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AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROEDUCAÇÃO PARA O PROCESSO DE ENSINO E

APRENDIZAGEM

Anna Carolina Silva Franklin Azevedo1

RESUMO

O presente trabalho tem como principal objetivo apresentar as contribuições da


neuroeducação para o processo de ensino e aprendizagem com o intuito de entender como
esta área de estudo pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino. Neste sentido, foi
realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico com o intuito de perceber as contribuições da
Neuroeducação para a melhoria do processo de aprendizagem, partindo do pressuposto de
que, a compreensão do funcionamento do cérebro e das atividades inerentes à aprendizagem,
oportuniza a construção de um processo de ensino e aprendizagem realmente significativo e
efetivo. A partir dos estudos analisados, foi possível concluir que a Neuroeducação contribui
para a superação de diversas dificuldades inerentes ao processo de ensino e aprendizagem, e
portanto, apresenta-se como um elemento de grande relevância no cenário da aprendizagem
escolar.

Palavras-chave: Neuroeducação; Aprendizagem; Desenvolvimento; Educação.

ABSTRACT

The present work has as main objective to present as contributions of neuroeducation to the
teaching and learning process in order to understand how this area of study can contribute to
the improvement of the quality of teaching. In this sense, a bibliographic research was carried
out with the intention of perceiving as contributions of Neuroeducation for the improvement
of the learning process, assuming that, the understanding of the functioning of the brain and
the activities inherent to learning, allows the construction of a truly meaningful and effective
teaching and learning process. From the realization studies, it was possible to fulfill that
Neuroeducation contributes to overcoming several difficulties inherent to the teaching and
learning process, and therefore, it presents itself as a major element in the scenario of school
learning.

Keywords: Neuroeducation; Learning; Development; Education.

