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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade De Letras e ciências sociais

Discentes:
Custódio Cossa
Guilherme Nhalucue
Hélia Chaguala
Helena Matável
Luana Arlindo
Rosália Banze

Disciplina: Psicologia Geral

Tema: Emoção

Docente: dra. Carla Zavale

Maputo, dezembro de 2021


Índice
Introdução..................................................................................................................................3
Objectivo Geral..........................................................................................................................3
Objectivo especifico...................................................................................................................3
2. Definição do conceito............................................................................................................4
3. Natureza das emoções............................................................................................................4
4.Teoria das emoções.................................................................................................................5
5. Classificação de emoções.......................................................................................................7
6. Importância das Emoções......................................................................................................8
7. Consequências das Emoções..................................................................................................9
8. Emoções e sentimentos........................................................................................................11
Conclusão.................................................................................................................................12
Referências bibliográficas........................................................................................................13
1. Introdução
No presente trabalho falar – se – à da emoção, onde e forma analítica e precisa perceberemos
a sua natureza e de que forma actua no interior especialmente de um ser humano.

1.1. Objectivo Geral


 Compreender de que forma as emoções atuam no interior de um ser humano

1.2. Objectivo especifico


 Conceituar a emoção
 Explicar a natureza das emoções
 Identificar as componentes das emoções
 Distinguir as emoções
 Explicar a importância das emoções
 Identificar as consequências das emoções

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2. Definição do conceito

Segundo Pinto (2001) defende que a emoção é uma experiência subjectiva que envolve a
pessoa toda, a mente e o corpo. É uma reacҫão complexa desencadeada por um estímulo ou
pensamento e envolve reacҫões orgânicas e sensações pessoais. É uma resposta que envolve
diferentes componentes, nomeadamente uma reacҫão observável, uma excitação fisiológica,
uma interpretação cognitiva e uma experiência subjectiva.

Para Davidooff (2001), as emoções são estados internos caracterizados por cognições,
sensações, reações fisiológicas e comportamentos expressivos específicos.

Segundo Strongman (2004), Platão definiu emoções como facetas da existência muito mais
interessantes, considerando-as produto de uma combinação da vida cognitiva superior e da
sensual inferior. Também considerou que a emoção estava ligada ao prazer e a dor, e referiu
diversas emoções específicas como a raiva e o medo.

De acordo com Simionato (2006), definiu emoções como respostas químicas e elétricas que
viajam por nosso organismo. 
 

3. Natureza das emoções

Segundo Davidoff (2001) as emoções são feitas de componentes subjetivos, comportamentais


e fisiológicos:

Componentes subjetivos  são dimensões como escalas classificatórias aplicáveis a todos


sentimentos. Uma delas vai de agradável a desagradável, a alegria é agradável ao passo que a
raiva, o medo, e o desagrado não o são. A segunda escala vai de atenção a experiência em
uma ponta até a sua rejeição na outra ponta, as pessoas prestam atenção naquilo que as
surpreende ou as amedronta, e elas tendem a rejeitar aquilo que as desagrada ou entristece. A
terceira dimensão vai do intenso em uma ponta até o neutro na outra ponta, estas três
dimensões foram descobertas em uma serie clássica de estudos por Harold
Schlosberg em  1954.

Componentes comportamentais  durante as repostas emocionais, o comportamento incluí


expressões faciais, gestos e ações.

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Expressões faciais as expressões faciais foram estudadas mais que qualquer outro
componente comportamental.

Gestos e ações  em crianças pequenas, as emoções costumam ser acompanhadas de


comportamento previsível. (Davidoof, 2001)

Componentes fisiológicos  a 50 anos atrás, o fisiologista Walter Cannon (1932) sugeriu que o


componente físico de uma emoção intensa que supre os animais de energia, a qual ajuda a
lidar com as emergências que originaram a emoção. Por tanto as emoções foram chamadas
de resposta de luta ou fuga. As mesmas alterações fisiológicas que proporcionaram mais
energia também intensificam as experiências emocionais. Reações físicas tais como, tremer,
corar empalidecer suar respirar rapidamente e sentir tontura emprestam as emoções uma
qualidade de urgência e poder.

4.Teoria das emoções


Teoria de JamesLange  Wiliam James foi um dos primeiros teóricos a recomendar
firmemente que os psicólogos explorassem as funções da consciência. A teoria da emoção
que James (1884) desenvolveu a mais de 100 anos permanece influente até hoje. Ele e Carl
Lange (1885) propuseram, independentemente, mais ou menos na mesma época, que a
experiência consciente da emoção resulta da perceção que se tem da estimulação
autónoma.  Sua teoria inverteu o senso comum. Em outras palavras, enquanto o individuo
supõe que sua pulsação aumentou porque está com medo, James e Lange argumentam que o
individuo sente medo porque a sua pulsação aumentou.

