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Curso Online:

Linguagem Corporal
O que é Neurociência?........................................................................................2

Neuropsicologia...................................................................................................3

Neurociência cognitiva.........................................................................................5

Neurociência comportamental.............................................................................7

Neuroanatomia....................................................................................................9

Neurofisiologia...................................................................................................12

Conceitos básicos em neurociência..................................................................14

Comunicação neuronal......................................................................................16

Sistemas sensorial e motor................................................................................17

Memória e aprendizagem..................................................................................19

Referências bibliográficas..................................................................................24

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O que é Neurociência?

Neurociência é o estudo científico do sistema nervoso.

Tradicionalmente, a neurociência tem sido vista como um ramo da biologia.


Entretanto, atualmente ela é uma ciência interdisciplinar que colabora com
outros campos como a educação, química, ciência da
computação, engenharia, antropologia, linguística, matemática, medicina e disc
iplinas afins, filosofia, física, comunicação, anatomia e psicologia. O
termo neurobiologia é usado alternadamente com o termo neurociência,
embora o primeiro se refira especificamente à biologia do sistema nervoso,
enquanto o último se refere à inteira ciência do sistema nervoso.

O estudo do funcionamento do sistema nervoso central e dos temas da


Neurociência – em especial as capacidades de aprendizagem, a organização
de informações, a memória, a manutenção e alteração de comportamentos e o
controle e manifestação das emoções – pode ocorrer por diversos caminhos:
desde sua estrutura básica (o cérebro e suas funções), a partir da Medicina
(em especial a Neurologia e a Psiquiatria), passando pelo funcionamento e/ou
disfunções eletrobioquímicas do cérebro, recuperação de funções perdidas por
traumas físicos ou ocasionados por doenças, identificação de regiões no córtex
cerebral responsáveis por determinadas funções (como a fala, a memória, a
discriminação de informações etc.), a relação entre os estímulos ambientais e o
desenvolvimento da inteligência, o papel das emoções nas relações humanas.

 Leitura Complementar:

Livro: Princípios de Neurociências. 5ª Edição.

Autor: Eric R. Kandel, James Schwartz, e outros.

Editora: Artmed.

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NEUROPSICOLOGIA

A neuropsicologia é uma interface ou aplicação da psicologia e da neurologia,


que estuda as relações entre o cérebro e o comportamento humano. Sua
principal área de atuação é na compreensão de como lesões, malformações,
alterações genéticas ou qualquer agravo que afete o sistema nervoso causam
déficits (alterações) em diversas áreas do comportamento e
da cognição humana.

Em outras palavras, a neuropsicologia atua mais frequentemente no estudo


das funções mentais superiores, sem deixar de estudar áreas como
sexualidade, emoção e agressividade, que tradicionalmente são investigadas
por
abordagens fisiológicas e biológicas (neurobiologia, neurofisiologia, psicofisiolo
gia, psicobiologia). Desse modo a neuropsicologia compõe fortemente o campo
das neurociências, com ênfase na neurociência cognitiva. Atribui-se tanto ao
psicólogo Donald Olding Hebb (1904-1985) como ao médico William
Osler (1849-1919) a proposição do termo neuropsicologia.

A avaliação neuropsicológica consiste na utilização de exame clínico, aliado a


outras ferramentas diagnósticas (exames de neuroimagem, tais
como tomografia computadorizada, ressonância magnética, SPECT (sigla para
do inglês Single Photon Emission Computed Tomography, em português do
Brasil: tomografia computadorizada por emissão de fóton único), observação
do comportamento, relatos da família do paciente e a instrumentos
psicológicos, como inventários e outros testes. É um processo complexo, que
precisa ser conduzido caso a caso, escolhendo as técnicas mais adequadas à
situação real apresentada. A avaliação neuropsicológica é o primeiro passo
para a futura reabilitação neurológica, pois irá identificar as áreas cognitivas
com maior dano e, a partir disso, será elaborado o plano de tratamento.

Como em qualquer passo de avaliação, é fundamental que o profissional


conheça aspectos relevantes da vida do paciente, pregressa ao aparecimento
dos sintomas, bem como os dados que fundamentem a formulação de
hipóteses de trabalho para, em seguida, selecionar as estratégias adequadas
para a avaliação. Usualmente são avaliadas as funções de percepção,
armazenamento da informação (memória), pensamento (cognição
propriamente dita) e execução (funções executivas).

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Essencialmente, a avaliação psicológica não difere dos métodos desenvolvidos
pela psicometria desde as origens da psicologia ou psicologia cognitiva a não
ser quanto a especificidade de seu objeto (as funções executivas), e por
estabelecer conexões entre as funções avaliadas e a neurofisiologia. A
proposição é, portanto, avaliar, identificar e detectar a integridade das funções
mentais superiores: atenção, consciência, memória, linguagem e inteligência
(principalmente através do exame de processos lógicos e linguagem). No
passado, havia um forte esforço para tentar associar, pela avaliação
neuropsicológica, um determinado déficit com uma área encefálica lesionada,
mas atualmente esta busca está em segundo plano, sendo prioridade a
avaliação das funções propriamente ditas (mesmo a questão da localização
cerebral de forma fixa está sendo questionada por Miguel Nicolelis e outros
neurocientistas, como apontado acima).

