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Revista Saberes da Faculdade São Paulo – FSP

EDIÇÃO ESPECIAL – ARTIGOS A PARTIR DOS TRABALHOS DE CURSO ORIENTADOS PELA PROFª MARIA
ANTONIA FERNANDES N. DE O. BENATI
1
O USO DE METILFENIDATO, PIRACETAM E GINKGO BILOBA –
ESTIMULANTES CEREBRAIS - POR ESTUDANTES DE UMA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE ROLIM DE MOURA (RO).

Adriana Tozzi Martello 1


Tamara Marcela Ferreira dos Santos de Freitas2
Tatiane Santos Figueiredo³
Elin Leilane Gomes Rolim4
Maria Antonia Fernandes Nabarro de Oliveira Benati5

RESUMO
O objetivo do presente estudo foi coletar e analisar dados sobre o uso de estimulantes cerebrais,
metilfenidato, piracetam e Ginkgo Biloba em uma instituição de ensino superior no município
de Rolim de Moura (RO). A entrada dos jovens na universidade é um momento de
transformação e novas descobertas, devido principalmente à mudança de ambiente e costumes,
dessa forma, pode tornar-se um período crítico, desenvolvendo estresse, ansiedade e até mesmo
depressão, tornando-os mais vulneráveis ao uso de substâncias estimulantes do sistema nervoso
central. O estudo foi de caráter descritivo com abordagem quantitativa, baseado na aplicação
de um formulário composto com 17 perguntas fechadas e abertas referentes ao tema, onde
participaram da pesquisa 150 estudantes de forma anônima. A coleta de dados ocorreu em
novembro 2019. O uso de estimulantes cerebrais tem sido na maioria dos casos sem prescrição
médica e de forma ilícita, pois a busca incessante dos alunos em superar limites e destacar-se
sobre os demais tem aumentando de forma exponencial o uso desses medicamentos.

Palavras Chaves: Farmácia. Estimulantes Cerebrais. Ensino Superior.

1. INTRODUÇÃO

Durante a trajetória da vida, em certas ocasiões, as pressões biopsicossociais são


responsáveis por desequilíbrios na homeostase do indivíduo, prejudicando seu desempenho em
diversas circunstâncias. Essas pressões podem gerar ansiedade, depressão e crises de pânico,
comprometimentos esses que podem ter origem em situações de estresse contínuo, podendo ser
vivenciadas em certos momentos da vida pessoal, social, profissional e, não menos diferente,

1
Graduada em Farmácia pela Faculdade São Paulo – FSP. E-mail: adrianatmgarbo@gmail.com
2
Graduada em Farmácia pela Faculdade São Paulo – FSP. E-mail: tamara--rm@hotmail.com
3
Graduada em Farmácia pela Faculdade São Paulo – FSP. E-mail:tatianesantosfigueiredo@outlook.com
4
Mestra, Coordenadora e Docente do curso de Farmácia da Faculdade São Paulo- FSP. E-mail:
farmacia@facsaopaulo.edu.br
Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 13, n. 1, jun, 2020. ISSN: 2358-0909.
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durante a trajetória acadêmica (MONTEIRO; FREITAS; RIBEIRO, 2007; TORQUATO et al.,
2010; SANTOS et al., 2012).
Observa-se uma tendência de consumo de substâncias capazes de aumentar a capacidade
cognitiva através da estimulação cerebral, principalmente pelos futuros profissionais na área da
saúde, sendo utilizados na maioria das vezes sem acompanhamento médico e com o objetivo
de potencializar as faculdades mentais, estimulando a memória, a concentração, o raciocínio e
a linguagem, inerentes ao estudo principalmente entre jovens estudantes (MENEZES;
NOMERG; LENZI, 2017). Sendo assim, o presente trabalho delimita-se a estudar
especificamente os estimulantes cerebrais, metilfenidato, piracetam e Ginkgo Biloba.
Segundo o Ministério da Saúde (2012) o cloridrato de metilfenidato age como um fraco
estimulante do sistema nervoso central (SNC), exercendo sua maior ação nas atividades mentais
do que nas ações motoras. Atua SNC inibindo a recaptação de dopamina e noradrenalina,
fazendo com que esses neurotransmissores permaneçam mais tempo disponíveis nas fendas
sinápticas. Promove efeito estimulante, aumentando o estado de alerta e a concentração, em
prováveis regiões cerebrais críticas relacionadas ao distúrbio (CARVALHO; BRANT; MELO,
2014; FREESE et al., 2012; ORTEGA et al., 2010; PEREIRA; BEL, 2010).
Atualmente o metilfenidato é indicado para o tratamento do Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH) e para a narcolepsia, um raro transtorno do sono
(NOVARTIS BIOCIÊNCIAS SA, 2015). Em doses terapêuticas é considerado seguro, desde
que seja com recomendação médica. Dentre os principais efeitos colaterais observados, cita-se
hipertensão arterial sistêmica, redução do apetite, dificuldade em adormecer, nervosismo;
náusea e boca seca. (ALOE et al., 2010; COUTO; JUNIOR; GOMES, 2010; SANIOTIS et al.,
2014).
Já o mecanismo de ação do piracetam, não é totalmente compreendido, porém sabe-se que
mesmo sem agir como sedativo ou estimulante, ele influência nas funções cognitivas, neuronais
e vasculares. Acredita-se que tenha muitos efeitos por meio de modulação de canais iônicos e
sobre a neurotransmissão do glutamato através do recrutamento de um subconjunto de
receptores alfa-amino-3-hidroxi-metil-5-4-isoxazolpropiónico (AMPA) e receptores N-metil-D-
aspartato (NMDA), que estão envolvidos nos processos de aprendizagem, memória, transmissão
e plasticidade sináptica, proliferação e migração celular (MALYKH; SADAIE, 2010).
O piracetam é usado em muitos países para o tratamento de disfunção cognitiva no
envelhecimento e lesões cerebrais, alguns estudos clínicos recentes forneceram evidências
quanto a sua eficácia em um grupo diversificado de indivíduos idosos com comprometimento
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intelectual. (KURZ et al., 2010). Seus efeitos colaterais são pouco relatados ou até mesmo
inexistentes.
Vários estudos clínicos têm sido realizados para estabelecer as reais propriedades do
Ginkgo Biloba, mas ainda não se tem evidências científicas que comprovem sua real eficácia.
As preparações contendo Ginkgo Biloba aumentam o fluxo sanguíneo, com consequente
melhoria de oferta de oxigênio para as células, protegendo os tecidos dos danos da falta de
oxigênio (hipóxia), além de inibir a agregação plaquetária (SCHULZ et al., 2002).
É indicado para o tratamento de sintomas da deficiência do fluxo sanguíneo cerebral
como problemas de memória, cefaleias, vertigem e distúrbios circulatórios periféricos. Os
relatos de efeitos colaterais mais pronunciáveis são distúrbios gastrintestinais, cefaleias,
taquicardias, hemorragias e hipotensão (ANVISA 2004).
Sendo assim, os estudantes universitários buscam potenciar suas capacidades
cognitivas, com o intuito de intensificar o desempenho acadêmico, e para tal objetivo a
alternativa que se apresenta mais viável é o uso desses estimulantes cerebrais, que vem sendo
utilizado para aumentar a concentração, memória e o aprendizado de maneira rápida.
O estudo tem como objetivo, coletar e analisar dados sobre o uso desses estimulantes
cerebrais, e seus efeitos colaterais entre os estudantes de uma instituição de ensino superior do
município de Rolim de Moura (RO). A pergunta norteadora deste trabalho é: A utilização desses
estimulantes cerebrais tem auxiliado de maneira efetiva e segura o desempenho intelectual?
O aprimoramento cognitivo e maior desempenho intelectual é a principal motivação
para consumo indiscriminado desses estimulantes cerebrais. O neuroaprimoramento
farmacológico tem seus benefícios observados por vários autores, entretanto os riscos de
desenvolver dependência bem como os riscos do uso e efeitos em longo prazo são
desconhecidos.
Portanto, a busca incessante dos estudantes em superar limites impostos e se destacar
sobre os demais, tem aumentado de forma exponencial o uso dessas substâncias, adquirindo,
cada vez mais, adeptos ao uso de estimulantes cerebrais. No entanto, todo medicamento deve
ser usado com cautela e acompanhamento de um profissional capacitado, principalmente os que
agem no sistema nervoso central.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ESTRESSE

