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A Psicologia é uma das mais antigas disciplinas e simultaneamente uma das mais novas.
Ideal consensual: desde sempre que foram colocadas questões relativas ao comportamento
humano- filosofia e teologia- Grécia antiga.
Defendia que a saúde mental depende da saúde física- o exercício físico, assim como o estudo de
artes, matemática e filosofia, são úteis para a saúde da mente.
Existe uma relação íntima entre a alma e corpo, em que a mente efetivamente corresponde
à ação do corpo.
Ideia ainda não refutada em 2021: ligação próxima entre a biologia e a psicologia.
Filosofia
Até ao final do séc. XIX a filosofia estudava a natureza humana mediante a especulação, intuição e a
generalização baseada nas suas experiências subjetivas.
Psicologia moderna
Seguidor de Descartes.
Mais influente depois de morto.
A mente e o corpo fazem parte da mesma realidade.
A ordem e a conexão de ideias é a mesma que a ordem e a conexão das coisas.
Teoria algo vaga mas com forte vantagem de conferir possibilidade científica à psicologia.
Psicologia moderna
Fisiologista russo.
Realizou estudos empíricos sobre condicionamento clássico da salivação dos cães.
Foi premiado com o prémio nobel pelas suas investigações sobre o trato digestivo.
Teve um papel crucial no desenvolvimento do behaviorismo.
Houve uma diminuição das experiências da fisiologia e no âmbito do contributo desta para a
psicologia no período das 2 grandes guerras mundiais, no início do séc. XX.
Depois desse período houve menos preocupação dos psicólogos com o estudo da fisiologia.
Visão revolucionária.
Ao contrário do que se acreditava até então- que o comportamento anormal era causado
por demónio e o tratamento envolvia dificultar a vida desses demónios.
Defendeu que o comportamento anormal deveria ser considerado doença mental, ex.
causada pela funcionalidade alterada da mente.
Defendeu que a psicologia é de importância fundamental na tarefa de compreender e tratar
as perturbações mentais.
Foi o 1º a desenvolver uma abordagem terapêutica psicológica sistematizada, que originou
outras abordagens terapêuticas posteriores.
A psicanálise contribuiu para o estudo do desenvolvimento emocional humano e para o
desenvolvimento de tratamento para as perturbações mentais.
Contribuiu para o alargar do papel da psicologia, para além de processos básicos cognitivos
(ex. sensação, perceção, memória), para o processo de desenvolvimento humano, processos
sociais, motivação, personalidade e comportamento sexual- provavelmente o que +
contribuiu para a diversidade e riqueza da psicologia atual.
Fundador do behaviorismo.
Partiu da preocupação da psicologia ser muito objetiva e, logo, pouca científica- Muitos
psicólogos da altura baseavam as suas teorias na sua própria experiência/ introspeção.
Defendia que a psicologia devia descrever objetivamente o que é o comportamento
observado- através de um método científico das ciências naturais.
Defendeu uma psicologia experimental com medidas de comportamento obtidas em
condições bem controladas.
Acreditava que a maioria do comportamento humano se devia à aprendizagem e treino-
fatores ambientais (estímulo-resposta)- a hereditariedade não tinha ou tinha pouca
importância (visão excessivamente simplista).
Objetivo: predizer e controlar o comportamento.
Fisiologistas
Estudos diretamente com tecidos cerebrais: contributos substanciais para as funções do cérebro.
Constatou:
Meados do séc. XIX- estavam a ser aplicados os métodos das ciências exatas ao estudo dos
fenómenos mentais.
Desde 1880
Estudou a evolução das espécies depois de outros autores (ex. Lamarck- teoria
comportamentalista da evolução).
Publicou o livro “ A origem as espécies” um ano antes do livro de Fechner “Elementos da
psicofísica”.
Introduziu o conceito de evolução das espécies: mudou o foco das estruturas para a função.