Existe uma classe de neurônios, espalhados pelo cérebro de primatas, que


possuem a capacidade de se ativar em resposta a um evento do mundo
exterior, "reproduzindo" do ponto de vista neurológico aquilo que está
percebendo. Estudos identificaram, em macacos e em humanos, que quando
um sujeito vê outro (seja da sua espécie ou de outra) efetuando um
comportamento, como por exemplo pegar um copo d'água, grupos de
neurônios são ativados na mesma região que seria utilizada quando o próprio
sujeito efetuasse o comportamento. Assim, são conhecidos como neurônios-
espelho estes neurônios que "refletem" pela sua ativação grupos similares de
neurônios que disparam no cérebro de quem estão observando.

Os neurônios-espelho são distintos dos demais neurônios, pois não disparam


quando estão na presença de outros estímulos, como uma cadeira, comida ou
outros objetos. Segundo Destro et al., eles possuem uma função essencial em
comportamentos como a imitação, a compreensão da intenção do outro e
mesmo a empatia. Pode-se pensar também que eles estão envolvidos na
evolução da linguagem, e prejuízos em seu funcionamento podem estar
relacionados com transtornos invasivos do comportamento como o autismo.

Embora localizados em várias regiões da córtex cerebral, os neurônios-espelho


em macacos localizam-se especialmente na área pré-motora (lobo frontal) e no
lobo parietal inferior, na região motora, que recebe muitos inputs de regiões
motoras como o sulco temporal superior.

O profissional da Neuropsicologia, o neuropsicólogo, trabalha de forma


integrada a outros profissionais como neurologistas, pediatras, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas, professores, psicopedagogos e psicólogos, uma vez que a
abordagem multidisciplinar faz-se necessária para abordar todos os aspectos
de uma patologia cerebral.

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NEUROCIÊNCIA COGNITIVA

A neurociência cognitiva é uma área acadêmica que se ocupa do estudo


científico dos mecanismos biológicos subjacentes à cognição, com foco
específico nos substratos neurais dos processos mentais e suas manifestações
comportamentais. Se questionam sobre como as funções psicológicas e
cognitivas são produzidas no sistema nervoso central.

Os métodos empregados na neurociência cognitiva incluem paradigmas


experimentais de psicofísica e da psicologia cognitiva, neuroimagem
funcional, genômica cognitiva, genética comportamental, assim também como
estudos eletrofisiológicos de sistemas neurais.

Estudos clínicos de psicopatologia em pacientes com déficit cognitivo, constitui


um aspecto importante da neurociência cognitiva.

A ciência cognitiva ou a ciência da cognição ou as ciências


cognitivas designam normalmente o estudo científico da mente ou
da inteligência.

A ciência cognitiva é normalmente vista como sendo compatível e


interdependente das ciências físicas e fazer uso frequente do método científico,
assim como da simulação/modelação, comparando as saídas de modelos com
aspectos do comportamento humano. Existe, no entanto, muita controvérsia
acerca da exacta relação entre a ciência cognitiva e outros campos e a sua
natureza interdisciplinar é ainda frágil e circunscripta.

Cognitivismo teve início com o August Jung.

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A ciência cognitiva já alcançou alguns feitos. Gerou modelos do desvio
cognitivo e da percepção de risco, tem sido muito influente nos
desenvolvimentos da finança comportamental no âmbito da economia.
Desenvolveu uma nova teoria da filosofia da matemática e várias teorias sobre
inteligência artificial, persuasão e coerção. Tomou presenção na filosofia da
linguagem e na epistemologia.

Existem diversas abordagens no estudo da ciência cognitiva. Podemos


classificá-las em três categorias: Simbólica, conexionista e sistemas dinâmicos.

Simbólico - Considera que a cognição pode ser explicada através de


operações sobre símbolos. Estas operações são teorias computacionais e
modelos de mente (excluindo-se os modelos cerebrais). Processos mentais
são análogos a procedimentos realizados por computadores;

Conexionista - A cognição só pode ser modelada e explicada por um modelo


que leve em conta a estrutura física/biológica do cérebro. A classe principal
destes modelos são as redes neurais artificiais;

Sistemas híbridos - Considera a cognição como um sistema híbrido do


conexionista e o simbólico.

Sistemas dinâmicos - Considera que a cognição só pode ser explicada


através de um sistema dinâmico contínuo. Onde todos os elementos que o
compõe estão inter-relacionados.

Entre alguns tópicos que a Ciência cognitiva está concentrada, temos:

 Inteligência artificial;
 Atenção;
 Aprendizagem e Desenvolvimento;
 Memória;
 Percepção e ação;
 Mente inconsciente;
 Linguagem e Processamento de Linguagem.

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NEUROCIÊNCIA COMPORTAMENTAL

A neurociência explora a organização e o funcionamento do cérebro (mais


amplamente, do sistema nervoso), saudáveis ou doentes, da molécula ao
comportamento, e em todas as fases da vida.

neurociência acaba sendo tema de notícias, surgindo inclusive disciplinas como


neuroeducação ou neuromarketing, mostrando como o conhecimento que
geram tem desenvolvimentos em muitas áreas. As abordagens modernas
permitem desvendar os circuitos envolvidos nas várias tarefas, sensações,
emoções e até pensamentos.

