramaticais na memória;
(b) transmitem mensagens e significados resolvendo as ambiguidades e
interpretando as proposições por meio de inferências.
O DESENVOLVIMENTO da
PERSONALIDADE

Aula 11
O que é personalidade
• Você tem tendência a autocrítica?
• Você tem grande quantidade de capacidade não
utilizada que você ainda não colocou em prática?
• Você é externamente disciplinado e autocontrolado e
internamente você tende a ser preocupado e inseguro?
• Você prefere uma certa quantidade de mudança e fica
insatisfeito com a rotina?
• Você se orgulha de ser independente em seus
pensamentos e não aceita as declarações dos outros
sem provas?
• Algumas de suas aspirações tendem a ser bastante
irrealísticas?
POSSIVELMENTE SOMOS
TODOS IGUAIS PORÉM EM
GRAUS DIFERENTES??
OU NÃO??
POR
PERSONALIDADE,

• Os psicólogos contemporâneos entendem


como padrões relativamente constantes e
duradouros de perceber, pensar, sentir e
comportar-se os quais parecem dar às
pessoas identidades separadas
• Psicólogos da personalidade empenham-se
na tentativa de entender a sua natureza
geral e as diferenças entre os indivíduos.
DESENVOLVIMENTO da Personalidade
Observamos que há três questões importantes quando consideramos as
teorias do desenvolvimento:

(1) o papel da hereditariedade versus o ambiente? (2) se o


desenvolvimento é contínuo ou baseado em estágios separados; e

(3) se o desenvolvimento envolve um processo único que pode ser


entendido em termos de um modelo único (de domínio geral) ou se envolve
processos diferentes que requerem modelos separados (domínio
específico).
Vejamos como cada abordagem se pronuncia com respeito a essas
questões.

(a) Abordagem Biológica e a Personalidade


A abordagem biológica enfatiza muito o papel da hereditariedade e da
estrutura fisiológica na conformação do comportamento, especialmente
naqueles aspectos da personalidade associados ao temperamento.
Abordagem Biológica e a Personalidade
Temperamento refere-se às tendências comportamentais básicas, como a
emotividade, a sociabilidade e o medo, que se acredita serem
determinados pela hereditariedade.
Dois tipos de evidência de estudos longitudinais corroboram esta visão:

(1) as informações obtidas de estudos de gêmeos, cujas comparações


indicam que os gêmeos idênticos são mais parecidos no nível de
atividade, na irritabilidade e na sociabilidade do que os gêmeos fraternos.

Outras pesquisas sugerem influências hereditárias em aspectos de nível


mais elevado da personalidade, como os interesses recreativos e
vocacionais, embora tais resultados sejam difíceis de avaliar;

(2) O psicólogo do desenvolvimento Jerome Kagan concebeu um traço


chamado de inibição comportamental – a tendência para se afastar de
pessoas ou de situações não-familiares.
As crianças inibidas tendem a ser tímidas e a experimentar ansiedade
quando se vêem diante da novidade.
Respostas fisiológicas sob
condições específicas ajudam
cientistas a compreender a
personalidade
• Desempenho da pressão arterial sistólica
e diastólica aferida previamente a uma
atividade ou evento rotineiro pode
informar qual das atividades ou eventos
diários aflige o examinando Werdegar et
al 1967.
Traços de personalidade com base
na genética
Outras justificativas sobre a
influência genética. As
crianças que eram inibidas ou
desinibidas aos 21 meses
tenderam a permanecer assim
tanto aos 7 anos quanto na
adolescência.
Abordagem Behaviorista e a
Personalidade

Para os autores, Skinner sugeriu que os processos fisiológicos dentro de


um organismo não são objeto de preocupação, contanto que a pessoa
encontre ligações significativas entre as condições de estímulo e
respostas comportamentais.

Todo comportamento é visto como determinado pela experiência, baseada


nos princípios do condicionamento clássico e operante.

Como vimos, a sensibilidade às contingências do ambiente são de origem


filogenética e, portanto, biológicas. Assim, as interações com elas afetam o
organismo como um todo, que passa a agir de modo diferente. Em vez de
ser baseada em estágios discretos, essa abordagem encara a mudança
comportamental como um processo contínuo.
Abordagem Behaviorista e a
Personalidade
Skinner sugere que a “personalidade” é simplesmente um padrão
percebido, sem base no indivíduo.
Em vez disso, sugeriu dois fatores que poderiam produzir as consistências
que são atribuídas à personalidade:

(1) o efeito cumulativo do reforçamento.


