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Emoção

Cap 12 Myers
Conceito de emoção
• Mais do que qualquer outra criatura,
expressamos medo, raiva, tristeza, alegria e
amor, e esses estados psicológicos em geral
geram reações físicas.
• As emoções são respostas adaptativas de
nosso corpo. Elas existem não para nos
proporcionar experiências importantes, mas
para permitir a nossa sobrevivência.
Teorias da emoção
• COMO MINHA ANGUSTIANTE BUSCA POR PETER
ilustra, as emoções são uma mistura de (1 )
ativação fisiológica (batimentos cardíacos
acelerados), ( 2 ) comportamentos expressivos
(apressar o passo) e (3 ) pensamentos (será um
sequestro?) e sentimentos (uma sensação de
medo e depois de alegria) conscientemente
experienciados. O quebra-cabeça que os
psicólogos vêm tentando montar é entender como
essas três peças se encaixam.
Interação entre fisiologia, expressões e
experiência das emoções
• A resposta fisiológica precede ou sucede a experiência
emocional? (Primeiro eu percebo meu coração acelerar
e meu passo mais rápido e, só depois, sinto ansiedade
assustadora por perder Peter? Ou a sensação do medo
vem primeiro, o que leva meu coração e minhas pernas
a responder?)
• A segunda controvérsia está relacionada à interface
entre pensamento e sentimento: será que a cognição
sempre precede a emoção? (Eu pensei sobre a ameaça
de sequestro antes de reagir emocionalmente?)
Senso comum
• Choramos por estar tristes, xingamos por
estar zangados, trememos por estar com
medo. Primeiro vem a consciência de nos
mesmos, e então observamos as respostas
fisiológicas.
Teoria de James-Lange
• De acordo com James, “Nós nos sentimos
tristes porque choramos, zangados porque
brigamos e assustados porque trememos”
• A ideia de James, também proposta pelo
fisiologista dinamarquês Carl Lange, e
chamada de teoria de James-Lange. Primeiro
vem uma resposta fisiológica distinta, depois
(por observarmos essa resposta) vem a
emoção. (exemplo da derrapagem do carro)
Teoria de Cannon-Bard
• Cannon afirmou que as respostas corporais não seriam distintas o
suficiente para evocar diferentes emoções. A aceleração do coração
será um sinal de medo, raiva ou amor? Além disso, alterações na
frequência cardíaca, na transpiração e na temperatura corporal
parecem ser muito lentas para deflagrar emoções súbitas
• A resposta fisiológica e nossas experiências emocionais ocorrem ao
mesmo tempo: o estímulo que deflagra a emoção é encaminhado
simultaneamente para o córtex cerebral, causando a consciência
subjetiva da emoção, e para o sistema nervoso simpático, causando
a excitação corporal.
• Nesse caso o coração começa a disparar quando começamos a
sentir o medo; um não causa o outro. Nossa resposta fisiológica e a
emoção vivenciada são duas coisas separadas.
Teorias de James-Lange
e de Cannon-Bard.
• Se o cérebro não sentisse um disparo do coração
• Cannon e Bard acreditavam que as emoções
ocorrem separadamente da excitação corporal,
apesar de serem simultâneas, então se o cérebro
não sentisse o disparo do coração, mesmo assim
teríamos a emoção.
• Para James e Lange haveria redução das emoções,
pois acreditavam que para experenciar a emoção
deveria haver primeiro a excitação corporal
Teoria dos dois fatores de Schachter
• A nossa fisiologia e a nossa cognição - percepções,
memórias e interpretações - juntas criam a emoção.
• Em sua teoria dos dois fatores, as emoções têm
portanto dois componentes: excitação física e o
rótulo cognitivo
• Presumiram que a experiência da emoção cresce a
partir da consciência da resposta corporal (James e
Lange)
• Sustentavam que as emoções eram fisiologicamente
semelhantes. Assim, a partir dessa perspectiva, uma
experiência emocional exige uma interpretação
consciente da excitação.
Três perguntas
• A excitação fisiológica sempre precede a
experiência emocional?
• Emoções diferentes são marcadas por
respostas fisiológicas diferentes?
• Qual é a relação entre o que pensamos e
como nos sentimos?
Recapitulando
• Emoção: uma resposta de todo o organismo que envolve (1 )
excitação fisiológica, (2 ) comportamentos expressivos e (3)
experiência consciente.
• Teoria de James-Lange: a teoria segundo a qual nossa experiência
das emoções é nossa consciência das respostas fisiológicas a
estímulos que as despertam.
• Teoria de Cannon-Bard: a teoria segundo a qual um estímulo que
desperta uma emoção simultaneamente desencadeia (1 )
respostas fisiológicas e (2 ) a experiência subjetiva da emoção.
• teoria dos dois fatores a teoria de Schachter-Singer : segundo a
qual para se experimentar uma emoção é preciso (1) estar
fisicamente desperto e (2 ) rotular cognitivamente a excitação.
Visão de um carro na sua direção
• James-Lange: O coração acelerado (excitação)
leva ao medo (emoção)
• Cannon-Bard: coração acelerado e medo
acontecem juntos
• Teoria dos dois fatores de Schachter-Singer: o
coração acelerado (excitação) e o rótulo
cognitivo levam ao medo (emoção)
Emoção corporificada