Avanços na pesquisa de neurociências revelam que o cérebro codifica o que


será feito antes da tomada de consciência e memorização de informações não
conhecidas, e isso coloca a questão do livre arbítrio. Esses avanços mostram a
extraordinária adaptabilidade do cérebro e a influência do ambiente social e
ecológico, do estresse, dieta ou atividade física em seu desenvolvimento,
funcionamento e envelhecimento. Os avanços permitem que se considere os
modos de educação, saúde e atividade social para melhorar o desempenho
cerebral.

Entre as principais doenças abordadas pela especialidade podem-se citar:

 Distúrbios do sono
 Cefaleias
 Neuro-infecções
 Epilepsias
 Doenças vasculares encefálicas
 Neuropatias
 Mielopatias
 Traumatismo craniencefálico
 Doenças neurodegenerativas
 Distúrbios dos movimentos
 Síndrome de Guillain-Barré
 Deficiência mental e Malformações congênitas do Sistema Nervoso

Um dos principais fatos descoberto pelos neurologistas explica que a maior


parte de todas as decisões de compra são tomadas em nível subconsciente e

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que, sendo assim, é importante impactar o inconsciente do consumidor com
memórias, emoções e experiências positivas. Dessa forma, o consumidor se
lembrará de uma marca ou de um produto de forma mais facilitada na hora de
escolher qual produto adicionar ao carrinho.

Partindo desta premissa, o neuromarketing tem como objetivo:

 Entender como o consumidor toma as decisões de compra a nível


neurológico;
 Entender como o cérebro do consumidor reage aos estímulos que
recebe;
 Analisar estas reações e adequar a abordagem, a comunicação e a
mídia para maior impacto e conversão;
 Criar um ambiente de marca onde os consumidores possam se envolver
com ela em um nível multi-sensorial com profundo engajamento.

O neuromarketing pode ser aplicado em praticamente todas as áreas do


marketing, para avaliar e aprimorar os pontos de contato com o consumidor. É
muito comum que as técnicas de neuromarketing sejam empregadas em
pesquisas para desenvolvimento de produtos, avaliação de técnicas de trade
marketing e análises e direcionamento da criação de campanhas publicitárias.

Dentro da área de comunicação, exemplos de aplicações são:

 Avaliação e aprimoramento de campanhas publicitárias


 Diagnóstico de território de marca pelo Neuromarketing
 Identificação das estratégias mais apropriadas ao contexto
 Avaliação da a influência de celebridades na comunicação

O comportamento é definido como o conjunto de reações de um sistema


dinâmico face às interações e renovação propiciadas pelo meio onde está
envolvido.

Os comportamentos são divididos em duas classes: respondente e operante:

 respondente ou reflexo: involuntário; ação de componentes físicos do


corpo (exemplos: glândulas, sudorese, sistema nervoso autônomo);
 operante: voluntário; ação de músculos que estão sob controle
espontâneo (exemplos: comer, falar, etc.); é controlado pelas suas
consequências.

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NEUROANATOMIA

Neuroanatomia é o ramo da anatomia que estuda a organização anatômica


do sistema nervoso. Nos animais vertebrados, estuda as inumeráveis ligações
entre os nervos do cérebro até a região ("periférica") do corpo a qual tem
conexão e a estrutura interna do cérebro, em particular. Ambos assuntos são
objeto de estudos extremamente elaborados. Como resultado, o estudo da
neuroanatomia desenvolveu uma disciplina em si, embora também represente
uma especialização dentro da neurociência. Investiga também, com igual
importância, o delineamento das regiões do cérebro, a distinção entre as
estruturas e mantêm centralizado seu foco de atenção para a investigação de
como este complexo sistema trabalha.

O sistema nervoso central humano (2) é formado pelo encéfalo (1) e


pela medula espinhal (3).

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O sistema nervoso é a parte do organismo que transmite sinais entre as suas
diferentes partes e coordena as suas ações voluntárias e involuntárias. Na
maioria das espécies animais, constitui-se de duas partes principais: o sistema
nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP).

O sistema central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. Todas as


partes do encéfalo e da medula estão envolvidas por três membranas de tecido
conjuntivo - as meninges. O encéfalo, principal centro de controle, é constituído
por cérebro, cerebelo, tálamo, hipotálamo e bulbo.

O sistema nervoso dos animais vertebrados é frequentemente dividido


em Sistema nervoso central (SNC) e Sistema nervoso periférico (SNP). O SNC
consiste no encéfalo e na medula espinhal. O SNP consiste em todos os outros
neurônios que não estão no SNC. A maioria do que comumente se denomina
nervos (que são realmente os apêndices dos axónio de células nervosas) são
considerados como constituintes do SNP. O sistema nervoso periférico é
dividido em sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo.

O sistema nervoso somático é o responsável pela coordenação dos


movimentos do corpo e também por receber estímulos externos. Este é o
sistema que regula as atividades que estão sob controle consciente.

