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Terapia Cognitivo -

comportamental em
GRUPOS (TCCG)

Carolina Viana Dutra


Psicóloga Clínica (UNIFOR)
Terapeuta Cognitivo- Comportamental (UNICHRISTUS)
Mestre em Linguística (UECE)
AGENDA Mês: Data:

Programação: Sexta Programação: Sábado

14H- 18H Uso de técnicas cognitivas


18H- 22H Breve História da TCCG
Conceitos básicos Uso de técnicas
comportamentais
Modalidades de Grupos em TCC
Vivência em grupo
Fatores terapêticos Yalom

Atividades práticas

Programação: Sábado Programação: Domingo

Formação do grupo Habilidades do terapeuta


8H- 12H 8H- 12H
Aspéctos técnicos e o processo
Feedback
em TCCG
avaliação
Grupos: por quê?

Eficiência
Custos reduzidos
Contexto adequado para
treinamento
Dar e receber feedback

Benefícios da
TCCG

Atendimentos em grupo para diversos sintomas e dificuldades são mais


efetivos (baseados em evidências)do que atendimentos individuais nos casos
de :
Fobia social (Purehsan & SAED, 2010),
TOC (CORDIOLI et al, 2003),
Treinamento de diversas habilidades interrelacionais (DEL PRETTE & DEL
PRETTE, 2008)
Obesidade
Breve história da
terapia em grupo
Mackenzie (1992)

1 Anos formativos : 1905 - 1951

2 Anos de expansão teórica : 1952- 1967

3 Anos de consolidação : 1968-1981


1905
Joseph Pratt
Pacientes 1919
tuberculosos
Lazzel
15-20 participantes
Esquizofrenia
Foco na educação
Socialização como forma
de mudança 1935
Marsh
Hospital-
comunidade 1936
terapêutica Wender
grupos: pacientes
/profissionais
Hospital 1936
Terapia de grupo

Anos
Terapia individual Burrow
"aulas " Substituição da intervenção
individual para em grupo

formativos
Breve História da Psicoterapia de grupo
Médicos

Anos Paternalista
Formativos
Psicopatologia social
1956
Pichon- Rivière
1960
Grupos operativos Bion
Recapitulação do grupo
primário
1961
Rogers
Grupos de encontro
1970
Yallom
Psicologia de grupo
1970

Anos de
Beck
Grupos com pacientes
deprimidos

Expansão
Consolidação
Breve História da Psicoterapia de grupo
Psicólogos
Anos
Expansão/ Adptações da
modalidade individual

consolidação Possibilidade de
tratamento
TCCG no Brasil
IMPORTANTES NOMES NA HISTÓRIA DA TCCG NO BRASIL

BERNARD- RANGÈ ELIANE FALCONE CARMEM BEATRIZ


NEUFELD
processo grupal técnicas
Teorias Cognitivo-
psicodinâmicas comportamental
intervenção
intervenção

DIFERENÇAS ENTRE
AS TERAPIAS DE
GRUPO
colaborativa
cognitivas
estruturada
Princípios comportamentais
Técnicas
educativa

conceituada

TCCG : O QUE É?
Modelo TCC + Compreensão e
intensificação do PROCESSO GRUPAL

aliança personalidades

processo Fatores emoções


Grupo
interpessoais comportamentos
Processo X Técnicas
Processo grupal para TCCG: interações interpessoais entre os
membros do grupo (clientes e terapeutas)

Técnica grupal para TCCG: ferramentas e estratégias de


aprendizado pelas quais os pacientes são educados sobre seu
transtorno ou instruídos a examinar pensamentos, emoções e
comportamentos e todos os métodos concebidos para mudança
nesse sistema cognitivo-comportamental.
Interface : TCC
e outras
abordagens

Fatores terapêuticos

Teoria formal da mudança


Fatores terapêuticos Yalom
instilação da
socialização
esperança

comportamento
universalidade
imitativo

compartilhamento aprendizagem
de informações interpessoal

altruísmo coesão grupal


Modelo grupal de Burlingame(2004)
T
Fatores C Teoria formal
Terapêuticos C da mudança
G
PROCESSO GRUPAL
conjunto de fatores que surgem da
condução da terapia em grupo

CONCEITOS CONTEÚDO
material explícito do grupo

TÉCNICAS DE GRUPO
intervenções do terapeuta para instalar e
facilitar o processo gruapl.

