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2019
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RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar uma breve revisão bibliográfica da Psicologia
Positiva e Comunicação Não Violenta, bem como identificar estratégias de aplicação da
Psicologia Positiva e Comunicação Não Violenta no Processo de Coaching. Neste estudo foi
utilizada a pesquisa de abordagem qualitativa, bibliográfica voltada para a construção de
conceitos, com intuito de levar a integração da Psicologia Positiva e a Comunicação não
Violenta na Metodologia de Coaching. Decidiu-se em aplicar a pesquisa em estudo de caso,
aplicando nas sessões o jogo Grok e organizando atividades específicas para serem feitas pelo
coachee. Ao se dedicar ao estudo dos aspectos saudáveis de seres humanos e comunidades, o
movimento da Psicologia Positiva tem contribuído para uma visão mais equilibrada e
completa da vivência humana e a Comunicação não Violenta objetiva resolver conflitos por
meio de técnicas que estimulam a compaixão e a empatia, reduzindo assim o estresse e a
frustração do dia a dia.
Tanto a Psicologia Positiva quanto a Comunicação não Violenta refletem vivências de
emoções e envolvem processos de reflexão, planejamento e ações. A união de ambas
metodologias no processo de coaching contribuiu fortemente para a eficiência e eficácia dos
resultados,
1 INTRODUÇÃO
A origem do termo COACH pouco tem a ver com o sentido utilizado nos dais atuais. O termo
deriva de um tipo de carruagem, com o sentido de condução. Passou a ser identificado como
tutor – pessoa que auxiliava os estudantes universitários a se prepararem para os exames e por
último, o coach surgiu para designar treinadores de equipes esportivas, tendo como Timothy
Gallwey o impulsionador do termo COACH atual, com o livro The Inner Game of Tennis,
editado em 1986 e que utiliza o método de fazer perguntas para que os atletas tomassem
consciência de como jogavam e mudassem sua postura. Para Timothy Gallwey o maior
obstáculo de um indivíduo é ele mesmo, e não o oponente que está do outro lado da rede
(Gallwey, 1986). Considerando que o maior obstáculo é o próprio indivíduo, quais são as
questões que podem melhorar de forma significativa o desempenho e a felicidade? Diante
dessas questões, despertou-se o interesse em estudar Psicologia Positiva - que busca enfatizar
o que há de bom, valores e virtudes pessoais; bem como a Comunicação Não Violenta -
técnicas que estimulam a compaixão e empatia, reduzindo conflitos.
2. PSICOLOGIA POSITIVA
A Psicologia Positiva emerge no final dos anos 90 como uma área de estudo científico
própria, que diferentemente da psicologia tradicional - centrada nos problemas e nas
patologias – para a psicologia voltada à construção das melhores qualidades da vida, no
âmbito subjetivo, individual e grupal conforme comentam Csikszentmhihalyi &
Csikszentmhihalyi, 2006.
CINTRA (2017) comenta que a Psicologia Positiva não pretende criticar as tradicionais
correntes da psicologia ou negar a patologia, o sofrimento humano e os aspectos ‘negativos’
de suas experiências, características e instituições. Propõe, sim, que também seja abordado o
outro lado, os seus aspectos positivos, proporcionando um equilíbrio na abordagem
psicológica da experiência humana. Nas palavras de Seligman e Csikszentmihalyi (2000), “o
objetivo da Psicologia Positiva é começar a catalisar uma mudança no foco da psicologia da
preocupação somente com o reparo das piores coisas da vida para a construção, também, de
qualidades positivas”.
Achor (2012) afirma que as pessoas e maior sucesso, não consideram felicidade como sendo
alguma recompensa distante pelo empenho, nem passam os dias com uma postura neutra ou
negativa, elas capitalizam os aspectos positivos e seguem colhendo as recompensas no seu
dia.
Para Tony Robbins (2018) “cada sentimento que você tem - bom ou mau – baseia-se em sua
interpretação do que as coisas significam. Sempre que começar a se sentir mail, faça essa
pergunta: “ o que mais isso pode significar? É o primeiro passo para assumir o controle de
suas emoções”. A base da Comunicação não violenta é identificar os sentimentos e
necessidades (autoconhecimento) para então conseguir verbalizar de maneira gentil e eficaz.