Livro “A ascendência do Homem”- enfatiza a semelhança entre processos mentais humanos
e animais.
Livro “A expressão das emoções no homem e nos animais”- defende que as expressões
emocionais evoluíram ao longo do tempo e só as que foram úteis sobreviveram.
“Esforço biográfico de uma criança pequena”- importante percursor da psicologia do
desenvolvimento.
Funcionalismo 😊
Psicologia aplicada
Florence L. Goodenough
Uma das mulheres doutoradas em psicologia que, por não ter lugar na academia, dedicou-se à
psicologia aplicada.
Aluno de Wundt.
Aplicou a psicologia à publicidade e aos negócios.
Foi o 1º a aplica-la à seleção pessoal, à administração e à publicidade.
Gestalt
Alemão.
Fundador da Gestal.
Publicou nos EUA “perceção: uma introdução à teoria da Gestalt”
Importante mas gerou equívocos por colocar no título perceção (ao invés de ser mais vasto:
processos cognitivos)- mais danos que benefícios.
Influenciou:
O princípio da Gestalt foi desenvolvido no início do século XX por dois famosos teóricos:
Wolfgang Köhler e Kurt Koffka. Eles observaram que a mente humana tem um comportamento
bem padronizado ao perceber as formas vistas nos objetos, nas pessoas, nos cenários e em tudo
o que vemos.
Os gestaltistas afirmam que, ao receber um estímulo visual, nosso cérebro não recebe uma
excitação sensorial isolada, mas vários sinais complexos que agrupam todas as características
que consideramos semelhantes, somando rapidamente todas as partes do item visto.
Isso significa que, à primeira vista, percebemos os objetos em sua totalidade, para só depois nos
atentarmos aos detalhes. Essa teoria é facilmente comprovada por ações da nossa rotina: ver
desenhos nas nuvens e formas (de cruz, de animais e formas geométricas) nas constelações são
exemplos disso.
A Relação Terapêutica
A pessoa é um ser auto-determinado que tem dentro de si vários recursos, que lhe permitem:
O organismo é um todo integrado que interage com o meio. Tem tendência para se conservar a
si mesmo e mover-se no sentido da maturidade.
• Tendência atualizante: esta tendência do organismo para desenvolver todas as suas capacidades
que lhe permitem manter-se ou desenvolver-se:
«Quanto mais um indivíduo é compreendido e aceite, maior tendência tem para abandonar as
falsas defesas que empregou para enfrentar a vida, e para progredir numa via construtiva»
Rogers, 1985
O adoecer psíquico
• Desencadeia-se um processo defensivo, que utiliza a negação e a distorção, para se proteger das
experiências angustiantes. O self desorganiza-se.
Rogers, 1959
Falta de aceitação de si
O que fazer?
Como fazê-lo?
• Rogers (1957) enuncia 6 condições que afirma necessárias e suficientes para uma relação
terapêutica atingir os seus objetivos.
4. Que o terapeuta experiencie uma atitude de olhar positivo incondicional pelo cliente.
• 5. Que o terapeuta experiencie uma compreensão empática da realidade do cliente, do
seu quadro de referência interno.
• 6. Que o cliente perceba – mesmo que num grau mínimo – a presença do olhar positiva
incondicional e da compreensão empática por parte do terapeuta.
1. Contacto Psicológico
• O contacto psicológico, quando presente, permite que na relação existam: feedback (entre o
self do cliente e o mundo externo, entre o self do cliente e o self do terapeuta ); negociações;
ajustamentos criativos; alianças; uma construção social da realidade.
• Havendo contacto, cada uma das pessoas faz alguma mudança percebida no campo
experiencial da outra.
• Ex: Doente catatónico – Será que a presença do terapeuta lhe trará algum benefício relacional,
alguma mudança no seu campo experiencial?
2. Incongruência (cliente)
• É necessário que o cliente tenha a consciência de que está num estado de vulnerabilidade ou
ansiedade. Uma sensação consciente e dolorosa, ameaçadora da destruição do Eu.