Hans Selye, conhecido como o pai da estressologia deu início no ano de 1930 às
pesquisas sobre o estresse, sendo esta realizada com ratos, onde acreditava ter encontrado um
novo hormônio na glândula endócrina. Entretanto, descobriu que a nova substância era, na
verdade, produzida em vários órgãos, quando estes eram expostos a situações adversas. Selye
criou o termo “stress” a partir da expressão francesa Le stress, porém encontra dificuldade em
introduzir no meio científico, por ser uma expressão desconhecida (SELYE, 1956 apud
OLIVEIRA et al., 2013).
Ainda no ano de 1930, Walter Cannon continuou com o mesmo estudo, porém
realizando a ligação do estresse com componentes fisiológicos da emoção. Essas pesquisas
ganharam força após a Segunda Guerra Mundial, tendo em vista a realidade de soldados
traumatizados no chamado "pós-guerra", em que era possível observar que o estresse acontecia
de maneira aguda, onde o indivíduo não tinha controle sobre a situação a que estava sendo
exposto (KARASEK; THEORREL, 1990 apud RIBALDO, 2011).
O estresse é um fenômeno que tem acompanhado o homem ao longo da história da
humanidade, e atualmente, tem recebido maior atenção, especialmente pelo estilo de vida
característico do mundo contemporâneo. O estresse caracteriza-se por reações do organismo
frente a situações que exigem esforço de adaptação e que podem alterar sua capacidade de
resposta, afetando o estado físico do indivíduo, seu comportamento mental e afetivo e seus
relacionamentos pessoais (PAULINO et al.,2010).
O estresse pode ser definido como uma reação que envolve componentes físicos,
psicológicos, mentais e hormonais, podendo se desenvolver diante de qualquer desafio da vida
seja positivo ou negativo, que exija uma grande adaptação e que produza desgaste no
organismo. Pode ser definido ainda como um estado de tensão mental e física que resulta em
um desequilíbrio no funcionamento do organismo do ser humano enfraquecendo o sistema
imunológico, deixando-o mais sujeito a infecções e doenças, ou seja, o estresse é resultante de
uma interação entre a pessoa e o mundo em que ela vive (LIPP; TRICOLI, 2014).
Os estudantes universitários enfrentam desafios resultantes do novo estilo de vida
acadêmico, que podem conduzir ao estresse. Um certo grau de estresse pode ser sentido pelos
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estudantes mediante o esforço quer para ingressar, quer de adaptação e para cumprirem
determinados requisitos para obterem a sua formação, pois cada vez mais, se exige pessoas
criativas, proativas e flexíveis às rápidas mudanças (FERREIRA, 2014). Sendo assim esses
fatores podem comprometer a capacidade de raciocínio, memorização e o interesse no processo
de aprendizagem do aluno (TORQUATO et al,2010).

2.2 ANSIEDADE

A origem da palavra ansiedade provém do latim anxietatis que significa preocupação e


de uma forma geral pode ser definida como um sentimento de ânsia ou angústia. Da
Antiguidade Clássica à Idade Média, a ansiedade foi considerada uma experiência subjetiva
associada a sintomas corporais e à influência religiosa. Porém, no século XIX adquire uma nova
dimensão com a industrialização da sociedade ocidental, dando lugar a processos de
individualização que permitiram um novo olhar sobre as questões relacionadas com a
ansiedade. Na segunda metade do século XX surgem, áreas como a psicofarmacologia,
neurobiologia, ciência do comportamento e a ansiedade começam a ser analisada como sintoma
ou perturbação com impacto na saúde mental do indivíduo (BAPTISTA, 2000; SANTOS,
2007).
É possível observar sintomas como ansiedade e estresse em estudantes desde a tomada
de decisão referente à escolha do curso profissionalizante, aliado a falta de apoio,
competitividades, cobranças e outros fatores (SOUZA; TAVARES; PINTO, 2017).
A ansiedade é um estado de humor direcionado para o futuro, que se caracteriza por
receio diante da impossibilidade de se prever ou controlar situações que podem surgir
(BARLOW; DURAND, 2010). O estado de ansiedade pode ser definido como um estado
emocional transitório ou uma condição do organismo humano que se caracteriza por
sentimentos ruins de tensão e apreensão, que podem ser percebidos e pelo aumento na atividade
do sistema nervoso autônomo (SNA) (SOUZA; MOREIRA; SANTOS, 2016).
A ansiedade é uma emoção normal do dia a dia de uma pessoa, sendo percebida como
um estado de alerta, levando à tensão e ao gasto energético. A ansiedade geralmente leva a uma
mudança do estado físico e psíquico, com projeção de futuro muitas vezes negativo, porém,
com possibilidade de modificação do curso de ação (ALVES, 2014).
Ainda de acordo com Alves (2014) a ansiedade entre os estudantes universitários
costuma ser bastante comum principalmente em períodos de avaliações, onde se tem
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pensamentos de ansiedade antecipatória como, por exemplo, “não irei passar”, muitas vezes por
insegurança de não ter estudado o suficiente devido à falta de tempo, acúmulo de atividades,
entre outros fatores.
Quando a ansiedade está no campo normal, gera modificação do comportamento
ambiental, no qual o estudante passa a ser mais disciplinado, deixando muitas vezes a vida
social de lado para aumentar o seu rendimento e a produtividade nos estudos. Por outro lado, a
ansiedade patológica pode levar a uma resposta de congelamento, na qual o estudante começa
a ter comportamentos que diminui o seu rendimento nos estudos (ALVES, 2014).

2.3 ESTIMULANTES CEREBRAIS

O uso de substâncias psicoativas tem sido alvo de vários estudos no Brasil, devido à
crescente utilização por indivíduos saudáveis, aumentando dessa forma a preocupação com os
hábitos de consumo dessas drogas lícitas e ilícitas e seus impactos sociais, econômicos e,
sobretudo, suas implicações na saúde da população (BOTTI; LIMA; SIMÕES, 2010).
Os psicoestimulantes, psicoativos, psicofarmácos, nootrópicos ou estimulantes
cerebrais são substâncias químicas capazes de aumentar o desempenho cognitivo como
capacidade de atenção, memória, raciocínio, linguagem e compreensão através da estimulação
ou inibição de certos neurotransmissores. Esses agentes podem ocorrer de forma natural ou
serem derivados sinteticamente, podendo atuar de forma excitatória ou suprimindo ações
inibitórias. (SANIOTIS et al., 2014; REQUETIM, 2013). As principais substâncias utilizadas
para essa finalidade são: cafeína, bebidas energéticas, piracetam, metilfenidato, modafinil, e
anfetaminas, entre outros (MORGAN et al., 2017).
O consumo de estimulantes cerebrais sem prescrição médica no meio acadêmico é uma
realidade frequente (CORDEIRO; PINTO, 2017). As dificuldades que o ensino superior exige,
levam alguns acadêmicos a fazerem o uso dessas substâncias com objetivo de potencializar as
faculdades mentais, impulsionando a memória, a concentração, o raciocínio e a linguagem
inerentes ao estudo e à progressão acadêmica, permitindo dessa forma conciliar a vida pessoal
com as atividades acadêmicas (MENEZES; NOMERG; LENZI, 2017; GRAÇA, 2013).

