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James argumentava que as emoções não são apenas uma reação passiva,
mas também uma experiência ativa que envolve mudanças fisiológicas.
James (1890/1952, p. 744 apud Ades & Hegenberg 2010,p. 10) afirma que
“Se pudéssemos eliminar todos os sintomas corporais de uma emoção forte
descobriríamos que nada resta na consciência a não ser “um estado frio e neutro de
percepção intelectual.”
Assim, era possível controlar as emoções, segundo James, através do
controle dos seus aspectos expressivos, logo, para se sentir alegre era necessário
encostar a cadeira de modo alegre, olhar ao seu redor de modo alegre, agir com
alegria como se está já estivesse presente (Ades & Hegenberg 2010,p. 10).
Porém, para Damásio (2012, p. 128) “James pouco ou nada tem a dizer
sobre as possíveis funções da emoção na cognição e no comportamento”.
William James, marcou os estudos das emoções no que diz respeito às
respostas fisiológicas, às experiências corporais, mas recebeu muitas críticas, em
especial do fisiologista americano Cannon (1871-1945) (1927 apud Ades &
Hegenberg 2010,p. 10) que postula que “baseada em várias evidências empíricas:
pessoas que, por acidente, tiveram lesões na medula e que perderam a capacidade
de receber informações a respeito do estado interno de seu corpo, continuam
relatando emoções”.
Segundo Cannon (1927 apud Ades & Hegenberg 2010,p. 10):
A neuropsicologia e as emoções
Conclusões
As contribuições de William James para o estudo das emoções foram
significativas e influentes. Sua teoria enfatizava a interconexão entre a experiência
subjetiva, a expressão facial e as respostas fisiológicas, fornecendo uma visão
abrangente e integrada das emoções. Seu trabalho nos lembra da complexidade e
importância das emoções em nossas vidas, e nos convida a explorar ainda mais
esse fascinante campo da psicologia.
A obra "O Erro de Descartes" desafia a visão tradicional da mente humana e
oferece uma nova perspectiva sobre o papel das emoções na cognição e na tomada
de decisão. Damásio argumenta convincentemente que as emoções são uma parte
intrínseca e essencial do nosso pensamento, e que ignorá-las seria um erro na
compreensão da natureza humana.
Percebeu-se o papel fundamental de Papez no desenvolvimento de estudos
do cérebro e de Wallon que demarca uma grande área de estudo no campo de
desenvolvimento, falando da importância da emoção nas interações. E o papel da
neuropsicologia, em meio ao caminho já trilhado pelos importantes autores que
neste trabalho foram citados, é investigar como o cérebro processa pistas
emocionais, em expressões faciais e linguagem corporal, e como isso influencia nas
interações sociais.
Danos cerebrais produzem mudanças significativas no comportamento
humano e a Neuropsicologia é uma disciplina científica que estuda as relações entre
o cérebro, o comportamento e os processos mentais (SBNP, 2023).
Compreender as emoções ajuda a identificar e tratar distúrbios emocionais e
psicológicos. Transtornos como a depressão, ansiedade e transtorno de estresse
pós-traumático estão intrinsecamente ligados às emoções e seus circuitos neurais.
Ao estudar como o cérebro processa e regula as emoções, os neuropsicólogos
podem desenvolver intervenções mais eficazes para o tratamento desses problemas
de saúde mental.
Como área de pesquisa, continua em evolução e permite o detalhamento de
informações para a compreensão da mente humana. O estudo das emoções é
essencial para a neuropsicologia, pois permite desvendar os mistérios do
funcionamento do cérebro, aprimora o tratamento de distúrbios emocionais,
melhorar interações sociais e compreende como as emoções moldam decisões.
Ainda que não seja o objetivo deste estudo, é saliente ponderar que o
trabalho do psicólogo exige compreensão da estruturação do cérebro, do seu
funcionamento e como lesões repentinas ou traumáticas podem afetar a vida das
pessoas em muitos aspectos, e as emoções são fundamentais no comportamento
humano. É de extrema importância que a neurociência realize estudos para que se
desenvolva instrumentos e estratégias de manejo de doenças, pensando na
prevenção e promoção de saúde.
Referências
TOMAZ, Carlos; GIUGLIANO, Lilian G.. A razão das emoções: um ensaio sobre "O
erro de Descartes". Estud. psicol., Natal, v. 2, n. 2, p. 407-411, dez. 1997.
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
294X1997000200013&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 set. 2023.