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IFC - Atividade T1 – Artigo “PRIMI, R.

Inteligência: avanços nos modelos teóricos


e nos instrumentos de medida. Avaliação Psicológica, v.1, p. 67-77, 2003.”
Este artigo buscou avaliar a evolução da análise da inteligência por meio do
estudo de abordagens psicométricas desenvolvidas por pesquisadores da área.
Além disso, discutiu-se sobre a relação entre cognição e a emoção, avaliada por
meio de estudos da psicologia e das neurociências.
Um dos modelos mais bem aceitos pelos pesquisadores é a Teoria de Cattell-
Horn-Carroll, ou simplesmente a Teoria CHC das habilidades cognitivas,
desenvolvida por McGrew e Flanagan,que integra uma visão multidimensional
com dez fatores ligados a áreas amplas do funcionamento cognitivo. São eles:
Inteligência Fluída (Gf), Inteligência Cristalizada (Gc), Conhecimento
Quantitativo (Gq), Leitura e Escrita (Grw), Memória de Curto Prazo (Gsm),
Processamento Visual (Gv), Processamento Auditivo (Gh), Capacidade de
Armazenamento e Recuperação da Memória de Longo Prazo (Glr), Velocidade
de Processamento (Gs) e Rapidez de Decisão (Gt). Para mensuração de tais
fatores, é necessário fazer uso da composição e cruzamento de baterias. Além
disso, considera-se que não há fator de inteligência não-verbal, uma vez que
toda atividade cognitiva envolve uso da linguagem em alguma medida.
Já quando se fala em Inteligência Emocional (IE), é fundamental conhecer a
definição de cada uma para se avaliar como se dá a interação cognição-emoção.
Segundo os autores, inteligência é resumidamente a capacidade de se adaptar
ao meio e emoção é composta por fenômenos psicofisiológicos que organizam
o comportamento de modo que o mesmo seja mais eficiente às adaptações e
exigências ambientais, isso se dá por meio de respostas dos vários subsistemas
do próprio organismo. Sabe-se que o emocional possui influência em vários
níveis – cognitivo, fisiológico e comportamental.
Além disso, discutiu-se o fato de as emoções interligarem-se ao ambiente,
interno e externo (interações sociais). Inicialmente, seu processamento ocorre
em regiões mais primitivas do cérebro, com reações automáticas e
inconscientes, acionando posteriormente processos cognitivos superiores
(consciência da situação). Sendo que os estímulos aversivos são transmitidos
subcorticalmente dos órgãos sensoriais ao tálamo sensorial até a amídala
(processamento do medo – resposta de luta-ou-fuga).
Meyer e Salovey preconizam que a inteligência emocional se desdobra em 4
níveis: conhecimento emocional, capacidade de perceber as emoções,
capacidade de usá-las para facilitar o pensamento e capacidade de regulação
emocional.
Alguns termos relacionados à IE foram brevemente abordados: infusão afetiva
(interferência na percepção e julgamento), meta experiência do humor (controle
reflexivo das emoções), inflação hedônica (interferência das drogas que
aumentam os efeitos das emoções). Também se discutiu a utilização e
abrangências de alguns testes psicométricos de desempenho, como MEIS,
MSCEIT, WISC-IV, Woodcock Jhonson III.
A leitura do artigo é fluída e apesar de ser um artigo técnico é de fácil
compreensão, pois não exige um conhecimento profundo nos termos e teorias
abordados, o que o torna interessante para que pessoas de outras áreas possam
ter um contato inicial com essa temática.
Considero importante termos mais artigos como este, que resumem conceitos
importantes da neuropsicologia e ressalta a necessidade de melhor
compreensão das ferramentas psicométricas atuais. Isso favorece o
desenvolvimento da avaliação psicológica, pois implicará no avanço instrumental
que auxiliará na explicação do funcionamento psicológico e, consequentemente,
influenciará no desenvolvimento e aprimoramento de tais técnicas e ferramentas
voltadas à compreensão dos processos cognitivos de aprendizagem.
Além disso, é recorrente que pessoas de formações distintas questionem a
confiabilidade dos testes psicológicos, uma vez que diversos ‘testes’ estão
disponíveis em páginas aleatórias da internet ou mesmo em revistas de
curiosidades e fofocas, testes esses que prometem revelar ao leitor, com apenas
3 perguntas ou a seleção de 1 dentre 3 ou 6 figuras, aspectos importantes da
sua personalidade, seus medos, suas ambições, sua inteligência e até mesmo
do que a pessoa mais precisa naquele momento ou o que deve esperar de outra
pessoa. Somado a isso, é comum acharmos na internet manuais completos de
testes psicométricos restritos a categorias profissionais específicas, como foi o
caso do teste HTP – House, Tree, Person.
Contudo, cada vez mais estudos em neurociências avançam e revelam a
correlação da psicologia e neurobiologia com outras áreas e saberes, como no
caso da aprendizagem e demais processos cognitivos. A Teoria CHC
apresentada no artigo é um avanço em pesquisa e medição da inteligência e
aspectos voltados à cognição, uma vez que partiu de uma visão unidimensional
para uma visão multidimensional, mostrando que testes de aptidão e de
inteligência não mais se distinguem, pois todos os testes atuais medem alguma
capacidade específica da inteligência.
Ao longo dos estudos das trilhas apresentadas nesse curso, pude perceber que
a inteligência pode ser influenciada por diversos fatores internos e externos ao
indivíduo, o que fica ainda mais evidente quando falamos da interação entre
cognição-emoção, cujos experimentos inovadores possibilitaram diversas
descobertas sobre as bases neurais e o seu funcionamento.
Por fim, perceber que as emoções de fato afetam o nosso foco, influenciam na
ativação de memórias, modificam nossas expressões e manifestações
comportamentais inconscientemente ou automaticamente, abre-nos um vasto
campo de trabalho como educadores ou colaboradores, uma vez que nos
permitirá contribuir para o aprimoramento dos processos de aprendizagem e
adaptação das ferramentas e recursos disponíveis, visto que favorece uma visão
mais ampla do funcionamento cognitivo do educando.

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