FATORES INTRÍNSECOS E
EXTRÍNSECOS
aspectos que podem ou não serem
alterados
Prática
William concluiu um grupo de 12 sessões para transtorno do pânico com agorafobia
em uma clínica especializada em ansiedade. Ao término do tratamento, os ataques de
pânico foram reduzidos; entretanto, ele ainda apresentava significativa evitação
agorafóbica e ansiedade antecipatória. O médico de sua família encaminhou-o a outra
clínica um ano depois, quando ele tirou licença do trabalho em virtude dos sintomas
de ansiedade. Durante a avaliação na nova clínica, foi perguntado a William sobre sua
experiência anterior de tratamento e quais os componentes que considerou úteis ou
não. Relatou não ter conseguido se beneficiar do grupo, pois nunca foi capaz de
revelar seus verdadeiros medos. Ele indicou que todos no grupo preocupavam-se com
desmaios, vômitos ou ter um ataque cardíaco. A preocupação dele era com a
possibilidade de perder o controle dos intestinos e acabar se sujando. Afirmou se
sentir tão envergonhado com a natureza de seus medos que não foi capaz de revelá-
los na avaliação inicial e nem no grupo . (BELLING; MCCABE;ANTONY, 2008)
Modalidades de
Grupo em TCCG
Grupos de
Apoio
Pessoas com sintomas crônicos
/ quem está em tratamento
(pacientes ou acompanhantes)

Abertos
Número maior de participantes
(15)
É desejável que contem com
um programa estruturado para
intervenção
Grupos de
psicoeducação
Orientação/resolução de problemas
Sessões bem estruturadas
Período curto
Número maior de participantes
Obejtivo: oferecer informações e
autoconhecimento sobre sintomas,
demandas ou transtornos dos
participantes.
Grupos de treinamento

Treinos com vistas a mudanças


cognitivas/ comportamentais

Grupos fechados

Foco no modelo cognitivo e na


reestruturação

Número limitado de participantes


Técnicas cognitivas e comportamentais mais
utilizadas
Grupos terapêuticos
Demandas específicas

Grupos fechados

Número limitado de participantes


Realizar intervenções para demandas e
transtornos específicos, contando também
com elementos de apoio, psicoeducação e
treinamento, relacionados a essa demanda
em questão.
Grupos on-line
mais reduzidos (4 a 5 participantes)

grupos fechados

Maior tempo de duração da sessão


mais motivação
Quem precisa de Terapia?
Formação do grupo
POR ONDE COMEÇAR?

Homogeneidade
Apropriados ao contexto
Extensão do tratamento
Objetivo geral do tratamento
(estabelecido pela modalidade do grupo)
Determinação do
1 setting e do número
de participantes Duração dos
5 encontros

Grupo aberto ou
2 fechado

Formação do grupo 6 Horário das reuniões

Enquadramento do
3
Pra quê? tempo para o grupo

Pra quem?
Apoio da equipe ou
7 de outros
Frequência das profissionais
4 sessões
Seleção dos clientes

CAPACIDADE DE SE EMPENHAR NO GRUPO


Entrevista motivacional

COMPATIBILIDADE DE PROBLEMAS
Escalas de avaliação

COMPROMISSO E POSSIBILIDADE EM
FREQUENTAR AS SESSÕES
Entrevista
Critérios de exclusão
INCAPACIDADE DE TOLERAR O
SETTING GRUPAL

HOSTILIDADE À TCC

INCOMPATIBILIDADE GRAVE COM


ALGUM MEMBRO

EXPECTATIVAS IRREAIS
Funções - Terapeuta

1 Maior responsabilidade na condução do grupo

2
Tomada de decisões centrais

3 Apresentação do material e do trabalho


Funções Co-Terapeuta

Assumir aspectos práticos (controle de


horário, organização)
Ajudar o terapeuta (segundo conjunto de olhos e
ouvidos)
Assumir no caso de falta do terapeuta / manejo
pacientes difíceis
Estrutura da sessão
1 Apresentações
5 Agenda do dia

