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NEUROLÓGICOS
Belo Horizonte
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................03
1. CONCEITOS DE NEUROPSICOLOGIA........................................................05
3. DOENÇAS NEUROLÓGICAS…………………………………………………...12
4. PATOLOGIAS PSIQUIÁTRICAS...................................................................14
9. REFERÊNCIAS.............................................................................................38
INTRODUÇÃO
Prezados alunos
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras,
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e
provado pelos pesquisadores.
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar
Dúvidas e aprofundar os conhecimentos.
1. CONCEITOS DE NEUROPSICOLOGIA
Fonte: www.elianemiotto.com.br
Tratamento (Reabilitação)
Com o diagnóstico em mãos é possível realizar as intervenções necessárias junto aos
pacientes, para que possam melhorar, compensar, contornar ou adaptar-se às
dificuldades. Essas intervenções podem ser no âmbito do funcionamento cognitivo, ou
seja, no trabalho direto com as funções cognitivas (memória, linguagem, atenção, etc.) ou
com um trabalho muito mais ecológico, no ambiente de convivência do paciente, junto de
seus familiares, para que atuem como co-participantes do processo reabilitatório; junto a
equipes multiprofissionais e instituições acadêmicas e profissionais, promovendo a
cooperação na inserção ou re-inserção de tais indivíduos na comunidade quando possível,
ou ainda, na adaptação individual e familiar quando as mudanças nas capacidades do
paciente forem mais permanentes ou de longo prazo.
Pesquisa
A pesquisa em Neuropsicologia envolve o estudo de diversas áreas, como o estudo das
cognições, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação
entre estes aspectos e o funcionamento cerebral. Para tais pesquisas o uso de testes
Neuropsicológicos é um recurso utilizado, para assim ter um parâmetro do desempenho do
paciente nas determinadas funções que estão sendo pesquisadas. Atualmente o uso de
drogas específicas, para estimulação ou inibição de determinadas funções, tem sido
usadas com frequência para observar o comportamento e o funcionamento cognitivo dos
sujeitos em dadas situações. Outra técnica que muito tem contribuído nas Neurociências e
com grande especificidade na Neuropsicologia é o uso de neuroimagem funcional por
Ressonância Magnética (fMRI) e tomografia funcional por emissão de pósitrons (PET-CT)
que permitem mapear determinadas áreas relacionadas a atividades específicas, como por
exemplo recordação de listas de palavras durante o exame. Portanto, fica claro que a
Neuropsicologia é um campo de trabalho e de pesquisa emergente, tanto para a
Psicologia, quanto para as Neurociências, avançando e contribuindo de forma única para a
compreensão do modo como pensamos e agimos no mundo.
O ser psíquico tem sua base em duas estruturas do SNC que regularão, em sua relação
entre si, o funcionamento mental. A grosso modo, o sistema límbico rege a vida instintivo-
emocional e a neocórtex rege a vida racional. É importante observar que as amígdalas,
responsáveis por todos os “disparos emocionais”, já estão completamente formadas ao
nascimento, enquanto que seus “filtros naturais”, os hipocampos, que estruturarão as
memórias racionais, só o estarão por volta dos 5-6 anos de idade e o “grande
operacionalizador” do psiquismo, o córtex pré-frontal, só vai estar inteiramente pronto na
adolescência, o que propicia algumas defasagens interessantes. O início da vida psíquica
é constituído de conteúdos puramente coletivos, pertinentes à espécie. O Inconsciente
Coletivo nada mais é do que o conjunto de arquétipos que contém o padrão organizador do
desenvolvimento psíquico. Estes potenciais são hereditários, assim como os que regem o
desenvolvimento corporal. O arquétipo é, portanto, um conceito genético. É uma
predisposição, um potencial para funcionar psiquicamente. O desenvolvimento individual
se processa segundo os mesmos padrões da evolução cultural. Os mitos são a expressão
cultural do inconsciente coletivo. As figuras mitológicas podem ser entendidas como a
própria expressão dos arquétipos, padrões organizadores da consciência individual e
cultural. A grande “tarefa” é formar consciência (ego) sobre 4 pilares fundamentais: o
ambiente, o corpo, a própria psique e o social. O ego se estrutura recolhendo dados cada
vez mais complexos. A estruturação visa a adaptação à realidade externa, tomando um
caminho socialmente aceitável, através da “Persona” (conjunto de papéis estruturados pela
tradição cultural). Veicula os símbolos sócio-sintônicos. Os símbolos não assimiláveis
Os Dinamismos Arquetípicos
3. DOENÇAS NEUROLÓGICAS
Fonte: www.psicologiasdobrasil.com.br
Tremor essencial: Nem todo paciente com tremor tem doença de Parkinson. Na
verdade, a maior causa de tremor no mundo é o tremor essencial, uma entidade na
maioria das vezes benigna e de padrão familiar.