A teoria de JamesLange realça os determinantes fisiológicos da emoção. De acordo com esta


visão padrões diferentes de ativação autónoma conduzem a experiência de emoções
distintas. Por tanto, as pessoas distinguem emoções como medo, alegria e raiva baseando se
na configuração exata das reações físicas que vivenciam.

Teoria de CannonBard  Walter Cannon (1927) considerava a teoria da JamesLange não


convincente. Cannon, que desenvolveu os conceitos de homeostase e de reação de luta ou
fuga, salientou que pode ocorrer excitação fisiológica sem que haja experiência de emoção.
Também argumentou que as modificações viscerais são demasiado lentas para que precedam
a experiência consciente da emoção. Finalmente, argumentou que pessoas que exprime
emoções muito distintas como medo, alegria e raiva, exibem padrões quase idênticos de

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estimulação autónoma. Cannon adoptou então, uma explicação diferente de emoção, que
Philip Bard (1934) depois aperfeiçoou.

A teoria resultante de Cannon Bard argumenta que a emoção ocorre quando o tálamo envia
sinais simultaneamente ao córtex (criando a experiência consciente de emoção) e ao sistema
nervoso autónomo (criando a estimulação visceral). Ambos estavam um pouco enganados ao
definirem o tálamo como um centro neural de emoções. Portanto, são centros de emoções o
sistema límbico, o hipotálamo e outras estruturas neurais, no entanto, há muitos teóricos que
concordam com a noção de Cannon Bard de que as emoções têm origem em áreas
subcorticais.

Teoria dos dois factores de Schachter  Stanley Schachter acredita que as pessoas examinam
as pistas situacionais para fazer a diferenciação entre uma e outra emoção. Segundo
Schachter (1964; Schachter e Singer, 1962,1979) a experiência da emoção depende de dois
factores: estimulação autónoma e interpretação cognitiva da referida estimulação. Schachter
propõe que quando aparece a sensação de estimulação visceral procura se a explicação no
ambiente.

Schachter concorda com a visão JamesLange de que se infere a emoção a partir da


estimulação. Mas também esta de acordo com a posição de Cannon Brand de que diferentes
emoções produzem padrões de estimulação indiferenciaveis. Concilia estas duas visões a
partir do argumento de que, em vez de pistas internas as pessoas procuram pistas externas
para distinguir e denominar suas emoções. Sugere basicamente que as pessoas pensem da
seguinte forma: se estou sentindo alguma coisa, e você é detestável, acho que estou bravo

As teorias evolucionistas da emoção  nos últimos anos, alguns teóricos interessados em


emoção retornaram as ideias abraçadas por Charles Darwin (1872), mais um seculo atrás,
acreditava que as emoções se desenvolviam por causa do seu valor adaptativo. Darwin via as
emoções humanas como sendo um produto da evolucão.

Estas teorias evolucionistas consideram emoções como sendo reações inatas, em sua grande
maioria, a determinados estímulos, como tal, as emoções deveriam ser imediatamente
identificáveis sob a maioria das condições sem muito raciocínio, afinal os animais primitivos,
que são capazes de raciocínios complexos, parecem ter poucas dificuldades em reconhecer
suas emoções. Teóricos evolucionistas acreditam que as emoções se desenvolveram antes do
pensamento, afirmam ainda que, o pensamento desempenha um papel relativamente pequeno

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na emoção, embora admitam que o aprendizado e o conhecimento possam ter alguma
influência sobre as emoções humanas.

As teorias evolucionistas supõe que as emoções se originam nas estruturas subcorticais do


cérebro (tais como o hipotálamo e a maior parte do sistema límbico) que evoluíram antes das
áreas cerebrais superiores (no córtex) associadas com raciocínio complexo.

5. Classificação de emoções
Emoções primarias   

Segundo Morris & Maisto (2004) as emoções primárias são aquelas compartilhadas pelas
pessoas do mundo inteiro, independentemente da cultura. Isso incluem no mínimo, o medo a
raiva e o prazer, mas pode também incluir a tristeza, a repulsa e outras a maioria dos
pesquisadores usa quatro critérios para identificar as emoções primárias (Plutchik 1994). A
emoção tem de: ser evidente em todas as culturas, contribuir para sobrevivência, estar
associada a uma expressão facial distinta e ser evidente em primatas não humanas 

Emoções secundárias

de acordo com Morris & Maisto (2004) as emoções secundarias são aquelas encontradas em
uma ou mais culturas, mas não em todas. Pode˗se classificá-la amalgamações subtis das
emoções. Existem muito mais emoções secundarias que primárias, mas também não há
consenso sobre as quais ou quantas são. 

