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HOSPITALAR
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Sumário
INTRODUÇÃO................................................................................................. 3
NEUROPSICOPEDAGOGIA HOSPITALAR.................................................. 15
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 24
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NOSSA HISTÓRIA
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INTRODUÇÃO
Com isso, a “caixa preta” do funcionamento da mente humana tem sido, aos
poucos, desvelada, trazendo novos olhares para áreas como a saúde e a educação.
Nesta última, em particular, duas vertentes têm ganhado força, trazendo elementos
analíticos e interpretativos para o âmbito escolar: a Neurociência Cognitiva e a
Neuropsicopedagogia.
Simões (2016) nos chama a atenção ao pontuar que as duas áreas apresentam
formas de ação e finalidades distintas, por isso, a autora enfatiza que os produtos da
Neurociência não se aplicam direta e imediatamente à Educação, necessitando ser
reinterpretados, conforme defendem Corrêa, Cely e Cuadros (2018), para que
possam contribuir, efetivamente, ao campo educacional.
É nesse sentido que Guerra (2011) defende que a Neurociência pode auxiliar
os profissionais da educação a refletir e inovar sobre sua intervenção, mas não
proporcionar prescrições, receitas ou processos que vão garantir resultados em sala
de aula. Essa construção de quais melhores instrumentos e métodos a serem
adotados dentro de sala, ficará à cargo desses profissionais que lidam diretamente
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com a aprendizagem, podendo ser, inclusive, um neuropsicopedagogo ou mesmo o
professor.
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demais profissionais. Posto isso, objetiva-se com este estudo conhecer melhor a
atuação do referido profissional dentro de espaços educacionais, por se tratar de uma
profissão muito recente, e permeada de incertezas sobre a real contribuição e limites
de atuação, bem como assinalar as contribuições da neuroeducação para o processo
de ensino e aprendizagem.
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HISTÓRIA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NO BRASIL
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educacional e reconhecimento institucional; capítulo 6 – Pesquisa, dos trabalhos e
das publicações científicas, e capítulo 7 – Das disposições gerais.
Objetiva-se com tal código de ética, como preconiza seu artigo 2º:
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Quanto à conquista do Código Brasileiro de Ocupação (CBO) do
Neuropsicopedagogo, tal façanha só veio recentemente, em julho de 2019. O CBO
tem por finalidade identificar as ocupações e atuações dos profissionais. Isso facilita
as contratações via Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e demais benefícios
previdenciários, assim como prestações de serviços e concursos públicos. O
Neuropsicopedagogo Institucional foi assinalado com o código (2394-45), e o Clínico
com o código (2394-40). Tal ganho só foi possível porque profissionais se reuniram e
instituíram uma sociedade organizada com objetivos comuns, e que, com auxílio de
órgãos governamentais e pesquisas realmente efetivas, possibilitou devido
reconhecimento (SBNPp, 2019).
NEUROPSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
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... um exercício de trabalho interdisciplinar sobre o processamento de
informações e modularidade da mente em termos de Neurociência Cognitiva,
Psicologia, Pedagogia e Educação, que ocorre na formação multidisciplinar
de profissionais voltados à área educacional. O neuropsicopedagogo deve
ter amplo conhecimento dos diferentes modelos, teorias e métodos de
avaliação, planejamento, currículo dos diferentes níveis de ensino. Além
disso, deve ter amplo conhecimento da base neurobiológica do
comportamento psico-educacional e da reabilitação neurocognitiva tanto em
crianças, adolescentes, sujeitos idosos e pessoas com necessidades
especiais.
No Brasil a Especialização em Neuropsicopedagogia é muito recente, mas em
países tais como Espanha, através da Universidade de Girona, o curso de Mestre em
Diagnóstico e Intervenção Neuropsicopedagógica irá para sua 14ª edição e em
Barcelona ocorrerá a 5ª edição. Nestes dois municípios também constam o curso em
Especialização em Neuropsicopedagogia Clínica na modalidade à distância.
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mentais superiores e aos sistemas de processamento da consciência”, porém o
objetivo era oferecer meios que facilitassem o desenvolvimento cognitivo-linguístico
de crianças com deficiência, patologias ou atrasos no desenvolvimento, através da
ludicidade e da informática.
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biológicas da aprendizagem, na busca de melhores formas de ensinar e de
aprender. Os objetivos da disciplina convertem para a real necessidade de
os futuros professores reconhecerem as dificuldades de aprendizagem de
seus alunos, bem como as possíveis alternativas de trabalho. Isto é, terem
subsídios para planejamento que atenda às demandas que surgem nas salas
de aula. A disciplina se propõe a fazer com que os estudantes de Pedagogia
conheçam o funcionamento neural, o desenvolvimento neuropsicológico,
desde a concepção até a morte, destacando a neuroplasticidade, bem como
as bases biológicas e influência do uso de drogas pelos pais de crianças,
bases neurológicas da entrada, processamento e saída da visão, audição,
tato, movimento e atenção. A partir desses conhecimentos, enfim, busca
contribuir para que os professores possam realizar as intervenções,
considerando aspectos do desenvolvimento normal e das dificuldades de
aprendizagem.
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NEUROPSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
– Instituições escolares
– Centros e Associações Educacionais – Terceiro Setor, como ONGs e
– Instituições de Ensino Superior OSCIPs
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PSICANÁLISE E NEUROPSICOPEDAGOGIA
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Dentro da prática clínica a psicanálise possibilita que se entenda o que há por
trás desse sujeito que chega ao consultório, que entenda as práticas e hábitos da
família que esse paciente traz, portanto eu não penso apenas no paciente, mas nas
demandas que traz em sua história, sobre o meio em que está inserido, as influências
sociais que recebe, nada disso deve ser descartado, ao contrário, essas demandas
serão necessárias para entender os porquês de vários comportamentos e atitudes
que o paciente manifesta.