(2) O outro fator é o papel da consistência ambiental. Skinner declarou
que ao tentar explicar o comportamento, tendemos a dar crédito ao
indivíduo, não ao ambiente.

Cada vez que uma ação é reforçada, a influência desse reforçador ocorre
em adição a todo reforço na mesma situação ou em situações
semelhantes. Mais especificamente, afeta a classe de resposta à qual a
instância reforçada pertence.
Abordagem Cognitiva e a
Personalidade

Esta abordagem está interessada em como os processos cognitivos


influenciam o comportamento, isto é, os psicólogos cognitivos estão
interessados em por que acreditamos nos conceito de personalidade como
fator que promove a consistência comportamental.
Walter Mischel (1968) desafiou a visão do traço de personalidade
argumentando que, embora possam existir consistências no
comportamento, elas são muito mais específicas da situação do que
podemos imaginar. Para ele, as consistências percebidas podem refletir
UMA FORMA DE VIÉS MENTAL, em vez de características verdadeiras.
Explicar as origens desses vieses é parte do estudo da percepção social,
isto é, como vemos os outros e a nós mesmos em relação a eles.
Abordagem Cognitiva e a
Personalidade

Um exemplo disso é a teoria da atribuição, que lida com os tipos de


inferências que fazemos sobre as causas do comportamento.

Esses vieses conduziriam à superestimação da real consistência do


comportamento e, assim, à nossa disposição de acreditar que os traços
de personalidade existem, POR QUE ATRIBUIMOS AOS OUTROS A
NOSSA EXISTÊNCIA
TESTES DE PERSONALIDADE
DE ABORDAGEM MAIS
COGNITVA E SOCIAL
• OBJETIVOS: Instrumentos classificados como objetivos
expressam escores da mesma maneira diante de uma
determinada resposta do avaliado, não importando quem
ministre ou analise o teste. O avaliador deve seguir então o
valor da resposta do avaliado conforme a tabela de escores
e validade do teste. UMA ABORDAGEM MAIS COGNITIVA
E SOCIAL
Gordon Allport e seu Teste
Objetivo de Valores

Foi o pioneiro na enfasê da influência dos


processos sociais no desenvolvimento da
personalidade destacando a importância do livre
arbítrio e da responsabilidade social.
O Estudo dos Valores Pessoais

• As convicções básicas de uma pessoa


sobre o que é e o que não é realmente
importante na vida estão fundamentadas
em valores.
• Identificou e mediu as dimensões básicas do
valor.
• Isso levou ao desenvolvimento de The
Study of Values um teste de personalidade
amplamente utilizado.
Allport,Vernon & Lindzey Study of Values (1970)

Scale Description of value Typical Occupation

• Social helping people Social work


• Theoretical search for truth Professor
• Economic Pragmatic, applied Business
• Aesthetic Artistic values Artist
• Political Power & influence Politics
• Religious Religion, harmony Clergy
Allport-Vernon Lindzey Study of
Values
• Questionário auto-resposta - 60 questões. (1960)

• Estudantes universitários.

• 1983 - Huntley and Davis - scores associados


com ocupações de estudantes masculinos.

• 2009 – Validação do Questinário de Perfis de


Valores (QPV) no Brasil.
• 2003 – Validação da Escala de Valores Relativos
ao Trabalho - EVT no Brasil
Escala de Valores Relativos ao Trabalho - EVT
no Brasil
Juliana Barreiros Porto e Álvaro Tamayo (2003)

•Realização no trabalho,
•Relações sociais,
•Prestígio e
•Estabilidade.

O instrumento após validação é composto por


45 itens
Inventário psicológico da
Califórnia (CPI)
É uma avaliação psicológica que é uma medida de auto-relato do
comportamento e da personalidade.
É composto de 434 perguntas do tipo verdadeiro / falso e identifica
características de personalidade, traços e estilos de pensamento em
indivíduos que o fazem.
É comumente usado em ambientes de trabalho para prever o quão
bem alguém vai interagir com os outros.

Exemplos de perguntas:
1. Gosto das reuniões sociais apenas para estar com as
pessoas
2. Ocasionalmente eu bisbilhoto um pouco
Abordagem Psicodinâmica OU
Analítica
e a Personalidade
Como Freud é a figura dominante, somente sua teoria será considerada.