Dores de cabeça: Existem dezenas de causas, mas as duas mais comum são a
enxaqueca e a cefaléia tensional, ambas de caráter benigno. Às vezes podem
coincidir. As náuseas é a marca registrada da enxaqueca enquanto a dor em faixa
sobre a testa é tipicamente tensional. Atividade física regular é a principal arma
contra qualquer tipo de dor.
Meningite: É a infecção das camadas mais externas do cérebro que provoca dor de
cabeça lancinante, febre e rigidez de nuca. Quando há alteração de consciência ou
convulsões muda de nome: meningoencefalite. Os germes causadores dependem da
idade e do estado imunológico. É uma emergência médica.
4. PATOLOGIAS PSIQUIÁTRICAS
Transtornos comuns
As doenças psiquiátricas mais comuns na população são a depressão e os
transtornos de ansiedade. Segundo o médico do departamento de psiquiatria da Unifesp
Adriano Resende Lima, aproximadamente 10% das mulheres e 6% dos homens vão ter um
episódio depressivo ao longo da vida. “Hoje a depressão é o segundo maior problema de
saúde pública no mundo, de acordo com dados da OMS [Organização Mundial da Saúde].
É importante a população saber que transtornos depressivos e ansiosos são comuns e
causam grande impacto”, explica o psiquiatra. Segundo ele, é preciso diferenciar
sofrimentos emocionais comuns de um transtorno depressivo. “Não é qualquer tristeza que
é depressão. No caso da doença, há uma tristeza profunda, o indivíduo tem um grande
grau de sofrimento, desânimo acentuado e há a perda da vontade e da capacidade de
realizar tarefas. Nesses casos, a família geralmente fica mobilizada e o indivíduo fica
inativo, improdutivo. ”
Os transtornos ansiosos são: pânico, com incidência de 3,5% na população; e o
transtorno de ansiedade generalizada, com 3,4%. A esquizofrenia é uma doença
considerada rara, que afeta 1% da população. Há duas linhas complementares de
tratamento para os transtornos mentais comuns: o farmacológico, com remédios, e o
psicoterapêutico, com diferentes tipos de terapia. Para a depressão e ansiedade
geralmente são ministrados antidepressivos, que variam de acordo com a natureza do
caso.
Para analisarmos o sistema nervoso central, é importante termos uma visão geral do
Sistema Nervoso como um todo.
A partir de um núcleo central, distribuem-se por todo o corpo as ramificações mais variadas
da complexa estrutura nervosa. Popularmente, usa-se o termo “cérebro” para identificar a
capacidade racional do homem, o que constitui uma imprecisão. Na verdade, é de todo o
sistema nervoso que dependem as atividades consideradas humanas.
Além disso, a caixa óssea do crânio não contém apenas o cérebro, como se julga
erradamente -, mas uma estrutura muito maior, o encéfalo -, da qual o cérebro é parte
Fonte: www.anatomiadocorpo.com
À medida que cresce, o indivíduo se torna apto a desempenhar funções cada vez
mais diferenciadas. Aprende a falar, a manipular objetos, a controlar e dirigir movimentos
que, pouco a pouco, se tornam automáticos. A aprendizagem é uma capacidade
característica do homem e, como o emprego da lógica, do raciocínio e da capacidade de
abstração, só existe graças ao sistema nervoso, que comanda inclusive o funcionamento
dos órgãos que compõem o corpo humano. E ele que orienta as funções das vísceras,
regula o funcionamento das glândulas e através de inúmeros receptores, capta as
sensações do mundo exterior ou do próprio organismo e se encarrega de preparar
respostas para essas sensações. No entanto, a vasta multiplicidade de funções
desempenhadas pelo sistema nervoso humano não depende apenas do neuro-eixo. Além
do sistema nervoso central existe também uma ampla estrutura periférica que difunde os
estímulos e sensações pelo corpo.
