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PSICOLOGIA –

FUNDAMENTOS E HISTORICIDADE
Unidade 3
Aula 12 - A história da Psicologia Científica.

Professora: Amanda Karoline de Oliveira Ribeiro


Psicofísica
• Continuando: ...
• Avanço nas áreas de Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia;

Ernst Heinrich Weber Wilhelm Wundt (1832-1926) - cria


(professor de anatomia e o primeiro laboratório para realizar
fisiologia) - Realiza os experimentos na área de
primeiros experimentos Psicofisiologia.
psicofísicos, - Nascimento da Psicologia
principalmente sobre a científica.
sensação tátil;
Universidade de Leipzig

Gustav Theodor Fechner (médico nomeado


como professor de Física) – é creditado a ele
o começo da Psicofísica;
• Wundt:
• O sujeito é processo volitivo, afetivo e cognitivo; não é nem espírito
nem matéria, é fluxo, processo.
• Paralelismo psicofísico - fenômenos mentais correspondem aos
fenômenos orgânicos. Por exemplo, uma estimulação física, como
uma picada de agulha na pele de um indivíduo, teria uma
correspondência na mente deste indivíduo.
• Introspeccionismo – Método criado para explorar a mente ou
consciência do indivíduo.
• Nesse método, o experimentador pergunta ao sujeito, especialmente
treinado para a auto-observação, os caminhos percorridos no seu
interior por uma estimulação sensorial.
• Se interpreta a experiência psíquica a partir da própria experiência psíquica, não
recorrendo a substratos diferentes desses processos, tais como uma mente-substância ou
processos e atributos da matéria, para explicá-los.
• Interpretar a experiência psíquica a partir da própria experiência pressuposições
de processos hipotéticos que estariam ocorrendo em um substrato metafísico.
• Obter o status de ciência = se libertar da Filosofia
(metafísica)
• Ele procura afastar a psicologia moderna do
dualismo mente-corpo cartesiano e das metafísicas
materialista e espiritualista.
• Nesse novo padrão é preciso definir seu objeto de
estudo (o comportamento, a vida psíquica, a
consciência). Para isso vai:
• delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de
outras áreas de conhecimento, como a Filosofia e a
Fisiologia;
• formular métodos de estudo desse objeto;
• formular teorias enquanto um corpo consistente de
conhecimentos na área.
• Funcionalismo, de William James (1842-1910):
• É considerado como a primeira sistematização genuinamente
americana de conhecimentos em Psicologia;
• Pragmatismo – Assim como todas as ciências naturais, o objetivo
da psicologia consiste na previsão e controle práticos. Isso
significa dizer que a psicologia deve ajudar homens práticos a
solucionar seus problemas, fornecendo-lhes regras para a ação,
ensinando-lhes como agir.
• Para responder a isto, W. James elege a consciência como o centro
de suas preocupações e busca a compreensão de seu
funcionamento, na medida em que o homem a usa para adaptar-
se ao meio.
• A consciência não é somente teórica, não está destinada somente a
conhecer os objetos do mundo e a si própria. Ela é prática
também;
• Os processos mentais, como pensar, sentir, lembrar, são
atividades, são ações, são instrumentos com a finalidade de
garantir a sobrevivência (o germe da ideia behaviorista de que os
processos mentais são processos comportamentais).
• Desacordo entre Wundt e James:
• O princípio dos resultantes criativos (Wundt): não seria possível predizer,
tomando-se por base o conhecimento dos processos psíquicos componentes, as
qualidades dos processos psíquicos resultantes. [...] Mas a operação inversa é
factível: “é possível, começando com resultantes, alcançar, sob condições
favoráveis, uma dedução exata em direção aos componentes” (p. 167).
• A causalidade psíquica - ciências da cultura (não conduz à previsão);
• A causalidade física - ciências da natureza (conduz à previsão).
• A psicologia empírica de Wundt: psicologia fisiológica (ciências da natureza);
mas o princípio dos resultantes criativos a aproxima das ciências da cultura.
• Devido à causalidade psíquica e ao princípio dos resultantes criativos, a
psicologia de Wundt não é ciência natural: é uma ciência intermediária.
• Para James: a psicologia deve se tornar uma ciência natural visando predição e
controle práticos.
• O (mal) legado de Wundt:

• A Segunda Escola de Leipzig defendeu um retorno às


comunidades (Gemeinschaften), como a família, os grupos
de jovens, o povo, bem como uma psicologia da totalidade
que pregava a eliminação de qualquer coisa que fosse
estranha ao que era caracterizado como totalidade.