INTRODUÇÃO

Discorrer acerca das contribuições da neuroeducação para o processo de ensino e


aprendizagem, implica em uma compreensão do que é neuroeducação. Para esta
compreensão, torna-se de suma importância uma reflexão acerca da neurociência, que
fundamenta a noção de neuroeducação.
Campos (2015) aponta que o termo neurociência é recente, surgindo nos Estados
Unidos, há aproximadamente 40 anos, e diz respeito ao estudo do sistema nervoso e do
cérebro de forma mais contundente. Surge como disciplina, a partir da década de 90, quando
1
Pós-graduanda em Neuroeducação e Primeira Infância pelo Centro Iberoamericano de Neurociências,
Educação e Desenvolvimento Humano
ocorre a união de diferentes ciências, com o intuito de alcançar uma maior compreensão
funcional e anatômica do cérebro. Neste sentido, a neurociência tem como principal objeto de
estudo, o cérebro, órgão que desenvolveu-se com a civilização e com a cultura humana,
transformando-se ao longo do tempo.
De acordo com Goleman (2019), a partir dos estudos da neurociência, foi possível
descobrir que o próprio desenho do cérebro, torna-o sociável, sendo este atraído para uma
conexão cérebro a cérebro, sempre que ocorre uma interação. Esta ponte neural permite afetar
o cérebro, e consequentemente o corpo, de todos os indivíduos no processo de interação.
Mesmo as interações mais comuns funcionam como reguladores do cérebro,
preparando emoções, desejáveis ou não. É importante destacar que, quanto mais forte a
ligação emocional, maior é a força mútua. Durante as conexões neurais, o cérebro humano se
envolve em uma dança de sentimentos que regulam os sistemas biológicos, indo do coração às
células do sistema imunológico (GOLEMAN, 2019).
Esta compreensão deixa evidente que, esta conexão pode tanto impactar de maneira
benéfica, quanto maléfica, uma vez que os relacionamentos saudáveis impactam
beneficamente a saúde do indivíduo, enquanto os tóxicos podem atuar como um veneno de
efeito lento no organismo humano (GOLEMAN, 2019).
Neste cenário, é importante destacar que, de acordo com Davidson (2013), as pessoas
reagem de maneiras diferentes à determinadas situações e contextos, em razão do fato de que
pessoas diferentes, possuem estilos emocionais diferentes. Estilos emocionais, nas palavras
deste autor, são conjuntos de reações e estratégias emocionais que apresentam tipo,
intensidade e duração diferentes.
Assim, pode-se afirmar que o estilo emocional de cada indivíduo é único e, portanto,
as reações a um determinado desafio emocional são distintas. Desta forma, pode-se explicar o
motivo de alguns indivíduos demorarem mais tempo para se recuperar de determinadas
situações que outros, submetidos às mesmas condições (DAVIDSON, 2013).
Ainda no contexto do estilo emocional, deve-se destacar que este é um produto de
todas as funções cerebrais e, portanto, pode sofrer transformações em razão da transformação
de determinadas funções cerebrais. Isso porque, os circuitos cerebrais que produzem o estilo
emocional são criados pelos genes herdados geneticamente, mas também, pelas experiências
vivenciadas pelo indivíduo. Desta forma, o estilo emocional, embora permaneça estável ao
longo do tempo, pode ser alterado por experiências vivenciadas ou pelo esforço consciente e
intencional através do cultivo de qualidade e hábitos mentais específicos (DAVIDSON,
2013).
Estas noções de funcionamento do cérebro estabelecem uma relação direta com o
processo de aprendizagem, uma vez que deixam evidente o impacto das interações e das
experiências na transformação do funcionamento cerebral. Neste contexto, torna-se
importante refletir acerca dos estudos de Lev Vygotsky (1896-1934). De acordo com Oliveira
(1992), Vygotsky em seus estudos, concentrou-se nas funções psicológicas superiores, e
construiu como pressuposto básico de suas teorias, a ideia de que o ser humano constitui-se
enquanto tal, através da sua relação com o outro social. Desta forma, para Vygotsky, a cultura
torna-se parte da natureza humana, em um processo histórico de desenvolvimento do
indivíduo e da espécie humana, contribuindo para a construção do funcionamento psicológico
do homem (OLIVEIRA, 1992).
Ainda de acordo com Oliveira (1992), Vygotsky embasou suas concepções a partir da
noção do cérebro enquanto um sistema aberto, e não como um órgão com funções mentais
fixas e imutáveis. Esta concepção vai ao encontro do exposto por Davidson (2013), quando
este deixa evidente que, as funções cerebrais podem sofrer alterações, através de experiências
e também do esforço deliberado e consciente por parte do indivíduo.
Assim, os estudos de Vygotsky compreendem o ser humano a partir de sua natureza
dupla, isto é, enquanto uma espécie biológica, cujo desenvolvimento está atrelado à sua
participação em um determinado contexto cultural (OLIVEIRA, 1992). Neste sentido,
desenvolvimento e aprendizagem, apesar de conceitos distintos, apresentam uma intrínseca
relação entre eles, uma vez que, o aprendizado, quando adequadamente organizado, resulta
em desenvolvimento mental, processo que movimenta diversos outros processos de
desenvolvimento que sem o aprendizado não ocorreriam. Desta forma, o aprendizado
apresenta-se como um aspecto necessário e universal no desenvolvimento das funções
psicológicas culturalmente organizadas e específicas da espécie humana (COLE et al., 2007).
Campos (2015) esclarece que entre os diversos desafios que orientaram as
investigações neurocientíficas, pode-se citar a compreensão dos: processos cognitivos, bases
biológicas da cognição, da aprendizagem, da linguagem, da memória, das emoções, entre
outros aspectos diretamente relacionados ao campo da educação. Os diversos resultados que
surgiram destas investigações, em um curto espaço de tempo, despertaram o interesse dos
educadores por uma neurociência orientada ao contexto educacional:

O mais importante para um educador é entender como a neurociência o ajudará a


conhecer e compreender de maneira mais ampla e ordenada ao cérebro – como é,
como aprende, como processa, registra, conserva e evoca uma informação, entre
outros aspectos – para que a partir deste conhecimento possa melhorar as propostas e
experiências de aprendizagem que ocorrem nas aulas. Logo, a partir da
neuroeducação, ou da neurociência educacional, poderá se construir em conjunto,
educadores e investigadores, novas evidências desde uma base científica confiável,
que permita inovar o sistema educativo. Se os que lideram os sistemas educativos
chegassem a compreender que os educadores, através de seu planejamento de aula,
de suas atitudes, de suas palavras e de suas emoções exercem uma enorme influência
no desenvolvimento do cérebro dos estudantes, e, portanto, na forma em que
aprendem, tornar-se-ia desnecessário justificar o porquê de vincular os estudos da
neurociência ao contexto pedagógico (CAMPOS, 2015, p. 25).