Às vezes ele chega a medir alguns metros e, em outras células, tem apenas poucos
milímetros. Ao longo de seu percurso, em geral possui poucas ramificações e acaba por
estabelecer contato com outra célula nervosa, um músculo ou uma glândula. O axônio é
constituído por neurofibrilas, em continuação das que compõem o corpo da célula, com a
diferença de que, no trecho pertencente ao cilindro-eixo, estas são envoltas por uma
membrana comum, o axolema. Além do axolema, outra membrana envolve o axônio de
certos neurônios, sem recobrir a porção inicial e a terminal. E uma substância gordurosa,
esbranquiçada, chamada mielina (do grego mie/o, medula). O conjunto formado pelo
axônio e suas membranas constitui uma fibra nervosa; no tecido nervoso podem ser
observados os feixes de fibras nervosas que caracterizam a substância branca, envolvidos
pela mielina. E, nos trechos dos corpos celulares em que não há invólucro de mielina, o
tecido apresenta a cor acinzentada dos corpos celulares e porções de fibra sem o
revestimento de mielina: é a substância cinzenta.
Os outros prolongamentos da célula nervosa – os dendritos – são numerosos, curtos
e muito ramificados. A partir do Sistema Nervoso Central, difundem-se por todo o corpo os
feixes de fibras nervosas, chamados nervos. Alguns têm a finalidade de conduzir os
impulsos que partem do eixo central até os músculos, glândulas ou vísceras: são
constituídos, sobretudo, por fibras motoras ou eferentes. Em contrapartida, outros levam os
impulsos captados pela periferia (pele, músculos, vísceras) até o neuro-eixo: nestes
predominam as fibras sensitivas ou aferentes.
A Neurologia cresce exponencialmente, mas ainda é uma área desafiadora, pois a cada
dia descobrimos que o cérebro não pode ser rigidamente mapeado. Existem variações
anatômicas e funcionais de indivíduo a indivíduo. Existem também as recuperações
funcionais após uma lesão encefálica, que fazem com que nós percebamos que o cérebro
é de fato uma máquina excepcional.
Algumas teorias já foram comprovadas em populações gerais, esquecendo-se os desvios
padrões. Muitas áreas cerebrais já podem ser relacionadas a determinadas funções em
indivíduos saudáveis. Assim, segue abaixo um resumo prático da estrutura e função do
córtex cerebral.
Isso confirma que a extensão da representação cortical de uma parte do corpo depende da
importância funcional desta parte e não de seu tamanho. Lesões da área somestésica
podem ocorrer, por exemplo, como consequência de AVCs que comprometem as artérias
cerebral média ou cerebral anterior. Há então perda da sensibilidade discriminativa do lado
oposto à lesão. Perde-se a capacidade de discriminar dois pontos, perceber movimentos
de partes do corpo ou reconhecer diferentes intensidades de estímulos (perde a
estereognosia).
A Área Visual localiza-se nos lábios do sulco calcarino no lobo occipital, sendo
responsável pela recepção visual do campo visual oposto. Sua ablação bilateral
causa cegueira completa.
A Área Auditiva está situada no giro temporal transverso anterior. Nela chegam
fibras da radiação auditiva, que se originam no corpo geniculado medial. Lesões
bilaterais causam surdez completa. Lesões unilaterais causam déficits pequenos,
pois as vias não são totalmente cruzadas.
A Área Vestibular localiza-se no lobo parietal em uma região próxima ao território
da área somestésica correspondente à face. Portanto, está mais relacionada com a
área de projeção da sensibilidade proprioceptiva do que com a auditiva, informando
sobre a posição e o movimento da cabeça.
A Área Olfatória está situada na parte anterior do úncus e do giro para-hipocampal.
Sua lesão pode causar alucinações olfatórias.
A Área Gustativa localiza-se na porção inferior do giro pós-central (lobo parietal),
próxima à ínsula, em uma região adjacente à parte da área somestésica
correspondente à língua. Lesões provocam diminuição da gustação na metade
oposta da língua.
Área Motora Primária
Ocupa a parte posterior do giro pré-central. Igualmente ao homúnculo sensitivo, a mão é
representada desproporcionalmente, demonstrando que a extensão da representação
cortical é proporcional à delicadeza dos movimentos realizados pelos grupos musculares
envolvidos. As principais conexões aferentes da área motora são com o tálamo – através
do qual recebe informações do cerebelo, com a área somestésica e com as áreas pré-
motora e motora suplementar. Por sua vez, a área motora primária dá origem à maior parte
das fibras dos tratos córtico-espinal e córtico-nuclear, principais responsáveis pela
motricidade.
