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REGIMENTO GERAL AGEPEN
Art. 4º - A Coordenadoria do Sistema Penal é órgão
subordinado diretamente ao Secretário da Justiça e
DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO SÉRIE 3 ANO VI Cidadania do Estado do Ceará, organizada em carreira,
Nº236 FORTALEZA, 16 DE DEZEMBRO DE 2014 com ingresso de seus integrantes na classe inicial,
mediante Concurso Público de provas e títulos, chefiada
PORTARIA N° 1220/2014 - REGIMENTO GERAL
pelo Coordenador Geral, nomeado pelo Governador do
DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS DO ESTADO
Estado do Ceará, preferencialmente entre os membros da
DO CEARA
Instituição.
TÍTULO I Parágrafo único - A nomeação do Coordenador do
DO SISTEMA PENITENCIÁRIO Sistema Penal deverá obedecer aos mesmos critérios
previstos para a dos Diretores das Unidades Prisionais,
Art.1º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará constantes do artigo 75 da Lei 7.210/84 (Lei de Execuções
adota os princípios contidos nas Regras Mínimas para Penais).
Tratamento dos Reclusos e Recomendações pertinentes,
formuladas pela Organização das Nações Unidas - ONU - e • COMENTÁRIOS: De acordo com a literalidade do texto
respeita as diretrizes fixadas pela Lei 7.210/84 (Lei de do Regimento Necessariamente o Coordenador Geral da
Execuções Penais) e nas Recomendações Básicas para uma COSIPE não precisa ser membro SEJUS , e sim
programação prisional editadas pelo Ministério da Justiça. preferencialmente, encontramos aqui uma forma de
valorização e reconhecimento para com os membros da
• COMENTÁRIOS: O Sistema Penitenciário cearense instituição SEJUS.
coaduna com a legislação e diretrizes pertinentes em
âmbito nacional (Constituição Federal, lei de Execuções Quanto aos critérios para a nomeação do Coordenador
Penais) e princípios de ordem internacional (Tratados de Geral da COSIPE, que são os mesmos dos Diretores das
Direitos Humanos, Regras Mínimas Para o Tratamento de Unidades Prisionais conforme o art. 75 da Lei de
Pessoas Reclusas - ONU - dentre outras, pertinentes a execuções Penais são:
pena privativa de liberdade. I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou
Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou
Art. 2º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará Serviços Sociais;
tem como finalidade a vigilância, custódia e assistência
aos presos e às pessoas sujeitas a medidas de II - possuir experiência administrativa na área;
segurança, assegurando-lhes a preservação da III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o
integridade física e moral, a promoção de medidas de desempenho da função.
integração e reintegração socioeducativas, conjugadas ao
trabalho produtivo. Art. 5º - A Coordenadoria de Inclusão Social do Preso
§1º - Configura-se, ainda, como finalidade do sistema e do Egresso é órgão subordinado diretamente ao
penitenciário estadual, a fiscalização e assistência ao Secretário da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará,
egresso, garantindo-lhes a promoção de medidas de tendo como missão promover a inclusão social do preso e
integração e reintegração socioeducativas. do egresso, através do Núcleo Educacional e de
Capacitação Profissionalizante – NECAP, do Núcleo de
• COMENTÁRIOS: O mencionando artigo expressa a Empreendedorismo e Economia Solidária – NEES, do
atividade típica do Agente Penitenciário (ver juntamente Núcleo de Arte e Eventos – NAE e do Núcleo de Gestão
com a lei 14582/09 que redenomina a carreira de Agente de Assistidos e Egressos.
Penitenciário) bem como as demais missões institucionais
da Secretária de Justiça do Ceará estas no § 1º. • COMENTÁRIOS: Aqui se demonstra a Coordenadoria de
Inclusão Social do Preso e do Egresso - CISPE e seus
Art. 3º - O Sistema Penitenciário, pelas suas núcleos que compõem a SEJUS tendo neles a expressão
características especiais, fundamenta-se na hierarquia nítida de um dos princípios ou finalidades da pena que é a
funcional, disciplina e, sobretudo, na defesa dos direitos e ressocialização do indivíduo preparando-o para o retorno
garantias individuais da pessoa humana, organizado em ao convívio social e o qualificando profissionalmente.
Coordenadoria do Sistema Penal, vinculado ao Poder
Executivo como Órgão de Administração da Execução Penal.

• COMENTÁRIOS: A hierarquia compreende o


organograma institucional de subordinação e poder de
comando que se inicia com o Secretario de Justiça e no
último grau os agentes Penitenciários. A coordenadoria do
sistema penal- COSIPE- é uma célula de articulação
responsável por coordenar todos os presídios do Estado
do Ceará. O Coordenador deve ter os mesmo requisitos
dos diretores dos estabelecimentos prisionais.

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DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS Auxiliar de Enfermagem – 1;
TÍTULO II
Odontólogo – 1;
Art. 6º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará Auxiliar de Consultório Dentário – 1;
é constituído pelas seguintes Unidades: Psicólogo – 1;
I – Centro de Triagem e Observação Criminológica;
Assistente Social – 1;
II – Unidades Prisionais e Casas de Privação
Provisória de Liberdade; Advogado auxiliar da direção 1;
III – Penitenciárias; Estagiário de Direito – 2;
IV – Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares;
Terapeuta Ocupacional - 1.
V – Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sanatório
Penal e Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico); • COMENTÁRIOS: Tais quantitativos de profissionais
VI – Casas do Albergado; tenta se aproximar ao que estabelece a resolução nº 01 de
VII – Cadeias Públicas. 09 de março de 2009 do CONSELHO NACIONAL DE
§1º – Os estabelecimentos prisionais buscarão não POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA – CNPCP e do
próprio DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL-
exceder a sua capacidade populacional máxima projetada.
DEPEN no que tange a critérios para estabelecer a
§2º – A fim de garantir que o aprisionamento ocorra proporção mínima entre o contingente de agentes
em estabelecimento próximo ao contato familiar, deverá penitenciários e profissionais da equipe técnica e o
ser priorizada a construção de unidades prisionais número de detentos; tem se o número ideal de
regionais. profissionais que exercem suas atividades nos
estabelecimentos prisionais fazendo dimensões conforme
Art. 7º - Os estabelecimentos prisionais destinam-se a capacidade da unidade prisional.
ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao §3º - O acesso à justiça integral e gratuito será
preso provisório e ao egresso. assegurado aos internos através da Defensoria Pública,
instituição autônoma, que disporá de espaço físico
• COMENTÁRIOS: Os Estabelecimentos Penais destinam- adequado para exercer suas funções.
se ao condenado, ao submetido à medida de
segurança, ao preso provisório e ao egresso. • COMENTÁRIOS: Tal previsão estabelece uma garantia
O Estabelecimento Penal, conforme a sua natureza para os presos sem condições financeiras de custear
deverá contar em suas dependências com áreas e advogado particular, velando ainda esta nobre instituição
serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, pela regular execução da pena e da medida de segurança,
recreação e prática esportiva. Além disso, deverá ter atuando em prol dos necessitados em todos os graus e
locais para cumprimento de penas para os presos que instâncias, de forma individual ou coletiva, sendo esses
precisam ficar separados, onde podemos citar: o preso assistidos pelos Defensores Públicos que são lotados nas
provisório (separado do condenado por sentença unidades prisionais, e que devem prestar atendimento em
transitada em julgado); o preso primário (cumprirá pena espaço físico adequado.
em seção distinta daquela reservada para os
reincidentes); o preso que, ao tempo do fato, era Art. 9º - O Centro de Triagem e Observação
funcionário da Administração da Justiça Criminal. No Criminológica, situado na região metropolitana de
Brasil não há pena perpétua esse sujeito irá retornar ao Fortaleza, concentrará o recebimento de presos oriundos
convívio social um dia, sendo assim o limite da Pena da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social e das
Privativa de Liberdade será de 30 anos conforme art. 75 comarcas do interior.
do Código Penal.
§1º - O Centro de Triagem e Observação
Art. 8º - Em todos os estabelecimentos prisionais Criminológica será responsável pela identificação e
será obrigatoriamente observada a separação entre realização dos exames gerais de admissão dos
presos provisórios e condenados, bem como a distinção internos, sendo dotado de equipe técnica que
por sexo, delito, faixa etária e antecedentes criminais, para promoverá atendimento social, psicológico, médico,
orientar a prisão cautelar, a execução da pena e a medida odontológico e jurídico, cujos resultados e
de segurança. desdobramentos serão encaminhados à Comissão de
§1º - Nos estabelecimentos prisionais será observada Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas –
a proporção de, no mínimo, 01 (um) agente penitenciário CATVA que deliberará a unidade prisional destinatária
para cada 25 (vinte e cinco) internos por plantão, sendo para recebimento do preso e, posteriormente, às
vedada a existência de unidade prisional com menos de 2 Comissões Técnicas de Classificação das unidades de
(dois) agentes por plantão. recebimento.
§2º - Nos estabelecimentos prisionais fica
estabelecida a proporção de profissionais da equipe
técnica por 500 (quinhentos) detentos, obedecendo-se o • COMENTÁRIOS: Os presos oriundos da SECRETARIA
seguinte: DE SEGURANÇA PÚBLICA bem como DE COMARCAS
DO INTERIOR devem a priori passar pelo CENTRO DE
Médico Clínico – 1; TRIAGEM E OBSERVAÇÃO CRIMINOLÓGICA- CTOC,
onde serão identificados, e feitos exames gerais de
Enfermeiro – 1;
admissão. Localizado na região metropolitana os presos

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aguardam deliberação de transferência para outros
estabelecimentos prisionais feita pela COMISSÃO DE • COMENTÁRIOS: As Casas de Privação Provisória de
AVALIAÇÃO DE GESTÃO E TRANSFERÊNCIA DE Liberdade- CPPL´S - destinam-se a presos provisórios que
VAGAS - CATVA. são aqueles que ainda não foram condenados com
sentença transitada em julgado, estando, portanto, preso
Art. 10 - As Penitenciárias destinam-se aos em virtude de uma prisão cautelar (provisória). As CPPL`S
condenados ao cumprimento da pena de reclusão, em devem recolher presos provisórios, devendo os mesmos
regime fechado, caracterizando se pelas seguintes ficarem recolhidos, em tese, durante a fase processual,
condições: levando-se em conta a duração razoável do processo. O
I - Segurança externa, através de muralha, com preso provisório ainda não foi julgado, ele não tem uma
passadiço e guaritas de responsabilidade dos Agentes pena estabelecida ainda a cumprir, é a chamada “prisão
Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e sem pena”. Lembrando que excepcionalmente os referidos
Cidadania. estabelecimentos podem abrigar presos condenados que
II - Segurança interna realizada por equipe de deverão ficar separados dos provisórios. Ver lei 13.167/15
Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da que altera o art. 84 da LEP.
Justiça e Cidadania que preserve os direitos do preso,
mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da Art. 12 - Os Estabelecimentos Agrícolas, Industriais
Unidade; ou Mistos destinam-se aos condenados e condenadas ao
III - Acomodação do preso preferencialmente em cumprimento da pena em regime semiaberto,
cela individual; caracterizando-se pelas seguintes condições:
IV - Locais de trabalho, atividades socioeducativas e I - locais para:
culturais, esportes, prática religiosa e visitas; a) trabalho interno agropecuário;
V - Trabalho externo, conforme previsto no art.36 da b) trabalho interno industrial;
Lei de Execução Penal (LEP). c) trabalho de manutenção e conservação intra e
§1º - Os estabelecimentos destinados a mulheres extra-muros, na circunscrição da Unidade respectiva;
terão estrutura adequada às suas especificidades e os II - acomodação em alojamento ou cela individual ou
responsáveis pela segurança interna serão, coletiva;
obrigatoriamente, agentes penitenciários do sexo feminino, III - trabalho externo na forma da Lei;
exceto em eventos críticos ou festivos, garantindo-se, IV - locais internos e externos para atividades sócio-
ainda, a obrigatoriedade de existência de uma creche para educativas e culturais, esportes, prática religiosa e visita
a acomodação dos recém-nascidos das internas neles conforme dispõe a Lei.
recolhidos, nos 06 (seis) primeiros meses de vida,
prorrogável por igual período, se necessário. • COMENTÁRIOS: O regime semiaberto (intermediário) é
§2º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, uma transição para o regime aberto, em processo de
suas finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às reinserção social do condenado. Funda-se o regime
Cadeias Públicas locais, observadas as normas deste semiaberto na capacidade de senso de responsabilidade
Regimento no que forem aplicáveis, bem como as do condenado, estimulado a cumprir suas obrigações de
restrições legais ou decisões judiciais. preso em regime de disciplina dentro de um mínimo de
§3º - Haverá em cada estabelecimento de regime segurança e vigilância, pois o preso deve movimentar-se
fechado uma Comissão Técnica de Classificação, que com relativa liberdade.
proporá o tratamento adequado para cada preso ou
internado, além de acompanhar o programa de Art. 13 - O Hospital Geral e Sanatório Penal destina-
individualização da pena. se ao tratamento do preso, em regime de internamento,
das enfermidades infectocontagiosas, dos pós-operatórios,
• COMENTÁRIOS: O art. 10. Trata da estrutura interna e das convalescenças e de exames laboratoriais.
externa das penitenciárias onde ficarão os reclusos em §1º - O preso acometido de enfermidades, conforme
regime fechado, segurança deste estabelecimento deve artigo acima deverá permanecer internado o tempo
ser feita em regra pelo quadro efetivo de Agentes necessário à sua reabilitação, tendo retorno imediato à
Penitenciários, utilizando-se de meios que visam à boa sua Unidade Prisional de origem logo após emissão de
individualização da pena que é um princípio da execução laudo médico autorizando sua alta.
penal assim atendendo o disposto nas regras mínimas §2º - Os presos ou internados que apresentarem
para tratamento dos reclusos e recomendações quadro de sorologia positiva HIV, receberão tratamento
pertinentes da ORGANIZAÇAO DAS NAÇOES UNIDAS- individualizado, a critério médico.
ONU, e também devem ter locais adequados para §3º - Aos presos ou internados que apresentarem
atividades pertinentes, possuir cela individual quadro de dependência química em substâncias
(preferencialmente ), e trabalho externo. entorpecentes será garantido tratamento individualizado
Art. 11 - As Casas de Privação Provisória de adequado às suas necessidades, adotando-se políticas
Liberdade destinam-se aos presos provisórios, devendo públicas voltadas para esta finalidade, nos termos da lei
apresentar estrutura adequada que garanta o exercício 11.343/2006, bem como serão incluídos nas atividades do
dos direitos elencados no presente Regimento e demais Programa de Ações Continuadas de Assistência aos
legislações. Drogadictos – PACAD da Sejus.
§1º - Excepcionalmente, visando garantir a §4º - Na unidade de que trata o caput deste artigo
integridade física e mental do interno, estas unidades deverão existir leitos destinados ao tratamento de
poderão abrigar presos condenados, que deverão mulheres presas.
permanecer em acomodações separadas dos provisórios.

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§5º - O estabelecimento citado no caput deverá responsabilidade do condenado (conforme art. 36 do
funcionar com equipes multidisciplinares em regime de Código Penal) ficando a cargo da CASA DE ALBERGADO
plantão. o acolhimento daqueles que estão nesse regime de
§6º - A Secretaria da Justiça e Cidadania seguirá as cumprimento de pena. Tal estabelecimento deve se situar
recomendações das portarias interministeriais do em centro urbano, separado dos demais
Ministério da Saúde e Ministérios da Justiça em relação ao estabelecimentos, e caracterizar-se-á pela ausência de
tema saúde, na execução de vagas e atendimentos para obstáculos físicos contra fugas.
os presos em casos de exames e tratamentos de alta
complexidade. Art. 16 - A Cadeia Pública destina-se prioritariamente
§7º - Nas unidades prisionais femininas deverão ao recolhimento de presos e presas provisórios.
existir estruturas específicas para a assistência integral à §1º - Nas Comarcas onde não existam peniten-
saúde da mulher, em atenção às suas peculiaridades. ciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente,
atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as
• COMENTÁRIOS: Acima temos informações pertinentes normas deste Regimento Geral no que forem aplicáveis e
aos presos enfermos e os inimputáveis que ficarão as restrições legais ou de decisões judiciais, bem como a
INTERNADOS para o tratamento adequado, ainda acima capacidade populacional máxima da Unidade respectiva.
encontramos o conceito desses estabelecimentos que §2º - Ao preso provisório será assegurado regime
deverão contar com equipe multidisciplinar (médico, especial no qual se observará:
enfermeiro, assistente social etc...). I - separação dos presos condenados;
II - utilização de pertences pessoais permitidos;
Art. 14 - O Hospital de Custódia e Tratamento III - uso de uniforme fornecido pelo Estabelecimento
Psiquiátrico destina-se ao cumprimento das medidas de Prisional em quantidade de 03 (três) mudas;
segurança e ao tratamento psiquiátrico separadamente, IV - oferecimento de oportunidade de educação,
devendo adequar-se às normas aplicáveis ao tratamento trabalho e lazer nos termos da legislação pertinente;
das respectivas insanidades. V - visita e atendimento médico e odontológico, sendo
§1º - O preso comprovadamente portador de doença facultado ao preso optar por profissional particular às suas
mental deverá ser imediatamente encaminhado ao expenças;
estabelecimento adequado para seu tratamento, lá não VI - Acesso aos meios de comunicação externos,
podendo permanecer além do tempo necessário ao seu autorizados por lei.
pronto restabelecimento, atestado pelo serviço médico §3º - Nas Cadeias Públicas no interior do Estado as
local. prefeituras municipais oferecerão aos presos e presas os
§2º - Em nenhuma hipótese será admitido o ingresso serviços essenciais, conforme determinação do Ministério
ou permanência de pessoas que não apresentem quadro da Saúde e Ministério da Justiça.
patológico característico da destinação do respectivo
estabelecimento. • COMENTÁRIOS: Cadeia Publica: serve para a custódia
§3º - Na unidade de que trata o caput deste artigo do preso provisório e cumprimento de pena breve (em
deverão existir estruturas específicas para a assistência à regra), excepcionalmente poderá recolher presos
saúde mental da mulher, em atenção às suas condenados.
peculiaridades.
Art. 17 - Nas Unidades elencadas no artigo 6º deste
• COMENTÁRIOS: O Hospital de Custódia e Tratamento Regimento, respeitadas suas especificidades, deverão
Psiquiátrico é um estabelecimento prisional que interna ainda ser respeitadas as seguintes determinações:
pessoas que sofrem de algum tipo de doença mental e I - Segurança externa, através de muralha com
que cometeram algum tipo de crime, e, em função disto, passadiço e guaritas de responsabilidade dos Agentes
estão sofrendo medida de segurança ou tratamento Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e
ambulatorial ficando ali internados. Caso o quadro Cidadania, submetidos a uma capacitação específica para
patológico do internado em tratamento seja normalizado tal finalidade.
deverá voltar ao estabelecimento de origem. II - Segurança interna realizada por equipe de
Art. 15 - A Casa do Albergado destina-se ao Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da
cumprimento da pena privativa de liberdade em regime Justiça e Cidadania que preserve os direitos do preso,
aberto e da pena restritiva de direitos consistente em mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da
limitação de fim de semana, acolhendo pessoas do sexo Unidade.
masculino e feminino, garantindo-se a separação §1º - Nas situações de conflito mais graves a
adequada com vistas à individualização das penas. manutenção ou restabelecimento da ordem será
§1º - O prédio deverá situar-se em centro urbano, promovida por grupo especial de agentes penitenciários
separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se- com treinamento e equipamentos específicos.
á pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. §2º - Em caso de necessidade de intervenção da
§2º- A Casa do Albergado, além de dispor de local Polícia Militar, em caráter urgente, em qualquer das
adequado para cursos e palestras, realizará unidades referidas no caput deste artigo, sua permanência
encaminhamentos dos internos à rede de assistência no interior das mesmas se dará pelo tempo estritamente
social, de saúde e educação. necessário ao restabelecimento da ordem e da segurança
interna, não podendo ultrapassar 90 (noventa) dias, salvo
• COMENTÁRIOS: Encontramos aqui regime aberto que é decisão fundamentada da autoridade judiciária
o regime mais brando (menos rigoroso) de cumprimento competente.
de pena, e se baseia na autodisciplina e senso de

