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SUMÁRIO

1. Definição........................................................................ 3
2. Fisiopatologia............................................................... 3
3. Investigação diagnóstica da icterícia................... 7
4. Etiologia .......................................................................11
5. Tratamento..................................................................18
Referências Bibliográficas .........................................24
ICTERÍCIA NEONATAL 3

1. DEFINIÇÃO adaptação neonatal ao metabolismo


da bilirrubina.
A icterícia neonatal é um problema
muito frequente no período neonatal Outro termo que é importante apro-
de modo que, cerca de 1/3 a 2/3 dos priar-se antes de avançarmos é o de
recém-nascidos (RN) apresentam hiperbilirrubinemia significativa que
tal sinal clínico na primeira semana representa valores de BT > 20-25
de vida. Tal icterícia nada mais é do mg/dL. Porém, valores de BT > 12mg/
que a expressão clínica do aumento dL em RN com icterícia precoce já
da concentração sérica da bilirrubi- alerta para a necessidade de uma
na indireta (BI) > 1,3-1,5mg/dL ou investigação etiológica e dos fato-
bilirrubina direta (BD) > 1,5mg/dL res de risco para hiperbilirrubinemia
desde que tal valor seja > 10% da significativa.
bilirrubina total (BT).
Cerca de 60% dos RN a termo e 80% CONCEITO! Hiperbilirrubinemia é o
aumento da concentração sérica de
dos pré-termo tornam-se ictéricos na bilirrubina indireta (BI) indireta (BI) >
1ª semana de vida. Aqui trataremos, 1,3-1,5mg/dL ou bilirrubina direta (BD)
sobretudo, da hiperbilirrubinemia in- > 1,5mg/dL desde que tal valor seja >
direta a qual é mais frequente, uma 10% da bilirrubina total (BT). A icterí-
cia neonatal é o sinal clínico decorrente
vez que 98% dos RN apresentam ní- desde aumento.
veis séricos de BI > 1mg/dL e, como
vimos na aula de Dra. Nathalia, tal
bilirrubina por ser lipossolúvel pode 2. FISIOPATOLOGIA
chegar facilmente ao sistema nervo- Para melhor compreender a hiperbilir-
so central (SNC) o que lesa o tecido rubinemia indireta do RN, bem como
cerebral instalando o quadro de ence- as respectivas etiologias responsá-
falopatia bilirrubínica que trataremos veis pela icterícia nos mesmos, é fun-
com mais detalhes a seguir. damental compreender como ocorre
Além disso, é possível falar em icte- o metabolismo da bilirrubina.
rícia precoce que acontece antes A bilirrubina é um pigmento que deri-
das primeiras 24h de vida que está va do heme (originário da hemoglobi-
mais associada ao que se denomina na dos eritrócitos) e, nos RN mais do
“icterícia patológica” e a tardia que que nos adultos, provém também de
ocorre após as 24h chamada tam- outros heme que não tem origem na
bém de “icterícia fisiológica”, pois, hemoglobina como os que compõem
como veremos a hiperbilirrubinemia a catalase, mioglobina e citocromos.
indireta muitas vezes resulta de uma Com isso, o metabolismo da bilirrubina
ICTERÍCIA NEONATAL 4

pode ser dividido em: captação, ar- que é excretado nas fezes, pequena
mazenamento, conjugação e secre- porção é eliminada pela urina e, outra
ção hepática. parte, volta para o fígado pelo siste-
Com a ruptura das hemácias e libe- ma porta, constituindo o ciclo enter-
ração da hemoglobina, esta é cap- ro-hepático da bilirrubina.
tada por macrófagos que a transfor-
mam em biliverdina, monóxido de
carbono e ferro. A biliverdina ao ser
convertida em bilirrubina livre pela
biliverdina-redutase passa a ser libe-
rada gradualmente dos macrófagos
para o plasma, tal molécula é lipos-
solúvel, e como dito anteriormente,
atravessa facilmente a barreira he-
matoencefálica. Para ser transpor-
tada no plasma esta bilirrubina li-
ga-se à albumina, sendo chamada
também de bilirrubina não conjugada
ou indireta. Ao chegar ao fígado, a
mesma é captada por proteí-
nas chamadas ligandinas
até os hepatócitos onde
em seguida são levadas ao
retículo endoplasmático no
qual são conjugadas pela
ação da enzima UDP glicu-
roniltransferase formando
então um composto polar e
hidrossolúvel que é a bilirru-
bina direta ou conjugada. A
excreção desta ocorre através
do polo biliar dos hepatócitos
para então chegar ao intestino
onde é desconjugada pela ação
das glicuronidases bacterianas
para formar o urobilinogênio
ICTERÍCIA NEONATAL 5