O sistema nervoso autônomo é dividido em sistema nervoso simpático, sistema


nervoso parassimpático e sistema nervoso entérico. O sistema nervoso
simpático responde ao perigo iminente ou stress, e é responsável pelo
incremento do batimento cardíaco e da pressão arterial, entre outras
mudanças fisiológicas, juntamente com a sensação de excitação que se sente
devido ao incremento de adrenalina no sistema.

O sistema nervoso parassimpático, por outro lado, torna-se evidente quando a


pessoa está descansando e se sente relaxada, e é responsável por coisas tais
como a constrição pupilar, a redução dos batimentos cardíacos, a dilatação dos
vasos sanguíneos e a estimulação dos sistemas digestivo e genitourinário. O
papel do sistema nervoso entérico é gerenciar todos os aspectos da digestão,
do esôfago ao estômago, intestino delgado e cólon.

Os cientistas sabem que as zonas ativas do cérebro usam mais energia e


portanto precisam de mais oxigênio e glicose. Desta forma, estas áreas
recebem mais sangue com o propósito de satisfazer a demanda de neurônios
ativos. A medida que você ativa seu cérebro, o sangue flui para as células
cerebrais funcionais. As imagens da ressonância magnética, são usadas para
entender como o sangue flui no cérebro. Estas imagens mostraram que nossas
células cerebrais, também conhecidas como neurônios, dependem muito do

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abastecimento de oxigênio. Quanto mais se exercita o cérebro, mais se ativam
os neurônios, e mais abastecimento de sangue recebem. Por outro lado, uma
célula cerebral inativa recebe cada vez menos sangue e acaba morrendo.

Cada célula cerebral está conectada com o entorno através de rápidos


impulsos elétricos. As células cerebrais ativas tendem a produzir dendritos, que
são como braços pequenos que se estendem para conectar-se com outras
células. Uma única célula pode ter até 30.000 conexões. Como resultado, se
converte em parte de uma rede neuronal altamente ativa. Quanto maior seja a
rede neuronal da célula, mais possibilidades terá de se ativar e sobreviver.

Estudos recentes demonstraram que as novas células cerebrais são geradas


em uma zona específica do cérebro, chamada hipocampo. Essas células
cerebrais podem migrar para as áreas cerebrais nas quais são necessárias.
Por exemplo, as celulas migrariam a uma área determinada depois de uma
lesão cerebral. Estas células migratórias são capazes de imitar as ações das
células circundantes, permitindo a restauração parcial de atividade na área
prejudicada.

O neurônio está composto por uma estrutura cujas partes principais são o
núcleo, o corpo celular e os dendritos. Existem várias conexões entre os
neurônios através dos axônios ou de pequenas ramificações. Os axônios
ajudam a criar redes, cuja função é transmitir mensagens de neurônio a
neurônio. Esse processo recebe o nome de sinapse, que é a conexão dos
axônios com cargas elétricas a uma velocidade de 0,001 segundos e pode
ocorrer cerca de 500 vezes por segundo.

E, por fim, temos a sinapse que é uma região de contato muito próxima entre a
extremidade do axônio de um neurônio e a superfície de outras células. Estas
células podem ser tanto outros neurônios como células sensoriais, musculares
ou glandulares. Na maioria das sinapses nervosas, as membranas das células
que fazem sinapses estão muito próximas, mas não se tocam.

Por exemplo, se você pensar em pegar o controle remoto, essa informação,


saída do primeiro neurônio motor no córtex cerebral, é transmitida para os
segundos neurônios segundos neurônios motores, e estes recebem influência
dos gânglios da base. O segundo neurônio motor fica na medula, por exemplo:
no caso dos braços, na medula que fica dentro da coluna cervical e no das
pernas, na medula que fica dentro da parte torácica da coluna vertebral.

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NEUROFISIOLOGIA

A neurofisiologia é um ramo da fisiologia que tem como objeto de estudo o


funcionamento do sistema nervoso. Faz parte do campo científico
denominado neurociência.

O impulso nervoso precisa encontrar a membrana numa condição denominada


potencial de repouso (-70 mV); uma vez iniciado, se auto propagará. Os
potenciais capazes de gerar tal transmissão de sinal são denominados
potenciais de ação (> 15 mV). Os sinais elétricos que percorrem neurônios,
sinapses, órgãos receptores e efetores constituem a base da comunicação,
em todas as suas instâncias.

Os cérebros podem ser extremamente complexos. O cérebro humano contém


cerca de 86 bilhões de neurônios, ligados por mais de 1 000
conexões sinápticas cada. Esses neurônios comunicam-se por meio de fibras
protoplasmáticas chamadas axônio, que conduzem pulsos em sinais
chamados potencial de ação para partes distantes do cérebro e do corpo e as
encaminham para serem recebidas por células específicas.

O cérebro é a mais complexa estrutura biológica conhecida, e compará-lo entre


diferentes espécies mesmo nos aspectos básicos não é uma tarefa fácil.
Porém, existem princípios comuns na arquitetura cerebral que se aplicam a
uma vasta gama de espécies, que são revelados principalmente por três
abordagens:

A evolutiva que compara estruturas cerebrais de diferentes espécies e utiliza o


princípio de que recursos encontrados em um determinado ramo também
estavam presentes em seus ancestrais.

