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INTRODUÇÃO À QUÍMICA FORENSE

 Curso de Extensão
 Duração – 32h
 Início: 06/09
 Término: 01/11
 Sextas: 08 às 12h.
 Prof. Fábio Barbosa Teixeira
 Módulos: Entorpecentes – Balística – Papiloscopia – Local de
Crime
Introdução

Química Forense pode ser definida como a ciência que se encarrega da


análise, classificação e determinação de elementos ou substâncias
encontradas nos locais de averiguação ou ocorrência de um delito ou que
podem estar relacionados a este.

A aplicação dos conhecimentos da Química Forense também pode


subsidiar decisões de natureza judicial, que ocorrem em outra esferas, como
questões trabalhistas, relativas ao meio ambiente, a defesa do consumidor,
entre outras.
Introdução
Em quase todos os casos (exceto da área cível), o trabalho é
desenvolvido por um Perito Criminal (Perito Oficial).
Carreira exige em 100% dos casos Curso Superior (diversas áreas)
Introdução 

 A única forma de acesso é através de Concurso Público: Polícia


Federal ou em cada Estado da Federação e no Distrito Federal
 Em alguns Estados, a Perícia está na Estrutura da Secretaria de
Segurança (na Polícia Civil ou como Polícia Científica). Em outros, os
Institutos de Criminalística não pertencem à área de segurança (não
são policiais)
Introdução

Graduação ou pós-graduação:
O perito precisa ter curso superior. O diploma pode
vir de várias áreas, como Química, Física, Biologia,
Medicina, Odontologia, Farmácia, Biomedicina,
Engenharias diversas, Contabilidade, Informática,
Medicina Veterinária.
Nota: Formações exigidas para o Estado do RJ
Introdução
Introdução
Áreas da Perícia Criminal
 Perícias em Locais de Crimes
 Perícias de Engenharia
 Perícias de Áudio e Imagem
 Perícias de Contabilidade
 Perícias de Informática
 Perícias de Armas de Fogo
 Perícias de Documentos
 Perícias de Merceologia
 Perícias de Contrafação
 Perícias de Química
MÓDULO 01

ENTORPECENTES E PSICOTRÓPICOS
 Drogas ilícitas de abuso
 Legislação
O trabalho do Perito
 Análise de entorpecentes
Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no
organismo modifica suas funções.
 As anfetaminas utilizadas para emagrecimento, o álcool e o tabaco também
são drogas, porém as anfetaminas são drogas de controle especial e álcool e
tabaco são drogas lícitas.
 Drogas ilícitas são aquelas proibidas pela Legislação.
 Lei Anti-drogas nº 11.343/2006
 Uma das principais aplicações da Química Forense na área criminal é na
Identificação de drogas de abuso
 Narcóticos ou Entorpecentes: A definição de narcótico possui o seu significado atrelado à substância
entorpecedora, uma referência a uma variedade de substâncias que fazem adormecer, reduzem ou eliminam a
sensibilidade (chama-se esse estado de narcose).
 As drogas psicoativas são as que atuam no sistema nervoso central (SNC). Dentre elas, há um grupo denominado
de drogas psicotrópicas, formado por aquelas que podem gerar abuso e dependência.
 COMO FUNCIONA UM PSICOATIVO NO CÉREBRO
Os neurônios enviam e recebem mensagens na forma de sinais elétricos e estímulos químicos, promovendo a
passagem de informação. Essas substâncias liberadas são chamadas de neurotransmissores. As drogas, por serem
moléculas de estrutura semelhante a muitos deles, agem exatamente sobre essa comunicação entre os neurônios,
alterando a atuação dos neurotransmissores.
 Entorpecentes e Psicotrópicos
 Entorpecente – causa torpor, reprime, entorpece,
causa sensação de embriaguez, causa
dependência.
 Psico vem de psique = mente; Trópico vem de
tropismo = ação de aproximar (a sua ação se dá
no cérebro).
 Psicotrópicas – agem no Sistema Nervoso Central
(SNC) produzindo alterações de comportamento,
humor e cognição e levam à dependência.
Dividem-se em psicoléticos (tranquilizantes),
psicoanaléticos (estimulantes) e os psicodisléticos
(alucinogênicos).
As drogas psicotrópicas são classificadas da seguinte forma de acordo com
Chalout (1971):
 Estimulantes da atividade do SNC: Estimulam o funcionamento do
SNC fazendo com que a pessoa que a utilizou fique mais “ligada”, agitada,
“elétrica”, sem sono e sem apetite. As principais drogas que pertencem a
esta categoria são as anfetaminas (medicamentos para emagrecer,
“rebites”), cocaína/crack e tabaco.
 Depressores da atividade do SNC: Diminuem o ritmo de
funcionamento do SNC, fazendo com que seus consumidores fiquem mais
“devagar”, e sonolentos. Exemplos: álcool, benzodiazepínicos
(medicamentos para a ansiedade), opiáceos e inalantes.
 Perturbadores da atividade do SNC: Modificam a percepção da
realidade e fazendo com que os consumidores tenham uma percepção
“perturbada” de si e do meio. Esses fenômenos são parecidos aos que
ocorrem em doenças mentais como as psicoses e estas drogas induzem
alucinações, delírios e ilusões. Exemplos: LSD, ecstasy, maconha, alguns
cogumelos e peiote.
Estruturas de algumas
drogas estimulantes do
SNC

Cloridrato de cocaína (pó) Crack (base livre)


Opiáceos
Estruturas de algumas drogas
depressoras do SNC

Benzodiazepínicos
Estruturas de algumas drogas
perturbadoras do SNC

THC - Tetrahidrocanabinol

MDMA (Ectasy)
 LEI ANTIDROGAS
 LEI No 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

 Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como


drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar
dependência, assim especificados em lei ou relacionados
em listas atualizadas periodicamente pelo Poder
Executivo da União.

 Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta


Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista
mencionada no preceito, denominam-se drogas,
substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e
outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS no 344,
de 12 de maio de 1998.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
PORTARIA N.º 344, DE 12 DE MAIO DE 1998
(D.O.U de 31/12/1998)

 Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e


medicamentos sujeitos a controle especial.

 Link da Anvisa com as atualizações da Lista de substâncias


sujeitas a controle especial no Brasil
http://portal.anvisa.gov.br/lista-de-substancias-sujeitas-a-controle-
especial?p_p_id=56_INSTANCE_7VHNkwfESeQL&p_p_lifecycle=0&p_p_s
tate=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-
2&p_p_col_count=1
 LISTA – A1 - Lista Das Substâncias Entorpecentes
(Sujeitas a Notificação de Receita "A” – Ex.: ópio, morfina)
 LISTA - A3 - Lista Das Substâncias Psicotrópicas
(Sujeita a Notificação de Receita "A” – Ex.: anfetamina,
metanfetamina)
 Lista D1 – Lista de Substâncias precursoras de Entorpecentes
ou Psicotrópicos

 LISTA - E - Lista De Plantas Que Podem Originar Substâncias


Entorpecentes e/ou Psicotrópicas (ex.: Cannabis sativa L.)

 LISTA F1 - Substâncias Entorpecentes de Uso Proscrito no


Brasil (Ex.:cocaína)

 LISTA F2 - Substâncias Psicotrópicas de Uso Proscrito no


Brasil (Ex.: MDMA, LSD, THC, DOB)
Código de Processo Penal
 Art. 159: “O exame de corpo de delito e outras
perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior. (Redação
dada pela Lei nº 11.690, de 2008 – antes disso
eram dois Peritos)”.

 Art. 170:“Nas perícias de laboratório, os


peritos guardarão material suficiente para a
eventualidade de nova perícia (amostragem ou
contraprova). Sempre que conveniente, os
laudos serão ilustrados com provas fotográficas,
ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.”
LEI No 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006
 A destruição de drogas far-se-á por incineração,
no prazo máximo de 30 (trinta) dias, guardando-
se as amostras necessárias à preservação da
prova.
 A incineração prevista no § 1o deste artigo será
precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público, e executada pela autoridade
de polícia judiciária competente, na presença de
representante do Ministério Público e da
autoridade sanitária competente, mediante auto
circunstanciado e após a perícia realizada no local
da incineração.
LEI No 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006
 Para efeito da lavratura do auto de prisão em
flagrante e estabelecimento da materialidade do
delito, é suficiente o laudo de constatação da
natureza e quantidade da droga, firmado por
perito oficial ou, na falta deste, por pessoa
idônea. (LAUDO PRÉVIO)
 O perito que subscrever o laudo a que se refere o
§ 1 deste artigo não ficará impedido de participar
da elaboração do laudo definitivo.
Análise de Materiais suspeitos de serem Entorpecentes/Psicotrópicos
Descrição de embalagens de materiais entorpecentes
 Pequenas embalagens confeccionadas com sacos de plástico
incolor, parcialmente cobertas com retalho de papel branco com
inscrições carimbadas em azul “....”, fechadas com grampos
metálicos.
 Pequenos sacos de plástico incolor, semelhantes, fechados por nó
feito dos próprios sacos.
 Pequenas cápsulas cilíndricas, de base afunilada, confeccionadas
em plástico incolor, dotadas de tampa plástica presa às
embalagens e que proporciona fechamento por pressão
Maconha – Erva Cannabis sativa L.
 Planta de origem asiática
 Registros de uso terapêutico na China em 2723 a.C.
 Chegada na Europa no século XVIII.
 No século XIX passou a ser usada por artistas e escritores
 Droga ilícita mais usada nos EUA
 Fonte de fibras para confecção de roupas, redes de pesca, cordas e
extração de óleo há milhares de anos (>3500 anos)
 Sinônimos: marihuana, hemp, pot, cânhamo, daga, diamba, ganjá,
hanvre
 Possui diversas variedades (indica, ruderalis, spontanea, kafiristanca)
 Produção rende dois produtos principais: a erva (flores / folhas) e a
resina (Haxixe)
 Uso devido ao caráter psicoativo
Maconha – Erva Cannabis sativa L.
 Foi Napoleão Bonaparte quem criou a primeira lei proibindo a
cannabis, nome científico da planta. Isso aconteceu quando o general
francês conquistou o Egito em 1798. Napoleão alegava que, ao
consumir o produto, os egípcios ficavam mais violentos. Três décadas
depois, em 1830, o Brasil também se tornaria pioneiro no assunto,
quando a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por meio do Código de
Posturas Municipais, criou restrições ao comércio e ao consumo do
“pito do pango”, expressão usada para definir a cannabis à época,
relata Rowan Robinson no “O Grande Livro da Cannabis“.
 Na década de 1930, vários países criaram leis proibindo o consumo e o
comércio da cannabis, entre eles: África do Sul, Jamaica (na época
colônia inglesa), Reino Unido, Nova Zelândia, Brasil e principalmente,
os Estados Unidos.
Maconha – Erva Cannabis sativa L.

Formas de Apresentação
Maconha – Cannabis sativa L.
Maconha – Cannabis sativa L.
Maconha – Cannabis sativa L.
Maconha – Cannabis sativa L.
Maconha – Cannabis sativa L.
Maconha – Cannabis sativa L.

Flores femininas após


secagem, prontas para o
consumo (“camarão”)
Maconha – Cannabis sativa L.
 Até a época da floração, as plantas masculina e feminina produzem resina de
forma quase igual, mas depois que o pólen é derramado, as plantas masculinas
morrem.
 Plantas femininas são selecionadas para a produção ilegal de Cannabis.
 A quantidade máxima de resina ocorre nas espécimes fêmeas, especialmente nas
flores não fertilizadas e consequentemente não produzem sementes (Skunk,
“Sinsemilla”, “White Widow”).
 As propriedades alucinógenas estão concentradas nas resinas, produzidas pelos
tricomas glandulares.
Maconha – Cannabis sativa L.
Maconha – Cannabis sativa L.

Produzida pelo nosso


próprio cérebro com o
intuito de modular e regular
Nabilona, diversos aspectos do
Rimonabanto comportamento e do
funcionamento do sistema
nervoso central
Maconha – Cannabis sativa L.
 Canabinóides de Origem Vegetal
 In natura, 95% dos canabinoides estão sob a forma de
ácidos carboxílicos (posição 2 e 4)

 São farmacologicamente inativos


 Sofrem descarboxilação para formar o D-9-THC
 Ressecamento / Estocagem / Pirólise (principalmente)
Maconha – Cannabis sativa L.
Maconha – Cannabis sativa L.