FISIOPATOLOGIA DA ICTERÍCIA.
MONÓXIDO
CARBONO

HEMOGLOBINA
FERRO

BILIRRUBINA Biliverdina BILIVERDINA


redutase

+ ALBUMINA MACRÓFAGOS
PLASMA

BILIRRUBINA
INDIRETA

LIGANDINAS

CAPTAÇÃO

HEPATÓCITOS

UDP
Glicuroniltransferase

CONJUGAÇÃO
FEZES URINA
BILIRRUBINA CICLO ENTERO-
DIRETA HEPÁTICO

INTESTINO Glicuronidases UROBILINOGÊNIO


bacterianas

DESCONJUGAÇÃO
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No RN tanto a captação quanto a bina e menor meia vida dos eritrócitos


conjugação mostram-se ineficien- leva o RN a ter uma quantidade de
tes devido à imaturidade da ação bilirrubina duas vezes maior que
tanto das ligandinas como da UDP a do adulto. Outro fator que contri-
glicuroniltransferase, a qual só atin- bui para a maior quantidade de BI no
ge níveis similares aos do adulto entre neonato diz respeito ao aumento da
a 6ª e 14ª semana de vida. Inclusive, circulação enterro-hepática decor-
a quantidade desta enzima aumenta rente de um trato gastrointestinal es-
quanto mais aumenta a maturidade téril, ou seja, com menor quantidade
fetal, o que faz com que após 40 se- de glicuronidases bacterianas e tam-
manas de idade gestacional seu valor bém, devido a maior quantidade de
seja 10 vezes maior do que em fetos beta-glicuronidase presente no leite
com idades mais precoces. Além dis- materno.
so, a maior concentração de hemoglo-

SAIBA MAIS!
RN com peso ao nascer de 2.000 a 2.500 g e/ou idade gestacional entre 35 e 38 semanas
apresentam risco aumentado de hiperbilirrubinemia. Os pacientes de 35, 36, 37 e 38 sema-
nas têm, respectivamente, 10, 8, 6 e 4 vezes o risco de desenvolver BT superior a 25 mg/dL
quando comparados ao risco dos RN de 40 semanas. Fonte: Newman TB et al. Prediction
and prevention of extreme neonatal hyperbilirubinemia in a mature health maintenance
organization. Arch Pediatr Adolesc Med 2000; 154: 1140-7.

Logo, o nível de bilirrubina sérica nos


neonatos é dependente da interação CONCEITO! O RN é mais suscetível a
entre os mecanismos de produção- maior carga de bilirrubina, sobretudo, a
fração indireta devido a: maior volume
-captação-conjugação-excreção e
eritrocitário, menor meia-vida das hemá-
circulação entero-hepática no mesmo cias, menor capacidade de conjugação e
de modo que, mesmo em se tratando captação por imaturidade das enzimas
de doenças hemolíticas onde há pro- que participam do metabolismo hepáti-
co e aumento da circulação enterro-he-
dução aumentada é possível também pática por esterilidade do TGI e aumento
que ocorra de modo concomitante al- das beta-glicuronidases adquiridas no
terações em outros pontos do meta- leite materno.
bolismo.
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FATORES NO RN QUE CONTRIBUEM PARA HIPERBILIRRUBINEMIA.

MENOR
MEIA-VIDA DOS
ERITRÓCITOS

IMATURIDADE 2X MAIS
HEPÁTICA BILIRRUBINA

MAIOR
QUANTIDADE DE TRATO
GLICURONIDASE GASTROINTESTINAL
NO LEITE ESTÉRIL
MATERNO

3. INVESTIGAÇÃO
DIAGNÓSTICA DA
ICTERÍCIA
A icterícia neonatal apresen-
ta progressão cefalocaudal
sendo possível avalia-la
por meio das zonas de
Kramer em que áreas
ictéricas do corpo do
neonato, avaliadas sob
luz natural, são correla-
cionadas com valores
médios de bilirrubina:
ICTERÍCIA NEONATAL 8

Figura 1. Zonas de Kramer (Fonte: https://fisioterapiafacil0.wixsite.com/fisioterapiafacil/single-post/


2017/12/01/ICTERICIA-VOCE-CONHECE-A-CLASSIFICA%C3%87%C3%83O ).