2.4 METILFENIDATO

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O metilfenidato, possui a fórmula química C14H19NO2, direcionando sua ação
terapêutica ao Sistema Nervoso Central (SNC), sendo a mesma uma substância sujeita a
controle especial pela portaria 344/1998 (COELHO, 2015).
O metilfenidato, é um psicoestimulante do sistema nervoso central que possui estrutura
semelhante às anfetaminas, apresenta ações como aumento da atividade motora e redução da
necessidade de sono. Estas drogas agem diminuindo a fadiga induzindo a euforia e exibem
efeitos simpaticomiméticos no indivíduo (LAGE CD, et al., 2015).
O metilfenidato foi sintetizado por Leandro Panizzon, farmacêutico da antiga empresa
Chemische Industrie Basel (CIBA) (atualmente, Novartis S/A) na Suíça, foi patenteado
somente em 1954, sendo comercializado no mesmo ano e país, como um psicoestimulante de
efeitos considerados leves (BRANT; CARVALHO, 2012). Em 1998 ocorria a chegada do
metilfenidato ao Brasil (ITABORAHY, 2009).
Ao longo de sua descoberta o metilfenidato foi utilizado para outras finalidades
exercendo diferentes funções, pois, inicialmente era utilizada como estimulantes do sistema
nervoso central em idosos, com intuito de obter melhora do humor e do desempenho cognitivo,
utilizado também para o tratamento da narcolepsia, designada um raro transtorno do sono e só
então para TDAH em crianças e adultos (MORGAN, et al., 2017).
O nome comercial do metilfenidato é Ritalina® do laboratório Novartis, sendo o mesmo
o medicamento de referência, é comercializado em comprimidos de 10 mg em caixas de 20 a
60 comprimidos. Possui também a Ritalina LA® que é comercializada em posologias de 20 mg,
30 mg e 40 mg, em caixas com 30 comprimidos. Ressalta-se que a Ritalina LA® é única que
pode ser dissolvida na comida. Existe outro medicamento similar a Ritalina ®, o Concerta®,
produzido pela Janssen-Cilag, comercializado nas versões de 18mg, 36mg ou 54mg, sempre
com 30 comprimidos em cada caixa. A diferença entre os dois medicamentos é o modo de
absorção da substância, que acontece de maneira mais lenta no Concerta® (ITABORAHY,
2009).
Atualmente o metilfenidato é amplamente utilizado como instrumento de melhoria do
desempenho cognitivo de crianças e adolescentes, sendo indicado como primeira escolha no
tratamento do TDAH (CRF-SP, 2013). E se falando em termos éticos e legais as indústrias
farmacêuticas e os profissionais da área da saúde devem ter como prioridade a distribuição do
medicamento especialmente para essa finalidade (ANDRADE et al.,2018).

2.5 METILFENIDATO E O APRIMORAMENTO COGNITIVO


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Atualmente o uso não terapêutico do metilfenidato, é em sua grande maioria feito por
empresários, estudantes universitários e profissionais da área da saúde. Imagina-se que em geral
tais indivíduos possuem maior conhecimento sobre a droga em relação ao restante da
população, pode-se então levantar um questionamento: Mesmo possuindo níveis aquisitivos e
instrutivos maiores, porque o uso do fármaco é feito indiscriminadamente? Contudo, essa busca
ativa pela substância, é composta por um público de interesses divergentes, interesses estes por
vezes subjetivos. Ampliando então os estudos sobre o assunto a diversas ramificações,
dificultando uma investigação mais focada e direta (BRANT; CARVALHO, 2012).
A utilização do medicamento metilfenidato tem sido exacerbada nos últimos anos, e
difundida de maneira errônea e equivocada. Tendo em vista que o seu uso é feito como a “droga
da obediência” e como instrumento de melhoria do desempenho cognitivo, sendo em crianças,
adolescentes ou adultos. Em muitos países, já vem sendo muito usada, como por exemplo, os
Estados Unidos. O metilfenidato tem sido amplamente utilizado entre adolescentes para
melhorar o desempenho escolar e para moldar as crianças ao ambiente desejado (ANVISA,
2012).
Entre os anos de 2009 e 2011, o aumento do consumo destes medicamentos foi de 164%,
tendo redução no período das férias e aumento no segundo semestre do ano letivo
(MARTINHAGO, 2018).
A dependência do metilfenidato pode sair do controle do indivíduo, levando em
consideração que esse medicamento é derivado de anfetaminas, que são drogas estimulantes do
sistema nervoso central, exercendo um aumento das capacidades físicas e psíquicas. Tendo em
vista que grande parte de seus consumidores adquirem e fazem o uso sem supervisão de um
profissional habilitado, e sem quaisquer indicações a patologias que levem ao seu uso.
Interações concomitantes com outras substancias ou a ingestão exagerada, pode ocasionar o
efeito inverso, tornando-se extremamente perigoso ao indivíduo (LEONARDO; SUZUKI,
2016).
Contudo muitos usuários alegam e afirmam que a droga possui efeitos benéficos, sobre
as funções mentais levando a um melhoramento do potencial acadêmico. No entanto, tal
desempenho cognitivo acontece de maneira subjetiva; elevando os níveis de estresse dos
indivíduos e reduzindo a qualidade de vida dos mesmos (MORGAN et al.,2017).

2.6 MECANISMOS DE AÇÃO DO METILFENIDATO


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O metilfenidato é um potente inibidor da recaptação de dopamina e de noradrenalina,


bloqueando a captura das catecolaminas pelas terminações das células nervosas pré-
ganglionares, impedindo que elas sejam removidas do espaço sináptico. Ativando a dopamina
e a noradrenalina extracelulares, exercendo sua ação por mais tempo e aumentando
significativamente a densidade destes transmissores nas sinapses (MOTA; PESSANHA, 2014).
Segundo o fabricante do medicamento de referência do metilfenidato, ainda não se sabe
muito sobre a ação do mesmo.

A Ritalina® é um composto racêmico que consiste de uma mistura 1:1 de d-


metilfenidato e l-metilfenidato. A Ritalina® é um fraco estimulante do sistema
nervoso central, com efeitos mais evidentes sobre as atividades mentais do que nas
ações motoras. Seu mecanismo de ação no homem ainda não foi completamente
elucidado, mas acredita-se que seu efeito estimulante seja devido a uma inibição da
recaptação de dopamina no estriado, sem disparar a liberação de dopamina. O
mecanismo pelo qual a Ritalina® exerce seus efeitos psíquicos e comportamentais em
crianças não está claramente estabelecido, nem há evidência conclusiva que
demonstre como esses efeitos se relacionam com a condição do sistema nervoso
central. O l-enantiômero parece ser farmacologicamente inativo
(Ritalina®/NOVARTIS, 2015).

2.7 EFEITOS COLATERAIS DO METILFENIDATO

Dentre os efeitos colaterais mais comuns do metilfenidato cita-se hipertensão arterial


sistêmica, redução do apetite, dificuldade em adormecer, nervosismo; náusea e boca seca. Há
também uma associação do uso desse estimulante e a exacerbação de doenças mentais
subjacentes, principalmente em pacientes sem diagnóstico de déficit de atenção ou
hiperatividade (ALOE et al., 2010; COUTO; JUNIOR; GOMES, 2010; SANIOTIS et al.,
2014).
Ao longo dos anos o metilfenidato vem sofrendo modificações consideráveis em sua
estrutura molecular, buscando a diminuição dos efeitos indesejável sendo o mesmo altamente
propenso à dependência. Alguns autores admitem que a “dependência medicamentosa do uso
do metilfenidato é um risco mais teórico do que prático”. E constata-se que mesmo assim ele
continua sendo amplamente comercialização (BRANT; CARVALHO, 2012).
Ritalina ficou conhecida nos últimos anos por sua associação ao TDAH. Entretanto,
este estimulante é comercializado desde os anos 50 na Suíça, na Alemanha e nos EUA.
Nesses países, sua indicação era para pessoas idosas, para diminuir a fadiga. Não havia
nenhum diagnóstico específico para seu uso. Foi somente a partir de sua associação
com o TDAH que suas vendas alavancaram e a Ritalina tornou-se o estimulante mais
consumido no mundo. No Brasil, foram vendidas quase 1.150.000 caixas de
metilfenidato somente em 2007 (ITABORAHY, 2009, p. 9).