Emoções mistas 
  regularmente, as pessoas sabem que as emoções são mistas. Elas amam e odeiam a mesma
pessoa. Elas receiam e anseiam pela mesma, ambivalência pode ser a regra (Folkman e
Lazarus, 1985).

As emoções não só são mistas, mas como também estão ligados a motivos (Buechler e Izard,
1983, Tomkins 1979). A ligação motivo emoção não é uma via de mão única da mesma
forma que os motivos invocam emoções, as emoções geram motivos. Se as emoções se
mesclam com os motivos e outras emoções, entram as expressões no rosto das pessoas
também deveriam ser mescladas. Geralmente os indivíduos precisam de outros sinais além de
rosto para descobrir o que os outros estão sentindo.

 Emoções volúveis 

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  as emoções humanas estão em constante mudança, afectos ou humores brandos
parecem predominar (Izard e Malatesta, 1984) o psicólogo Richard Solomon (1977,
1980) acredita que o cérebro humano mantém o equilíbrio por meio de neutralização
da intensidade das emoções fortes (positivas e negativas). A teoria do processo
oponente de Solomon apresenta uma serie de fases:

 Primeiramente, as experiências despertam emoções relativamente fortes

 As emoções evocadas pelas experiências despertam automaticamente pós reações, as


quais contrastam com as emoções.

 Gradativamente, após reação opõe se ou suprime a força do afecto que a


despertou. Os dois processos oponentes da nome ao modelo

 Depois que uma experiência termina, a emoção que havia sido directamente
despertada desaparece rapidamente, a passo que a pós reação persiste.

 Na recorrência das experiências similares, a emoção evocada pela experiência


enfraquece, ao passo que a pós reação intensifica se.

6. Importância das Emoções


Damásio (2000) acredita que as emoções são importantes em dois processos biológicos
fundamentais, que são:

 Reacção especifica para determinada situação;


 Homeostase.

O primeiro processo citado, percebe-se quando através das emoções manifestadas, surge a
indicação de como o organismo deve agir face a uma situação de perigo por exemplo, e
segundo esta tese proposta por Damásio na ausência desta leitura ou indicação por parte das
emoções, o organismo dificilmente saberia como agir perante este tipo de situações.

Segundo o autor acima citado a homeostase atua na regulaҫão do estado interno do


organismo, usando uma reacҫão específica, de acordo com esta tese as emoções atuam
fornecendo o equilíbrio ao organismo, em suma, para Damásio as emoções são importantes
na sobrevivência e adaptação do indivíduo ao meio.

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Para Newen (2009) as emoções cumprem funções de grande importância, de onde destacam-
se quatro (4) principais:

 Preparam o indivíduo para acções;

 Motivam os indivíduos para estas mesmas acções;

 Possibilitam a avaliação de estímulos externos de forma extremamente rápida;

 Ajuda no controle das relações pessoais.

O que se pode perceber nesta representação de Newen (2009) são a causa de preparação e
motivação das pessoas, de tal maneira que estas catalisam o indivíduo na execução de acções,
o que remete a crer que na sua ausência, os indivíduos não estariam motivados no quotidiano,
e isto influenciaria no insucesso a nível geral ou global, no entender do autor.

O terceiro ponto citado, explica que as emoções possibilitam a avaliação de estímulos


ambientais, de forma extremamente rápida, o que indica que o modo como alguém se sente,
influencia directamente na sua leitura do meio, ou seja, na sua interação com o meio em que
se encontra.

O último, explica um ponto ainda mais observável, de tal forma que as emoções manifestadas
pelo indivíduo participam na sua relação com os outros, o que dá origem aos diversos grupos
sociais que se distinguem mundo afora, sendo que o ser humano é um ser de natureza social,
e o modo como um indivíduo manifesta as suas emoções o incluem ou não, num determinado
meio social.

7. Consequências das Emoções


As emoções afetam o comportamento, e o modo como uma pessoa se sente, afeta o que ela
faz. Portanto, as emoções têm impacto directo no modo com que alguém se comporta. (Staats
1996)

Segundo Lang & Groos (1978; 2008;) cada emoção inclui uma tendência a determinada
acção. Podem-se usar as seguintes comparaҫões como exemplo: fugir de uma situação esta
relacionado ao medo, o recolhimento ou isolamento revela tristeza. Sendo assim estas
tendências são adaptativas.

