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A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
MARÍLIA/SP
2022
ALINE DE OLIVEIRA FERREIRA
A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
MARÍLIA/SP
2022
A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO – O presente trabalho tem o objetivo de analisar as contribuições da escola de Luria aos
estudos de desenvolvimento do diagnóstico neuropsicológico, tomando como base os seus pressupostos
teórico-metodológicos que se fundamentam na Psicologia histórico-cultural. Para realizar esta pesquisa,
será utilizado um levantamento bibliográfico como método através do qual o conhecimento necessário
pode ser obtido por meio da leitura e análise de fontes impressas e digitais. Como resultado, A escola de
psicologia histórico-cultural de Luria contribuiu muito para o desenvolvimento do diagnóstico
neuropsicológico. Isso porque suas teorias se fundamentam nos princípios teórico-metodológicos da
Psicologia histórico-cultural. Por fim, cérebro quanto a psique se conectam à compreensão das funções
psicológicas. O cérebro fornece uma base material para os processos psíquicos, mas não determina
como eles funcionam ou operam.
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clinictran@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO
O objetivo de Luria por mais de 40 anos foi criar uma metodologia com
abordagem neuropsicológica para diagnosticar lesões focais em áreas do cérebro com
zonas complexas (LURIA, 1972b apud MORAIS, 2010). Este autor acredita que a
compreensão das mudanças na psique após uma lesão cerebral é a tarefa mais
fundamental de seu trabalho. Ele também enfatiza a principal desvantagem da lesão,
que leva a problemas mais amplos no resto do corpo. Defeitos na visão levam à
classificação de uma condição conhecida como secundária. Isso permite uma fácil
compreensão da causa raiz da aflição.
Segundo Luria (2005 apud MORAIS, 2010) esta avaliação desempenha um
papel importante na determinação da localização da lesão cerebral do paciente. Deve
ser incluído como um componente significativo do sistema geral de investigação da
saúde do paciente. Luria acredita que a causa de cada doença deve ser identificada
observando as mudanças específicas de comportamento do paciente. Ele sugere
observar a forma única do paciente interagir com o mundo ao seu redor. Os defeitos
devem ser avaliados de maneira específica para que as especificidades da estrutura
desse defeito possam ser observadas.
Luria (2005 apud MORAIS, 2010) afirma que um neuropsicólogo deve primeiro
determinar os processos mentais únicos de seus pacientes. Depois de conduzir uma
investigação completa, ele deve destacar as mudanças mais significativas e consultar
outros profissionais médicos sobre seu significado antes de realizar um estudo mais
profundo. Um neuropsicólogo deve entender as causas da lesão cerebral para melhor
diagnosticar seus pacientes. O profissional deve ser capaz de determinar se o defeito
observado é causado por um único fator ou por um problema maior no funcionamento
psicológico da organização. Também devem ser capazes de determinar se o sintoma
observado é causado por um defeito primário ou intermediário.
A doença psicológica não pode ser medida apenas como uma diminuição de
uma atividade mental. “Deve ser investigado por suas falhas estruturais subjacentes e o
que as causa, tanto quanto possível” (Luria, 2005, p. 385 apud MORAIS, 2010).
A escola Luria acredita que seu trabalho visa atingir o objetivo de estudar. Um
neuropsicólogo visa encontrar a causa dos problemas de um paciente examinando seu
estado mental. Eles então criam programas para ajudar o paciente a superar seus
problemas (QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2008).
Para entender isso, é necessário examinar os fatores psicológicos relacionados
ao funcionamento do cérebro, como as anormalidades neuropsicológicas. Isso deve ser
feito para determinar o quão funcional é seu estado e quão bem eles executam tarefas
específicas atribuídas por um profissional neuropsicólogo (QUINTANAR; SOLOVIEVA,
2008).
Alcançar uma análise qualitativa requer a compreensão do desenvolvimento da
mente humana, bem como de seu colapso. Isso envolve entender “como as mentes
humanas se desenvolvem e como elas se decompõem regularmente” (QUINTANAR;
SOLOVIEVA, 2008 p.158).
Uma avaliação padrão administrada a cada paciente falha em identificar
adequadamente as complicações que dificultam uma determinada tarefa. Também
falha em enfatizar a razão pela qual o progresso é tão difícil. Para corrigir isso, são
necessárias avaliações alternativas. Ao mudar constantemente, esta investigação é
capaz de determinar as circunstâncias em que é difícil concluir a tarefa ou onde uma
deficiência é compensada.
Para analisar adequadamente as habilidades cognitivas do paciente, Luria (2005
apud MORAIS, 2010) acredita que se deve levar em consideração não os testes que o
paciente realiza, mas a maneira específica como ele processa suas ideias. A análise
qualitativa da atividade do paciente revela seus erros e dificuldades.
Como a estrutura dinâmica e a natureza modular da investigação dificultam sua
execução, ela requer variação e mobilidade significativas em relação à pesquisa
psicológica padrão. Isso renuncia ao uso padrão da metodologia estática da psicologia.
Com a ajuda do paciente e do neuropsicólogo, esse ciclo de avaliação muda
constantemente tanto as dificuldades do paciente quanto a interação do psicólogo com
ele. Ambos os aspectos mudam drasticamente ao longo do tempo (QUINTANAR;
SOLOVIEVA, 2008).
Ao analisar os dados por meio de um determinado processo de análise, é
possível identificar os erros do paciente de acordo com sua gravidade, definir a
assistência necessária para o paciente e identificar como suas alterações impactam o
sistema psíquico do paciente (QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2008).
Este sistema permite que os pacientes determinem os objetivos que desejam
alcançar, bem como os métodos de avaliação de seu progresso. Eles também são
livres para realizar tarefas adicionais fora das sessões de avaliação, como
autoavaliações. Um neuropsicólogo usa testes para observar o comportamento de um
paciente em situações cotidianas, como na escola ou em casa. Eles também avaliam
os comportamentos do paciente em entrevistas com familiares e outras informações
coletadas durante a aplicação dos testes (SOLOVIEVA; LAZARO; QUINTANAR, 2008).
Erros são identificados e analisados quando da aplicação de procedimentos de
avaliação neuropsicológica. Eles também são observados quando o paciente interage
com seu ambiente. Ao observar “erros nas atividades diárias, como habilidades
cognitivas, é possível determinar o funcionamento de fatores neuropsicológicos de
forma positiva ou negativa” (QUINTANAR; SOLOVIEVA, 2008, p.158).
O neuropsicólogo estuda as funções cognitivas do paciente por meio de uma
análise fatorial, que analisa os mecanismos neurológicos envolvidos. Durante esse
processo, ele considera tanto os erros do paciente quanto suas deficiências cognitivas
subjacentes. As pessoas também podem realizar uma análise fatorial de seu próprio
desempenho por meio da autoavaliação.
Ao estudar as síndromes neuropsicológicas, é necessário identificar tanto as
ações que são difíceis para os pacientes realizar quanto aquelas que são mais fáceis.
Isso é necessário porque as dificuldades que os pacientes experimentam com uma
ação muitas vezes decorrem de outra. Além disso, é importante entender quais ações
são mais acessíveis para o paciente sem prejuízo nas habilidades cognitivas.
Para identificar a síndrome neuropsicológica, deve determinar as causas
subjacentes das lutas do paciente.