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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOBRE DE FEIRA DE SANTANA

BACHARELADO EM PSICOLOGIA

MARIA EDUARDA LOURENÇO SOUZA

Trabalho discente efetivo

FEIRA DE SANTANA – BA
2023
INÁIRA ARAGÃO DE OLIVEIRA
JENIFFE VIEIRA DE OLIVEIRA
MARIA EDUARDA LOURENÇO SOUZA
MELQUE RAMOS MACHADO
NAEZIA ALVES PEREIRA
VALDILEIDE SANTANA DOS SANTOS

PSICOLOGIA JURÍDICA E NEUROPSICOLOGIA

Trabalho apresentado ao curso de Psicologia do


Centro Universitário Nobre, pelo Professor
Márcio Santana, na disciplina de Ciência e
Profissão, como parte dos requisitos avaliativos
para obtenção de nota da AVI.

FEIRA DE SANTANA – BA
2022
1. INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como tema: Psicologia jurídica e Neuropsicologia, e


possui a finalidade de apresentar a atuação do psicólogo especializado nas
respectivas áreas citadas, bem como abordar suas características, dando ênfase
aos principais pontos da Psicologia Jurídica e da Neuropsicologia.
O interesse por desenvolver um estudo voltado para a Psicologia Jurídica e
Neuropsicologia justifica-se com base no cenário atual, onde o psicólogo
especializado nessas áreas supracitadas desenvolve um trabalho de grande
relevância, seja no âmbito jurídico, por meio do auxílio de decisões legais ou
mesmo, no estudo das relações entre o cérebro e o comportamento humano.
A problemática que norteia este estudo é: Qual a contribuição da Psicologia
jurídica e Neuropsicologia para a sociedade?
Reconhecemos que a Psicologia tem um papel fundamental dentro do ramo
jurídico e também dentro da neuropsicologia, pois, na primeira ela traduzir para o
direito, as características e ações humanas, facilitando o entendimento e
humanizando as informações, por parte dos juristas e para a sociedade em âmbito
geral. Na segunda – neuropsicologia-, ela contribui no diagnóstico complementar
através da avaliação neuropsicológica e a intervenção clínica para os diversos
quadros patológicos decorrentes de alterações do sistema nervoso central através
da reabilitação cognitiva.
Ratificamos que que a neuropsicologia é uma ciência que trabalha com
suportes prático de outras especialidades da área da ciência, sendo assim, há uma
facilidade na atuação profissional visando avaliações e reabilitações de pessoas que
precisam de uma atenção especial nessa área. Por outro lado, a Psicologia jurídica
atua em conjunto com o campo do direito, como o próprio nome indica. O objeto de
estudo é o mesmo de outras áreas da psicologia – o comportamento humano. Mas é
voltado para o âmbito jurídico.
Este trabalho foi desenvolvido através da pesquisa bibliográfica qualitativa,
realizada através de buscas em sites, livros, revistas e artigos acadêmicos de
confiança que abordam de diversas maneiras a temática deste estudo. Também
realizado uma entrevista semiestruturada com profissionais da área da Psicologia
jurídica e Neuropsicologia.
2. PSICOLOGIA JURÍDICA X NEUROPSICOLOGIA

A Psicologia jurídica é uma divisão da Psicologia que abrange o estudo, a


avaliação, a prevenção, o acompanhamento e o tratamento de fenômenos
psicológicos que afetam ou podem vir a afetar a conduta de uma pessoa ao ponto
de levá-la a infringir as normas legais vigentes na sociedade.
O psicólogo jurídico trabalha também lado a lado com advogados,
assessorando-os com o fornecimento de dados e laudos psicológicos que
contribuem com o processo judicial.
“A Psicologia Jurídica é uma das denominações para nomear essa área da
Psicologia que se relaciona com o sistema de justiça.” (FRANÇA, 2004, p.3)
A atuação do psicólogo brasileiro no âmbito criminal é distinta e a maioria dos
profissionais dessa área cuida de avaliações de abuso infantil ou doméstico, ou
violências que têm como alvo minorias, uma área associada à assistência social.
Outro ramo é o atendimento às partes de uma briga por partilha de herança ou uma
disputa conjugal em um divórcio litigioso, o que entra no ramo da Psicologia Civil,
um braço da Psicologia Jurídica.
“A Psicologia Jurídica guarda uma relação mais íntima com a parte a
criminologia, a vitimologia e medicina legal, propiciando um olhar amplo a partir dela
e de inovações como a autopsia psíquica.” (COSTA, 2055, p.15)
A Neuropsicologia é uma especialidade da Psicologia que faz a ligação com a
Neurologia. É uma área focada nas relações da estrutura e funcionamento cerebrais
com o comportamento humano. Com foco na neurociência cognitiva, a
neuropsicologia frequentemente atua no estudo de funções executivas superiores,
mas não deixa de lado as emoções em geral, como a agressividade e a
impulsividade.
De acordo com os estudos de Rivero (2007, p.11):

