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Discente: Roberta Bezerra Marinho

Disciplina: Neurociência e os processos emocionais

Resumo crítico

O artigo Neurociência: uma abordagem sobre as emoções e o processo de


aprendizagem, de Clecilene Gomes de Carvalho (2019) em colaboração com Dejanir José
Campos Junior e Gleicione Aparecida Dias Bagne de Souza tem como principal objetivo
pesquisar em que as descobertas da neurociência em relação às emoções humanas podem
colaborar com o processo de aprendizagem.
Para tanto, o respectivo artigo configura-se como uma revisão bibliográfica que
ocorreu a partir de uma busca de artigos produzidos entre 2008 e 2018 em bases de dados
como: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); Literatura Latino Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Além disso,
considerou-se os artigos em língua inglesa e portuguesa que estavam disponíveis na íntegra.
A princípio, apresenta-se um percurso histórico no tocante à produção e ao
desenvolvimento de pesquisas que relacionam os processos cerebrais às emoções humanas,
bem como à memória, à aprendizagem, à linguagem, à comunicação, entre outros. Neste
sentido, ressaltam-se os estudos empreendidos pelo psicólogo americano William James, o
fisiologista dinamarquês Carl Lage, o anatomista americano Jamez Papez, o fisiologista
americano Walter Cannon e seu aluno Philip Bard.
Neste viés, o artigo evidencia a inter-relação do sistema neurológico com o processo
de aprendizagem, visto que o estudo em questão pretende estimular a implementação de
pesquisas de campo, cuja multiplicidade de neurociências e ciências possam contribuir para o
enriquecimento do processo de aprendizagem. Por isso, destaca-se que as emoções podem ser
classificadas por valência (negativa e positiva) e ainda em três grupos, tais como básicas,
secundárias e emoções de fundo, como, por exemplo, ansiedade, depressão, calma e tensão.
Quanto ao referencial teórico, o artigo é dividido em duas subseções 3.1 Emoções e
memória e 3.2 Contribuições da neurociência para o processo de aprendizagem. Na primeira
subseção aborda-se como a emoção é uma experiência subjetiva que é acompanhada por
manifestações fisiológicas e motoras, cujas primeiras são respostas autonômicas, comandadas
pelo sistema nervoso central-SNC, enquanto as segundas são respostas detectáveis, tais como:
dilatação da pupila, sudorese, lacrimejamento, alteração da expressão facial, entre outras.
Por conseguinte, salientam-se como as emoções conferem o suporte básico, afetivo,
necessário e fundamental para as funções cognitivas e executivas da aprendizagem que são
responsáveis pelo processamento de informações humanas, verbais e simbólicas. Por sua vez,
apresenta-se o quadro com a classificação das emoções, bem como o quadro de estruturas do
circuito neural envolvidas com diferentes tipos de processos cerebrais.
Na segunda subseção, assevera-se que as neurociências não se restringem a estudar
apenas os neurônios e suas moléculas constituintes, mas também os órgãos do sistema
nervoso e suas respectivas funções, bem como as funções cognitivas e o comportamento que
são resultantes da atividade dessas estruturas. A respeito disso, salienta-se que o
conhecimento neurocientífico avançou muito nos últimos anos, devido ao desenvolvimento e
ao aperfeiçoamento de técnicas de neuroimagem, de eletrofisiologia, etc.
De modo geral, apresentam-se as contribuições da neurociência para a aprendizagem,
visto que a referida área também se detém sobre os mecanismos de atenção, tais como:
memória, aprendizagem, emoção, linguagem e comunicação. Além disso, ressalta-se que as
neurociências consideram as competências cognitivas, técnicas, relacionais e emocionais
como principais para a aprendizagem humana.
Em suma, destacam-se como as neurociências são disciplinas que em função da sua
amplitude terminológica se detêm sobre o estudo do cérebro, mais especificamente sobre o
seu desenvolvimento químico, estrutural, funcional e patológico. Portanto, este artigo poderá
fazer com que o professor reflita sobre o funcionamento do cérebro, sobretudo, sobre a
importância de suas estruturas e funções em relação à aprendizagem, à memória e às
emoções.
Ademais, a monografia Emoção e afetividade na aprendizagem: breve revisão
bibliográfica, de Amira Amaral do Sim (2014) tem como objetivo investigar o
funcionamento do cérebro e o papel da emoção no processo de aprendizagem. Para isso, a
autora adotou como método científico o levantamento bibliográfico, isto é, este estudo
configura-se como uma revisão de literatura, o que torna-o semelhante ao artigo anterior, uma
vez que discute a relação entre a neurociência e a aprendizagem no tocante à emoção.
Neste sentido, a referida pesquisa está dividida em quatro seções, tais como: 1.
Fisiologia do cérebro humano; 2. Teorias de aprendizagem; 3. Neurociência aplicada à
educação: a questão da aprendizagem de ciências e 4. Considerações finais, além disso, há
ainda as seguintes subseções: 1.1 Neuroanatomia e 1.2 Neurocognição. A princípio, a autora
afirma que há anos a ciência tem buscado compreender o processo de aprendizagem, por isso
foram desenvolvidas as seguintes teorias de aprendizagem: o cognitivismo e o humanismo.
Em relação ao cognitivismo, a autora afirma que esta teoria da aprendizagem surgiu no
