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INTRODUÇÃO 27
CAPÍTULO 2. O ESPECIALISTA 41
PARTE II – AS ESPECIALIDADES 77
CAPÍTULO 7. ANESTESIOLOGIA 91
DO DESAFIO DE SE TORNAR
MÉDICO À ESPECIALIDADE
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“
Dr. Pedro Dantas Oliveira
A A Dermatologia é a especialidade
responsável pelo cuidado da pele, maior
órgão do corpo humano, com cerca de
nove quilogramas e dois metros qua-
drados de área em um adulto mediano.
do mundo, apenas superada pela Aca-
demia Americana de Dermatologia.3
Segundo informações do censo der-
matológico 2011, realizado pela SBD, o
Brasil tem a densidade de um derma-
Cabem ao especialista o diagnóstico e o tologista para cada 32.000 habitantes.
tratamento clínico/cirúrgico das doen- Entretanto, sua distribuição é bastante
ças que acometem não somente a pele, irregular no país e entre os Estados, as-
mas também a mucosa e os fâneros (ca- sumindo características metropolitanas.
belos e unhas).1 Além disso, a SBD vem crescendo en-
Há menção às moléstias cutâneas e tre 400 e 500 sócios por ano (6% a 8%),
aos cuidados cosméticos ainda na An- taxa mais acelerada do que a da popu-
tiguidade, em papiros egípcios, com lação brasileira (1% a 1,5%), na última
descrições em Roma, Grécia e na Arábia. década.4
Mas foi na Europa, no fim do século XVI, Para ter o registro da especialidade
que clínicos começaram a definir e ca- perante o Conselho Federal de Medici-
tegorizar os problemas cutâneos.2 Hoje, na, são necessários:
pelo menos 2.000 condições dermatoló-
gicas já foram descritas, e esse número • Três anos de residência médica
continua em crescente aumento.1 com acesso direto em institui-
No Brasil, foi fundada, em 1912, a ção credenciada pela Comissão
Sociedade Brasileira de Dermatologia Nacional de Residência Médica
(SBD), sendo hoje composta por mais (CNRM/MEC)5, ou;
de 6 mil associados, representando a se-
gunda maior sociedade dermatológica • Título de especialista, emitido
pela SBD, após aprovação em exame te- clientes, sem doenças dermatológicas,
órico-prático elaborado pela instituição. que buscam tratamentos estéticos e
Para se submeter a essa prova, por sua uma juventude duradoura.
vez, é necessário que o médico tenha Ter sensibilidade para reconhecer
feito sua formação (residência ou es- transtornos psiquiátricos incipientes
tágio) em uma instituição credenciada (dismorfofobia), contra indicar procedi-
pela SBD ou tenha 06 anos de atividade mentos “impostos” pelos pacientes e en-
comprovada na dermatologia, confor- caminhar para um tratamento específico
me edital do exame.6, 7 requerem habilidades que não são facil-
mente apreendidas em salas de aula.
O ESPECIALISTA E A SUA ROTINA
ROTINA DO DERMATOLOGISTA
Na escolha da especialidade, é im-
portante que sejam considerados os O atendimento ambulatorial é a ro-
interesses e as habilidades pessoais. A tina do dermatologista. Em um estudo
Dermatologia é uma especialidade emi- baseado em 57 mil consultas ambulato-
nentemente visual, e assim, esse tipo de riais dermatológicas, o motivo principal
memória pode auxiliar sobremaneira o foi acne, com 14% dos atendimentos, se-
profissional de tal área. guida pelas micoses superficiais (8,7%),
Curiosidade para fazer uma investi- transtornos da pigmentação (8,4%) e ce-
gação minuciosa e atenção a pequenos ratose actínica (5,1%). A ceratose actínica
detalhes podem determinar um diag- foi a causa de consulta mais frequente no
nóstico muitas vezes difícil. Minúcia e grupo de 65 anos e mais (17,2%), segui-
perfeccionismo são de igual necessi- da pelo carcinoma basocelular (9,8%). A
dade na realização de procedimentos hanseníase foi a vigésima causa em todo
cirúrgicos delicados. Essas habilidades o país, mas a quarta na região Centro-O-
podem ser aperfeiçoadas ou adquiridas este.9
durante um treinamento adequado. O tratamento destas dermatoses
Outra característica importante do mais frequentes faz parte do cotidiano.
dermatologista é sua atitude perante o No entanto, a abordagem da prevenção
paciente. No caso das doenças derma- é obrigatória nas consultas dermatológi-
tológicas, as lesões expostas têm um cas. Não somente uma avaliação minu-
impacto social e na qualidade de vida, ciosa a fim de flagrar lesões iniciais com
levando à alteração de humor e do es- risco neoplásico, mas também a educa-
tado emocional. Compreendê-los, nesse ção sobre o uso de fotoprotetores e ris-
contexto, e colaborar para a sua melhora cos da exposição solar excessiva.
biopsicossocial diferenciam considera- Procedimentos cirúrgicos ambulato-
velmente um bom profissional. riais de pequena complexidade, como
Outro perfil frequentemente obser- biópsias cutâneas, cauterizações, crio-
vado nos consultórios é dos pacientes/ terapias (congelamento com nitrogênio
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