O Neuropsicólogo hoje é um profissional que atua em diversas instituições,


desenvolvendo atividades como diagnóstico, reabilitação, orientação à
família e trabalho em equipe multidisciplinar. Os principais locais onde o
Neuropsicólogo é requisitado incluem: instituições acadêmicas (pesquisa,
docência), hospitais (avaliações pré e pós-cirúrgica), juizados (avaliação e
perícias), clínicas (avaliação, reabilitação e pesquisa), consultórios privados
e atendimentos domiciliares (reabilitação).
Além disso, fornece dados objetivos e formula hipóteses sobre o
funcionamento cognitivo, atuando como auxiliar na tomada de decisões de
profissionais de outras áreas, fornecendo dados que contribuam para as escolhas de
tratamento medicamentoso e cirúrgico.
A Neuropsicologia tem um histórico grande de estudo de indivíduos que
tinham transtornos e sequelas que envolviam o cérebro e a cognição. Ainda hoje a
grande parte da população que procura um Neuropsicólogo vem encaminhada por
Psicólogos, Psiquiatras e Neurologistas.
Ratificamos que o profissional especializado em Neuropsicólogo atua no
diagnóstico, no acompanhamento, no tratamento e na pesquisa da cognição, das
emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação entre
estes aspectos e o funcionamento cerebral.

Utiliza-se para isso de conhecimentos teóricos angariados pelas


neurociências e pela prática clínica, com metodologia estabelecida
experimental ou clinicamente. Utiliza instrumentos especificamente
padronizados para avaliação das funções neuropsicológicas envolvendo
principalmente habilidades de atenção, percepção, linguagem, raciocínio,
abstração, memória, aprendizagem, habilidades acadêmicas,
processamento da informação, visuoconstrução, afeto, funções motoras e
executivas. (RIVERO, 2007, p.22)

Estabelece parâmetros para emissão de laudos com fins clínicos, jurídicos ou


de perícia; complementa o diagnóstico na área do desenvolvimento e aprendizagem.
O objetivo teórico da neuropsicologia e da reabilitação Neuropsicológica é
ampliar os modelos já conhecidos e criar novas hipóteses sobre as interações
cérebro-comportamentais.
Trabalha com indivíduos portadores ou não de transtornos e seqüelas que
envolvem o cérebro e a cognição, utilizando modelos de pesquisa clínica e
experimental, tanto no âmbito do funcionamento normal ou patológico da cognição,
como também estudando-a em interação com outras áreas das neurociências, da
medicina e da saúde.
3. MATERIAIS E MÉTODOS

Esta estudo foi realizada com base em buscas bibliográficas qualitativa,


baseada em obras teóricas já publicadas, conforme as informações necessárias
para dar respostas aos problemas de estudo estabelecidas pela investigação, sendo
assim, ocorreu a partir de acesso em sites, livros e revistas de confiança. A escolha
partiu da compreensão de que ela enriquece o trabalho do pesquisador.

Conforme Prodanov (2013, p.22), a pesquisa bibliográfica qualitativa é:

A pesquisa qualitativa é uma metodologia de pesquisa menos estruturada


usada para obter informações aprofundadas sobre a motivação e o
raciocínio das pessoas. O objetivo final é desenvolver um entendimento
profundo de um assunto, questão ou problema da perspectiva de um
indivíduo.

A escolha por esse tipo de método ocorreu devido ao entendimento de que


ela oferece suporte a todas as fases de qualquer tipo artigo acadêmico ou científico,
sendo uma grande fonte auxiliadora na definição do problema, no estabelecimento
dos objetivos, na construção das hipóteses, na fundamentação teórica, na
justificativa e na elaboração do trabalho final.
O levantamento bibliográfico foi realizado através de análises de fontes
secundárias que abordam, de diferentes maneiras, o tema escolhido: Psicologia
jurídica e Neuropsicologia. Durante o levantamento de dados nos sites de buscas,
foi realizado o registro das informações encontradas.
Este Trabalho de Graduação foi desenvolvido por meio da seguinte
estruturação: escolha do tema, onde ocorreu uma reflexão acerca da contribuição da
música no processo da aprendizagem infantil; levantamento bibliográfica, através de
sites, livros e revistas de autores de confiança que abordam a temática escolhida;
formulação do problema, que foi voltado para a indagação, sendo um ponto crucial,
a qual direcionou a indagação e norteou este estudo; leitura do material, sendo que
essa não pode ser a cópia literal dos estudos publicados; e revisão literária.
A utilização da metodologia de pesquisa bibliográfica qualitativa foi uma das
fases da investigação científica mais essencial, que necessitou de tempo, dedicação
e atenção. Sendo que essa etapa foi crucial na elaboração desta pesquisa, pois
proporcionou informações e dados gerais, possibilitando a consolidação da escolha
da temática estudada, orientação ao planejamento e na elaboração das próprias
hipóteses. Também foi realizada entrevistas com profissionais especializados em
Psicologia jurídica e Neuropsicologia.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Sobre os resultados satisfatórios do paciente que passa pelo profissional,