2 Regras do grupo

6 Tópico principal

Avaliação da
3
semana

Resumo / tarefa de
7
Ponte com a casa / feedback
4
sessão anterior
Importante: Plano de ação

Objetivo de manter a informação on line, estender a intervenção


para ao longo da semana.
No caso dos protocolos de intervenções em grupo a tarefa de casa
terá, além disso, o papel fundamental de ser o elo entre as
sessões, sendo que ela será responsável pela noção de
continuidade do programa proposto, fazendo com que a ligação
entre as sessões fique clara para os participantes do grupo.

Plano terapêutico

Planejamento do processo Planejamento das Regularidade na Estrutura da sessão


terapêutico sessões frequência das sessões

A simples reunião entre indivíduos não garante a eficácia da intervenção


ESTÁGIOS DO GRUPO

pré- grupo Transição Estágio final


atribuir aos
Montar grupo
grupos papel reforçar
planejamento explorar ajudar os
mais ativo mudanças
do grupo expectativas membros a
fornecer desenvolver
triagem definir objetivos trabalharem a
feedback metas contínuas
reunião pré- edificar a preocupação
estar ciente dos manter
grupo coesão que trouxeram
fatores acompanhamen
preparação dos administrar a administrar
terapêuticos to
membros ansiedade resistências
processar programar
inicial
padrões acompanhamen
to individual , se
inicial Trabalho
desejar
Prática
Prática
Imagine que você é o terapeuta de grupo de Mickey. A partir
do trecho da sessão, trace um plano de tratamento com base
nos seguintes aspectos:

-Quais as dificuldades apresentadas?


- Que estratégias utilizar?
- Por que utilizar essas estratégias podem ajudar as
pacientes?
-Em qual fase do tratamento você situa essa situação?
Programas em TCCG
A construção de um programa de intervenção em grupo deverá tomar como
base os estágios de uma intervenção grupal em TCC, além das questões pré e
pós-grupais.

• A estrutura das sessões auxiliará na execução do programa e na


manutenção da diretividade, que é uma dos pressupostos da TCC.

• Porém, além dos aspectos mencionados, um programa de intervenção em


TCCG também deve estar sintonizado com a modalidade de grupo que se
pretende formar.

Neufeld, C. B. et al(2021) LaPICC contra COVID-19: Relato de uma experiência de terapia


cognitivo-comportamental em grupo online
Técnicas : como e quando utilizar?

Focada na
Apresentação
tarefa

Integração Encerramento

Sensibilização Ludopedagógicas

Fomentar a Relacionament
liderança o interpessoal
Técnicas : como e quando utilizar?

Questionamento Treinamento de
socrático habilidades

Flecha
Relaxamento
descendente
COGNITIVAS
COMPORTAMENTAIS
Descoberta
Exposição
guiada