A abordagem desenvolvimentista analisa como a forma do cérebro se


desenvolve desde a fase embrionária até a fase adulta.

A abordagem genética analisa expressão gênica em diversas partes do cérebro


em toda uma gama de espécies. Cada abordagem complementa e informa as
outras duas.

O córtex cerebral é a parte do cérebro que melhor distingue os mamíferos dos


outros vertebrados, primatas de outros mamíferos e humanos de outros
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primatas. Em vertebrados não mamíferos, a superfície do telencéfalo é forrada
por uma estrutura em camadas relativamente simples chamada pallium. Nos
mamíferos, o pallium é envolvido em uma estrutura de 6 camadas chamada
neocortex. Em primatas o neocortex é mais avantajado em comparação aos
não primatas, especialmente a parte chamada lobo frontal. Nos seres
humanos, este alargamento dos lobos frontais é levado de uma extremidade à
outra, e de outras partes do córtex também se tornam bastante grandes e
complexas.

Os cérebros dos vertebrados são feitos de um tecido muito mole, de textura


comparável à da geleia. Quando vivo, o tecido cerebral é rosado por fora e
branco por dentro, com pequenas variações de cor. Nos vertebrados, o cérebro
é circundado por um sistema de membranas de tecido conjuntivo chamadas
meninges, que o separam do crânio. Esta cobertura em três camadas é
composta (de fora para dentro) pela dura-máter (matéria dura), aracnoide-
máter (matéria-aranha), e pia-máter (matéria macia). A aracnoide e a pia são
fisicamente conectadas, e frequentemente consideradas uma única camada, a
pia-aracnoide. Sob a aracnoide fica o espaço sub-aracnoide, que contém fluido
cérebro-espinal (FCE), que circula pelos pequenos espaços intercelulares e por
cavidades chamadas ventrículos, e serve para nutrir, sustentar e proteger o
tecido cerebral. Vaso sanguíneo entram no sistema nervoso central pelo
espaço perivascular acima da pia-máter. As células das paredes destes vasos
são firmemente unidas, formando a barreira sangue-cérebro, que protege o
cérebro de toxinas que possam entrar pelo sangue.

O cérebro é composto de duas grandes classes de células, neurônios e células


das glia. Neurônios recebem mais atenção, mas, na verdade, as células gliais
são mais frequentes, formando uma proporção de pelo menos 10 para 1.
Existem diversos tipos de células gliais, que realizam um grande número de
funções importantes como: suporte estrutural, suporte metabólico, isolamento,
e guia para o desenvolvimento.

As informações dos órgãos dos sentidos são angariadas no cérebro, onde são
usadas para determinar as ações que organismo deve tomar. O cérebro
processa os dados brutos para extrair informações sobre a estrutura do
ambiente, combina as informações processadas com informações sobre as
necessidades atuais do animal e com memórias passadas e gera padrões de
resposta motora.

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CONCEITOS BÁSICOS EM NEUROCIÊNCIA

Do ponto de vista estrutural, os neurocientistas se concentram no estudo dos


lóbulos que compõem o cérebro. Existem três lóbulos: os pré-frontais, occipitais
e temporais. Sendo que cada um é responsável por diferentes funções
cerebrais.

Além dos lóbulos, o sistema nervoso também contém uma série de órgãos,
como o hipocampo, o hipotálamo e o bulbo olfativo. Algumas funções, como a
olfativa ou a cognitivas exigem a intervenção de várias estruturas cerebrais.

Certas alterações mentais são entendidas apenas através da análise das


estruturas cerebrais e da atividade neuroquímica. No caso da doença do
Alzheimer há um déficit de acetilcolina. Já na esquizofrenia há uma série de
alterações químicas e as mais significativas estão relacionadas com a
dopamina, a noradrenalina e a serotonina, substâncias químicas que facilitam a
conexão neuronal.

Eletroencefalograma (EEG): registra a atividade elétrica cerebral do paciente. É


feito colocando-se eletrodos no couro cabeludo. Identifica, por exemplo, o foco
epiléptico e ajuda na condução do tratamento do indivíduo com epilepsia;

Eletroneuromiografia: estuda o nervo e o músculo, por meio de uma série de


testes que avaliam, entre outros, a condução nervosa, ou seja, a velocidade
que o estímulo leva para chegar de um ponto a outro;

Potencial evocado: analisa a resposta elétrica no sistema nervoso do paciente


a estímulos, que podem ser sensitivos (somato-sensitivos, auditivos e/ou
visuais) ou motores;

Monitorização intraoperatória: monitora a atividade do sistema nervoso durante


cirurgias;

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Polissonografia: é o estudo do sono, sendo realizado preferencialmente
durante a noite para registrar o padrão de sono do indivíduo. Durante o estudo
são monitorizados tanto parâmetros cerebrais, com os eletrodos de EEG, como
outros parâmetros fisiológicos, como frequência cardíaca, saturação de
oxigênio, fluxo aéreo nasal e bucal, cinta tóraco-abdominal para os movimentos
respiratórios, capnografia, eletro-oculograma (movimentos dos olhos),
eletromiograma sub-mentoniano (movimentos do queixo) e sensores de
movimento nos membros inferiores, além do registro em vídeo do exame;

Poligrafia: estuda o ciclo vigília-sono dos bebês. É frequentemente utilizada


para acompanhar casos de apneia, definindo se estão relacionados ou não a
crises convulsivas, por exemplo. Durante a poligrafia associa-se a
monitorização do EEG, com a monitorização concomitante de parâmetros não
cerebrais, como frequência cardíaca, eletro-oculograma (movimentos dos
olhos), eletromiograma, além dos parâmetros respiratórios como saturação de
oxigênio, fluxo aéreo nasal e padrão respiratório com a cinta tóraco-abdominal.

