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RESUMO:
O presente artigo apresenta o relato de caso clínico de uma adolescente escolar de 13 anos de
idade, encaminhada para um processo de avaliação psicológica pela escola para um diagnóstico
na dificuldade de aprendizagem. A avaliada, no momento do psicodiagnóstico demonstrou
episódios depressivos. A depressão atualmente é uma das queixas mais frequentes em
adolescentes escolares (Batista et. al., 2006; Rodrigues et. al., 2016). Analisando
progressivamente, alguns autores apontam para uma interface entre aprendizagem e depressão,
especialmente em jovens (Rodrigues et. al., 2016). . Através do processo de psicodiagnóstico nas
diversas fontes fundamentais de informações (entrevistas, testes psicológicos, entre outras
técnicas) assim, relatamos aspectos comportamentais e as dificuldades emocionais, apontando
para uma relação entre eles.
ABSTRACT:
This article presents the clinical case report of a 13-year-old school adolescent, referred to a
psychological assessment process by the school for a diagnosis of learning difficulties. The
evaluated, at the time of psychodiagnosis, showed depressive episodes. Depression is currently
one of the most frequent complaints among school adolescents (Batista et. Al., 2006; Rodrigues
et. Al., 2016). Analyzing progressively, some authors point to an interface between learning and
depression, especially in young people (Rodrigues et. Al., 2016). . Through the process of
psychodiagnosis, in the several fundamental sources of information (interviews, psychological
tests, among other techniques), thus, we report behavioral aspects and emotional difficulties,
pointing to a relationship between them.
1
Artigo apresentado ao curso de Pós-Graduação em Avaliação Psicológica do Centro Universitário
CESMAC.
2
Psicóloga e Pós-Graduanda em Avaliação Psicológica pelo CESMAC.
3
Professor, Mestre em Pesquisa Profissional em Saúde pelo CESMAC e orientador do artigo.
1. INTRODUÇÃO
2. MÉTODO
A metodologia de condução para o caso foi realizado por uma psicóloga pós-
graduanda em AP e orientado por um psicólogo e Professor Mestre em psicologia. A
avaliação seguiu o modelo idiográfico, que funciona construindo hipóteses e testando-as
a partir de dados clínicos (Hutz, Bandeira, Trentini e Krug, 2016). Também foi utilizada
a análise qualitativa (comportamentos considerados inadequados no contexto cultural da
avaliada) e quantitativa (intensidade dos comportamentos apresentados) do modo de
funcionamento sob a luz dos relatos de experiência, observações dos profissionais para
descrever e ressaltar sinais e sintomas que possam apontar para quadros disruptivos a
serem modificados em benefício da avaliada (Cunha, 2003; Farias et. al. 2010). Vale
ressaltar que a avaliação foi realizada de forma integrada, analisando os dados de forma
global e complementar. O psicodiagnóstico foi realizado em novembro de 2019, tendo
passado por etapas distintas, sendo elas: (1) recebimento da demanda; (2) esclarecimento
acerca da demanda recebida e do tipo de avaliação a ser utilizada; (3) escolha das
estratégias e técnicas utilizadas; (4) contrato de trabalho; (5) execução do plano de
trabalho escolhido e estabelecido no contrato; (6) levantamento, análise e interpretação
de dados; (7) verificação dos dados integrados ecologicamente; (8) correlação dos
resultados com aspectos teóricos pertinentes; (9) elaboração do documento técnico-
científico acerca dos resultados encontrados; (10) adoção da estratégia adequada para
devolução dos resultados; e, por fim, (11) devolução dos resultados.
2. 1. Entrevista Inicial e Anamnese
A entrevista não é uma técnica única. Ela possui vários formatos, definidos de
acordo com seus objetivos e formatações dentro do processo em que está inserida. A
entrevista clínica pode ser definida como
Não obstante, vale ressaltar que, dentre os tipos de entrevista, podemos apontar a
anamnese enquanto uma das técnicas que primordiais no processo de AP (Tavares, 2000).