O termo criado por Marshall B. Rosenberg, também identificado em seus escritos com a sigla
CNV, surge a partir de suas experiências pessoais vivenciadas na infância em Detroit, nos
Estados Unidos, e na carreira profissional. A CNV atua como um norteador na resolução de
conflitos. Segundo Rosenberg (2006) é justamente na forma como nos comunicamos, ou seja,
como falamos e ouvimos os outros e também como somos ouvidos pelos outros, que reside os
motivos dos conflitos e, portanto, entendendo este processo e alterando a forma da
comunicação compreenderemos como solucionar ou num momento mais avançado em
iniciarmos situações conflituosas. Rosenberg observou que certas formas de comunicação
afastam do estado natural de compaixão – o que o autor designou como “ comunicação
alienante da vida”, sendo na sua maioria, julgamentos moralizadores, como: “ela é
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a. Observação: Olhar para uma situação e simplesmente observar o que o outro está dizendo
ou fazendo e o que pode ser acrescentado de bom ou não para nossa vida, um indício que se
está apenas observando é não fazer neste momento julgamentos de juízos e valores.
d. Pedido: Após ter conscientes as três etapas anteriores formular um pedido com clareza e
objetividade.
No processo de coaching da cliente aqui denominada Alice (para preservar sua identidade),
foi aplicado metodologias do PSC, CEC, PP e CNV. Logo na primeira sessão, Alice estipulou
como objetivo “melhorar o relacionamento amoroso”, mas demorou para identificar sua
necessidade real. Muitas vezes o descontentamento nas relações está em justamente não
conhecer as necessidades do outro. O que está bom e que pode melhorar, quais ações positivas
poderiam ser feitas em relação ao relacionamento - já que não é possível mudar o outro. Foi
utilizado o jogo de cartas Grok (cartas de sentimentos e necessidades baseado na CNV), para
o autoconhecimento e identificação clara de sentimentos e necessidades.
Entre as atividades das sessões, foi solicitado leitura de partes do livro Comunicação não
Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais bem como ações
práticas (assumir a responsabilidade por seus sentimentos e ações), além das já conhecidas no
PSC e CEK. Observou-se ao longo das sessões, quais linguagens alienantes utilizava;
rotulagens e julgamentos – utilizando CNV e em paralelo, a Psicologia Positiva ao destacar
habilidades, virtudes, fortalezas, ao invés das dificuldades e fracassos. Nas atividades, o
Diário de Bordo com as bênçãos diárias, carta da gratidão e do perdão, foram altamente
eficazes.
5 CONCLUSÃO
Quando o coachee assume a responsabilidade por aquilo que sente, bem como a
responsabilidade de poder mudar o pensamento, permite diminuir ou até mesmo acabar com
mágoas, ressignificar e transmutar. O perdão envolve a prática de estender os momentos de
serenidade, inclui a decisão a respeito do que é apresentado na sua imagem mental. A
Psicologia Positiva auxilia nas relações amorosas, com a família, amigos, colegas de trabalho.
A CNV ajuda na observação concreta das ações que afetam o bem-estar; análise dos sentimos
em relação ao que foi observado - as necessidades, valores que estão gerando tais
sentimentos e as ações concretas que serão expressas para atender as necessidades.
Utilizando a Psicologia Positiva e CNV nas sessões de coaching, as necessidades intrínsecas
do coachee são mais facilmente detectadas; com a Psicologia Positiva, cada ação/história de
vida é levada para um nível de consciência de forma que traga a positividade (vendo o lado
bom do que aconteceu – até mesmo no que naquilo que não foi bom, mas que gerou um
aprendizado).
6 REFERÊNCIAS
ACHOR, Shawn. O jeito Harvard de ser feliz. São Paulo: Saraiva, 2012.
CORREA, Andrea Perez. Psicologia Positiva: Teoria e Prática. São Paulo: Leader, 2016.
CONNOR, Jane Marantz. Connecting across differences: finding common ground with
anyone, anywhere, anytime. / Jane Marantz Connor and Dian Killian. --2nd. ed,
PuddleDancer Press, 2012.
GALLWEY, Timothy. The Inner Game of Tennis, Londres: Pan Books, 1986.
MARQUES, José Roberto. Coaching Diário, 60 dias de Imersão com Mensagens e Tarefas de
Coaching. Goiânia: Editora IBC, 2018.
PETERSON, Christopher. Pursuning the Good Life: 100 Reflections on Positive Psychology.
Oxford: Oxford University Press, 2013.
ROCHA, Caroline Reis. Manual de comunicação não violenta para organizações. 2017. 36 f.,
il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Comunicação Social)—Universidade de
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Brasília,2017http://bdm.unb.br/bitstream/10483/19734/1/2017_CarolineReisRocha_Memorial
.pdf acesso em 12/10/19.