3. Congruência (terapeuta)
• A congruência tem duas faces, a interna e a externa: O lado Interno refere-se ao grau no qual
o terapeuta tem acesso consciente a todos os aspetos da sua experiência. O lado externo refere-
se à comunicação verbal e não verbal do terapeuta das suas perceções, atitudes e sentimentos.
Este aspeto chama-se transparência.
Parece essencial que o terapeuta seja genuíno, ou integrado, ou congruente na relação. O que isto
significa é que é importante para o terapeuta ser o que ele é no seu contacto com o cliente. (….) Se
ele apresenta uma fachada exterior ou qualquer atitude ou sentimento, enquanto interiormente ou
num nível inconsciente ele experiencia outro sentimento, a probabilidade do sucesso terapêutico
estará diminuída (Rogers, 1956).
«Não é fácil para qualquer ser humano confiar os seus sentimentos mais profundos e protegidos a
outra pessoa. Ainda é mais difícil para uma pessoa perturbada partilhar estes sentimentos profundos
e problemáticos com o terapeuta. A genuinidade do terapeuta é um dos elementos na relação que
leva a pessoa a correr o risco de partilhar mais facilmente com menos receios» (Rogers, 1966).
Exemplo de Congruência
• O cliente já estava a falar há algum tempo acerca de como iria deixar a sua esposa, quando de
repente pára e pergunta ao terapeuta se este o está a acompanhar e a compreender, ao que o
terapeuta responde:
“Não…com toda a honestidade eu não compreendo… está a falar acerca de deixar a sua mulher…
mas por alguma razão não o estou a compreender muito bem (longo silencio) é como se tivesse isso
tudo planeado passo por passo… e é tão complicado… mas eu não compreendo onde é que estão os
seus sentimentos no meio disto tudo.”
• Os terapeutas às vezes têm dificuldade em admitir que não estão a compreender o cliente: talvez
eles possam assumir que a sua falta de compreensão é um indicador de inadequação. Neste
exemplo o terapeuta não estava defensivo acerca da sua dificuldade de compreensão. Estava aberto
à sua falta de compreensão, focado nesse sentimento que estava a emergir de si. Concluindo que
uma das coisas que estava a minar a sua compreensão era o facto de que apesar do seu cliente ter
muitos pensamentos sobre esta situação não estava a ser claro acerca dos seus sentimentos.
Exemplo de Incongruência
O terapeuta estava perfeitamente consciente do facto de não gostar muito do cliente mas mentiu.
Perdeu uma excelente oportunidade de dar uma resposta congruente e um seguimento
compreensivo a essa resposta. A relação teria evoluído porque o terapeuta passaria a poder estar
mais verdadeiramente na relação, e o cliente ficaria mais capaz de confiar na genuinidade e
transparência do terapeuta. O cliente estava a desejar investir tanto nesta relação que até conseguiu
estar atento às dificuldades do terapeuta na relação.
• O terapeuta deve aceitar o cliente e a sua experiência, sem condições, juízos de valor ou
julgamentos.
• Parte-se do princípio de que é impossível julgar uma pessoa, já que não se pode ter a compreensão
suficiente para perceber todos os dados em questão.
5.Empatia
• “To sense the client´s private world as if it were your own, but without ever losing the «as if»
quality” (Rogers, 1957)
• Um modo empático de ser com outra pessoa tem diversas facetas diferentes.
Envolve ser sensível, momento a momento, aos significados sentidos e em mudança que fluem
na outra pessoa, ao medo ou raiva ou ternura ou confusão, ou seja o que for que o outro está a
experienciar.
Significa viver temporariamente a vida do outro, movendo-se nela delicadamente sem fazer
julgamentos; significa sentir significados de que a outra pessoa não tem consciência, mas sem
tentar descobrir completamente sentimentos inconscientes, dado poder ser demasiado
ameaçador.