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• COMENTÁRIOS: Verificamos que a segurança interna e XIII - Propor ao Núcleo de Segurança e Disciplina –
externa do ambiente prisional fica a cargo dos Agentes NUSED, vinculado à COSIPE, a mudança de lotação dos
Penitenciários, sendo que em situações mais críticas servidores da Unidade;
conforme o §1° o reestabelecimento da ordem será XIV - executar as determinações do Coordenador da
promovida por grupamento especial da SEJUS- COSIPE;
atualmente o grupo responsável por essas intervenções XV - autorizar visitas extraordinárias aos presos, em
prisionais e restabelecimento de ordem é o COMANDO casos especiais, nos termos deste Regimento;
PENITENCIÁRIO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS- CPOE, XVI - Autorizar remoção do preso para
que tem homens treinados e capacitados para as Estabelecimento Penal diverso em caráter urgente e
situações mais críticas e também específicas. Importante excepcional, comunicando imediatamente à Comissão de
lembrar que a Polícia Militar só deve permanecer no Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA,
interior das unidades prisionais em situações expecionais, que deliberará a unidade prisional destinatária para
emergenciais e somente o tempo necessário ao controle recebimento do preso. Definida a unidade, deverá ser
da disciplina interna não podendo ultrapassar 90 dias, comunicada a transferência ao Juízo responsável pela
salvo decisão judicial. prisão, ao Ministério Público, à Defensoria Publica, ao
Conselho Penitenciário, no prazo de 24 (vinte e quatro)
TÍTULO III horas, nos casos expressos neste Regimento;
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS UNIDADES XVII - mostrar aos visitantes as dependências do
estabelecimento nas visitas coletivas, de caráter cultural
Art. 18 - As Unidades Prisionais do Estado do Ceará ou cientifico, devidamente autorizadas pela COSIPE,
serão dirigidas por um (a) Diretor(a), que será esclarecendo-lhes, quando se fizer necessário, os
assessorado pelo(a) Diretor(a) Adjunto(a), pelo Gerente objetivos da execução penal;
Administrativo, pelo Chefe de Segurança e Disciplina e XVIII - Dar ciência à família do preso, em caso de
pelo Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários, sendo grave enfermidade, morte ou transferência deste,
ainda integradas pelo Conselho Disciplinar e pela comunicando ao preso, de igual modo, a doença ou morte
Comissão Técnica de Classificação. de pessoa de sua família e concedendo lhe, se for o caso,
permissão para sair;
Art. 19 - A(o) Diretor(a) da Unidade Prisional, IX - Atribuir, em solenidades especiais, prêmios e
compete: recompensas aos presos de exemplar comportamento e
I - Dirigir, coordenar e orientar os trabalhos técnicos, àqueles que pratiquem atos meritórios;
administrativos, operacionais, laborais, educativos, X - Realizar outras atividades dentro de sua área de
religiosos, esportivos e culturais da Unidade respectiva; competência.
II - Adotar medidas necessárias à preservação dos
Direitos e Garantias Individuais dos presos; ATENÇÃO: INCLUSÃO DO INCISO IX NO ARTIGO
III - Visitar os presos nas dependências do ACIMA, PELO ART 2° DA PORTARIA 225 /15 DE
Estabelecimento, anotando suas reclamações e pedidos, 14/04/15 (A MESMA PORTARIA TAMBÉM ALTEROU OS
procurando solucioná-los de modo adequado, no âmbito ARTS. 25, 26,80) QUE PASSA A VIGORAR COM A
de sua competência ou encaminhá-los ao órgão SEGUINTE REDAÇÃO: Art.2º - O artigo 19 do Regimento
competente, observando as normas de segurança; Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do
IV - Dar cumprimento as determinações judiciais e Ceará passa a vigorar acrescido do inciso XI, com o
prestar aos Juízes, Tribunais, Ministério Público, seguinte texto:
Defensoria Pública e Conselho Penitenciário as “XI – Julgar as faltas disciplinares cometidas pelos
informações que lhe forem solicitadas, relativas aos internos, após análise do parecer opinativo previsto no
condenados e aos presos provisórios; inciso I do artigo 25 deste Regimento, aplicando, quando
V - Assegurar o normal funcionamento da Unidade, for o caso, a sanção disciplinar adequada à falta cometida,
observando e fazendo observar as normas da Lei de assegurados o contraditório e a ampla defesa, por
Execução Penal e do presente Regimento Geral; Defensor Público ou Advogado constituído pelo interno ou
VI - Presidir a Comissão Técnica de Classificação; nomeado para o ato.
VII - Elaborar o plano de segurança interna do
Estabelecimento em conjunto com o Chefe de Segurança OBS.: Repare que houve um equivoco na ordem dos
e disciplina; incisos a partir do inc. XVIII onde logo em seguida deveria
VIII - Conceder audiência ao interno quando solicitada; ser XIX, é IX, a sequencia de erros foi seguida pela
IX - Comparecer nas sessões do Conselho portaria acima que alterou o art. 19, acrescentando o inc.
Penitenciário, quando convocado; XI, onde na verdade deveria ser XXI, mero detalhe se
X - Elaborar o plano operativo anual da Unidade e atenha ao conteúdo do inciso.
Administrar o Estabelecimento traçando diretrizes,
orientando e controlando a execução das atividades sob Art. 20 - O (a) ocupante do cargo de Diretor (a) de
sua responsabilidade; Unidade Prisional, escolhido preferencialmente entre os
XI - Realizar mensalmente reuniões com os servidores de carreira da Secretaria de Justiça e
servidores da Unidade para estudos conjuntos de Cidadania, com atenção à sua vocação e preparação
problemas afetos à mesma; profissional específica, deverá satisfazer os seguintes
XII - Promover mensalmente reunião com os requisitos:
representantes dos internos, realizando o Parlamento I - ser portador (a) de diploma de nível superior em
Carcerário; Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia,
ou Serviços Sociais;

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II - possuir experiência administrativa na área; XIV - organizar a prestação de contas dos
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o suprimentos de fundos destinados ao estabelecimento;
desempenho da função. Parágrafo Único - O cargo de XV - efetuar o controle diário das folhas e cartões de
Diretor do Hospital Geral e Sanatório Penal e do Hospital registro de comparecimento do pessoal em exercício na
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico deverá ser ocupado Unidade;
por profissional da área de saúde, preferencialmente XVI - preparar dentro dos prazos estipulados os
pertencente ao quadro de servidores estáveis da documentos de controle de comparecimento e de
Secretaria da Justiça e Cidadania. alterações relativos ao pessoal, encaminhados á COSIPE.
Parágrafo Único - O cargo de Gerente Administrativo
Art. 21 - A (o) Diretor (a) Adjunto, compete: deverá ser ocupado por servidor de carreira da Secretaria
I - Assessorar diretamente o (a) Diretor(a) da Unidade de Justiça e Cidadania.
Prisional no desempenho de suas atribuições;
II - Substituir, em seus afastamentos, ausências e Art. 23 - Ao Chefe de Segurança e Disciplina
impedimentos legais, o(a) Diretor(a) da Unidade Prisional, compete gerenciar o setor de Segurança e Disciplina,
independente de designação especifica, salvo se por elaborando o plano de segurança interna do
prazo superior a 30 (trinta) dias; Estabelecimento, visando proteger a vida e a incolumidade
III - Autorizar a expedição de certidões relativas aos física dos servidores de carreira, terceirizados e presos e a
assuntos da Unidade; garantia das instalações físicas, bem como promover o
IV - Acompanhar a execução do plano de férias dos conjunto de medidas que assegurem o cumprimento da
servidores da Unidade; disciplina prisional e organizar, controlar e orientar os
V - Exercer outras atividades que lhes sejam Agentes Penitenciários no exercício de suas atribuições,
determinadas pelo (a) Diretor(a) da Unidade. competindo-lhe:
§1º - A substituição prevista neste artigo, por período I - orientar os presos quanto aos seus direitos,
igual ou superior a 30 (trinta) dias, propiciará ao substituto deveres e normas de conduta a serem observados,
os direitos e vantagens do cargo de Diretor(a) da Unidade. quando de sua chegada à Unidade;
§2º - O cargo de Diretor-Adjunto deverá, II - realizar reuniões com os presos para preleções
preferencialmente, ser ocupado por servidor estável de instrutivas e disciplinares;
carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania. III - propor a concessão ou suspensão de
recompensas aos presos;
Art. 22 - Ao Gerente Administrativo compete IV - fazer constar no prontuário disciplinar dos presos
organizar, controlar e executar as atividades de apoio as ocorrências e alterações havidas com estes;
necessárias ao bom funcionamento operacional do V - controlar a movimentação de presos quando das
Estabelecimento, inclusive a manutenção preventiva e transferências para outras celas;
corretiva, competindo-lhe: VI - manter atualizada a relação geral dos presos,
I - receber, controlar e distribuir gêneros alimentícios, seus locais de recolhimento noturno, de trabalho e/ou
os destinados ao consumo do Estabelecimento; permanência obrigatória;
II - supervisionar os serviços de copa e de cozinha; VII - opinar quanto aos horários de visitas, rancho,
III - requisitar o material de expediente e providenciar repouso noturno, alvorada e atendimento aos presos;
a redistribuição junto aos demais serviços do VIII - encaminhar ao Conselho disciplinar as faltas
Estabelecimento; disciplinares, praticadas por presos para conhecimento e
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade todos julgamento;
os pertences do preso, de uso não permitido, fornecendo a IX - promover vistorias nos presos e buscas nas
estes comprovantes de recebimento; dependências do estabelecimento, de caráter preventivo
V - manter em bom estado de funcionamento as ou sempre que houver fundadas suspeitas de porte ou uso
instalações elétricas, telefônicas, hidrosanitárias e de indevido de armas, aparelhos celulares ou de objetos que
climatização do prédio requisitando, com antecedência o possam ser utilizados para prática de crimes ou falta
material que for necessário para este fim; disciplinares;
VI - elabora o relatório anual das atividades inerentes X - manter atualizados registros e alterações relativas
ao serviço; aos agentes penitenciários;
VII - efetuar o balancete mensal do estoque de XI - elaborar a escala do plantão e organizar a
mercadoria existente; composição das equipes;
VIII - proceder á identificação de todo o material XII - zelar pelo bom funcionamento dos
permanente em uso na unidade; equipamentos e implementos necessários á execução dos
IX - adotar as medidas de segurança contra incêndio serviços de segurança interna;
nas dependências do estabelecimento especialmente na XIII - promover mensalmente em caráter ordinário,
área de prontuário e almoxarifado; reuniões com os agentes prisionais e extraordinariamente
X - providenciar a manutenção preventiva e corretiva quando necessário;
de máquinas, equipamentos e móveis em uso na unidade; XIV - propor ao diretor a lista de nomes para escolha
XI - zelar pela conservação e limpeza do prédio; e designados dos chefes de equipes;
XII – controlar a manutenção de primeiro escalão, de XV - assegurar o respeito aos visitantes enquanto
responsabilidade dos motoristas nas viaturas da unidade; permanecerem nas dependências da Unidade;
XIII - executar e controlar os serviços de reprodução XVII - manter em arquivo o registro das pessoas que
xerográfica ou similar de documentos, publicações e visitam a Unidade; XVIII - comunicar, diariamente, ao
impressos de interesse de Unidade; diretor c/ou substituto as alterações constantes no relatório
de serviço diário;

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XIX - manter informado o diretor sobre quaisquer Art.25 - O Conselho Disciplinar, órgão colegiado
alterações havidas na unidade; formado pelo Diretor Adjunto, pelo Chefe de Segurança e
XX - colaborar nas realizações de eventos de caráter Disciplina, por um Assistente Social, um Psicólogo e por
sócio cultural, esportivo e cívico do estabelecimento. um agente penitenciário de notória experiência, tem por
Parágrafo Único - O cargo de Chefe de Segurança e finalidade:
Disciplina deverá ser ocupado preferencialmente por I - Conhecer, analisar, processar e julgar as faltas
agente penitenciário estável da Secretaria de Justiça e disciplinares cometidas pelos internos, aplicando a sanção
Cidadania. disciplinar adequada à falta cometida, assegurados o
contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou
Art. 24 - Ao Chefe de Equipe dos Agentes Peniten- Advogado constituído pelo interno.
ciários compete: II - Conhecer os resultados de eventuais exames
I - Conferir o relatório da equipe anterior; criminológicos e acompanhar o perfil comportamental do
II - Conferir o material de segurança sob sua preso.
responsabilidade, bem como a frequência dos membros
de sua equipe, distribuindo as tarefas relativas ao ATENÇÃO: ART. 19, 25, 26, 80 ALTERADO PELA
funcionamento da unidade entre os presentes; PORTARIA 225/15 DOE-CE de 14/04/2015- SEJUS
III - Dar encaminhamento e supervisionar a execução passando a vigorar com a seguinte redação:
das determinações da Direção e do Chefe de segurança e
disciplina; Art. 25 – O Conselho Disciplinar, órgão colegiado
IV - Comunicar imediatamente qualquer ocorrência formado pelo Diretor Adjunto, por um Assistente Social e
que comprometa a ordem, a segurança e a disciplina da por um agente penitenciário de notória experiência, tem
unidade à Direção e ao Chefe de Segurança e Disciplina, por finalidade:
relatando, em seguida, de forma circunstanciada, por I - Instaurar Procedimento Disciplinar para conhecer,
escrito; analisar e processar as faltas disciplinares cometidas pelos
V - Em caso de emergência que comprometa a internos, elaborando parecer opinativo, que será
integridade física do preso, autorizar transferência de encaminhado para apreciação do (a) Diretor(a) da Unidade
alojamento no interior da unidade, diante da ausência de Prisional, assegurados, em todo o procedimento o
seu superior hierárquico; contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou
VI - Em caso de emergência que comprometa a Advogado constituído pelo interno ou nomeado para o ato.
integridade física do preso, autorizar a saída temporária do II - Conhecer os resultados de eventuais exames
mesmo para atendimento médico, mediante escolta, criminológicos e acompanhar o perfil comportamental do
diante da ausência de seu superior hierárquico; preso.
VII - Exercer a vigilância, em conjunto com os Parágrafo único – Nos estabelecimentos prisionais
agentes penitenciários de plantão, cumprindo e fazendo em que não houver os profissionais descritos no caput
cumprir as normas e regulamentos do estabelecimento; deste artigo, a decisão sobre faltas disciplinares ficará a
VIII - Elaborar relatório circunstanciado ao final de seu cargo do Diretor da unidade, ouvido previamente o
plantão, registrando todas as ocorrências havidas; Defensor Público ou o Advogado constituído ou nomeado
Parágrafo Único - O cargo de Chefe de Equipe dos para o ato.”
Agentes Penitenciários deverá ser ocupado preferen-
cialmente por agente penitenciário estável da Secretaria Art.26 - O Conselho Disciplinar, que será presidido
de Justiça e Cidadania. pelo Diretor Adjunto e nas suas faltas ou impedimentos,
pelo Chefe de Segurança e Disciplina, reunir-se-á tantas
• COMENTÁRIOS: Quanto a estrutura organizacional das vezes quantas necessárias para deliberar sobre as tarefas
unidades prisionais do art. 18 ao 24 elencam o rol de a seu cargo.
atribuições dos gestores da unidade que são o DIRETOR, §1º - Em caso de empate será considerado vencedor
DIRETOR ADJUNTO, GERENTE ADMINISTRATIVO, o voto favorável ao preso.
CHEFE DE SEGURANÇA E DISCIPLINA, E O CHEFE DE §2º - As decisões do Conselho de Disciplina serão
EQUIPE. Uma atenção especial para a literalidade do texto sempre coletivas e lançadas por escrito, sendo tomadas
que expressa que o cargo de Diretor deve ser ocupado por maioria simples, observado quórum mínimo de 03
preferencialmente por servidores da Sejus, Já o cargo de (três) membros para deliberação.
Diretor Adjunto deverá, preferencialmente, por servidor
estável de carreira da Sejus. Observe que o art. 22 § único ATENÇÃO: ART 26 ALTERADO PELA PORTARIA 225/15
em referência ao cargo de Gerente Administrativo traz o – PASSANDO A VIGORAR COM A SEGUINTE
verbo “deverá” ser servidor de carreira da Sejus. Quanto ao REDAÇÃO:
cargo de Chefe de Segurança e Disciplina a expressão do
art. 23 § único volta a ser “preferencialmente” Agente “Art. 26 - O Conselho Disciplinar, que será presidido
Penitenciário estável, o mesmo ocorrendo para o cargo de pelo Diretor Adjunto e, nas suas faltas ou impedimentos,
Chefe de Equipe. pelo agente penitenciário que o compõe, reunir-se-á tantas
vezes quantas necessárias para deliberar sobre as tarefas
OBS.: O cargo de Diretor do Hospital e Geral e a seu cargo.
Sanatório Penal e do Hospital de Custódia e §1º - Em caso de empate será considerado vencedor
Tratamento Psiquiátrico deverá ser ocupado por o voto favorável ao preso.
profissional da área de saúde, diferentemente dos §2º - Os pareceres do Conselho Disciplinar serão
demais. sempre coletivos e lançados por escrito, sendo tomados
por maioria simples.”

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não-letais; uso progressivo e proporcional da força,
• COMENTÁRIOS: O Conselho Disciplinar tem previsão observando-se procedimentos específicos nos
no art. 25 que foi alterado pela portaria 225/15 de 14/04/15 estabelecimentos prisionais femininos.
modificou sua composição, que deverá ser composta pelo
Diretor Adjunto (presidente) 1 (um) Assistente Social e 1 Art. 30 - À Comissão Técnica de Classificação,
(um) Agente Penitenciário de notória experiência. O caberá avaliar a terapêutica penal em relação ao preso
Conselho apura as possíveis faltas disciplinares findando sentenciado, propondo as promoções subsequentes.
com um parecer opinativo destinado ao Diretor da unidade
prisional que fará seu julgamento, lembrando que o Diretor Art. 31 - As perícias criminológicas, eventualmente
não compõe o conselho. requisitadas, deverão ser realizadas pela equipe técnica
do Centro de Triagem e Observação Criminológica ou pela
Art. 27 - A Comissão Técnica de Classificação, órgão Comissão Técnica de Classificação da unidade,
colegiado, deverá ser composta pelo (a) Diretor (a) do observando em cada caso o que for mais adequado.
Estabelecimento, que a presidirá, dois agentes
penitenciários, com larga experiência no penitenciarismo, • COMENTÁRIOS: Mirabete assim disserta sobre o tema
um Psiquiatra, um Psicólogo, um Assistente Social, e tem da classificação do preso: “O procedimento de
por finalidade aquilatar a personalidade do condenado, classificação utiliza-se de métodos científicos de
para determinar o tratamento adequado, competindo-lhe: personalidade, que visam à observação do
I - Fixar o programa reeducativo; comportamento, compreendendo toda a percepção do
II - Acompanhar a execução das penas privativas de condenado em relação a outras pessoas, possibilitando a
liberdade; aplicação de testes, entre outros, “tudo com o sentido de
III - Classificar o condenado segundo seus tornar bem conhecida a individualidade do sentenciado e
antecedentes e personalidade, para orientar a conferir-lhe o tratamento adequando, no presídio mais
individualização da execução penal; adequado” (MIRABETE, 2002, p. 52).
IV - Propor as conversões e as regressões, bem • Ao ingressar no sistema prisional o preso, reeducando,
como as progressões; ou apenado irá passar por estágios de avaliação a fim de
V - Informar, caso seja solicitado, através de parecer ter definido seu perfil criminógeno. Inicialmente dará
técnico, o perfil criminológico do condenado para fins de entrada no Centro de Triagem e Observação
benefício; Criminológica - CTOC - onde dentro de um período de 60
VI - Zelar pelo cumprimento dos deveres dos (sessenta) dias deverá ser avaliado (período de adaptação
presidiários e assegurar a proteção dos seus direitos, cuja e observação) seu perfil pela Comissão Técnica de
suspensão ou restrição competirá a Direção da Unidade Classificação da unidade que tem como integrantes o
ou ao Juiz das Execuções Criminais. Diretor da Unidade (presidente) , 2 (dois) Agentes
Penitenciários com larga experiência, além de um
Art. 28 - A Comissão Técnica de Classificação, para Psiquiatra, um Psicólogo e um Assistente Social.
obtenção de dados reveladores da personalidade dos A Comissão Técnica de Classificação possui a legítima
presos, poderá: função de elaborar o programa individualizador e de
I - Entrevistar pessoas; acompanhamento do preso. Isto depois de realizados os
II - Requisitar de órgãos públicos ou privados dados exames gerais e criminológicos no Centro de Observação.
e informações referentes ao preso; Na falta de Centro de Observação, permite a lei (art. 98 da
III - Realizar outras diligências e exames. LEP) que os exames sejam realizados no próprio presídio.