A personalidade é baseada em três componentes – id, ego e superego – que


interagem dinamicamente com o comportamento direto.

Freud acreditava que a experiência era um fator importante na


moldagem da personalidade e sua ênfase nas pulsões inatas
defende claramente o papel da hereditariedade, enquanto o
papel da agressão inata seja hoje alvo de severas críticas.
Freud é um interacionista considerando em estágios
psicosexuais.
PARA FREUD todo comportamento é motivado por
pulsões inatas, cujo modo de expressão se modifica
no decorrer do desenvolvimento, conforme
os estágios:
fases oral, anal, fálica, latente e genital.
O Inconsciente
Um dos elementos
fundamentais da teoria de
Freud é que o id sempre
buscará gratificação, mas,
nos adultos, sua expressão
é, em geral,
simbólica e indireta.
Talvez o tipo mais
conhecido de evidência
freudiana são os
erros e os lapsos da
linguagem, que se
tornaram conhecidos como
atos falhos.
Outra a interpretação dos Sonhos

Como antes discutido, os sonhos operam em dois níveis, o conteúdo


manifesto e o conteúdo latente.

O conteúdo manifesto é simbólico, tendo sido criado a partir das formas


originais pela censura onírica. Por isso, um sonho deve ser analisado de
perto para determinar qual é realmente seu conteúdo latente.

Embora Freud acreditasse que alguns de seus símbolos eram bastante


universais, ele também reconheceu que alguns símbolos têm um
significado que é particular para o indivíduo.

Estudos Interculturais
Freud tinha uma profunda curiosidade sobre as semelhanças e diferenças
entre as culturas. Uma de suas principais tentativas de análise em Totem
e Tabu foi a interpretação dos tabus do incesto em muitas culturas,
explicando estes tabus em termos do complexo de Édipo.
Tudo pode ser interpretado em termos
psicanalíticos:
mitos, lendas e histórias!
TESTES DE PERSONALIDADE DE
ABORDAGEM PSICANALÍTICA

• PROJETIVOS: Instrumentos classificados como


projetivos expressam associações entre o estímulos
(borrões, cores, desenhos, elaborações de histórias, etc)
com as percepções, emoções e pensamentos do
indivíduo testado, levantando a hipótese de que os
sujeitos projetam seus conteúdos na maioria das vezes
inconscientes nesses estímulos apresentados.
• Cabe ao avaliador através de sua experiência selecionar
e interpretar o conteúdo expresso pelo avaliado
seguindo as regras e as validades do teste.
TESTE PROJETIVO DE
APERCEPÇÃO TEMÁTICA
TAT
O TAT é um teste projetivo desenvolvido em 1935 por Henry
Murray.

O teste foi desenvolvido para medir determinadas


características da personalidade, como os motivos, e foi muito
utilizado no estudo da motivação.
TAT
A forma estandartizada do TAT contém 31 cartões em que situações
são representadas. Alguns deles envolvem homens, outros mulheres,
outros ainda pessoas de ambos os sexos, outros pessoas sem um
sexo definido, algumas vezes adultos, outras crianças e algumas
vezes situações sem seres humanos. Um dos cartões é
completamente branco. Apesar de o teste ter sido desenvolvido de
forma a os cartões corresponderem ao sujeito testado em sexo e
idade, qualquer dos cartões pode ser usado com qualquer pessoa.

A maior parte dos aplicadores escolhe um conjunto de


aproximadamente 10 cartões, já utilizando aqueles que eles
consideram mais úteis, já aqueles que eles crêem mais adaptados à
história e à situação do indivíduo, encorajando-o, assim, a expressar
seus conflitos emocionais.
AS PRANCHAS DO TAT
RETRATAM SITUAÇÕES
AMBÍGUAS
O TAT é muitas vezes chamado de "técnica de interpretação de figuras"
porque ele utiliza uma série padronizada de figuras de situações
ambíguas sobre as quais o sujeito testado deve contar uma história.
Essa história deve conter sobretudo os seguintes pontos:

• o que conduziu à situação apresentada;