Inclui comunicar o sentido que se está a ter do mundo da pessoa, visto com olhos frescos e sem
medo.
Significa verificar frequentemente com a pessoa a precisão do sentido, e ser guiado pelas
respostas da pessoa.
6. Perceção do cliente
• Se não houver a comunicação destas atitudes de aceitação e empatia ao cliente, para ele é como
se não tivessem existido, e o processo terapêutico fracassou.
• Cliente sobre terapeuta: “potenciou a minha posse da minha própria experiência... Que esta é de
facto a minha experiência e que estou realmente a tê-la: a pensar o que estou a pensar, a sentir o
que estou a sentir, a querer o que estou a querer, a recear o que estou a recear. Sem “mas” ou
“talvez” ou “nem por isso”.
• 2. Os sentimentos que expressa relacionam-se cada vez mais com o seu Eu (self-reference) e
menos com o não-Eu (nonself) – meio ambiente.
• 3. Torna-se cada vez mais capaz de distinguir os objetos dos seus sentimentos e perceções.
• 4. Os sentimentos que expressa relacionam-se, cada vez mais, com o estado de incongruência
existente entre certos elementos da sua experiência e do seu conceito de Self.
• 5. O cliente toma consciência da ameaça que este estado de incongruência interna representa
para si.
• 6. O cliente experiencia plenamente sentimentos que até então tinha negado ou distorcido.
•8.À medida que a reorganização da estrutura do Self prossegue, o conceito de Self torna-se
progressivamente mais congruente com a sua experiência.
• 9. O cliente torna-se cada vez mais capaz de experienciar o olhar positivo incondicional do
terapeuta, sem se sentir ameaçado por essa experiência.
• 12. A avaliação da sua experiência torna-se cada vez menos condicional e torna-se cada vez mais
na base de dados “organísmicos”, isto é, das experiências vividas.
• Abertura à experiência
• Viver no presente
• Criatividade e flexibilidade
• Confiabilidade
Origem da psicanálise
●Freud formou-se em psiquiatria e neurologia, trabalhando com pacientes neuróticos, com estes
notou que tinham problemas relacionados com nervos e ansiedade, acabando por prejudicá-los a
nível físico;
●Freud conseguiu criar um método que ajuda indivíduos com doenças mentais a lidar com conflitos
internos que contribuem para um comportamento disfuncional. Todas estas técnicas partiram de
uma necessidade de conhecer mais, no sentido de ajudar mais, sendo esse o principal objetivo de
Freud e onde podemos demarcar a origem da psicanálise.
●Como foi mencionado previamente, Breuer teve uma influencia marcante na construção
metodológica de Freud, principalmente, pelos seus métodos catárticos e hipnóticos;
●O processo de catarse é caracterizado por uma forma de tratamento de dificuldades emocionais,
fazendo o paciente relembrar e descrever os conflitos inconscientes, deste modo enfraquecendo as
memorias causadoras de sintomas;
●O método catártico e a hipnose eram utilizados por Freud no tratamento dos seus pacientes,
contudo este não estava satisfeito com a hipnose e acabou por abandoná-la, substituindo-o, por sua
vez, por uma técnica denominada de- livre associação (técnica na qual o paciente é encorajado a
falar livre e espontaneamente);
●Freud descobriu que grande parte das lembranças estavam associadas a temáticas sexuais: “as
principais e mais imediatas causas, para fins práticos, do distúrbio neurótico estão nos fatores
oriundos da vida sexual” (as cited in Breger, 2000, p.17)
●É feita a análise e interpretação dos sonhos com o intuito de revelar conflitos inconscientes, eram
uma fonte exuberante de material emocional significativo, além de conter pistas para as causas
subjacentes de um distúrbio;
O Caso de Anna O.