No entanto, a avaliação por meio das transcutânea. Apesar de possuir o


zonas de Kramer não permite predizer benefício de realizar uma boa verifi-
a gravidade da elevação dos níveis de cação da BT independente da etnia,
bilirrubina, assim como a análise pode tal técnica ainda é muito onerosa para
variar muito a depender do tom de pele o sistema de saúde e, alguns estudos
do RN. Com isso, têm sido desenvol- mostram que valores de BT > 13-15
vidos mecanismos de avaliar os níveis mg/dL devem ser investigados por
de BT de modo não invasivo como meio de bilirrubina sérica.
é o caso das medidas de bilirrubina

SAIBA MAIS!
Ao lançar mão da semiologia, o diagnóstico clínico de hiperbilirrubinemia costuma ser feito
com avaliação quantitativa da icterícia ao avaliar pele e mucosas por meio de cruzes (++++).
O local mais adequado para fazer essa análise é sob iluminação natural para melhor visualizar
o frênulo da língua e a esclera, locais onde costuma ser mais intensa a deposição de bilirru-
bina. Uma icterícia leve é perceptível nessas regiões, de modo que uma mucosa com icterícia
onde há pouca alteração em relação a condição normal é classificada como +/IV, e quanto
mais intensa for a icterícia mais cruzes então se utiliza na classificação. Tal método de análi-
se, assim como as zonas de Kramer possui limitações para realizar devida correlação com os
níveis de BT. E ainda, vale ressaltar que por serem formas clínicas diferentes para análise
(uma relativa à intensidade e outra à progressão cefalocaudal), as mesmas podem estar
presentes ao mesmo tempo no RN, uma vez que, por exemplo, um paciente pode ter uma
icterícia +/IV e ao mesmo tempo uma zona I de Kramer (Fonte: MORO, et al. Avaliação clínica
da icterícia: correlação com níveis séricos de bilirrubina. Arquivos Catarinenses de Medicina
V. 33. n 16 o. 4 de 2004).
ICTERÍCIA NEONATAL 9

Outra forma de avaliar os valores de avaliação deste risco um nomogra-


bilirrubina é pelo método invasivo de ma, conhecido como Nomograma de
coleta por meio do sangue do RN. Buthani, foi construído baseados nos
Deste modo pode-se prever quais percentis 40, 75 e 95 com os valores
RN têm risco de desenvolver valores de BT séricas colhidas do RN.
elevados na 1ª semana de vida. Para

Figura 2. Nomograma com os percentis 40, 75 e 95 de BT sérica segundo a idade pós-natal em horas, em RN ≥35
semanas e peso ao nascer ≥2.000 g.

Logo, qualquer RN ictérico com ida- tipagem sanguínea ABO, Rh (antí-


de gestacional (IG) ≥ 35 semanas é geno D), antígenos eritrocitários ir-
necessário determinar o risco (míni- regulares, Coombs direto/indireto e
mo, intermediário ou maior) de de- eluato deve ser realizada. Para isto,
senvolver hiperbilirrubinemia signi- é importante lembrar o que cada um
ficativa, ou seja, BT > 25mg/dL. Esta desses exames vai analisar. Em mães
avaliação deve ser feita antes da alta Rh negativo, que como veremos a se-
na maternidade, bem como no período guir podem criar anticorpos IgG an-
máximo de 72h após a mesma. ti-D contra hemácias do RN Rh po-
Em alguns casos, conforme veremos sitivo causando a doença hemolítica
a seguir, faz-se necessária a investi- perinatal. O teste de Coombs indi-
gação de doença hemolítica do RN, reto permite analisar se há anti-
portanto, a solicitação de hemograma, corpos anti-D no plasma materno,
ICTERÍCIA NEONATAL 10

enquanto o Coombs direto avalia a por congelamento no qual é retirado


presença ou não de anticorpos ma- os anticorpos presos nas hemácias
ternos anti-D nas hemácias do ne- e expõe estes a hemácias ABO se
onato. No caso de doença hemolítica apresenta com uma maior sensibili-
por incompatibilidade ABO pode ser dade para detectar anticorpos ABO
realizado também o teste do eluato presentes nas hemácias dos RN.

Figura 3. Teste de Coombs (Fonte: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20180626/25162621-rotina-mater-


no-fetal-em-imunhematologia-lais-garcia-hospital-de-clinicas-de-porto-alegre.pdf)
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SAIBA MAIS:
Diante de um RN ictérico por mais de 2 semanas associado às fezes amarela clara ou
branca, deve-se pensar no diagnóstico de Atresia Biliar. Esta doença rara afeta os RN no
1º mês de vida que resulta da obstrução das vias biliares, impedindo a bile de sair do fígado.
Se não for logo diagnóstica e tratada pode levar à morte da criança aos 2 anos de idade de-
corrente do dano intenso e cicatrização do fígado. Uma forma de detectar precocemente é
pedir aos pais para que fiquem atentos a cor das fezes do RN diariamente dentro do 1º mês
de vida. Para isto, pode-se apresentar o cartão abaixo com diversas colorações das fezes e
pedir para que os pais, aos perceberem fezes de coloração anormal (número de 1 ao
6) levem imediatamente o RN para um serviço de saúde para que se proceda com a in-
vestigação (Fonte: PerinatalServicesBC. Disponível em: http://www.perinatalservicesbc.ca/
Documents/Screening/BiliaryAtresia/StoolColourCard_Portuguese.pdf). Abaixo o cartão:

4. ETIOLOGIA é a hiperbilirrubinemia indireta, outros


sinais e sintomas associados, etc. No
Diante de um quadro de icterícia em
entanto, de antemão pode-se elencar
um neonato é preciso raciocinar quais
possibilidades etiológicas para icterí-
possíveis etiologias relacionadas a
cia no RN:
depender do momento em que sur-
ge essa icterícia, a quão significativa
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ETIOLOGIA
DA ICTERÍCIA

DEFICIÊNCIA
SOBRECARGA AO
OU INIBIÇÃO DA
HEPATÓCITO
CONJUGAÇÃO

COLEÇÃO  CIRCULÇÃO Síndrome Crigler-Najjar


HEMÓLISE POLICITEMIA
SANGUÍNEA ENTERO-HEPÁTICA tipo 1 e 2

Síndrome Gilbert
HEREDITÁRIAS ADQUIRIDAS Hemorragias RN PIG Jejum ou baixa oferta

Hipotireoidismo
congênito
Incompatibilidade Hematomas e Mãe com DM “Falta” de aleitamento
ABO, Rh e outros equimoses materno Icterícia pelo
antígenos
leite materno
Transfusão

Enzimáticas Infecções Clampeamento


(bacterianas e tardio de cordão
virais)
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Fisiológica Falta do leite materno:


Como dito, a icterícia que ocorre após Tal icterícia costuma acontecer na 1ª
as 24h de vida costuma estar mais semana de vida associada a per-
relacionada com aqueles mecanis- da de peso no 3º dia de vida 5%
mos ligados à imaturidade dos hepa- maior do que dos outros neonatos
tócitos e todos aqueles outros fatores em aleitamento materno, decorren-
que naturalmente contribuem para te da ingestão inadequada do leite
hiperbilirrubinemia e, consequente- materno o que leva ao aumento da
mente a icterícia no RN. Tal icterícia circulação enterro-hepática de bilir-
nos RN a termo tem seu pico entre rubina e, consequentemente, maior
3º-5º dia e desaparece até o 12º dia aporte desta para a circulação san-
de vida, enquanto que nos pré-termo guínea. Isso pode acontecer tanto por
o pico é entre 5º-7º dia, desaparecen- uma dificuldade na sucção pelo RN,
do em geral no 14º dia. como pouca oferta do leite pela mãe,
A avaliação por meio das zonas de vale ressaltar que, esse contexto leva
Kramer permite estabelecer quanto tanto a perda de peso quanto desi-
está intensa a icterícia bem como sua dratação do neonato.
correlação com os níveis de bilirru- A icterícia chegar a ser bastante in-
bina. Porém, alguns fatores de risco tensa, assim como os níveis de bilir-
estão associados a maiores níveis de rubina podem levar ao desenvolvi-
bilirrubina e devem ser levados em mento da encefalopatia bilirrubínica,
consideração tais como: descendên- quadro clínico que será comentado
cia asiática, mãe com diabetes, hipó- com mais detalhes a seguir.
xia, coleções sanguíneas, clampea-
mento tardio de cordão.

SAIBA MAIS!
A icterícia pela “falta” do aleitamento materno tem sido associada nos últimos anos a alta
hospitalar antes das de 48h de vida. Com a finalidade de redução dos custos hospitalares
tem sido criada a tendência de encurtar o tempo de internação hospitalar. No entanto, a
maior parte dos RN que saem dos hospitais, está em aleitamento materno exclusivo, de modo
que a reduzida oferta láctea e a desidratação a principal causa da hiperbilirrubinemia. Logo,
acredita-se que internações precoces (antes das 48h de vida) afetam a habilidade da mãe
de assimilar e processar as informações relativas a amamentação e cuidados com o filho,
desfavorecendo a prática do aleitamento materno e contribuindo para a icterícia pela falta do
aleitamento materno adequado. Fonte: TRATADO DE PEDIATRIA, 2010.
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Síndrome da icterícia pelo leite Doenças hemolíticas