Para os autores acima citados as emoções negativas restringem o leque de disposições e


ideias favorecendo especificamente acções que se enquadram no contexto da emoção, fugir,

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atacar ou recolher-se. Num dado momento segundo eles, estas restrições podem ser benéficas
ao indivíduo, mas podem tornar-se características comportamentais frequentes no indivíduo e
é aí que mora o perigo.

As emoções negativas, possuem um efeito tóxico no indivíduo, sendo que a sua manifestação
envolve processos hormonais, cardiovasculares, ou outras formas de manifestações
fisiológicas, subjectivas ou comportamentais que estão ligadas a emoção em causa. Quando
estas emoções se tornam intensas e frequentes na vida de alguém, podem implicar sérios
perigos a saúde, como:

 Depressão perante tristeza intensa e frequente;


 Quadros de dor crónica;
 Doenças cardíacas, como alta ou baixa tensão;
 Stress, quando estados emocionais negativos como raiva, ou tristeza manifestam-
se frequentemente, e outras patologias ligadas ao estado emocional debilitado.

Acima foram citadas algumas das consequências das emoções negativas, mas existem
também aquelas que podem ser consideradas positivas, apresentou-se alguns dos seus efeitos
face a exposição intensa e frequente aos mesmos, e estes efeitos são:

 O amor amplia a capacidade de curtir e interagir;

 A alegria inclui tendência a participar de actividades físicas, sociais ou intelectuais;

 O contentamento inclui uma tendência a integrar vivências, ou seja, boas recordações.

Através destas pesquisas e observações, que vêm sendo bastante efectuadas recentemente,
observou-se que as emoções negativas têm efeitos, consequências ou tendências específicas,
ou seja, determinada emoção negativa possui seu efeito específico, todavia, as emoções
positivas apresentam um comportamento distinto, sendo que apresentam efeitos amplos e
difusos, de acordo com as características da pessoa que as manifesta.

8. Emoções e sentimentos
Às vezes, há uma confusão conceitual entre sentimentos e emoções, pois são dois processos
que se relacionam, no entanto são diferentes entre si, e são usados de certa forma como se
fosse o mesmo conceito.

De acordo com Damásio (2000), o que distingue essencialmente sentimento de emoção é:


enquanto a primeiro é orientado para o interior, o segundo é eminentemente exterior; ou seja,

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o indivíduo experimenta a emoção, da qual surge um “efeito” interno, o sentimento. Os
sentimentos são gerados por emoções e sentir emoções significa ter sentimentos. Na relação
emoção / sentimento, Damásio diz ainda que apesar de alguns sentimentos estarem
relacionados com as emoções, existem muitas que não estão, ou seja, todas as emoções
originam sentimentos, se estivermos atentos, mas nem todos os sentimentos provêm de
emoções.

Normalmente as emoções dificilmente conseguem ser escondidas, pois costumam ser visíveis
no corpo de uma pessoa quando ela esta sentindo, por exemplo raiva, medo, tristeza ou
alegria. Além disso são sensações que tem uma duração mais curta. Mas quando se trata de
sentimentos, eles acontecem na mente, então podem passar despercebidos por outras pessoas
e durar muito mais tempo como por exemplo é o caso de amor.

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Conclusão
 

No presente trabalho concluímos que as emoções são reacҫões complexas desencadeadas por
um estímulo ou pensamento e envolve reacҫões orgânicas e sensações pessoais. São também
caracterizados por cognições, sensações. No que concerne a natureza das emoções, elas são
naturalmente de diferentes componentes onde destacam se componentes subjetivos,
fisiológicos e comportamentais. Elas entrelaçam-se e interagem entre si formando assim os
componentes entrelaçados e interativos.

Também, a que frisar que as emoções são importantes porque ajudam os organismos a
enfrentar a questão de sobrevivência postas pelo ambiente, alertam-nos para o perigo, etc.
Apesar de terem consequências negativas, as emoções possuem também aquelas que podem
ser consideradas positivas, fez-se questão de se apresentar alguns dos seus efeitos face a
exposição intensa e frequente aos mesmos. Apesar de estabelecer uma forte relação com o
sentimento, as emoções são consideradas diferentes dos sentimentos.

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Referências bibliográficas

 DAVIDOOF, L. L. (2001). Introdução à Psicologia. 3ª Edição. São Paulo: Pearson.

 DAMASIO A.R.. (2010) o cérebro criou o homem. Editora: cia das letras. São Paulo.

 MORRIS, C. G. &Maisto, A. A. (2004). Introdução à Psicologia. 6ª Edição. São


Paulo: Prentice Hall.

 PIEDADE Pinto. Inteligência Emocional

 SIMIONATO, M (2006) competências emocionais: o diferencial competitivo no


trabalho, 6ª Edição. Rio de janeiro: qualitymark.

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