●Os primórdios da psicanálise brotaram-se a partir das diversas experiências, uma dessas instâncias
foi o caso de Anna O., onde uma jovem começou a desenvolver sintomas agudos de histeria, como a
paralisia, a deterioração mental, náuseas e distúrbios visuais e orais, enquanto cuidava do seu pai,
por quem alegadamente possuía uma espécie de paixão;
●O fisiologista austríaco Josef Breuer encarregou-se do tratamento desta paciente, utilizando assim
a hipnose e conversando com ela diariamente, com o intuito de trazer para a superfície experiências
distintivas que pudessem ter sido a fundação para alguns dos seus sintomas;
●O afastamento repentino de Breuer para com Anna O. revelou severas consequências para a
mesma, tendo até repercussões físicas;
O Inconsciente
Os instintos:
●Os instintos são a força propulsora ou motivadora da personalidade, o estímulo biológico impulsor
da energia mental, os instintos freudianos não representavam inclinações herdadas, mas sim, fontes
de estimulação intrínsecas ao corpo;
●O encargo do instinto passa por eliminar ou atenuar essa estimulação por meio de algum
comportamento, como por exemplo o ato de beber, comer ou manter relações sexuais;
●Os instintos são, para Freud, as reproduções mentais dos estímulos internos (como a sede), que
motivam a personalidade e a nossa conduta;
●Freud elaborou a distinção entre dois tipos de instintos, nomeadamente, os instintos de vida (eros)
e os instintos de morte (tanatos);
●Os instintos de morte organizam um força destrutiva, que pode ser interiorizada na forma de
masoquismo ou suicídio, bem como exteriorizada, por meio de agressão ou ódio.
Os Níveis de Personalidade
Inicialmente, Freud propusera a divisão da vida mental em dois segmentos: o consciente, que
abrangia a minúscula e insignificante porção visível do iceberg, e o inconsciente, a gigantesca e
poderosa parte submersa do iceberg, que envolvia os instintos freudianos, ou seja, as forças
propulsoras de toda conduta humana.
Id- O id, nada mais é do que a parte mais remota e menos alcançável da personalidade, na qual
observamos o sexo e os instintos agressivos, onde a satisfação imediata é o nosso único desejo,
deixando de parte os juízos de valor, como o bem e o mal, o moral e imoral. O id procura encontrar
o prazer e evitar a dor a todos os custos possíveis;
Ego- Lado racional da personalidade, que nos auxilia no controle dos instintos, age como mediador,
isto é, um simplificador da interação entre o id e as ocorrências do mundo externo. Assim sendo, o
ego representa a racionalidade;
Superego- Reconhecido como a figura moral da personalidade, estando em conflito com o id, uma
vez que, ao contrário do ego, que apenas procura adiar a satisfação do id, o superego visa interditar
a completa satisfação do id.
A ansiedade
●A ansiedade atua como um alerta das ameaças contra o ego, segundo Freud existem três tipos de
ansiedade:
●Ansiedade objetiva- que deriva do medo de perigos existentes no mundo real, como aranhas,
cobras, etc;
●Ansiedade neurótica- que ocorre diante do reconhecimento das potenciais ameaças inerentes à
satisfação dos instintos do id, sendo assim, por outras palavras, o medo da punição por exteriorizar
os desejos impulsivos do id;
●Ansiedade moral- que rompe do medo da consciência, resultante de ações ou pensamentos que
nos são imorais;
●Deste modo, a ansiedade estimula a tensão, obrigando o indivíduo a tomar alguma atitude para
atenuá-la, segundo a teoria freudiana, os chamados mecanismos de defesa, que são
comportamentos que simbolizam negações inconscientes ou distorções da realidade, servem
como um sistema de proteção para o ego, uma vez que são adotados para o proteger contra a
ansiedade.