materno
A icterícia que ocorre nas primeiras
Esta é descrita em 20-30% de todos 24h de vida do neonato costuma estar
os neonatos em aleitamento materno. ligada às doenças hemolíticas. Estas
Neste caso, diferente da etiologia ex- podem ser: imunes, enzimáticas, da
plicada acima, o leite materno passa membrana eritrocitária (esferocitose),
a agir como modificador ambiental por hemoglobinopatias (alfatalasse-
para genótipos que atuam tanto na mia) e adquiridas quando decorren-
captação, quanto na conjugação da tes de infecções virais ou bacterianas.
bilirrubina elevando o risco em até O exame físico, os dados clínicos e
22 vezes de chegar a valores de BT laboratoriais do RN e da mãe permi-
> 20mg/dl. O quadro clínico difere do tem melhor elucidação diagnóstica
anterior, pois neste caso há uma icte- de qual tipo de doença hemolítica se
rícia persistente desde a 1ª semana está tratando.
de vida que se prolonga por 2-3 se- O aparecimento de icterícia precoce
manas, mas o RN não chega a perder alerta para o risco de doença he-
peso ou desidratar, ao contrário, está molítica, sobretudo, as hereditárias.
em bom estado geral e com ade- Por este motivo, de acordo com o qua-
quado ganho pondero-estrutural. dro clínico, dosa-se a BT e o hema-
O diagnóstico costuma ser feito por tócrito a cada 6-8h até as 36h de
exclusão após afastar as causas pa- vida a fim de calcular a velocidade
tológicas de aumento de BI. de hemólise, ou seja, o aumento de
bilirrubina em mg/dL/h de modo que
Coleções sanguíneas valores >0,5-1 mg/dL/h indicam gra-
extravasculares vidade do quadro e permitem estabe-
lecer terapêutica. Além disso, como
Algumas coleções sanguíneas, be- no cordão é possível coletar sangue
nignas ou não, podem acometer o para realizar análise do eritrograma
RN causando com isso um extrava- e os valores de bilirrubina total e fra-
samento do sangue das mesmas, o ções. Valores de BT > 4 mg/dL e/ou
que sobrecarrega os hepatócitos de hemoglobina < 12 mg/dL associa-
bilirrubina. Hemorragia intracraniana/ ção a gravidade da doença hemolí-
pulmonar/gastrointestinal, cefalo-he- tica perinatal.
matomas, hematomas, sangue de-
glutido ou equimoses causam icterícia
prolongada que se manifesta 48-72h
após o extravasamento.
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Figura 4. Incompatibilidade Rh (Fonte: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20180626/25162621-rotina-ma-


terno-fetal-em-imunhematologia-lais-garcia-hospital-de-clinicas-de-porto-alegre.pdf).

Na incompatibilidade Rh, a mãe Rh mente desenvolve anticorpos do tipo


negativo possui anticorpos anti-D IgG que atravessam a placenta levan-
(Coombs indireto positivo) enquan- do a eritroblastose fetal. Por este mo-
to o RN possui suas hemácias reco- tivo é fundamental dessensibilizar
bertas pelos anticorpos anti-D pro- as mães Rh negativo no pós-parto,
duzidos pela mãe (Coombs direto pós-abortamento, pós procedimen-
positivo). Vale ressaltar que, essa tos ou pós sangramentos durante a
repercussão clínica no RN costuma gestação com imunoglobulina an-
acontecer com maior gravidade em ti-D, promovendo proteção contra
gestações subsequentes, pois nestes anticorpos anti-D de até 99%.
casos a mãe já sensibilizada previa-
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Figura 5. Tratamento com imunoprofilaxia anti-D. Legenda: HDN: Doença Hemolítica Neonatal; RhIG= Imunoglobulina
anti-Rh (Fonte: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20180626/25162621-rotina-materno-fetal-em-imunhe-
matologia-lais-garcia-hospital-de-clinicas-de-porto-alegre.pdf)

Já na incompatibilidade ABO não anticorpos, não evidenciando a gravi-


é preciso haver sensibilização pré- dade da doença.
via, sendo resultante de um RN com Um outro diagnóstico diferencial para
sangue tipo A ou B com mãe san- doenças hemolíticas imunes é a in-
gue tipo O. Essa icterícia evolui de compatibilidade por antígenos eritro-
forma persistente alcançando níveis citários irregulares do sistema Rh (c,
elevados de BI. Independentemente C, e, E, cc, Ce) e outros do sistema
do resultado do Coombs direto, em Kell, Duffy, Kidd e MNss que também
casos de incompatibilidade ABO é causam hemólise grave. Quando a
importante realizar o teste do eluato mulher não possui determinado an-
por congelamento, pois este permite tígeno eritrocitário e, ao receber uma
verificar a presença dos anticorpos transfusão sanguínea produzem IgG
anti-A e anti-B no sangue do ne- para esse antígeno, ao engravidarem,
onato. Porém, a positividade deste se o feto tem aquele mesmo antígeno
teste apenas indica a presença dos em suas hemácias, ocorre então uma
ICTERÍCIA NEONATAL 17