Estruturas de
Alguns dos
principais
Canabinoides
Maconha – Cannabis sativa L.
Maconha – Cannabis sativa L.
Maconha – Cannabis sativa L.
MANUAIS DE ANÁLISE DE DROGAS – UNODC - ONU
PERÍCIA É CIÊNCIA, NÃO É MÁGICA, NUNCA
SE ESQUEÇAM DISSO!!!!!!!!!!
MANUAIS DE ANÁLISE DE DROGAS – UNODC - ONU
MANUAIS DE ANÁLISE DE DROGAS – UNODC - ONU
Maconha - Identificação
 ANÁLISE MORFOLÓGICA : Aspectos físicos da planta ou partes
 Análise estereoscópica – reconhecimento da erva e dos
frutos (microscópio)
Maconha - Identificação
Maconha - Identificação
Maconha - Identificação
Técnicas e Métodos
 A utilização em um determinado momento dos métodos
clássicos ou instrumentais, dependerá obviamente de
dois fatores principais: adequação do método ao
problema em questão e disponibilidade dos recursos
necessários.
 Métodos Clássicos de Análise Qualitativa
- testes colorimétricos para substâncias entorpecentes
e psicotrópicas
- técnica de Cromatografia em Camada Fina quando
necessário e disponível
 Método instrumental - Análise instrumental qualitativa
utilizando equipamentos analíticos.
Maconha - Identificação
Identificação de Canabinóides – Testes Colorimétricos
Identificação de Canabinóides – Testes Colorimétricos
Teste de Duquenois diretamente na amostra
 Acrescentar 3 gotas de solução de vanilina.
 Adicionar 2 gotas de solução de aldeído acético.
 Adicionar 3 gotas de ácido clorídrico concentrado.
 O aparecimento de cor azul indica a presença de canabinóides.
Teste de Duquenois
 •Proceder a extração no material com éter de petróleo.
 •Evaporar o solvente, sem aquecimento.
 •No tubo de ensaio ou em placa de toque adicionar pequena quantidade do material suspeito.
 •Acrescentar 3 gotas de solução de vanilina.
 •Adicionar 2 gotas de solução de aldeído acético.
 •Adicionar 3 gotas de ácido clorídrico concentrado.
 •O aparecimento de cor azul-violeta indica a presença de canabinóides.
 •Se o teste for realizado e logo após adicionado clorofórmio, a cor normalmente fica violeta.
Identificação de Canabinóides – Testes Colorimétricos
 Quantidades pequenas como 0,1g ou menores ainda como por exemplo, quando
misturadas ao tabaco (fumo comum) dão resultado Positivo para Duquenois.
 Mesmo se a erva estiver queimada em cigarros artesanais, o teste de Duquenois
inicialmente resulta numa coloração vermelha, que pode passar lentamente para azul ou
permanecer na cor vermelha. Isto é resultado POSITIVO.
 Se a maconha estiver muito velha e não fizer extração com solvente orgânico apropriado,
o resultado pode aparecer verde, diferente do resultado esperado azul, mesmo sendo
maconha. Aí procede-se a extração com éter de petróleo.

Produto da reação de Duquenois


Identificação de Canabinóides – Testes Colorimétricos
Identificação de Canabinóides – Testes Colorimétricos
Testes com Fast Blue B e Fast Corinth V
 Acrescentar 1 a 2 mL de clorofórmio e agitar.
 Adicionar uma pequena quantidade do sal Fast Blue B ou Fast Corinth V e 1mL de solução
de NaOH 5%, agitar e esperar a mistura se separar.
 O aparecimento de cor vermelha (camada inferior – clorofórmica) indica a presença de
canabinóides.
Identificação de Canabinóides – Testes Colorimétricos
 A reação cromática de Fast Blue B e Fast Corinth V foi atribuída à natureza fenólica da
molécula dos canabinoides.
 A coloração formada é resultado da combinação de cores produzidas pela reação com
diferentes canabinoides (THC = vermelho, canabinol = púrpura, canabidiol = laranja).

Fast Corinth V Fast Blue B

Produto da reação
Recomendações mundiais sobre análise de Drogas
 SWGdrugs – Grupo de Trabalho Científico para Análise de Drogas Apreendidas –
Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
 Participam pesquisadores forenses do mundo todo, para concluir sobre a
identificação de um material suspeito de ser uma droga ilícita, o Perito deve realizar
métodos de identificação, que são classificados em categoria A, B e C.
 Sendo os de categoria A, técnicas avançadas na identificação de substâncias como
por exemplo Espectrometria de Massas, GCMS (Cromatografia Gasosa Acoplada a
Espectrometria de Massas) ou Espectrometria Raman. E que somente uma análise da
categoria A é suficiente para concluir a identificação da droga.
 Dentre os métodos classificados na categoria B, encontram-se a Microcristalização
com ácido cloroplatínico, Cromatografia Gasosa, Cromatografia Líquida e a Técnica
de Cromatografia em Camada Fina.
 Dentre os métodos classificados como categoria C encontram-se os testes
colorimétricos,determinação de Ponto de Fusão e Espectroscopia de Ultravioleta.
 E segundo a recomendação do SWGdrugs, os laboratórios que não dispõem de
nenhuma técnica da categoria A, devem realizar três métodos de identificação,
sendo destes três, pelo menos dois da categoria B.
ANÁLISE INSTRUMENTAL – TÉCNICAS USADAS
ANÁLISE CLÁSSICA – TÉCNICA MAIS USADA
Cromatografia em Camada Delgada ou Fina (CCD ou CCF)
Técnica de adsorção que utiliza um líquido e um sólido. Ocorre a
retenção das substâncias devido a adsorção sofrida na superfície da
fase estacionária. Utiliza-se uma placa de vidro ou metal como
suporte e geralmente sílica gel, como fase estacionária.
Thin-layer chromatography (TLC)
 “There are a number of TLC methods for the qualitative and semi-
quantitative analysis of cannabis, using a variety of different stationary
phases (TLC plates) and solvent systems, and slightly different sample
preparation and spot visualization techniques” (UNODC).
ANÁLISE INSTRUMENTAL – TÉCNICAS USADAS
 Gas chromatography-flame ionization detection (GC-FID), without and with
derivatization.

 Gas chromatography-mass spectrometry (GC-MS). The GC-MS analysis can be


performed analogous to the GC-FID analysis. Reference spectra of the most
common cannabinoids, in derivatized or underivatized form, are available
in common commercial MS databases.
ANÁLISE INSTRUMENTAL – TÉCNICAS USADAS

Cromatogramas de duas amostras diferentes, com


detetor FID
ANÁLISE INSTRUMENTAL – TÉCNICAS USADAS
Cocaína
 ERYTHROXYLON COCA &
ERYTHROXYLON
NOVAGRANATENSE
 A PALAVRA COCA, DO QUECHUA
(IDIOMA DOS INCAS), SIGNIFICA
“ARBUSTO”.
 A PLANTA CRESCE
NATURALMENTE NAS ENCOSTAS
DOS ANDES, SENDO ORIGINÁRIA
DO PERU E BOLÍVIA.NA BOLÍVIA,
HÁ EM MÉDIA, 45 MIL PÉS DE
COCA POR HECTARE E NO PERU,
25 MIL.
 A COCA PODE SER COLHIDA DE 3
–8 VEZES AO ANO, DEPENDENDO
DA ESPÉCIE E DA ALTITUDE DO
PLANTIO.A SOBREVIDA DE UM
ARBUSTO DE COCA É DE 15 –20
ANOS.
Cocaína

A SECAGEM NÃO DEVE EXCEDER


TRÊS DIAS APÓS A COLHEITA,
QUANDO ENTÃO O PRINCÍPIO ATIVO
COMEÇA A SE DEGRADAR.
Cocaína

O RESULTADO É A
OBTENÇÃO DE
UMA PRIMEIRA
PASTA, VENDIDA
PELOS
AGRICULTORES
AOS
TRAFICANTES.
Cocaína
PROCESSO DE OBTENÇÃO DA PASTA-BÁSICA (TAMBÉM
DENOMINADA PASTA LAVADA OU LIMPA)
 1.DISSOLUÇÃO DA PASTA MARROM COM ÁCIDO SULFÚRICO.
 2.A SOLUÇÃO RECEBE ÁGUA E PERMANGANATO DE POTÁSSIO.
 3.A SOLUÇÃO É FILTRADA E O PRECIPITADO ORIGINADO É
DESCARTADO.
 4.ÁGUA E AMÔNIA SÃO ADICIONADAS E OUTRO PRECIPITADO SE
FORMA.
 5.O PRECIPITADO REMANESCENTE É AQUECIDO, DESIDRATADO E
FRAGMENTADO.
 6.A PASTA CONTÉM 90% DE SULFATO DE COCAÍNA
Cocaína
 PROCESSO DE REFINO (OBTENÇÃO DO CLORIDRATO DE COCAÍNA)
 1.A PASTA DE COCA RECEBE ÉTER ETÍLICO, ORIGINANDO UM PRECIPITADO,
QUE É DESCARTADO POR FILTRAÇÃO.
 2.O FILTRADO REMANESCENTE RECEBE ÁCIDO CLORÍDRICO, ÉTER E
ACETONA, ORIGINANDO UM SEGUNDO PRECIPITADO.
 3.ESSE PRECIPITADO É AQUECIDO E DESIDRATADO, ORIGINANDO O
CLORIDRATO DE COCAÍNA OU COCAÍNA REFINADA.

SUA PUREZA PODE ATINGIR 90%.


Cocaína
Cocaína
Cocaína
Cocaína – Estrutura e Principais componentes

Cocaína Metilecognina Ecognina

Cinamoilcocaína Benzoilecognina Norcocaína


Cocaína - A DIFUSÃO DO CONSUMO
 USO RECREATIVO - SÉCULOS XVIII-XIX

A PARTIR DO SÉCULO XIX, PASSOU A SER


VENDIDA COMO TÔNICO FORTIFICANTE,
TANTO NA FORMA DE VINHOS, QUANTO
NA FORMA DE XAROPES GASEIFICADOS.

 DIFUSÃO DO CONSUMO - ISOLAMENTO DO PRINCÍPIO ATIVO - SÉCULO XIX

SUAS INDICAÇÕES SE
RELACIONAVAM A SUAS
PROPRIEDADES
ANESTÉSICAS LOCAIS E
ESTIMULANTES.
Cocaína - A Difusão do consumo e os casos de dependência
O APARECIMENTO DE CASOS DE USO INDEVIDO, OVERDOSE
E DEPENDÊNCIA, CHAMARAM A ATENÇÃO DA SAÚDE
PÚBLICA
Cocaína - A Proibição – Século XX