Neo-freudianos
●As principais alterações feitas pelos neo-freudianos foram a expansão do papel do ego, a sua
separação do domínio do id, estando o ego para Freud sempre sujeito aos desejos/influências do id,
mas não para os neofreudianos;
●Os neo-freudianos também passaram a dar mais ênfase a influências sociais e psicológicas e
menos a influências biológicas;
●Para além disso, retraíram no que toca à importância da sexualidade na infância e, por sua vez, ao
“Complexo de Édipo”, dando mais importância ao psicossocial e menos ao psicossexual.
●Desenvolveu uma vertente psicanalítica com especial enfoque em crianças, Análise infantil;
●Também deu contribuições ao atribuir definições mais precisas aos mecanismos de defesa
propostos por Freud com base nas suas análises a crianças.
Teve uma infância solitária, isolada e infeliz, procurando refúgio no mundo do subconsciente.
Inconsciente Pessoal
Existe num plano inferior à consciência, contém memórias, impulsos, desejos que foram esquecidos
ou suprimidos.
●Estas experiências são agrupadas em complexos, estes englobam emoções e padrões com
temáticas em comum;
Inconsciente coletivo
Teve uma infância marcada por doença, inveja do seu irmão mais velho e foi rejeitado por parte da
sua mãe.
Desenvolveu a psicologia individual, tendo por base a ideia de que o comportamento humano é
determinado, maioritariamente, por forças sociais e não por instintos biológicos.
●Introduziu o conceito de interesse social, é o potencial inato de cooperação, seja para atingir
objetivos pessoais ou coletivos;
● Deu ênfase não tanto a experiências passadas mas sim a planos para o futuro;
●Considerava a personalidade algo uno e consistente, regida pelo principal objetivo de se sentir
superior (perfeito/pleno);
●A inferioridade era um grade foco de Adler, a infância é tida como uma fase de dependência e
inferioridade, logo é algo experienciado por todos;
●A inferioridade deve ser ultrapassada, é essa vontade inata que impele o indivíduo de se melhorar
e a atingir objetivos cada vez maiores. É um processo continuo que decorre ao longo de toda a vida;
(Inferioridade acaba por ser algo positivo)
●Se o indivíduo não for capaz de compensar as suas inferioridades pode vir a desenvolver um
complexo de inferioridade;
Karen Horney (1885-1952) Nascida em Hamburgo na Alemanha, rejeitada por parte da sua mãe que
tinha predileções pelo seu irmão mais velho, era maltratada pelo pai que menosprezava a sua
aparência e inteligência, como resultado desenvolveu sentimentos de inferioridade e inutilidade.
●Ansiedade básica- Descrita por Horney como o sentimento de uma criança quando esta está
isolada e desamparada num mundo potencialmente hostil;
●Qualquer coisa que perturbe a relação entre criança pode produzir ansiedade básica e a criança
era impelida pela procura de segurança, proteção e livre de medos num mundo ameaçador;
●Nada no desenvolvimento infantil era universal, era tudo dependente de fatores ambientais,
sociais e culturais.