TÍTULO IV TÍTULO V
DAS FASES DA EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA DA DO INGRESSO, TRANSFERÊNCIA E
PENA SAÍDA DO PRESO

Art. 29 - As fases da execução administrativa da Art. 32 - O ingresso do preso condenado deverá se


pena serão realizadas através de estágios, respeitados os dar mediante apresentação da guia de recolhimento,
requisitos legais, a estrutura física e os recursos materiais expedida pela autoridade judiciária competente,
de cada unidade prisional. observando-se o disposto nos arts.105 a 107 da Lei
I - Primeira Fase - Procedimentos de inclusão e 7210/84 (Lei de Execuções Penais).
observação por prazo não superior a 60 (sessenta) dias,
realizado pelo Centro de Triagem e Observação Art. 33 - O ingresso do preso provisório se dará
Criminológica, e complementados pela Comissão Técnica através da apresentação dos seguintes documentos:
de Classificação da unidade recebedora; I - guia de recolhimento expedida pela autoridade
II - Segunda Fase - Desenvolvimento do processo da policial ou judiciária competente;
execução da pena compreendendo as várias técnicas II - comprovação de que o mesmo foi submetido a
promocionais e de evolução sócioeducativas. exame de corpo de delito;
Parágrafo único – A Secretaria da Justiça e Cidadania III - comprovante de identificação do preso junto à
elaborará Protocolo de Procedimentos Operacionais de Delegacia de Capturas;
Segurança Penitenciária, abrangendo, entre outras IV - Informação sobre os antecedentes criminais do
atividades e técnicas, uso de algemas; recebimento de preso, com cópia do auto de prisão em flagrante ou do
presos; padrão de vistorias e de revista pessoal; manuseio mandado de prisão judicial.
de equipamentos de segurança; controle de acesso de Parágrafo Único - Toda entrada, transferência ou
pessoas, veículos e materiais; emprego de armas letais e saída de preso de unidade deverá ser comunicada pela

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Direção a todos os juízos onde o mesmo responda a
procedimento criminal. Art. 39 - O preso que adentrar pela primeira vez na
Unidade cumprirá um período inicial considerado de
• COMENTÁRIOS: O ingresso do preso no sistema adaptação e observação, nunca superior a 60 (sessenta)
prisional exige certas formalidades uma delas é um dias, durante o qual será observado seu comportamento
documento que deve ser observado que é a guia de no Centro de Triagem e Observação Criminológica e
recolhimento (documento que dá início ao processo de posteriormente, pela Comissão Técnica de Classificação
execução) e que segundo o Regimento pode ser expedido da unidade recebedora.
pela Autoridade Policial (caso preso provisório) ou
judiciária competente (se preso condenado ou provisório). Art. 40 - Nos (10) dez primeiros dias do estágio de
A guia deve vir acompanhada de exame de corpo de delito adaptação o preso não poderá receber visitas de
bem como demais fichas e documentos formais da prisão. familiares e amigos, podendo somente receber seu
advogado ou Defensor Público.
Art. 34 - Na ocasião do ingresso no Sistema
Penitenciário, o preso se submeterá a revista pessoal e de Art. 41 - Durante o período de adaptação o preso
seus pertences, devendo, logo após, ser submetido a será classificado quanto ao grau de periculosidade,
higienização corpórea e substituição de seu vestuário pelo comportamento e antecedentes.
uniforme padrão adotado. • COMENTÁRIOS: Sempre que houver algum tipo de
movimentação de preso (entrada, transferência ou saída)
Art. 35 – No ingresso, o preso terá aberto, em seu entre os estabelecimentos deverá a Direção do
nome, um prontuário, devidamente numerado em ordem estabelecimento comunicar ao juiz responsável pelo
seriada, onde serão anotados, dentre outros, seus dados processo. Ao adentrar na unidade prisional o preso ganha
de identificação e qualificação, de forma completa, dia e um “número”, descrito num prontuário onde serão
hora da chegada, situação de saúde física e mental, anexadas todas as movimentações pertinentes ao preso,
aptidão profissional e alcunhas. alterações, será o histórico documentado do preso. Os
§1º - No prontuário ficarão arquivados todos os pertences trazidos pelos presos que não são autorizados
documentos relativos ao preso, inclusive certidão serão devidamente recolhidos e entregues ao setor de
atualizada de antecedentes criminais do juízo local, bem Gerência Administrativa da Unidade. Vale salientar que o
como do seu domicílio de origem; art. 40 não permite que nos primeiros dez dias o preso
§2º - A fotografia do preso será parte integrante do receba visita de familiares, somente do advogado ou
prontuário. Defensor Público.
§3º - Após a abertura do prontuário, o preso receberá
instruções a serem cumpridas, sobre as normas do DA TRANSFERÊNCIA
estabelecimento, sendo cientificado dos direitos e deveres
prescritos no presente Regimento, e da possibilidade de Art. 42 - A transferência do preso de uma unidade
acesso ao mesmo sempre que desejar. prisional para outra, dar-se-á, nas seguintes condições:
§4º - Em todas as dependências e acomodações das I - por ordem judicial;
unidades prisionais deverão afixar-se os direitos e deveres II - por interesse técnico-administrativo da admi-
dos presos, permanecendo o presente regimento nistração penitenciária;
acessível a todos sempre que desejarem consultar. III - a requerimento do interessado;
§5º - Os analfabetos serão instruídos oralmente. IV - por determinação do Secretário de Justiça e
Cidadania, mediante Relatório de Inteligência Prisional.
Art. 36 - Os pertences trazidos com o preso cuja
posse não for permitida serão inventariados e colocados §1º - A Comissão de Avaliação de Transferências e
em depósito apropriado no Setor da Gerência Gestão de Vagas – CATVA será formada por equipe
Administrativa da Unidade Prisional, mediante contra multidisciplinar e administrará o ingresso, reingresso e a
recibo, sendo entregues posteriormente aos seus transferência de presos nas unidades do sistema
familiares, ou a pessoa por ele indicada. penitenciário estadual, indicando a unidade para onde o
§1º - Os objetos de valor e joias serão recolhidos ao interno será encaminhado, devendo ser presidida pelo
Setor de Pecúlio, bem como importâncias em dinheiro Coordenador Adjunto da COSIPE, que executará,
serão depositadas em conta corrente do pecúlio privativamente, as atribuições previstas no inciso II do
disponível, com preenchimento dos respectivos recibos. Art. 16 do Decreto nº 27.385 de 02.03.2004.

Art. 37 - O preso será submetido a exames clínicos COMENTÁRIOS: Atenção o Coordenador Adjunto da
pelo Serviço de Saúde, devendo ser examinado por COSIPE, presidirá a CATVA.
médico, que fornecerá atestado sobre as condições físicas
apresentadas quando de sua chegada, e relacionará a §2º - A Comissão de Avaliação de Transferências e
necessidade de ingestão de medicamentos eventualmente Gestão de Vagas - CATVA será o órgão competente para
trazidos pelo preso, sob prescrição médica, bem como de a liberação de vagas para presos provisórios e
dieta diferenciada. condenados em presídios, casas de privação provisórias
de liberdade, penitenciárias, Casa do Albergado, Hospital
Art. 38 - Quando da impossibilidade de cumprir todas de Custódia e Manicômio Judiciário do Estado do Ceará,
as exigências enumeradas nos dispositivos anteriores, na vinculados a Comarca de Fortaleza, obedecendo os
data da inclusão, as mesmas poderão ocorrer nos três procedimentos contidos em Portaria específica,
dias úteis subsequentes.

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observando as avaliações realizadas pelo Centro de I - conveniente, por ser na região de residência ou
Triagem e Observação Criminológica. domicílio da família, devidamente comprovado;
§3º - Nos estabelecimentos prisionais não II - necessária a adoção de Medida Preventiva de
alcançados pelas atribuições da Comissão de Avaliação Segurança Pessoal, e a unidade prisional não dispuser de
de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA, a recurso para administrá-la.
regulamentação permanecerá determinada pelo presente Parágrafo único – O Diretor do estabelecimento
Regimento. ouvirá a manifestação da Chefia de Segurança e
Disciplina e do Serviço Social, devendo ser anexada
POR ORDEM JUDICIAL Certidão Carcerária contendo a data de entrada do preso,
o tempo de recolhimento e o seu comportamento
Art. 43 - A transferência provisória ou definitiva do carcerário, e encaminhará à CATVA para deliberação.
preso de uma unidade prisional para outra, por ordem
judicial, dar-se-á nas seguintes circunstâncias: Art. 46 – O pedido conterá:
I - por sentença de progressão ou regressão de I - petição assinada pelo requerente ou termo de
regime; declaração, onde justifique os motivos da pretensão;
II - para apresentação judicial dentro e fora da II- qualificação e extrato da situação processual do
Comarca; sentenciado;
III - para tratamento psiquiátrico, desde que haja III- informações detalhadas das condições de saúde,
indicação médica; trabalho, instrução e conduta prisional;
IV - em qualquer circunstância, mais adequada ao IV- manifestação do diretor da unidade prisional,
cumprimento da sentença, em outro Estado da Federação, sobre a conveniência ou não da transferência.
a juízo da autoridade judiciária competente.
Art. 47 - Quando ocorrer transferência temporária de
POR INTERESSE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO DA presos entre as unidades prisionais, deverá haver
ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA acompanhamento de informações referentes à disciplina,
saúde, execução da pena e visitas dos mesmos, a fim de
Art. 44 – O preso será transferido por interesse orientar procedimento na unidade de destino.
técnico-administrativo da administração penitenciária nas §1º - No caso de remoção definitiva, além das
seguintes circunstâncias: providências do caput deste artigo, o preso deverá ser
I - por solicitação do diretor da unidade, conforme acompanhado de seu prontuário e pertences pessoais.
indicação da Comissão Técnica de Classificação e demais
áreas de avaliação; Seção IV
II- no caso de doença, que exija tratamento hospitalar
do preso, quando a unidade prisional não dispuser de Por determinação do Secretário de Justiça e
infra-estrutura adequada, devendo a solicitação ser feita Cidadania, mediante Relatório de Inteligência
pela autoridade médica, ratificada pelo diretor da unidade; Prisional.
III - por interesse da Administração, com vistas a
preservação da segurança e disciplina. Art. 48 - Emergencialmente, a transferência se dará
IV - para preservação da segurança pessoal do por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania,
interno; através da COINT ou COSIPE.
V - a preservação de condições pessoais favoráveis à
individualização da execução penal; Parágrafo único – No prazo de 72 (setenta e duas)
VI - a preservação de laços afetivos entre o horas haverá formalização da transferência emergencial à
condenado e seus parentes; Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de
VII – para o exercício de atividades educacionais e/ou Vagas - CATVA, em relação aos estabelecimentos
laborativas. prisionais submetidos à sua atuação.

§1º - Compete à Coordenadoria do Sistema Penal, CAPÍTULO III


nas unidades não alcançados pelas atribuições da DA SAÍDA
Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de
Vagas, em caráter excepcional, e devidamente justificada, Art. 49 - A saída do preso da Unidade Prisional
determinar a transferência do preso, de uma a outra dar-se-á, nos seguintes casos:
unidade prisional. I - pelo término do cumprimento da pena,
§2º - A transferência de preso condenado ou devidamente reconhecido por sentença do Juízo das
provisório será, no prazo improrrogável de 24 (vinte e Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios;
quatro) horas, comunicada, respectivamente, ao juízo das II - em virtude de algum beneficio legal que lhe tenha
execuções penais ou ao juízo responsável pelo processo. sido concedido, sempre por ordem escrita da Autoridade
Judiciária competente.
A REQUERIMENTO DO INTERESSADO III - para atendimento de requisições administrativas
ou policiais, mediante escolta e autorização escrita do Juiz
Art. 45 – Fora das hipóteses que dependam de das Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios;
decisão judicial, o preso, seus familiares ou seu IV - para atendimento de requisições judiciais,
procurador poderão requerer sua transferência, ao diretor mediante escolta;
do estabelecimento respectivo, para unidade prisional do
mesmo regime quando:

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V - em caráter excepcional, mediante autorização da • Em caráter emergencial e nessa hipótese deve ser
Direção do Estabelecimento Prisional, nos casos e na apresentado relatório do setor de inteligência prisional.
forma estabelecidos nos artigos 120 e 121 da Lei de Muitas vezes o setor de inteligência pode interceptar
Execuções Penais. informações pertinentes à segurança do estabelecimento,
Parágrafo único – Nas saídas previstas nos incisos I e por exemplo risco de morte de algum recluso, situações de
II, será disponibilizado ao preso: resgate, perturbação da ordem e disciplina etc.

I. A entrevista de desligamento realizada • Compete a CATVA - COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DE


preferencialmente por psicólogo ou assistente social, TRANSFERENCIAS E GESTAO DE VAGAS a análise das
quando receberá aconselhamento e orientação, além do transferências no âmbito da SEJUS.
encaminhamento para a Coordenadoria de Inclusão Social
do Preso e do Egresso – CISPE, rede sócio-assistencial, Obs.: O preso poderá sair temporariamente do
de saúde e de educação; estabelecimento prisional mediante permissão concedida
II. orientação, preferencialmente pelo Defensor pelo Diretor do estabelecimento sob escolta para: (Ver art.
Público lotado na unidade, sobre as condições jurídicas às 120 Lei de Execuções Penais)
quais ficará submetido; I - falecimento ou doença grave do cônjuge,
III. vestimentas e condições de transporte para o companheira, ascendente, descendente ou irmão;
retorno à sua residência de forma digna, desde que II - necessidade de tratamento médico.
localizada no Estado do Ceará ou, em situações
excepcionais, a critério da Secretaria da Justiça e DOS DIREITOS, DOS DEVERES, DOS BENS,
Cidadania. REGALIAS E RECOMPENSAS.

• COMENTÁRIOS: 4 (Quatro) situações podem ocorrer no Art. 50 - São direitos comuns aos presos, além dos
tocante à transferência de presos: já previstos pela Constituição Federal, Pactos
Internacionais, Legislação Penal e Processual Brasileira,
I- Por ordem judicial (juiz determina a transferência); Lei de Execuções Penais e demais Leis, os seguintes:
I - preservação da individualidade, observando-se:
• Ex: casos de progressão de regime, o preso em regime a) chamamento nominal;
fechado de cumprimento de pena que sai de uma b) uso de número somente para qualificação em
penitenciária de segurança máxima para uma colônia documento da administração penal.
agrícola estabelecimento para semiaberto. Apresentação
judicial dentro ou fora da comarca. Presos com distúrbios II - atendimento pela Diretoria do Estabelecimento
psiquiátricos com a devida prescrição médica. Ou em e/ou demais funcionários;
casos em que o magistrado entenda que seu cumprimento III - prática religiosa;
de pena em outro estabelecimento pelas circunstâncias e IV- tratamento médico-hospitalar, psiquiátrico,
fundamentações se adequa melhor as finalidades da psicológico e odontológico gratuito, com os recursos
pena. humanos e materiais postos a sua disposição pela
Unidade onde se acha recolhido, sendo-lhes garantidos:
II- Interesse técnico administrativo (DIRETOR); a) obtenção de assistência médica pela rede
Municipal, Estadual e Federal, quando esgotados ou
• Há casos em que a ordem e disciplina são colocadas em inexistentes os recursos institucionais, de acordo com a
risco naquele ambiente prisional seja pelas desavenças disponibilidade dessas redes;
internas, por questões de desobediência, para resguardar b) a faculdade de contratar, através de familiares ou
a vida do preso ou outras que as diligências da gestão dependentes, profissionais médicos e odontológicos de
prisional identifica etc. Em caso de doenças que precisem confiança pessoal, a fim de orientar e acompanhar o
de um acompanhamento mais apurado que a unidade não tratamento que se faça necessário, observadas as normas
dispõe, por exemplo para solicitações de transferência legais e regulamentares vigentes;
para tratamento ambulatorial no hospital de custódia que V - frequência às atividades desportivas, de lazer e
aqui é o Otávio Lobo. culturais condicionadas à programação da Unidade, dentro
das condições de segurança e disciplina, obedecendo-se
III- A requerimento do interessado; os a seguinte regra:
a) a prática de esportes deverá ser realizada em
• Por ventura pode ocorrer que um preso esteja num local adequado, pelo período de 02:00 horas, pelo menos
estabelecimento prisional cumprindo pena distante de sua uma vez por semana, sem prejuízo das atividades
família, desta forma um princípio básico da Execução educacionais e laborativas da Unidade;
Penal pode ser afetado que é o da ressocialização pois a VI - contato com o mundo exterior e acesso aos
conservação dos laços familiares é fundamental nesse meios de comunicação social, por meio de:
processo. Sendo assim o preso pode requerer sua a) correspondência escrita com familiares e outras
transferência para um estabelecimento prisional mais pessoas, podendo ser suspenso ou restringido tal direito
próximo de sua família, outra hipótese pode ser por por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de
identificar inimigos na unidade em que se encontra cometimento de falta grave;
devendo resguardar sua vida em outra unidade etc. b) leitura de livros, jornais, revistas e demais
periódicos, desde que não contenham incitamento à
IV- Por determinação do Secretario de Justiça. subversão da ordem ou preconceito de religião, raça ou

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classe social e não comprometam a moral e os bons §1º - Os direitos previstos neste Regimento não
costumes; excluem outros decorrentes dos princípios por ele
c) programação da Rádio Livre; adotados.
d) acesso coletivo a programa de televisão; §2º - Nos casos de prisão de natureza civil, o preso
e) acesso a sessões cinematográficas, teatrais, deverá permanecer em recinto separado dos demais,
artísticas e socioculturais, de acordo com a programação aplicando-se, no que couber, as normas destinadas aos
da Unidade respectiva. presos provisórios.

VII - acomodação em celas ou alojamentos coletivos • COMENTÁRIOS: O preso adquiriu o status jurídico de
ou individuais, dentro das exigências legais, havendo sujeito de direitos. Trata-se de conquista histórica, obtida
trocas de roupas de uso pessoal, de cama, banho e graças ao desenvolvimento de princípios básicos como o
material de higiene, fornecidos pela Unidade Prisional ou da humanização das penas, dignidade da pessoa humana,
outros setores devidamente autorizados; que começou a firmar-se no primeiro quartel do século XX.
VIII - solicitar à Diretoria mudança de cela ou A pessoa presa deixou de ser vista como objeto da
pavilhão, que poderá ser autorizada após avaliação dos execução penal ou do processo. A principal consequência
motivos e da capacidade estrutural da Unidade; dessa condição para o condenado e para o preso
IX - peticionar à Direção do Estabelecimento e provisório foi a afirmação de suas respectivas
demais autoridades; humanidades, isto é, o reconhecimento de que são seres
X - receber visitas do cônjuge, da companheira, de humanos, todavia, presos, um status que lhes é
parentes e amigos em dias determinados, podendo ser inalienável, por mais abjeto que seja o crime praticado, por
suspenso ou restringido tal direito por ato motivado do mais repulsivo que seja o delito do qual o preso é
Diretor da Unidade, no caso de cometimento de falta acusado. A segunda consequência mais importante é a de
grave; que o preso passou a manter com o Poder Público que o
XI - proteção contra qualquer forma de custodia uma “relação jurídica de especial sujeição”, ou
sensacionalismo; seja, o preso tem direitos perante a administração
XII - receber atestado anual de pena a cumprir; carcerária e deveres que deve observar estando sujeito às
XIII - assistência jurídica integral desde sua inserção determinações da Administração Penitenciária.
no Sistema Penitenciário, prestada por advogado
constituído ou pela Defensoria Pública; XIV - Algumas garantias do preso inscritas no art. 5º da
entrevista reservada com seu advogado constituído ou Constituição Federal de 88:
Defensor Público, no parlatório, individualmente, nos dias “III - ninguém será submetido a tortura nem a
úteis e no horário de expediente da Unidade. tratamento desumano ou degradante;
XV - à presa, em caso de gravidez, são asseguradas: (...)
a) assistência pré-natal; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
b) alimentação apropriada desde a confirmação da condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
gravidez até o fim da amamentação; decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
c) internação, com direito a parto em hospital estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até
adequado, por meio de escolta; o limite do valor do patrimônio transferido;
d) condições para que possa permanecer com seu XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
filho pelo período mínimo de 120 dias após o nascimento, adotará, entre outras, as seguintes:
prorrogável por igual período, em local adequado, mesmo a) privação ou restrição da liberdade;
que haja restrição de amamentação; b) perda de bens;
e) condições para que possa permanecer com seu c) multa;
filho pelo período mínimo de 180 dias após o nascimento, d) prestação social alternativa;
prorrogável por igual período, após avaliação médica e de e) suspensão ou interdição de direitos;
assistente social, em local adequado, quando estiver
amamentando; XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
XVI - reabilitação das faltas disciplinares; termos do art. 84, XIX;
XVII - Em caso de falecimento, doenças, acidentes b) de caráter perpétuo;
graves ou transferência do preso para outro c) de trabalhos forçados;
estabelecimento, o Diretor comunicará imediatamente ao d) de banimento;
cônjuge ou, se for o caso, a parente próximo ou a pessoa e) cruéis;
previamente indicada;
XVIII - O preso será informado, imediatamente, do XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
falecimento ou de doença grave do cônjuge, companheira, distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
ascendente, descendente ou irmão, podendo ser permitida sexo do apenado;
a visita a estes, sob custódia; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à
XIX - Em caso de deslocamento do preso, por integridade física e moral;
qualquer motivo, deve-se evitar sua exposição ao público, L - às presidiárias serão asseguradas condições para
assim como resguardá-lo de insultos e da curiosidade que possam permanecer com seus filhos durante o
geral. período de amamentação;
XX - igualdade de tratamento, exceto quanto à (...)
individualização da pena. LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal;