Com base nestes apontamentos fica evidente que a compreensão do cérebro, o


processo de ensino e aprendizagem e o desenvolvimento humano são aspectos que estão
intimamente interligados. Assim, o presente trabalho foi construído com o objetivo de realizar
uma revisão da literatura da última década, acerca das contribuições da neuroeducação para o
processo de ensino e aprendizagem. Como objetivo específico buscou-se identificar como a
neuroeducação interpreta o processo de aprendizagem, no sentido de perceber como ela pode
contribuir para a melhoria deste processo.

MÉTODOS

Este estudo apresenta-se como uma revisão bibliográfica que tem como objetivo
entender as contribuições da neuroeducação para o processo de ensino e aprendizagem. A
seleção dos estudos foi realizada no período de 01 a 30 de novembro de 2020, em diversas
bases de dados de estudos científicos. Assim, foram utilizados os seguintes descritores:
neuroeducação e aprendizagem.
Foi definido como critério de inclusão artigos publicados entre os anos de 2010 e
2020, publicados em português e que discorrem acerca da temática em questão. E como
critério de exclusão, artigos com data anterior a 2010, publicados em língua estrangeira e/ou
que não discorrem acerca das temáticas em estudo.
Como resultados foram obtidos 07 artigos que estão discriminados no próximo tópico.

RESULTADOS
Com base nos critérios elencados foram selecionados os seguintes estudos:

Tabela 1: Estudos selecionados a partir dos critérios elencados

Autor (es) Titulo Tipo de Resultados


pesquisa
Zaro et al., (2010) Emergência da Neuroeducação: Levantamento O estudo reúne informações de suma
a hora e a vez da neurociência bibliográfico importância para a compreensão da
para agregar valor à pesquisa neurociência enquanto um importante
educacional instrumento de auxílio ao processso
de aprendizagem.
Ramos (2013) Jogos cognitivos eletrônicos: Pesquisa Concluiu-se que os jogos cognitivos,
contribuições à aprendizagem exploratória no contexto dos estudos da
no contexto escolar Neuroeducação, contribuíram para
mudanças em relação à concentração,
capacidade de resolver problemas e
comportamentos sociais.
Santos e Sousa (2016) A Neuroeducação e suas Levantamento Constatou-se que a neuroeducação
contribuições às práticas bibliográfico apresenta-se como uma importante
pedagógicas contemporâneas ciência no que diz respeito às
diversas contribuições para as
práticas pedagógicas atuais e futuras.
Geniole e Camargo Neuroeducação, dislexia e Levantamento Pode-se concluir que a
(2017) dificuldades de aprendizagem: bibliográfico neuroplasticidade contribui
princípios, implicações diretamente para a superação das
pedagógicas e curriculares dificuldades de aprendizagem
inerentes ao processo de ensino e
aprendizagem escolar, desde que
aliada a um ambiente e um currículo
adequado.
Filipin et al., (2017) Formação continuada em Pesquisa de Os professores pesquisados acreditam
Neuroeducação: percepção de campo que existe uma relação entre a
professores sobre a neurociência neurociência e o contexto
e sua importância para a educacional, reconhecendo as
educação contribuições desta ciência para o
processo de aprendizagem
Branco (2019) Jogos digitais e Neuroeducação Pesquisa de Foi possível observar que a
no processo ensino- campo aprendizagem não depende apenas do
aprendizagem cérebro, sendo necessário a utilização
de estímulos necessários a
estabilização das sinapses e a
formação e manutenção das
memórias, o que aponta para aspectos
que precisam ser desenvolvidos para
além da compreensão do
funcionamento cerebral.
Brandão e Caliatto Contribuições da Pesquisa Objetivando comparar uma
(2019) Neuroeducação para a prática observatória experiência prática com os relatos
pedagógica descritos na literatura, este estudo
comprovou que, a Neuroeducação
traz importantes contribuições para a
prática pedagógica, assim como
evidenciado por diversos estudos já
publicados.
Fonte: Google Acadêmico. Disponível em https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-
BR&as_sdt=0%2C5&q=neuroeduca%C3%A7%C3%A3o+e+aprendizagem&btnG=&oq=neuro. Acesso em 29
de dezembro de 2020.
Estes estudos dizem respeito à seleção que fundamentou este trabalho e que será
discutida no próximo tópico. É importante destacar que todos estes estudos, foram
encontrados no Google Acadêmico, através dos descritores já mencionados anteriormente.