Necessidades Neuróticas
●Quando esta ansiedade básica se torna evidente, a criança desenvolve padrões comportamentais
de forma a lidar com esses sentimentos de insegurança e desamparo, quando um destes se torna
uma parte fixa da personalidade dá-se-lhe o nome de necessidade neurótica(um método de defesa
contra a ansiedade);
●Inicialmente, propôs dez necessidades neuróticas, estas foram posteriormente agrupadas em três
grupos:
●Personalidade complacente- Que se move em direção à pessoa, implica a aceitação que um tem
dos seus sentimentos de desamparo e age de forma a conseguir o afeto dos outros, busca aprovação
e afeição;
●Teve uma infância infeliz tomando refugio nos livros para escapar à solidão e inferioridade;
Autoatualização
●É necessário primeiro satisfazer patamares inferiores antes que o próximo nos possa motivar;
Críticas à Psicanálise
(1) As condições sob as quais Freud executava a recolha de dados não seguiam um método
sistemático e organizado, tendo em conta que os relatos dos pacientes não eram transcritos, mas
sim tornados em anotações realizadas horas após as sessões, por este motivo, alguma da
informação inicial podia facilmente ser distorcida e omitida, devido a alterações de memória deste
psiquiatra;
(2) Freud pode ter feito uma releitura das respostas do paciente tendo sido movido pela ânsia de
descobrir algum fundamento para suas conclusões, o analista pode ter optado por se recordar e fixar
exclusivamente o que cogitava ouvir, de certa forma, é plausível que os seus registos se verificassem
indispensáveis, visto que os dados originais não foram conservados não teremos a certeza de nada
relacionado;
(3) Uma outra crítica passa pelo facto de Freud poder ter deduzido as histórias de sedução sexual na
infância com base na sua avaliação dos sintomas dos pacientes e não por meio de uma narrativa
proveniente destes mesmos, um autor chegou a sugerir que, embora Freud afirmasse que a maioria
das pacientes alegavam ter sido seduzidas pelo pai, não existiam evidências que pudessem
comprovar um único caso e que, por isso mesmo, tudo passava por uma suposição do psicanalista;
(4) A investigação de Freud sustenta-se através de uma demonstração ínfima e não característica de
pessoas, mas sim, restrito ao próprio Freud e aos que se sujeitaram a fazer psicanálise junto dele,
nos trabalhos de Freud, foram aprofundados cerca de dez casos nos quais a maioria eram mulheres
jovens, solteiras, ricas e intelectualizada;
(5) Para além disso, foram identificadas discrepâncias entre as anotações de Freud das sessões de
terapia e os casos publicados, supostamente baseados naqueles registos, os pesquisadores
constataram diferenças, envolvendo a extensão do estudo e a sequência dos acontecimentos
descobertos durante a análise, assim como supostos tratamentos não fundamentados, alguns
historiadores tentaram rastrear erros contidos nos casos não publicados deste psiquiatra, contudo
estes arquivos tinham sido destruídos pelo próprio, por outro lado, Freud publicou apenas seis casos
depois de seu desentendimento com Breuer e nenhum deles contém provas convincentes da
eficácia da psicanálise;
(6) Não seria sempre possível presumir a exatidão das narrativas dos pacientes independentemente
de qualquer anotação imprescindível das sessões de terapia, Freud examinou poucas vezes os
relatos que seus pacientes apresentaram sobre as experiências de infância dos mesmos, segundo os
críticos, Freud devia ter interrogado os parentes e amigos a respeito dos fatos relatados, ou seja a
primeira etapa da investigação apresentou-se inacabada, insuficiente e vaga.
A psicanálise é utilizada para tratar casos de neurose e psicose e, de modo geral, ajuda os
psicanalistas na compreensão do ser humano e, consequentemente, na compreensão da sociedade
atual. Contudo, mesmo que a essência da teoria seja a mesma, a interpretação mudou muito.
A psicanálise, atualmente, não tem apenas como objetivo suspender o mal do indivíduo, mas sim,
tornar consciente o que o afeta, aumentando o bem-estar psíquico. Temos que ter em consideração
que os distúrbios atuais são diferentes daqueles estudados por Freud. As apresentações clínicas mais
comuns na queixa dos pacientes englobam os distúrbios alimentares, a dependência química e de
álcool, as manifestações psicossomáticas e o consumo excessivo de medicamentos, dentre outros. A
ideia de id/ego/superego e análise de sonhos são técnicas e ideias simplistas que pouco farão no
sentido de abordar as questões que os cuidados modernos em saúde mental existem para abordar.
Concluindo, Freud ainda é relevante, mas apenas como ponto de referência, Freud estabeleceu
fundamentos dos quais os cuidados modernos de saúde mental são construídos.
Prof. Jorge
1. Trepanação
Procedimentos similares, embora mais sofisticados são utilizados na atualidade (Ex. Drenagem
de hematomas intra-cranianos).