• É o sistema nervoso autônomo (SNA) que mobiliza o corpo para


a ação e o acalma quando a crise passa.
• A divisão simpática do seu SNA induz as glândulas suprarrenais a
liberar os hormônios do estresse, a epinefrina (adrenalina) e a
norepinefrina (noradrenalina). Influenciado por esse surto
hormonal para prover energia, seu fígado despeja mais açúcar na
corrente sanguínea. Para ajudar a queimar o açúcar, sua
respiração se acelera para suprir o oxigênio necessário.
• Seus batimentos cardíacos e sua pressão sanguínea aumentam.
Sua digestão se torna mais lenta, desviando sangue dos órgãos
internos para os músculos. Com o açúcar se dirigindo para os
grandes músculos, correr se torna mais fácil. Suas pupilas se
dilatam, permitindo maior entrada de luz. Para esfriar seu corpo
pronto para a batalha, você transpira. Se for ferido, seu sangue
coagulará mais rápido.
Emoção corporificada
• Quando a crise passar, a divisão
parassimpática do SNA assume o controle,
acalmando o corpo. Os centros neurais
parassimpáticos inibem a liberação de mais
hormônios do estresse, mas aqueles que já
foram liberados na corrente sanguínea
permanecem ativos por um tempo, fazendo
assim a excitação diminuir lentamente.
Semelhanças Fisiológicas entre Emoções Específicas
• Resposta fisiológica da emoção (filmes)
• Diferentes emoções não têm assinaturas biológicas
acentuadamente distintas.
• Para você e para mim, medo, raiva e excitação sexual
são sentidos de formas diferentes. E, a despeito de
produzirem uma excitação semelhante, medo e raiva
muitas vezes parecem diferentes. Pessoas podem
parecer “paralisadas de medo” ou “prontas para
explodir”. Será então que os pesquisadores são
capazes de apontar algum indicador fisiológico ou
padrão cerebral distinto para cada emoção? As
vezes.
Diferenças Fisiológicas entre
Emoções Específicas
• Os pesquisadores identificaram distinções fisiológicas, embora
sutis, entre as emoções.
• A temperatura dos dedos e as secreções hormonais que
acompanham o medo e a raiva podem, em alguns casos, ser
diferentes (Ax, 1 9 5 3 ; Levenson, 1 9 9 2 ). E, embora o medo e
a alegria possam determinar um aumento semelhante na
frequência cardíaca, eles estimulam músculos faciais diferentes.
• As emoções se diferenciam muito mais pelos circuitos cerebrais
que utilizam
• Tomografias do cérebro e eletroencefalogramas mostram que
as emoções também ativam diferentes áreas do córtex cerebral,
com alguma tendência de as emoções negativas se ligarem ao
hemisfério direito e as emoções positivas, ao hemisfério
esquerdo.
Diferenças Fisiológicas entre
Emoções Específicas
• Vimos que emoções tão diversas como medo,
alegria e raiva envolvem uma excitação
autônoma geral semelhante (como mesmo
ritmo cardíaco). Vimos também que existem
diferenças psicológicas e cerebrais reais,
embora sutis, entre as emoções. Como essas
novas evidências afetam a avaliação das
teorias da emoção de James-Lange, Cannon-
Bard e dos dois fatores?
Diferenças Fisiológicas entre
Emoções Específicas
• A evidência de distinções reais entre as
emoções torna a teoria de James-Lange
plausível.
• Soldados com lesões na medula: Essas
evidências, acreditam alguns pesquisadores,
confirmam a visão de que os nossos
sentimentos são “principalmente sombras”
das nossas respostas corporais e
comportamentos (Damasio, 2 0 0 3 ).
Diferenças Fisiológicas entre
Emoções Específicas
• Será que isso significa que Cannon e Bard estavam
errados? Não. A maioria dos pesquisadores agora
concorda que as nossas emoções vivenciadas
também envolvem a cognição. Ex: medo na rua
escura
• Assim, com James e Lange, podemos afirmar que as
reações do nosso corpo são um ingrediente
importante da emoção. E, com Cannon e Bard,
podemos afirmar que existe mais na experiência da
emoção do que ler as respostas dos nossos corpos.
Para vivenciar emoções, devemos conscientemente interpretá-las e
identificá-las?

• Qual a relação entre o que pensamos e o que sentimos?


• Podemos experienciar a emoção sem pensar?

• A Cognição Pode Definir a Emoção

• A descoberta — de que um estado resultante de uma provocação pode ser


vivenciado como uma emoção ou outra muito diferente, dependendo da
forma como a interpretamos e o rotulamos — vem sendo replicada em
dezenas de experimentos.