• o que está acontecendo no momento apresentado;
• o que as personagens estão sentindo e pensando;
• como a história termina.
• Caso tais elementos forem omitidos, sobretudo no caso de crianças
ou de indivíduos com baixa capacidade cognitiva, o aplicador do teste
pode perguntá-los diretamente.
O Teste de Rorschach
• É uma técnica de avaliação psicológica pictórica, comumente
denominada de teste projetivo, ou mais recentemente de método de
autoexpressão. Foi desenvolvido pelo psiquiatra e Psicanalista suíço
Hermann Rorschach.
• O teste consiste em dar respostas sobre com o que se parecem as dez
pranchas com manchas de tinta simétricas. A partir das respostas,
procura-se obter um quadro amplo da dinâmica psicológica do
indivíduo. O teste de Rorschach é amplamente utilizado em vários
países.
• As pranchas do teste, desenvolvidas por Rorschach, são sempre as
mesmas. No entanto, para a codificação e a interpretação das
informações, diferentes sistemas são utilizados.
• Paralelamente ao "Teste de Rorschach" propriamente dito, Rorschach
desenvolveu em 1921 juntamente com Hans Behn-Eschenburg uma
segunda série de pranchas que ficou conhecida como Behn-Rorschach
ou simplesmente Be-Ro-Teste. Hans Zulliger publicou em 1948 um
teste semelhante, mas em forma de slides a serem projetados na
parede, chamado Teste Z. Esse teste, originalmente pensado como um
teste para grupos, foi posteriormente editado em pranchas e utilizado
como uma forma breve do teste de Rorschach, com apenas três
pranchas.
Os borrões do Rorschach
A lógica do teste
• O teste de Rorschach, como todos os testes projetivos, baseia-se na chamada hipótese
projetiva. De acordo com essa hipótese, a pessoa a ser testada, ao procurar organizar uma
informação ambígua (ou seja, sem um significado claro, como as pranchas do teste de
Rorschach), projeta aspectos de sua própria personalidade. O intérprete (ou seja, o
psicólogo que aplica o teste) teria assim a possibilidade de, trabalhando por assim dizer "de
trás para frente", reconstruir os aspectos da personalidade que levaram às respostas dadas.
• A hipótese projetiva baseia-se no conceito freudiano de projeção: um mecanismo de defesa,
através do qual o indivíduo atribui de maneira inconsciente características negativas da
própria personalidade a outras pessoas (projeção clássica). Apesar de a projeção clássica
carecer de confirmação empírica e ser assim alvo de controvérsias, há ainda um outro caso
de projeção que conta com uma relativa unanimidade entre os estudiosos: a projeção
generalizada ou assimilativa. Esta é a tendência de determinadas características da
personalidade, necessidades e experiências de vida de influenciar o indivíduo na
interpretação de estímulos ambíguos.
• De acordo com os defensores do uso de testes projetivos, tais testes possuem duas grandes
vantagens em comparação aos testes estruturados: (a) eles "enganam" os mecanismos de
defesa do indivíduo e (b) permitem ao intérprete do teste ter acesso a conteúdos não
acessíveis à consciência do indivíduo testado. Corre-se o risco da análise ser monitorada
pelo sistema de autodefesa inconsciente do avaliado, mas o diagnóstico possui robustez
para enquadrar o individuo quando ele se camufla nas estratégias esguias, desde que não
tenha acesso a outros testes e avaliações para usá-lo como parâmetro e se posicionar
escamoteando suas características e personalidade.
TEORIAS PSICODINÂMICAS NEOFREUDIANAS E NÃO-FREUDIANAS

No início, várias pessoas tornaram-se parte de um grupo muito fechado de


seguidores, que iriam ajudar Freud a difundir suas ideias.

Entre elas, estão Wilhelm Fleiss, que influenciou Freud sobre as origens
sexuais da histeria, e depois foi relegado ao ostracismo.

Mais importantes foram as partidas de Alfred Adler e de Carl Jung, que se


separaram de Freud.

Ambos discordaram de vários aspectos da teoria freudiana em evolução e


tornaram-se conhecidos por suas próprias teorias.

Mesmo entre aqueles que permaneceram relativamente próximos das


ideias básicas de Freud, surgiram diversas variantes.

