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ALINE DE OLIVEIRA FERREIRA

A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

MARÍLIA/SP
2022
ALINE DE OLIVEIRA FERREIRA

A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título especialista em
NEUROPSICOLOGIA.

MARÍLIA/SP
2022
A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

Aline de Oliveira Ferreira1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO – O presente trabalho tem o objetivo de analisar as contribuições da escola de Luria aos
estudos de desenvolvimento do diagnóstico neuropsicológico, tomando como base os seus pressupostos
teórico-metodológicos que se fundamentam na Psicologia histórico-cultural. Para realizar esta pesquisa,
será utilizado um levantamento bibliográfico como método através do qual o conhecimento necessário
pode ser obtido por meio da leitura e análise de fontes impressas e digitais. Como resultado, A escola de
psicologia histórico-cultural de Luria contribuiu muito para o desenvolvimento do diagnóstico
neuropsicológico. Isso porque suas teorias se fundamentam nos princípios teórico-metodológicos da
Psicologia histórico-cultural. Por fim, cérebro quanto a psique se conectam à compreensão das funções
psicológicas. O cérebro fornece uma base material para os processos psíquicos, mas não determina
como eles funcionam ou operam.

PALAVRAS-CHAVE: Avaliação. Neuropsicológica. Instrumento.

1
clinictran@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO

A neuropsicologia é o estudo de como o comportamento e o funcionamento


cognitivo se relacionam com o sistema nervoso – especificamente o cérebro e suas
áreas circundantes. É uma disciplina acadêmica que une psicologia e neurociência. A
escola recentemente se ramificou para incluir tópicos adicionais como marketing,
economia e ciência forense, além de psicologia, pedagogia, pediatria, cuidados
geriátricos e fonoaudiologia.
Existem muitos campos da ciência que a PN utiliza como suporte, incluindo
filosofia, neuroetologia, neuroanatomia, neurofisiologia e psicofarmacologia. Essa
abordagem interdisciplinar possibilita que profissionais de outras disciplinas ajudem
pessoas com necessidades especiais. Isso ocorre porque muitos profissionais de saúde
- incluindo, entre outros, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos,
fisioterapeutas, pedagogos e fisiologistas - podem se beneficiar da pesquisa da PN.
A escola de psicologia histórico-cultural de Luria contribuiu muito para o
desenvolvimento do diagnóstico neuropsicológico. Isso porque suas teorias se
fundamentam nos princípios teórico-metodológicos da Psicologia histórico-cultural.
Luria estudou a formação de sistemas funcionais na cultura humana por meio da
adaptação natural, criando a ciência que explica como os complexos processos mentais
humanos são organizados. Por esta razão, este trabalho acredita que a neuropsicologia
é a ciência que deve explicar a organização dos processos mentais humanos e suas
origens na história e no desenvolvimento social.
Aprender com esta classe requer estudar nela a partir dos achados de uma
perspectiva teórica pouco conhecida nas neurociências brasileiras, os pressupostos
sistematizados auxiliam em diversas áreas do cuidado. Estes incluem tanto o
diagnóstico quanto a criação de planos de reabilitação para pessoas com distúrbios
neurológicos.
1 A NEUROPSICOLOGIA

A neuropsicologia é uma especialidade dentro da psicologia que engloba o


estudo do sistema nervoso à análise do comportamento humano e os processos
psicológicos. Buscando compreender como o cérebro influencia diretamente nossas
funções cognitivas: a atenção, a memória, a capacidade de julgamento, o raciocínio, o
comportamento e as emoções.
Através dela, podemos identificar as alterações do comportamento e das funções
cognitivas de uma pessoa correspondem ao esperado para sua a idade ou para o
contexto em que vive em determinado momento. Atuando no diagnóstico,
acompanhamento e tratamento de distúrbios que afetam o funcionamento cerebral, a
cognição, as emoções, a personalidade e o comportamento.
A neuropsicologia cognitiva, ao estudar indivíduos com lesões ou disfunções
cerebrais, pode auxiliar na compreensão de como a mente humana funciona
contribuindo tanto para o desenvolvimento teórico, quanto para o delineamento de
procedimentos de reabilitação (FERNANDES, 2003).
Não há esperança de se achar as fontes da ação livre humana nos obscuros
desvãos da mente, ou nas profundezas do cérebro. A abordagem idealista dos
fenomenologistas é tão inócua quanto à abordagem positivista dos naturalistas.
Para se descobrir as fontes explicativas da ação humana é necessário ir além
dos limites do organismo, não se restringindo à esfera íntima da mente, mas
abarcando a esfera das formas objetivas de vida social; é necessário buscar as
fontes da consciência humana e do livre arbítrio na história social da
humanidade. Para encontrar a alma humana, é necessário perdê-la (LURIA,
1966, p. 96-97).