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O metilfenidato possui uma bula bem extensa, no qual esclarece as possíveis reações
adversas e com qual probabilidade podem ocorrer no organismo e quais indivíduos devem ou
não restringir o uso da droga.
Dentre os efeitos mais sérios, podemos citar inchaço dos lábios ou língua e dificuldade
de respirar, que são sinais de reação alérgica grave; febre alta repentina, pressão arterial muito
elevada e convulsões graves podem ser sintomas de uma Síndrome Neuroléptica Maligna; dor
de cabeça grave ou confusão, fraqueza ou paralisia dos membros ou face e dificuldade de falar
indica sinais de distúrbio dos vasos sanguíneos cerebrais; batimento cardíaco acelerado; dor no
peito; movimentos bruscos e incontroláveis sinaliza discinesia; equimose (sinal de púrpura
trombocitopênica); espasmos musculares ou tiques; garganta inflamada, febre ou resfriado
configura sinais de baixa contagem de células brancas do sangue; movimentos contorcidos
incontroláveis do membro, face e/ou tronco; alucinações (ver ou sentir coisas que não existem
na realidade ) (RITALINA®/NOVARTIS,2015).
Contudo deve-se considerar que a população em sua grande maioria não lê a bula, e
muitas vezes não entendem o que significa cada efeito, fazendo o uso irracional de
medicamentos, alavancado pela “boca a boca”. O aumento do consumo de medicamentos, sem
nenhum seguimento farmacoterapêutico adequado, e muito menos acompanhamento por
profissional habilitado é o que deixa a população acomodada na posição de médico e paciente
ao mesmo tempo.

2.8 PIRACETAM

O piracetam, o protótipo das chamadas drogas "nootrópicas" é um fármaco


molecularmente derivado do Ácido Gama-amino-butírico (GABA). Foi sintetizado na Bélgica,
por Giurgea nos Laboratórios da Union Chimique Belge (UCB) e está em uso clínico desde
1972 (NOVARTIS, 2014).
O piracetam é indicado para tratamento sintomático da síndrome psico-orgânica cujas
características melhoradas pelo tratamento são: alterações da atenção falta de direção e perda
de memória. Tratamento de acidente vascular cerebral e de suas sequelas, como afasia
(enfraquecimento ou perda do poder de captação, de manipulação e por vezes de expressão de
palavras). Tratamento de dislexia em crianças, em associação com medidas apropriadas tais
como logopedia (relacionada a capacidades na fala, linguagem e deglutição). Tratamento de

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vertigem e alterações de equilíbrio associadas, exceto nas vertigens de origem vasomotora ou
psíquica (PASQUINI, 2015).

2.9 MECANISMOS DE AÇÃO DO PIRACETAM

Apesar de se saber pouco sobre o mecanismo de ação do piracetam, acredita-se que ele
atua como um modulador fraco do receptor AMPA. E que depois da ligação, percebe-se um
aumento tanto na densidade deste receptor nas sinapses quanto do influxo de Ca2+ nas células
neuronais. Estas modificações na membrana pós-sináptica acabam ativando receptores NMDA,
tornando maior a depolarização iniciada pelo receptor AMPA (REQUETIM, 2013).
O Ca2+ atua como importante mensageiro secundário, iniciando várias cascatas de
sinalização intracelular. Uma delas está na origem da potenciação de longo prazo, onde se nota
um crescimento duradouro na amplitude da resposta das células nervosas, método que se pensa
estar associado a um aumento na habilidade de aprendizagem e de memória (REQUETIM,
2013).
Ao adentrar na célula, o Ca2+ se junta a molécula calmodulina, ativando proteínas
cinases, principalmente a proteína cinase cálcio/calmodulina dependente, está proteína
interagirá com os receptores AMPA de duas maneiras:
1. Aumentando da condutividade a íons Na+, por causa da fosforilação dos receptores
AMPA.
2. Aumento da quantidade de receptores prontos a serem ativados, produzido pela
movimentação de receptores AMPA para a membrana.
A nossa capacidade de resposta a estímulos exteriores é aumentada, após todas estas
alterações (REQUETIM, 2013).
Requetim (2013), propôs outro estudo no qual a membrana celular vai ficando menos
fluida com a idade e que o piracetam aumenta essa fluidez perdida, devido à capacidade que
possui em ligar-se aos fosfolipídios da membrana, conseguindo também normalizar os lipídios
contidos nos sinaptossomas.

2.10 EFEITOS COLATERAIS DO PIRACETAM

O piracetam é um fármaco bem tolerado, sendo raramente relatados efeitos adversos


para as doses típicas de 2,4 a 4,8 g/ dia. Ocasionalmente ocorre: ansiedade, agitação, insônia,
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irritabilidade e tremor. É interessante notar que estes mesmos sintomas e/ou efeitos também são
ocasionados quando há excessiva neuroatividade de acetilcolina/glutamato (MALYKH;
SADAIE, 2010).

2.11 GINKGO BILOBA

O Ginkgo Biloba é uma árvore nativa da China, Coréia e Japão, tem um papel importante
na história, como fonte de alimento e na medicina tradicional. É uma das espécies vegetais mais
antigas do mundo, com relatos de prescrição de chás das folhas da árvore para fins medicinais
desde 1436 (DO CARMO FILHO et al., 2010).
Apesar de hoje o princípio ativo do fármaco ser considerado a folha, eram muitas vezes
o fruto e a semente as partes da planta utilizadas para fins medicinais (PEREIRA, 2013). Os
principais constituintes químicos presentes no extrato das folhas de Ginkgo Biloba são os
flavonóides, biflavonóides e os terpenóides lactônicos (ginkgolídeos e bilobalídeos)
(DIAMOND et al., 2000 apud REQUETIM 2013).
Existem registos da utilização do Ginkgo Biloba no tratamento de problemas
gastrointestinais por via oral, nomeadamente em situações de diarreia, nos séculos XV e XVI.
Era também utilizado no tratamento dos membros mais velhos das famílias reais com sinais de
senilidade, em 1578. As suas folhas eram descritas como tónicos cardíacos e pulmonares, sendo
também utilizadas no tratamento tópico de feridas (PEREIRA, 2013).
O primeiro extrato das folhas foi introduzido em 1965 pela firma Dr. Willmar Schwabe
na Alemanha, sob o nome comercial Tebonin®, nas formas farmacêuticas de gotas e drageias,
na sequência de estudos que demonstravam uma marcada atividade vasodilatadora.
Posteriormente, a empresa Schwabe em colaboração com a indústria francesa Beaufour-Ipsen,
desenvolveu um extrato padronizado, mais concentrado e purificado, ao qual chamou Extrato
padronizado de Ginkgo Biloba EGb761® e lançou-o no mercado sob o nome comercial de
Tebonin Forte® e Tanakan®. Este foi o primeiro extrato da planta a aparecer, e que ainda hoje
subsiste, sendo comercializado em mais de 70 países registado sob diferentes nomes comerciais.
O extrato EGb761® tem sido muito abordado em diversos estudos. Muitos referindo-se
ações fisiológicas já conhecidas mas cujos resultados de efetividade in vivo não são
concordantes, como é o caso da demência, enquanto outros pesquisam novas ações fisiológicas,
que podem conduzir a novas aplicações terapêuticas. No entanto, muito falta saber sobre quais
os compostos do EGb761® que exercem uma determinada atividade fisiológica, e a ação dos
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seus constituintes no Sistema Nervoso Central (SNC) ainda não é totalmente compreendida
(PEREIRA, 2013).
Vários estudos clínicos têm sido realizados para estabelecer as reais propriedades do
Ginkgo Biloba e seus extratos. Atualmente o Ginkgo Biloba é indicado em casos onde há um déficit
de fluxo sanguíneo cerebral que podem originar problemas de memória, da função cognitiva, tonturas,
dor de cabeça, vertigens, zumbidos e estágios iniciais de demência como por exemplo Alzheimer e
demências mistas, distúrbios circulatórios e problemas de retina, além de ser usado em diversos
suplementos naturais que afirmam possuir capacidades nootrópica (SCHULZ et al., 2002).

