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ISSN 2596-268X
ABSTRACT
1
Instituto Luria de Neuropsicologia e Promoção de Saúde. Email: morais_caio@yahoo.com.br
2
Instituto Luria de Neuropsicologia e Promoção de Saúde. Email: camilaborges93@gmail.com
3
Universidad Autónoma de Puebla. Universidad Autónoma de Tlaxcala. Lomonosov Moscow State University. Email:
aveivolosailuy@gmail.com
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
INTRODUÇÃO
De acordo com Anojin (1987), o termo “sistema” tem uma origem muito
antiga e quase não existe orientação científica que não o tenha utilizado. Seu
uso como princípio geral do funcionamento de uma grande quantidade de
fenômenos pode oferecer maiores contribuições ao estudo dos processos
particulares do que os métodos analíticos. Esse termo é utilizado quando se trata
de algo unido, ordenado, organizado. Sua característica mais importante é que,
no trabalho de pesquisa, não pode haver um estudo analítico de qualquer objeto
particular sem sua identificação exata no sistema. Este adquire, durante o seu
estabelecimento, princípios próprios e específicos de organização não
traduzíveis aos princípios e propriedades dos componentes e processos dos
quais se formam os sistemas íntegros.
No domínio das investigações fisiológicas, talvez I.P. Pavlov tenha sido o
primeiro a utilizar a expressão “sistema” em seu trabalho experimental
relacionado à formação do estereótipo dinâmico (Anojin, 1987). Pavlov (1997)
dizia que um grupo determinado de células estaria relacionado com uma
atividade definida do organismo, como excitar, e outro com outra atividade, como
inibir. O córtex cerebral seria, então, representado como um mosaico de extrema
complexidade, com um quadro de distribuição, com ampla capacidade para
desenvolvimento de novas conexões. Concluiu que os reflexos condicionados
aparecem, a princípio, em uma forma generalizada: a excitação irradia desde o
ponto de iniciação para abarcar células pertencentes a outros elementos
receptores além do limite da área do córtex inicialmente relacionada com o
receptor estimulado. A atividade do organismo corresponderia a uma resposta
necessária frente a algum agente do mundo exterior na qual o órgão ativo se
encontra com o agente dado em uma relação de causa e efeito que se
estabelece por meio de uma determinada via nervosa. Este agente do mundo
exterior age sobre um dos aparelhos receptores nervosos e seu impacto
Por si só, um sintoma primário não exibe qualquer significado e pode ter
muitas causas. Por exemplo, assim como uma temperatura corporal elevada
pode ter dezenas de motivos, as dificuldades de um paciente na repetição de
fonemas semelhantes (como b e p, ou d e t) pode, com igual probabilidade, ser
causada por uma dificuldade em passar de um fonema para o outro ou por
defeitos na articulação ou por inatividade geral, entre outras possibilidades. Um
sintoma observado é sempre passível de muitas interpretações e seu significado
só pode ser estabelecido na comparação com outros sintomas, ou seja, por uma
análise sindrômica. O principal valor deste método reside no fato de permitir
partir de uma descrição do quadro clínico de um paciente para uma análise das
condições fundamentais ou fatores por trás do grupo de sintomas observado. No
entanto, essa "análise fatorial", que é realizada pela correlação de um número
de sintomas, não pode ser limitada a uma simples descrição destes. Este método
pode ser utilizado ao máximo apenas por uma análise qualitativa dos sintomas
que exibem uma correlação e estão associados entre si. Uma caracterização
precisa desses fatores requer uma análise psicológica ou, em outras palavras,
um estudo cuidadoso dos processos perturbados e a investigação do elemento
constituinte comum a eles sem os quais não poderiam executar seu curso normal
(Luria & Artemieva, 2014; Luria, 2005). Tsvetkova escreve: "esta abordagem
analítica do defeito, sua análise sindrômica para o avaliador e reabilitador
constitui o instrumento para estabelecer o diagnóstico exato e para a elaboração
de tecnologias de ensino de reabilitação" (Tsvetkova, 2004, pp. 18-19). Assim, a
tarefa do neuropsicólogo é realizar a análise sindrômica para especificar o
diagnóstico e ao mesmo tempo estabelecer os objetivos e meios de reabilitação,
no caso de adultos, ou correção de dificuldades, no caso de crianças. O conceito
de “síndrome neuropsicológica” é definido como a “alteração seletiva de um
grupo de funções psicológicas, em cuja estrutura se insere o fator alterado em
face da conservação das demais funções” (Tsvetkova, 2004, p. 73).
Como cada zona do cérebro oferece seu elemento específico na
construção dos sistemas funcionais complexos, o transtorno de sistemas
funcionais possui um caráter distinto frente a diferentes perturbações locais.
Campos secundários
dos grandes hemisférios
e suas relações córtico-
Modal- Visuais, auditivas, cinestésico-
corticais e córtico-
específicos táteis e motoras.
subcorticais
(analisadores
específicos).
Estruturas profundas do
Não cérebro: estrio-pálido,
Atividade-inércia dos processos
específicos hipocampo, formações
nervosos
(amodais) talâmicas e
hipotalâmicas etc.
I Unidade Funcional
II Unidade Funcional
Anosognosia; hemianopsia;
Regulação dos
Regulação e estabilidade das hemiplegia; agnosias visuais;
processos
funções automatizadas alterações da sensibilidade (não
involuntários e
reguladas involuntariamente. percepção da dor); redução de
automatizados
volume na retenção involuntária.
Fonte: Adaptado de Quintanar et al, 2011.
Nota. Desenho feito com motivação, inclui alguns animais de estimação que teve
e comenta sobre cada um deles.
Nota. Desenho feito rapidamente, sem janelas, ocupando apenas uma pequena
parte do espaço da folha.
diferente do esperado por ela mesma, como por exemplo no desenho de uma
mesa (ver Imagem 3) e na cópia da Figura de Rey (ver Imagem 4).
Nota. O primeiro desenho da mesa (à direita, pouco visível) foi feito com traçado
fraco, em tamanho reduzido e de maneira muito rápida. Em seguida ela percebeu
que podia fazer melhor e desenhou a mesa da esquerda.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AKHUTINA, T.A.R. 2013. Luria: uma trajetória de vida. In: A. M. LONGAREZI; R.
V. PUENTES. (Orgs.). 2013. Ensino Desenvolvimental: vida, pensamento e obra
dos principais representantes russos. Uberlândia: Edufu. pp.111-136.
AKHUTINA, T. 2008. Neuropsicología de la edad escolar. Una aproximación
histórico-cultural. Acta Neurológica Colombiana. v.24. pp.17-30. 2008.
Disponível em: https://dx.doi.org/10.22379/issn.2422-4022. Acesso em: 18 abril
2021.
ANOJIN, P. K. 1980. Problemas claves de la teoría del sistema funcional.
Moscou: Ciencia.
ANOJIN, P. K. 1987. Psicología y la filosofía de la ciencia: metodología del
sistema funcional. México: Trillas.