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INTRODUÇÃO

MIRANDA, Elba Neri Moreira da, SILVA Paulo da, Implicações do sistema límbico na
aprendizagem em uma perspectiva neuropsicomotora, Criar Educação, Criciúma, v. 10, nº1,
jan/jul 2021.– PPGE – UNESC – ISSN 2317-2452
Elba Neri Moreira de Miranda, graduada em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná,
Mestrado em distúrbios da comunicação pela Universidade Tuiuti do Paraná. Doutoranda em
Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente nas Faculdades Pequeno Príncipe.
Paulo Vinicius Tosin da Silva, graduado em Geografia pela Universidade Federal do Paraná,
especialista em Educação especial com ênfase em inclusão pela Pontifícia Universidade Católica
do Paraná. Professor de Geografia e de atendimento educacional especializado (AEE) na
Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED/PR.
O artigo discuti o papel da afectividade no processo da aprendizagem á luz da abordagem
neuropsicológica. Tendo em conta que a afectividade é parte intrínseca em processos cognitivos
que ocorrem a todo momento em que se constrói um conhecimento.
O objectivo é compreender o papel da Neuropsicologia contextualizando afectividade e
aprendizagem. A pesquisa teve como referencial teórico a neuropsicologia Sócio histórica e traz
a inter-relação entre a afectividade e a aprendizagem sob uma perspectiva neuropsicológica.

IMPLICAÇÕES DO SISTEMA LÍMBICO NA APRENDIZAGEM EM UMA


PERSPECTIVA NEUROPSICOMOTORA
Na primeira parte os autores discutem as questões ligadas aos conceitos de aprendizagem e
desenvolvimento humano socorrendo-se de teorias de vários autores, onde olha-se para
aprendizagem como o desenvolvimento mais importante do ser humano e que constitui uma
resposta modificada, estável, durável, interiorizada e consolidada no cérebro do indivíduo.
Afirmam ainda que, a aprendizagem põe em jogo, portanto, uma relação integrada entre o
indivíduo e o seu meio, isto é, coloca uma relação inteligível entre condições externas e
condições internas, ou melhor, desencadeia um processo sensório-neuropsicológico entre a
situação (externa) e a acção (interna). (FONSECA, 1995, P.41).
É são apresentados o funcionamento do cérebro no processo de aprendizagem onde são
apresentado informações relacionadas aos estudos realizados por neurocientistas que destacam o
funcionamento do cérebro e sua plasticidade, que mesmo sofrendo traumatismos, tem condições
de reconstituir-se na busca da construção do conhecimento humano.
Fica também claro na visão dos autores com base em investigações em vários campos, a
aprendizagem envolve complexos processos neurológicos, nomeadamente reacções químicas,
actividades bioelétricas, arranjos moleculares nas células nervosas e glias, eficiência sináptica,
redes interneuronais, metabolismo proteico, mielinização, ramificações dendríticas, etc. Em outra
dimensão, a aprendizagem compreende funções de descodificação, transdução, armazenamento,
combinação, codificação, reforço, etc., que colocam a imediatividade da experiência social.
(FONSECA, 1995, P. 41).
A importância e a história da evolução são discutidos no artigo onde os autores vão dizer que a
espécie humana é a espécie que apresenta e manifesta a maior gama de emoções e sentimentos,
isto devido à evolução do sistema límbico. A evolução do sistema límbico teve início com os
primeiros mamíferos. O termo Sistema Límbico foi introduzido por Paul Mc Lean no ano de
1952, tendo sua importância destacada por Bear (2006) que assinalou a permissividade desse
sistema para que os animais experimentassem e exprimissem as emoções, além da emancipação
do comportamento estereotipado variante em função do tronco encefálico. O sistema límbico
ocupa um papel central no campo da afectividade, sendo ele responsável pelas emoções. Está
localizado na superfície medial do cérebro e é constituído por neurónios que formam uma massa
cinzenta denominada de lobo límbico.
Sobre a afectividade na aprendizagem, os autores dizem que o indivíduo através de sua relação
com o meio, promove novos conhecimentos e desenvolve diferentes dimensões do afecto, em
suas diferentes formas de expressão e relações com as funções psíquicas. Assim a integração
entre o desenvolvimento cognitivo e afectivo durante a construção do conhecimento contribui
para a construção da subjectividade, e a manutenção do status da consciência que se constitui
segundo Vygotsky (1993) em dois planos: primeiro no social (que representa uma combinação
dialética entre o externo e o interno) e depois no psicológico (o interno - constituído a partir do
social). O que corrobora com (KRUEGER, 2003, p. 4) “a afectividade exerce um papel
fundamental nas correlações psicossomáticas básicas, além de influenciar decisivamente a
percepção, a memória, o pensamento, a vontade e as acções, e ser, assim, um componente
essencial da harmonia e do equilíbrio da personalidade humana.
Nesse sentido, concordamos com ALMEIDA e MAHONEY (2007, p. 65) quando ressaltam que:
A formação integral do indivíduo é a meta a ser alcançada. Cabe ao professor conhecer o
processo de desenvolvimento e aprendizagem para ser capaz de reconhecer e atender a essas
necessidades dos alunos. Ao canalizar a afectividade para produzir conhecimento, ele
desempenha o papel de mediador entre o aluno e esse conhecimento, ampliando suas
possibilidades de obter sucesso em suas acções.

CONCLUSÃO E APRECIAÇÃO CRÍTICA


O artigo fornecesse subsídios para pesquisas na área de neurofisiologia, a medida em que trata
dos principais e importantes assuntos desta área da ciência.
A obra oferece também sólidos conhecimentos do desenrolar e histórico, os autores
empenharam-se em apresentar de forma clara e objectiva, porem teriam sido mais felizes se
apresentassem de forma detalhada principalmente sobre a organização anatoma-funcional do
hipotálamo dada sua complexidade e importância no desenvolvimento do ser humano e no
processo de aprendizagem como é apresentado por COMOLI (2019:23).
Os autores nos leva a compreender as ideias de varias linhas de pensamento e pesquisas
contemporâneas, bem como a descobrir uma maneira de ver o que já havia sido visto e estudado
sobre a temática.
Os autores dão esclarecimentos sobre as implicações do sistema límbico na aprendizagem com
enfoque para a perspectiva neuropsicomotora.
Os autores poderiam servir-se de exemplos práticos das implicações resultantes do sistema
límbico na aprendizagem o que abriria espaço para um esclarecimento mais aprofundado.
A obra discute e fornece sugestões para estudantes e pesquisadores a fim de que possam planejar,
realizar e desenvolver suas pesquisas servindo-se de conhecimentos confiáveis.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga (Orgs.). Afectividade e
aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. São Paulo: Edições Loyola, 2007.
BOCK, A. M. B. Psicologia Sócio Histórica: Uma Perspectiva Crítica em Psicologia. São Paulo
Ed. Cortez, 2001.
COMOLI, Eliane, Sistema Límbico. EC.2019
FONSECA, V. Educação Especial: Programa de Estimulação Precoce. 2a ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1995.
KRUEGER, Magrit Froehlich. A relevância da afectividade na educação infantil. 2017
VIGOTSKI, L. S.; LEONTIEV, A. N.; LURIA, A. R. Linguagem, desenvolvimento e
aprendizagem. 11ª ed. São Paulo: Ícone, 2010.

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