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Guião para trabalho de psicologia

Bom dia a todos. Hoje, gostaria de partilhar com vocês um tema que tem
vindo a adquirir cada vez mais relevância nos últimos anos: a neuropsicologia.
Nesta apresentação vou explorar os principais conceitos, objetivos e
áreas de atuação da Neuropsicologia. Espero que, no final desta apresentação,
vocês possam ter uma melhor compreensão sobre o papel da neuropsicologia
na promoção da saúde mental e qualidade de vida.
A neuropsicologia é uma área de psicologia que estuda as relações
entre o cérebro e o comportamento humano. Dedica-se a entender como o
cérebro funciona em situações normais e patológicas, bem como investigar
como as lesões cerebrais afetam a cognição, a emoção e o comportamento. É
uma ciência multidisciplinar que se baseia em princípios da neurociência,
psicologia cognitiva, psicometria, entre outras áreas. O objetivo principal da
neuropsicologia é contribuir para o diagnóstico e tratamento de transtornos
neurológicos e psiquiátricos, e também avaliar o funcionamento cognitivo e
emocional em diversas populações, como idosos, crianças, atletas e pacientes
com lesões cerebrais.
Apesar da sua importância, a neuropsicologia é uma disciplina
relativamente jovem. Nasceu e desenvolveu-se de acordo com o crescimento
do conhecimento científico sobre o funcionamento cerebral. Assim sendo, só no
final do século XX, é que a Neuropsicologia ganhou maior reconhecimento
Um caso histórico e emblemático das relações entre lesão cerebral e a
alteração das funções cognitivas foi o de Phineas Gage. Um acidente com
explosivos, que tinha tudo para tê-lo matado, lançou uma barra de ferro que
atravessou seu crânio na região frontal, deixando-o cego do olho esquerdo,
mas vivo. Sempre dedicado, bom trabalhador e capaz, Gage teve severas
alterações de comportamento após este acidente. Tornou-se displicente,
arruaceiro e briguento, passando a ter um comportamento totalmente diferente.
A literatura sugere que ele passou a ter estas alterações duradouras em seu
comportamento devido às lesões, que alteraram o funcionamento do seu
cérebro. Deste modo, o caso de Gage é emblemático na neuropsicologia, pois
mostra as relações entre lesão cerebral e as funções cognitivas e motoras. A
mudança do comportamento de Gage é atribuída à extensa lesão no lobo
frontal, uma das regiões que regulam o controle dos impulsos. Lesões nesta
área podem levar a um comportamento egoísta e antissocial.
A neuropsicologia tem diversas áreas de atuação, que vão desde a
avaliação do neuropsicológica até à pesquisa clínica e intervenção terapêutica.
A avaliação do neuropsicológica é uma das principais áreas de atuação da
neuropsicologia, que consiste na aplicação de testes e instrumentos para
avaliar o funcionamento cognitivo emocional de indivíduos com suspeita de
lesões cerebrais ou transtornos neurológicos. Para além disso, a
neuropsicologia também se dedica à pesquisa clínica, que busca entender os
mecanismos neurológicos e psicológicos subjacentes a diferentes transtornos,
como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla, entre outros. A intervenção
terapêutica é outra área importante da neuropsicologia, que visa ajudar
pacientes a recuperar ou melhorar as suas funções cognitivas e emocionais,
por meio de técnicas como a reabilitação neuropsicológica e a terapia
cognitivo-comportamental.
Assim sendo, a neuropsicologia tem como objetivo compreender os
processos cognitivos e emocionais que ocorrem o cérebro humano e identificar
alterações cognitivas e emocionais associadas a diferentes transtornos. Para
além disso, pretende também contribuir para o desenvolvimento de novas
tecnologias e tratamentos que possam melhorar a qualidade de vida dos
pacientes.
A neuropsicologia tem várias organizações de atuação, que incluem
sociedades científicas e instituições de pesquisa.
Em Portugal temos bastantes organizações de atuação desta
especialidade, tais como:
 Associação Portuguesa de Neuropsicologia, ou APN, é uma
associação científica e profissional que tem como objetivo
principal promover o estudo e a prática da Neuropsicologia em
Portugal;
 Instituto de Medicina Molecular ou IMM, onde são desenvolvidas
pesquisas nas áreas de neurociência e neurologia, incluindo
estudos sobre as bases neurológicas de doenças como Alzheimer
e o Parkinson;
 Unidade de Neuropsicologia do Hospital de Santa Maria: oferece
serviços de avaliação neuropsicológica e intervenção terapêutica
para pacientes com lesões cerebrais ou transtornos neurológicos.