Um bom desempenho de nossas funções cognitivas é necessário para que


tenhamos um desenvolvimento e aprendizagem adequados, para assim conseguirmos
realizar nossas atividades cotidianas. Logo, para sabermos se quaisquer dificuldades
apresentadas na realização de nossas atividades não são decorrentes de um
comprometimento neurológico sobre essas funções cognitivas, precisamos da
avaliação do neuropsicólogo.
A neuropsicologia é uma área complexa que pode ser mais bem compreendida
ao se considerar as contribuições de diversas disciplinas das neurociências em seu
desenvolvimento. É a partir da neurologia que se inicia o interesse na compreensão da
relação entre cérebro e comportamento, e de como alterações em sua estrutura e
funcionalidade podem afetar com uma pessoa irá agir, sentir, aprender e/ou se
relacionar, por exemplo (PONSONI, 2022).
Segundo Lezak (1995) o comportamento pode ser conceitualizado em três
grandes sistemas funcionais. O primeiro refere-se às funções cognitivas, que envolvem
os aspectos do comportamento relacionados ao processamento de informação.
Dividem-se em quatro classes, por analogia às operações computacionais de input,
estocagem, processamento e output, que são: funções receptivas, memória,
pensamento e funções expressivas, além das “variáveis de atividade mental” (nível de
alerta, atenção e taxa de atividade ou velocidade). O segundo sistema funcional refere-
se aos aspectos emocionais, e incluem as variáveis de personalidade e emoção.
Geralmente as alterações nestas funções conseqüentes a danos cerebrais são
resultantes de interações complexas entre o distúrbio neurológico, as demandas
sociais, os modelos comportamentais prévios e as reações a todos esses três fatores.
O terceiro sistema funcional refere-se às funções executivas, que refletem a capacidade
do sujeito de engajar-se em comportamento independente, proposital e auto-regulado.
Referem-se a como uma pessoa faz algo, enquanto as funções cognitivas referem-se a
o que e quanto uma pessoa consegue fazer. Dentre as dificuldades mais importantes
nos distúrbios das funções executivas estão a incapacidade de iniciar atividades e as
dificuldades no planejamento e na condução de sequências de atividades com vistas a
um objetivo.
Assim, a Neuropsicologia nasceu da união da neurologia com a psicologia, com
o objetivo de estudar as mudanças do comportamento que foram resultantes a partir de
uma lesão cerebral. O ponto principal é estudar as capacidades mentais mais
complexas como a memória, a linguagem, e a consciência, ou seja, o estudo da
relação, sistema nervoso, comportamento e cognição (PINHEIRO, 2005).

Ao compreender o perfil cognitivo de um paciente, é importante que se considere


também se sintomas de um transtorno mental e fatores emocionais não podem estar
contribuindo para os déficits observados. Lidar com as consequências emocionais de
um quadro neurológico ou demencial pode fazer toda a diferença entre uma intervenção
bem-sucedida e uma malsucedida (PONSONI, 2022).
Segundo Hessen (2018) devido ao impacto que prejuízos cognitivos podem ter
no comportamento e na capacidade de uma pessoa em desempenhar atividades
diversas no dia a dia, a área clínica tem então o interesse de avaliar e intervir em
potenciais alterações cognitivas. O objetivo é possibilitar à paciente melhora na
qualidade de vida e maior autonomia em atividades de trabalho, estudo, domésticas ou
sociais.