Um neurônio pode disparar impulsos seguidamente, dezenas de vezes por


segundo. Mas a informação, para ser transmitida para uma outra célula,
depende de uma estrutura que ocorre geralmente nas porções finais do
prolongamento neuronal que leva o nome de axônio. Esses locais, onde ocorre
a passagem da informação entre as células, são denominados sinapses, e a
comunicação é feita pela liberação de uma substância química, um
neurotransmissor. Existem dezenas de neurotransmissores atuando em nosso
cérebro, e teremos oportunidade de nos referir a eles, bem como a algumas de
suas funções, nos capítulos que se seguem.

O neurotransmissor, liberado na região das sinapses, atua na membrana da


outra célula (membrana pós-sináptica) e aí pode ter dois efeitos: vai excitá-la
de forma que impulsos nervosos sejam disparados por ela, ou poderá dificultar
o início de novos impulsos nervosos, pois muitos neurotransmissores são
inibitórios. As sinapses, portanto, são os locais que regulam a passagem de
informações no sistema nervoso e, como veremos, têm uma importância
fundamental na aprendizagem.

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COMUNICAÇÃO NEURONAL

Algum mecanismo deve existir através do qual o potencial de ação causa a


liberação do transmissor armazenado nas vesículas sinápticas para a fenda
sináptica.

O potencial de ação estimula a entrada de Ca2+, que causa a adesão das


vesículas sinápticas aos locais de liberação, sua fusão com a membrana
plasmática e a descarga de seu suprimento de transmissor. O transmissor se
difunde para a célula alvo, onde se liga à uma proteína receptora na superfície
externa da membrana celular. Após um breve período o transmissor se
dissocia do receptor e a resposta é terminada. Para impedir que o transmissor
associe-se novamente a um receptor e recomece o ciclo, o tranmissor, ou é
destruído pela ação catabólica de uma enzima, ou é absorvido, normalmente
na terminação pré-sináptica. Cada neurônio pode produzir somente um tipo de
transmissor.

Quimicamente, os neurotransmissores são moléculas relativamente pequenas


e simples. Diferentes tipos de células secretam diferentes neurotransmisores.
Cada substância química cerebral funciona em áreas bastante espalhadas mas
muito específicas do cérebro e podem ter efeitos diferentes dependendo do
local de ativação. Cerca de 60 neurotransmissores foram identificados e podem
ser classificados, em geral em uma das quatro categorias.

Colinas: das quais a acetilcolina é a mais importante;

Aminas biogênicas: a serotonina, a histamina, e as catecolaminas - a


dopamina e a norepinefrina

Aminoácidos: o glutamato e o aspartato são os transmissores excitatórios


bem conhecidos, enquanto que o ácido gama-aminobutírico (GABA), a glicina
e a taurine são neurotransmissores inibidores.

Neuropeptídeos: esses são formados por cadeias mais longas de


aminoácidos (como uma pequena molécula de proteína). Sabe-se que mais de
50 deles ocorrem no cérebro e muitos deles têm sido implicados na modulação
ou na transmissão de informação neural.

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SISTEMAS SENSORIAL E MOTOR

O sistema nervoso sensorial faz parte do sistema nervoso responsável pelo


processamento da informação sensorial. Um sistema sensorial consiste em
neurônios sensoriais (incluindo as células receptoras sensoriais), caminhos
neurais e partes do cérebro envolvidas na percepção sensorial. Sistemas
sensoriais comumente reconhecidos são aqueles visão, audição, tato, paladar,
olfato e equilíbrio. Em suma, os sentidos são transdutores do mundo físico para
o reino da mente, onde interpretamos a informação, criando nossa percepção
do mundo que nos rodeia.

Os sistemas sensoriais codificam quatro aspectos de um estímulo; tipo


(modalidade), intensidade, localização e duração. A hora de chegada de um
pulso de som e diferenças de fase de som contínuo são usadas para
localização de som. Certos receptores são sensíveis a certos tipos de
estímulos (por exemplo, diferentes mecanorreceptores respondem melhor a
diferentes tipos de estímulos tácteis, como objetos nítidos ou contundentes).
Os receptores enviam impulsos em certos padrões para enviar informações
sobre a intensidade de um estímulo (por exemplo, como um som é alto). A
localização do receptor que é estimulado dá a informação do cérebro sobre a
localização do estímulo (por exemplo, estimular um mecanorreceptor em um
dedo enviará informações para o cérebro sobre esse dedo). A duração do
estímulo (quanto dura) é transmitida por padrões de disparo dos receptores.
Esses impulsos são transmitidos ao cérebro através de neurônios aferentes.

