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LAÍS RIBEIRO
SALVADOR
2023
1. Introdução
A avaliação ocorreu em duas sessões, sendo aplicados uma bateria de testes, além de
um questionário sociodemográfico e de condições de saúde, as quais poderiam influenciar
nos resultados da avaliação. Na primeira sessão, foi utilizada a versão reduzida da escala
CDR (Clinical Dementia Rating), que foi validada por Macedo-Montaño e Ramos (2005),
além dos testes de rastreamento: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), o Rey Auditory –
Verbal Learning Test (RAVLT), o teste de Fluência Verbal (FAS), o teste de trilhas e o
Rivermead Behavioral Memory Test (RBMT). Ademais, também foi aplicada a escala
geriátrica para depressão com a finalidade de identificar a presença de sintomas depressivos.
Já na segunda sessão, foi aplicado o teste RBMT (Rivermead Behavioral Memory Test), o
qual objetiva avaliar funções da memória voltadas a atividades cotidianas – este foi dividido
em 12 subtestes. Ainda, foram aplicadas a Escala de Depressão Geriátrica e o Desenho do
relógio, o qual buscou avaliar a habilidade visuoconstrutiva, de planejamento e negligência
visual. De modo geral, os resultados indicaram um prejuízo das funções cognitivas do
paciente. JL apresentou um desempenho inferior nas habilidades associadas à velocidade de
processamento de informações e à memória recente. Percebeu-se também que os tipos de
erros cometidos por JL nas tarefas indicadas eram encontrados em protocolos de pacientes
com sintomas depressivos. Ainda, destacou-se que no teste verbal de REY, JL apresentou
falha durante o processo de evocação da lista, conseguindo, contudo, recuperar as
informações após receber auxílio do reconhecimento da lista de palavras. Para mais, foi
observada outra relação entre os sintomas depressivos e a velocidade de execução de tarefas
tempo-dependentes, sendo os pacientes com sintomas depressivos mais lentos nessas
atividades. Ao fim da avaliação, verificou-se que JL apresentou uma lentificação na
velocidade de processamento das informações.
4. Conclusão
De acordo com Alexopoulos e colaboradores (2002), há uma relação entre perdas
cognitivas e depressão, sendo que a prevalência da ocorrência de ambos os quadros tem
dobrado a cada cinco anos após os 70 anos. Os mesmos autores destacam também que
aproximadamente 25% dos idosos acima dos 85 anos apresentam, concomitantemente,
depressão e prejuízos cognitivos. Tais dados têm mostrado a importância da avaliação
psicológica e, mais especificamente, da avaliação neuropsicológica para este público neste
contexto.
Para tal, é importante enfatizar a necessidade de testes validados pelo SATEPSI,
quando dentro do contexto brasileiro, e que tenham em seus estudos públicos cujos dados
demográficos se adequem aos do paciente idoso. Por fim, tendo em vista a pouca ênfase em
outras técnicas psicológicas no estudo de caso apresentado, destaca-se também que, apesar
dos testes psicológicos serem imprescindíveis para o processo avaliativo nesse contexto, o
uso de outras técnicas psicológicas, como a entrevista, também são importantes para o
aprofundamento e checagem de determinadas questões relacionadas aos construtos a serem
investigados.
5. Referências
MORAN, J. M., ZAKI, J. Functional neuroimaging and psychology: What have you done
for me lately? Journal of Cognitive Neuroscience, v. 25, n. 6, p. 834-842. 2013.
PRIMI, R. Avaliação Psicológica no Século XXI: de Onde Viemos e para Onde Vamos.
Psicol. cienc. prof. v. 38. 2018.