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Psicologia

Experimental
TEXTO 1
Cristiany Rocha Azamôr
ARAUJO, Saulo de Freitas. O passado e o futuro da
psicologia experimental: contribuições de Fechner, Wundt e
James. Psicol. pesq. [online]. 2020, vol.14, n.3, pp. 23-43.
ISSN 1982-1247. Disponível em
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S1982-12472020000300004
O passado e o futuro da psicologia experimental: contribuições de Fechner,
Wundt e James

➔ Experimentos psicológicos
➔ Séc. XVIII - física experimental - filosofia experimental:
◆ Christian Wolf - quantificação e a mensuração de fenômenos mentais:
“...tudo o que é finito - incluindo a alma e seus fenômenos - possui uma
quantidade determinada que pode ser conhecida: "a atenção, em
homens diferentes, difere em grau. Maior é a atenção de um, menor a de
outro. […] Quem não sabe que existem vários graus de virtude e vício de
acordo com a diversidade de indivíduos?"
◆ Nicolas Tetens - ciência empírica da alma: "considerar as modificações da
alma tais como são conhecidas por meio do auto-sentimento;
percebê-las e observá-las cuidadosamente e repetidas vezes, alterando
as condições…”
◆ Johann Gottlob Krüger - Ensaio de Psicologia Experimental: "produzindo
mudanças extraordinárias no corpo, é possível produzir modificações na
alma que não ocorreriam no curso normal da natureza, e isso significa
nada menos do que a possibilidade de conduzir experimentos sobre a
alma"
➔ Séc. XIX - universidades alemãs - psicologia experimental - identidade da nova
psicologia - “os experimentos psicológicos adquirem uma nova dimensão
(marco - acontecimento radical): surgimento da nova psicologia científica, de
caráter fundamentalmente experimental”
➔ Por que se torna um marco? 1. A psicologia foi institucionalizada nas
universidades alemãs(como disciplina de ensino obrigatório e em laboratório
de pesquisa experimental); 2. Programas sistemáticos de experimentação
psicológica de Gustav Fechner (1801-1887), Wilhelm Wundt (1832-1920) e
Hermann Ebbinghaus (1850-1909)
➔ Psicofísico Fechner:
◆ Contribuições antecedem as de Wundt - Livros: Elementos de Psicofísica
1860); Matéria de Psicofísica (1877); Revisão dos Pontos Principais da
Psicofísica (1882). Psicofísica - “ciência que estabelece as relações
funcionais entre o corpo e mente”. PSICOFÍSICA INTERNA (mundo
corpóreo interno - cérebro/sistema nervoso central) e PSICOFÍSICA
EXTERNA (mundo corpóreo externo que nos dá acesso à experiência).
◆ Livros: Sobre a Estética Experimental (1871); Curso Elementar de Estética
(1876). Estética - ramo da psicofísica externa - estudar as relações
mensuráveis entre estímulo (estimulação corpórea externa) e sensação
(consequências psíquicas internas - sentimentos de prazer e desprazer)"
◆ Exemplo de experimento: limiar sensorial absoluto (“nível que deve ser
excedido para detectar um estímulo na metade do tempo em que
ocorre”). Os experimentos consistiam em apresentar diferentes
intensidades de estímulos e pedir que os sujeitos experimentais
relatassem suas sensações. Ex.: “concentração de sal que desperta o
sabor salgado em 50 em cada 100 vezes que a mistura é provada”.
➔ A psicologia experimental de Wundt:

◆ Fundador da psicologia científica - reforma teórico-metodológica da


psicologia - o experimento ocupa um lugar de destaque - experimentos
sobre a velocidade do pensamento:

“não se tratava mais de medir o efeito de um evento externo sobre a


sensação tátil ou visual, mas sim de mensurar o intervalo de tempo
decorrido entre duas classes de representações (visuais e auditivas) ou "o
tempo mais curto em que uma representação pode se seguir à outra"
(Wundt, 1862b, p. 264). Dessa forma, estava aberto o caminho para os
experimentos sobre o tempo de reação e a cronometria mental em geral”

“criou o primeiro centro internacional de formação de psicólogos


experimentais, atraindo estudantes de todo o mundo…que, ao retornar
a seus países de origem, estabeleceram novos programas de psicologia
experimental e perpetuaram, assim, sua existência”
➔ James e a recepção da psicologia experimental nos EUA:
◆ Pai da psicologia científica americana - 1875, primeiro curso de
psicologia fisiológica e experimental em uma universidade
norte-americana que associou-se à prática de laboratório - publicação
dos Princípios de Psicologia (James, 1890/1981), até hoje sua obra mais
citada e comentada entre os psicólogos - com o tempo, afastou-se da
Psicologia Experimental
➔ REPRESENTANTES DA PSICOFÍSICA (Séc. XIX):

Helholtz – Fisiologista. Desenvolveu estudos sobre os limiares em audição e visão.