A psicanálise irá proporcionar esse olhar, uma vez que iremos perceber a
singularidade desse indivíduo sem excluir as influências sobre o mesmo, ouvir os
sintomas para entender as causas.
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“A psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, e
a numa ação profissional deve que englobar vários campos do conhecimento,
integrando-os e sintetizando-os”. (Scoz, aput. Bossa. 2000: 19).
NEUROPSICOPEDAGOGIA HOSPITALAR
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a energia possível. Quando hospitalizada, a criança depara-se com o impedimento
de brincar e continuar a explorar este mundo porque deve cumprir regras e se
submeter a procedimentos médicos.
A hospitalização vem como uma "bruxa malvada", que retira da criança o seu
cotidiano de fantasias, brincadeiras e explorações e a coloca em um lugar sombrio,
cheio de pessoas doentes e que pedem ajuda a pessoas vestidas de branco para
aliviar a dor.
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estamos nos adaptando e adequando o mundo externo às nossas próprias
demandas.
Esta integração descrita por Porto envolve dois aspectos: o mundo interno e o
mundo externo do indivíduo. Ambos se relacionam dialeticamente, um alimentando o
outro simultaneamente. Paín considera tais fatores como inerentes à aprendizagem:
o aspecto social (como fator externo), o orgânico, a condição cognitiva e a dinâmica
do comportamento, sendo os últimos retratados como fatores internos. Desta forma,
a autora ressalta a aprendizagem como um processo dinâmico e que possibilita um
processamento da realidade e, concomitantemente, uma alteração no
comportamento do sujeito, que atuará ativamente sobre a realidade a qual está
inserido.
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Conforme Winnicott, uma criança somente pode voltar-se para o aprender
quando se sente cuidada e com suas necessidades atendidas. Somente estabelecida
a integração, é que o indivíduo poderá explorar e compreender o mundo exterior,
apropriando-se dele e por fim, modificando-o. E esta integração somente será
possível com o estabelecimento de um ambiente suficientemente bom, no qual irá lhe
favorecer e intermediar suas experiências e angústias.
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processo que envolvia o indivíduo doente em sua totalidade, isto é, que o
compreendia de maneira biopsicossocial.
Após este projeto inicial, o Ministério da Saúde lançou em 2002 uma Política
Nacional de Humanização (PNH) que tem como foco a atenção e gestão no Sistema
Único de Saúde (SUS). A campanha de humanização dos ambientes hospitalares
ganha então o nome de "HumanizaSUS". Esta política tem como objetivo a
integralidade, a universalidade, o aumento da equidade (igualdade na assistência à
saúde) e a incorporação de novas tecnologias e especialização dos saberes
presentes no campo da Saúde.
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indivíduo, os seus medos, suas angústias, suas crenças e sonhos, os seus anseios e
demais singularidades.
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Contudo, tais legislações não esclarecem de forma detalhada e prática a
maneira como cada instituição hospitalar deve implementar este tipo de
acompanhamento pedagógico. Até por falta de estudos mais apurados, os hospitais
recorrem à Diretoria de Ensino das regiões correspondentes para buscar não
somente os profissionais capacitados para realizar as atividades curriculares, mas,
também, para seguir o currículo estipulado para as demais escolas de aula regular.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Certo é que se não optar por mais essa formação, debruçar-se em leituras da
psicanálise será de grande valência na capacitação e apuração do olhar deste
profissional, tanto no atendimento clínico quanto no institucional, proporcionando
melhor segurança e direcionamento ao paciente, a família, aos professores e
instituição.
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O estudo reflexivo de Freud com relação à psicanálise, assim como seus
discípulos, que ao longo do caminho foram criando suas teorias oriundas das
observações de seus atendimentos, sem desprezar a escora que o mestre ricamente
contribuiu para suas buscas, tem sido, ao longo dos anos, contribuições prestigiosas,
agregando a medicina, neurociência, pedagogia, psicologia, filosofia, entre outros,
tornando a psicopedagogia/ neuropsicopedagogia uma ferramenta de pesquisa, ou ,
porque não, uma ciência, de extrema necessidade de imensurável importância tão
necessária para nortear a aprendizagem, para aqueles que em suas aflições
apresentam dificuldades em aprender, assim como outros que devidos a transtornos
apresentam a necessidade de novas ferramentas de aprendizagem, assim como
direcionamento para se saber o diagnóstico que o indivíduo apresenta, para assim,
ter um norte em sua jornada na aprendizagem.
Embora, infelizmente, essa área não seja considerada, ainda, uma ferramenta
agregada à saúde, e ainda é presente a extrema insipiência de alguns profissionais
da medicina que não entendem sua valia, a psicopedagogia/ neuropsicopedagogia
trabalha atrelada a educação e saúde, uma vez que se alimenta de várias fontes para
construir uma ponte entre as duas áreas em que o paciente/ aprendente possa
transitar ganhando força em meio à jornada e entendendo que todo conhecimento já
listado das várias vertentes são responsáveis para suplementar e construir esse
trajeto tão significativo que trará marcas preciosas e bússola para toda sua vida.
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REFERÊNCIAS
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OLIVEIRA, Mari Angela C. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco.
Curitba: Ibpex, 2009.
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