• Em 1912, o governo dos Estados Unidos registrou


5.000 mortes relacionadas com a cocaína em um ano

• Em1914, O HARRISON NARCOTIC ACT proibiu a


cocaína nos EUA, tendência seguida por muitos
países, incluindo o Brasil. No final dos anos 20, caiu
no esquecimento, em parte devido ao
aparecimento das ANFETAMINAS.
• A partir dos anos 1970 e fortemente nos 1980,
seu uso volta a se tornar popular, trazendo
consigo seu “primo pobre”, o CRACK,
Cocaína – FORMAS DE APRESENTAÇÃO e de USO
 FOLHAS DE COCA MASCADAS
 MÉTODO DE CONSUMO MAIS COMUM NA REGIÃO DOS ANDES.
 PRATICADO DIARIAMENTE, CONSISTE EM ACONDICIONAR UM BOLO DE FOLHAS DE
COCA ENTRE A BOCHECHA E A GENGIVA, SUGANDO SEU SUCO DURANTE 2 –3 HORAS.
 O MASCADOR DE FOLHAS NÃO BUSCA ALTERAR SEU HUMOR, MAS SIM GANHAR
DISPOSIÇÃO E LIDAR COM A FOME.
Cocaína – FORMAS DE APRESENTAÇÃO e de USO
PASTA-BÁSICA (SULFATO DE COCAÍNA)
 CONTÉM CERCA DE 90% DE SULFATO DE COCAÍNA.
 DESCONHECIDA NA AMÉRICA ANDINA ATÉ OS ANOS 70, É HOJE A PRINCIPAL
FORMA DE CONSUMO COCAÍNA NOS PAÍSES PRODUTORES.
 É FUMADA EM CACHIMBOS OU MISTURADA AO TABACO OU À MACONHA.
 O EFEITO É IMEDIATO E INTENSO, SEMELHANTE AO CRACK.
 1 EM CADA 20 PERUANOS DO SEXO MASCULINO ENTRE 12 –50 ANOS JÁFUMOU
PASTA-BÁSICA.
Cocaína – FORMAS DE APRESENTAÇÃO e de USO
CLORIDRATO DE COCAÍNA (PÓ)
 Principal forma de uso : INALAÇÃO
 Também pode ser injetado (menos frequente).
 A cocaína é higroscópica (absorve umidade).
 Adquire coloração amarelada se não for mantida ao abrigo de luz.
 O cloridrato de cocaína tem sabor salino e amargo e, anestesia os
lábios.
Cocaína – FORMAS DE APRESENTAÇÃO e de USO
CRACK
 O crack pode ser obtido antes da etapa de adição do
ácido clorídrico, o que deixa então, de eliminar certas
impurezas.
 Pode ser obtido numa etapa intermediária, antes de se
chegar ao pó cloridrato de cocaína. Com a adição de
bicarbonato de sódio, sob aquecimento, para garantir
que a cocaína ficará sob a forma de base livre. Pois
nessa forma ela é facilmente volatilizada, permitindo
que seja fumada.
 Mas também pode ser obtido a partir do sal de
cocaína, porém assim é mais caro. Pode ser alterado
para sua forma livre por aquecimento da droga em
uma solução de bicarbonato de sódio até a evaporação
da água.
 O resultado desse procedimento de aquecimento em
bicarbonato de sódio é a formação de pedras,
conhecidas como “crack”, devido ao som que
produzem durante o aquecimento. Dá uns estalos.
Cocaína – FORMAS DE APRESENTAÇÃO e de USO

O CLORIDRATO DE COCAÍNA NÃO PODE SER FUMADO, POIS O PONTO DE


DEGRADAÇÃO DO SAL É INFERIOR AO SEU PONTO DE SUBLIMAÇÃO.
Cocaína – FORMAS DE APRESENTAÇÃO e de USO
MERLA
 A merla é um produto grosseiro, obtido das primeiras fases de
separação da cocaína, a partir do processamento das folhas da planta.
Tem uma consistência pastosa, cheiro forte e apresenta uma
tonalidade que varia do amarelado até o marrom de acordo com o
produtor.
 A merla pode ser fumada sozinha ou adicionada a cigarros de tabaco
ou maconha.
Cocaína – Diferentes Embalagens
Cocaína – Adulterantes (Carga)
 Adulterantes/diluentes são substâncias utilizadas para conferir alguma
propriedade às drogas ilícitas, como aumentar o volume da droga ou
potencializar o efeito esperado do princípio ativo do composto ilícito.
Lidocaína
Cocaína - cargas
 Orgânicos : Cafeína, Lidocaína, (Principais), Fenacetina, Benzocaína,
Sacarose, Manitol, Procaína Acetoaminofeno (tylenol), Orfenadrina
(Dorflex), Amido.
Fenacetina
 Inorgânicos: Bicarbonato de sódio, Ácido Bórico, Carbonato de Cálcio,
Fermento Químico, Carbonato de sódio, Sal de cozinha, Sulfato de
cálcio (gesso)

Cafeína
Cocaína – TESTES COLORIMÉTRICOS
Um conjunto de reações de identificação de grupos
Método Clássico – Testes Químicos funcionais presentes numa substância pode
caracterizar tal substância.

 Teste 1 – Solução de nitrato de prata – Para cloridrato:


Aparecimento de precipitado branco leitoso de cloreto de prata.
 Teste 2 – Tiocianato de amônio / cloreto de cobalto – Teste de
Scott : Aparecimento de cor azul – complexo Co+2/amina
 Teste 3 –Solução de iodo/iodeto - Para alcaloides: Aparecimento
de precipitado de cor castanha (tijolo).
 Teste 4 - Hidrólise ácida – importante para diferenciar de outros
anestésicos (norcaína, lidocaína e procaína): odor típico de
benzoato de metila (“xarope”).
 Teste 5 - O ensaio de redução do sal de cloreto mercuroso
(Hg2Cl2) é indicado para determinação de grupamento amina:
Aparecimento de cor cinza indica mercúrio metálico (ensaio
positivo). (Teste Obsoleto – toxicidade do mercúrio)
Cocaína – TESTES COLORIMÉTRICOS
 Reagentes dos testes colorimétricos
Cocaína – TESTES COLORIMÉTRICOS
Testes em 3 amostras diferentes
 Da esquerda para a direita:
Cloreto de prata (cloretos)
Iodo/iodeto (alcaloides)
Teste de Scott (complexação)
Interessante observar as
diferenças entre os testes em
cada amostra (de cima para
baixo).
Obs: Todos POSITIVOS.

 Pergunta: Qual a “melhor”


amostra?
Cocaína – TESTES COLORIMÉTRICOS
Tiocianato de amônio / cloreto de cobalto - Teste de Scott
 Sobre amostra do material suspeito em placa de toque adicionar uma a
duas gotas de cloreto de cobalto e depois 1-2 gotas do tiocianato de
amônio.
Cocaína – TESTES COLORIMÉTRICOS
Teste de Scott modificado
 As mudanças de coloração durante o teste são explicadas pelo
equilíbrios e solubilidades envolvidos na formação dos complexos de
cobalto com o alcalóide.
 Em um primeiro momento, a coloração azul deve-se a formação do
complexo [Co(SCN)4B2]2-, onde B representa uma molécula de
alcalóide. A maior disponibilidade dos hidrocloretos de alcalóides,
solúveis nestas condições, levam a colorações mais intensas.
 A adição de ácido desloca o equilíbrio para o início, isto é, promove-se
a quebra do complexo azul, originando uma solução aquosa rosa como a
do reagente de Scott.
 A adição de clorofórmio fornece o meio apolar necessário para o
deslocamento do equilíbrio para a formação e extração do complexo
azul H2[Co(SCN)4B2].
 •Co2+ + 4SCN- + 2B: [Co(SCN)4B2]2- + 2H+ H2[Co(SCN)4B2].
 (Cor Rosa) (Cor azul) (Cor azul)
Cocaína – TESTES CLÁSSICOS
 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA OU FINA (CCD OU CCF – TLC no inglês)

Condições de análise: recomendações UNODC

Sistemas de eluentes e fatores de retenção


Cocaína – Análise Instrumental – GC-MS (CG-EM)
Cocaína – Análise Instrumental – GC-MS (CG-EM)
Cocaína – Análise Instrumental – GC-MS (CG-EM)
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS
 ANFETAMINAS
 Histórico
 1887: síntese da anfetamina pelo químico alemão L. Edeleano
 1910: síntese da metilenodioxianfetamina (MDA)
 1912: síntese da metilenodioximetanfetamina (MDMA) – Patenteada pela
MERCK – Entretanto nunca teve uso comercial.
 1919: síntese da metanfetamina
 Estimulantes, além e causar alterações na percepção e alucinações.
 De modo geral, são substâncias desenvolvidas em laboratórios para fins
médicos, como diminuição do apetite e dilatação dos brônquios no tratamento
da asma.
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS
 Compostos de ocorrência natural: - Catinona (Agente ativo do Khat (arbusto) – Mastigação);
- Efedrina (Obtida da Ma Huang - broncodilatator para asma)
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS
Ecstasy – 3,4-metilenodioximetanfetamina – MDMA
 Composto sintético com propriedades
estimulantes e alucinógenas

Em laboratório, o MDMA é um pó cristalino branco,


quimicamente bastante estável em condições
ambientais normais. Resiste bem ao calor, luz e ao
ar; dissolve-se na água, mas não absorve umidade.
Tem um gosto amargo forte e distinto.
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS - ECTASY
 Há várias maneiras de síntese conhecidas. A produção clandestina
ilegal é mais fácil quando parte do MDP2P (3,4-metilenodioxi-fenil-2-
propanona), este é um produto comercial usado na indústria de
flavorizantes e fragrâncias.
 De outra forma, o MDMA precisa ser sintetizado do piperonal, da
efedrina, do isosafrol ou do safrol. O óleo de safrol ocorre
naturalmente como um dos principais componentes do óleo de
sassafrás; este óleo é encontrado na casca da raiz da Sassafras
albidum (norte-americana, costa leste) e nas partes lenhosas da
Ocotea pretiosa (América do Sul). O safrol também é encontrado na
noz-moscada, endro, semente de salsinha, açafrão, açafrão-da-terra,
sementes de baunilha e no cálamo.

Efedrina Safrol Piperonal


ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS - ECTASY
 Doses usuais: 80 a 150 mg
 Início do efeito: 30 – 60 min. Podendo chegar a 2 horas.
 Duração do efeito: 3 a 4 horas
 Superdosagem: pode ocorrer com a ingestão de 2 a 3 comprimidos
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS - LSD
LSD – Dietilamida do Ácido Lisérgico ou Lisergida
 Trata-se de um produto sintético obtido a partir de alcalóides da
cravagem de centeio (fungo Claviceps purpúrea que cresce
parasitamente no centeio), também chamada de Ergot.

Presença do grupamento indol


ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS - LSD
 1938 – Albert Hofman – Sandoz: síntese durante preparação de derivados do
ergot
 1943 – Albert Hofmann – exposição acidental: uma gota do líquido teria caído
na pele do pesquisador.
 Selos de papel impregnados por LSD vendidos ilegalmente: 30 – 300 μg ou mais
 Quantidade relacionada a efeitos alucinógenos: 1 μg/Kg - 25 -50 μg
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS

 GHB = ácido gama-hidróxi-butírico


 Geralmente se apresenta em forma líquida (também
como sal sódico ou de potássio)
 Ingerido misturado em água ou outras bebidas:
solução incolor, inodora e praticamente insípida.
 Devido a efeitos como amnésia e incoordenação
motora, os usuários se tornam presas fáceis de
assaltantes. Tem sido usado como “Boa Noite
Cinderela”: efeito anestésico que paralisa mental e
fisicamente a vítima – casos de estupro
ALGUMAS DROGAS SINTÉTICAS
 CETAMINA (Quetamina ou KETAMINA – “SPECIALK”)
 Sintetizada em 1962 pela Parke Davis para uso
anestésico geral. É um derivado da Fenciclidina
(PCP).
 Atividade anestésica e analgésica. Alguns
pacientes apresentaram alucinações no pós
operatório.
 Comercializada no Brasil (em uso veterinário,
principalmente)