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(...) X - zelar pelo asseio pessoal e assepsia da cela,
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito alojamento, corredores e sanitários;
ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade XI - submeter-se às normas contidas neste
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão Regimento Geral, referentes às visitas, orientando-as
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; nesse sentido;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se XII - submeter-se às normas, contidas neste
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz Regimento Geral, que disciplinam a concessão de saídas
competente e à família do preso ou à pessoa por ele externas previstas em lei:
indicada; XIII - submeter-se às normas contidas neste
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre Regimento Geral, que disciplinam o atendimento nas
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a áreas de:
assistência da família e de advogado; a) saúde;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos b) assistência jurídica;
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório c) psicológica;
policial; d) serviço social;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada e) diretoria;
pela autoridade judiciária; f) serviços administrativos em geral;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, g) atividades escolares, desportivas, religiosas, de
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem trabalho e de lazer;
fiança; h) assistência religiosa;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável XIV - devolver ao setor competente, quando de sua
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; saída ou da eventual transferência, os objetos fornecidos
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que pela unidade e destinados ao uso próprio;
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência XV - abster-se de desviar, para uso próprio ou de
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade terceiros, materiais dos diversos setores da Unidade
ou abuso de poder; Prisional;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro XVI - abster-se de negociar objetos de sua
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo propriedade, de terceiros ou do patrimônio do Estado;
fixado na sentença;”. XVII - abster-se da confecção e posse indevida de
Tais garantias, por possuírem nível constitucional, instrumentos capazes de ofender a integridade física de
compõem a mais alta esfera de direitos no Brasil. Além outrem, bem como daqueles que possam contribuir para
dessas garantias, existem outras, decorrentes de tratados ameaçar, ou obstruir a segurança das pessoas e da
internacionais dos quais o Brasil é signatário e que Unidade Prisional;
possuem nível constitucional, também no Código Penal, XVIII - abster-se de uso e consumo de bebida
no Código Processual Penal, Lei de Execução Penal e no alcoólica ou de substância que possa causar embriaguez
âmbito Estadual o Regimento Geral. Também em tema de ou dependência física, psíquica ou química;
direitos do preso, a interpretação que se deve buscar é a XIX - abster-se de transitar ou permanecer em locais
mais ampla no sentido de que tudo aquilo que não não autorizados pela Direção da Unidade.
constitui restrição legal decorrente da particular condição XX - abster-se de dificultar ou impedir a vigilância;
do sentenciado, permanece como direito seu. XXI - abster-se de quaisquer práticas que possam
causar transtornos aos demais presos, bem como
CAPÍTULO II prejudicar o controle de segurança, a organização e a
DOS DEVERES DOS PRESOS disciplina;
XXII - acatar a ordem de contagem da população
Art. 51 - São deveres dos presos, além dos previstos carcerária, respondendo ao sinal convencionado da
na legislação pátria: autoridade competente para o controle da segurança e
I - respeito às autoridades constituídas, funcionários disciplina;
e companheiros presos; XXIII - abster-se de utilizar quaisquer objetos, para
II - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da fins de decoração ou proteção de vigias, portas, janelas e
sentença; paredes, que possam prejudicar o controle da vigilância;
III - informar-se das normas a serem observadas na XXIV - abster-se de utilizar sua cela como cozinha;
Unidade Prisional, respeitando-as; XXV - submeter-se à requisição das autoridades
IV - acatar as determinações legais solicitadas por judiciais, policiais e administrativas;
qualquer funcionário no desempenho de suas funções; XXVI - submeter-se à requisição dos profissionais de
V - manter comportamento adequado em todo o qualquer área técnica para exames ou entrevistas;
decurso da execução da pena, progressiva ou não; XXVII - submeter-se às condições estabelecidas para
VI - submeter-se à sanção disciplinar imposta; uso de aparelho de rádio e/ou aparelho de TV;
VII - Conduta oposta aos movimentos individuais e XXVIII - submeter-se às condições de uso da
coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou a disciplina; biblioteca do estabelecimento, caso haja, e de livros de
VIII - zelar pelos bens patrimoniais e materiais que lhe sua propriedade;
forem destinados, direta ou indiretamente; XXIX - submeter-se às condições estabelecidas para
IX - ressarcir o Estado e terceiros pelos danos as práticas desportivas e de lazer;
materiais a que der causa, de forma culposa ou dolosa; XXX - submeter-se às condições impostas para
quaisquer modalidades de transferências e remoção de

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ordem judicial, técnico-administrativa e a seu
requerimento; SEÇÃO I
XXXI - submeter-se aos controles de segurança DAS RECOMPENSAS
impostos pelos Agentes Penitenciários ou outros agentes
públicos incumbidos de efetuar a escolta externa. Art. 54 - As recompensas têm em vista o bom
comportamento reconhecido em favor do preso
• COMENTÁRIOS: Paralelamente aos direitos caminham sentenciado ou do preso provisório, de sua colaboração
os deveres que devem ser observados sob pena de com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.
macular a certidão carcerária do preso ou possivelmente
ter alguns direitos suspensos ou restringidos, os deveres Art. 55 - São recompensas:
estão descritos em rol taxativo. I - o elogio;
O sujeito recolhido no estabelecimento prisional, II - a concessão de regalias.
sendo mantido pelo Estado deve observar regras
pertinentes a sua condição, tais como bom Art. 56 - Será considerado para efeito de elogio a
comportamento, pois do contrário viola os princípios e prática de ato de excepcional relevância humanitária
finalidades da pena de prisão, deve ainda trabalhar, limpar ou do interesse do bem comum, por portaria do diretor
sua cela, indenizar a vítima de sua infração penal, um da unidade prisional, devendo constar do prontuário
extenso rol de deveres encontramos no art. 51. do condenado.

CAPÍTULO III SEÇÃO II


DOS BENS E VALORES PESSOAIS DAS REGALIAS

Art. 52 - A entrada de bens de qualquer natureza Art. 57 - Constituem regalias, concedidas aos
obedecerá aos seguintes critérios: presos em geral, dentro da Unidade Prisional:
I - em se tratando daqueles permitidos, os mesmos I - visitas íntimas;
deverão ser revistados e devidamente registrados em II - assistir coletivamente sessões de cinema, teatro,
documento específico: shows e outras atividades sócio-culturais, fora do horário
a) a entrada de bens perecíveis, em espécie e normal em épocas especiais;
manufaturados, terá sua quantidade devidamente III - assistir coletivamente sessões de jogos
regulada; esportivos em épocas especiais, fora do horário normal;
b) os bens não perecíveis serão analisados pela IV - participar de atividades coletivas, além da escola
unidade prisional quanto à sua necessidade, conveniência e trabalho, em horário pré-estabelecido de acordo com a
e quantidade; Unidade do Sistema e Direção;
II - Em se tratando de bens de consumo e V - participar em exposições de trabalho, pintura e
patrimoniais trazidos por presos acompanhados ou não de outros, que digam respeito às suas atividades;
funcionário, quando das saídas externas autorizadas, VI - visitas extraordinárias devidamente autorizadas
serão analisados. No caso de não se comprovar a origem pela direção se comprovada sua necessidade e
será lavrado comunicado do evento, sem prejuízo de relevância.
outras medidas cabíveis;
III - Quando do ingresso de bens e valores através de Art. 58 - Poderão ser acrescidas outras regalias de
familiares e afins, serão depositados no setor competente, forma progressiva, acompanhando as diversas fases e
mediante inventário e contra recibo: regimes de cumprimento da pena;
a) o saldo em dinheiro e os bens existentes serão
devolvidos no momento em que o preso seja libertado; Art. 59 - O preso no regime semi-aberto poderá ter
b) no caso de transferência do preso, os valores e outras regalias, a critério da direção da unidade visando
bens serão encaminhados à unidade de destino. sua reintegração social;

Art. 53 - Em caso de falecimento do preso, os valores Art. 60 - As regalias poderão ser suspensas ou
e bens a este pertencentes, devidamente inventariados, restringidas, por cometimento de falta disciplinar de
serão entregues aos familiares, atendidas as disposições qualquer natureza ou por ato motivado da direção da
legais pertinentes Unidade Prisional.

COMENTÁRIOS: Quanto aos bens que portam ao • COMENTÁRIOS: As recompensas tem em vista o bom
adentrar no Estabelecimento Prisional como objetos, bens comportamento do encarcerado, a mesma visa dar ao
e valores pelos presos, por familiares e afins, devem ser preso condições favoráveis de se adaptar melhor ao
depositados na área competente, mediante inventário e convívio social oferecendo-lhe algumas regalias que
contra recibo e nos casos que couber, apresentação da outros presos não tem, pois o mesmo é colaborador da
respectiva nota fiscal, em nome do familiar, ou da pessoa disciplina e tem dedicação ao trabalho devendo por isso
devidamente cadastrada no rol de visitas. ser reconhecido seu esforço.
Com relação ao saldo em dinheiro e os objetos e
1
bens existentes devem ser devolvidos no momento em Obs. : Observe que o art. 57 classifica como regalia a
que o preso for libertado. Em caso de transferência do visita intima e o art. 154 classifica como um direito,
preso, objetos, bens e valores devem ser encaminhados à aparentemente ambígua a literalidade da norma.
unidade prisional de destino. É simples o que é dele é dele
e irá com ele ou com seus familiares.

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Obs.²: a Lei de Execução Penal ao também definir como Art. 66 - Às faltas leves e médias, poderão ser
direito não especifica “visita intima” o texto do art. 41, X da aplicadas as sanções previstas nos incisos I, II, III do
LEP apenas diz visita. artigo anterior.

Art. 67 - Às faltas graves, aplicam-se as sanções


TÍTULO VII previstas nos incisos IV e V do artigo 65 deste Regimento
DA DISCIPLINA E DAS FALTAS DISCIPLINARES Geral, não podendo qualquer delas exceder a 30 (trinta)
dias.
Capítulo I §1º - O isolamento será sempre comunicado ao
Juízo da Execução.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS §2º - A autoridade administrativa poderá decretar o
isolamento preventivo do faltoso pelo prazo máximo de 10
Art. 61 - No aspecto administrativo-disciplinar, este (dez) dias, no interesse da disciplina e da averiguação do fato.
Regimento aplicasse aos presos de ambos os sexos §3º - O tempo de isolamento preventivo será computado
recolhidos na mesma ou em Unidades Prisionais diversas. no período de cumprimento da sanção disciplinar.

Art. 62 - Todos os presos da Unidade Prisional serão Art. 68 - Aplica-se o Regime Disciplinar Diferenciado,
cientificados das normas disciplinares, no momento de seu na hipótese de falta grave consistente na prática de crime
ingresso na mesma. doloso que ocasione subversão da ordem ou disciplina
interna, e tem as seguintes características:
Art. 63 - As normas deste Regimento serão aplicadas I - duração máxima de trezentos e sessenta dias,
aos presos, quer dentro do estabelecimento prisional e sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
sua extensão, quer quando estiverem em trânsito ou em de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena
execução de serviço externo. aplicada;
II - recolhimento em cela individual;
• COMENTÁRIOS: As normas do regimento aplicam-se a III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar os
todos os recolhidos no sistema prisional, homens e filhos menores de quatorze anos, com duração de duas
mulheres e em todos os estabelecimentos prisionais do horas;
Estado como também em sua extensão. No momento da IV - o preso terá direito à saída da cela por duas
entrada dos apenados, reeducandos, presos ou reclusos, horas diárias para banho de sol.
devem ser certificados das normas pertinentes no §1º - O regime disciplinar diferenciado também
estabelecimento. poderá abrigar presos provisórios ou condenados que
apresentem alto risco para a ordem e a segurança do
Capítulo II Presídio ou da sociedade.
DA DISCIPLINA §2º - Estará igualmente sujeito ao regime
disciplinar diferenciado o preso provisório ou
Art. 64 - A ordem e a disciplina serão mantidas com condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de
firmeza, sem constrangimento, sem impor maiores envolvimento ou participação, a qualquer título, em
restrições que as necessárias para manter a segurança e organizações criminosas, quadrilha ou bando.
a boa organização da vida em comum, visando o retorno §3º - A inclusão de preso no regime disciplinar
satisfatório do preso a sociedade. diferenciado deverá ser requerida, apos deliberação da
Parágrafo único - A disciplina, a hierarquia, a comissão disciplinar, por meio de parecer circunstanciado,
fraternidade e a civilidade são requisitos importantes para pelo Diretor da Unidade ao Juízo competente, sendo
o aprimoramento físico, mental e espiritual na busca da imprescindível a decisão fundamentada da autoridade
construção de um futuro melhor para o preso. judiciária para a imposição de tal sanção.

Art. 65 - Os atos de indisciplina serão passíveis das Art. 69 - A suspensão e restrição de regalias poderão
seguintes penalidades: ser aplicadas isoladas ou cumulativamente, na prática de
I - advertência verbal; faltas de qualquer natureza.
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de regalias; Art. 70 - Pune-se a tentativa com a sanção
IV - suspensão ou restrição de direitos, observadas correspondente à falta consumada.
as condições previstas no incisos XIII e XIV do artigo 50 • COMENTÁRIOS: Os presos estão sujeitos à disciplina,
do presente regimento; que consiste na obediência às normas e determinações
V - isolamento em local adequado; estabelecidas por autoridade competente e no respeito às
VI - inclusão no regime disciplinar diferenciado, autoridades e seus agentes no desempenho de suas
mediante decisão fundamentada do juízo competente. atividades funcionais. A ordem e a disciplina serão
§1º - Advertência verbal é a punição de caráter mantidas pelos servidores do estabelecimento por
educativo, aplicado às infrações de natureza leve, e se intermédio dos meios legais e regulamentares adequados.
couber as de natureza média; As normas devem ser impostas com firmeza, porém sem
§2º - Repreensão é a sanção disciplinar na forma constrangimento. A violação de deveres pode acarretar
escrita, revestida de maior rigor no aspecto educativo, suspensão ou restrição de direitos como ocorre na
aplicável em casos de infração de natureza média, bem recreação, trabalho, descanso, visitas, correspon-dência,
como os reincidentes de natureza leve. leitura desde que o ato seja motivado pela autoridade
administrativa que é o Diretor.

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• Grande importância nesse tema é o tempo de isolamento XVI - remeter correspondência, sem registro regular
(preventivo) que poderá a autoridade administrativa pelo setor competente;
decretar que será no máximo até 10 (dez) dias, devendo XVII - desobedecer aos horários regulamentares;
sempre comunicar ao Juízo da Execução tal ato. Para que XVIII - descumprir as prescrições médicas;
a sanção ultrapasse esse período dependerá de decisão XIX - lavar ou secar roupa em locais não ermitidos;
do Juiz das Execuções. O isolamento, a suspensão e a XX - fazer refeições em local e horário não
restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, permitidos;
ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado XXI - conversar através de janelas, guichê da cela ou
que poderá ter duração de até 360 (trezentos e sessenta de setor de trabalho ou em local não apropriado;
dias) renovável por igual período. XXII - mostrar displicência no cumprimento do sinal
• Considerações sobre o RDD inciso VI do art 65: O convencional de recolhimento ou formação;
Regime Disciplinar Diferenciado é uma modalidade de XXIII - fumar em local ou horário não permitido.
sanção disciplinar que foi criada após uma série de XXIV - proferir palavras de baixo calão ou faltar com
rebeliões ocorridas nos presídios de São Paulo no ano de preceitos de educação;
2001, com previsão na lei 10.792/03 que alterou o art. 52 XXV - dirigir-se, referir-se ou responder a qualquer
da Lei de Execuções Penais. pessoa de modo desrespeitoso;
XXVI - tocar instrumentos musicais fora dos locais e
IMPORTANTE: NÃO É REGIME DE CUMPRIMENTO horários permitidos pela autoridade competente
DE PENA, e sim uma sanção disciplinar, é a sanção
disciplinar mais drástica. SEÇÃO II
DAS FALTAS DE NATUREZA MÉDIA
DAS FALTAS DISCIPLINARES (art. 71-74)
Art. 73 - Considera-se falta disciplinar de natureza
média:
Art. 71 - As faltas disciplinares segundo sua natureza
I - utilizar-se do anonimato para fins ilícitos ou
classificam se em:
causando embaraços à administração;
I - leves;
II - provocar direta ou indiretamente alarmes
II - médias;
injustificados;
III - graves.
III - deixar, sem justo motivo, de responder às revistas
Parágrafo único - O disposto neste capítulo aplica-se,
ou reuniões em horários pré-estabelecidos, ou aquelas
no que couber, ao preso provisório.
para as quais ocasionalmente for determinado;
IV - atrasar-se o interno do regime aberto e semi-
SEÇÃO I
aberto, para o pernoite;
DAS FALTAS DISCIPLINARES DE NATUREZA LEVE
V - atrasar-se, sem justo motivo, o interno do regime
semiaberto quando do seu retomo ao Estabelecimento
Art. 72 - Considera-se falta disciplinar de natureza leve:
Penal no caso de saídas temporárias autorizadas;
I - manusear equipamento de trabalho sem
VI - envolver, indevidamente, o nome de outrem para
autorização ou sem conhecimento do encarregado,
se esquivar de responsabilidade;
mesmo a pretexto de reparos ou limpeza;
VII - portar-se de modo indisciplinado ou
II - adentrar em cela ou alojamento alheio, sem
inconveniente quando das revistas e conferências
autorização;
nominais;
III - desatenção em sala de aula ou no trabalho;
VIII - promover ou concorrer para a discórdia e
IV - permutar, penhorar ou dar em garantia objetos de
desarmonia entre os internados, ou cultivar inimizades
sua propriedade a outro preso sem prévia comunicação da
entre os mesmos;
direção da unidade respectiva;
IX - portar-se de modo inconveniente, provocando
V - utilizar-se de bens de propriedade do Estado, de
outros internos através de brincadeiras de cunho
forma diversa para a qual recebeu;
pernicioso ou sarcástico;
VI - executar, sem autorização, o trabalho de outrem;
X - apresentar, sem fundamento ou em termos
VII - responder por outrem às chamadas
desrespeitosos, representação ou petição;
regulamentares;
XI - recriminar ou desconsiderar ato legal de agente
VIII - ter posse de papéis, documentos, objetos ou
da administração da unidade respectiva;
valores não cedidos e não autorizados pela Unidade
XII - deixar de realizar a faxina do xadrez, alojamento,
Prisional;
banheiro ou corredores, cuja atribuição lhe esteja a cargo,
IX - descuidar da higiene pessoal;
ou fazê-lo com desídia;
X - estar indevidamente trajado;
XIII - transitar pelos corredores dos alojamentos ou
XI - proceder de forma grosseira ou discutir com outro
das celas despido ou em trajes sumários;
preso;
XIV - deixar de fazer uso do uniforme sem
XII - usar material de serviço para finalidade diversa
autorização;
da qual foi prevista;
XV - fazer qualquer tipo de adaptação nas instalações
XIII - deixar de frequentar, sem justificativa, as aulas
elétricas ou hidráulicas da Unidade, sem a devida
do curso em que esteja matriculado;
autorização;
XIV - sujar pisos, paredes ou danificar objetos que
XVI - concorrer para que não seja dado cumprimento
devam ser conservados;
a qualquer ordem legal, tarefa ou serviço, bem como,
XV - portar ou manter na cela ou alojamento, material
concorrer para que seja retardada a sua execução;
de jogos não permitidos;
XVII - interferir na administração ou execução de
qualquer tarefa sem estar para isto autorizado;

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XVIII - simular doença para esquivar-se do XLI - usar de ardil para auferir benefícios, induzindo a
cumprimento de qualquer dever ou ordem legal recebida; erro qualquer pessoa;
XIX - introduzir, transportar, guardar, fabricar, possuir XLII - favorecer a prostituição ou a promiscuidade de
bebidas alcoólicas ou qualquer outra substância que parentes e demais visitantes.
cause efeitos similares aos do álcool, ou mesmo ingerir
tais substâncias, ou concorrer, inequivocamente, para que
outrem o faça;
XX - introduzir, guardar ou possuir remédios, sem a
devida autorização da Direção da Unidade;
XXI - solicitar ou receber de qualquer pessoa,
vantagem ilícita pecuniária ou em espécie;
XXII - praticar atos de comércio de qualquer natureza, SEÇÃO III
sem a devida autorização, com outros internos, DAS FALTAS DE NATUREZA GRAVE
funcionários ou civis;
XXIII - manusear equipamento ou material de trabalho Art. 74 - Comete falta disciplinar de natureza grave o
sem autorização ou sem conhecimento da administração, preso que:
mesmo a pretexto de reparos ou limpeza; I - incitar ou participar de movimento para subverter a
XXIV - apropriar-se ou apossar-se, sem autorização, ordem ou a disciplina;
de material alheio; II - fugir;
XXV - destruir dolosamente, extraviar, desviar ou III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de
ocultar objetos sob sua responsabilidade, fornecidos pela ofender a integridade física de outrem;
administração; IV - provocar acidente de trabalho;
XXVI - fabricar qualquer objeto ou equipamento sem V - descumprir, no regime aberto, as condições
a devida autorização, ou concorrer para que outrem impostas;
incorra na mesma conduta; VI - desobedecer ao servidor ou desrespeitar a
XXVII - utilizar material, próprio ou do Estado, para qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
finalidade diversa para a qual foi prevista, causando ou VII - não executar o trabalho, as tarefas ou as ordens
não prejuízos ao erário; recebidas;
XXVIII - portar, confeccionar, receber, ter VIII - descumprir, injustificadamente, o condenado à
indevidamente, em qualquer lugar do Estabelecimento pena restritiva de direitos, a restrição imposta, ou retardar
Penal, objetos passíveis de utilização em fuga; o cumprimento;
XXIX - permanecer o interno, em dias de visitação, na IX - introduzir, receber, vender, fornecer, ainda
área destinada à circulação de pessoas, sem que para isto que gratuitamente, fazer uso, ter em depósito,
esteja autorizado ou acompanhado de seus visitantes, transportar, trazer consigo, guardar ou emprestar
exceto para responder à chamada nominal ou efetuar suas telefone celular ou aparelho de comunicação com o
refeições; meio exterior, seus componentes ou acessórios;
XXX - permitir o interno que seus visitantes, sem
autorização de autoridade competente, ingressem nos • COMENTÁRIOS: 3 (três) São as modalidades de faltas
alojamentos ou celas ou acessem local não permitido; previstas, graves (9) , médias (42) e leves (26). A Lei de
XXXI - comportar-se, quando em companhia de sua Execução Penal elenca as faltas de natureza grave, e
esposa, companheira ou diante de outros visitantes, de delega aos Estados a normatização das faltas de natureza
forma desrespeitosa; médias e leves.
XXXII - tomar parte em jogos proibidos ou em aposta
ilícitas; Art. 49. LEP, As faltas disciplinares classificam-se em
XXXIII - permanecer em alojamento diferente do seu, leves, médias e graves. A legislação local especificará
sem a devida autorização da Administração ou o as leves e médias, bem assim como as respectivas
consentimento de integrante do local; XXXIV - transitar sanções.
indevidamente por locais não permitidos ou em desacordo • IMPORTANTE: a falta grave pode gerar: revogação de
com o respectivo estágio em que se encontra; benefícios, regressão de regime, perda de parcela dos
XXXV - comunicar-se, de qualquer forma, com dias remidos, suspensão ou restrição de visitas etc...
internos em regime de isolamento celular ou entregar aos OBS.¹: De acordo com o entendimento do STJ e STF
mesmos quaisquer objetos sem autorização da a posse de chip´s de aparelho telefone celular configura
administração; falta grave (interpretação teleológica da norma).
XXXVI - promover barulho no interior do alojamento, Segundo entendimento adotado pelo Superior
celas ou seus corredores, durante o repouso noturno, ou Tribunal de Justiça, após o advento da Lei nº 11.466/2007
ainda, a qualquer hora, fazê-lo de forma a perturbar a a posse de aparelho celular, bem como de seus
ordem reinante; componentes essenciais, tais como chip, carregador ou
XXXVII - disseminar boato que possa perturbar a bateria, constitui falta disciplinar de natureza grave.
ordem ou a disciplina, caso não chegue a constituir crime;
XXXVIII - dificultar a vigilância ou prejudicar o serviço OBS.²: Posse de droga para consumo próprio
da guarda em qualquer dependência da Unidade; também configura falta grave, entendimento STF e STJ.
XXXIX - praticar autolesão com finalidade de obter
regalias; OBS.³: Súmula 526 STJ - O reconhecimento de falta
XL - praticar fato previsto como crime culposo ou grave decorrente do cometimento de fato definido como
contravenção, independentemente da ação penal; crime doloso no cumprimento da pena prescinde do

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trânsito em julgado de sentença penal condenatória no Ex.: Preso flagrado na posse de aparelho celular, Diretor
processo penal instaurado para apuração do fato. fundamenta o isolamento preventivo na falta grave
prevista no art. 50, inc. VII da LEP, C/C art. 74 inc. IX do
A prática de fato previsto como crime doloso por si só Regimento Geral.
já configura a falta grave, respeitados os procedimentos
administrativos. IMPORTANTE: Toda prorrogação do prazo
estabelecido à autoridade administrativa de 10 (dez)
- Súmula 533 STJ - Para o reconhecimento da prática dias para o isolamento preventivo só poderá ser
de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é autorizado pela Autoridade Judiciária (Juiz) caso seja
imprescindível a instauração de procedimento necessário.
administrativo pelo diretor do estabelecimento
prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado
por advogado constituído ou defensor público nomeado.