A psicologia do ego, promovida por Anna, filha de Freud, enfatizava os


mecanismos usados pelo ego para lidar com o mundo (incluindo os
mecanismos de defesa).
TEORIAS PSICODINÂMICAS NEOFREUDIANAS E NÃO-FREUDIANAS

Erik Erickson, que trabalhou com Anna, iria estender a concepção dos
estágios de desenvolvimento para todo o ciclo vital, colocando grande
ênfase nas influências sociais sobre esse processo.
Melanie Klein e Donald Winnicott foram pioneiros da teoria das relações
objetais, segundo a qual as interações do bebê conduzem à criação de
conceitos mentais, ou “objetos”.
Distorções nestes conceitos (como expectativas idealizadas ou
equivocadas da mãe) criam a base para problemas posteriores.
John Bowlby, por sua vez, desenvolveu um modelo extremamente
influente do relacionamento entre o bebê e a mãe, que ele chamou de
teoria do apego (Bowlby, 1969): apego seguro, inseguro-esquivo e
inseguro-ambivalente-resistente.
O Teste da Situação Estranha de Mary Ainsworth (1978) é um dos
procedimentos de pesquisa mais usados para estudar o apego.

Assim, a obra de Freud gerou várias abordagens, algumas intimamente


relacionadas às suas idéias originais, outras marcantemente diferentes.
Carl Jung e o Inconsciente Coletivo
Carl Jung nasceu na Suíça em 1875, estudou medicina e, em 1900, fez
um internato em psiquiatria em um importante instituto de Zurique.
À medida que o tempo foi passando, Freud veio a considerar Jung como
seu protegido e sucessor.
Apesar de sua boa relação pessoal, os dois diferiam sobre questões
teóricas – Jung discordava da ênfase de Freud na sexualidade, e Freud
questionava o interesse de Jung na espiritualidade.
O resultado disso foi o rompimento dos dois em 1912, e Jung continuou a
desenvolver sua própria teoria.
A abordagem de Jung diferia da de Freud em duas áreas: a estrutura da
personalidade (particularmente o inconsciente) e o processo do
desenvolvimento.
No plano consciente, Jung falava sobre o ego, que proporciona a direção
consciente de nossas vidas e sobre o persona, que é o caráter ou papel
que assumimos ao nos apresentarmos ao mundo. Ambos são distintos do
self, que compreende a totalidade da pessoa, tanto consciente quanto
inconsciente.
Carl Jung e o Inconsciente Coletivo
Um elemento importante do inconsciente coletivo é a existência de padrões
organizados chamados arquétipos.
Os arquétipos não contêm conteúdo próprio, mas servem para organizar
nossas experiências, quase como esquemas cognitivos.
Os três arquétipos mais importantes são: (1) a anima: representa as
qualidades complementares da persona de um homem (se a persona é
intelectual, a anima será sentimental);
(2) o animus: é o complemento masculino inconsciente da persona da
mulher. Desta forma, ambos os sexos possuem e si aspectos do sexo
oposto
A primeira projeção da anima no homem ocorre por meio da imagem
materna, cujas funções envolvem a escolha da parceira, sensibilização e
discernimento interior. O animus corresponde ao papel do pai no universo
da mulher: a auxilia a ter mais iniciativa, coragem e determinação em suas
decisões.
A qualidade dos relacionamentos mãe-filho e pai-filha não pode ser
subestimada, pois ela determinará seus relacionamentos afetivos futuros.
Carl Jung e o Inconsciente Coletivo
(3) a sombra: representa os aspectos mais obscuros e primitivos da
natureza humana – a contraparte negativa do ego. Ideias tais como “estar
possuído pelo demônio” são expressões da sombra.
Portanto, a sombra simboliza aquilo que consideramos inferior em nossa
personalidade, e também tudo o que negligenciamos.
Ela representa o que “falta” a cada personalidade consciente, e expressa
tendências e impulsos que podem ser positivos ou negativos, que
negamos em nós mesmos, que não aceitamos como nossos e, muitas
vezes, projetamos em outras pessoas.

E também, ela não se deixa acuar com qualquer tipo de repressão


consciente, e sempre encontra alguma forma de se manifestar.

O lado aparentemente positivo é a sombra ser considerada como a fonte


principal de nossa criatividade, pois é um depósito de energia instintiva,
de vitalidade e espontaneidade.
Carl Jung e o Inconsciente Coletivo
(4) A persona nem sempre representa a nossa identidade real e se
expressa por meio de ocupações, nomes, títulos, os papéis sociais que
nos representam, a expressão corporal e até o tipo de roupa que usamos.

