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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CAMPUS: DRA. JOSEFINA DEMES


CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: DIREITOS HUMANOS
PROFESSOR: JARDEL DE CARVALHO COSTA
ESTUDANTE: NÁTYLA BEATRIZ GUIMARÃES ROCHA
FLORIANO, 12 DE AGOSTO DE 2022.

A QUESTÃO PENAL NO BRASIL


De acordo com dados do Banco de monitoramento de Prisões do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), estima-se que atualmente existem mais de 800 mil pessoas
encarceradas em estabelecimentos prisionais no Brasil. Esse sistema acarreta diversos
problemas, entre eles a superlotação dos presídios, as condições extremamente precárias
enfrentadas pelos presos, a tentativa de sobrevivência necessária para quem adentra aos
estabelecimentos devido a violência enfrentada, a falência do sistema, o papel da
ressocialização do preso, a ausência assistencial, e vários outros problemas que
poderiam aqui ser citados. No Brasil predomina a máxima de quanto mais presos,
melhor será, mas como aduz Aury Lopes Jr “punir é necessário, mas não dessa forma”.
O sistema carcerário brasileiro é um reflexo de um dos mais falidos sistemas
prisionais no mundo. Segundo o INFOPEN (2017, p.68): a maior parte dos custodiados
é composta por jovens, pretos, pardos e com baixa escolaridade, sendo o crime de roubo
e o tráfico de drogas foram os responsáveis pela maior parte das prisões. Observa-se
assim uma clara seletividade do sistema prisional que abrange somente a parte mais
vulnerável da sociedade. Ressalta-se a importância da educação como ferramenta para
resolver a maioria dos problemas sociais, mas sem oportunidades, talvez não ocorra
mudança nenhuma.
O preso, assim como qualquer outra pessoa que esteja fora do presídio, possui
direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna, em leis e tratados internacionais,
ou que decorrem da aplicação destes que têm eficácia e aplicabilidade imediata, e estão
baseados no princípio da dignidade humana, mas é de conhecimento geral que os presos
não são tratados de uma maneira humana, respeitosa e digna. Racionais mc’s possuem
uma música que se chama “Diário de um detento” e uma parte da letra mostra
claramente o tratamento que os presos recebem nos presídios: “Era a brecha que o
sistema queria, avisa o IML, chegou o grande dia. Depende do sim ou não de um só
homem que prefere ser neutro pelo telefone [...] quem mata mais aqui ganha a medalha
de prêmio! O ser humano é descartável no Brasil.”
Portanto, embora o sistema prisional brasileiro seja necessário, este possui uma
contribuição ínfima para a diminuição de crime, pois os dados mostram um crescimento
da população carcerária ao longo dos anos. A crise no sistema prisional vai além das
violações e preceitos fundamentais dos presos, trata-se de um dano ainda maior, pois
alcança a sociedade como um todo.

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