DISCUSSÃO

Zaro et al., (2010), discorrem acerca da emergência da Neuroeducação enquanto uma


ciência que contribui a partir de diversos aspectos para a potedos debates educacionais,
ncialização do processo de ensino e aprendizagem. Desta maneira, reúne diversos estudos,
realizados por pesquisadores ligados a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e outras
instituições, com o intuito de descrever o surgimento desta área de estudo de suma
importância para a melhoria do processo de aprendizagem.
Desta forma, desde seu surgimento no cenário educacional, a neuroeducação
apresenta-se como um instrumento de potencialização da aprendizagem. Assim, fica evidente
a importância da neuroeducação no que diz respeito ao processo de aprendizagem, não
podendo, portanto, ser negligenciada na discussão acerca da construção de um processo
educacional de qualidade.
Ramos (2013), apesar de não discorrer especificamente acerca da Neuroeducação,
aborda uma vertente de investigação direta da neurociência: a cognição. Ao discorrer acerca
dos jogos cognitivos, esta autora evidencia as contribuições destes instrumentos para a
aprendizagem no contexto escolar, ressaltando as contribuições para a esfera cognitiva e
social.
Assim, a partir deste estudo, fica evidente que existem diversos instrumentos,
relacionados aos estudos da neurociência e consequentemente da neuroeducação que podem
ser implementados no contexto educacional, com o intuito de desenvolver aspectos inerentes
ao desenvolvimento integral dos educandos, no âmbito do processo de ensino e
aprendizagem.
Na esteira dos estudos de Santos e Sousa (2016), também fica evidente as diversas
contribuições da neuroeducação para o processo de ensino e aprendizagem, com ênfase, neste
estudo, para a Educação Infantil. Os estudos selecionados demonstraram que além de
contribuir para as práticas contemporâneas, os conhecimentos oportunizados pela
neuroeducação, podem trazer importantes contribuições para as práticas pedagógicas futuras.
Nesta perspectiva, fica evidente que a Neuroeducação evolui-se de acordo com o
passar do tempo, o que deixa claro que não se restringe apenas às demandas educacionais da
atualidade. A Neuroeducação apresenta-se como um elemento que tende a permanecer no
contexto do processo de ensino e aprendizagem, contribuindo para a melhoria da qualidade do
processo educacional.
Geniole e Camargo (2017) realizaram um levantamento bibliográfico com o intuito de
apresentar os princípios básicos da neuroeducação, bem como suas implicações para as
propostas pedagógicas, com base nos estudos da neurociência. Foi possível perceber que os
estudos da neurociência contribuem para a superação de diversos desafios apresentados nos
processos de aprendizagem, principalmente, nos que interferem no desenvolvimento
educacional no contexto da sala de aula, com ênfase para a dislexia, uma dificuldade de
aprendizagem relacionada à dificuldades de compreensão e interpretação linguística.
Neste sentido, com base neste estudo, pode-se afirmar que a neurociência, por
propiciar a compreensão de aspectos inerentes à aquisição do conhecimento, contribui
diretamente para a superação de dificuldades relacionadas à aprendizagem, dificuldades estas
que surgem durante o processo de ensino e aprendizagem no contexto escolar, o que
caracteriza esta ciência como um instrumento de auxílio e promoção da aprendizagem e do
desenvolvimento dos educandos no contexto educacional.
Filipin et al., (2017) destacam que a neurociência contribui para a compreensão da
maneira que o cérebro aprende, o que favorece a construção de estratégias de ensino e
aprendizagem mais adequadas. Assim, o estudo teve como objetivo, entender o que os
professores sabiam sobre esta ciência e se a consideravam importante para o contexto
educacional. A grande maioria dos educadores, conheciam esta ciência e todos, ao final do
curso ofertado, reconheceram a importância da neuroeducação para o processo de ensino e
aprendizagem no contexto educacional.
Este estudo em questão chama a atenção para o fato de que, os agentes educacionais,
responsáveis pela mediação do processo de ensino e aprendizagem, reconhecem que, os
estudos da neuroeducação, apresentam-se como de grande importância na construção de um
processo de aprendizagem que realmente contribua para o desenvolvimento de seus
educandos.
Branco (2019) aponta outra importante contribuição da Neuroeducação, no que diz
respeito à questão da aprendizagem: a utilização das novas tecnologias disponíveis a partir
dos estudos oportunizados pela neuroeducação. Assim, este estudo analisa os resultados
apresentados pelos educandos em teste de concentração e memória realizado a partir da
utilização de um jogo eletrônico. Com base nestes resultados, foi possível perceber a
aprendizagem depende de estímulos visuais, que podem ser oportunizados a partir da
utilização de recursos eletrônicos, como por exemplo, os jogos.
Assim, é de suma importância entender que a compreensão do funcionamento
cerebral, apesar de auxiliar o processo de aprendizagem, não deve limitar as atividades
desenvolvidas no contexto da aprendizagem. A aprendizagem deve estar relacionada a outros
estímulos que propiciem o desenvolvimento de aspectos inerentes à construção de um
processo de ensino e aprendizagem de qualidade.
Brandão e Caliatto (2019), último dos estudos selecionados, discorrem acerca dos
avanços da Neurociência Cognitiva, no que diz respeito aos processos de aprendizagem, o que
demanda a necessidade da compreensão de como esta ciência, pode, de fato, atuar como um
instrumento de facilitação da aprendizagem no contexto educacional. Foi possível concluir, a
partir da observação realizada, que os estudos da neurociência, quando aplicados ao processo
de aprendizagem, acarretam diversas melhorias à aprendizagem, conforme evidenciado pelos
diversos estudos publicados, por diversos outros autores.
Desta maneira, com base em todos os estudos analisados foi possível perceber que a
Neuroeducação pode contribuir de diversas maneiras para a construção de um processo de
ensino e aprendizagem que realmente promova a aprendizagem dos educandos.