2.12 MECANISMOS DE AÇÃO

O seu mecanismo de ação envolve um aumento na microcirculação sanguínea a nível


cerebral e periférico, na proteção dos tecidos contra o dano oxidativo e um aumento no
metabolismo da glucose. Estudos in vitro, afirmam que o Ginkgo Biloba pode também aumentar
a densidade dos receptores muscarínicos e de serotonina, bem como os níveis de noradrenalina
e adrenalina (DIAMOND et al., 2000 apud REQUETIM 2013).
Os efeitos combinados do Ginkgo Biloba com o piracetam mostram profundos efeitos
sinérgicos sobre as funções de memória cognitiva, de trabalho e desempenho psicomotor, pois
o piracetam modula o efeito do Ginkgo Biloba na memória de trabalho e o Ginkgo Biloba
potencializa os efeitos do piracetam no desempenho psicomotor (ALKURAISHY et al., 2014).

2.13 EFEITOS COLATERAIS

O uso do Ginkgo Biloba, de certa forma aparenta ser seguro, baseando-se em estudos
previamente descritos, onde indica-se que tanto a taxa de efeitos adversos de placebos, quanto
o Ginkgo Biloba, não se diferem de maneira significativa. No entanto, não há evidências
concretas que o Ginkgo Biloba possui eficácia no tratamento de melhoramento cognitivo, e/ou
distúrbios de memória (FILHO, FAKOURY, FERRY,2010).
Raramente podem ocorrer distúrbios gastrointestinais, cefaleia e nos casos de
predisposição alérgica, podem acontecer reações alérgicas cutâneas (hiperemia, edema,
prurido), a possível reação de hipersensibilidade que consistem na ocorrência de espasmos,
câimbras e, em casos de toxicidade aguda, atonia e fraqueza, ou transtornos circulatórios (queda
de pressão artéria, lipotimia, cefaleia) (SILVA, MARCELINO, GOMES, 2010).

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Altas doses de Ginkgo Biloba podem causar agitação branda, diarreia, náuseas, vômitos
e vertigem. Porém, estes efeitos adversos podem ser minimizados pela lenta titulação da dose,
aumentando enquanto ela for tolerada (CLAYTON; STOCK, 2006).

3. METODOLOGIA

3.1 Revisão da Literatura

Acerca da revisão de literatura utilizaram-se os seguintes descritores: estimulantes


cerebrais, substâncias psicoestilumantes, nootrópicos, piracetam, mecanismo de ação do
piracetam, efeitos colaterais do piracetam, Ginkgo Biloba, mecanismo de ação do Ginkgo
Biloba, efeitos colaterais do Ginkgo Biloba, o uso do Ginkgo Biloba como estimulante cerebral,
estresse, estresse em estudantes, depressão, depressão em estudantes, ansiedade, ansiedade em
estudantes, o uso de metilfenidato por estudantes, mecanismo de ação do metilfenidato, efeitos
adversos do metilfenidato, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Para isso,
selecionaram-se artigos científicos entre 1956 e 2019 nas bases de dados: Scielo, Science Direct
e Pubmed. Ainda, foram utilizados dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

3.2 Delimitação do estudo

Trata-se de um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa, o local de


estudo foi uma instituição de ensino superior do município de Rolim de Moura (RO). Foram
utilizados como instrumento para coleta de dados um formulário com 17 perguntas fechadas e
abertas conforme anexo 1 que foram respondidas por estudantes na área da saúde devidamente
matriculados na Instituição de Ensino Superior (IES), de ambos os gêneros entre 18 e 60 anos,
que tiveram interesse em participar da pesquisa.
A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2019, e foram respondidos por
150 estudantes em horário de aula considerando a disponibilidade de cada período. Juntamente
com o formulário foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido conforme Anexo
2.
Foram analisados, o conhecimento em relação aos medicamentos citados no formulário
de pesquisa, a relação do consumo e resultados observados quando aplicado e se o mesmo tem
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observado algum efeito colateral. Os formulários foram entregues e respondidos, sem
intervenção dos investigadores e de forma anônima. O critério de exclusão foi comunicação do
participante de ser portador (a) de algum distúrbio que justificasse o uso prescrito dos
medicamentos metilfenidato, piracetam e Ginkgo Biloba.

3.3 Análise dos dados

Os resultados foram apresentados como porcentagem. O tratamento estatístico dos


dados, incluindo alguns aspectos de análise descritiva e de inferência estatística, foi efetuado
com recurso ao programa Microsoft Excel 2010®. As análises foram realizadas através do
programa GraphPad Prism® versão 7.0 (Windows GraphPad Prism® Software, San Diego/CA,
USA) usando como intervalo de confiabilidade, valores de p < 0.05

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 150 participantes, pode-se observar que o maior percentual de uso está entre o sexo
masculino, com idade predominante de consumo aos 24 anos para ambos os sexos.

FIGURA 1. Porcentual referente a sexo e idade dos estudantes

Masculino sem uso


Frequência Relativa (percentual)

Feminino sem uso


80 Masculino com uso
Feminino com uso
60

40

20

0
18
26
34
42
50
58

18
26
34
42
50
58

18
26
34
42
50
58

18
26
34
42
50
58

Idade (anos)

Fonte: O Autor (2019).

Em relação ao uso de estimulantes cerebrais entre os acadêmicos, se observou a menor


frequência de respostas “Sim” (28%) quando comparado as respostas “Não” (72%), sendo essa
diferença estatisticamente significativa entre o número de usuários e não usuários.
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FIGURA 2. Porcentual de acadêmicos que usa ou já fez uso de estimulantes celebrais

S im 2 8 .0 0 %
N ã o 7 2 .0 0 %

T o ta l= 1 5 0

Fonte: O Autor (2019).

As motivações dos estudantes para o consumo destas substâncias estão elencadas na


figura 3, onde o mais referido é aumentar a capacidade cognitiva com (75,61%) de um total de
42 acadêmicos que utilizam os estimulantes cerebrais.
Sendo o aumento da capacidade cognitiva a principal motivação para o consumo; a
hipótese inicial é confirmada e confere com a tendência observada pelos autores Menezes;
Nomerg; Lenzi (2017) e Graça (2013) que observam esse fato como uma tendência de
comportamento atual, pois as dificuldades que o ensino superior exige podem levar os
estudantes ao uso de substâncias que permitem conciliar as atividades acadêmicas com a vida
pessoal.

FIGURA 3. Motivação para o consumo de estimulantes cerebrais

A u m e n ta r a c a p a c id a d e c o g n itiv a 7 5 .6 1 %
A u m e n ta r a c a p a c id a d e c o g n itiv a e c u r io s id a d e 4 .8 8 %
A u m e n ta r a c a p a c id a d e c o g n itiv a e fis ic a 7 .3 2 %
A u m e n ta r a c a p a c id a d e c o g n itiv a e m e lh o ra r o h u m o r 4 .8 8 %
A u m e n ta r a s e n s a ç ã o d e p ra z e r 2 .4 4 %
C u r io s id a d e 2 .4 4 %
O u tro s 2 .4 4 %

T o ta l= 4 1

Fonte: O Autor (2019).