Prevenção de
Balança decisória
recaída
Organização

conexão entre Uso da busca de


pensamentos, exploração de
evidências e de uso de experimentos
situações crenças e
distorções
ativadoras e afetos presspostos
cognitvas
negativos
RPD- adaptado para o contexto do grupo
OBJETIVO: ajudar o paciente a conectar o evento a
um conjunto de pensamentos que tinham
consequências importantes no humor; modelar
perguntas que o próprio paciente pode fazer a si
mesmo
Comando: Sempre que sentir um desconforto físico
preencha o quadro a seguir
Terapeuta: agora que tivemos a chance de escutar o relato de M., deixa eu ver se
eu entendi: você acordou e percebeu os dedos das mãos bem inchado?
M.: sim
Terapeuta: então teve pensamentos : eu nunca vou ser normal e essa dor nunca
vai passar...aí ficou mais triste e permaneceu na cama a manhã toda... As outras
entendem a experiência de M. ?
P. : Sim. Também fico frustrada e triste quando vejo alguma parte do corpo
dolorida.
K. : Eu também. Acho que foi melhor você ter ficado na cama o resto do dia.
Terapeuta: ok, vamos lembrar , que, por agora, o que queremos é focalizar nos
pensamentos. M., além desses pensamentos, passou algo mais na sua mente?
M.: não sei...acho q foi interessante o que a colega falou sobre ficar na cama. Sinto-
me uma inválida, dou trabalho a todos em casa, vai ver que é melhor ficar na cama
mesmo.
Terapeuta: Entendi. Você realmente parece ter ficado muito triste. Qual desses
pensamentos te causa mais tristeza?
M.: De eu dar trabalho para minha família.
Terapeuta: Vamos anotar isso. Mas por que você diria que dá trabalho aos seus
familiares?
M. : ah, porque tem dia que eu nem consigo vestir minha blusa, tenho de ser levada aos
médicos... minha família já gastou muito e eu nem consigo cuidar do meu quarto.
K. : Mas M. você está numa crise e a família serve pra isso mesmo, pra cuidar da gente.
Terapeuta: Então, esse é um feedback interessante, mas vamos nos concentrar nos
pensamentos que te deixaram bem triste. Então quer dizer que quando você pensa estar
dando trabalho à família você fica mais triste, não é? Isso é o que chamamos de
pensamento quente, ele resulta nas emoções mais fortes e talvez guie todos outros
pensamentos. Vocês acham que se pensassem como M. também se sentiriam tristes?
K.: Entendi. Mas ainda acho que ela não precisa pensar que dá trabalho aos familiares.
P. Isso mesmo. Eu, quando acordo assim, não fico na cama de jeito nenhum.
Terapeuta: ok, todas são boas opiniões. O ponto principal agora é começarmos a falar
mais sobre esses pensamentos perturbadores que trazem mais emoções. Conseguir
identificá-los é um importante passo na melhoria da nossa qualidade de vida. Agora
vamos ver o exemplo de outra pessoa.
Técnicas comportamentais
Prática
ABANDONO
AUSÊNCIAS DESLIGAMENTO
TERAPÊUTICO

NOVOS MEMBR
OS
UTURA DA SESSÃO Desafios e problemas
ESTR
comuns aos trabalho com
grupos
PRESENÇA DE SUBGRUPOS
OBSERVADORE
S

LIDERANÇAS ATAQUES A.
SESSÕES EXTERNAS INADEQUADAS MEMBROS
QUIETO/ ARROGANTE REBELDE
AJUDANTE
CALADO

MANEJO COM PACIENTES DIFÍCEIS


Validar o conteúdo/emoção do paciente
ajudar a nomear a forma como o conteúdo está sendo
expressado
facilitar a expressão do grupo referente ao impacto
causado pela forma como o paciente se coloca
reforçar a importância do membro no grupo, a
convicção de que essa não é uma forma deliberada e a
confiança da capacidade do paciente difícil chegar à
sua melhor versão
O terapeuta de grupo

expressar emoções e
admitir erros
pensamentos para o grupo

assertividade/
ser honesto/ ético
dinamismo

manejar conflitos aceitar críticas

usar experiência para O BOM tolerar ataques


empatizar TERAPEUTA
O terapeuta de grupo
Conhecimento teórico (saber)
Ex: formação, leitura, cursos

Conhecimento técnico (saber- fazer)


Ex: prática

Perfil cognitivo- comportamental (querer


fazer - como fazer)
Ex: reestruturação cognitiva/ solução de
problemas
Possíveis dúvidas

O terapeuta tem repertório para lidar com as


situações apresentadas ?
E se o terapeuta gostar mais de um membro do grupo
que de outro?
Os erros do terapeuta podem causar sérios danos aos
membros do grupo?
Como aplicar a teoria na prática do grupo?
E se o grupo se unir contra o terapeuta?
Como avaliar as mudanças de cada participante?

“A terapia do futuro irá se caracterizar por protocolos de


condições específicas e de tempo empiricamente
limitados. Destes, apenas 25% envolverão os clientes em
psicoterapia individual, outros 25% envolverão os
clientes em terapia de grupo, ao passo que os 50%
restantes dos clientes receberão terapia em grupo
psicoeducacional”
Cummings (2003)
Referências
OBRIGADA

carolinavd@gmail.com

98609-4931

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