O isômero levógiro é
1,5 a 4 vezes mais
potente do que a
mistura racêmica
DROGAS SINTÉTICAS – TESTES COLORIMÉTRICOS
 Reação de Marquis (resultado laranja para anfetaminas e
metanfetaminas, azul escuro para MDMA - ecstasy). Reagente
de Marquis - compostos aromáticos
 Reação de Simon - Coloração azul indica amina secundária
(logo, o teste não detecta anfetamina não substituída).
 Reação de Fröhde: A adição de 2-3 gotas do reagente sobre o
material leva à coloração azul-escuro.
 Reação de Mecke: A adição de 2-3 gotas do reagente sobre o
material leva à coloração verde-escuro.
 Reação de Mandelin: A adição de 2-3 gotas do reagente sobre
o material leva à coloração azul-escuro.
 Iodo platinado: É um reagente que permite a diferenciação de
diversas anfetaminas pela cor formada na nebulização das
substâncias separadas em placa de sílica (técnica de
cromatografia em camada fina)
DROGAS SINTÉTICAS – TESTES COLORIMÉTRICOS
 Reagente de Marquis
 Solução A: Formaldeído a
40% – 1mL / Solução B:
Ácido sulfúrico concentrado
– 20mL
 Amostra + ácido sulfúrico
concentrado + formaldeído:
O ácido sulfúrico
concentrado (agente
oxidante e desidratante)
promove a condensação dos
compostos aromáticos com
o formaldeído;
DROGAS SINTÉTICAS – TESTES COLORIMÉTRICOS
DROGAS SINTÉTICAS – ANÁLISE INSTRUMENTAL
 Exemplo: mCPP - 1-(3-CLOROFENIL)PIPERAZINA
 IV e CG-EM
DROGAS SINTÉTICAS – ANÁLISE INSTRUMENTAL
OUTRAS DROGAS ILÍCITAS
Cogumelos “Mágicos”
 Os cogumelos alucinógenos eram usados
no México, Guatemala e Amazonas em
rituais religiosos e por curandeiros. Os
Maias utilizavam um fungo ao qual
chamavam, na língua nahuátl,
teonanácatl (a "carne de deus") há 3500
anos.
 São geralmente ingeridos crus, secos,
cozinhados ou em forma de chá (“Shroon
Brew”), sendo que os mais consumidos
são os Liberty Cad Mushroom.
 O químico suíço Albert Hofmann, que
descobriu o LSD, foi também o primeiro a
extrair psilocibina e psilocina dos
cogumelos mágicos.
 A psilocibina, que é convertida em
psilocina pelo organismo humano, é a
responsável pelos efeitos alucinógenos da
planta.
OUTRAS DROGAS ILÍCITAS
 Cloreto de Etila: conhecido como Lança Perfume
 O cloreto de etila é facilmente identificado pelo seu baixo
ponto de ebulição, sendo o simples contato de um
recipiente resfriado contendo o líquido com a pele é
suficiente para promover sua vaporização
 Lista B1 (Psicotrópicas) e D2 (para fabricação e síntese de
entorpecentes/psicotrópicos) Portaria 344/98 – SVS/MS
 Ponto de Ebulição: 13ºC
 Menos denso que a água
OUTRAS DROGAS ILÍCITAS
 “Cheirinho da loló”: Mistura de organoclorados,
principalmente Tricloroetileno, clorofórmio,
tetracloreto de carbono, essência
 Estes solventes são facilmente identificados pelo odor,
pois são bem voláteis e apresentam cheiro
característico.
 O tricloetileno foi recentemente adicionado a lista de
outras substâncias sujeitas a controle especial – Lista
C1.
 São incolores e cheiro adocicado.
 São mais densos que a água.
 Um teste indicativo de tricloroetileno e o clorofórmio é
a reação de Fujiwara para triclorocompostos:
•Trata-se 1mL do líquido suspeito com solução de
hidróxido de sódio 10% e 1mL de piridina, agita-se e leva-
se a banho Maria por 2 a 15 minutos.
•O resultado positivo é verificado pelo aparecimento
de coloração rósea
Novas Drogas
 Uma nova leva de substâncias psicoativas produzidas em laboratórios
clandestinos tem causado preocupação no mundo todo. Consumidas
principalmente por jovens, são drogas sintéticas que reproduzem os
efeitos da maconha, da cocaína e da heroína, mas com um detalhe: são
muito mais potentes do que as substâncias originais e têm efeitos bem
mais danosos para a saúde. Para piorar, ainda existem poucos estudos
científicos sobre seus efeitos a longo prazo.
NOVAS DROGAS
 NBOME - É um potente psicodélico com efeitos semelhantes aos do
LSD. Há mais de uma dezena de tipos de NBOMe. A droga começou a
ser vendida pela internet em 2010.

 KROKODIL - É um tipo de heroína sintética e foi criada para uso


médico em 1932 na União Soviética com o nome de desomorfina. Seu
emprego recreacional começou nos anos 2000. A região do corpo onde
é injetada fica grossa, escurecida e esverdeada, descamando como se
fosse a pele de um crocodilo. Causa danos severos aos vasos
sanguíneos e tecidos dos locais onde é aplicada, provocando necrose e
gangrena. Há risco de inflamações ósseas e amputação de membros
afetados.
NOVAS DROGAS
 FLAKKA - Barata e com efeitos alucinógenos, é um tipo de sal de
banho, nome dado a um vasto grupo de drogas sintéticas com formato
parecido ao de pequenos cristais. Os sais de banho são feitos a partir
de substâncias quimicamente semelhantes à catinona. Libera
dopamina e serotonina, dois neurotransmissores associados a
sentimentos de prazer e euforia. Em grandes quantidades, pode gerar
delírio intenso. Chamada de “ZOMBIE DRUG”.
 DOB (2,5-dimetoxi-4-bromoanfetamina) - É uma substância psicoativa
derivada das anfetaminas acrescentada de um átomo de bromo.
Similar ao ecstasy, é normalmente vendida em cápsulas transparentes.
Proporciona alucinações visuais, auditivas e táteis, aceleração do
pensamento e a chamada sinestesia, situação em que as cores têm
som e os sons têm cor
MÓDULO 02

BALÍSTICA FORENSE
 INTRODUÇÃO
 COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 EXAME RESIDUOGRÁFICO
INTRODUÇÃO
 Balística, por definição, é parte da física que estuda o impulso, o
movimento e impacto dos projéteis, entendendo-se por projétil
qualquer sólido que se move no espaço, após haver recebido um
impulso.
Balística Forense
 É a parte do Conhecimento da Criminalística e da Medicina Legal
que tem como estudo principal a arma de fogo, sua munição e os
fenômenos e efeitos produzidos pelos tiros dessas armas,
objetivando elucidar e provar a ocorrência de questões de fato no
interesse da justiça.
 Domingos Tochetto conceitua a Balística Forense como “uma
disciplina, integrante da Criminalística, que estuda as armas de
fogo, sua munição e os efeitos por elas produzidos, sempre que
tiverem uma relação direta ou indireta com infrações penais,
visando a esclarecer e provar sua ocorrência”
INTRODUÇÃO
• Dá para se ter
INTRODUÇÃO uma ideia da marca
da arma a partir do
projetil ou
estojo?
• Este tiro no vidro
é de entrada ou
saída?
• Qual foi a ordem
dos tiros efetuados
contra o vidro?
• É possível
determinar a
trajetória do tiro?
• Qual foi a
distância entre o
atirador e a vitima?
• O que isso
significa?
INTRODUÇÃO
Divisão da Balística
 BALÍSTICA INTERNA – estuda a estrutura, os mecanismos,
o funcionamento das armas de fogo, a capacidade da
arma de produzir tiros ou não, a munição e os
componentes de munição.
 BALÍSTICA EXTERNA – estuda a trajetória do projetil
desde a saída da boca do cano da arma de fogo até a
sua parada final.
 BALÍSTICA TERMINAL OU DOS EFEITOS – estuda os efeitos
produzidos pelo projetil quando este atinge o alvo
(animado ou inanimado). Também conhecida como
Balística dos ferimentos quando o alvo atingido pelo
projetil for um ser humano e quem estudará e analisará
serão o Perito de Locais e o Perito Médico-Legista.
INTRODUÇÃO

Breve Histórico
 A balística forense é uma das áreas precursoras da criminalística. Em 1835, na
Inglaterra, Henry Goddard notou um defeito num projétil retirado do cadáver de
uma vítima. Na casa de um dos suspeitos ele encontrou um molde para projéteis
que produzia defeito semelhante em projétil padrão nele moldado. Esta prova fez
com que este suspeito fosse condenado por homicídio.
 O professor Lacassagne (França, 1889), o químico forense Paul Jeserich (Alemanha
1898), entre outros, foram experts que conseguiram identificar armas pelos
exames de projéteis incriminados, por técnicas diferentes.
 Balthazard, em 1912, publicou dois artigos que demonstravam as bases científicas
do tema, intitulados “Identificação de projéteis de armas de fogo” e
“Identificação de estojos de pistolas automáticas”.
 Outros cientistas forenses no mundo inteiro também apresentaram inovações na
balística forense até a invenção do microscópio comparador balístico, por
Gravelle, em 1925. Gravelle, juntamente com Waite, Fisher e Goddard, fazia parte
do “Bureau of Forensic Ballistics” e desenvolveram inúmeros trabalhos e inventos
para a balística forense.
INTRODUÇÃO
 Conceito de Arma
 Na legislação brasileira, o Decreto Lei N.º 3665, de 20 de
novembro de 2000 - (R105)4, apresenta, em seu Anexo, no inciso
IX, do art. 3º, a definição de armas como sendo: “Artefato que
tem por objetivo causar dano, permanente ou não, a
seres vivos e coisas”. (BRASIL. 2000.)
 Armas próprias são entendidas como aqueles instrumentos
criados com a função específica de ataque e defesa.
INTRODUÇÃO
 As armas impróprias são aqueles instrumentos que não
foram criados com intenção lesiva, mas que podem ser
empregados para esse fim.
INTRODUÇÃO
Classificação das armas de acordo com o tipo de lesão que causam
INTRODUÇÃO
Conceito de Arma de Fogo
 Segundo o inciso XIII art. 3o do Decreto 3665/2000 arma de
fogo é aquela: “...que arremessa projéteis empregando a
força expansiva dos gases gerados pela combustão de um
propelente confinado em uma câmara que, normalmente,
está solidária a um cano que tem a função de propiciar
continuidade à combustão do propelente, além de direção
e estabilidade ao projétil”.
INTRODUÇÃO - Histórico
Não existe consenso entre os historiadores sobre quando surgiram as
armas de fogo.
 Provavelmente surgiram na China logo após a invenção da pólvora,
no século IX, ainda improvisadas. Em tubos de bambu, a mistura de
salitre, enxofre e carvão vegetal que explode em contato com o
fogo era usada para atirar pedras.
INTRODUÇÃO - Histórico
 Os árabes aperfeiçoaram o invento nos Séc. XII e XIII,
quando canhões passaram a ser feitos de madeira e
reforçados com cintas de ferro.
 Mas a contribuição decisiva veio no século XIV, quando
surgiram os primeiros canhões de bronze, mais seguros. “O
canhão abre caminho para a evolução tanto do armamento
pesado quanto do individual”, diz o historiador João Fábio
Bertonha, da Universidade Estadual de Maringá, Paraná
INTRODUÇÃO
Histórico
 As primeiras armas de fogo portáteis aparecem no século
XV. “É uma verdadeira revolução: os soldados ganham
outra importância e as táticas de guerra mudam
completamente”, afirma João Fábio. A primeira arma
individual amplamente usada em batalhas é o mosquete,
criado no século XVI. Mas a invenção é lenta e tem
péssima pontaria.
INTRODUÇÃO
Classificação das Armas de Fogo
 Quanto as suas dimensões
• Portáteis – aquelas que podem ser transportadas por uma
única pessoa. Ex: revólver, pistola, garrucha, espingarda,
carabina, fuzil, etc.
Arma de porte é aquela que apresenta dimensões e peso
reduzidos, que pode ser portada por um indivíduo em um coldre
e disparada, comodamente, com somente uma das mãos pelo
atirador. Ex. Revólver, pistola e garrucha. (Decreto nº 3.665, art.
3º, inciso XIV, anexo)
• Não portáteis – são aquelas que, devido as suas dimensões ou
ao seu peso, não podem ser transportadas por um único homem.
Ex: canhão.
INTRODUÇÃO
Classificação das Armas de Fogo
 Quanto ao Carregamento
• Antecarga – o carregamento e feito pela extremidade anterior do cano
(boca); É o caso dos bacamartes, arcabuzes e mosquetes (armas antigas)
• Retrocarga – o carregamento e feito pela extremidade posterior do cano.
Atualmente, a maioria das armas de fogo são deste tipo.
INTRODUÇÃO