DAS ATENUANTES E AGRAVANTES (art. 75-76) Capítulo I


SEÇÃO IV TÍTULO VIII
DAS ATENUANTES E DAS AGRAVANTES
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR, DA SANÇÃO E DA
Art. 75 - São circunstâncias atenuantes na aplicação REABILITAÇÃO (art. 78-92)
das penalidades disciplinares:
I - primariedade em falta disciplinar; Art. 78 - Cometida a infração, o preso será conduzido
II - natureza e circunstância do fato; ao setor de disciplina, para o registro da ocorrência, que
III - bons antecedentes prisionais; conterá nome e matrícula dos servidores que dela tiveram
IV - imputabilidade relativa atestada por autoridade conhecimento, os dados capazes de identificar as pessoas
médica competente; ou coisas envolvidas, local e hora da mesma, rol de
V - confessar, espontaneamente a autoria da falta testemunhas, a descrição clara, concisa e precisa do fato,
ignorada ou imputada a outrem; bem como as alegações do faltoso, quando presente, ao
VI - ressarcimento dos danos materiais. ser interpelado pelo(s) signatário(s) das razões da
Art. 76 - São circunstâncias agravantes, na aplicação transgressão, sem tecer comentários ou opiniões
das referidas penalidades: pessoais, e outras circunstâncias.
I - reincidência em falta disciplinar; §1º - A ocorrência será comunicada imediatamente
II - prática de falta disciplinar durante o prazo de ao diretor da unidade prisional, para que, no prazo de 03
reabilitação de conduta por sanção anterior; (três) dias, contados da constatação ou conhecimento do
fato, seja iniciado o procedimento disciplinar.
• COMENTÁRIOS: Atenuantes e agravantes são Art. 79 - O conselho disciplinar realizará as
circunstâncias que aumentam ou diminuem a pena, essas diligencias indispensáveis à precisa elucidação do fato,
circunstâncias juntam- se ao fato e lhe acrescentam uma inclusive solicitação de perícia técnica, quando necessário,
maior ou menor reprovabilidade da conduta. para formar seus elementos de convicção.
Art. 80 - Será propiciado ao detento submetido a
DAS MEDIDAS CAUTELARES (art. 77) julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo direito
de defesa, seja por advogado constituído ou por Defensor
Art. 77 - O diretor da Unidade Prisional poderá Publico lotado na Unidade Prisional respectiva.
determinar, por ato motivado, como medida cautelar, o
isolamento do preso, por período não superior a 10 (dez) ATENÇÃO: ART 80 ALTERADO PELA PORTARIA
dias, quando: 225/15 DE 14/04/15 DOE-CE-SEJUS, PASSANDO A
I - pesem contra o preso informações, devidamente VIGORAR COM A SEGUINTE REDAÇÃO:
comprovadas, de que estaria preste a cometer infração
disciplinar de natureza grave; “Art. 80 - Será propiciado ao detento submetido a
II - pesem contra o preso, informações devidamente julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo direito
comprovadas, de que estaria ameaçada sua integridade de defesa, seja por Defensor Público ou por Advogado
física; constituído ou nomeado para o ato.
III - a requerimento do preso, que expressará a §1º - Caso não possua advogado constituído ou não
necessidade de ser submetido a isolamento cautelar, saiba declinar os dados necessários para a intimação do
como medida de segurança pessoal. mesmo, na data da audiência de instrução e julgamento, o
Parágrafo Único - Em caso de necessidade, o prazo faltoso será assistido pelo Defensor Publico lotado na
estabelecido no caput deste artigo poderá, a pedido da Unidade Prisional respectiva.
direção da unidade respectiva, ser prorrogado por igual §2º - Caso não haja Defensor Público lotado na
período pela autoridade judiciária competente Unidade Prisional respectiva, deverá ser intimado para o
ato o Defensor Público lotado na Vara de Execuções
• COMENTÁRIOS: A medida cautelar de isolamento do Criminais com jurisdição sobre a referida Unidade.
preso não pode ser superior a 10 (dez) dias, devendo esse Art. 81 - Ao preso será dado conhecimento prévio da
ato ser motivado (causa ou fundamento) pelo Diretor acusação.
evitando assim possíveis abusos de poder.

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Art. 82 - O Conselho Disciplinar ouvirá, no mesmo III - encaminhamento de cópia da sindicância ao Juiz
ato, primeiramente o ofendido e testemunhas, se das Execuções e Corregedor dos Presídios e ao Conselho
houverem, e por último o preso, de tudo lavrando-se o Penitenciário do Estado do Ceará;
termo respectivo. IV - comunicação à autoridade policial competente,
quando o fato constituir ilícito penal;
Art. 83 - Concluídas as oitivas necessárias, ato V - arquivamento em prontuário penitenciário.
contínuo, será facultado à Defesa, manifestação oral, que
será tomada por termo, pelo tempo de 15 (quinze) minutos. Art. 91 - Durante todo o período de cumprimento de
Art. 84 - Finda a instrução, passa-se imediatamente sua pena, o preso poderá pedir a revisão da punição
ao julgamento acerca da culpabilidade ou inocência do sofrida, desde que comprove o surgimento de fato novo,
faltoso, bem como acerca da natureza da falta disciplinar a não apreciado por ocasião do anterior julgamento.
ele imputada, o que deverá ser registrado na ata
respectiva, que será assinada por todos os presentes. Art. 92 - A execução da sanção disciplinar será
suspensa quando desaconselhada pela unidade de saúde
Art. 85 - Caso seja o detento considerado culpado do Estabelecimento Prisional. Parágrafo único - Uma vez
pela transgressão disciplinar a ele imputada, adotará o cessada a causa que motivou a suspensão, a execução
Conselho Disciplinar uma das seguintes medidas: será iniciada ou terá prosseguimento.
I - Tratando-se de faltas de natureza leve ou média,
remeterá os autos respectivos ao Diretor do • COMENTÁRIOS: Como já foi dito a disciplina consiste na
Estabelecimento que aplicará a sanção correspondente, colaboração com a ordem, na obediência às
no prazo de 02 (dois) dias; determinações das autoridades e no desempenho do
II - Tratando-se de falta grave a aplicação de sanção trabalho.
será de competência do Conselho Disciplinar, por ato de
seu presidente, no mesmo prazo acima citado.
• COMENTÁRIOS: ATENÇÃO: Após a edição da portaria
225/2015 mais precisamente em seu Art. 19, IX (XXI), IMPORTANTE: Vale salientar a observância ao princípio
entendemos que tal alteração revogou implicitamente o da legalidade, ou seja, só pode ser considerada infração
inciso II do Art. 85. aquela que estiver prevista em lei ou regulamento antes
da data do fato. Ex. Preso flagrado bêbado foi aplicado ao
Art. 86 - Em sendo o preso julgado inocente das mesmo falta grave, existirá ai uma ausência de previsão
imputações que lhe foram feitas, serão os autos no rol taxativo da norma. Jurisprudência abaixo:
respectivos encaminhados ao Diretor do Estabelecimento,
a fim de que seja por este determinado seu imediato EMENTA: AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL -
arquivamento. EMBRIAGUEZ - FALTA GRAVE NÃO CARACTERIZADA -
Art. 87 - Concluído o julgamento respectivo será dada REGRESSÃO DE REGIME. INADMISSIBILIDADE -
ciência ao preso envolvido e ao seu defensor. AGRAVO DESPROVIDO. A conduta do agravante de se
apresentar embriagado, embora consista em
Art. 88 - O preso poderá solicitar pessoalmente, ou comportamento irregular, não pode gerar a regressão de
através de seu patrono, reconsideração do ato punitivo, no regime ou indeferir o livramento condicional, pois não está
prazo de 08 (oito) dias úteis, contados a partir da data em elencada no rol taxativo das infrações disciplinares
que a decisão lhe haja sido comunicada, nas seguintes previstas no art. 50 da LEP. (Agravo em Execução Penal
hipóteses: 1.0143.07.015622-7/001, Relator (a): Des.(a) Paulo Cézar
I - quando não tiver sido unânime a decisão do Dias, 3ª CÂMARA CRIMINAL-MG, julgamento em
Conselho Disciplinar; 19/02/2013, publicação da sumula em 26/02/2013)
II - quando a decisão do Conselho Disciplinar tiver
sido manifestamente contrária às provas existentes nos • O Diretor que também é detentor do poder disciplinar
autos respectivos; deve dar inicio a procedimento administrativo disciplinar
III - quando a sanção aplicada estiver em desacordo em até 3 (três) dias da ocorrência do fato (art. 78, § 1º)
com a Lei. para se verificar as possíveis faltas cometidas,
obedecendo sempre o contraditório e ampla defesa
Parágrafo Único - o pedido será dirigido à autoridade (advogado particular ou defensor público) .
que aplicar a sanção disciplinar.
• Diligências devem ser feitas pelo Conselho Disciplinar
Art. 89 - O pedido de reconsideração, uma vez para apuração do fato, oitiva do ofendido, das
apreciado pela autoridade competente, deverá ser testemunhas, colheita de provas, documentação
despachado no prazo de 08(oito) dias de seu recebimento, probatória, fotos etc. tudo com vistas a identificar a autoria
dele não cabendo recurso administrativo. da infração administrativa e lançar parecer opinativo
destinado ao Diretor da Unidade. Caso seja decretada a
Art. 90 - Após tornar-se definitivo o ato punitivo, o falta grave o diretor deve comunicar ao Juiz das
Diretor da unidade prisional determinará as seguintes Execuções e Corregedoria dos Presídios e onde os
providências: mesmos respondam a processos criminais.
I - ciência ao preso envolvido e ao seu defensor;
II - registro em ficha disciplinar; DA CLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA E DA
REABILITAÇÃO

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Art. 100 - O cometimento da falta disciplinar de
Capítulo II qualquer natureza, durante o período de reabilitação
acarretará a imediata anulação do tempo de reabilitação
Art. 93 - A classificação do preso far-se-á pela até então cumprido.
Comissão Técnica de Classificação, consoante o Parágrafo único - Com a prática de nova falta
rendimento apurado através do cumprimento da pena e disciplinar, exigir-se- á novo tempo para reabilitação que
mérito prisional. deverá ser somado ao tempo estabelecido para falta
Art. 94 - A conduta disciplinar do preso em regime anterior.
fechado classificar-se-á em:
I - excelente, quando no prazo mínimo de 01 (um) • COMENTÁRIOS: Quanto a classificação do preso
ano não tiver sido cometida infração disciplinar de destaco a opinião de Thompson: “A classificação dos
natureza grave ou média, ou não tiver reincidido na prática condenados é elemento essencial para delimitar o começo
de infração disciplinar de natureza leve; da execução científica das penas privativas de liberdade e
II - boa, quando no prazo mínimo de 06 (seis) meses, da medida de segurança. Com relação à individualização
não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave da pena, esta é norma constitucional, conforme exposto
ou média; no artigo 5°, XLVI, 1ª parte, da CF: “a lei regulará a
III - regular, quando for cometida infração disciplinar individualização da pena”. Na Lei de Execução Penal o
de natureza média nos últimos 30 (trinta) dias, ou grave, assunto é tratado também em seu artigo 5° que dispõe
nos últimos 03 (três) meses; que “os condenados serão classificados, segundo os seus
IV - má, quando for cometida infração disciplinar de antecedentes e personalidade, para orientar a
natureza grave ou reincidida falta de natureza média, individualização da execução penal”.
durante o período de reabilitação. (THOMPSON, 2000, p. 3 Augusto. A Questão Penitenciária. Rio de
Janeiro: Forense, 2000).
Art. 95 - O preso em regime semi-aberto terá a sua
conduta disciplinar classificada em:
I - excelente, quando não tiver cometido infração • Tendo em vista definir um perfil do preso recolhido no
disciplinar de natureza grave ou média, ou não tiver ambiente prisional, análise de seu potencial criminógeno,
reincidido na prática de infração disciplinar de natureza sua evolução ou não de comportamento, aqui pode
leve, pelo prazo de 06 (seis) meses; fomentar a análise para um possível benefício judicial ou
II - boa, quando não tiver cometido infração outras situações favoráveis ou não ao recolhido.
disciplinar de natureza grave ou média pelo prazo de 03
(três) meses; • A reabilitação consiste na recuperação, regeneração,
III - regular, quando cometer infração disciplinar de readaptação, ressocialização e reeducação do crimonoso
natureza média ou reincidir na prática de infração na sociedade. A reabilitação pressupõem que as pessoas
disciplinar de natureza leve, nos últimos 30 (trinta) dias; não são permanentemente criminosas, e que é possível
IV - má, quando cometer infração de natureza grave restaurar um criminoso para uma vida útil, em que eles
ou reincidir em infração de natureza média, durante o possam ser membros contributivos da sociedade até
período de reabilitação. mesmo porque no Brasil não existe pena perpétua e um
dia aquele que se encontra recolhido voltará para o
Art. 96 - No caso do preso ser oriundo de outra convívio social.
Unidade Prisional, poderá ser levada em consideração
para a classificação de seu comportamento a conduta TÍTULO IX
mantida pelo mesmo no estabelecimento de origem. DA ASSISTÊNCIA AO PRESO
Capítulo I
Art. 97 - O preso em regime fechado terá os DA ASSISTÊNCIA
seguintes prazos para reabilitação da conduta, a partir do
cumprimento da sanção disciplinar: Art. 101 - É dever do Estado dar ao preso
I- De 01 (um) mês para as faltas de natureza leve; assistência material, à saúde, jurídica, educacional,
II- De 03 (três) meses para falta de natureza média; social e religiosa, objetivando prevenir o crime e
III- De 06 (seis) meses para falta de natureza grave. recuperar o preso, para que possa retornar ao
convívio social satisfatoriamente.
Art. 98 - O preso em regime semiaberto terá os
seguintes prazos para reabilitação da conduta, a partir da • COMENTÁRIOS: A Constituição da República arrola uma
data do cumprimento da sanção disciplinar: série de direitos subjetivos para todos os cidadãos brasileiros
I - de 30 (trinta) dias para falta de natureza leve; e para os estrangeiros que aqui residem. Muitos não sabem,
II- 60 (sessenta) dias para falta de natureza média; no entanto, que uma vez condenado a pena privativa ou
Parágrafo único - a infração disciplinar de natureza restritiva de liberdade, o indivíduo é sujeito ativo de uma serie
grave implicará na proposta, feita pelo diretor da unidade de direitos não alcançados pela sentença penal
ao juízo competente, de regressão do regime. condenatória, ou seja segundo o ordenamento ele só perde a
liberdade mas conserva todos os outros direitos inerentes a
Art. 99 - O preso em regime aberto terá os prazos pessoa humana, consequência também do princípio da
para reabilitação da conduta, de acordo com o previsto no dignidade da pessoa humana que elenca o homem como um
artigo anterior. cidadão de direitos, todos, até o sujeito que cometeu o crime
mais vil, mais repugnante deve ter suas garantias
respeitadas pelo Estado.

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Art. 106 - O preso terá asseguradas as medidas de
SEÇÃO I higiene e conservação da saúde, durante todo o tempo de
DA ASSISTÊNCIA MATERIAL seu recolhimento, bem como constantes palestras de
esclarecimentos e prevenção.
Art. 102 - A assistência material consistirá no
fornecimento de alimentação suficiente, balanceada, Art. 107 - Caberá à Chefia da Unidade de Saúde da
vestuário e instalações higiênicas. Instituição Prisional respectiva comunicar a (o) Diretor (a)
Parágrafo Único - A Coordenadoria do Sistema Penal sobre casos de moléstias contagiosas, promovendo as
destinará, em cada uma de suas unidades prisionais, medidas necessárias para evitar a disseminação e
instalações e serviços adequados à sua natureza e contágio, propondo as vacinações dos internos e dos
finalidade, para o atendimento da sua população de funcionários quando julgar necessário.
internos.
Art. 108 - Caberá ao Conselho da Comunidade local
• COMENTÁRIOS: A partir do momento em que o Estado acompanhar o cumprimento do Plano Estadual de Saúde
assume a tutela das penas privativas de liberdade assume no Sistema Penitenciário.
também a obrigação de manter recolhido qualquer preso
preservando sua dignidade com todo o aparato de • COMENTÁRIOS: Em 1988, com o advento da
assistência possível. A assistência material consiste em Constituição Federal (CF/88), o direito à saúde passou a
instrumentos básicos para a convivência dentro da fazer parte do rol dos direitos fundamentais sociais.
habitação prisional, materiais de primeira necessidade. É A questão relacionada à saúde do preso é um dos
dever do Estado fornecer alimentação (suficiente e grandes problemas no sistema penitenciário, pois muitas
balanceada), vestuário (peças de roupa) e instalações vezes os estabelecimentos prisionais não dispõem de
higiênicas (ambiente salubre, digno) aos presos. Devendo aparelhamento e remédios necessários para realizar
a COSIPE- COORDENADORIA DO SISTEMA PENAL atendimento aos internos até mesmo porque há um
providenciar tais instalações e serviços. grande excedente na população prisional. Deve se
DA ASSISTENCIA À SAÚDE (art. 103-108) observar o caráter preventivo (Palestras de orientação
SEÇÃO II sobre algumas doenças, educação sexual, viabilizar
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE conhecimento no intuito de prevenir doenças. Ex.: entrega
de camisinha com vistas a prevenir doenças sexuais) e o
Art. 103 - A assistência à saúde será de caráter caráter curativo (tratamento adequado ao portador de
preventivo e curativo, compreendendo o atendimento qualquer tipo de doença). É comum nas unidades
médico, odontológico, psicológico, farmacêutico e prisionais mutirões de saúde visando à prevenção de
assistência social, obedecidas as diretrizes doenças infectocontagiosas, entre outras atividades
estipuladas no Plano Estadual de Saúde no Sistema relacionadas. Quando o estabelecimento prisional não
Penitenciário e pelas Portarias Interministeriais do detiver equipamentos e profissionais necessários para
Ministério da Saúde e Ministério da Justiça. procedimentos mais complexos ou de urgência destinados
§1º - É facultado ao preso contratar profissional à assistência a saúde do recolhido será necessário que o
médico e odontológico de sua confiança e às suas mesmo seja conduzido sob escolta para o sistema de
expensas, que prestará o atendimento em data e hora Saúde Pública (hospitais) que será autorizado, pelo Diretor
a serem marcadas pela Unidade de Saúde do da unidade ou representante da unidade, sua ida
Estabelecimento Prisional. temporária para que seja providenciado o atendimento.

Art. 104 - Havendo necessidade de encaminhamento OBS.: A mulher por sua condição especial terá um
do preso ao Sistema de Saúde Pública, a autorização será acompanhamento médico especial principalmente no
expedida pelo Diretor do Estabelecimento, ou seu período gestacional estendendo ao recém-nascido.
representante legal, comunicando-se de imediato ao Juízo
da Execução Penal.