As áreas de associação, por sua vez, podem ser divididas em áreas de associação
secundárias e áreas de associação terciárias.
Áreas de Associação Secundárias:
Abaixo segue uma tabela que resume as áreas cerebrais, distinguindo suas relações
anatômicas e funcionais.
Fonte: mundodapsi.com
Teoria Da Emoção
As emoções referem-se a sensações subjetivas que ocorrem em resposta imediata
a estímulos externos que envolvem avaliação subjetiva, processos fisiológicos e crenças
cognitivas.
No século XIX, cientistas como Darwin e Freud, consideraram o papel do encéfalo na
expressão das emoções, onde eram observadas as expressões das experiências
emocionais dos animais e humanos. O psicólogo americano William James em 1984,
propôs que a emoção era a resposta das alterações fisiológicas em nosso organismo, essa
teoria foi contestada por Cannon? Bard, em 1987 que criticou de modo persuasivo a teoria
de James; propondo que a experiência emocional pode ocorrer independente de uma
expressão emocional; onde as emoções podem ser experimentadas mesmo quando não
sentimos as mudanças fisiológicas acontecerem. Trabalhos subsequentes demonstram
que as teorias propostas desde os tempos de James, Lange, Canon e Bard, tem seus
méritos, pois na predição da teoria de Cannon, apesar de o medo e a raiva terem
respostas diferentes estão associados por ter respostas fisiológicas distinguíveis, apesar
de ativarem o Sistema Neurovegetativo (SNV). Em estudos com homens adultos com
lesão na medula, encontrou diminuições relatadas nas experiências emocionais, esse
resultado pode ser utilizado para reviver a teoria de James (BEAR, 2002). O termo sistema
límbico foi popular no ano de 1952, pelo fisiologista americano Paul MacLean. Na metade
do século XIX e início do século XX, as relações entre o corpo e a mente começaram a ser
investigada pela Filosofia, Psicologia, a Psicanálise e a Biologia, onde voltava o interesse
para os processos cognitivos relacionados aos processos mentais, conectadas a memória,
raciocínio e aprendizagem (SILVA,2010).
Com o desenvolvimento de novas técnicas de pesquisas em neurofisiologia e
neuroimagem, ficou mais interessante os estudos neurais nos processos das emoções no
Sistema Límbico, como também no reconhecimento das áreas relacionadas ao processo
da cognição, motivação e memória. Segundo o autor SILVA (2010, p.387) "ademais, as
emoções estão geralmente acompanhadas por respostas autonômicas, endócrinas e
motoras esqueléticas, que dependem de áreas subcorticais do Sistema Nervoso, as quais
preparam o corpo para a ação."
Fonte: amenteemaravilhosa.com.br
uma ferramenta muito útil para esse propósito: a ressonância magnética funcional. Além
disso, também foram desenvolvidas ferramentas como a estimulação magnética
transcraniana não invasiva para o tratamento de diversas patologias.
O início da neurociência. Não se pode falar sobre o início da neurociência sem citar
Santiago Ramón y Cajal, que formulou a doutrina do neurônio. Suas contribuições aos
problemas de desenvolvimento, à degeneração e à regeneração do sistema nervoso
continuam sendo atuais e continuam sendo ensinadas em universidades. Se tivéssemos
que determinar uma data de início para a neurociência, ela seria situada no século XIX.
Com o desenvolvimento do microscópio e de técnicas experimentais, como a fixação e a
coloração de tecidos ou a pesquisa sobre a estrutura do sistema nervoso e sua
funcionalidade, essa disciplina começou a se desenvolver. Mas a neurociência recebeu
contribuições de diversas áreas do conhecimento que têm ajudado a compreender melhor
o funcionamento do cérebro. É possível dizer que os sucessivos descobrimentos em
neurociência são multidisciplinares.
Ela recebeu grandes contribuições ao longo da história da anatomia, que se encarrega
de localizar cada uma das partes do organismo. A fisiologia mais focada em entender
como nosso corpo funciona. A farmacologia com substâncias externas ao nosso
organismo, observando os efeitos no corpo, e a bioquímica, servindo-se de substâncias
liberadas pelo próprio organismo como neurotransmissores.