Ela facilita a comunicação com a sociedade e sua aceitação pelo grupo


social a que pertence.

O sentido negativo da persona ocorre quando o papel que a pessoa


desempenha o distancia de sua natureza. Afinal, é difícil ser perfeito em
tudo: como filho, pai, estudante, profissional, amigo, etc.

Quando ocorre uma supervalorização da persona, existe uma


compensação por meio de outros arquétipos como a sombra ou animus
e anima.

Ou seja, Jung distinguiu entre o inconsciente pessoal (freudiano) e o


inconsciente coletivo, que reflete temas e idéias universais, não
individuais que supunha ter uma base biológica e não produto da
experiência.
Fig. 1: O “mapa” da mente concebido por Jung
Carl Jung e o Inconsciente Coletivo
Jung encarava os arquétipos como a base de muitas fantasias, mitos e
símbolos.
A concepção de crescimento e desenvolvimento, a que ele se referia como
o processo de individuação, estava relacionada à sua concepção da
personalidade.
O objetivo do desenvolvimento humano era expandir a consciência
consciente através do ego, estabelecendo contato com os aspectos
inconscientes do self.
A consciência crescente associada com a individuação, concluiu Jung, era
uma afirmação do significado da vida humana: “o único propósito da
existência humana é acender uma luz na escuridão do mero ser” (Jung,
1963).
Suas ideias sobre o inconsciente coletivo suscitam interessantes questões
sobre o uso dos símbolos em áreas como a religião, a mitologia e a arte
das crianças.
Karen Horney e Alfred Adler
Horney e Adler acreditavam que haviam influências maiores na personalidade através de
ocorrencias sociais na infância, e não apenas desejos sexuais reprimidos.
Os dois focaram em como a mente consciente tem um papel na personalidade humana,
e não somente na regressão subconsciente.

Também a idéia freudiana de "inveja do pênis" em particular era objeto de criticismo em


geral por parte de Horney.[13] Na sua opinião, Freud tinha apenas se deparado com a
inveja das mulheres do poder genérico e masculino no mundo. Horney aceitava que a
inveja do pênis poderia ocorrer ocasionalmente em mulheres neuróticas, mas afirmava
que a "inveja do útero" ocorria com a mesma frequência em homens: Horney acreditava
que os homens tinham inveja da habilidade das mulheres de trazer uma criança ao
mundo. O grau em que os homens são levados ao sucesso pode ser meramente um
substituto para o fato de que eles não podem gestar, nutrir e parir.

Horney também acreditava que os homens também tinham inveja das mulheres porque
elas se encaixam na sua posição na sociedade simplesmente "existindo", enquanto os
homens atingem sua masculinidade de acordo com sua habilidade de serem provedores
e bem sucedidos.
Alfred Adler e a Psicologia Individual

Alfred Adler nasceu em Viena em 1870, especializou-se em oftalmologia e,


pouco a pouco, deslocou-se para a neurologia e psiquiatria.

Sentiu-se atraído pelas ideias de Freud, que estava se tornando conhecido


em Viena por sua abordagem da histeria.

Como Jung, Adler foi inicialmente protegido mas rompeu com Freud em
1911 e fundou sua própria organização, chamada Associação de
Psicologia Individual.
Alfred Adler e a Psicologia Individual
As visões de Adler foram moldadas por seu interesse em disfunções
orgânicas e pelas implicações da teoria darwiniana. Essas influências
conduziram à noção de inferioridade, e a tentativas subsequentes de
compensação.
Assim, ele desenvolveu a noção de que todas as crianças experimentam
uma sensação de inferioridade devido ao seu tamanho e à sua
dependência dos outros.
A inferioridade pode, por sua vez, conduzir a tentar superar a debilidade
percebida (compensação), processo denominado de luta pela
superioridade.

Adler encarava a motivação em termos do desejo de autodomínio e de


uma luta pelo poder, processo que dura a vida toda e é guiado por valores
conscientes, e não pelas forças do inconsciente.

Alguns indivíduos são tão oprimidos pelos sentimentos iniciais de


desamparo que desenvolvem um sentimento de inferioridade que perdura
a vida toda, chamado de complexo de inferioridade.
Alfred Adler e a Psicologia Individual
Em sua psicologia individual, cada pessoa tem um estilo de vida próprio,
uma maneira de se adaptar e de interagir, que é uma expressão da
história de vida e dos objetivos da pessoa.