Art. 105 - Todas as Unidades Prisionais com mais de DA ASSISTÊNCIA JURÍDIA (art. 109-111)
100 (cem) presos deverão obedecer à padronização física, SEÇÃO III
técnica e equipe profissional estabelecida para DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA
atendimento de saúde nos termos do Plano Estadual de
Saúde no Sistema Penitenciário. §1º - Nas demais Art. 109 - Aos presos é assegurada assistência
Unidades, não sendo possível obedecer a mencionada jurídica integral desde sua inserção no Sistema Prisional,
padronização, as ações e serviços de saúde serão prestada por advogado constituído ou pela Defensoria
realizadas por profissionais da Secretaria de Saúde do Pública Estadual;
Município onde se achem localizadas, garantindo-se no Parágrafo único - Em todos os estabelecimentos
interior da Unidade uma estrutura mínima para tal penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento
atendimento, contando com a presença permanente de pelo Defensor Público.
um profissional de saúde.
§2º - Será assegurado acompanhamento médico Art. 110 - Aos presos que declarem não possuir
especial à mulher, principalmente no pré-natal e no advogado constituído, será prestada assistência jurídica
pós-parto, extensivo ao recém-nascido. por meio de Defensor Público do Estado, lotado na
unidade respectiva, em Núcleo Especializado da

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Defensoria Pública ou no Juízo das Execuções Criminais a ser ministrado pela Secretaria de Educação do
sob cuja jurisdição esta se encontre. Estado.
Parágrafo Único - Somente serão dispensados do
Art. 111 - Ao Defensor Público responsável pela ensino fundamental, os presos que preencherem os
Unidade respectiva, compete: seguintes requisitos:
I - manter o preso informado de sua situação jurídico I - apresentação do Certificado de Conclusão de
penal; ensino fundamental, médio ou superior;
II - requerer e acompanhar os benefícios penais II - incapacidade devidamente comprovada e atestada
incidentes na execução, aos quais seu assistido fizer jus; por responsável.
III - manter contato com o Juízo das Execuções,
Tribunais, Conselho Penitenciário e Direção do Estabe- Art. 115 - As atividades educacionais podem ser
lecimento, no sentido de velar pela situação do preso; objeto de ação integrada e conveniada com outras
IV - providenciar o recebimento de qualquer benefício entidades públicas, mistas e particulares, que se
extrapenal a que o preso tiver direito; disponham a instalar escolas, oficinas profissionalizantes
V- providenciar para que os prazos prisionais não na Unidade Prisional com aprovação do Projeto pela
sejam ultrapassados, requerendo o que for de direito. Coordenadoria do Sistema Penal.
VI - Organizar e manter estatísticas de atendimento
dos presos sob seu patrocínio; Art. 116 - O ensino educacional será feito por
VII - Requerer, junto aos demais órgãos da estrutura profissionais da educação utilizando serviço de monitores
organizacional da Unidade Penitenciária, qualquer ação ou aptos e treinados, com materiais oferecidos pelo Poder
benefício necessário ao bem estar dos presos sob seu Público.
patrocínio, bem como de seus familiares;
VIII - Patrocinar a defesa dos presos assistidos pela Art. 117 - Os presos que tiverem frequência e
Defensoria Pública perante o Conselho Disciplinar; aprovação de acordo com as normas estabelecidas pelo
IX – Promover a ação civil pública e todas as art.126 e §§da Lei de Execução Penal, terão direito à
espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela remição de pena, após análise e avaliação pelo juízo da
dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos execução penal competente.
dos presos.
X – Difundir, no ambiente prisional, a educação e Art. 118 - O ensino profissionalizante poderá ser
conscientização dos direitos humanos, da cidadania e do ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento
ordenamento jurídico. técnico, atendendo-se as características da população
XI – Realizar outras atividades dentro de sua área de urbana e rural, segundo aptidões individuais e demanda
competência. do mercado.

• COMENTÁRIOS: A Lei de Execução Penal e o Art. 119 - A Unidade prisional disporá de uma
Regimento Interno citam como dever do Estado o biblioteca para uso geral dos presos, que será provida
oferecimento da Assistência Jurídica aos presos e de livros instrutivos, recreativos e didáticos, jornais,
internados sem recursos financeiros suficientes para revistas e outros periódicos e o acesso ao preso dar-
constituir advogado. Na Unidade Prisional deve haver se-á:
lotação de Defensores Públicos para assegurar essa I - para uso na própria biblioteca; e
assistência, seja peticionando eventuais benefícios II - para uso na própria cela, mediante autorização da
judiciais, progressão de regime, defesa nos procedimentos direção da unidade.
disciplinares, manter o preso informado de sua situação §1º - A Sejus deverá desenvolver juntamente com a
processual e demais serviços de competência da Secretaria de Educação do Estado projeto de remição de
Defensoria. pena pela leitura, como forma de estimular e valorizar a
participação dos internos em atividades educacionais e
DA ASSITÊNCIA EDUCACIONAL E QUALIFICAÇÃO culturais, colaborando para a sua reinserção social.
PROFISSIONAL (art. 112-120).
SEÇÃO IV • COMENTÁRIOS: A Lei estadual 15.718/2014 trata da
DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL E QUALIFICAÇÃO remição de pena pela leitura.
PROFISSIONAL
Art. 120 - Os livros deverão ser cadastrados,
Art. 112 - A assistência educacional compreenderá a utilizando-se fichas para consultas no local e nas retiradas
instrução escolar, englobando o ensino fundamental e para leitura em cela.
médio, bem como a formação profissional do preso. §1º - Qualquer dano ou desvio deverá ser ressarcido
Parágrafo Único - A Sejus poderá firmar termo de pelo seu causador e devidamente punido na forma deste
cooperação com entidade pública ou particular para a Regimento Geral.
promoção de educação superior aos internos. §2º - Durante o cumprimento de sanção disciplinar,
poderão ser retirados os livros pertencentes à biblioteca,
Art. 113 - Quando do ingresso a Unidade Prisional, que se encontrarem na posse do infrator.
será feita a pesquisa referente à formação escolar, na fase §3º - Quando das saídas sob quaisquer modali-
de triagem. dades, o preso deverá devolver os livros sob seu poder.

Art.114 - O ensino fundamental e médio será • COMENTÁRIOS: A educação também é uma forma de
obrigatório, integrando-se no sistema escolar público, promover a ressocialização que é um dos princípios

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básicos da execução da pena bem como uma finalidade prisional o Serviço Social deve atuar no sentido da
da mesma, com previsão tanto na Lei de execução penal e efetivação dos direitos de cidadania da população
no Regimento Interno. A educação é uma garantia carcerária. Encaminhamentos para retiradas de Registros
constitucional fundamental, uma preocupação social a Gerais, documentação básica de qualquer cidadão, além
escolarização dos recolhidos, detentos, reeducandos, de ser um elo entre o preso e a família, outra observação
reclusos ou presos. O Estado deve assegurar o ensino importante é que na Comissão Técnica de Classificação
fundamental, que é o nome dado a uma das etapas da deve ter um representante do serviço social.
educação básica no Brasil. O Ensino Médio também deve
ser assegurado e destina-se aos candidatos que tenham DA ASSITÊNCIA RELIGIOSA (art. 123- 127)
concluído o Ensino Fundamental, ambos são obrigatórios. SEÇÃO VI
A Secretaria de Justiça deve promover juntamente em DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
convênio com a Secretaria de Educação as práticas
educacionais formais. Cada unidade deve ter uma Art. 123 - A assistência religiosa, respeitada a
biblioteca com livros instrutivos, recreativos e didáticos. A liberdade constitucional de culto, a legislação vigente e
qualificação profissional deve ser promovida bem como com as cautelas cabíveis, será prestada ao preso, sendo-
cursos especializantes a fim de capacitar o preso e lhe assegurada a participação nos eventos organizados na
prepará-lo ao mercado de trabalho. Unidade, bem como a posse de livros de instrução
religiosa.
DA ASSITENCIA SOCIAL (art. 121-122) Parágrafo Único – À pessoa presa será assegurado o
direito à expressão de sua consciência, filosofia ou prática
Art. 121 - A assistência social tem por finalidade o de sua religião de forma individual ou coletiva, devendo
amparo ao preso e à sua família, visando prepará-lo para ser respeitada a sua vontade de participação, ou
o retorno à liberdade, e será exercida por profissional abstenção de participação de atividades de cunho
habilitado. religioso.
Parágrafo único - É facultado o auxílio de entidades
públicas ou privadas nas tarefas de atendimento social. Art. 124 - É assegurado a todas as religiões
professadas no interior da Unidade Prisional, através de
Art. 122 - Incumbe ao serviço de Assistência Social, seus diversos representantes, direito a realização de
entre outras atribuições: cultos em dia e hora pré-determinados pela Direção,
I - Fornecer o diagnóstico Social do interno; desde que não coloquem em risco a vida e a integridade
II - Prestar Assistência Social ao interno e à sua dos participantes, vedado o proselitismo religioso e
família; qualquer forma de discriminação ou estigmatização.
III - Prestar assistência ao interno em caso de §1º - Caso o estabelecimento prisional não tenha
hospitalização ou transferência da Unidade por motivo de local adequado para a prática religiosa, as atividades
saúde; deverão se realizar no pátio, nas galerias ou nas celas, em
IV - Entrar em contato com a família do interno para horários específicos.
realização de entrevistas ou para esclarecimento; §2º - Para atuar no estabelecimento prisional o líder
V - Promover, quando necessário, o registro civil do ou grupo religioso fará pedido ao Diretor, por escrito, e
interno e de seus filhos, expedição de documento de deverá ser cadastrado na Coordenadoria do Sistema
identidade e carteira profissional; Penal, que normatizará o procedimento de cadastro e
VI - Proceder aos encaminhamentos à rede de fornecerá a respectiva carteira de acesso, válida em todas
assistência social, de saúde e educação VII - Integrar a as unidades prisionais, condicionada a prévio
equipe de Saúde nos termos do Plano Estadual de Saúde agendamento e respeitando as normas de segurança
no Sistema Penitenciário; prisional.
VIII – Facilitar o acesso da comunicação entre preso,
instituição e família; Art. 125 - Nenhum religioso poderá iniciar seu
IX – Fomentar debates e ações que reafirmem a real trabalho sem antes ser advertido e instruído dos
função social da pena entre os servidores do sistema problemas prisionais e devidamente cientificado de que
penal; deverá desenvolvê-lo em harmonia com as normas do
X – Buscar junto às redes sociais de apoio, benefícios estabelecimento.
que possam resgatar a cidadania dos presos e presas, §1º - A suspensão do ingresso de representantes
egressos e familiares; religiosos só poderá acontecer por determinação da
XI – Integrar a Comissão Técnica de Classificação; Direção do estabelecimento ou outra autoridade superior,
XII - Realizar outras atividades dentro de sua área de por motivos justificados e registrada por escrito, dando-se
competência ciência aos interessados com antecedência razoável.
§2º - Após procedida a suspensão do ingresso de
• COMENTÁRIOS: Amparo e preparação para o retorno a representantes religiosos, a decisão sobre a extensão a
vida social do preso, As ações do Serviço Social são outras unidades prisionais ficará a critério da
voltadas para a pessoa do apenado, com foco no delito, Coordenadoria do Sistema Penal.
na perspectiva de sua reinserção social; o preso necessita
dessa assistência, de orientação para voltar útil a Art. 126 - Na realização de eventos internos dever-
sociedade. A assistência social no âmbito prisional é se-á dar preferência às atividades ecumênicas.
importante para que possa contribuir no encaminhamento Parágrafo único - Além dos cultos coletivos, a
de mudanças nas prisões e para atender as necessidades assistência religiosa poderá ser oferecida individualmente
e os direitos de cidadania dos apenados. No sistema a quem a solicitar, em horário e local previamente

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agendados e autorizados pela Direção do §2º – Os exames criminológicos e demais perícias
estabelecimento, sendo garantida a privacidade durante o técnicas não poderão ser realizados pelos psicólogos que
atendimento religioso pessoal, sem prejuízo da realizam a assistência aos presos.
observância das normas de segurança prisional.
• COMENTÁRIOS: Conviver durante anos num espaço
Art. 127 - De modo algum serão permitidos cultos ou mínimo para realizar as necessidades mais básicas do ser
atividades religiosas que possam causar transtornos aos humano não conduz alguém a um estado de satisfação
demais internos e servidores penitenciários, ou que com a sociedade, muito pelo contrário. O que devia ser o
venham perturbar as manifestações religiosas de outras objetivo da sanção criminal acaba se tornando um fator
denominações. que impulsiona o presidiário de forma negativa, trazendo
Parágrafo único - A assistência religiosa não será mais ao lado da reincidência que da reinserção social,
instrumentalizada para fins de disciplina, correcionais ou sendo assim busca-se na assistência psicológica
para estabelecer qualquer tipo de regalia, benefício ou desenvolver mecanismos de acompanhamento do preso,
privilégio, e será garantida mesmo à pessoa presa dando-lhe uma atenção especial, preparando-o com vistas
submetida a sanção disciplinar. a um maior nível de adaptação e reintegração ao convívio
social.
• COMENTÁRIOS: O Sistema Prisional Brasileiro,
fundamentado no art. 5º caput, inciso VII da Constituição DO CONTATO EXTERNO (art. 129 -131)
Federal, garante aos presos a liberdade e assegura a Capítulo I
prestação da assistência religiosa nas entidades civis e DA CORRESPONDÊNCIA ESCRITA
militares de internação coletiva. É garantido a profecia de
todas as religiões, o de consciência aos agnósticos e Art. 129 - A correspondência escrita entre o preso,
adeptos de filosofias não religiosas. Os representantes seus familiares e afins será feita pelas vias
religiosos devem formalizar o pedido e se cadastrar na regulamentares.
COSIPE- Coordenadoria do Sistema Penal para tal
prestação no interior das unidades. Art. 130 - É livre a correspondência, condicionada a
sua expedição e recepção, às normas de segurança e
DA ASSITÊNCIA PSICOLÓGICA (art. 128) disciplina da unidade prisional.
SEÇÃO VII Art. 131 - Os materiais recebidos por via postal
DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA deverão ser vistoriados em local apropriado, na presença
do preso, observadas as normas de segurança e disciplina
Art. 128 - A assistência psicológica será prestada por da unidade prisional.
profissionais habilitados, por intermédio de programas Parágrafo Único - Ao Diretor Adjunto da Unidade
envolvendo o reeducando, a Instituição e familiares, nos caberá a vistoria mencionada neste artigo.
processos de ressocialização e reintegração social.
§1º - Incumbe ao serviço de Assistência Psicológica, • COMENTÁRIOS: O contato externo é requisito
entre outras atribuições: primordial no processo de reinserção social do preso, que
I – realizar atendimentos iniciais por meio da não deve ser privado total de comunicação com o mundo
entrevista de anamnese; exterior , e por intermédio de recurso permitido (cartas)
II – realizar, periodicamente, acolhimento de internos pela administração, desde que preservada a ordem e a
recém-chegados, em caráter interdisciplinar; disciplina do estabelecimento penal.
III – identificar demandas de acompanhamento
psicológico; OBS.: A vistoria das correspondências ao preso cabe ao
IV – acompanhar internos em condições de crises Diretor Adjunto da Unidade Prisional.
depressivas e outros transtornos mentais;
V – contribuir com as ações de promoção da saúde DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO (art. 132 – 138)
mental, notadamente com a assistência aos dependentes DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
químicos, participando para a proposição e a execução de Art. 132 - O preso terá acesso à leitura de jornais,
atividades voltadas à redução de danos e agravos à revistas, periódica e outros meios de comunicação
saúde. adquiridos às expensas próprias ou por visitas, desde que
VI – desenvolver atividades de grupos focais, submetidos previamente a apreciação da direção da
trabalhando temas pertinentes ao contexto prisional, com unidade prisional, que avaliará a sua contribuição ao
viés multidisciplinar; processo educacional e ressocializador, bem como a não
VII – proceder aos encaminhamentos à rede de infringência às normas de segurança.
assistência social, de saúde e educação;
VIII – participar da articulação de parcerias para a Art. 133 – A Rádio Livre, radiadora com estúdio na
realização de atividades de promoção da saúde mental, Sejus e transmissão para todas as unidades prisionais por
prevenção da dependência química, orientação e meio de equipamentos técnicos de caixas de som, será
assistência aos familiares de presos e egressos. responsável pela transmissão de programação voltada
IX – destinar, nas unidades femininas, atenção para os internos, de cunho cultural, educacional,
especial às internas gestantes, em estado puerperal e às informativo, esportivo, social, religioso e de
crianças da creche, principalmente no período de entretenimento, operada por profissional de comunicação,
separação entre mãe e filho, assim como contribuir para o promovendo, ainda, a interação entre os internos e seus
fortalecimento dos vínculos da família que irá abrigar a familiares, bem como aproximando a comunidade
criança. carcerária e a administração penitenciária.

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Art. 134 - O uso do aparelho de rádio difusão Art. 138 - O uso dos meios de comunicação
poderá ser permitido, mediante autorização por escrito permitidos por este Regimento Geral poderá ser suspenso
expedida pela direção da unidade prisional, observadas as ou restringido por ato devidamente motivado, ficando seu
peculiaridades de cada estabelecimento e comprovada a restabelecimento a critério da direção da unidade.
propriedade do mesmo por documento idôneo, nos locais
onde não houver transmissão da rádio livre. • COMENTÁRIOS: Desde que devidamente autorizados
§1º - É permitido ao interessado adquirir seu pela direção da unidade os presos poderão ter acesso a
aparelho, com recursos de pecúlio ou de seus visitantes. meios de comunicação como rádios, televisores, jornais
§2º - O aparelho deverá ser de porte pequeno, a tendo acesso às informações que norteiam a sociedade e
critério da unidade prisional, que deverá atentar para a o contexto atual da sociedade, comunidade e país
facilitação de sua revista. tornando ele um sujeito de direitos com a plena
§3º - O aparelho de rádio será registrado em livro capacidade de formular opiniões e aumentar o seu capital
próprio, a cargo da Direção da Unidade, devendo constar intelectual.
desse registro todos os dados que possibilitem sua
perfeita identificação e controle. • A SEJUS terá uma radio própria (rádio livre) com
§4º - O aparelho de rádio não identificado será programação educativa, cultural dentre outros segmentos
apreendido pelos agentes da área de segurança e com vistas a uma ressocialização condizente sem
disciplina, que procederá às averiguações de sua origem, restrições além da liberdade. Neste sentido também se
sem prejuízo da sanção disciplinar. permite o aparelho de rádio individual, inclusive com fone
§5º - O portador do rádio deverá utilizá-lo em sua de ouvido, lembrando que deve ter a nota fiscal do
própria cela em volume compatível com a tranquilidade aparelho.
dos demais presos, permitido o uso de fone de ouvido. • O estabelecimento ainda poderá ter 01 (um)
§6º - A Administração não se responsabilizará pelo aparelho coletivo de televisão, com programação
mau uso, extravio ou desaparecimento do aparelho, nem institucional, e um aparelho de televisão por cela sempre
por danos causados pelo usuário ou por outro preso. §7º - com autorização da autoridade administrativa, não
Caso haja necessidade de conserto do aparelho, o mesmo podendo ultrapassar mais de um por cela.
será feito com recurso próprio do preso ou de seus
visitantes.
§8º - É proibida qualquer espécie de conserto de
aparelho de rádio nas dependências internas do DAS VISITAS (art.139-153)
estabelecimento, salvo em local determinado e com a
devida autorização. Art. 139 - As visitas ao preso se classificam sob duas
• COMENTÁRIOS: Contrário do que muito pensam rádio e categorias: as comuns e as conjugais (chamadas
televisão são permitidos pela norma estatal, sendo assim visitas íntimas).
dentro das peculiaridades do estabelecimento, (com nota
fiscal, devidamente registrados, e autorização da SEÇÃO I
autoridade administrativa) poderá ter o preso acesso a DAS VISITAS COMUNS
esse tipo de aparelho no interior das unidades, inclusive
com fones de ouvidos. Art. 140 - Os (as) presos (as) poderão receber visitas
de cônjuges, companheiras (os) ou parentes, em dias
Art. 135 - O acesso à televisão pelo preso, qualquer determinados, desde que registrado no rol de visitas do
que seja o regime de cumprimento de pena, ocorrerá sob Estabelecimento Prisional e devidamente autorizadas pela
duas modalidades: direção, e se darão na forma especificada na Portaria Nº
I - 01 (um) aparelho coletivo de propriedade da 692/2013 da Sejus, ou outra portaria que venha a
unidade prisional; substituí-la, expedida pelo mesmo órgão.
II - 01 (um) aparelho de uso particular em cada Parágrafo único – O cadastramento no rol de visitas
cela ou alojamento, mediante prévia autorização por será lavrado no prazo de até 10 (dez) dias da
escrito da direção da unidade, comprovada a apresentação dos documentos elencados na referida
propriedade do mesmo por documento idôneo. portaria, devendo as hipóteses de indeferimento serem
devidamente motivadas.
Art. 136 - O aparelho de uso coletivo deverá ser
franqueado aos presos, através de programação • COMENTÁRIOS: O preso tem direito a visita por ele
institucional previamente divulgada, nos seguintes locais: autorizada, devendo a mesma mediante documentação
I - em sala de aula, para fins didáticos e exigida fazer cadastro junto a unidade prisional e nos dias
socioculturais; estabelecidos adentrar o estabelecimento.
II - em ambientes coletivos, em horários
estabelecidos formalmente, sem prejuízo das atividades Art. 141 - As visitas serão limitadas ao número de 02
de trabalho, escola, esportes e outras prioridades. (dois) visitantes por dia de visita, a fim de proporcionar
Parágrafo único - O controle do aparelho e da adequadas condições de revista, preservando as
programação compete à área de segurança e disciplina. condições de segurança na Unidade Prisional. Quanto à
visitação de filhos e netos menores de idade, no dia
Art. 137 - Não se permitirá mais de um aparelho de destinado a essas visitas, não há limite de quantidade.
televisão em cada cela, independente da quantidade
de presos.