A psicologia também realizou importantes contribuições para a neurociência, por meio
de teorias sobre o comportamento e o pensamento. Ao longo dos anos, a visão foi
mudando a partir de uma perspectiva mais localizacionista, na qual se pensava que cada
área do cérebro tinha uma função concreta, até outra mais funcional na qual o objetivo é
conhecer o funcionamento global do cérebro.
A neurociência cognitiva
A neurociência abarca um espectro muito amplo dentro da ciência. Inclui desde a
pesquisa básica até a aplicada que trabalha com a repercussão dos mecanismos
subjacentes no comportamento. Dentro da neurociência, a neurociência cognitiva tenta
descobrir como funcionam as funções superiores como a linguagem, a memória ou a
tomada de decisões. A neurociência cognitiva tem como objetivo principal estudar as
representações nervosas dos atos mentais. Ela se concentra nos substratos neuronais dos
processos mentais. Isto é, qual é a repercussão do que ocorre no nosso cérebro em nosso
comportamento e nossos pensamentos? Foram detectadas áreas específicas do cérebro
encarregadas de funções sensoriais ou motoras, mas somente representam uma quarta
parte do total do córtex. São as áreas de associação, que não possuem uma função
específica, as encarregadas de interpretar, integrar e coordenar as funções sensoriais e
motoras. Seriam as responsáveis pelas funções mentais superiores. Áreas cerebrais que
governam as funções como a memória, o pensamento, as emoções, a consciência e a
personalidade são muito mais difíceis de localizar.
A memória está vinculada ao hipocampo, situado no centro do encéfalo. Em relação às
emoções, sabe-se que o sistema límbico controla a sede e a fome (hipotálamo), a
agressão (amígdala) e as emoções em geral. No córtex, onde se integram as capacidades
cognitivas, é o lugar em que se encontra nossa capacidade de ser conscientes, de
estabelecer relações e de realizar raciocínios complexos.
Cérebro e emoções
As emoções são uma das características essenciais da experiência humana normal,
todos as experimentamos. Todas as emoções são expressadas por meio de mudanças
motoras viscerais e respostas motoras e somáticas estereotipadas, sobretudo o movimento
dos músculos faciais. Tradicionalmente, as emoções eram atribuídas ao sistema límbico, o
que continua se mantendo, mas sabe-se que há mais regiões encefálicas envolvidas.
As outras áreas às quais se estende o processamento das emoções são a amígdala e a
face orbitária e medial do lóbulo frontal. A ação conjunta e complementar de tais regiões
constitui um sistema motor emocional. As mesmas estruturas que processam os sinais
emocionais participam de outras tarefas, como a tomada racional de decisões e, inclusive,
os julgamentos morais.
Os núcleos viscerais e motores somáticos coordenam a expressão do comportamento
emocional. A emoção e a ativação do sistema nervoso autônomo estão intimamente
ligadas. Sentir qualquer tipo de emoção, como medo ou surpresa, seria impossível sem
experimentar um aumento na frequência cardíaca, transpiração, tremor… Faz parte da
riqueza das emoções. Atribuir a expressão emocional a estruturas cerebrais confere sua
natureza inata. As emoções são uma ferramenta adaptativa que informa às outras pessoas
sobre o nosso estado emocional. Foi demonstrada a homogeneidade na expressão de
alegria, tristeza, ira… em diferentes culturas. É uma das maneiras que temos de nos
comunicar e criar empatia com as pessoas.
Linguagem e fala
A linguagem é uma das habilidades que nos diferencia do resto dos animais. A
capacidade de nos comunicar com tanta precisão e a grande quantidade de nuances para
expressar pensamentos e sentimentos faz da linguagem nossa ferramenta de
9. REFERÊNCIAS
ANDRADE, V.M., SANTOS, F.H., BUENO, O.F.A. (2004). Neuropsicologia hoje. São
Paulo: Artes Médicas.
SAFATLE, V. & MANZI, R. (Ed.). A filosofia após Freud. São Paulo: Humanitas,
2008.
Eriksson, P.S., Perfilieva E., Bjork-Eriksson T., Alborn A. M., Nordborg C., Peterson D.A.,
Gage F.H. (1998). Neurogenesis in the Adult Human Hippocampus. Nature
Medicine.4(11), 1313–1317.
Lupien S.J., King S., Meaney M.J., McEwen B.S.(2000). Child’s stress hormone levels
correlate with mother’s socioeconomic status and depressive state. Biological
Psychiatry. 48, 976–980.