O processo de carregar uma arma de antecarga é lento. Maior celeridade no


carregamento foi obtida com a invenção do cartucho por Clement Pottet e o
aperfeiçoamento deste por Casemir Lefaucheux. O cartucho é a unidade de munição
completa - contendo, no mesmo recipiente, a espoleta, a pólvora e o projétil,- que
pode ser introduzido na câmara localizada na parte posterior do cano. Surgiram,
então, as armas de retrocarga, que persistem até os dias de hoje.
INTRODUÇÃO
Classificação das Armas de Fogo
 Quanto à Alma do cano: O cano das armas de fogo e confeccionado a partir de
um cilindro de aço perfurado, longitudinalmente, em sua região mediana, por
uma broca. Por isso, as armas podem ser:
• De alma lisa – são aquelas cuja superfície interna do cano é lisa e,
totalmente ou parcialmente cilíndrica. Ex: as espingardas.
• De alma raiada – são aquelas cujo cano foi provido, internamente, de
estrias, o qual esta constituído por um número equivalente de sulcos (as
raias) e de cristas (os cheios) de forma helicoidal, alternada e
paralelamente dispostos com regularidade, e se destina a imprimir aos
projéteis, por forçamento, um movimento de rotação transversal à
trajetória. Há armas com 04, 05, 06 ou 08 raias, algumas com
orientação dextrógira (para a direita), outras sinistrógira (para a
esquerda). Ex: revólveres, pistolas, carabinas, fuzis, etc.
INTRODUÇÃO
 IMPORTANTE: As raias são observadas posicionando a boca do cano
para a frente do examinador!!!!
INTRODUÇÃO
 Alma Lisa
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Classificação das Armas de Fogo
 Quanto ao Sistema de Inflamação - o estudo dessa classificação oferece
uma visão da evolução histórica das armas de fogo, desde os primórdios
até os sistemas atuais.
• Por mecha - consiste em um pavio aceso, a mecha, preso a uma alavanca
metálica curva denominada serpentina que, quando acionada por outra
alavanca presa à parte inferior da arma ou por algum tipo de gatilho,
curva-se e introduz a mecha por um orifício na culatra da arma,
incendiando a pólvora.
INTRODUÇÃO
• Por atrito - consiste em usar o fecho de roda ou fecho de miquelete.
Utilizava o atrito como iniciador da queima de propelente. O sistema de
roda consistia em uma roda na qual se dava corda e, ao acionar o gatilho,
produzia o atrito de uma pedra de pirita com o metal, causando chispas
que, por sua vez, incendiava a pólvora, produzindo a deflagração da
pólvora e o disparo da arma.
Variações desse sistema de roda surgiram em toda a Europa, como o
sistema holandês Snaphause,; o sistema Flintlock que apareceu no centro
da Europa; e, na Espanha, o sistema Miguelete, que utilizava sílex
(mistura mineral a base de sílica) para obter a fagulha.
O sistema de
pederneira
ficou em
serviço por
cerca de 200
anos, tanto
em uso militar
como em
armas de
defesa e de
caça
INTRODUÇÃO
Em 1807, o Reverendo Alexander John Forsyth, Químico de formação e
apaixonado por caçadas, dedicou-se a desenvolver um sistema de ignição
que fosse, de certa forma, enclausurado e mais protegido. Vislumbrou aí o
gigantesco passo que ele daria em prol do desenvolvimento de armas de
fogo. Projetou um tipo de fecho, que possuía uma peça semelhante a uma
pequena garrafa de metal, que articulando através de um parafuso, podia
ser girada para cima e para baixo. Dentro dela, carregava-se uma
quantidade de fulminato de mercúrio, suficiente para uns cinco
disparos. Quando se girava a garrafinha, uma porção determinada de
fulminato, suficiente para um disparo, ficava disponível sob uma espécie de
percussor. O cão, golpeando a cabeça protuberante deste percussor,
causava a ignição do fulminato. Um duto levava a chama para o interior da
câmara, causando a explosão da carga de pólvora. O fulminato de mercúrio,
tinha a interessante propriedade de entrar em combustão quando sofresse
um impacto ou um esmagamento. A princípio, achava-se que essas fórmulas
poderiam substituir a pólvora como propelentes, mas eram excessivamente
explosivas e muito corrosivas.
INTRODUÇÃO

Para obtê-lo dissolve-se mercúrio


metálico em ácido nítrico, e a esta
solução adiciona-se etanol. Foi
preparado pela primeira vez
por Edward Charles Howard em
1800. A estrutura cristalina deste
composto foi determinada apenas
em 2007
INTRODUÇÃO
• Por Percussão Extrínseca - as
primeiras armas deste tipo foram as do
sistema Lefaucheux (pino lateral).
Neste, a cápsula contendo a carga de
ignição e uma peça isolada à qual se
adapta a um pequeno tubo saliente,
em comunicação com o interior da
câmara por um conduto, ou ouvido (a
chaminé), sendo deflagrada por um
percutor cuja extremidade é
conformada, de sorte a cobrir
perfeitamente a cápsula e comprimi-la
contra os bordos da chaminé,
detonando-a e, ao mesmo tempo,
forçando os gases incandescentes da
deflagração para o interior da câmara.
INTRODUÇÃO
 Os sistemas acima mencionados estão obsoletos, relegados à condição de mera
curiosidades, como peças de museus e colecionadores. (HÁ CONTROVÉRSIAS)
• Por Percussão Intrínseca – É o sistema mais utilizado e fabricado na atualidade,
cuja munição é constituída por cartucho, o qual apresenta a cápsula de
espoletamento, engastada neste, sofrendo o impacto do pino percutor. Este tipo de
percussão ainda é dividido em: central e radial, conforme o modo de impacto do
pino percutor. Se o pino percutor imprimir marca periférica, radial ou circular
teremos a percussão intrínseca radial. Ex. Calibre 22LR. Se o pino percutor
imprimir marca central, então teremos uma percussão central.
INTRODUÇÃO
 A percussão intrínseca também pode ser direta ou
indireta: Na percussão direta, o percutor está no
próprio cão e na percussão indireta o percutor é uma
peca inerte, retrátil, a qual é acionada pelo impacto do
cão no momento do disparo.
INTRODUÇÃO
 PARTES DE UM REVÓLVER
INTRODUÇÃO
 PARTES DE UMA PISTOLA
INTRODUÇÃO
 PARTES DE UM FUZIL OU CARABINA
INTRODUÇÃO
 PARTES DE UMA ESPINGARDA
INTRODUÇÃO
 Quanto ao Funcionamento
• De Tiro Unitário - são aquelas que comportam carga
para um único tiro, devendo, assim, ser substituída esta
carga, isto é, renovada para cada novo disparo, pelo
atirador, manualmente. Em outras palavras: são armas
cujo carregamento não é mecânico, porém manual. Ex:
Os exemplos mais comuns do nosso dia a dia são as
espingardas de um cano.
• Armas de Repetição - são aquelas cujo carregamento se
faz mecanicamente, isto é, armas que comportam carga
para vários tiros, podendo efetuar outros tantos disparos
antes de ser necessário alimentá-las novamente. Podem
ser: Não Automática (revólver); Semiautomática (pistola)
e Automática (fuzil e metralhadora).
INTRODUÇÃO
 Quanto à Mobilidade e ao Uso
CALIBRES DE ARMAS DE FOGO
 CALIBRE REAL - É a medida do diâmetro da parte interna do cano de uma arma, medido entre
os cheios. É expresso em milímetros ou em fração de polegada.
 CALIBRE DO PROJETIL - É a medida do diâmetro interno do cano de uma arma raiada, medido
entre “fundos” das raias.
 CALIBRE NOMINAL - É a dimensão usada para definir ou caracterizar um tipo de munição ou
arma designado pelo fabricante, nem sempre tendo relação com o calibre real ou do projétil. É
expresso em milímetros ou frações de polegada (centésimos ou milésimos).
Na prática, o que determina numa arma o
calibre nominal é a configuração interna da
câmara na qual vai alojar-se o cartucho.
Assim para cada tipo de calibre real pode
haver vários tipos de calibres nominais.
Assim sendo:
Calibre real = 8,9 mm => 9mm
Calibre nominal .38 => entre outros: .38
SWC, .38 SWL, .38 SPL, .38 SPL+P, .38
SPL+P+, .357 Magnum.
Logo armas com o mesmo calibre real
usarão munição diferente por ter calibre
nominal diferente, indicado pela arma.
MUNIÇÕES DAS ARMAS DE FOGO
 MUNIÇÃO (CARTUCHO) - Artefato completo, pronto para
carregamento e disparo de uma arma de fogo. Geralmente
se dividem em: estojo, espoleta, pólvora e projétil.
 ESTOJO - É o componente de união mecânica do cartucho.
O estojo possibilita que todos os componentes necessários
ao disparo fiquem unidos em uma única peça, o que
facilita o manejo da arma e acelera o processo de
carregamento.
 ESPOLETA - É um recipiente, localizado na base do estojo,
que contém uma mistura iniciadora, a qual gera uma
chama no momento da percussão.
 PÓLVORA - É um tipo de propelente que, iniciado pela ação
de uma chama, causa a expansão de gases, arremessando
o projétil à frente.
 PROJÉTIL - Projétil, de uma forma ampla, é qualquer
corpo sólido passível de ser arremessado. Em se tratando
de munições, é a parte do cartucho que será lançada
através do cano. Pode ser chamado de bala ou ponta.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
ESTOJO
 FINALIDADES: Reunir os demais elementos componentes da munição; Proteger
a carga de projeção; Obturar a câmara; Determinar o calibre nominal.
 FABRICAÇÃO: Aço, alumínio ou latão (banho de níquel) confeccionados pelo
processo de estiramento sucessivo.

1 – CULOTE; 2 – Alojamento da ESPOLETA; 3 – BIGORNA; 4 – EVENTO;


5 – GOLA; 6 – VIROLA; 7 – CORPO; 8 – GARGALO; 9 – BOCA.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 Deve ser: MALEÁVEL para um fácil ajustamento à câmara;
RESISTENTE para suportar combustão da carga propulsora e Qual deve ser a
ELÁSTICO para permitir a extração. densidade?
Cu=8,89g/cm3
 É preciso que a diferença entre o diâmetro da câmara e do Zn=7,14g/cm3
estojo seja inferior a 1 décimo de milímetro.
 O latão para cartucho é composto por 72% de COBRE e 28% de
ZINCO, requerendo esta liga o emprego de matérias primas
muito puras e processos de fabrico especiais.
 Atualmente o estojo representa cerca de 1/3 do peso total da
munição.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 ESPOLETA
 FINALIDADE: Iniciar, depois da excitação externa, a queima da carga de projeção
(pólvora).
 CONSTITUIÇÃO: A mistura iniciadora de uma espoleta para cartucho é composta
de materiais diversos, com as funções específicas de: Um explosivo iniciador;
Materiais oxidantes; Materiais redutores; Atritante; Aglomerante. Alto explosivo
iniciador: Fulminato de mercúrio ou azida de chumbo ou estifinato de chumbo ou
tetraceno.
 A composição deve ser tal que não se altere com o tempo, nem dê origem ao
fenômeno da combustão lenta. Deve ser anti-corrosiva, não devendo atacar o
metal da cápsula.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 Diversas composições destes materiais são utilizadas por diferentes
fabricantes. A composição mais comum, utilizada pela Companhia Brasileira
de Cartuchos, do início da década de 70 até a atualidade, tem por base o
Estifnato de chumbo (Trinitroressorcinato de chumbo).
 Composição: Trinitroressorcinato de chumbo; Tetrazeno; Alumínio em pó;
Trissulfeto de antimônio; Nitrato de bário.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 Durante o disparo, a ignição da mistura iniciadora produz cerca de
40% em peso de gases e 60% em peso de partículas sólidas quentes,
liberando CO, CO2, NO, NO2, N2, SO2, Vapor de água, óxido de
chumbo e de bário, vapores de chumbo metálico, entre outros . A
composição química da mistura iniciadora à base de estifnato de
chumbo produz aproximadamente 300 cm3 de gás por grama de
mistura.
 Obs: Pode até parecer pouco a transformação de apenas 40% em gás,
mas na queima da pólvora, o percentual é apenas de 25 a 30 % e nos
motores a explosão não passam de 12%. O gás formado é o elemento
essencial para o funcionamento do motor e a aceleração do projétil.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 Estifnato de chumbo (2,4,6-trinitroresorcinato de chumbo,
C6HN3O8Pb). Possui aparência de um sólido cristalino amarelo
acastanhado, velocidade de detonação de 5200 m/s, temperatura
de auto-ignição de 330 °C.
Para ser transportado com pouco
risco, o pó de estifnato deve ser
embebido em água, pois esse sal é
detonado por simples choque
(percussão) ou por faísca.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 Tetraceno, também chamado de naftaceno ou 2,3-
benzantraceno é um hidrocarboneto aromático policíclico
(HPA). É composto por quatro anéis ligados linearmente.
Aparenta um aspecto em pó de cor laranja.

Ocorre naturalmente
no alcatrão do carvão mineral.
Síntese por reação do anidrido
ftálico com o naftaleno.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 Trissulfeto de Antimônio (Sb2S3) – É um forte agente redutor
(principalmente em meio ácido), no qual ambos se oxidam (o
antimônio se oxida de +3 até +5 e o sulfeto até sulfato,
normalmente). É um sólido de cor cinza, preparado a partir
dos elementos, em altas temperaturas.