A anamnese pode ser compreendida como o um método técnico-científico que permite, a
partir de uma análise ecológica do contexto social e olhar clínico, esclarecer as demandas
do avaliado para o levantamento de hipóteses diagnósticas e construção do plano de
trabalho. Para realizar essa competência clínica, é preciso ter conhecimentos e habilidades
na aquisição e interpretação de significados dos dados coletados, para a elaboração do
raciocínio clínico. Vale ressaltar que a anamnese também é de extrema importância na
construção do rapport a ser construído com o avaliado (Soares et. al. 2014).
O teste das Pirâmides Coloridas de Pfister foi utilizado com o objetivo de perceber
com maior clareza aspectos relacionados sobre suas formas de enfrentamento das
situações e tendências comportamentais (Villemor-Amaral, 2015).
3. PROCEDIMENTOS
Além destas técnicas, foi utilizado também o Teste das Pirâmides Coloridas de
Pfister, tendo sido administrado em uma (01) sessão e aplicado após a segunda sessão de
administração da Técnica do HTP.
Por fim, buscando dirimir quaisquer dúvidas que possam existir por parte do
solicitante ou dos responsáveis e criar um momento propício para discutir o conteúdo
deste documento, foi realizada uma sessão voltada para a entrevista devolutiva.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Maria apontou que seu núcleo familiar inclui a mãe, o pai e a irmã mais nova.
Atualmente, segundo Maria, os pais estão se divorciando, porém, ainda vivem na mesma
casa. Maria afirma que os pais discutiam no início da separação, porém, atualmente, sente
que está tudo bem entre eles e afirma não apresentar incômodo com a situação. Ela afirma
ser mais próxima da mãe e da irmã, pois o pai apresenta uma personalidade mais retraída,
embora se dê bem com ambos. Maria esteve durante todo o processo avaliativo
mostrando-se cuidadosa com a própria imagem, com roupas limpas, cabelo arrumado e
perfumada. Suas relações interpessoais estão direcionadas ao núcleo familiar,
especialmente a mãe e a irmã. Na escola, Maria relatou dificuldade em interagir com os
pares, o que, com o tempo, gerou um comportamento evitativo por parte da mesma.
Quanto às suas relações na sala de aula, Maria relatava que os colegas construíram uma
imagem lábil acerca dela, o que a desanimava e levava a crer que suas capacidades de
aprender eram, de fato, reduzidas.
No caso de Maria, uma das formas em que esta puerilidade se manifesta e que
chama a atenção, diz respeito à sua autoimagem. Não obstante, a autoimagem pode
influenciar no autovalor carregado pela mesma, produzindo sentido para a sua imagem a
partir do o que é valorizado pelos seus pares (Farias, 2010). Ao referir-se à deficiência no
contato com as contingências naturais proeminentes de situações de socialização, esta
pode tornar o indivíduo dependente de regras estabelecidas por terceiros sobre como agir,
construindo seus comportamentos verbais a partir do comportamento verbal alheio e
tornando-se indiferente às contingências naturais (de Farias et. al.2010 apud Baum
1994,1999; Catania, 1998, 1999; Matos, 2001; Meyer, 2005). Tal labilidade pode ser
explicada por ocasião de sintomas ansiosos, presentes em Transtornos Depressivos
(Farias et. al 2010; APA, 2013).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Matos, B. C., Silva, L. L., Gonçalves, A. H. O., Santana, Y. T. P., & Coutinho, D. M.
(2012). O doente psíquico grave na atenção básica: é possível? In ANAIS DO
CONGRESSO SUL-BRASILEIRO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E
COMUNIDADE (Vol. 3, p. 68).
Rodrigues, I. O., Freire, T., Gonçalves, T. D. S., & Crenitte, P. D. A. P. (2016). Sinais
preditores de depressão em escolares com transtorno de aprendizagem. Revista
CEFAC, 18(4), 864-875.