Para um indivíduo saudável, não desfigurado por complexos de


inferioridade ou de superioridade, os objetivos incluirão amor, amizades e
um compromisso com a sociedade.

Sua ênfase nas interações sociais e na autoestima influenciou tanto outros


teóricos psicodinâmicos como Karen Horney e Erich Fromm, quanto a
abordagem humanista de teóricos como Carl Rogers.

Ao se tentar avaliar Adler, não fica claro se sua teoria deve ser
considerada uma revisão da teoria psicanalítica ou uma alternativa a ela.

Salvatore Maddi (1974) declarou que os conceitos de Freud podem ser


aplicados para se entender a vida de Freud; o mesmo pode ser dito de
Adler e sua teoria.
Karen Horney
Karen Horney (1885-1952) começou como psicanalista em Berlim.

Desde o início, foi crítica do que considerava como as ideias centradas no


homem na teoria de Freud – particularmente o conceito de inveja do pênis
(que chamou de inveja do privilégio).
Horney considerava a noção de Freud de que as mulheres se sentem
inferiores, tanto tendenciosa quanto errada.
Para Horney, o desenvolvimento da personalidade envolvia a fundamental
necessidade de segurança. Essa necessidade surge com o nascimento,
como parte da ansiedade básica experimentada por uma criança recém-
nascida.
Ela declarou que há três padrões principais no processo de lidar com outras
pessoas: (1) sociabilidade: mover-se na direção de outras pessoas; (2)
isolamento: distanciar-se dos outros: e (3) desconfiança, agressão:
mover-se contra os outros.
Sua distinção entre o self real (quem somos realmente) e o self ideal (uma
imagem do que deveríamos ser) também influenciou a obra de Carl Rogers.
Outros Teóricos Psicodinâmicos: Erikson
Erik Erikson (1902-1994) estudou inicialmente sob a orientação de Anna
Freud em Viena.
Mais tarde, ele elaborou sua própria teoria do desenvolvimento, que diferia
significativamente daquela de Freud, tanto na natureza dos estágios
quanto nas pulsões subjacentes a eles.

Em primeiro lugar, definiu os estágios em termos psicossociais, e não


termos de sexualidade e agressão.

Para Erikson, as pulsões básicas são sociais, embora tenham uma base
biológica. A teoria dele tem oito estágios, quatro dos quais se concentram
nos anos posteriores á puberdade.

Em sua visão, a personalidade continua a mudar na idade adulta, como


quando lidamos com questões como a busca de intimidade, as mudanças
da meia-idade e decorrentes da aposentadoria e envelhecimento. O
Quadro a seguir ilustra e compara as contribuições de Freud e Erikson.
Estágios de Freud e Erikson
Outros Teóricos Psicodinâmicos: Erikson
Talvez o estágio mais conhecido da teoria de Erikson seja aquele
relacionado ao período da adolescência.

Durante esse estágio, o indivíduo procura criar um senso claro de “quem


sou eu”, ou de identidade; falhar nisso pode criar uma confusão de papel.

Devido à angústia, à insegurança e ás dificuldades que podem ocorrer nos


relacionamentos com os outros, a confusão de papel pode desencadear
uma crise de identidade.
Neste tema, parece que a visão de Erikson – de que as dificuldades são
possíveis, não inevitáveis – é mais precisa do que a visão de Anna Freud
de que a turbulência é normal.
Embora as evidências possam favorecer a teoria de Erikson neste ponto
específico, tem havido também controvérsias sobre a questão mais ampla
de até que ponto é universal a sequência e a duração dos estágios.
Por exemplo, um estudo de homens e mulheres sul-africanos encontrou
indicações de que a identidade nem sempre precede a intimidade.
A importância das Teorias de Personalidade

A abordagem psicodinâmica tenta entender o comportamento analisando


como a personalidade é moldada pela experiência passada e pelo
funcionamento da mente.

A teoria de Freud, que é marcada por muitas modificações no curso de sua


carreira, destaca os desafios colocados ao se tentar inferir o não-observável
(a dinâmica da mente) daquilo que pode ser visto.

Finalmente, o objetivo de todas as teorias psicológicas, psicodinâmicas ou


outras, é se responsabilizar pelo comportamento real; nesse sentido, é
inevitável que deva haver acordo com relação a muitos aspectos.

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