A inicialização da sensação decorre da resposta de um receptor específico a


um estímulo físico. Os receptores que reagem ao estímulo e iniciam o processo
de sensação são geralmente caracterizados em quatro categorias
distintas: quimiorreceptores, fotorreceptores, mecanorreceptores e termorrecep
tores. Todos os receptores recebem estímulos físicos distintos e transduzem o
sinal em um potencial de ação elétrica. Esse potencial de ação, em seguida,
viaja ao longo de neurônios aferentes para regiões específicas do cérebro onde
é processado e interpretado.

O sistema sensorial humano consiste nos seguintes subsistemas:

 O sistema visual consiste nas células do fotorreceptor, nervo óptico e


V1
 Sistema auditivo

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 O sistema somatossensorial consiste em receptores, transmissores
(caminhos) que conduzem a S1 e S1 que experimentam as sensações
rotuladas como toque ou pressão, temperatura (quente ou fria), dor
(incluindo coceira e cócegas) e as sensações do movimento muscular
e articulação, posição que inclui a postura, o movimento e a expressão
facial (coletivamente também chamado de propriocepção)
 Sistema gustativo
 Sistema olfativo
 Sistema vestibular

 Leitura Complementar:

Livro: Neurociência e educação: Como o cérebro aprende

Autor: Ramon M. Cosenza, Leonor B. Guerra

Editora: Artmed

Localizado no lobo parietal, o córtex somatossensorial primário é a principal


área receptiva para o senso de toque e propriocepção no sistema
somatossensorial. Este córtex é ainda dividido em áreas de Brodmann 1, 2 e 3.
A área de Brodmann 3 é considerada o centro de processamento primário do
córtex somatossensorial, pois recebe significativamente mais insumos
do tálamo, possui neurônios altamente responsivos aos estímulos
somatossensíveis e podem evocar somáticos sensações através de
estimulação elétrica. As áreas 1 e 2 recebem a maior parte da sua entrada da
área 3. Existem também caminhos para a propriocepção (através do cerebelo)
e controle do motor (através da área de Brodmann 4).

Localizado no lobo temporal, o córtex auditivo é a principal área receptora de


informação sonora. O córtex auditivo é composto de áreas Brodmann 41 e 42,
também conhecida como área temporal transversal anterior 41 e área temporal
transversal posterior 42, respectivamente. Ambas as áreas agem de forma
semelhante e são integrantes na recepção e processamento dos sinais
transmitidos a partir de receptores auditivos.

18
MEMÓRIA E APRENDIZAGEM

A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar


(evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória
biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial).
Também é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de
experiências ouvidas ou vividas.

Focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e


deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e
conhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões diárias.

Os neurocientistas (psiquiatras, psicólogos e neurologistas)


distinguem memória declarativa de memória não-declarativa. A memória
declarativa, grosso modo, armazena o saber que algo se deu, e a memória
não-declarativa o como isto se deu.

A memória declarativa, ou de curto prazo como o nome sugere, é aquela que


pode ser declarada (fatos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente
adquirida, mas também mais rapidamente esquecida.

Para abranger os outros animais (que não falam e logo não declaram, mas
obviamente lembram), essa memória também é chamada explícita. Memórias
explicitas chegam ao nível consciente. Esse sistema de memória está
associado com estruturas no lobo temporal medial (exemplo: hipocampo,
amígdala).

Psicólogos distinguem dois tipos de memória declarativa, a memória


episódica e a memória semântica. São instâncias da memória episódica as
lembranças de acontecimentos específicos. São instâncias da memória
semântica as lembranças de aspectos gerais.

Tipos de memória:

 Em dispositivos artificiais
 Memória principal. Precisa de energia para funcionar; e de rápida
operação.

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 Memória auxiliar. É a memória que trabalha sem o uso de
energia.Operação de baixa velocidade.
 Em memórias biológicas
 Memória de curto prazo. É a memória com duração de
alguns segundos ou minutos. Neste caso existe a formação de traços de
memória. O período para a formação destes traços chama - se "Período
de consolidação. Um exemplo desta memória é a capacidade de lembrar
eventos recentes que aconteceram nos últimos minutos.
 Memória de longo prazo. É a memória com duração
de dias, meses e anos. Um exemplo são as memórias do nome e idade
de alguém quando se reencontra essa pessoa alguns dias depois. Como
engloba um tempo muito grande pode ser diferenciada em alguns textos
como memória de longuíssimo prazo quando envolve memória de
muitos anos antes.
 Memória de procedimentos. É a capacidade de reter e processar
informações que não podem ser verbalizadas, como tocar um
instrumento ou andar de bicicleta. É mais estável, e mais difícil de ser
perdida.