Destaca-se experimentos relacionando tipos de frequência sonora (alta/baixa) com o limiar
de intensidade auditiva. Aplicabilidade: fonoaudiólogos utilizam esses estudos nos exames
de audiometria.
Weber – Fisiologista/anatomista. Desenvolveu estudos sobre discriminação de peso,
audição e visão. Foi quem mais realizou estudos sobre limiares de sensação (Estesiômetro).
Aplicabilidade: clínica da dor, percepção da dor.
Fechner – Físico/Químico. Deu continuidade ao trabalho de Weber. Foi quem mais utilizou
o método experimental ao mundo humano, estabelecendo uma relação entre as
características psicológicas de um estímulo e suas características físicas.
Wundt – Médico/Filósofo/Psicólogo. Responsável pela criação do primeiro laboratório de
grande porte em Psicologia. Preocupou-se em estabelecer leis gerais sobre os fenômenos
do comportamento, em rigorosas condições de observação. Utilizou o método da
Introspecção.
Stevens – Psicólogo. Foi quem criou a noção de níveis de medida.
➔ CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA DIFERENCIAL (Séc. XX):

Galton – Biólogo. Foi o primeiro a utilizar a Estatística (análise de dados) para o


desenvolvimento de pesquisas na avaliação do comportamento. Era primo de
Darwin e acreditava que a maioria das características humanas era herdada e, por
isso, seus estudos se centralizaram em diferenças entre irmãos, gêmeos, primos
(força, tempo de reação, etc.). Desenvolveu estudos sobre Padronização dos
Testes, estudos com Questionários e Escalas e Métodos de Avaliação.
Pearson – Desenvolveu o modelo de Correlação e Análise Fatorial (método
estatístico que
serve para determinar fatores relacionados à Inteligência (Fator G – Capacidade de
raciocínio lógico abstrato) e Personalidade (Rebeldia/Introversão).
Cattel – Psicólogo. Junto com Galton defendia a tese de que os sujeitos mais
inteligentes são aqueles que respondem mais rapidamente aos estímulos. Cattel e
galton foram os primeiros a construir Testes de Inteligência que, inicialmente,
eram do tipo sensório-motores (velocidade sensorial e tempo de reação).
➔ CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA DIFERENCIAL (Séc. XX):

Binet – Psicólogo. Criticou Cattel e Galton, pois considerava estes testes


demasiadamente sensoriais e que não mediam funções complexas superiores,
como a Inteligência. Ele foi chamado à Paris para resolver problemas escolares, já
que, na época, havia altos índices de reprovação em crianças. Foi o primeiro a
construir, de forma sistemática, um instrumento para avaliar a inteligência em
termos individuais. Criou a Escala Binet-Simon, em 1905. Esta escala sofreu
algumas modificações por Terman, em 1916, que introduziu o conceito de QI
(criado, em 1912, por Stern). Em 1937, houve outra modificação na Universidade
de Standford que passou a ser denominada Escala Standford-Binet. Em 1960,
sofreu a última transformação.
Otis – Especialista do Departamento de Guerra dos EUA. Criou a Escala Coletiva de
Desenvolvimento Mental que tinha como objetivo selecionar pessoas para o
exército norte-
americano, durante a Primeira Guerra Mundial.

INTELIGÊNCIA - APTIDÃO - PERSONALIDADE


➔ Experimentos:

Ilusão de Muller-lyier
➔ Experimentos:

Teste Stroop
➔ Experimentos:

Pavlov
➔ Experimentos:

Ebbinghaus Illusion
➔ Experimentos:

Ebbinghaus Illusion
➔ Experimentos:
Sílabas Sem Sentido de Ebbinghaus Illusion

“As sílabas foram construídas seguindo um padrão consoante - vogal - consoante, não sendo a primeira e a
última letra iguais. Além disso, as sílabas que ele usou não poderiam ter um significado anterior. Assim, por
exemplo, "CAL" não seria aceitável, mas "BAK" poderia ser usado.
Depois de remover todas aquelas sílabas sem sentido que tinham algum significado anterior, ele desenvolveu
uma lista de aproximadamente 2300 diferentes. A partir deles, desenvolveu seus estudos da seguinte forma:
depois de fazer uma lista deles em um caderno, procurou memorizá-los lendo-os em voz alta ao ritmo de um
metrônomo.
Conclusões e resultados
Uma das primeiras conclusões a que Ebbinghaus chegou foi que a mente humana atribui significados aos
elementos que deseja memorizar, mesmo que não os tenha previamente. Ele também descobriu que algumas
das sílabas eram mais fáceis de memorizar do que outras, dependendo se podiam ou não ser associadas a
uma palavra já conhecida.
Por outro lado, usando este método, ele chegou a algumas conclusões importantes no campo da memória. Por
exemplo, ele criou o conceito de "curva de esquecimento", que afirma que ao memorizar uma lista de itens,
com o tempo eles vão sendo esquecidos gradualmente. Outra de suas ideias mais importantes é a curva de
aprendizado, além de seus estudos sobre o efeito da repetição na memória.”
Fonte: https://sperohope.com/hermann-ebbinghaus-biograf#:
➔ Experimentos:

Curva do Esquecimento de Ebbinghaus - 1885

Em 20 minutos, esquecemos 42% do que aprendemos


Depois de uma hora, esquecemos 56%
Em 30 dias perdemos em torno de 80% dos conhecimentos que adquirimos

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