segundo o entrevistado, a grande maioria dos pacientes evoluem positivamente, isso
porque após o diagnóstico assertivo e uma intervenção correta, é possível obter
resultados satisfatórios.
Pensando na contribuição em novas técnicas que a Neuropsicologia pode
oferecer no Brasil, o especialista relata que ainda é necessário evoluir em pesquisas
em termos de testes no país, mesmo havendo vários profissionais que produzem
livros, instrumentos de avaliação e intervenção. Enfim, ainda há campo aberto para
pesquisas no Brasil.
Na terceira pergunta ao entrevistado sobre diagnósticos precoces ele diz que,
ainda é algo difícil, já que o profissional precisa esperar os sintomas de declínios
cognitivos ocorrerem para intervir. Porém, pesquisadores buscam a atuação em
diagnósticos Neuropsicológico de forma precoce.
Sobre a anamnese o especialista diz que é preciso ser bem-feita,
investigando a história do desenvolvimento do paciente. E ressalta ainda que o
sucesso da Neuropsicologia perpassa por intervenção multidisciplinar com outras
especialidades.
Na quinta pergunta sobre características básicas que o indivíduo apresenta
com TDAH, entre várias características ele cita: agressividade, procrastinação e
culpa.
E para finalizar a entrevista foi perguntado sobre os paradoxos entre teoria e
prática existentes na área neuropsicológica, e o entrevistado cita: custo dos testes,
entendimento da sociedade e pesquisas na cultura brasileira.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), diz que a neuropsicologia consiste


em um processo técnico-científico que coleta e interpreta dados acerca dos
fenômenos psicológicos, com o uso de técnicas da psicologia. Ela estuda a
expressão comportamental das disfunções cerebrais e tem como objetivo principal à
investigação do papel dos sistemas cerebrais individuais nas formas complexas da
atividade mental. Para isso, são usados exames e entrevistas buscando explorar as
funções cognitivas (atenção, memoria, percepção), tendo como meta, mostrar e
detalhar as consequências de lesões ou disfunções no cérebro, que altere o
comportamento e a cognição do indivíduo.
A avaliação neuropsicológica se difere da psicológica, pois, a neuropsicologia
toma como centro o funcionamento do cérebro. Através de uma visão
fenomenológica e baseada no fenômeno da neuroplasticidade, a avaliação
neuropsicológica busca uma intervenção para uma maior qualidade de vida do
paciente, contribuindo também com a psiquiatria, ajudando a separar o sintoma
neurológico e psiquiátrico, assim, proporcionando um diagnóstico mais claro.
Uma Avaliação Neuropsicológica bem elaborada e aplicada com a utilização
de instrumentos psicométricos, proporciona um diagnóstico mais preciso e
adequado ao tratamento, o qual possibilitará uma intervenção pontual, e se for o
caso, uma Reabilitação Neuropsicológica.
A Neuropsicologia é na atualidade uma ferramenta útil e muito utilizada em
apoio aos profissionais das clínicas médicas, psicológicas, pedagógicas e da área
de pesquisas, de forma a contribuir com o processo de buscar um aporte aos
tratamentos que necessitem desse apoio ao diagnóstico clínico ou psicopedagógico,
em busca de uma melhor qualidade de vida em todos os níveis possíveis às
pessoas que precisem de ajuda em problemas neurocognitivos.
Entretanto, existem diversas diferenças entre a teoria e pratica na área,
principalmente no que tange à aplicação dos testes, que são extremamente caros
para os pacientes e os planos de saúde não cobrem. Os instrumentos são caros
tanto para o paciente quanto para o neuropsicologo, são ferramentas que podem
custar mais de cinco mil reais, sem contar com as folhas de respostas. É uma área
muito elitizada, por conta dos custos, e muitos pacientes optam por não fazer a
análise. A solução dessa questão está nas mãos dos governos, SUS, e demais
instâncias de saúde.
Por ser uma profissão interdisciplinar, existe a necessidade de se comunicar
com medico, fonoaudiólogo, pedagogo da escola desse paciente, e geralmente isso
não é fácil, pois muitas vezes o neuropsicologo tenta fazer contato com os terceiros
e infelizmente acabam não conseguindo, muitos nem respondem as mensagens ou
e-mail, secretarias dizem que não tem horário para conversar com o médico.
Escolas também se recusam a ter uma conversa com o neuropsicologo, dessa
forma, fica muito complicado atuar. É extremamente necessária essa interação, seja
para buscar um histórico, ou até mesmo para orientar o que está sendo feito com o
paciente.
A execução dos testes na pratica, também ocorre um grande problema,
porque na teoria é ensinado a aplicar os testes, mas, o neuropsicologo precisa fazer
outros cursos para poder interpretar tais testes.
Diante da pesquisa exposta identificamos os fundamentos da neuropsicologia,
descrita como resultante dos estudos sobre as relações entre afasia e lesões
cerebrais, e através dela identificamos o tratamento de lesões e doenças que
causam déficit cognitivo relacionados ao cérebro. Logo, o estudo da matéria é de
extrema importância para construção da base de conhecimento para os próximos
semestres, como também, para a compreensão da personalidade e do
comportamento do ser humano.
REFERÊNCIAS

