Este artigo discute a evolução da análise da inteligência através de abordagens psicométricas e a relação entre cognição e emoção. Apresenta a Teoria CHC como um modelo multidimensional da inteligência e discute definições e níveis da inteligência emocional.
Descrição original:
Atividade pós
Título original
IFC - Atividade de aprofundamento TR1 Nathalie T.C
Este artigo discute a evolução da análise da inteligência através de abordagens psicométricas e a relação entre cognição e emoção. Apresenta a Teoria CHC como um modelo multidimensional da inteligência e discute definições e níveis da inteligência emocional.
Este artigo discute a evolução da análise da inteligência através de abordagens psicométricas e a relação entre cognição e emoção. Apresenta a Teoria CHC como um modelo multidimensional da inteligência e discute definições e níveis da inteligência emocional.
e nos instrumentos de medida. Avaliação Psicológica, v.1, p. 67-77, 2003.” Este artigo buscou avaliar a evolução da análise da inteligência por meio do estudo de abordagens psicométricas desenvolvidas por pesquisadores da área. Além disso, discutiu-se sobre a relação entre cognição e a emoção, avaliada por meio de estudos da psicologia e das neurociências. Um dos modelos mais bem aceitos pelos pesquisadores é a Teoria de Cattell- Horn-Carroll, ou simplesmente a Teoria CHC das habilidades cognitivas, desenvolvida por McGrew e Flanagan,que integra uma visão multidimensional com dez fatores ligados a áreas amplas do funcionamento cognitivo. São eles: Inteligência Fluída (Gf), Inteligência Cristalizada (Gc), Conhecimento Quantitativo (Gq), Leitura e Escrita (Grw), Memória de Curto Prazo (Gsm), Processamento Visual (Gv), Processamento Auditivo (Gh), Capacidade de Armazenamento e Recuperação da Memória de Longo Prazo (Glr), Velocidade de Processamento (Gs) e Rapidez de Decisão (Gt). Para mensuração de tais fatores, é necessário fazer uso da composição e cruzamento de baterias. Além disso, considera-se que não há fator de inteligência não-verbal, uma vez que toda atividade cognitiva envolve uso da linguagem em alguma medida. Já quando se fala em Inteligência Emocional (IE), é fundamental conhecer a definição de cada uma para se avaliar como se dá a interação cognição-emoção. Segundo os autores, inteligência é resumidamente a capacidade de se adaptar ao meio e emoção é composta por fenômenos psicofisiológicos que organizam o comportamento de modo que o mesmo seja mais eficiente às adaptações e exigências ambientais, isso se dá por meio de respostas dos vários subsistemas do próprio organismo. Sabe-se que o emocional possui influência em vários níveis – cognitivo, fisiológico e comportamental. Além disso, discutiu-se o fato de as emoções interligarem-se ao ambiente, interno e externo (interações sociais). Inicialmente, seu processamento ocorre em regiões mais primitivas do cérebro, com reações automáticas e inconscientes, acionando posteriormente processos cognitivos superiores (consciência da situação). Sendo que os estímulos aversivos são transmitidos subcorticalmente dos órgãos sensoriais ao tálamo sensorial até a amídala (processamento do medo – resposta de luta-ou-fuga). Meyer e Salovey preconizam que a inteligência emocional se desdobra em 4 níveis: conhecimento emocional, capacidade de perceber as emoções, capacidade de usá-las para facilitar o pensamento e capacidade de regulação emocional. Alguns termos relacionados à IE foram brevemente abordados: infusão afetiva (interferência na percepção e julgamento), meta experiência do humor (controle reflexivo das emoções), inflação hedônica (interferência das drogas que aumentam os efeitos das emoções). Também se discutiu a utilização e abrangências de alguns testes psicométricos de desempenho, como MEIS, MSCEIT, WISC-IV, Woodcock Jhonson III. A leitura do artigo é fluída e apesar de ser um artigo técnico é de fácil compreensão, pois não exige um conhecimento profundo nos termos e teorias abordados, o que o torna interessante para que pessoas de outras áreas possam ter um contato inicial com essa temática. Considero importante termos mais artigos como este, que resumem conceitos importantes da neuropsicologia e ressalta a necessidade de melhor compreensão das ferramentas psicométricas atuais. Isso favorece o desenvolvimento da avaliação psicológica, pois implicará no avanço instrumental que auxiliará na explicação do funcionamento psicológico e, consequentemente, influenciará no desenvolvimento e aprimoramento de tais técnicas e ferramentas voltadas à compreensão dos processos cognitivos de aprendizagem. Além disso, é recorrente que pessoas de formações distintas questionem a confiabilidade dos testes psicológicos, uma vez que diversos ‘testes’ estão disponíveis em páginas aleatórias da internet ou mesmo em revistas de curiosidades e fofocas, testes esses que prometem revelar ao leitor, com apenas 3 perguntas ou a seleção de 1 dentre 3 ou 6 figuras, aspectos importantes da sua personalidade, seus medos, suas ambições, sua inteligência e até mesmo do que a pessoa mais precisa naquele momento ou o que deve esperar de outra pessoa. Somado a isso, é comum acharmos na internet manuais completos de testes psicométricos restritos a categorias profissionais específicas, como foi o caso do teste HTP – House, Tree, Person. Contudo, cada vez mais estudos em neurociências avançam e revelam a correlação da psicologia e neurobiologia com outras áreas e saberes, como no caso da aprendizagem e demais processos cognitivos. A Teoria CHC apresentada no artigo é um avanço em pesquisa e medição da inteligência e aspectos voltados à cognição, uma vez que partiu de uma visão unidimensional para uma visão multidimensional, mostrando que testes de aptidão e de inteligência não mais se distinguem, pois todos os testes atuais medem alguma capacidade específica da inteligência. Ao longo dos estudos das trilhas apresentadas nesse curso, pude perceber que a inteligência pode ser influenciada por diversos fatores internos e externos ao indivíduo, o que fica ainda mais evidente quando falamos da interação entre cognição-emoção, cujos experimentos inovadores possibilitaram diversas descobertas sobre as bases neurais e o seu funcionamento. Por fim, perceber que as emoções de fato afetam o nosso foco, influenciam na ativação de memórias, modificam nossas expressões e manifestações comportamentais inconscientemente ou automaticamente, abre-nos um vasto campo de trabalho como educadores ou colaboradores, uma vez que nos permitirá contribuir para o aprimoramento dos processos de aprendizagem e adaptação das ferramentas e recursos disponíveis, visto que favorece uma visão mais ampla do funcionamento cognitivo do educando.