começo do século XX e dá ênfase à mente de maneira objetiva e científica, por isso destaca
Vygotsky como seu principal teórico, uma vez que este considera que o contexto social e a
cultura são relevantes, visto que os processos mentais superiores se originam em relações
entre os seres humanos e a interação social supõe um envolvimento ativo, o que não deixa de
lado as emoções, no entanto, considera as emoções como um fator "coadjuvante".
Por outro lado, a autora enfatiza que o humanismo atribui mais importância às
emoções no processo de aprendizagem, pois considera o indivíduo como um todo, tais como:
pensamentos, ações e sentimentos, ou seja, não considera apenas o intelecto, tendo em vista
que no processo de aprendizagem, os aspectos anteriormente mencionados estão integrados.
Portanto, destaca Paulo Freire e o psicólogo Carl Rogers como principais teóricos dessa
teoria, pois para ambos as emoções e a afetividade permeiam o processo de aprendizagem.
Quanto à Neuroanatomia, destacam-se as contribuições do Dr. Thomas Willis, o qual
foi um dos primeiros a teorizar sobre como o cérebro transfere informações, o que hoje
chama-se de condução neuronal, bem como foi o primeiro a utilizar o termo neurologia e deu
nome a várias regiões cerebrais (como cápsula interna e pirâmides medulares). Portanto, hoje
chama a atenção as informações acerca das áreas e atividades do cérebro, como, por exemplo,
as cinquenta e duas áreas no córtex cerebral humano.
No tocante ao córtex cerebral, destaca-se que este se caracteriza principalmente pelos
hemisférios, tais como esquerdo e direito, os quais estão conectados pelo corpo caloso, por
sua vez, enfatiza-se como apesar de parecerem similares, tais hemisférios estão na verdade
preocupados principalmente com os processos sensoriais e motores do seu lado oposto do
corpo. Por sua vez, chama atenção as diferenças entre o cérebro masculino e feminino, visto
que este possui o corpo caloso maior e consequentemente maior densidade de neurônios.
A respeito da Neurocognição, a autora salienta que embora os médicos tenham sido os
primeiros a estudar o cérebro humano, psicólogos e filósofos começaram a estudar como
poderiam medir o comportamento e de fato estudar a mente em busca de respostas sobre a
aquisição do conhecimento e o processo de aprendizagem, o que resultou nas posições do
racionalismo e do empirismo.
Neste sentido, o racionalismo está relacionado ao pensamento lógico e compreende o
raciocínio como uma operação mental, discursiva e lógica, enquanto o empirismo compreende
que todo conhecimento provém da experiência sensorial, de modo que a experiência direta
produz ideias e conceitos simples. Portanto, a interação de ideias simples resulta na criação
de ideias e conceitos complexos no sistema de conhecimento do indivíduo.
De modo geral, a autora destaca teorias como o associativismo produzido pelo
psicólogo John B. Watson, o qual acreditava que poderia induzir comportamentos, visto que
todos possuíam a mesma base de aprendizagem, isto é, o sistema neural, no entanto, o
cognitivismo foi desenvolvido em oposição ao comportamentalismo (Behaviorismo), posto
que este não poderia explicar como os comportamentos são aprendidos.
Por conseguinte, destacam-se as teorias de aprendizagem, como o
comportamentalismo (Behaviorismo), o cognitivismo e o humanismo. Neste sentido, o
primeiro está associado aos comportamentos do indivíduo que são observáveis e mensuráveis,
bem como as respostas que ele dá aos estímulos externos e consequências. Por outro lado,
enfatiza-se como o construtivismo defende que a construção do conhecimento se dá de modo
individual, o que contribui para o crescimento cognitivo e amadurecimento do sujeito.
Outrossim, salienta-se como. Carl Rogers concebe o professor como um facilitador da
aprendizagem, pois coloca o aluno como sujeito principal no processo de aprendizagem, por
isso compreende que a aquisição do conhecimento implica na mudança da organização do eu,
mas isso só ocorre quando as opiniões e os valores externos não são visto como ameaças,
visto que o aluno poderá não oferecer resistência ao processo de aprendizagem, mas perceber
e assimilar o conhecimento mais facilmente.
Portanto, a pesquisa enfatiza como a sociedade e a cultura modificam o cérebro, bem
como o estado emocional influencia o modo como pensamos, o que significa que raciocínio e
emoção estão interligados, visto que o estado emocional influencia nos processos de gravação
de memória, mas também pode influenciar nos processos de lembrança e de tomadas de
decisão e de julgamento. Por sua vez, a autora salienta como nos últimos anos reacendeu as
discussões em torno da distinção inter-relação entre cognição e emoção.
Desse modo, ressalta-se que embora a investigação sobre a influência dos aspectos
afetivos e emocionais na educação seja mais recorrente em áreas como psicologia e filosofia,
na área do ensino de ciências também têm-se mostrado diversos estudos em relação não só à
cognição, mas ao indivíduo como um todo. Por sua vez, destaca-se uma pesquisa com
graduandos de Física, de modo a perceber como as emoções influenciam tais alunos a se
interessarem pelo estudo da ciência, o que evidencia uma aplicabilidade teórica.

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