Memória de curto prazo

Depende do sistema límbico, envolvido nos processos de retenção e


consolidação de informações novas. Hoje em dia também se supõe que a
consolidação temporária da informação envolve estruturas como o hipocampo,
a amígdala, o córtex entorrinal e o giro para-hipocampal, sendo depois
transferida para as áreas de associação do neocórtex parietal e temporal. As
vias que chegam e que saem do hipocampo também são importantes para o
estudo da anatomia da memória. Inputs (que chegam) são constituídos pela via
fímbria-fórnix ou pela via perfurante. Importantes projecções de CA1 para os
córtices subiculares adjacentes fazem parte dos outputs (que saem) do
hipocampo. Existem também duas vias hipocampais responsáveis por
interconexões do próprio sistema límbico, como o Circuito de Papez
(hipocampo, fórnix, corpos mamilares, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e
amígdala), e a segunda via projeta-se de áreas corticais de associação, por
meio do giro do cíngulo e do córtex entorrinal, para o hipocampo que, por sua
vez, projeta-se através do núcleo septal e do núcleo talâmico medial para o
córtex pré-frontal, havendo então o armazenamento de informações que
reverberam no circuito ainda por algum tempo.

20
Memória de trabalho

Compreende um sistema de controle de atenção (executiva central), auxiliado


por dois sistemas de suporte (Alça Fonológica e Bloco de Notas Visuoespacial)
que ajudam no armazenamento temporário e na manipulação das informações.
O executivo central tem capacidade limitada e função de selecionar estratégias
e planos, tendo sua atividade relacionada ao funcionamento do lobo frontal,
que supervisiona as informações. Também o cerebelo está envolvido no
processamento da memória operacional, atuando na catalogação e
manutenção das sequências de eventos, o que é necessário em situações que
requerem o ordenamento temporal de informações. O sistema de suporte
vísuo-espacial tem um componente visual, relacionado à região occipital e um
componente espacial, relacionado a regiões do lobo parietal. Já no sistema
fonológico, a articulação subvocal auxilia na manutenção da informação; lesões
nos giros supramarginal e angular do hemisfério esquerdo geram dificuldades
na memória verbal auditiva de curta duração. Esse sistema está relacionado à
aquisição de linguagem.

Memória de longo prazo

Memória explícita:

Depende de estruturas do lobo temporal medial (incluindo o hipocampo, o


córtex entorrinal e o córtex para-hipocampal) e do diencéfalo. Além disso, o
septo e os feixes de fibras que chegam do prosencéfalo basal ao hipocampo
também parecem ter importantes funções. Embora tanto a memória episódica
como a semântica dependam de estruturas do lobo temporal medial, é
importante destacar a relação dessas estruturas com outras. Por exemplo,
pacientes idosos com disfunção dos lobos frontais têm mais dificuldades para a
memória episódica do que para a memória semântica. Já lesões no lobo
parietal esquerdo apresentam prejuízos na memória semântica.

Memória implícita:

A aprendizagem de habilidades motoras depende de aferências corticais de


áreas sensoriais de associação para o corpo estriado ou para os núcleos da
base. Os núcleos caudado e putâmen recebem projecções corticais e enviam-

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nas para o globo pálido e outras estruturas do sistema extra-piramidal,
constituindo uma conexão entre estímulo e resposta. O condicionamento das
respostas da musculatura esquelética depende do cerebelo, enquanto o
condicionamento das respostas emocionais depende da amígdala. Já foram
descritas alterações no fluxo sanguíneo, aumentando o do cerebelo e
reduzindo o do estriado no início do processo de aquisição de uma habilidade.
Já ao longo desse processo, o fluxo do estriado é que foi aumentado. O neo-
estriado e o cerebelo estão envolvidos na aquisição e no planeamento das
ações, constituindo, então, através de conexões entre o cerebelo e o tálamo e
entre o cerebelo e os lobos frontais, elos entre o sistema implícito e o explícito.

O que determina então se uma informação deve ser armazenada? Quando


uma informação é relativamente importante, ela sobrevive ao sistema ß-
endorfínico, pois ocorre a liberação de doses moderadas de ACTH,
noradrenalina, dopamina e acetilcolina que agem facilitando a consolidação da
memória. Contudo, doses altas dessa substância tem efeito contrário pelo
bloqueamento dos canais iônicos.

Outra substância fundamental no processamento da memória é o GABA (ácido


gama-aminobutírico). Drogas que influenciem a liberação de GABA modulam o
processo da memória. Antagonistas GABAérgicos (em doses subconvulsantes,
pois o bloqueio total da ação do GABA pode produzir ansiedade, alta atividade
locomotora e convulsões) facilitam a memorização e agonistas(substâncias que
mimetizam a ação do GABA) a prejudicam. As benzodiazepinas, os
tranquilizantes mais prescritos e vendidos no mundo, facilitam a ação do GABA
e, portanto, podem afetar a memória. Existem relatos de pacientes que
apresentam amnésia anterógrada após tratamento com diazepam (nome
clínico para as benzodiazepinas).

Sabe-se também que antagonistas dos receptores colinérgicos, glutaminérigos


do tipo NMDA e adrenérgicos levam a um déficit de memória pois dificultam a
ação das substância facilitadoras da memorização no interior da célula.

As memórias que incluem lembrança de odores têm tendência para serem


mais intensas e emocionalmente mais fortes. Um odor que tenha sido
encontrado só uma vez na vida pode ficar associado a uma única experiência e
então a sua memória pode ser evocada automaticamente quando voltamos a
reencontrar esse odor.

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Soyane Marchi Marcato. Neuropsicóloga Clínica. CRP 08/19884 |


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