reação antígeno-anticorpo que culmi- hemólise e em seguida hiperbilirrubi-


na na doença hemolítica. O diagnós- nemia. O diagnóstico é realizado por
tico pode ser realizado inclusive du- triagem neonatal em papel filtro ou
rante o pré-natal ao atentar-se para dosagem sérica da enzima. Quanto à
multigestas ou mulheres que tenha icterícia, esta costuma-se desenvolver
recebido transfusão anterior à gesta- após as 24h e intensificar-se ao longo
ção. Deve-se suspeitar desta doen- da 1ª-2ª semanas, levando ao quadro
ça quando há doença hemolítica no clínico de encefalopatia bilirrubínica.
RN, mas não há incompatibilidade
ABO e Rh e o sangue do RN apre-
senta Coombs direto positivo. Distúrbios genéticos na
conjugação
Dentre as doenças hemolíticas enzi-
máticas, vale a pena destacar a mais A redução na glucorunidação da bilir-
frequente e importante que é a de- rubina na Síndrome de Gilbert ocorre
ficiência de glicose 6-fosato-desi- em decorrência de uma variante da
drogenase (G-6-PD). Esta enzima enzima responsável pela conjuga-
eritrocitária atua na defesa antioxi- ção, a UDPGT1, reduzindo a forma-
dante intracelular, logo, quando o RN ção de glucoronídeos da bilirrubina o
deficiente nesta enzima é exposto que causa a síndrome. O diagnóstico
a estresse oxidante, acidose, infec- é feito observando o histórico fami-
ção, hipoglicemia e algumas drogas liar, ausência de outras hepatopatias
(anti-inflamatórios, analgésicos, an- que justifiquem a icterícia e a melhora
timaláricos, etc.) podem desenvolver desta após o uso de fenobarbital.

SAIBA MAIS!
Estudos recentes evidenciam a presença da mutação da UGT1A1 em RN em aleitamento
materno com hiperbilirrubinemia indireta prolongada (icterícia pelo leite materno), sendo a
mesma detectada em pacientes com síndrome de Gilbert. Fonte: MARUO Y et al. Prolonged
unconjugated hyperbilirubinemia associated with breast milk and mutations of the bilirubin
uridine diphosphate glucuronosyltransferase gene. Pediatrics 2000; 106: e59

Outro grupo são as Síndromes de Cri- mg/dL logo nos primeiros dias. Neste
gler-Najjar tipos I e II, ambas formas caso não há resposta ao fenobarbi-
clínicas da deficiência congênita da tal e a biópsia hepática não eviden-
enzima glicuronil-transferase. A tipo I cia a presença da enzima. A tipo II é
é autossômica recessiva, onde há au- autossômica dominante com presen-
sência completa da atividade da enzi- ça reduzida da glicuronil-transferase.
ma e manifesta valores de BI 25-35
ICTERÍCIA NEONATAL 18

Tal enzima também está reduzida em 5. TRATAMENTO


pacientes com hipotireoidismo con-
Anterior às medidas específicas no
gênito, permanecendo assim por se-
tratamento da hiperbilirrubinemia é
manas ou meses. O diagnóstico se dá
importante saber evitar os fatores
pela redução dos níveis de T4 e au-
determinantes da lesão neuronal
mento dos níveis de TSH, os quais já
pela bilirrubina presentes, sobretu-
são rastreados na triagem neonatal.
do, nos pacientes em cuidados inten-
sivos que aumentam a concentração
SE LIGA! A icterícia prolongada pode de BI no cérebro (hipercapnia, con-
ser o único sinal de hipotireoidismo con-
gênito.
vulsão, hipoglicemia, sepse), alteram
a membrana hematoencefálica (hi-
pertensão arterial, pneumotórax, hi-
Encefalopatia Bilirrubínica perosmoralidade, vasculite, acidose
(kernicterus): respiratória) ou que relacionam-se
com a baixa concentração sérica de
Como já dito, a BI atravessa a bar-
albumina.
reira hematoencefálica e pode depo-
sitar-se nos núcleos da base (globo O principal tratamento para o aumen-
pálido e subtalâmico principalmente) to de BI no RN ictérico é a fototerapia,
conferindo aos mesmos coloração a qual visa reduzir os níveis de BI, con-
amarelada e acarretando em sinais sequentemente evitando a realização
neurológicos. Alguns fatores de ris- da exsanguíneotransfusão (EST). O
co contribuem para a instalação do mecanismo de ação consiste na fo-
quadro clínico favorecendo esta lesão toisomerização da configuração e
nos núcleos da base, são eles: doença estrutura da molécula de bilirrubina
hemolítica, hipóxia, hipoalbuminemia, com a formação de isômeros que são
sepse, acidose. diretamente eliminados pela via biliar
e urinária. A eficácia da técnica de-
O quadro clínico, conforme vimos com
pende do: comprimento de onda da
Dra. Nathália, pode ser dividido em fase
luz (faixa azul), irradiância espectral
aguda e crônica. Na fase aguda o RN
(ou seja, a intensidade da luz; quanto
encontra-se com: letargia, hipotonia,
menor a distância entre a luz e o pa-
choro estridente, hipertonia e hiper-
ciente, maior a irradiância e eficácia)
termia. A fase crônica consiste em:
e superfície corpórea exposta à luz
paralisia cerebral atetoide grave, neu-
(quanto maior a superfície corpórea
ropatia auditiva, paresia vertical do
exposta, maior a eficácia). Quando a
olhar e displasia dentária.
bilirrubinemia é superior ao percen-
til 95 no Nomograma de Bhutani é
ICTERÍCIA NEONATAL 19