CONCLUSÃO

Este estudo tem como principal objetivo discorrer acerca das contribuições da
Neuroeducação para o processo de ensino e aprendizagem, com ênfase para a aprendizagem
desenvolvida no contexto educacional. Nesta perspectiva, tornou-se relevante discorrer acerca
das contribuições da Neurociência, para a construção de uma Neuroeducação.
Foi possível observar que a Neurociência surge no contexto científico enquanto uma
vertente de estudo do sistema nervoso e do cérebro. As compreensões acerca do cérebro
contribuem diretamente para a melhoria da compreensão dos processos que permeiam a
aprendizagem e o desenvolvimento do ser humano. Neste sentido, a neurociência estabelece
uma relação direta com o processo educacional, uma vez que estuda aspectos inerentes à
aprendizagem, e consequentemente ao desenvolvimento do ser humano. É neste contexto que
se apresenta a Neuroeducação.
Entender a Neuroeducação implica compreender que esta tem como principal objetivo
discorrer acerca do funcionamento do cérebro, no sentido de oportunizar melhores propostas e
experiências de aprendizagem. Desta forma, integrar os conhecimentos oriundo desta ciência
às práticas pedagógicas cotidianas, tende a acarretar diversos benefícios para o contexto
educacional.
Assim, com base no objetivo principal, foi possível concluir, a partir dos estudos
analisados que a Neuroeducação contribui para a superação de diversas dificuldades oriundas
do processo de ensino e aprendizagem, uma vez que permite compreender as causas destas
dificuldades, a partir da compreensão do funcionamento do cérebro. Neste sentido, à guisa de
conclusão, fica evidente que ao compreender o funcionamento do cérebro e das atividades que
permeiam a aprendizagem, torna-se mais fácil a superação das dificuldades relacionadas à
este processo, o que contribui para a construção de um processo educacional de qualidade.

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