Como já mencionado, a neuropsicologia é uma área de constante


evolução. Deste modo, existem muitos artigos de suporte teórico e prático
desta especialidade.
O artigo “Contribuições da Neuropsicologia para a inclusão educacional:
como enfatizar as potencialidades diante deficiências?” foi publicado em 2015
por Patrícia Freitas. O objetivo do estudo foi discutir as contribuições da
neuropsicologia para a inclusão educacional de crianças e adolescentes com
deficiência.
A autora aborda a importância de se entender a complexidade da
relação entre deficiência, cérebro e comportamento, e como a neuropsicologia
pode ajudar a identificar as potencialidades cognitivas e emocionais das
crianças e adolescentes com deficiências. Também é discutido a importância
de uma abordagem interdisciplinar, envolvendo professores, neuropsicólogos e
outros profissionais, para o sucesso da inclusão educacional.
O artigo apresenta ainda exemplos de estratégias de intervenção
neuropsicológica que podem ser utilizadas para desenvolver as habilidades
cognitivas e socioemocionais dessas crianças e adolescentes, como a
estimulação cognitiva e o treino de habilidades sociais. A autora destaca ainda
a importância de enfatizar as potencialidades e as habilidades desses
indivíduos, ao invés de focar apenas nas suas deficiências.
Por fim, a autora conclui que a neuropsicologia pode contribuir
significativamente para a inclusão educacional, por meio da identificação e
desenvolvimento das potencialidades cognitivas e emocionais das crianças e
adolescentes com deficiência. Ressalta que essa abordagem deve ser
integrada e colaborativa, envolvendo diferentes profissionais e instituições, e
que deve ser centrada na criança e no adolescente como indivíduos únicos e
complexos.
A neuropsicologia, como qualquer área da psicologia, tem os seus
limites éticos. Um dos limites éticos é o facto de que a neuropsicologia não
deve ser utilizada como uma forma de determinar a responsabilidade criminal
ou a capacidade legal de um individuo. Embora a avaliação neuropsicológica
possa fornecer informações importantes sobre o funcionamento cerebral e
cognitivo de uma pessoa, ela não deve ser a única fonte de informação
utilizada para decisões judiciais. Para além disso, considero que seja
importante salientar que a neuropsicologia não é capaz de prever o
comportamento futuro de uma pessoa. Apesar de os testes neuropsicológicos
sejam capazes e fornecer informações sobre o desempenho cognitivo de um
individuo, essas informações não são suficientes para prever comportamentos
específicos.
Por fim, e tal como em qualquer outra área de psicologia, a
neuropsicologia deve respeitar os limites éticos impostos pelo código da ética
profissional, garantindo a privacidade e a confidencialidade das informações
obtidas durante a avaliação neuropsicológica.
Em conclusão, e sintetizando tudo o que foi mencionado, a
neuropsicologia é uma área da psicologia que se dedica ao estudo das elações
entre o cérebro e o comportamento humano. A história da psicologia é marcada
por diversos avanços e descobertas que permitiram o desenvolvimento de
novas abordagens teóricas e práticas em neuropsicologia. Assim, é correto
afirmar que neuropsicologia é uma área em constante evolução, com desafios
e oportunidades para aprimorar o entendimento das relações entre o cérebro e
o comportamento humano.
Antes de terminar gostaria de apresentar todas as referências
bibliográficas que utilizei para realizar este trabalho.
Obrigada!

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