 Nitrato de Bário (Ba(NO3)2) – Sal branco estável, usado como


estabilizante e anti-umectante.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 PÓLVORA (CARGA DE PROJEÇÃO)
 DEFINIÇÃO: baixo explosivo, é um material energético que
tem como função imprimir movimento a um objeto.
 FINALIDADE: Depois de excitada pela chama produzida pela
espoleta, transforma-se, gerando as pressões que irão lançar
o projétil.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 PÓLVORA NEGRA: A pólvora negra é constituida, basicamente, por enxofre, o
carbono e nitrato de potássio.
 O enxofre representa cerca de 10 % da constituição total da pólvora e atua como
catalisador da combustão.
 O carbono representa cerca de 15 % da mistura e é o principal combustível da
pólvora. Quando este queima, na presença de oxigênio, produz dióxido de
carbono, que atua como gás de expansão.
 Por fim, o nitrato de potássio, que constitui cerca de 75 %, tem a função mais
importante, na medida em que este é o agente oxidante, pois fornece o oxigênio
para que se inicie a combustão do carbono e do enxofre.
Representações
diversas para a
combustão da pólvora
negra
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 A pólvora negra apresentava uma série de vulnerabilidades, como a produção de
nuvens de gás facilmente detectáveis, uma insuficiente energia comunicada ao
projétil, instabilidade de comportamento (pressões demasiadas e um forte recuo),
o que levou à pesquisa e descoberta das pólvoras mais frequentemente utilizadas
na atualidade, que se designam por pólvoras "sem fumo".

 Pólvora de Base Simples: Consiste, somente, na carga básica das pólvoras sem
fumo, um polímero chamado nitrocelulose, ou nitrato de celulose, gelatinizado
com álcool etílico como solvente. É um sólido extremamente inflamável.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 A nitrocelulose pode ser obtida através da combinação de ácido nítrico com fibras
de celulose naturais de madeira ou de algodão (Nitração da Celulose – REAÇÃO
SEAr). É um sólido extremamente inflamável.
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 Pólvora de Base Dupla
 Como a pólvora de base simples revelava problemas de estabilidade. Adicionou-se
então, cerca até 50 % em massa de nitroglicerina à sua composição, formando
assim a pólvora de base dupla. A nitroglicerina é um composto orgânico líquido de
grande capacidade energética, que começou a ser estudado no fim do século XIX.

 A pólvora de base dupla oferece maior potência que a de base simples e maior
temperatura de gases (explosão). Este aumento de temperatura tem alguns
inconvenientes, sendo os principais, uma maior erosão da pólvora e maior
produção de clarões.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
SÍNTESE DA NITROGLICERINA

A sua utilização como explosivo só se tornou


possível a partir de 1867, quando o químico
sueco Alfred Bernhard Nobel (1833-1896) -
homem que instituiu o prêmio Nobel - inventou
a dinamite, uma mistura de 75% de nitroglicerina
e 25% de terra diatomácea (farinha fóssil
chamada de kieselguhr; é um pó vindo de algas
unicelulares providas de paredes silicosas). Essa
mistura tornava a nitroglicerina menos sensível
aos choques e sua explosão podia ser controlada
por um detonador.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 Pólvora de Base Tripla é constituída, basicamente, por nitrocelulose, à
qual são adicionadas a nitroglicerina e a nitroguanidina. A nitroguanidina é
um sólido cristalino branco, extremamente tóxico e cancerígeno. Quando
adicionado à pólvora de base dupla tem como principal função reduzir a
geração de luz na decomposição da mistura e reduzir a temperatura de
queima. A pólvora de base tripla é um propelente normalmente utilizado
em canhões de calibre elevado, como artilharia e armamentos principais de
carros de combate. Sendo um propelente altamente energético e tendo na
sua composição substâncias muito tóxicas, leva a que o seu fabrico seja
caro, a sua distribuição seja controlada e de difícil aquisição.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA DOS GRÂNULOS
O tamanho dos grânulos depende do tamanho das armas. Armas de curto alcance,
grânulos um pouco maiores e em menor quantidade. do que os cartuchos
utilizados na caça de animais. Armas de longo alcance, carga propulsora constituída por
grandes grânulos. A pólvora "sem fumo“ queima somente na sua superfície. Os grânulos
maiores queimam mais lentamente que os menores.
 A pólvora usada nos obuses de artilharia apresenta,
essencialmente, a forma de grânulos tubulares (com uma
perfuração no seu interior) e grânulos cilíndricos com sete
perfurações (uma central rodeada de outras seis formando
um círculo). As perfurações estabilizam a taxa de queima,
pois enquanto o exterior queima em direção ao interior,
ocorre o inverso nos furos, isto é, queimam em direção ao
exterior.
 A pólvora de queima rápida é utilizada nas armas de fogo,
apresentando uma área superficial maior, como lâminas, ou
grânulos esféricos. Este tipo de pólvora é normalmente
produzido por extrusão. Os grânulos são revestidos também
com grafite para impedir a eletricidade estática a qual causa
ignições indesejadas, além de reduzir ou acabar com a
tendência dos grânulos em se aglutinarem, tornando o seu
carregamento mais fáceis.
Pólvoras fabricadas pela CBC
COMPONENTES DE MUNIÇÃO
 PROJÉTIL : Resultado final do tiro; sai da boca do cano e visa
atingir o alvo.
COMPONENTES DE MUNIÇÃO

O metal do projétil deve ser:


• Denso para facilmente adquirir grande energia
• Infusível para não se fundir com o atrito na alma
• Deformável de acordo com o seu destino –vulnerante ou
derrubante
Projéteis de armas de alma lisa
Projéteis de armas de alma lisa
Movimento de Projéteis – Trajetória
A trajetória do projétil pode ser dividida em duas etapas:
• Trajetória tensa: aproxima-se de uma linha reta
• Trajetória parabólica: aproxima-se de uma parábola
Características de impacto de tiro em superfícies diversas
Impactos contra superfícies rígidas
 Quando o projétil se choca contra uma superfície rígida ocorre a transferência
de energia cinética do projétil para a superfície através de uma onda de
choque que é transmitida pelo corpo do material. O padrão de dispersão dessa
onda e da consequente danificação vai depender do ângulo de incidência do
projétil
 A danificação que o projétil produzirá na superfície terá característica
bastante semelhante ao padrão.
Características de impacto de tiro em superfícies diversas
Características de impacto de tiro em superfícies diversas
Impactos contra superfícies rígidas
 Caso o projétil possua energia suficiente para transfixar o alvo, a
característica da deformação produzida irá depender da plasticidade do
suporte.
 Em materiais quebradiços, tais como vidro, tijolo ou concreto, por exemplo,
percebe-se um orifício de diâmetro menor na face de impacto e maior na
face oposta, resultante da propagação da onda de choque.
Características de impacto de tiro em superfícies diversas
Características de impacto de tiro em superfícies diversas

À medida que o ângulo de incidência diminui, a


componente horizontal aumenta, a
componente vertical diminui e,
consequentemente, a força de penetração
exercida no plano também diminui, até se
alcançar o que se chama de Ângulo
Crítico, que é aquele para o qual o projétil
deixa de conseguir penetrar no suporte e
ocorre então o ricochete.
Características de impacto de tiro em superfícies diversas
Tiros em vidros
 Os tiros em vidros geram muitas dúvidas em relação ao sentido e sequência dos
tiros, principalmente nos vidros laminados ou que apresentam película de
segurança (insulfilm). Para entender como se faz a diagnose do tiro,
primeiramente é importante entender a estrutura do vidro, o tipo de vidro e
como se dá a sua ruptura.
Tiros em vidros
Características de impacto de tiro em superfícies diversas
Impactos contra superfícies maleáveis
 Em superfícies maleáveis, como é o caso de metais pouco espessos (placas de
sinalização e latarias de veículos), a deformação do material também
obedece ao de força estabelecido pelo projétil, entretanto a fragmentação
não acontece
 A deformação na entrada apresenta as bordas invertidas, no caso de impacto
de projéteis de baixa energia, e evertidas, no caso de impacto de projéteis
de alta energia (nem sempre!!!! Depende da distância!!!!)
 Tal diferença ocorre porque o metal se comporta como líquido nas altas
velocidades desempenhadas pelos projéteis de alta energia
Características de Ferimentos de Tiro
Elementos do tiro
 Elementos primários: Projéteis propelidos por armas de fogo (PAF’s)
 Elementos secundários: Tudo aquilo que sai da boca do cano da
arma de fogo que não sejam os PAF’s:
• Chama
• Gases superaquecidos
• Fumaça/fuligem
• Grãos de pólvora incombusta e semicombusta
• Bucha (no caso de cartuchos carregados com projéteis múltiplos)
Características de Ferimentos de Tiro
Efeitos do tiro
 Efeitos primários: produzidos pelos elementos primários
• Orla (ou borda) de enxugo
• Orla (ou borda) de contusão (ou escoriação)
• Auréola equimótica
 Efeitos secundários: produzidos pelos elementos secundários
• Zona de chamuscamento
• Zona de esfumaçamento
• Zona de tatuagem
 Outros efeitos do tiro
• Efeitos explosivos: Câmara de mina de Hoffman e PAF’s de alta energia
• Efeitos térmicos: Sinal de Werkgartner e Necrose Coagulativa Térmica
• Escoriação produzida pela bucha, no caso de cartuchos carregados com projéteis
múltiplos
Características de Ferimentos de Tiro
Será que isso
é fácil de se
ver no local?
CÂMARA DE MINA DE HOFFMAN – TIRO ENCOSTADO
SINAL DE WERKGARTNER – TIRO ENCOSTADO
ZONA DE TATUAGEM – CURTA DISTÂNCIA ZONA DE ESFUMAÇAMENTO

ZONA DE CHAMUSCAMENTO
EXAME RESIDUOGRÁFICO
 Os resíduos de tiro (GSR – GunShot Residue) são formados em
condições específicas de temperatura e pressão durante o disparo,
permitindo vaporização e rápida condensação de elementos oriundos
principalmente da espoleta (Pb, Ba, Sb) em partículas com formato
esférico e diâmetro variando entre 1-10 μm.
 Esta variação depende do tipo de arma empregada para efetuar o
disparo (revólveres produzem mais partículas esféricas do que
pistolas) e do calibre (quanto maior o calibre, maior o tamanho médio
das partículas). A composição também pode variar, dependendo dos
explosivos da espoleta.
EXAME RESIDUOGRÁFICO
EXAME RESIDUOGRÁFICO
 A parte sólida dos resíduos é
formada de partículas
constituídas pelos elementos
antimônio (Sb), bário (Ba) e
chumbo (Pb), provenientes da
espoleta, além da composição
da liga de projéteis e
cartuchos.
 Parte desses resíduos sólidos
permanecem dentro e ao
redor da arma. Porém, o
restante é projetado para
fora, atingindo mãos, braços,
cabelos e roupas do atirador,
além de se espalharem pela
cena do crime.
EXAME RESIDUOGRÁFICO – COLETA DE GSR
EXAME RESIDUOGRÁFICO – COLETA DE GSR
EXAME RESIDUOGRÁFICO – COLETA DE GSR
EXAME RESIDUOGRÁFICO - COLORIMÉTRICO
• O rodizonato de sódio é amarelado-amarronzado e estável quando seco, enquanto
o sal de chumbo é avermelhado-violáceo.
• Estas variações de cor levaram a diversas aplicações, entre as quais a mais
conhecida, que é na criminalística, para a deteção de chumbo.
• A presença do chumbo é investigada através da coleta de amostra das mãos do
suspeito com tiras de fita adesiva que, ao serem borrifadas com solução
acidificada de rodizonato de sódio, apresentarão coloração avermelhada-violácea
na presença de chumbo, indicando resultado positivo e um possível disparo
realizado por aquela pessoa.
• A reação química do processo consiste na complexação dos íons de chumbo com o
rodizonato, deslocando o sódio pelo chumbo e indicando o ensaio colorimétrico
positivo para o último (Reação de Fiegl e Suter).
EXAME RESIDUOGRÁFICO - COLORIMÉTRICO
EXAME RESIDUOGRÁFICO - COLORIMÉTRICO
EXAME RESIDUOGRÁFICO – MEV-EDS
 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA ACOPLADA À ESPECTROSCOPIA DE DISPERSÃO DE ENERGIA
EXAME RESIDUOGRÁFICO – MEV-EDS
 O equipamento é constituído basicamente por uma coluna (canhão de elétrons, sistema de
demagnificação), uma unidade de varredura, uma câmara de amostra, um sistema de
detectores e um de visualização da imagem. O canhão de elétrons é usado para gerar um
feixe de elétrons com energia e quantidade suficiente para ser captado pelos detectores.
Este feixe eletrônico é então demagnificado por várias lentes eletromagnéticas, cuja
finalidade é produzir um feixe de pequeno diâmetro e focalizá-lo em uma região específica
da superfície analisada.
 A energia perdida pelos elétrons ao atravessar a amostra é liberada de diferentes formas,
dependendo do tipo de interação entre o elétron primário (proveniente do equipamento) e
os átomos da mesma. Cada um dos sinais gerados (elétrons secundários, retroespalhados,
fótons, raios-X, elétrons Auger, etc.) requer um detector específico para sua captação. Para
análises forenses, os três principais sinais utilizados são os elétrons secundários, elétrons
retroespalhados e os raios-X.
EXAME RESIDUOGRÁFICO – MEV-EDS
Dentre os sinais
emitidos, os mais
utilizados para
obtenção da imagem
são originários dos
elétrons
Secundários (SE) e/ou
dos elétrons
retroespalhados (BSE).