A neuropsicologia pode atuar em instituições de ensino, clínicas, hospitais ou na


área forense auxiliando no diagnóstico de pessoas envolvidas em processos judiciais.
O foco pode ser na avaliação do paciente e/ou na sua reabilitação.

1.2 avaliação e diagnóstico neuropsicológico

O objetivo de Luria por mais de 40 anos foi criar uma metodologia com
abordagem neuropsicológica para diagnosticar lesões focais em áreas do cérebro com
zonas complexas (LURIA, 1972b apud MORAIS, 2010). Este autor acredita que a
compreensão das mudanças na psique após uma lesão cerebral é a tarefa mais
fundamental de seu trabalho. Ele também enfatiza a principal desvantagem da lesão,
que leva a problemas mais amplos no resto do corpo. Defeitos na visão levam à
classificação de uma condição conhecida como secundária. Isso permite uma fácil
compreensão da causa raiz da aflição.
Segundo Luria (2005 apud MORAIS, 2010) esta avaliação desempenha um
papel importante na determinação da localização da lesão cerebral do paciente. Deve
ser incluído como um componente significativo do sistema geral de investigação da
saúde do paciente. Luria acredita que a causa de cada doença deve ser identificada
observando as mudanças específicas de comportamento do paciente. Ele sugere
observar a forma única do paciente interagir com o mundo ao seu redor. Os defeitos
devem ser avaliados de maneira específica para que as especificidades da estrutura
desse defeito possam ser observadas.
Luria (2005 apud MORAIS, 2010) afirma que um neuropsicólogo deve primeiro
determinar os processos mentais únicos de seus pacientes. Depois de conduzir uma
investigação completa, ele deve destacar as mudanças mais significativas e consultar
outros profissionais médicos sobre seu significado antes de realizar um estudo mais
profundo. Um neuropsicólogo deve entender as causas da lesão cerebral para melhor
diagnosticar seus pacientes. O profissional deve ser capaz de determinar se o defeito
observado é causado por um único fator ou por um problema maior no funcionamento
psicológico da organização. Também devem ser capazes de determinar se o sintoma
observado é causado por um defeito primário ou intermediário.
A doença psicológica não pode ser medida apenas como uma diminuição de
uma atividade mental. “Deve ser investigado por suas falhas estruturais subjacentes e o
que as causa, tanto quanto possível” (Luria, 2005, p. 385 apud MORAIS, 2010).
A escola Luria acredita que seu trabalho visa atingir o objetivo de estudar. Um
neuropsicólogo visa encontrar a causa dos problemas de um paciente examinando seu
estado mental. Eles então criam programas para ajudar o paciente a superar seus
problemas (QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2008).
Para entender isso, é necessário examinar os fatores psicológicos relacionados
ao funcionamento do cérebro, como as anormalidades neuropsicológicas. Isso deve ser
feito para determinar o quão funcional é seu estado e quão bem eles executam tarefas
específicas atribuídas por um profissional neuropsicólogo (QUINTANAR; SOLOVIEVA,
2008).
Alcançar uma análise qualitativa requer a compreensão do desenvolvimento da
mente humana, bem como de seu colapso. Isso envolve entender “como as mentes
humanas se desenvolvem e como elas se decompõem regularmente” (QUINTANAR;
SOLOVIEVA, 2008 p.158).
Uma avaliação padrão administrada a cada paciente falha em identificar
adequadamente as complicações que dificultam uma determinada tarefa. Também
falha em enfatizar a razão pela qual o progresso é tão difícil. Para corrigir isso, são
necessárias avaliações alternativas. Ao mudar constantemente, esta investigação é
capaz de determinar as circunstâncias em que é difícil concluir a tarefa ou onde uma
deficiência é compensada.
Para analisar adequadamente as habilidades cognitivas do paciente, Luria (2005
apud MORAIS, 2010) acredita que se deve levar em consideração não os testes que o
paciente realiza, mas a maneira específica como ele processa suas ideias. A análise
qualitativa da atividade do paciente revela seus erros e dificuldades.
Como a estrutura dinâmica e a natureza modular da investigação dificultam sua
execução, ela requer variação e mobilidade significativas em relação à pesquisa
psicológica padrão. Isso renuncia ao uso padrão da metodologia estática da psicologia.
Com a ajuda do paciente e do neuropsicólogo, esse ciclo de avaliação muda
constantemente tanto as dificuldades do paciente quanto a interação do psicólogo com
ele. Ambos os aspectos mudam drasticamente ao longo do tempo (QUINTANAR;
SOLOVIEVA, 2008).
Ao analisar os dados por meio de um determinado processo de análise, é
possível identificar os erros do paciente de acordo com sua gravidade, definir a
assistência necessária para o paciente e identificar como suas alterações impactam o
sistema psíquico do paciente (QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2008).
Este sistema permite que os pacientes determinem os objetivos que desejam
alcançar, bem como os métodos de avaliação de seu progresso. Eles também são
livres para realizar tarefas adicionais fora das sessões de avaliação, como
autoavaliações. Um neuropsicólogo usa testes para observar o comportamento de um
paciente em situações cotidianas, como na escola ou em casa. Eles também avaliam
os comportamentos do paciente em entrevistas com familiares e outras informações
coletadas durante a aplicação dos testes (SOLOVIEVA; LAZARO; QUINTANAR, 2008).
Erros são identificados e analisados quando da aplicação de procedimentos de
avaliação neuropsicológica. Eles também são observados quando o paciente interage
com seu ambiente. Ao observar “erros nas atividades diárias, como habilidades
cognitivas, é possível determinar o funcionamento de fatores neuropsicológicos de
forma positiva ou negativa” (QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2008, p.158).
O neuropsicólogo estuda as funções cognitivas do paciente por meio de uma
análise fatorial, que analisa os mecanismos neurológicos envolvidos. Durante esse
processo, ele considera tanto os erros do paciente quanto suas deficiências cognitivas
subjacentes. As pessoas também podem realizar uma análise fatorial de seu próprio
desempenho por meio da autoavaliação.
Ao estudar as síndromes neuropsicológicas, é necessário identificar tanto as
ações que são difíceis para os pacientes realizar quanto aquelas que são mais fáceis.
Isso é necessário porque as dificuldades que os pacientes experimentam com uma
ação muitas vezes decorrem de outra. Além disso, é importante entender quais ações
são mais acessíveis para o paciente sem prejuízo nas habilidades cognitivas.
Para identificar a síndrome neuropsicológica, deve determinar as causas
subjacentes das lutas do paciente.