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O Ginkgo biloba teve a maior prevalência (33,33%) de consumo entre todos os
medicamentos pesquisados (Ginkgo Biloba, metilfenidato e piracetam), seguido do
metilfenidato (19,05%) e piracetam (4,76%).
Atualmente o Ginkgo Biloba é um dos fitoterápicos mais consumido no Brasil, devido
ser à facilidade de acesso e possuir uma gama de produtos com seu princípio ativo, como chás
e cápsulas (LEITE; BRANCO, 2010). E como já observado pelo autor Requetim, (2013), por
ser muito usado em diversos suplementos naturais que afirmam possuir capacidades nootrópica.
Entretanto deve ser ressaltado que (19,05%) dos estudantes relatam ter consumido
metilfenidato, que “teoricamente” é um medicamento de difícil acesso e de venda restrita,
somente com retenção de receita, prevista na portaria 344/1998, fato esse que pode ser
confirmado pelo estudo realizado pelos autores Cordeiro; Pinto (2017) onde os mesmos
observam que a média de consumo de metilfenidato apresenta um número expressivo,
considerando a dificuldade de aquisição por ser uma substância de controle especial.
Além disso, Marcon e outros (2012), apontam que o uso indiscriminado dessa
substância, seja para fins terapêuticos ou não acaba gerando problemas como tolerância e
dependência.
Apesar do autor Requetim (2013) ter mencionado em seu estudo que o piracetam é
utilizado há mais de 30 anos na prática clínica de forma a melhorar o défice cognitivo e o
primeiro da classe a ser descoberto, houve menor frequência de uso (4,76%) entre os
acadêmicos entrevistados.

FIGURA 4. Porcentual dos medicamentos usados

G in k g o B ilo b a 3 3 .3 3 %
M e tilfe n id a to 1 9 .0 5 %
M e tilfe n id a to e G in k g o 9 .5 2 %
M e tilfe n id a to e P ira c e ta m 7 .1 4 %
T o d o s 1 6 .6 7 %
P ir a c e ta m 4 .7 6 %
P ir a c e ta m e G in k g o 9 .5 2 %

T o ta l= 4 2

Fonte: O Autor (2019).

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Dos estudantes que indicaram como motivação para o consumo, o aumento da
capacidade cognitiva (68,29%) indicam não ter tempo suficiente para concluir tarefas
específicas com sucesso como projetos, tese, trabalhos, apresentações, provas entre outros.

FIGURA 5. Você tem tempo suficiente para concluir projetos, tese, trabalhos,
apresentações, provas entre outros?

N ã o 6 8 .2 9 %
S im 3 1 .7 1 %

T o ta l= 4 1

Fonte: O Autor (2019).

No estudo ficou claro o alto índice no consumo de estimulantes cerebrais entre os


estudantes trabalhadores, o qual pode ser justificado pela sobrecarga relatada nas atividades
extracurriculares, que de acordo com Barrón et al. (2010) é um dos possíveis fatores que levam
esses estudantes ao consumo desses estimulantes. Pois Morgan et al. (2016) afirmam que mais
de 80% dos usuários de estimulantes celebrais consideraram o seu uso efetivo para aumento da
concentração e redução do sono.

FIGURA 6. Porcentual de alunos que trabalham fora

N ã o 3 1 .7 1 %
S im 6 8 .2 9 %

T o ta l= 4 1

Fonte: O Autor (2019).

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Conforme a figura 7. Observa-se uma relação entre o consumo de psicoestimulantes e
efeitos esperados entre os estudantes, o que possivelmente os levam a continuarem usando para
obter uma resposta positiva no decorrer de suas atividades acadêmicas.

FIGURA 7. Porcentual de alunos que sentem melhora no seu rendimento acadêmico com
o uso de estimulantes cerebrais

N ã o . G in k g o B ilo b a 1 3 .5 1 %
N ã o , to d o s 1 6 .2 2 %
N ã o , M e tilfe n id a to e P ir a c e ta m 2 .7 0 %
N ã o , P ir a c e ta m 5 .4 1 %
S im , G in k g o 1 8 .9 2 %
S im , M e tilfe n id a to 1 8 .9 2 %
S im , to d o s 8 .1 1 %
S im , P ira c e ta m 8 .1 1 %
S im , P ir a c e ta m e G in k g o 8 .1 1 %

T o ta l= 3 7

Fonte: O Autor (2019).

Devido os estudantes trabalhadores terem o cotidiano corrido, acredita-se que por meios
alternativos, buscam utilizar medicamentos por conta própria. A automedicação também foi um
parâmetro analisado entre os estudantes universitários, tendo em vista que (23,81%) dos
estudantes fazem uso de Ginkgo Biloba sem prescrição medica, seguido de (14,29%) para os
usuários de metilfenidato.
Sendo assim, a apresentação dos dados da figura 8. Confirma os estudos de Cordeiro;
Pinto (2017), de que o consumo de estimulantes cerebrais sem prescrição médica está presente
entre os estudantes universitários brasileiros.
Há uma grande preocupação em relação aos universitários que fazem uso de
medicamento sem orientação médica, pois a grande maioria visa somente os benefícios não se
preocupando com os malefícios que o medicamento pode trazer quando há automedicação
(PASTURA; MATTOS, 2004).
Reforça assim a importância de implementar medidas preventivas nas faculdades,
evitando comportamentos de risco, pois mesmo esses estudantes desfrutando de conhecimentos
relacionados à saúde se torna necessário a conscientização com relação ao uso indiscriminado
desses medicamentos, uma vez que essa pratica pode gerar danos irreversíveis a saúde.

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FIGURA 8. O seu uso é feito sob prescrição médica?

N ã o , G in k g o B ilo b a 2 3 .8 1 %
N ã o , M e tilfe n id a to 1 4 .2 9 %
N ã o , M e tilfe n id a to e G in k g o 4 .7 6 %
N ã o , to d o s 9 .5 2 %
N ã o , M e tilfe n id a to e P ir a c e ta m 7 .1 4 %
N ã o , P ir a c e ta m 4 .7 6 %
N ã o , P ir a c e ta m e G in k g o 1 1 .9 0 %
S im , G in k g o B ilo b a 9 .5 2 %
S im , M e tilfe n id a to 9 .5 2 %
S im , M e tilfe n id a to e G in k g o 2 .3 8 %
S im , M e tilfe n id a to e P ir a c e ta m 2 .3 8 %

T o ta l= 4 2

Fonte: O Autor (2019).

De uma totalidade de 42 estudantes (30,95%) alegam conhecer o mecanismo de ação do


Ginkgo Biloba e (19,05%) alegam conhecer o mecanismo de ação de todas as substâncias
referidas, como observado na figura 9.

FIGURA 9. Porcentual de acadêmicos que conhece o mecanismo de ação dos estimulantes


cerebrais

N ã o , G in k g o B ilo b a 2 .3 8 %
N ã o , M e tilfe n id a to 1 6 .6 7 %
N ã o , to d o s 2 .3 8 %
N ã o , P ir a c e ta m 2 .3 8 %
S im , G in k g o B ilo b a 3 0 .9 5 %
S im , M e tilfe n id a to 4 .7 6 %
S im , M e tilfe n id a to e G in k g o 4 .7 6 %
S im , M e tilfe n id a to e P ir a c e ta m 4 .7 6 %
S im , to d o s 1 9 .0 5 %
S im , P ira c e ta m 4 .7 6 %
S im , P ira c e ta m e G in k g o 7 .1 4 %

T o ta l= 4 2

Fonte: O Autor (2019).