preferível utilizar a fototerapia de alta elevação de BI igual ou superior a 0,5


intensidade. mg/dL/h nas primeiras 36h de vida.
A duração da EST varia entre 60-
90min, devendo ocorrer em ambiente
asséptico, não ultrapassando a ve-
locidade de troca de 1-2 ml/kg/min,
sendo o volume preconizado de 160
ml/kg (duas volemias), em uso da téc-
nica do “puxa-empurra” pela veia
umbilical. Após o procedimento deve
ser mantida: infusão contínua de gli-
cose (4-6 mg/kg/min), gluconato de
Figura 6. Fototerapia (Fonte: https://saude.rs.gov.br/ cálcio 10% (2 ml/kg/dia) e sulfato de
upload/arquivos/carga20180626/25162621-rotina-
-materno-fetal-em-imunhematologia-lais-garcia-hospi-
magnésio 10% (1 ml/kg/dia). A rea-
tal-de-clinicas-de-porto-alegre.pdf) lização deste procedimento é acom-
panhada de elevada morbidade, in-
cluindo complicações metabólicas,
No entanto, é preciso tomar alguns infecciosas, hemodinâmicas, vascu-
cuidados durante o uso da fototera- lares, hematológicas, além de reação
pia, são eles: aumentar a oferta hí- pós-transfusional.
drica através do aleitamento mater-
no, verificar temperatura corporal
a cada 3h, proteger os olhos com
cobertura radiopaca, não utilizar ou
suspender a fototerapia se os ní-
veis de BD estiverem elevados para
evitar a síndrome do bebê bronzeado.
Atualmente a doença hemolítica por
incompatibilidade Rh é uma das
únicas indicações de EST, sendo as
outras causas de aumento de BI con-
troladas usualmente pela fototerapia.
Na incompatibilidade Rh a EST pode
ser indicada logo após o nascimen-
to se BI >4mg/Dl e/ou hemoglobina
< 12 mg/Dl, após as primeiras horas
Figura 7. Técnica exsanguíneotransfusão (Fonte: ht-
de vida a EST é indicada se houver tps://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20190522/
03152250-transfusao-em-neonatologia-e-pediatria.pdf).
ICTERÍCIA NEONATAL 20

SAIBA MAIS!
A escolha do tipo de sangue para a exsanguinotransfusão depende da etiologia da icterícia.
Se a causa for doença hemolítica por incompatibilidade Rh, utiliza-se o tipo sanguíneo do RN,
Rh negativo ou tipo O Rh negativo. No caso de hemólise por incompatibilidade ABO, as he-
mácias transfundidas podem ser as do tipo sanguíneo da mãe (O) e o plasma Rh compatível
com o do RN ou hemácias tipo O com plasma AB Rh compatível. Quando a etiologia não for
a hemólise por anticorpos, pode ser utilizado o tipo sanguíneo do RN. Fonte: MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2014

Não há um consenso quanto aos ní-


veis séricos de BT que indicam a foto-
terapia e exsanguíneotransfusão no
RN. Com isso, acaba-se levando em
consideração a avaliação periódica da
BT, as idades gestacional e pós-natal,
bem como os fatores agravantes para
lesão bilirrubínica neuronal. Abaixo, o
Ministério da Saúde disponibiliza de
maneira simplificada, os valores que
indicam os respectivos tratamen-
tos em RN ≥ 35 semanas. Em geral,
quando a BT chega a valores entre
8 e 10 mg/Dl a fototerapia pode ser
suspensa sendo reavaliada entre 12-
24h para confirmar manutenção ou
não da redução.
Como ressaltado por Dra Nathalia,
antes de iniciar a EST o RN costuma
estar na fototerapia, logo, é impor-
tante que 2-3h antes de iniciar a EST
seja reavaliada a BT para verificar se
o neonato ainda está na faixa de indi-
cação para o procedimento.
ICTERÍCIA NEONATAL 21

BILIRRUBINA TOTAL (MG/DL)


Fototerapia Exsanguineotransfusão
Idade
350/7 - 376/7 > 380/7 350/7 - 376/7
> 380/7 semanas
semanas semanas semanas

24 horas 8 10 15 18

36 horas 9,5 11,5 16 20

48 horas 11 13 17 21

72 horas 13 15 18 22

96 horas 14 16 20 23

5 a 7 dias 15 17 21 24

• Diminuir em 2mg/dL o nível de indicação de fototerapia ou EST se doença homolítica


(Rh, ABO, outros antígenos), deficiência de G-6-PD, asfixia, letargia, instabilidade na
temperatura, sepse, acidose, ou albuminemia <3 g/dL.
• Iniciar fototerapai de alta intensidade sempre que: BT>17-19 mg/dL e colher BT após
4-6 horas; BT entre 20-25 mg/dL e colher BT em 3-4 horas; BT >25 mg/dL e colher BT
em 2-3 horas; enquanto o material da EST está sendo preparado.
• Se houver indicação de EST, enquanto ocorre o preparo colocar o RN em fototerapia
de alta intensidade, repetindo a BT em 2 a 3 horas para reavaliar a indicação de EST.
• A EST deve ser realizada imediatamente se houver sinais de encefalopatia bilirrubí-
nica ou se a BT estiver 5 mg/dL acima dos níveis referidos.