1.3 Instrumentos de avaliação

Segundo Solovieva, Lazaro e Quintanar (2008) para avaliar adequadamente o


psiquismo, as avaliações neuropsicológicas devem incluir testes que avaliem o
desempenho do participante em áreas específicas. Além disso, essas avaliações
devem incluir tarefas práticas que medem como essas áreas impactam o participante.
Com base nas teorias lurianas, ele incorpora muitas das tarefas usadas. Devido
ao foco deste teste na análise qualitativa sobre a resolução de tarefas, ele é mais
adequado para realizar uma avaliação holística e sindrômica. Isso permite que as
pessoas entendam o mecanismo subjacente de qualquer tarefa. Ao estabelecer um
objetivo claro, um programa de intervenção pode ser desenhado conforme os dados.
Este teste inclui uma ampla gama de atividades sensíveis. O exame psicológico
Lurianos fornece informações sobre as deficiências cognitivas do paciente que podem
causar mais dificuldades para eles. Para entender adequadamente os resultados do
teste, uma pessoa deve entender as bases teóricas e metodológicas da neuropsicologia
histórico-cultural (MORAIS, 2010).
É importante entender que problemas específicos indicados por erros do
paciente em uma seção desta avaliação nem sempre se correlacionam com outras
seções. Como tal, esta avaliação requer cautela adicional quando aplicada devido à
necessidade de compreender as suas limitações. Um especialista que usa essa medida
conhece os detalhes quantitativos de sua análise, como as especificidades do
desempenho do paciente durante a avaliação (SOLOVIEVA; GARCÍA; QUINTANAR,
2008).
Como os erros podem ocorrer de várias formas diferentes, é difícil identificá-los
antes que aconteçam. É necessário realizar uma análise sistêmica de todos os
possíveis erros que são exibidos ao longo do processo de teste – não apenas um ou
dois sintomas isolados que aparecem aleatoriamente (SOLOVIEVA; GARCÍA;
QUINTANAR, 2008).
Econômicos e fáceis de transportar, os métodos de avaliação Lurianos
empregam ferramentas simples sem exigir um grande investimento para materiais raros
e difíceis de obter. Sua metodologia é flexível e de fácil adaptação, exigindo pouco
tempo de configuração (ARDILA, 1999 apud MORAIS 2010).