Quando questionados sobre os efeitos colaterais obtidos, (26,32%) afirmam que o


Gingko Biloba não causou efeitos colaterais, enquanto (2,63%) alegam ter apresentado.
Diferentemente dos usuários de Gingko Biloba (21,05%) dos usuários do metilfenidato
apresentaram efeitos colaterais enquanto (7,89%) afirmaram não terem apresentado, já os
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usuários do piracetam (7,89%) disseram não terem apresentado efeitos colaterais e (2,63%)
terem apresentado.

FIGURA 10. Porcentual de acadêmicos que apresentou algum efeito colateral com o uso
de estimulantes cerebrais

N ã o , G in k g o B ilo b a 2 6 .3 2 %
N ã o , M e tilfe n id a to 7 .8 9 %
N ã o , M e tilfe n id a to e G in k g o 2 .6 3 %
N ã o , to d o s 1 5 .7 9 %
N ã o , M e tilfe n id a to e P ir a c e ta m 2 .6 3 %
N ã o , P ir a c e ta m 7 .8 9 %
N ã o , P ira c e ta m e G in k g o 7 .8 9 %
S im , G in k g o B ilo b a 2 .6 3 %
S im , M e tilfe n id a to 2 1 .0 5 %
S im , to d o s 2 .6 3 %
S im , P ira c e ta m 2 .6 3 %

T o ta l= 3 8

Fonte: O Autor (2019).

Quando questionados sobre os efeitos colaterais apresentados, se destacaram boca seca,


nervosismo, insônia e náusea (23,08%), seguido de cefaleia e taquicardia (7,69%), sendo ainda
relatadas a ocorrência de “outros” efeitos (15,38%) do total de estudantes que afirmaram usar
estimulantes cerebrais.
Chávez Gutiérrez et al. (2013), realizaram um estudo com 1950 estudantes
universitários, e verificaram que (25 %) dos casos os estudantes citaram não saberem dos efeitos
colaterais que os estimulantes cerebrais poderiam causar, já (75%) eram cientes desses efeitos,
mas continuaram utilizando substâncias psicoestimulantes por apreciarem seus efeitos, como
por exemplo, aumento do tempo de vigília e aumento da concentração.

FIGURA 11. Porcentual dos efeitos colaterais apresentados

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T a q u ic a r d ia , G in k g o 7 .6 9 %
B o c a s e c a , n e r v o s is m o , in s ô n ia , M e tilfe n id a to
2 3 .0 8 %
C e fa lé ia , M e tilfe n id a to 7 .6 9 %
C e fa lé ia , G in k g o 7 .6 9 %
N á u s e a , M e tilfe n id a to 1 5 .3 8 %
N á u s e a e In s o n ia ,T o d o s 2 3 .0 8 %
O u tro s 1 5 .3 8 %

T o ta l = 1 3

Fonte: O Autor (2019).

Quando analisado o risco-benefício, muitos estudantes optam por sentir os efeitos


colaterais, visando apenas os possíveis benefícios que os medicamentos podem trazer. Na
pesquisa realizada 27 dos estudantes relataram continuar fazendo o uso de estimulantes
cerebrais mesmo sentindo efeitos colaterais, alegando terem preenchimento das necessidades
acadêmicas, (14,81%) continua utilizando Ginkgo Biloba, e (11,11%) continuam utilizando
metilfenidato e piracetam.
Mota; Pessanha (2014) relatam que a maioria dos universitários já apresentou algum
tipo de efeito colateral, e mesmo assim pretendem continuar utilizando o medicamento até o
término do curso. Ressaltam ainda que as anfetaminas são consideradas drogas de abuso e a
uma alta probabilidade de dependência a esse tipo de drogas.

FIGURA 12. Mesmo apresentando estes sintomas, continua fazendo uso dos estimulantes
cerebrais de acordo com suas necessidades na faculdade?

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N ã o , G in k g o B ilo b a 1 4 .8 1 %
N ã o , M e tilfe n id a to 7 .4 1 %
N ã o , M e tilfe n id a to e G in k g o 3 .7 0 %
N ã o , to d o s 7 .4 1 %
N ã o , M e tilfe n id a to e P ir a c e ta m 7 .4 1 %
N ã o , P ira c e ta m e G in k g o 3 .7 0 %
S im , G in k g o B ilo b a 1 4 .8 1 %
S im , M e tilfe n id a to 1 1 .1 1 %
S im , to d o s 1 1 .1 1 %
S im , P ir a c e ta m 1 1 .1 1 %
S im , P ir a c e ta m e G in k g o 7 .4 1 %

T o ta l= 2 7

Fonte: O Autor (2019).

Na apuração geral, 36 estudantes relataram que já apresentaram em algum momento da


vida ansiedade, estresse ou depressão, sendo que (13,89%) apresentaram sintomas de
ansiedade, e (19,44%) apresentaram ansiedade e estresse no mesmo período.
Essas comorbidades apresentadas acometem os estudantes que com início da vida
acadêmica tendem a sentir-se sobrecarregados com a nova rotina, comprometendo assim a
concentração, o que os levam muitas vezes a buscar por si próprios alternativas que melhorem
sua performance acadêmica.

FIGURA 13. Porcentual de acadêmicos que já apresentou em algum momento da vida,


ansiedade, estresse ou depressão

S im , A n s ie d a d e e D e p re s s ã o 5 .5 6 %
N ã o , A n s ie d a d e e E s tre s s e 1 9 .4 4 %
S im , A n s ie d a d e e E s tre s s e 5 .5 6 %
N ã o , to d o s 1 1 .1 1 %
S im , to d o s 2 2 .2 2 %
N ã o , A n s ie a d e 1 1 .1 1 %
S im , A n s ie d a d e 1 3 .8 9 %
N ã o , E s tre s s e 1 1 .1 1 %

T o ta l= 3 6

Fonte: O Autor (2019).


Dentre os 37 estudantes que responderam possuírem histórico familiar de depressão,
ansiedade e estresse, (29,73%) disseram sim para todos, enquanto (21,62%) relataram histórico
de ansiedade, (18,92%) de depressão e com menor número (5,41%) de estresse.
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Os valores mais expressivos de histórico familiar para ansiedade confirmam o que autor
ALVES (2014), cita em seu estudo, de que a ansiedade é tratada como emoção normal da
vivência humana.
Os autores Lafer et al, (2000) afirmam que o fator genético-hereditário seguramente está
presente em muitos casos de depressão de forma clara, contudo, o que parece ser herdado é uma
tendência para um funcionamento bioquímico anormal em algumas regiões cerebrais, esse
funcionamento anormal compactua para o desenvolvimento da depressão. O autor ainda propõe
que, grande parte dos casos de depressão parece ser geneticamente transmitida e quimicamente
produzida.

FIGURA 14. Histórico famiiar de ansiedade, estresse ou depressão.

A n s ie a d e 2 1 .6 2 %
A n s ie d a d e e D e p re s s ã o 8 .1 1 %
A n s ie d a d e e E s tr e s s e 1 3 .5 1 %
T o d o s , 2 9 .7 3 %
D e p r e s s ã o 1 8 .9 2 %
E s tr e s s e 5 .4 1 %
E s tre s s e e D e p re s s ã o 2 .7 0 %

T o ta l= 3 7

Fonte: O Autor (2019).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo avaliar os hábitos de consumo de estimulantes cerebrais
entre os futuros profissionais da área da saúde de uma instituição de ensino superior do municio
de Rolim de Moura- RO, sendo possível observar que dos 150 entrevistados (28.00%) usam os
fármacos Ginkgo Biloba, metilfenidato e piracetam como recurso para potencializar o
desempenho cognitivo.
Os resultados sugerem que na maioria dos casos os estimulantes cerebrais são
adquiridos sem prescrição médica e para fins não recomendados pelo fabricante, podendo
representar um grave problema de saúde pública. Ressalta-se ainda que o mecanismo de ação
dos mesmos não foram totalmente elucidados, o que torna tal situação mais agravante a quem
faz o uso sem prescrição.