Os elétrons secundários, elétrons de Os elétrons retroespalhados, por


baixa energia, gerados pelas interações definição, possuem energia que
elétron-átomo da amostra têm um livre varia entre
caminho 50eV até o valor da energia do
médio de 2 a 20 nm elétron primário
EXAME RESIDUOGRÁFICO – MEV-EDS
EXAME RESIDUOGRÁFICO – MEV-EDS
EXAME RESIDUOGRÁFICO – MEV-EDS
 Da mesma forma que os espectros de emissão são como uma impressão digital de um
elemento, a radiação de raios-X emitida também é característica, pois cada transição
eletrônica nos elementos é diferente. Assim, através da observação do espectro, é
possível fazer uma análise tanto qualitativamente como quantitativamente. Para isto, a
técnica de Espectroscopia de Dispersão de Energia (EDS, do inglês Energy Dispersive
Spectroscopy) é acoplada ao SEM.
EXAME RESIDUOGRÁFICO – MEV-EDS
EXAME RESIDUOGRÁFICO – MEV-EDS
EXAME RESIDUOGRÁFICO – MEV-EDS
 IMPORTANTE!!!!!!
Munição NTA
• As munições com a inscrição NTA (non toxic ammunition) fabricadas pela CBC NÃO possuem
chumbo, bário e antimônio como componentes da espoleta. Os elementos são os seguintes:
• Diazodinitrofenol (DDNP - pó castanho amarelado, explosivo, mais poderoso que o fulminato
de mercúrio e azida de chumbo)
• Tetrazeno
• Nitrocelulose
• Nitrato de Potássio
• Alumínio em pó
• Tais munições são vendidas apenas para as forças policiais estaduais, apresentando um
número de lote no culote do estojo.
EXAME RESIDUOGRÁFICO – EAA – ABSORÇÃO ATÔMICA
EXAME RESIDUOGRÁFICO – EAA – ABSORÇÃO ATÔMICA
EXAME RESIDUOGRÁFICO – ICP-OES E ICP-MS
 INDUCTIVELY COUPLED PLASMA – OPTICAL EMISSION SPECTROSCOPY / MASS ESPECTROMETRY
EXAME RESIDUOGRÁFICO – ICP-OES E ICP-MS
Uma das lacunas da balística forense, a qual
infelizmente não é mostrada na ficção, é a
determinação do tempo em que o disparo foi
realizado. Segundo Ludwig Niewöhner, chefe
da Seção de Resíduos de Tiro da BKA
(Bundeskriminalamt) – a polícia Federal
Alemã – “... nós podemos encontrar uma
partícula de resíduo de disparo de arma de
fogo micrométrica, mas nós não podemos
dizer se ela estava lá há dois anos atrás ou há
uma hora atrás.” Não obstante, Ludwig alerta
para alguns estudos recentes que buscam
realizar estimativas do tempo que o disparo
foi efetuado.
MÓDULO 03

PAPILOSCOPIA
 INTRODUÇÃO
 COLETA DE IMPRESSÕES PAPILARES
INTRODUÇÃO
 Papiloscopia é a área que trata da identificação humana através
das papilas dérmicas presentes na palma das mãos e na sola dos
pés (impressões digitais). A palavra papiloscopia é uma mistura
greco-latina (papilla = papila e skopêin = examinar).
 Histórico: Há várias evidências que o interesse humano em
impressões digitais data da pré-história. Em uma face de precipício
na Nova Escócia há um desenho que mostra uma mão com uma
digital em espiral presumivelmente feito por nativos pré-históricos.
 Há registros de uso das impressões digitais em documentos antes do
Séc X.
 Apesar da difusão do emprego da impressão digital como
ferramenta individualizadora, não havia até então uma aplicação
científica do seu uso para identificação humana.
INTRODUÇÃO
 Em 1.686, Marcello Malphighi, professor de anatomia na Universidade de
Bolonha, com o auxílio de um microscópio (recém inventado), estudou a
superfície da pele e notou os cumes elevados na região dos dedos e os
descreveu como " da laçada a espirala " mas não fez nenhum comentário no
possível uso das mesmas como ferramentas de identificação.
 Em 1823, o tcheco Johannes Evangelista Purkinji, professor de anatomia na
Universidade de Breslau, publicou sua tese onde citava nove padrões de
impressões digitais.
 O primeiro método científico de identificação amplamente aceito foi
desenvolvido pelo francês Alphonse Bertillon em 1879. A antropometria
confiava em uma combinação de medidas físicas coletadas por procedimentos
cuidadosamente prescritos. É um sistema complexo e completo de
identificação humana, além dos assinalamentos antropométrico, descritivo e
dos sinais particulares, apresenta a fotografia do identificado de frente e de
perfil, reproduzida a um sétimo e as impressões digitais que foram introduzidas
por Bertillon em 1894, obedecendo uma classificação original.
INTRODUÇÃO
 Juan Vucetich Kovacevich - sistema adotado pelo Brasil
 Nascido aos 20 de Julho de 1858 na cidade de Dalmácia
Império " Austro-húngaro " (atual Iugoslávia), naturalizou-
se argentino, e aos 24 anos de idade ingressou na polícia
de La Plata - Buenos Aires. Vucetich foi incumbido de
trabalhar no setor de identificação de La Plata, ainda com
o sistema de Bertillonage.
 Inventou o seu próprio sistema de arquivamento e
identificação através das impressões digitais dando-lhe o
nome de ICNOFALANGOMETRIA.seu sistema foi implantado
na chefatura de polícia de La Plata, onde foram
identificados 23 presos.
 A ele deve-se também o primeiro caso autêntico de
identificação de um autor de crime através das
impressões digitais, ocorrido 1892 , quando uma mulher
chamada Francisca Roja mata dois filhos, corta a própria
garganta e acusa um seu vizinho como sendo o criminoso.
A Polícia encontra na porta da casa a marca de vários
dedos molhados de sangue. As impressões encontradas
coincidiam exatamente com as de Francisca, que é tida
como verdadeira culpada.
INTRODUÇÃO
 José Félix Alves Pacheco - a identificação dactiloscópica
no Brasil.
 Em 1891 começa em São Paulo, a identificação por meio
da fotografia (Decreto 09, de 31 de dezembro), empregado
como método exclusivo de identificação.
 A partir de 1901, o Gabinete Antropométrico do Distrito
Federal (RJ), passou a ser dirigido por José Félix Alves
Pacheco, que ali permaneceu até o ano de 1906.
 O Decreto 4.764, de 05 de fevereiro de 1903, Governo
do então Presidente Rodrigues Alves, por insistência de
Félix Pacheco, dá novo regulamento à Secretaria de Polícia
do Distrito Federal, e introduz no Brasil a identificação
datiloscópica.
INTRODUÇÃO
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA PELE
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
 IDENTIDADE: É a soma de caracteres que individualizam uma
pessoa, distinguindo-a das demais. É o conjunto de elementos
positivos e estáveis, originários ou adquiridos, que define a
pessoa física de alguém.
 RECONHECIMENTO: É a descrição de uma pessoa que se quer
fazer reconhecer.
 IDENTIFICAÇÃO: É o emprego dos meios adequados para
identificar inequivocamente uma pessoa
INTRODUÇÃO
 A identificação baseia-se na comparação entre dois grupos de dados
visando estabelecer a probabilidade de pertencerem a um mesmo
indivíduo, determinando a sua identidade.
 Vários aspectos podem ser considerados para identificação, como os
indicadores sociais (nome, nacionalidade, documentos públicos) e os
indicadores biológicos (DNA, impressões digitais).
 O DESENHO DIGITAL surge a partir do 6º mês de vida intra-uterina e
perdura além da morte, enquanto não for destruída a pele.
 “Não se conhece uma impressão digital idêntica a outra: Nem os gêmeos
univitelinos, apesar de terem as mesmas informações genéticas,
apresentam impressões digitais idênticas.”
INTRODUÇÃO
 Dermatoglifia é o nome dado ao estudo dos padrões das cristas dérmicas, ou
seja, dos desenhos existentes nas extremidades distais das faces ventrais dos
quirodáctilos (ponta dos dedos), na face ventral das mãos (palma da mão) e
na face plantar das extremidades ventrais dos artelhos (sola e dedos do pé).
 Datiloscopia se refere às digitais presentes na ponta dos dedos.
 A datiloscopia se baseia em alguns princípios fundamentais: Perenidade, diz
que os desenhos datiloscópicos em cada ser humano já estão
definitivamente formados ainda dentro da barriga da mãe, a partir do sexto
mês de gestação; Imutabilidade, diz que este desenho formado não se
altera ao longo dos anos, salvo algumas alterações que podem ocorrer
devido a agentes externos, como queimaduras, cortes ou doenças de pele,
como a lepra; Variabilidade, garante que os desenhos das digitais são
diferentes, tanto entre pessoas como entre os dedos do mesmo indivíduo,
sendo que jamais serão encontrados dois dedos com desenhos idênticos;
Classificabilidade, o qual indica o potencial de uso dos desenhos das digitais
na identificação humana.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
TIPO FUNDAMENTAL INCIDÊNCIA

ARCO 5%

PRESILHAS 60%

VERTICILO 35%
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO SISTEMA DE CLASSIFICACÃO DATILOSCÓPICA -
SEGUNDO VULCETICH.
COLETA E REVELAÇÃO DE IMPRESSÕES PAPILARES

 Existem diversas técnicas para coleta de fragmentos papilares no


local do cri-me. É ai que aparece um pouco mais de química no
processo.
 Vestígios papilares nos objetos recebem o nome de Impressões
Papilares Latentes (popularmente “Impressões Digitais”).
 Há basicamente dois tipos de IPL: as visíveis e as ocultas. As visíveis
podem ser observadas se a mão que as formou estava suja de tinta
ou sangue. Já as ocultas são resultado dos vestígios de suor que o
dedo deixou em um determinado local.
 As impressões papilares apresentam em sua composição espécies
químicas inorgânicas e orgânicas, o que tem influência no método
de revelação de impressões a ser escolhido
COLETA E REVELAÇÃO DE IMPRESSÕES PAPILARES
COLETA E REVELAÇÃO DE IMPRESSÕES PAPILARES
COLETA E REVELAÇÃO DE IMPRESSÕES PAPILARES
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
 Método de empoamento (Técnica do Pó) - É usada quando as IPL localizam-se em
superfícies que possibilitam o decalque da impressão, ou seja, superfícies lisas.
 Os reagentes formulados como pós devem ser utilizados para a revelação de impressões
papilares em superfícies não porosas.