1.4 O fator neuropsicológico

Os neuropsicólogos precisam saber o que seus pacientes precisam para que


possam fornecer. O trabalho de Luria durante a Segunda Guerra Mundial concentrou-se
na relação entre mecanismos cerebrais e zonas cerebrais. Ele estudou danos cerebrais
para entender como as ações se relacionam com os mecanismos cerebrais e como
eles mudam com o tempo. Ao identificar fatores neuropsicológicos corticais em sua
pesquisa, Luria cumpriu seu objetivo. “Con ello se abría un nuevo capítulo en la
neuropsicología: el nivel psicofisiológico de la actividad humana” (GUIPENREITOR,
1996 apud QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2002, p. 9).
Cada uma das estruturas corticais especializadas contribui para um fator
neuropsicológico particular. Por exemplo, o fator linguagem requer uma estrutura
cortical especializada para a memória. Nenhum desses fatores garante uma função
psicológica específica – como atenção ou memória – por si só. Existem inúmeras
coisas que o sujeito faz todos os dias que levam a suas ações. Ler e escrever são
apenas alguns exemplos desses fatores infinitos. Muitos aspectos diferentes de uma
atividade se juntam para formar um produto acabado (QUINTANAR; SOLOVIEVA,
2002).
Luria (1969, 1973 segundo QUINTAAR; SOLOVIEVA, 2002) considera fatores
neuropsicológicos, como o controle consciente voluntário e cinestésico das ações. Além
disso, considera como os processos de trabalho são estruturados de forma dinâmica e
cinestésica. Considera como as representações mentais do corpo, o ouvido e a
memória auditiva e a forma como os movimentos são articulados.
Ao compreender o cérebro humano, é impossível identificar quaisquer funções
mentais. Em vez disso, os parâmetros dessas funções são o que está localizado. Os
principais mecanismos para este projeto estão listados no cabeçalho (QUINTANAR;
SOLOVIEVA, 2002). A psicologia soviética usou o conceito de Fator para derrotar a
psicomorfologia, que se baseava nos tipos de personalidade. A compreensão dos
conceitos psicológicos ao nível morfológico o (XOMSKAYA, 2002).
O trabalho de qualquer número de mecanismos ou fatores psicológicos se reúne
sob a coordenação de um sistema funcional. Isso acontece quando um indivíduo
executa uma tarefa específica com um objetivo claro em mente. A tarefa foi atribuída ao
destinatário (QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2002).
O fator neuropsicológico é o nível mais básico da atividade humana. Existe
independentemente da estrutura orgânica do corpo e das tarefas desempenhadas pelo
sujeito durante sua vida. Portanto, esse fator pode ser considerado o nível mais
primitivo de funcionamento do nosso cérebro.
Conforme o exemplo dado por Quintanar e Solovieva (2008), as crianças herdam
a zona temporal (zona de Wernicke). No entanto, isso não significa que a criança
também herde sua percepção auditiva.
O sotaque de uma criança reflete seu ambiente. Isso inclui o que a criança ouve
de seus pais, irmãos e outros adultos. Com o tempo, o sotaque de uma criança
pode se adaptar a muitos idiomas diferentes. Às vezes, isso se deve à
predisposição genética ou a fatores ambientais (QUINTANAR; SOLOVIEVA,
2008, p. 164).