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O estudo ainda apontou um alto índice no consumo de estimulantes cerebrais por
estudantes trabalhadores, justificado pelo cotidiano corrido e sobrecarga das atividades
extracurriculares acadêmicas, fatores esses que levam a hábitos que podem prejudicar a saúde
dos mesmos.
Sendo assim, conclui-se que diante dos riscos ocasionados pelo consumo de
psicoestimulantes, e as barreiras impostas durante a graduação as universidades devem se
atentar as situações de risco, buscando direcionar os estudantes a fazer uso correto de qualquer
substância que estimule o SNC, já que em doses frequentes ou altas, poderão causar
dependência e comprometer o bem-estar e a qualidade de vida do indivíduo, dessa forma torna-
se necessário a escolha de métodos adequados para melhorar o desempenho acadêmico dos
estudantes.

REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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ANEXO 1 - Questionário de pesquisa: O Uso indiscriminado de Metilfenidato, Piracetam


e Ginkgo Biloba entre estudantes de uma instituição de ensino superior do município de
Rolim de Moura (RO).

Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem. Idade: ______ Período: ____

1. Você conhece e/ou já ouviu falar dos medicamentos Metilfenidato (Ritalina),


Piracetam e Ginkgo Biloba comumente utilizados como estimulantes cerebrais?
( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja sim, prossiga. Caso contrário pode encerrar as respostas.

2. Já fez uso de algum dos medicamentos citados a cima?


( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja sim, prossiga. Caso contrário pode encerrar as respostas.

3. Caso sua resposta seja sim, qual?


( ) Metilfenidato (Ritalina) ( ) Piracetam ( ) Ginkgo Biloba

4. O seu uso é feito sob prescrição médica?


Metilfenidato Piracetam Ginkgo Biloba
( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

5. Conhece o mecanismo de ação dos medicamentos?


Metilfenidato Piracetam Ginkgo Biloba
( )Sim ( )Não ( )Sim ( )Não ( )Sim ( )Não

6. Qual a motivações para o consumo desses medicamentos?


( ) Aumentar a capacidade cognitiva (memoria, atenção, raciocínio)
( ) Aumentara a capacidade física

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( ) Curiosidade
( ) Diminuir o estresse
( ) Melhorar o humor
( ) Aumentar sensações e prazer
( ) Compensar a privação de sono
Outros:____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

7. Você trabalha fora?


( ) Sim ( ) Não

8. É casado (a) e/ou ajuda nas despesas familiar?


( ) Sim ( ) Não

9. Já apresentou em algum momento da vida, ansiedade, estresse ou depressão? Se sim


qual?
( ) Ansiedade ( ) Estresse ( ) Depressão

Se sim, em algum momento procurou ajuda e/ou orientação de um médico profissional?


( ) Sim ( ) Não

10. Tem histórico familiar de ansiedade, estresse ou depressão? Se sim qual?


( ) Ansiedade ( ) Estresse ( ) Depressão

11. Você tem tempo suficiente para estudar para tarefas, projetos, tese, trabalhos,
apresentações, provas entre outros?
( ) Sim ( ) Não

12. Você utiliza os medicamentos sempre que precisa estudar?


Metilfenidato Piracetam Ginkgo Biloba
( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

13. Os medicamentos aumentam o seu poder de concentração?


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Metilfenidato Piracetam Ginkgo Biloba
( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

14. Você tem notado melhora no seu rendimento acadêmico com o uso dos medicamentos?
Metilfenidato Piracetam Ginkgo Biloba
( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não
15. Já apresentou algum efeito colateral?
Metilfenidato Piracetam Ginkgo Biloba
( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

16. Se a resposta for sim, quais?


Metilfenidato Piracetam Ginkgo Biloba
( ) Dor de garganta e coriza ( ) Hipercinesia ( ) Distúrbios
( ) Perda de apetite ( ) Nervosismo ( ) Gastrintestinais
( ) Náusea ( ) Aumento de peso ( ) Cefaleias
( ) Boca seca ( ) Taquicardias
( ) Nervosismo ( ) Hemorragias
( ) Cefaleia ( ) Hipotensão
( ) Insônia

Outros:____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

17. Mesmo apresentando esses sintomas, continua fazendo uso dos medicamentos de
acordo com suas necessidades na faculdade?
Metilfenidato Piracetam Ginkgo Biloba
( )Sim ( )Não ( )Sim ( )Não ( )Sim ( )Não

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ANEXO 2 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)


Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa: intitulada
“O USO DE METILFENIDATO, PIRACETAM E GINKGO BILOBA –
ESTIMULANTES CEREBRAIS – POR ESTUDANTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE
ENSINO SUPERIOR DE ROLIM DE MOURA (RO)”. Após receber os esclarecimentos e
as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, este documento deverá ser
assinado em duas vias, sendo a primeira de guarda e confidencialidade do Pesquisador (a)
responsável e a segunda ficará sob sua responsabilidade para quaisquer fins.
Em caso de recusa, você não será penalizado (a) de forma alguma. Para participar deste
estudo o Sr (a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Em caso de
dúvida sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com o (as) pesquisador (as) responsável
Adriana Tozzi Martelo, Tamara Marcela Ferreira dos Santos de Freitas, Tatiane Santos
Figueiredo através do telefone: (69) 98415-8217 ou através dos e-mails,
adrianatmgarbo@gmail.com,tamara-rm@hotmail.com, tatianesantosfigueiredo@outlook.com.
A presente pesquisa é motivada em compreender o que leva os estudantes a fazerem o
uso dos estimulantes cerebrais abordados no estudo, identificar possíveis efeitos colaterais dos
mesmos e quantificar o número de estudantes que fazem o uso desses estimulantes cerebrais. O
objetivo desse projeto é coletar e analisar dados sobre o uso de estimulante cerebrais,
metilfenidato, piracetam e ginkgo biloba. Para a coleta de dados será utilizado a aplicação de
um formulário compostos com 11 perguntas fechadas referentes ao tema.
Você será esclarecido (a) sobre a pesquisa em qualquer tempo e aspecto que desejar,
através dos meios citados acima. Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu
consentimento ou interromper a participação a qualquer momento, sendo sua participação
voluntária e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade.
O (s) pesquisador (es) irá (ão) tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo
e todos os dados coletados servirão apenas para fins de pesquisa. Seu nome ou o material que
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Revista Saberes da Faculdade São Paulo – FSP
EDIÇÃO ESPECIAL – ARTIGOS A PARTIR DOS TRABALHOS DE CURSO ORIENTADOS PELA PROFª MARIA
ANTONIA FERNANDES N. DE O. BENATI
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indique a sua participação não será liberado sem a sua permissão. Você não será identificado
(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo.
O (A) Sr (a) não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar. Os dados
e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com os (as) pesquisador (as)
responsável por um período de 5 (cinco) anos, e após esse tempo serão destruídos.

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto, eu


_______________________________________________ estou de acordo em participar da
pesquisa intitulada “O USO DE METILFENIDATO, PIRACETAM E GINKGO BILOBA
– ESTIMULANTES CEREBRAIS - POR ESTUDANTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE
ENSINO SUPERIOR DE ROLIM DE MOURA (RO)”, de forma livre e espontânea,
podendo retirar a qualquer meu consentimento a qualquer momento.
____________, de _____________ de 20___

_____________________________ ____________________________
Adriana Tozzi Martello Assinatura do participante

_____________________________
Tamara Marcela Ferreira dos Santos de Freitas

____________________________
Tatiane Santos Figueiredo

Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 13, n. 1, jun, 2020. ISSN: 2358-0909.

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