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Processos

Psicológicos Básicos:
Motivação, pensamento e linguagem
Universidade Estácio de Sá
Prof. Felipe Gonçalves – felipegoncalvespsi@gmail.com
Emoção

▪ Ver:

▪ Eysenck, M. Capítulo 15: Cognição e Emoção. In Manual de psicologia cognitiva.


Artmed, 2017

▪ Bear, M. Capítulo 18: Os Mecanismos da Emoção no Encéfalo. In Neurociências :


desvendando o sistema nervoso. Artmed, 2017
Emoção

▪ Segundo Eysenck, a psicologia cognitiva ainda é um pouco influenciada pela


analogia ou metáfora do computador, como pode ser observado na ênfase de
modelos de processamento da informação.

▪ Essa abordagem não permite um exame da relação entre cognição e emoção,


pois é difícil pensar que computadores apresentem estados emocionais.

▪ Dois temas são centrais para a cognição e a emoção. Em primeiro lugar, como os
processos cognitivos influenciam nossa experiência emocional? Em segundo,
como a emoção influencia os processos cognitivos?
Emoção
▪ Segundo Eysenck, a maior parte das pesquisas em psicologia cognitiva envolve a
avaliação de processos cognitivos e o desempenho dos participantes em um
estado neutro.

▪ Isso contrasta muito com o que ocorre no cotidiano, quando frequentemente


estamos felizes, tristes, com raiva ou ansiosos ao nos envolvermos em atividades
cognitivas (p. ex., pensamento, resolução de problemas, tomada de decisão).

▪ Nosso estado emocional influencia vários aspectos da cognição, incluindo


percepção, atenção, interpretação, aprendizado, memória, julgamento, tomada de
decisão e raciocínio.
Emoção
▪ No que diz respeito às emoções não existe uma separação estrita entre
componentes fisiológicos, somáticos, cognitivos e seus processos avaliativos e de
outras ordens.

▪ A emoção é definida então como complexa e multidimensional, denotando


alterações fisiológicas e psicológicas simultâneas.

▪ Não há portanto uma definição única e universal a respeito do que seja uma
emoção.
Emoção

▪ Emoções também não se confundem com sentimentos ou humor.

▪ Segundo Gazzaniga, Emoção é uma resposta positiva ou negativa imediata e


específica a eventos ambientais ou pensamentos. As emoções geralmente
interrompem o curso de ação ou provocam alterações no raciocínio ou
comportamento.

▪ As emoções têm 3 componentes: um processo fisiológico, uma resposta


comportamental e uma sensação (experiência subjetiva) que é baseada na
avaliação cognitiva da situação e dos estados corporais.
Emoção
▪ O sentimento envolve um alto grau de componente cognitivo, de percepção e
avaliação de algo.

▪ Humor é um estado emocional difuso, de longa duração, sem objeto ou gatilho


identificável.

▪ Não interrompem a ação o pensamento, mas os influenciam. A experiência


subjetiva de bom ou mau humor é mais vaga – frequentemente não sabemos
nomear o motivo.
Emoção
▪ Existem dois modelos clássicos de definição do funcionamento emocional, os
modelos James-Lange e Cannon-Bard.

▪ O importante psicólogo William James propôs no final do século XIX uma


importante teoria das emoções. Ideias semelhantes foram propostas pelo
psicologo dinamarques Carl Lange.

▪ Segundo esse modelo, nós experimentamos uma emoçãoo em resposta a


alterações fisiológicas em nosso organismo.
Emoção
▪ Para o senso comum, nós apreendemos um estímulo, experimentamos uma
emoção, e então nosso corpo muda em resposta à essa emoção.

▪ Segundo o modelo de James-Lange, nós apreendemos o estímulo, que é enviado


para nosso encéfalo, que responde enviando comandos ao sistema nervoso
somático e ao sistema nervoso visceral, alterando funções em músculos e órgãos.

▪ Essas respostas do corpo são consequência da entrada sensorial, sem um


componente emocional. As emoções são a experiência subjetiva efeito das
alterações fisiológicas do corpo.
Emoção

▪ Em 1927 o fisiólogo Walter Cannon (o inventor do conceito de homeostase)


criticou esse modelo, afirmando que emoções podem ser experimentadas mesmo
que mudanças fisiológicas não sejam sentidas.

▪ Ele provou isso fazendo estudos que cortava a medula espinhal de animais,
eliminando sensações corporais, e demonstrando que ainda assim os animais
apresentavam sinais de emoções. Cannon observou casos humanos em que uma
transecção de medula não diminuía a emoção.
Emoção
▪ Uma segunda observação de Cannon é que não há correlação confiável entre a
experiência emocional e o estado fisiológico do organismo.

▪ Por exemplo, o medo é acompanhado por um aumento da frequência cardíaca,


uma inibição da digestão e um aumento da sudorese.

▪ Entretanto, essas mesmas mudanças fisiológicas acompanham outras emoções,


como raiva, e mesmo condições patológicas não emocionais, como a febre.
Emoção
▪ Segundo o modelo Cannon-Bard, as emoções são resultado da ativação do
tálamo, independente das respostas fisiológicas à entrada sensorial.

▪ Para Cannon, as mudanças fisiológicas e as experiências emocionais subjetivas


ocorrem de forma independente, a partir da ativação do tálamo, que é parte do
sistema límbico.

▪ De acordo com James e Lange, você sente tristeza quando sente que está
chorando; se você pudesse evitar chorar, a tristeza se iria também. Na teoria de
Cannon, você não precisa chorar para estar triste: basta, apenas, que ocorra a
ativação apropriada do seu tálamo em resposta à situação
Emoção
▪ Os dois modelos apresentam vantagens e limitações.
▪ Para Antonio Damásio, a abordagem que James faz das emoções, além de
reduzi-las às alterações corporais, não dá a devida atenção ao “processo mental
da situação que provoca a emoção”.

▪ A teoria somática das emoções, tal como formulada por James, não seria capaz
de explicar a ocorrência dos estados emocionais frutos de uma representação
dispositiva aprendida.

▪ Mais de cem anos após a teoria de James-Lange ter sido proposta, ainda existe
controvérsia acerca do grau em que as emoções causam mudanças no corpo ou
as mudanças no corpo causam emoções

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