Somente a realização de ações — que requerem a participação específica do


sujeito — pode garantir a inclusão de fatores neuropsicológicos necessários ao
desenvolvimento, progressão e rotina da ação (QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2008).
As atividades realizadas por um sujeito influenciam diretamente em seu
desenvolvimento neuropsicológico. Além disso, aprender novas tarefas ajuda o sujeito a
se desenvolver mais rapidamente. Atrasos no desenvolvimento podem fazer com que
tenham dificuldade em realizar tarefas que exijam sua participação.
É importante notar que a realização de qualquer tarefa ou ação requer a
participação de múltiplos fatores neuropsicológicos e a ativação de diferentes zonas
cerebrais. Nenhuma ação pode ser executada por apenas um fator ou uma zona
cerebral (QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2008).
3 CONCLUSÃO

O cérebro quanto a psique se conectam à compreensão das funções


psicológicas. O cérebro fornece uma base material para os processos psíquicos, mas
não determina como eles funcionam ou operam. Em vez disso, fornece os
componentes necessários para que esses processos se desenvolvam e funcionem.
Como resultado, não é possível identificar locais específicos para funções psicológicas,
só pode determinar onde estão os mecanismos neuropsicológicos das ações —
especificamente as áreas onde surgem pensamentos e comportamentos.
A ciência da Neuropsicologia visa investigar como os sistemas cerebrais
individuais interagem com as funções mentais. Isso é realizado por meio do NP - o
termo para esta disciplina. NA, por outro lado, estuda a função cerebral para examinar
as consequências de lesões cerebrais ou deficiências no comportamento e na
cognição.
O RN visa tratar pacientes em todos os aspectos de suas vidas, incluindo
funcionamento físico, psicológico e social. Isso é realizado por meio de uma abordagem
biopsicossocial que considera o corpo alterado e as habilidades cognitivas do paciente,
bem como fatores ambientais, como mudanças na percepção subjetiva e na história
pessoal. Além disso, esse processo considera o envolvimento da família e da escola,
bem como as interações sociais.
Profissionais das áreas médica, educacional, psicológica e pedagógica
frequentemente utilizam a Neuropsicologia como ferramenta de apoio. Esta disciplina
pesquisa o impacto em problemas e diagnósticos de saúde mental por meio de testes e
experimentos. Também ajuda os pesquisadores em seu trabalho, fornecendo dados e
materiais de pesquisa.
4 REFERÊNCIAS

FERNANDES, T. A neuropsicologia cognitiva em revisão: ensaio de um


psicólogo. Psychologica, 34, 267-280, 2003.

HESSEN, Johannes. Teoria do Conhecimento.Tradução de António Correia.


Lisboa: Armênio Amado, 1987.

LEZAK, M. Neuropsychological Assessment [Avaliação Neuropsicológica]. New York:


Oxford University Press, 1995.

LURIA, A. R. Higher cortical functions in man. London: Tavistock. 1966.

MORAIS, C. Adaptación de las Pruebas Neuropsicologicas Puebla-Sevilla e


Evaluación Neuropsicologica Breve para Adultos para el Idioma Portugues en su
Variante Brasileña (Dissertação de Mestrado). Puebla: Benemerita Universidad
Autonoma de Puebla, 2010.

PINHEIRO, M. Aspectos Históricos da Neuropsicologia: Subsídios para a formação


de educadores. Educar em revista, (25), 2005.

PONSONI, A. TEIXEIRA, A.L., FONSECA, R. P. A avaliação neuropsicológica na


clínica psiquiátrica. Editora Ampla. 2022.

QUINTANAR, R.L; SOLOVIEVA, Y. Parte 2. Capítulo 1: Aproximación histórico


cultural, fundamentos teóricos metodológicos. In: Eslava-Cobos, J; Quintanar, L.;
Solovieva, Y. & Mejía, L. (2008). Los trastornos del aprendizaje, Perspectivas
neuropsicológicas. Editorial Magisterio, Bogotá, Colombia, 2008.

QUITANAR, L., SOLOVIEVA, Y. Análisis neuropsicológico de las alteraciones del


lenguaje. Revista de Psicologia General y Aplicada, 55 (11), 67-87, 2002.

XOMSKAYA, E. A. R. Luria and the History of Russian Neuropsychology. Revista


Española de Neuropsicologia, 4, 2-3: 130-150, 2002.

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