COSTA, Ana Paula Motta. As garantias processuais e o direito penal juvenil


como limite na aplicação da medida socioeducativa de internação. Porto Alegre:
Livraria do advogado, 2005.

FRANÇA, Fátima. Reflexões sobre psicologia jurídica e seu panorama no Brasil.


Psicol. teor. prat. v.6 n.1 São Paulo jun. 2004.

PRODANOV, C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da


pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo, RS: Feevale, 2013.

RIVERO, Thiago Strahler. Neuropsicologia: O que é e como se faz? Rio de


Janeiro: Rede psi, 2007.
ANEXO:
Roteiro de entrevistas I

1- Todo paciente que passa pelo acompanhamento com um


neuropsicologo alcança resultados satisfatórios ou existem casos de pessoas
que não obtiveram avanços positivos através dos instrumentos utilizados para
tais fins?
A Neuropsicológica abrange: A) Avaliação com testes específicos com o
comprometimento cognitivo de cada paciente; B) Intervenção com estímulos
adequados a cada diagnóstico; C) Reabilitação em pacientes que perderam
domínios cognitivos. Portanto, com base no diagnóstico assertivo e intervenções
adequadas, e outros fatores subjacentes, a grande maioria dos pacientes evoluem
positivamente.
2- De que forma a Neuropsicologia em especial no Brasil, pode
contribuir na criação de novas técnicas cientificamente comprovadas para
tratamentos e intervenções?
Há muito que se pesquisar e evoluir em termos de testes no Brasil. A maioria
dos testes favoráveis pelo Satepsi foram desenvolvidos em outros países, com
outras culturas. Já temos alguns autores brasileiros se destacando, a exemplo de
Rochele Paz Fonseca, Neander Abreu, Malloy Diniz, que produzem livros,
instrumentos de avaliação e intervenção no contexto cultural brasileiro, a exemplo do
teste Neupsilin que avalia efeito de idade versus escolaridade. Mas, temos muito
campo aberto para pesquisa em brasileiros, já que temos uma cultura sui generis.
3- Como essa especialidade pode crescer e melhorar em relação aos
diagnósticos precoce?
Os pesquisadores buscam a atuação em diagnósticos Neuropsicológicos de
forma precoce, mas se mostra difícil, já que precisamos esperar os sintomas de
declínios cognitivos ocorrerem para intervir. Os sintomas são preditores de declínio
cognitivo e intervenção, e é bastante subjetivo e idiossincrático.
4- Qual a importância de realizar uma anamnese antes da avaliação
neuropsicológica?
Depende de uma Anamnese bem-feita, de investigação da história do
desenvolvimento do paciente todo o resto do acompanhamento e encaminhamento
do mesmo para outros profissionais de saúde, haja vista que o sucesso da
Neuropsicologia perpassa por intervenção multidisciplinar com outras
especialidades, tais como: Fonoaudiólogo, neurologista, etc, a depender de cada
caso.
5- Além da falta de atenção, quais características básicas apresenta o
indivíduo com TDAH?
As mais comuns são: irritabilidade, Agressividade, procrastinação, culpa,
dentre outros.
Sem citar nas possíveis comorbidades psiquiátricas, a exemplo de
Transtornos de conduta, Transtorno de Ansiedade, Depressão, etc.
6- Quais paradoxos entre teoria e pratica existem na área
neuropsicológica?
Custos dos testes, entendimento da sociedade e pesquisas na cultura
brasileira, especificamente.
Roteiro de entrevistas II

1º) Como o psicólogo conquista credibilidade dentro do ambiente jurídico?

