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RESUMO: O sujeito não está dado a priori, visto que se constitui no interior da
história, ou seja, é a cada instante fundado e refundado por meio dela. Com isso, esta
pesquisa tem como propósito analisar o anúncio publicitário da Natura sob o slogan
“Sou mais que um rótulo” com o intuito de identificar as construções discursivas acerca
do sujeito mulher no decorrer da história, bem como apontar as relações de saber/poder
que constituíram o sujeito feminino em decorrência dos efeitos de verdade cristalizados
pelo discurso médico, espartano, sociológico e religioso. Para tanto, busca-se perceber
como ocorre a produção de subjetividade feminina na atualidade em torno de uma
(des)construção dos modos de ser mulher. Metodologicamente, este estudo é de
natureza qualitativa e caráter descritivo-interpretativista, cuja investigação baseia-se nos
postulados teóricos da Análise do discurso de linha francesa, tendo como respaldo
teórico as contribuições de Foucault (1995; 2016), Fernandes (2008), Mcgushin (2008),
dentre outros. Assim, pôde-se perceber como a materialidade verbo-imagética, isto é, os
enunciados verbais e não verbais se configuram como um intradiscurso que retoma a
memória discursiva acerca de tais discursos. Em síntese, é possível depreender como
tais saberes resultaram em relações de poder que produziram uma singularidade coletiva
ao sujeito mulher, tornando-a um objeto de estudo a partir da exterioridade, com a
produção de verdades sobre o corpo, cabelo e comportamento em uma oposição
feminino/masculino em função de uma feminilidade intrínseca à mulher.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1
Graduanda de licenciatura em Letras Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas, pela
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN, cursando o 8º período no Campus
Avançado de Patu-CAP, e-mail: roberttamarinho@hotmail.com
2
Graduanda de licenciatura em Letras Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas, pela
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN, cursando o 8º período no Campus
Avançado de Patu CAP, e-mail: felixrosangelaoliveira@gmail.com
3
Graduando de licenciatura em Letras Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas, pela
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN, cursando o 8º período no Campus
Avançado de Patu-CAP, e-mail: douglas.f1@hotmail.com
digitais, tornou-se cada vez mais comum depararmo-nos com anúncios publicitários que
propõe uma diversidade quanto aos modos de ser mulher na atualidade, seja quanto ao
padrão de beleza, seja ao renunciar aos rótulos pré-concebidos ao gênero feminino no
decorrer da história.
A maior empresa de cosméticos brasileira tem como missão: o bem-estar-bem –
relações harmoniosas do indivíduo consigo mesmo, com os outros e com a natureza. Em
razão disso, o anúncio publicitário da Natura sob o slogan "Sou mais que um rótulo" se
configura como uma ação atuante do marketing da empresa, visto que demonstra a
partir daí o seu compromisso social com uma questão que ultrapassa gerações de
mulheres, consequentemente, daí surge à pergunta o que é ser mulher no século XXI?
Com o propósito de responder essa pergunta, esta pesquisa de natureza
qualitativa e caráter descritivo-interpretativista tem como objetivo analisar o anúncio
publicitário da Natura sob o slogan "Sou mais que um rótulo" a fim de identificar as
construções discursivas acerca do sujeito mulher ao longo da história, bem como
apontar as relações de saber/poder que constituíram esse sujeito, enquanto que
atualmente há uma (des)construção dos modos de ser mulher. Para tanto, adotou-se
como embasamento teórico as contribuições de Foucault (2008; 2016), Fernandes
(2008), Mcgushin (2008), dentre outros.
Este estudo é resultante de um seminário realizado durante o componente
curricular obrigatório Análise do discurso, ofertado pelo Campus Avançado de Patu
CAP/UERN. Naquela ocasião, este assunto se mostrou muito necessário à formação
universitária e crítica dos discentes, uma vez que se tornou possível relacioná-lo à
condição de gênero, de modo a repensar a subjetividade feminina, bem como perceber
as possibilidades de sua existência no contexto atual, ou seja, refletir sobre o que é ser
mulher na contemporaneidade em contraposição ao modo como esta foi constituída no
decorrer de outras temporalidades.
Assim, este artigo organiza-se do seguinte modo: apresentação do panorama de
constituição da Análise do discurso de linha francesa, por sua vez, abordar-se-á o jogo
saber/poder/subjetividade segundo a perspectiva do filósofo francês Michel Foucault,
seguido da análise do anúncio publicitário da Natura, cujo foco é a problemática em
torno do sujeito mulher. Por fim, haverá a exposição dos resultados obtidos com esta
pesquisa, seguido das considerações finais.
Fonte: https://maisminas.org/
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BELINTANI, Giovani. Histeria. Psic [online]. 2003, vol.4, n.2, pp. 56-69. ISSN
1676-7314.
ONLINE, Bíblia. 1 Coríntios 11. 2020. Almeida Corrigida Fiel. Disponível em:
https://www.bibliaonline.com.br/acf/1co/11. Acesso em: 17 jul. 2021.