Tabela 1. Valores de BT para indicação de fototerapia e exsanguíneotransfusão (EST) em RN ≥ 35 semanas de idade


gestacional (Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

Para RN prematuros a indicação de imediato a fototerapia indepen-


vai depender dos níveis de BT e do dente dos níveis de BT logo nas pri-
peso ao nascer, sendo que se peso meiras 12-24h de vida ou iniciar se
<1.000g pode-se optar por iniciar BT 4-6mg/Dl, sendo a EST indicada
se BT entre 13-15 mg/Dl.
ICTERÍCIA NEONATAL 22

BILIRRUBINA TOTAL (MG/DL)


Peso ao nascer
Fototerapia Exsanguineotransfusão

1.001 – 1.500 g 6a8 11 a 13

1.501 – 2.000g 8 a 10 13 a 15

2001 – 2.500 g 10 a 12 15 a 17

• Considerar o valor inferior na presença de fatores de risco: doença hemolítica, deficiência de G-6-PD, asfixia,
letargia, instabilidae na temperatura, sepse, acidose, hipotermia ou albumina <3,0 g/dL.

Tabela 2. Valores de BT para indicação de fototerapia e exsanguíneotransfusão (EST) em RN < 34 semanas de idade
gestacional (Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

AVALIAÇÃO E MANEJO DA ICTERÍCIA

BI > 1,3-1,5 mg/dL


ICTERÍCIA
NEONATAL
AVALIAR A CADA 8-12h

ANTES DE 24H DE APÓS 24H DE VIDA


VIDA (PRECOCE) (TARDIA)

Coletar exames
Zona ≥2 Zona <2

Fototerapia
Coletar Observação
exames clínica

48h sem ALTA


< p75 > p75 icterícia ou RETORNO
Zona I 48-72h
ICTERÍCIA NEONATAL 23

MAPA MENTAL RESUMO

MAIOR
TRATO QUANTIDADE DE MENOR MEIA-
GASTROINTESTINAL IMATURIDADE 2X MAIS GLICURONIDASE NO VIDA DOS
ESTÉRIL HEPÁTICA BILIRRUBINA LEITE MATERNO ERITRÓCITOS

HEMÓLISE

FATORES DO RN
COLEÇÃO
SANGUÍNEA
HEPATSOBRECARGAÓCITO
ZONAS DE POLICITEMIA
KRAMER
ICTERÍCIA
AVALIAÇÃO ETIOLOGIA
NEONATAL
ANÁLISE BT CIRCULÇÃO
SÉRICA ENTERO-HEPÁTICA
DEFICIÊNCIA OU INIBIÇÃO DA
CONJUGAÇÃO
RISCO: BAIXO,
NOMOGRAMA OBSERVAR A
INTERMEDÍARIO
DE BUTTANI CADA 8-12h
OU ALTO

ANTES DE 24H DE VIDA APÓS 24H DE VIDA


(PRECOCE) (TARDIA)

Coletar exames
Zona ≥2 Zona <2

Fototerapia Coletar exames Observação clínica

ALTA
48h sem icterícia
> p75 < p75 RETORNO
ou Zona I
48-72h
ICTERÍCIA NEONATAL 24

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. – 2.ed. – Barueri, SP: Manole, 2010.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Progra-
máticas Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de
saúde. 2. ed. atual. – Brasília, 2014.
RAMOS, J.L.A. Icterícia no recém-nascido: aspectos atuais. Ver. Fac. Ciên. Méd. Sorocaba,
v. 4, n.12, p.17-30, 2002.
GARCIA, L. Rotina materno-fetal em imunohematologia. Hospital das Clínicas de
Porto Alegre. Disponível em: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20180626/
25162621-rotina-materno-fetal-em-imunhematologia-lais-garcia-hospital-de-clinicas-
-de-porto-alegre.pdf.
MARTELLI, A. Síntese e metabolismo da bilirrubina e fisiopatologia da hiperbilirrubinemia
associados à Síndrome de Gilbert: revisão de literatura. Rev Med Minas Gerais 2012; 22(2):
216-220.
ICTERÍCIA NEONATAL 25

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