O ambiente jurídico, ele é muito difícil o acesso, como assim? A gente


começa entender que, ou o psicólogo jurídico será um concurseiro, ele será
selecionado por meio de concursos públicos ou ele pode ser requisitado pelo tribunal
de uma forma indireta, ou também trabalhar de forma autônoma, por exemplo, como
assistente jurídico. Qual a diferença? Eu vou explicar: Um perito criminal é alguém
de confiança do juiz, será designado ou através do psicólogo que tem dentro do
tribunal que é pelo concurso ou ele pode solicitar dentro da lista do tribunal de
justiça. São três formas na verdade que a agente pode ter acesso ao âmbito jurídico.
Quando a gente fala de forma autônoma, pelo assistente jurídico, significa que o
advogado de defesa ou o advogado de acusação eles podem requerer o laudo
psicológico, para a gente nessa área acabar tendo o nosso nome como bem visto,
precisamos primeiro elaborar um bom laudo, elaborar sempre um bom parecer,
redigir um bom parecer, o instrumento que a gente vai utilizar dentro do trabalho, a
consistência dele, a fidedignidade, a clareza nos dados podem confirmar ainda mais
a sua atuação. Mas também a gente tem uma outra via que são os campos de
estágio, quando fazemos estágio no balcão da justiça por exemplo e a gente
desempenha um bom trabalho ainda como aluno o nosso nome acaba ficando ali,
registrado, após você se formar, pode ser solicitado a ser preceptora daquela
unidade. Como assim? Você pode requisitado pelas faculdades para voltar para
aquele campo de estágio e dar aulas sobre esse campo de estágio, também pode
ser uma via.

2º) Como a psicologia pode influenciar uma decisão judicial?

Primeiro, eu posso emitir qualquer laudo informando que por exemplo: vamos
pegar um caso de adoção informando se aquele casal está apto ou não para a
guarda da criança, independente do meu laudo o juiz pode decidir por não ler ou
embasar a decisão sobre o meu laudo, porque o juiz tem força de lei, então ele não
necessariamente é obrigado a ler o laudo psicológico e embasar na sua decisão
judicial sobre ela. Mas, fora essa parte, a maioria dos juízes e juízas sempre dão
uma atenção a mais para o laudo do psicólogo. Quanto mais o laudo técnico a gente
faça mais a gente se distancia desse juiz, pois obviamente ele não tem qualificação
profissional dentro da área de saúde mental para entender o laudo. E segundo,
sendo muito sincera os juízes e juízas eles não validam da mesma forma, então a
gente precisa alcança-los, como a gente alcança o outro? Sabendo se comunicar
com esse outro e isso tem que está muito claro no laudo para que a gente consiga
contribuir de forma muito positiva para uma decisão judicial. Quem toma a decisão
judicial é o juiz, o psicólogo vai dá o parecer sobre aquela situação.

3º) Quais são os maiores desafios que o profissional da psicologia jurídica


encontra dentro desse segmento?

O direito, o direito por muito tempo não entendia a importância da psicologia,


mas com o avanço dos tempos, agente acabou ganhando mais visibilidade, que
quando se trata de comportamento humano, o direito não dá conta. Um dos maiores
desafios e a comunicação, quando eu disse para vocês que eu posso emitir um
laudo, mas o juiz não tinha a obrigação de ler é um dos impedimentos que a
psicologia acaba enfrentando nesse ramo e também a falta de informação.

4º) Em qual momento pode ser solicitado a atuação do psicólogo em um


processo?
Basicamente a gente pode estar dentro do processo a qualquer momento,
seja na primeira instância e segunda instância.

5º) Qual a contribuição do psicólogo jurídico para o direito?

Se a gente for observar, a psicologia como eu disse, ela está para além
apenas de auxílio do direito, a gente também tem a psicologia do direito, que é a
psicologia que vai intervir junto com os advogados, doutrinadores acerca da
construção da lei, isso é uma contribuição. Mas, como ainda a gente está um pouco
distante dessa realidade, a maior contribuição da psicologia para o direito hoje, é a
construção de todo o conteúdo que a gente tem que é a de saúde mental, é mostrar
o porquê que a gente está ali, porque que a psicologia ela necessita cada vez mais
de ambientes jurídicos.

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