Os pós reveladores de fragmentos


papilares latentes mais usuais podem
ser divididos em pelo menos três
classes: pós regulares, pós
luminescentes e pós metálicos
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
 PINCÉIS E APLICADORES
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
 LEVANTADORES ARTICULADOS: é um conjunto pré-montado
que combina o meio levantador (acrílico adesivo sobre
uma tira de acetato transparente) e uma folha para
contraste de acetato branco, preto ou transparente.
MÉTODOS DE REVELAÇÃO

USADAS PARA IMPRESSÕES PALMARES


OU PLANTARES
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
Métodos para revelação em superfícies porosas
 Para revelar fragmentos nestas superfícies os métodos disponíveis mais
utilizados são o emprego da Ninidrina, DFO, indanediona, dentre outros
análogos.
 Em 1913, Ruhemann descobriu, por engano, a ninidrina. Ele constatou que
os alfa aminoácidos, os polipeptídios e as proteínas formavam produtos
coloridos ao reagirem com ela. Ao reagir com essas aminas livres, uma cor
azul escura ou roxa, conhecida como ”púrpura de Ruhemann” é produzida.
MÉTODOS DE REVELAÇÃO

Geralmente a
proporção da
solução usada é de
0,5 g de ninidrina
para 30 mL de
etanol
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
Técnica de revelação com sublimação de Iodo
 Pode-se utilizar a sublimação de Iodo com a finalidade de revelar as
impressões latentes presentes em papéis térmicos, como extratos
bancários e comprovantes de pagamento. Pode ser usado em outros tipos
de papéis, contudo existem métodos mais eficientes. O vapor de iodo
interage fisicamente por absorção com os lipídeos presentes no depósito
da impressão latente, produzindo uma imagem amarronzada ou
amarelada. A sua visualização é temporária.
Se houver aquecimento suficiente ocorrerá
uma reação de halogenação ao lipídio, mas
não é o caso.
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
Revelação com Nitrato de Prata – Pouco usado atualmente
 Utilizada desde 1891, baseia-se na reação entre nitrato de prata com os
íons cloretos presentes na impressão digital. A superfície de interesse é
imersa em uma cuba contendo solução 5 % de nitrato de prata durante
aproximadamente trinta segundos.
 Deve-se deixar a superfície contendo a IPL secar em uma câmara escura,
expondo à luz solar em seguida, para que o íon prata seja reduzido à prata
metálica, revelando a IPL. A impressão digital revelada deve ser
fotografada rapidamente antes que toda a superfície escureça. Pode ser
preservada quando guardada em um local escuro ou quando tratada com
solução de tiossulfato de sódio a 10 %, semelhante com o que ocorre no
processo fotográfico.
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
Técnica com Cianocrilato
 A aplicação de cianoacrilato (Alquil-2-cianoacrilato éster)
funciona como um fixador e revelador de fragmentos papilares
em superfícies não porosas e é o produto químico mais
utilizado em laboratórios de perícia papiloscópica por ser uma
técnica compatível com outras.
 Quando em estado gasoso reage seletivamente com os
componentes écrinos (água, hidróxido, aminoácidos) e
sebáceos da impressão papiloscópica. É um método químico
que também pode ser combinado com o uso de solução corante
para evidenciar o contraste que é classificado como um
método físico.
 Produz excelentes resultados em isopor e sacolas plásticas. É
necessário aplicar pó sobre as impressões reveladas.
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
Ao final do processo,
visualiza-se uma
camada branca e
rígida sobre as linhas
que correspondem às
cristas de fricção dos
dedos, palmas das
mãos ou sola dos pés,
formadas pelos
polímeros de
policianoacrilato
MÉTODOS DE REVELAÇÃO

Câmaras para fumigação de cianoacrilato


MÉTODOS DE REVELAÇÃO
Técnica de revelação em superfície molhadas
 A revelação de impressão papilar em superfícies molhadas se dá pelo uso do SPR (“Small
Particle Reagent”) ou reagente de pequenas partículas. São partículas de molibdênio que
se aderem aos componentes gordurosos do depósito da impressão papiloscópica formando
um depósito cinza de dissulfeto de molibdênio. A captura dos fragmentos revelados se dá
por meio de fotografia e com decalque em fita.
MÉTODOS DE REVELAÇÃO
Técnica de Revelação em Superfície Colante - Stick Side Powder e Wet Powder
 Esta técnica emprega pós em sua formulação, utilizando-os em uma solução detergente para
revelação de fragmentos no lado colante de fitas adesivas (Figura 4).
 A técnica que usa o Stick Side Powder e Wet Powder foi desenvolvida no Japão no começo da
década de 1990. Exemplo, fitas adesivas utilizadas em sequestro.
FINALIZANDO...
 AINDA SERIA POSSÍVEL FALAR SOBRE O SISTEMA AFIS, DE
IDENTIFICAÇÃO
 E AINDA SOBRE A NECROPAPILOSCOPIA

...MAS EM UM CURSO MAIS ESPECÍFICO


MÓDULO 4

LOCAL DE CRIME
 INTRODUÇÃO
 PERÍCIAS EM LOCAIS DE CRIMES
 CRIMES CONTRA A VIDA
 USO DE LUMINOL
 EXAME DE DNA
INTRODUÇÃO - Código de Processo Penal.
Art. 6º: Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a
autoridade policial deverá:
 I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
criminais;
 II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais;
 ESSE ARTIGO FALA DE: NECESSIDADE DE PERÍCIA; PRESERVAÇÃO DO
LOCAL; COLETA E APREENSÃO DE EVIDÊNCIAS; O LOCAL É DO PERITO,
ENQUANTO ESTIVER NELE.
INTRODUÇÃO - Código de Processo Penal.
 Art. 7º: Para verificar a possibilidade de haver a infração sido
praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
 É O PERITO QUE FAZ O LAUDO DE REPRODUÇÃO SIMULADA.
 TÍTULO VII
 DA PROVA
 CAPÍTULO II
 DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL
INTRODUÇÃO - Código de Processo Penal.
 Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a
confissão do acusado.
 Art. 159. Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão
feitos por dois peritos oficiais. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de
28.3.1994)
 § 1ºNão havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas,
de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada
à natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de
28.3.1994)
 § 2ºOs peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e
fielmente desempenhar o encargo.
INTRODUÇÃO - Código de Processo Penal.
 Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão
minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos
formulados.
 Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10
(dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a
requerimento dos peritos.
 Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e
a qualquer hora. (PLANTÃO !!!!!)
 Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito,
salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que
possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
INTRODUÇÃO - Código de Processo Penal.
 Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que
forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões
externas e vestígios deixados no local do crime.
 Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os
peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas
fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
(SEMPRE!!!!! EM TODOS OS LAUDOS!!!!!)
 Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá
suprir-lhe a falta. (FALTA DE PRESERVAÇÃO PODE IMPEDIR O EXAME DE
LOCAL!!!!!)
INTRODUÇÃO - Código de Processo Penal.
 Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada
a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não
se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão
instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas
elucidativos.
 Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do
estado das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas
alterações na dinâmica dos fatos. (IMPORTANTE!!!!!!!)
INTRODUÇÃO - Código de Processo Penal.
 Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de
obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos,
além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos,
por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
 Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o
lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado
para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu
valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do
fato.
INTRODUÇÃO - Código de Processo Penal.
 Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a
prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a
eficiência. (EXAME DE DESCRIÇÃO DE MATERIAIS!!!!!)
 No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser
datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os
peritos.
 Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou
rejeitá-lo, no todo ou em parte.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO - CRIMINALÍSTICA
 Consta que a criminalística nasceu com Hans Gross,
que é considerado o pai dessa ciência, já que foi
ele quem cunhou este termo. Juiz de instrução
criminal e professor de direito penal austríaco,
autor da obra “System Der Kriminalistik”, em 1893,
considerada um manual de instruções dos juízes de
direito, que definia a criminalística como “O estudo
da fenomenologia do crime e dos métodos práticos
de sua investigação”.
 Desde o seu surgimento a criminalística visa
estudar o crime de forma a não distorcer os fatos,
zelando pela integridade e sempre perseguindo a
evidência
INTRODUÇÃO - CRIMINALÍSTICA
INTRODUÇÃO - CRIMINALÍSTICA
Dois são os seus princípios básicos:
 Princípio de Locard (1877-1966): “Todo
contato deixa um traço (vestígio)”;
(Princípio da Troca)
 Princípio da Individualidade: Dois objetos
podem parecer indistinguíveis, mas não
há dois objetos absolutamente idênticos.
 De acordo com o Princípio da Troca de
Locard, qualquer um, ou qualquer coisa,
que entra em um local de crime leva
consigo algo do local e deixa alguma
coisa para trás quando parte.
INTRODUÇÃO - CRIMINALÍSTICA
 A Criminalística ocupa-se fundamentalmente em determinar de que
forma se cometeu o delito e quem o cometeu, também abrange
interrogações: “como?”, “porque?”, “quem?”, que instrumentos foram
utilizados, “onde?”, “quando?”
INTRODUÇÃO - CRIMINALÍSTICA
Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
 Princípio da Observação: todo contato deixa uma marca (Edmond
Locard);
 Princípio da Análise: a análise pericial deve sempre seguir o método
científico;
 Princípio da Interpretação: dois objetos podem ser indistinguíveis, mas
nunca idênticos;
 Princípio da Descrição: o resultado de um exame pericial é constante
com relação ao tempo e deve ser exposto em linguagem ética e
juridicamente perfeita;
 Princípio da Documentação: Toda amostra deve ser documentada,
desde seu nascimento na cena do crime até sua análise e descrição
final, de forma a se estabelecer um histórico completo e fiel de sua
origem.
INTRODUÇÃO – CADEIA DE CUSTÓDIA
 Cadeia de custódia é o conjunto de procedimentos que visa garantir a
autenticidade dos materiais que serão submetidos a exames, desde a
coleta até o final da perícia realizada. (FUNDAMENTAL!!!!!!!!)
INTRODUÇÃO – CADEIA DE CUSTÓDIA
INTRODUÇÃO – CADEIA DE CUSTÓDIA
INTRODUÇÃO – CADEIA DE CUSTÓDIA
INTRODUÇÃO – CADEIA DE CUSTÓDIA
INTRODUÇÃO – CADEIA DE CUSTÓDIA
INTRODUÇÃO – CADEIA DE CUSTÓDIA

CASO O.J.SIMPSON – INOCENTADO NO


JULGAMENTO POR DUPLO HOMICÍDO – SEUS
ADVOGADOS CONVENCERAM O JÚRI DE QUEBRA
NA CADEIA DE CUSTÓDIA
PERÍCIAS EM LOCAIS DE CRIMES
 Local de Constatação – Genérico.
 Local de Constatação de Cemitério Clandestino.
 Local de Constatação de Crime contra o Patrimônio.
 Local de Constatação de Dano.
 Local de Constatação de Dano em Viatura Oficial.
 Local de Constatação de Fuga ou Motim de Preso.
 Local de Constatação de Impacto de Projétil de Arma de Fogo ou Similar.
 Local de Constatação de Morte.
 Local de Constatação de Ocorrência de Trânsito – Lei 9.503/97.
 Local de Constatação de Vestígio.
 Local de Encontro de Veículo Automotor.
 Local de Exumação.
 Local de Reprodução Simulada.
PERÍCIAS EM LOCAIS DE CRIMES
 Local de Constatação de Acidente de Trabalho – Infortunística.
 Local de Constatação de Desmatamento Irregular.
 Local de Constatação de Extração Mineral e de Carvão Mineral Irregular.
 Local de Constatação de Incêndio / Explosão ou Uso de Gás Tóxico ou Asfixiante.
 Local de Constatação de Inundação / Perigo de Inundação / Desabamento ou
Desmoronamento.
 Local de Constatação de Manuseio de Produto ou Substância, Tóxica, Perigosa ou Nociva.
 Local de Constatação de Parcelamento Irregular de Solo.
 Local de Constatação de Poluição Ambiental – No Solo, Hídrica e/ou Atmosférica.
 Local de Constatação de Poluição Sonora.
 Local de Constatação de Subtração de Energia Elétrica, Água, Gás ou Similar.
 Local de Constatação de Subtração de Sinais de Comunicação.
 Local de Constatação de Usurpação de Coisa Imóvel, Águas ou Animais.
PERÍCIAS EM LOCAIS DE CRIMES
Locais de Morte:
 Morte Natural – Sem vestígios de violência – Pode ser
dispensada a Perícia de Local – Somente a Perícia Médico
Legal é suficiente.
 Morte Violenta
 Homicídio (Crimes contra Pessoas)
 Suicídio (Não é crime)
 Acidente ( pode ser crime culposo – no caso de terceiros)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
CRIMES CONTRA A VIDA (CONTRA PESSOAS)
OBRIGADO !!
 fabiobarbosa4@gmail.com
 fabio.teixeira@ifrj.edu.br

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