• Junto aos estudos caracterológicos e a análise de expressões


faciais e corporais, que se desenvolveram na primeira
metade do século xx na Alemanha, contribuíram para a
legitimação da ideologia nazista (onde o judeu, por
exemplo, foi considerado como uma coisa estranha ao
todo) e para a seleção de oficiais para o exército alemão na
segunda guerra mundial.
• Estruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927)
• Discípulo de Wundt e da teoria de Ernst Mach, que afirma que o
eu resume-se a combinação de sensações. Não existe uma agência
central que tem sensações. O que existe são sensações e o
indivíduo é feixe de sensações.
• O que existe é o indivíduo corpóreo, e não o indivíduo psíquico, o
que existe é a causalidade física, e não a causalidade psíquica. A
psicologia é reduzível à física, a ciência é unitária, e não dual.

• Fenômeno: a consciência.
• Mas, diferentemente de W. James, Titchner irá estudá-la em seus aspectos estruturais,
isto é, os estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso
central.
• O método de observação de Titchner: introspeccionismo.
• E os conhecimentos psicológicos produzidos são eminentemente experimentais, isto é,
produzidos a partir do laboratório.
• Foi sendo desvalorizado, assim como aquele conhecimento da Primeira escola de
Leipzig,
• Associacionismo, de Edward L. Thorndike (1874-1949)
• Discípulo de William James
• Formulou uma primeira teoria de aprendizagem na Psicologia;
• Sua produção de conhecimentos pautava-se por uma visão de
utilidade deste conhecimento, muito mais do que por questões
filosóficas que perpassam a Psicologia.
• O termo associacionismo: origina-se da concepção de que a
aprendizagem se dá por um processo de associação das ideias — das
mais simples às mais complexas.
• Assim, para aprender um conteúdo complexo, a pessoa precisaria primeiro aprender as
ideias mais simples, que estariam associadas àquele conteúdo.
• A Lei do Efeito: de acordo com essa lei, todo comportamento de um organismo vivo (um
homem, um pombo, um rato etc.) tende a se repetir, se nós recompensarmos (efeito) o
organismo assim que este emitir o comportamento. Por outro lado, o comportamento
tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após sua ocorrência.
• E por essa lei, o organismo irá associar essas situações com outras semelhantes.
• História da psicologia científica vs história da psicologia metafísica;
• Psicologia como ciência e a pré-história da psicologia;
• Da perspectiva da epistemologia unitária: a psicologia não se constitui como
ciência, e sua história como ciência só começará se ela adquirir unidade.
• Da perspectiva da epistemologia pluralizada: a história da psicologia é história
da cultura, o que significa dizer que é história das tradições de pensamento
psicológico e filosófico e, também, história das ideias.
• Wundt e James apresentam concepções diferentes de ciência psicológica, e, na
sequência, o que o século xx testemunhou foi uma multiplicação de acepções de
psicologia científica.
• O projeto de Wundt foi derrotado, não só na esfera dos
interesses intelectuais ligados à prática e da ideologia do
controle social, mas também no campo da metafísica
elementarista, da epistemologia unitária e das condições da
instituição acadêmica alemã.
• O projeto de James saiu duplamente vitorioso. Serviu para
estabeleceu as bases da psicologia norte-americana e
contribuiu para que a psicologia como ciência vingasse
como sendo essencialmente um projeto norte-americano.
• A Psicologia científica tem um rápido crescimento,
resultado do grande avanço econômico que colocou os
Estados Unidos na vanguarda do sistema capitalista;
• É ali que surgem algumas das primeiras abordagens ou
escolas em Psicologia, as quais deram origem às inúmeras
teorias que existem atualmente.
Referencias: BOCK, A. M. B.; FURTADO, O; TEIXEIRA, M. DE L. T. Psicologias: uma introdução
ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva Didático, 2009. Capitulo 2.
Abib, José Antônio Damásio. Epistemologia pluralizada e história da psicologia. Scientiae
Studia [online]. 2009, v. 7, n. 2

Grata pela atenção!!

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