• a teoria dos dois fatores de Schachter-Singer prevê: excitação + rotulação =


emoção. A excitação emocional talvez não seja tão indiferenciada como
acreditavam Schachter e Singer, mas a excitação por emoções tão diferentes
quanto raiva, medo e excitação sexual pode de fato ser transferida de uma
emoção para outra

• Ponto a lembrar: A excitação alimenta a emoção; a cognição a canaliza.


A Cognição nem Sempre Precede a Emoção
• Robert Zajonc (1 9 8 0 ; 1 9 8 4 a ) argumenta que realmente temos muitas
reações emocionais que estão separadas ou mesmo são formadas antes das
nossas interpretações das situações.
• Nos capítulos anteriores, observamos que quando as pessoas repetidamente
viam estímulos apresentados rapidamente demais para que pudessem ser
interpretados, muito menos identificados, ainda assim preferiam esses
estímulos. Sem estar conscientemente cientes de terem visto os estímulos, ainda
assim se apegam a eles.

• A pesquisa em neurociência nos ajuda a compreender esses


achados surpreendentes. Como reflexos rápidos que funcionam
distantes do córtex cerebral responsável pelos pensamentos,
algumas emoções exigem o que Joseph LeDoux (2 0 0 2 ) chama
“segunda via”, por caminhos neurais que se desviam do córtex (que
oferece o caminho alternativo primeira via). A segunda via vai
direto dos olhos ou ouvidos através do tálamo até a amígdala, sem
passar pelo córtex (FIGURA 1 2 .6 ). Esse atalho permite uma
resposta emocional imediata antes que o intelecto intervenha.
A Cognição nem Sempre Precede a Emoção
• Zajonc: algumas de nossas reações emocionais não envolvem pensamentos deliberados.

• O pesquisador das emoções Richard Lazarus (1 9 9 1 ,1 9 9 8 ) afirma que os nossos


cérebros processam e reagem a enormes quantidades de informações sem nossa
percepção consciente, alegando que algumas reações emocionais não precisam do nosso
pensamento consciente. Boa parte da nossa vida emocional opera através da segunda via,
automática, fácil e rápida.

• No entanto, ele observou, mesmo emoções sentidas instantaneamente requerem algum


tipo de avaliação cognitiva da situação; caso contrário, como saberíamos contra o que
estamos reagindo? A avaliação pode ser fácil e talvez não tenhamos consciência dela, mas
ainda assim é uma função mental. Para saber se algo é bom ou ruim, o cérebro deve ter
alguma ideia do que se trata (Storbeck et al., 2 0 0 6 ).

• Assim, as emoções surgem quando avaliamos um evento como benéfico ou prejudicial ao


nosso bem-estar, quer saibamos disso ou não.

• Para resumir, como Zajonc e LeDoux demonstraram, algumas respostas emocionais —


especialmente gostos, desgostos e medos comuns — não envolvem o pensamento
consciente
Emoção corporificada
• A teoria dos dois fatores afirma que nossas emoções têm dois
ingredientes: a excitação física e um rótulo cognitivo.

• A teoria dos dois fatores das emoções de Schachter e Singer defende


que os rótulos cognitivos que aplicamos a nossos estados de excitação
são um ingrediente essencial das emoções.

• Lazarus concorda que a cognição é essencial: muitas emoções


importantes surgem a partir de nossas interpretações ou inferências.

• Zajonc e LeDoux, no entanto, acreditam que algumas respostas


emocionais simples ocorrem instantaneamente, não só fora de nosso
conhecimento consciente, mas mesmo antes que qualquer
processamento cognitivo ocorra. O jogo entre emoção e cognição mais
uma vez ilustra nossa mente de duas vias.
Emoção expressada
• EXISTE UM OUTRO MÉTODO SIMPLES DE
decifrar as emoções das pessoas: nós lemos
seus corpos, ouvimos seu tom de voz e
estudamos seus rostos. O comportamento das
pessoas revela sua emoção. Será que a
linguagem não verbal varia conforme a
cultura, ou é universal? Será que as nossas
expressões influenciam as emoções
experienciadas?
Detectando a Emoção
• Todos nós nos comunicamos de forma tanto verbal quanto não verbal.

• O sentido dos gestos varia de acordo com a cultura?

• Como nos comunicamos de forma não verbal? Uma boa parte de nossa
comunicação ocorre através da linguagem silenciosa do corpo. Mesmo
microcomportamentos filmados, que duram segundos, podem revelar
sentimentos. As mulheres costumam ser melhores na leitura das sugestões
emocionais das pessoas.

• As expressões não verbais da emoção são compreendidas universalmente? Alguns


gestos são determinados culturalmente. Expressões faciais, como as que
expressam alegria e medo, são comuns em todo o mundo. As culturas diferem na
quantidade de emoções que expressam.

• As nossas expressões faciais influenciam nossos sentimentos? As expressões fazem


mais do que comunicar nossas emoções aos demais. Elas também amplificam a
emoção que sentimos e sinalizam ao corpo para que responda de acordo.

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