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• COMENTÁRIOS: Por questões de segurança e logística
convenciona-se um número limitado de visitantes que • COMENTÁRIOS: Mais uma vez como forma de manter
adentrarão a unidade prisional mediante revista dos(as) os laços com familiares e com o mundo externo a norma
Agentes Penitenciários(as). Quanto a visitação de garante o acesso de correspondência externa para o
crianças, tem se a ideia que o contato com as crianças preso desde que devidamente revistadas.
possa trazer ao preso uma maior perspectiva quanto a sua
saída bem como favorece no processo de ressocialização, Art.145 - As visitas comuns deverão ocorrer
além de manter acesos os laços familiares. preferencialmente, as quartas-feiras e/ou domingos das
08:00 horas às 16:00 horas, encerrando-se o acesso ao
§1º - Os cadastros de visita deverão ser interior da Unidade Prisional às 14:00 horas, em período
preferencialmente biométricos, sendo renovados a cada não superior a 08 (oito) horas, não devendo coincidir com
02 (dois) anos e acompanharão o preso em caso de o dia destinado às visitas íntimas.
mudança de unidade. §1º - A critério da Coordenação do Sistema Penal ou
§2º - Em não havendo cônjuge, companheira (o), da Direção da Unidade Prisional, poderá ser suspensa ou
ascendentes e descendentes de primeiro ou segundo grau reduzida a visita em caso de risco iminente à segurança e
e colaterais de primeiro grau ou parentes habilitados para disciplina.
a visita, poderá o (a) preso (a) cadastrar até 02 (dois)
amigos (as). • COMENTÁRIOS: A suspensão ou redução de visitas
podem decorrer de suspeitas graves que ponham em risco
• COMENTÁRIOS: Há situações em que o preso não mais a boa ordem da unidade prisional. Ex.: visitante que tenta
tem familiares ou até mesmo fora abandonado pelos entrar com drogas, risco de rebelião, algum fato que
mesmos em decorrência do desvio de conduta, a ponha em risco a ordem dentro da unidade prisional.
preferência é dos familiares mais próximos para a visita,
porém quando os mesmos não se habilitam para tal, é §2º - Em caso excepcional, a administração poderá
permitido ao preso receber até dois amigos cadastrados, autorizar visita extraordinária, devendo fixar o tempo de
isso para que de certa forma possa mantê-lo em contato sua duração.
com mundo externo e também preservar os laços de • COMENTÁRIOS: A visita extraordinária constitui uma
amizade que a todos é peculiar. regalia, que pode ser dada ao preso em caráter
Art. 142 - A entrada de menores nas unidades excepcional.
prisionais só será permitida aos filhos e netos do (a)
preso (a), acompanhados pelo responsável legal e, na §3º - O preso recolhido ao pavilhão hospitalar ou
falta deste, por aquele que for designado para sua enfermaria e impossibilitado de se locomover, ou em
guarda e responsabilidade, pela autoridade judicial tratamento psiquiátrico, poderá receber visita no próprio
competente, devendo apresentar carteira de local, a critério da autoridade médica.
identidade ou certidão de nascimento.
§1º - A entrada do (a) companheiro (a) menor de • COMENTÁRIOS: Os presos que estão em local próprio
idade se dará mediante autorização do juízo das de recolhimento (enfermaria-xadrez) para tratamento de
execuções, salvo se já possuírem prole em comum, alguma doença ou por recomendação médica, desde que
quando deverá ser apresentada certidão de nascimento liberados pelo médico podem receber visita.
do(s) filho(s).
Art. 146 - Antes e depois das visitas os presos
Art. 143 - Não será permitida a visita pessoa que: poderão ser submetidos à revista.
I - não esteja autorizado pela direção; §1º - Os visitantes deverão ser revistados antes de
II - não apresente documento de identificação; adentrarem na unidade.
III - apresentar sintomas de embriagues ou conduta §2º - A revista pessoal (eletrônica, mecânica ou
alterada que levem a presunção de consumo de drogas manual) será realizada com respeito à dignidade humana,
e/ou entorpecentes; sendo vedada qualquer forma de desnudamento,
IV - estiver com gesso, curativos ou ataduras; tratamento desumano ou degradante.
V - chegar à Unidade Prisional no dia e hora, não §3º - A revista pessoal deverá ocorrer mediante uso
estabelecido para visita; de equipamentos eletrônicos detectores de metais,
VI - do sexo masculino que estiver trajando bermuda, bodyscanners, aparelhos de raio-X ou similares, ou ainda
calção e/ou camiseta sem mangas; VII - do sexo feminino manualmente, preservando-se a integridade física,
que estiverem trajando mini-saias, miniblusas, roupas psicológica e moral da pessoa revistada.
excessivamente curtas, decotadas e transparentes;
§4º - Onde houver bodyscanners obrigatoria-
• COMENTÁRIOS: É importante prestar o devido cuidado mente este será o meio utilizado para a revista
com as roupas utilizadas no dia da visita, já que, em caso eletrônica.
de descumprimento dessas regras, a visita poderá ser §5º - Considera-se revista manual toda inspeção
negada ou suspensa a sua entrada, essa norma também é realizada mediante contato físico da mão do agente
bastante comum nos prédios públicos. público competente sobre a roupa da pessoa
revistada, sendo vedados o desnudamento total ou
Art.144 - Cartas, bilhetes ou qualquer outro meio de parcial, o toque nas partes íntimas, o uso de espelhos,
comunicação escrita, deverão ser entregues aos o uso de cães farejadores, bem como a introdução de
plantonistas da revista ou ao chefe de equipe que fará o quaisquer objetos nas cavidades corporais da pessoa
encaminhamento ao preso. revistada.

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§6º - A retirada de calçados, casacos, jaquetas e
similares, bem como de acessórios, não caracteriza Art. 148 - As pessoas idosas, gestantes e deficientes
desnudamento. físicos, terão prioridade nos procedimentos adotados para
§7º - A revista manual será realizada por servidor a realização da visita.
habilitado e sempre do mesmo sexo da pessoa revistada.
§8º - A revista pessoal em crianças ou adolescentes • COMENTÁRIOS: O regimento interno respeitando o que
deve garantir o respeito ao princípio da proteção integral dispõe a lei federal N° 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE
da criança e do adolescente, sendo vedada sua realização 2000, Dá prioridade de atendimento às pessoas acima
sem a presença e o acompanhamento de um responsável especificadas.
legal.
§9º - A realização de revista manual ocorrerá nas Art. 149 - O visitante que estiver com maquiagem,
seguintes hipóteses: peruca e outros complementos que possam dificultar a sua
I – o estado de saúde impeça que a pessoa a ser identificação ou revista, poderá ser impedido de ter acesso
revistada se submeta a determinados equipamentos de à unidade prisional, como medida de segurança.
revista eletrônica, mediante comprovação de laudo médico
expedido em até sessenta dias antes da visita, exceto Art. 150 - Roupas íntimas, agasalhos e material
quando atestar enfermidade permanente; higiênico não fornecidos pelo Sistema Prisional, bem
II – quando não existir equipamento eletrônico ou este como, bens de consumo, perecíveis ou não, permitidos e
não estiver funcionando; trazidos pelos visitantes nos dias regulamentares de visita,
III – após a realização da revista eletrônica, subsistir serão entregues no setor da revista, para que seja
fundada suspeita de porte ou posse de objetos, produtos realizado um minucioso exame na presença do portador,
ou substâncias, cuja entrada seja proibida. após o que será permitida a entrada no estabelecimento.
§1º - A Coordenadoria do Sistema Penal deverá
• COMENTÁRIOS: A revista é um meio de prevenção formular anualmente relação dos bens de consumo,
visto que pessoas adentrarão as unidades prisionais, e perecíveis ou não, que poderão ser admitidos no interior
terão o contato mais aproximado com o preso podendo das unidades, da qual se dará ampla publicidade;
estas estarem suscetíveis de algum desvio de conduta,
por exemplo, colocando ilícitos para o interior da unidade • COMENTÁRIOS: Uma listagem de materiais permitidos
tais como drogas e celulares, portanto cabe ao Estado a adentrarem nas unidades será estabelecida pela
prevenir que esses ilícitos não adentrem as unidades, COSIPE, quantidade, tipo, dias de recebimento etc. Esse
sendo a revista pessoal um procedimento preventivo. tipo de revista deve ser feito na presença da visita.
Tendo em vista o princípio da dignidade da pessoa
humana que veda práticas constrangedoras até mesmo §2º - As visitas não poderão ingressar nas unidades
para os que estão privados em sua liberdade, abrangendo prisionais levando qualquer pertence que não seja
também os visitantes aos quais o Estado veda a prática da autorizado pela administração, devendo ser vedados
vistoria com desnudamento, o toque nas partes íntimas. apenas aqueles que atentem contra a segurança e
Observa-se que a revista manual é exceção, sendo a disciplina do estabelecimento.
regra a vistoria por meio eletrônico.
• COMENTÁRIOS: Objetos como facas, estiletes,
Art. 147 - Os valores e objetos considerados inade- canivetes, ou até mesmo frutas cítricas que podem ser
quados, encontrados em poder do visitante, serão usadas na produção de cachaça artesanal são proibidas.
guardados em local apropriado e restituídos ao término da
visita. Art. 151 - As visitas comuns serão realizadas em
Parágrafo Único - Caso a posse constitua delito penal local próprio, em condições dignas e que possibilitem a
deverão ser tomadas as providências legais cabíveis. vigilância pelo corpo de segurança.
Parágrafo único – As unidades prisionais disporão de
• COMENTÁRIOS: A unidade prisional tem uma listagem espaços lúdicos para acolher filhos e netos de presos (as)
de objetos permitidos a entrarem com os visitantes em por ocasião das visitas.
dias determinados (portarias 692/2013 e 200/2015 trazem
as listagem dos materiais permitidos), quando não Art. 152 - O visitante, familiar ou não, poderá ter
permitido o objeto será barrado, quando não permitido e seu ingresso suspenso pelo prazo de até 60 (sessenta)
tal objeto junto a conduta da visitante seja considerada dias, por decisão motivada da direção da unidade,
uma infração penal deverá ser adotado os procedimentos quando:
legais e condução para delegacia. I - da visita resulte qualquer fato danoso à
segurança e disciplina da unidade, que envolva o
Exemplos: visitante ou o preso;
II - houver aplicação de sanção disciplinar
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar suspendendo o direito a receber visita;
ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de
comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização Parágrafo Único - O visitante, familiar ou não, terá
legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei seu cadastro cancelado se praticar qualquer ato
nº 12.012, de 2009). tipificado como crime doloso, sendo possível a
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. recuperação do cadastro, por decisão da Direção da
Unidade, ouvidos os Setores de Segurança e Disciplina e
Ex.: Lei de drogas, art. 28 (posse), art. 33 (tráfico):

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de Serviço Social, a partir de 6 (seis) meses após a Art. 155 - A visita íntima poderá ser suspensa ou
prática do ato. restringida pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta
disciplinar média ou grave cometida pelo reeducando, bem
Art. 153 - O preso que cometer falta disciplinar média como por atos do(a) companheiro(a) que causar
ou grave poderá ter restringido ou suspenso o direito a problemas de ordem moral ou de risco para a segurança
visita por até 30 (trinta) dias. ou disciplina.

• COMENTÁRIOS: Pode ocorre da visita tentar adentrar a COMENTÁRIOS: Tanto o preso quanto o seu visitante
unidade prisional burlando a segurança, em inúmeros podem dar causa a suspensão ou restrição de sua visita
casos isso é frequente, sendo assim, por exemplo, quando (30 dias) por conta de sua conduta indesejada, decorrente
uma visita for flagrada na revista com drogas ou celulares da falta média ou grave.
(crime doloso) terá seu ingresso suspenso e seu cadastro
cancelado. O preso que tenha sido sancionado com uma Art. 156 - Os serviços de Saúde e de Assistência
falta média ou grave poderá ter sua visita suspensa por Social do Sistema Penitenciário deverão planejar um
até 30 dias. programa preventivo para a população prisional, nos
aspectos sanitário e social, respectivamente, sendo
DA VISITA ÍNTIMA (art. 154-161) assegurada a distribuição gratuita de preservativos ao
SEÇÃO II preso, quando da realização da visita íntima.
DA VISITA ÍNTIMA Parágrafo único - O serviço de Saúde e a Comissão
Técnica de Classificação de cada unidade prisional
Art. 154 - A visita íntima constitui um direito e tem desenvolverão os programas propostos.
por finalidade fortalecer as relações afetivas e familiares,
devendo ser requerida pelo preso interessado ao Diretor • COMENTÁRIOS: Deve haver por parte da Assistência
da Unidade. Social e Serviço de Saúde ações preventivas que visam à
Parágrafo Único - A orientação sexual dos orientação da pessoa presa quanto a eventuais doenças,
internos e dos visitantes deverá ser respeitada, não e orientações básicas de pertinentes a essas áreas, como
devendo haver qualquer tipo de discriminação. eventuais palestras sobre os males do cigarro, das drogas,
a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis,
• COMENTÁRIOS: O direito garantido aos presos higiene bucal, dentre outras. A Comissão Técnica de
brasileiros ao recebimento de visita privada de seus Classificação também participará no desenvolvimento dos
cônjuges e companheiros vem sendo, desde a sua programas propostos para esses fins.
instituição, motivo de controvérsias e polêmicas.
Defensores das garantias individuais e dos direitos Art. 157 - Ao preso será facultado receber para visita
fundamentais empenham-se em demonstrar o caráter íntima cônjuge ou companheiro(a) ou pessoa designada
fundamental da manutenção dos laços familiares e pelo mesmo, comprovadas as seguintes condições:
afetivos dos presidiários a fim de que seja alcançado um I - se cônjuge, comprovar-se-á com a competente
dos objetivos da execução da lei penal, a ressocialização Certidão de Casamento;
do preso. Como já havia alertado antes no tocante a visita II - se companheiro (a), comprovar-se-á com o
intima no art. 57, Constitui uma regalia e no art.154, Registro de Nascimento dos filhos em nome de ambos ou
constitui um direito, atenção com essa dubiedade. declaração de união estável assinada por duas
testemunhas, com firma reconhecida;
• Diz o art., 5º da CF/88: “todos são iguais perante a lei, III - nos demais casos, mediante declaração
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos expressa do (a) preso (a), com a apresentação dos
brasileiros e estrangeiros residentes no país a documentos exigidos para as visitas comuns, e avaliação
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, a do Serviço Social.
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I- Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações • COMENTÁRIOS: Dentro da legislação brasileira, recebe
nos termos desta constituição. o nome de união estável a relação de convivência entre o
homem e a mulher que é duradoura e estabelecida com o
• Temos acima a expressão do princípio da igualdade, objetivo de constituição familiar. Segundo a lei, a união
acontece que essa igualdade deve ser relativa a fim de estável deve ser equiparada ao casamento e sua
que possa se alcançar os desiguais na medida da sua conversão em casamento facilitada ao máximo.
desigualdade e diferenças. Ao mesmo tempo em que
falamos em igualdade também falamos no direito as §1º - o preso poderá receber a visita íntima de menor
diferenças. Sendo assim o Conselho Nacional de Política de 18 (dezoito) anos, quando:
Criminal e Penitenciária (CNPCP), do Ministério da a) legalmente casados;
Justiça, em 04 de julho 2011, por meio de resolução, b) nos demais casos, mediante autorização do juízo
garantiu aos presos homossexuais o direito à visita íntima. das execuções, salvo se já possuírem prole em comum,
Pouco tempo antes o Supremo Tribunal Federal quando deverá ser apresentada certidão de nascimento
reconheceu a igualdade de direitos para união do(s) filho(s);
homossexual. Com a decisão, casais homossexuais c) houver prova de emancipação civil do (a) visitante.
obtiveram direito a pensão, herança, compartilhamento de §2º - Somente será autorizado o registro de um (a)
planos de saúde e possibilidade de adotar filhos. visitante, ficando vedadas as substituições, salvo se
ocorrer separação ou divórcio, no decurso do cumprimento
de pena, obedecido o prazo mínimo de 6 (seis) meses,

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com investigação do Serviço Social e decisão da Direção a) Na atribuição do trabalho, poderão ser levadas em
da Unidade Prisional. consideração a habilitação, a condição pessoal e as
necessidades futuras do interno.
Art. 158 - Comprovadas as relações previstas nos b) Os maiores de 60 (sessenta) anos terão ocupação
artigos anteriores, para a concessão de visita íntima, adequada à sua idade.
deverão ainda as partes: c) Os doentes ou portadores de necessidades
a) Apresentar atestado de aptidão, do ponto de vista especiais, declarados tais pelo órgão competente, terão
de saúde, através de exames laboratoriais tanto para o(a) ocupação compatível com seu estado físico e mental.
preso(a) como para o(a) companheiro(a); • COMENTÁRIOS: Tais enunciados coadunam com outros
b) Submeter-se aos exames periódicos, a critério das dispositivos pertinentes dentre eles as REGRAS MÍNIMAS
respectivas unidades. PARA O TRATAMENTO DE PRISIONEIROS com redação
Art. 159 - A periodicidade da visita exclusivamente dada pela ONU- ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
íntima será mensal, obedecidos os critérios estabelecidos que prevê:
neste Regimento Geral.
• O trabalho na prisão não deve ser penoso. Todos os
Art. 160 - O controle da visita íntima, relativamente às presos condenados deverão trabalhar, em conformidade
condições de acesso, trânsito interno e segurança do(a) com as suas aptidões física e mental, de acordo com a
preso(a) e de seu cônjuge ou companheiro(a), compete determinação do médico. Trabalho suficiente de natureza
aos integrantes da área de segurança e disciplina. útil será dado aos presos de modo a conservá-los ativos
durante um dia normal de trabalho. Tanto quanto possível,
• COMENTÁRIOS: Há todo um rito procedimental de o trabalho proporcionado será de natureza que mantenha
adentrada de visitantes a unidade prisional, organização ou aumente as capacidades dos presos para ganharem
das filas, identificação, processo de vistoria, encaminha- honestamente a vida depois de libertados. Será
mento ao preso, essas situações devem ser proporcionado treinamento profissional em profissões úteis
supervisionadas pelo agentes do setor de segurança e aos presos que dele tirarem proveito, preparando0o para o
disciplina da unidade que verificará a melhor forma de tal convívio em liberdade.
procedimento. §2º - A jornada de trabalho não poderá ser inferior a
06 (seis) nem superior a 08 (oito) horas, com descanso
Art. 161 - A visita deverá submeter-se às normas de aos domingos e feriados, salvo exceções legais.
segurança do estabelecimento.
• COMENTÁRIOS: Quanto à jornada de trabalho deve ser
TÍTULO XI igual ou próxima daquela exercida em trabalho livre,
DO TRABALHO, DA REMIÇÃO E DO PECÚLIO assim, não será inferior a seis, nem superior a oito horas
(162- 165) (com descanso nos domingos e feriados), conforme se
estabelece. No entanto, é possível que seja estabelecido
Art. 162 - A unidade prisional manterá o trabalho do outro dia da semana para o descanso, mas isso somente
reeducando como dever social e condição de dignidade em casos de serviços de manutenção e conservação do
humana, com finalidade educativa, produtiva e estabelecimento penal, pois alguns serviços requerem
reintegradora. horários especiais, como por exemplo, enfermagem,
Parágrafo Único - Aplicam-se à organização e aos limpeza, etc.
métodos de trabalho as precauções relativas à segurança
e à higiene. Art. 164 - Conforme o disposto no artigo 126 da Lei
de Execução Penal, o detento poderá remir parte do
• COMENTÁRIOS: Uma das formas mais eficazes de tempo de condenação, à razão de um dia de pena por três
promoção de atividades com vistas à reinclusão social do trabalhados.
preso é o desenvolvimento de atividades laborais. §1º - Também se considera, para efeitos de remição,
Ressalte-se que o trabalho, em especial, além da função a frequência regular aos cursos de Ensino Fundamental,
de terapia ocupacional dos internos e da contagem para Médio e Profissionalizante, bem como a produção
remição da pena, ainda os capacita para o exercício de intelectual e produção de artesanato.
atividade profissional, inclusive após findo o cumprimento §2º - Deverá existir uma ficha de frequência, a qual
da pena, restando inequívoca sua importância para a registrará os dias trabalhados, devendo ser assinada
reinserção do preso, não somente na sociedade, bem diariamente pelo preso (a) e rubricada no final do mês pela
como no mercado de trabalho. Saliente-se que a autoridade administrativa competente.
contratação relativamente aos presos em regime fechado §3º - A contagem do tempo de remição se dará na
e semiaberto, dar-se-á com particularidades de direitos e forma do art.126 da Lei de Execução Penal.
obrigações, aplicando-se a LEP – Lei de Execução Penal §4º - Para fins de cumulação dos casos de remição,
e não a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas
de forma a se compatibilizarem.
Art. 163 - As modalidades de trabalho classificam-se §5º - O preso impossibilitado, por acidente, de
em interno e externo. prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a
beneficiar-se com a remição.
§1º - O trabalho interno tem caráter obrigatório, §6º - O condenado que cumpre pena em regime
respeitadas as aptidões e a capacidade do preso, aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional
observando-se: poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular

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ou de educação profissional, parte do tempo de execução • COMENTÁRIOS: O labor desenvolvido no interior da
da pena ou do período de prova. unidade prisional é o mais frequente como forma de
§7º - O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses remição de pena, pois a logística é mais favorável quando
de prisão cautelar. a unidade prisional oferece condições para que ali seja
desenvolvida a atividade produtiva do encarcerado. Com
• COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 126, § 1º, da LEP frequência se observa presos que ajudam a própria
(Lei 7.210/84), alterado pela Lei 12.433/2011 juntamente administração prisional nas atividades diárias tais como
com o Regimento, a contagem de prazo, para fins de limpeza, tranca (fechamento) ou abertura de celas,
remição, será feito da seguinte maneira: serviços de bibliotecário, auxiliares dentre outros.
a) 1(um) dia de pena a cada 12(doze) horas de Lembramos que o trabalho do preso não está sujeito às
frequência escolar (atividade de ensino fundamental, normas da Consolidação das Leis do Trabalho.
médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou, ainda,
de requalificação profissional), divididas, no mínimo, em Capítulo II
3(três) dias; DO TRABALHO EXTERNO
b) 1(um) dia de pena a cada 3(três) dias de trabalho,
cuja jornada deverá ser de 6(seis) a 8 (oito) horas diárias. Art. 171 - O trabalho externo, executado fora dos
limites do estabelecimento, será admissível aos presos em
• O estudo, nos termos do art. 126, § 2º, LEP, poderá ser regime fechado, quando obedecidas às condições legais,
desenvolvido de forma presencial ou por metodologia de e aos presos em cumprimento de pena em regime
ensino a distância (tele presencial), sendo de rigor a semiaberto e aberto.
certificação pelas autoridades educacionais competentes
dos cursos frequentados. • COMENTÁRIOS: O preso em regime fechado poderá
trabalhar externamente desde que tenha cumprido 1/6 da
• É perfeitamente possível a cumulação do trabalho e do pena e tenha merecimento, aptidão para tal labor,
estudo do preso para fins de remição (ex.: trabalho na devendo ser o trabalho em Serviços ou obras públicas.
parte da manhã e estudo à noite). Nesse caso, a cada 3
(três) dias trabalhados e de estudo, será o condenado Art. 172 - O cometimento de falta disciplinar de
recompensado com o abatimento de 2 (dois) dias de pena. natureza grave implicará na revogação imediata da
autorização de trabalho externo, sem prejuízo da sanção
Art. 165 - O Setor de Segurança e Disciplina disciplinar correspondente, apurada através de
informará à Unidade de Produção e comercialização sobre procedimento disciplinar.
eventuais impedimentos da atividade do trabalho do preso
trabalhador e seus motivos. Art. 173 - O preso em cumprimento de pena em
Parágrafo Único - No caso de saída do preso da regime semiaberto poderá obter autorização para
unidade prisional será comunicada imediatamente para a desenvolver trabalho externo, junto às empresas públicas
Unidade de Produção e Comercialização para as ou privadas, observadas as seguintes condições:
providências cabíveis. I- Submeter-se à observação criminológica realizada no
período de 30 (trinta) dias de sua inclusão, sem
Capítulo I qualquer impedimento;
DO TRABALHO INTERNO II- Manter comportamento disciplinado, seja na unidade
prisional, seja na empresa a qual presta serviços;
Art. 166 - O trabalho interno será desenvolvido III- Cumprir horário, em jornada estabelecida no respectivo
através de qualquer atividade regulamentada, que tenha contrato de trabalho;
por objetivo o aprendizado, a formação de hábitos sadios IV- Retornar à unidade prisional quando de eventual
de trabalho, o espírito de cooperação e a socialização do dispensa portando documento hábil do empregador;
preso. V- Ter justificado ao empregador, mediante documento
hábil, a falta por motivo de saúde;
Art. 167 - Considera-se trabalho interno aquele VI- Cumprir rigorosamente o horário da jornada de trabalho
realizado nos limites do estabelecimento, destinado a estabelecidos pela unidade prisional e empresa.
atender às necessidades peculiares da unidade.
Art. 174 - A unidade prisional deverá manter o
Art. 168 - Será atribuído horário especial de trabalho controle e fiscalização através de instrumentos próprios,
aos internos designados para os serviços de conservação, junto à empresa e ao reeducando, para que o mesmo
subsistência e manutenção da Unidade. possa cumprir as exigências do artigo anterior.

Art. 169 - Compete à unidade prisional propiciar Capítulo III


condições de aprendizado aos presos sem experiência DO PECÚLIO
profissional na área solicitada.
Art. 175 - O trabalho do (a) preso (a) será
Art. 170 - Para a prestação do trabalho interno, dar- remunerado, obedecendo critérios de produtividade, não
se-á sempre preferência aos presos que tenham índice podendo ser inferior a 3/4 três quartos) do salário mínimo.
superior de aproveitamento e maior tempo de
cumprimento de pena. Art. 176 - O produto da remuneração será depositado
em conta bancária, em Banco Oficial ou Privado,
conveniado com o Estado.

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Art. 177 – Quanto aos valores do trabalho do preso, • COMENTÁRIOS: Tal previsão tem a finalidade de
seu pecúlio e deduções previdenciárias, observar-se-á o manter o Coordenador do sistema Penal informado das
disposto na Portaria 217/2014 da Sejus. condições da unidade prisional, condições referentes aos
diversos setores seja segurança, estrutura, água, luz,
Art. 178 - Toda importância em dinheiro que for transporte, entre outros de modo que preventivamente
apreendida indevidamente com o reeducando e cuja possam ser solucionados os problemas detectados, este
procedência não for esclarecida reverterá ao Estado, por relatório deverá ser elaborado de forma bem abrangente
processo administrativo em que se obedeça ao devido pelos Administradores.
processo legal.
Parágrafo Único - Se a origem e propriedade forem Art. 183 - Os funcionários da Unidade Prisional
legítimas, a importância será depositada no pecúlio cuidarão para que sejam observados e respeitados os
reserva do reeducando, sem prejuízo das sanções direitos e deveres dos detentos respondendo, nos termos
disciplinares previstas. da legislação própria, pelos resultados adversos a que
derem causa, por ação ou omissão.
Art. 179 - Na ocorrência do falecimento do
reeducando, o saldo será entregue a familiares, atendidas • COMENTÁRIOS: A partir do momento em que o Estado
as disposições pertinentes. assume a tutela das penas privativas de liberdade fica ele
responsável pela manutenção daquele encarcerado que
• COMENTÁRIOS: Pecúlio é o depósito de um percentual segundo a lei preserva todos os direitos inerentes a
da remuneração mensal que o preso recebe por prestar pessoa humana não abrangidos pela perda da liberdade.
algum tipo de trabalho prisional (não podendo ser inferior a Sendo assim o Estado deve por meio de seus agentes
3/4 três quartos do salário mínimo). Ao final do garantir a manutenção do encarcerado observadas as
cumprimento da pena, o então ex-detento, pode resgatar o condições estabelecidas em lei, respondendo penal, civil
valor total correspondente a este fundo. O pecúlio é ou administrativamente o agente que comissiva ou
importante para que a pessoa, quando estiver em omissivamente der causa a fatos não tutelados pelas
liberdade, possa sobreviver e ter condições de buscar normas vigentes.
trabalho e se reintegrar ao convívio social. §1º - No exercício de suas funções, os funcionários
não deverão compactuar com os presos nem praticar atos
TÍTULO XII que possam atentar contra a segurança, ordem ou
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS disciplina, mantendo diálogo com os detentos dentro dos
limites funcionais;
Art. 180 - O abuso de poder exercido contra o interno
será punido administrativamente, sem prejuízo da • COMENTÁRIOS: Compactuar significa: Fazer pacto com
apuração da responsabilidade penal e civil. (alguém), no sentido de aceitar, transigir com (ações,
situações duvidosas, ilícitas etc.). Os Funcionários devem
• COMENTÁRIOS: A expressão abuso de poder faz manter uma postura e decoro de acordo com as normas
referência, no campo da administração pública, ao vigentes tais como as do Estatuto do Servidor Público,
comportamento irregular intrusivo ou omissivo de devendo ser sua relação para com o encarcerado
autoridade, que ordena arbitrariamente, ou executa, estritamente profissional.
medida que ignora a observância das formalidades legais §2º - Os agentes prisionais levarão ao conhecimento
o que pode levar a uma tríplice responsabilidade. da autoridade competente as reivindicações dos presos
objetivando uma solução adequada, bem como as ações
Art. 181 - Cada unidade prisional adotará, atendendo ou omissões dos mesmos, que possam comprometer a
suas peculiaridades, horário próprio para tranca e boa ordem na Unidade Prisional.
destranca das celas.
• COMENTÁRIOS: O Agente de Segurança Penitenciária
• COMENTÁRIOS: A Administração Prisional atendendo é o elo entre o preso e as autoridades, é o agente da
as características próprias da unidade pode escolher, execução penal mais próximo do preso, por conta disso os
optar pela logística interna dos procedimentos. Trata-se de encarcerados dependem do Agente para que seus
um poder que o Direito concede à Administração, de modo anseios cheguem ao conhecimento por exemplo da
explícito ou implícito, para a prática de atos Autoridade Administrativa, que é o Diretor do
administrativos, com a liberdade na escolha segundo os Estabelecimento Prisional.
critérios de conveniência, oportunidade , próprios da
Autoridade Administrativa, observando sempre os limites Art. 184 - Ocorrendo óbito, fuga e evasão, a direção
estabelecidos em lei, pois estes critérios não estão do Estabelecimento comunicará imediatamente ao Juiz da
definidos em lei. Execução, a Coordenadoria do Sistema Prisional e
também solicitará a presença da Polícia Judiciária.
Art. 182 - A cada mês do ano civil os Administradores Parágrafo Único - Falecendo o interno, os valores e
das Unidades Prisionais, após consulta às equipes bens devidamente inventariados, serão entregues aos
técnicas das unidades, elaborarão relatório familiares.
circunstanciado das atividades e funcionamento da
respectiva unidade, encaminhando-o ao Coordenador do
Sistema Penal do Estado, para as providências que
entender cabíveis.

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• COMENTÁRIOS: Nessas situações deve o Diretor do
Estabelecimento informar ao Juiz das Execuções, a
COSIPE, a Polícia Civil, tal acontecimento para que sejam
de imediato adotadas as providências cabíveis como
recaptura no caso fuga, ou comunicado a família no caso
de morte.

Art. 185 - Em caso de danos ao Estabelecimento a


Diretoria oferecerá a Coordenadoria do Sistema
Penitenciário relatório circunstanciado objetivando avaliar
os prejuízos e elucidar as irregularidades, encaminhando
os resultados a quem de direito.
Parágrafo Único - Cabe ao reeducando ressarcir o
Estado pelos danos causados, ao patrimônio físico e
material da Unidade Prisional.

Art. 186 - Os casos omissos poderão ser resolvidos


pelo Diretor da Unidade, em conjunto com a
Coordenadoria do Sistema Penitenciário, com o
conhecimento da Secretária da Justiça e Cidadania,
observadas as respectivas competências.

Art. 187 - A revisão do Regimento Geral dos


Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará será
realizada a cada 4 (quatro) anos, contados a partir de
sua publicação, por Comissão Especial a ser
designada pelo(a) Secretário(a) da Justiça e
Cidadania, composta preferencialmente de forma
paritária por membros das instituições com atuação
direta no sistema prisional.
Parágrafo único – Sem prejuízo da citada revisão,
serão promovidos encontros anuais de servidores e
gestores para discussão, proposição e avaliação das
políticas públicas para o sistema penitenciário.

• COMENTÁRIOS: O Regimento será revisado a cada 4


(quatro) anos, por uma comissão especial (pode ser
Agentes Penitenciários, membros do Conselho
Penitenciário, Defensores Públicos, Professores ou outros
que tenham atuação direta no Sistema Penal) designada
pelo Secretário da Justiça, tendo em vista que a norma
deve estar atualizada de acordo com o contexto social em
que vivemos para que discipline de maneira correta os
assuntos pertinentes, sendo assim algumas normas
podem ser revogadas e outras podem ser criadas. Não
obstante o lapso temporal estabelecido pelo legislador
podem ocorrer encontros anuais para que se avalie,
discuta, proponha normas mais eficazes, revogue outras,
tendo em vista o aprimoramento da legislação e a
permanente discussão sobre o Sistema Penal.

Art. 188 - Este Regimento entrará em vigor na data


de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

ESTAREMOS JUNTOS ATÉ A VITÓRIA!!!!!!!

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ANEXOS Defensor Público ou o Advogado constituído ou nomeado
para o ato.”
PORTARIA Nº225/2015 - O SECRETÁRIO DA
JUSTIÇA E CIDADANIA DO ESTADO DO CEARÁ, no uso “Art. 26 - O Conselho Disciplinar, que será presidido
de suas atribuições que lhe são conferidas pelo pelo Diretor Adjunto e, nas suas faltas ou impedimentos,
art. 44 da Lei nº 13.875 de 07 de fevereiro de 2007; pelo agente penitenciário que o compõe, reunir-se-á tantas
CONSIDERANDO a necessidade de modificação dos vezes quantas necessárias para deliberar sobre as tarefas
arts.19, 25, 26 e 80 do Regimento Geral dos a seu cargo.
Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará; §1º - Em caso de empate será considerado vencedor
CONSIDERANDO o disposto na alínea “k” do art. 2º do o voto favorável ao preso.
Código de Ética Profissional do Psicólogo, que veda ao §2º - Os pareceres do Conselho Disciplinar serão
profissional de psicologia ser perito, avaliador ou sempre coletivos e lançados por escrito, sendo tomados
parecerista em situações nas quais seus vínculos por maioria simples.”
pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam
afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a “Art.80 - Será propiciado ao detento submetido a
fidelidade aos resultados da avaliação; CONSIDERANDO julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo direito
o que dispõe o parágrafo único do art. 2º da Resolução de defesa, seja por Defensor Público ou por Advogado
nº12/11 do Conselho Federal de Psicologia, que, ao constituído ou nomeado para o ato.
regular a atuação de psicólogos no sistema prisional, veda
a participação destes em procedimentos que envolvam as Art. 2º - O artigo 19 do Regimento Geral dos
práticas de caráter punitivo e disciplinar, notadamente os Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará passa a
de apuração de faltas disciplinares; CONSIDERANDO os vigorar acrescido do inciso XI, com o seguinte texto:
ditames legais do art.54 da Lei Federal nº7.210 de 11 de “XI – Julgar as faltas disciplinares cometidas pelos
julho 1984 (Lei de Execução Penal), cuja nova redação, internos, após análise do parecer opinativo previsto no
dada pela Lei nº10.792 de 1º de dezembro de 2003, inciso I do artigo 25 deste Regimento, aplicando, quando
retirou da competência do Conselho Disciplinar a for o caso, a sanção disciplinar adequada à falta cometida,
aplicação das sanções disciplinares, restringindo a aos assegurados o contraditório e a ampla defesa, por
diretores dos estabelecimentos prisionais e aos juízes Defensor Público ou Advogado constituído pelo interno ou
competentes, de acordo com a sanção aplicável; nomeado para o ato.”
CONSIDERANDO a necessidade de efetivação e de
unificação dos procedimentos administrativo-disciplinares Art. 3º - Esta portaria entra em vigor na data de sua
para apuração das faltas graves cometidas pelos publicação.
condenados à pena privativa de liberdade; SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA, em
CONSIDERANDO a necessidade de assegurar a ampla Fortaleza, 06 de abril de 2015. Hélio das Chagas Leitão
defesa e o contraditório nos procedimentos disciplinares, Neto SECRETÁRIO DA JUSTIÇA E CIDADANIA
conforme prescreve o art.59 da Lei Federal nº7.210 de 11
de julho 1984(Lei de Execução Penal); RESOLVE:
Anotações
Art. 1º - Os artigos 25, 26 e 80 do Regimento Geral
dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará,
aprovado por meio da Portaria nº1220/2014 da Secretaria
da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, publicada no
Diário Oficial do Estado do Ceará de 16 de dezembro de
2014, SÉRIE 3, ANO VI, Nº236, Caderno 3/3, p. 117-130,
passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 25 – O Conselho Disciplinar, órgão colegiado


formado pelo Diretor Adjunto, por um Assistente Social e
por um agente penitenciário de notória experiência, tem
por finalidade:
I - Instaurar Procedimento Disciplinar para conhecer,
analisar e processar as faltas disciplinares cometidas
pelos internos, elaborando parecer opinativo, que será
encaminhado para apreciação do(a) Diretor(a) da Unidade
Prisional, assegurados, em todo o procedimento o
contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou
Advogado constituído pelo interno ou nomeado para o ato.
II - Conhecer os resultados de eventuais exames
criminológicos e acompanhar o perfil comportamental do
preso.
Parágrafo único – Nos estabelecimentos prisionais
em que não houver os profissionais descritos no caput
deste artigo, a decisão sobre faltas disciplinares ficará a
cargo do Diretor da unidade, ouvido previamente o

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LEI Nº 14.582, DE 21.12.09 (D.O. 28.12.09) REDENO- voluntário, participar de serviço para o qual seja designado
MINA A CARREIRA GUARDA PENITENCIÁRIA, E DÁ eventualmente, nos termos desta Lei e do respectivo
OUTRAS PROVIDÊNCIAS. regulamento.
§ 1º O Abono Especial por Reforço Operacional é de
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ natureza voluntária e a operação de reforço operacional
deverá ser planejada pela Secretaria da Justiça e
FAÇO SABER QUE A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Cidadania, utilizando-se no máximo 50% (cinquenta por
DECRETOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: cento) do efetivo de Agentes Penitenciários ativos,
conforme a natureza do trabalho de segurança
Art. 1º A carreira Guarda Penitenciária, integrante do penitenciária a ser desenvolvido nos termos do anexo
Grupo Ocupacional Atividades de Apoio Administrativo e único desta Lei.
Operacional, prevista no item 2, do anexo I, da Lei § 2º O abono de que trata este artigo não será
n°12.386, de 9 de dezembro de 1994, fica redenominada incorporado aos vencimentos para nenhum efeito,
para carreira Segurança Penitenciária e estruturada na inclusive previdenciário, bem como não será considerado
forma do anexo I, desta Lei. para cálculo de quaisquer vantagens pecuniárias.
§ 3º O abono Especial por Reforço Operacional será
Art. 1º A carreira Guarda Penitenciária, integrante do limitado à execução de, no máximo, 60 (sessenta) horas
Grupo Ocupacional Atividades de Apoio Administrativo e de reforços operacionais por mês, além da jornada normal
Operacional, prevista no item 2, do anexo I, da Lei nº de trabalho do Agente Penitenciário. (Redação dada pela
12.386, de 9 de dezembro de 1994, fica redenominada Lei N.º 16.063, de 07.07.16)
para carreira Segurança Penitenciária e estruturada na
forma do anexo l desta Lei, passando os Agentes Art. 6º Fica concedido, a partir de 1º de setembro de
Penitenciários a ter as seguintes atribuições: atendimento, 2008, Abono aos Agentes Penitenciários na forma do
vigilância, custódia, guarda, escolta, assistência e anexo IV, da presente Lei, valor este absorvido na
orientação de pessoas recolhidas aos estabelecimentos composição da remuneração, decorrente da
penais estaduais. (Nova redação dada pela lei redenominação da Carreira de Segurança Penitenciária.
n.º 14.966, de 13.07.11) §1º O disposto no caput deste artigo aplica-se aos
aposentados e aos pensionistas.
Art. 2º Os ocupantes dos cargos/funções de Agente §2º O abono previsto neste artigo não poderá ser
Penitenciário, da carreira Segurança Penitenciária considerado ou computado para fins de concessão ou de
redenominada pelo art.1º desta Lei, são posicionados na cálculos de vantagens financeiras de qualquer natureza,
forma do anexo II. cessando integralmente os pagamentos a esse título
quando da implementação da tabela vencimental que trata
Art. 3º A Tabela vencimental para a carreira o anexo III.
Segurança Penitenciária é a prevista no anexo III.
Art. 7º Fica instituída a Gratificação de Atividades
Art. 4° Os servidores integrantes da carreira Especiais e de Risco – GAER, devida aos servidores em
redenominada por esta Lei são submetidos ao regime de atividades ocupantes dos cargos / funções de Agente
plantão de 12 x 36 horas, podendo haver revezamento no Penitenciário, integrantes da Carreira de Segurança
período diurno e noturno. Penitenciária, no percentual de 40% (quarenta por cento),
incidente, exclusivamente, sobre o vencimento base, em
Art. 5º A estrutura remuneratória dos Agentes razão do efetivo exercício das funções específicas de
Penitenciários, integrantes da Carreira de Segurança segurança, internas e externas, nos estabelecimentos
Penitenciária, é composta pelo vencimento base constante prisionais do Estado.
do anexo III, da Gratificação de Atividades Especiais e de Art. 7º Fica instituída a Gratificação de Atividades
Risco – GAER, prevista no art. 7º e Adicional Noturno Especiais e de Risco – GAER, devida aos servidores em
previsto no art. 8º, todos desta Lei. atividades ocupantes dos cargos/funções de Agente
§1º Além das parcelas previstas no caput deste Penitenciário, integrantes da carreira de Segurança
artigo, o Agente Penitenciário integrante da Carreira de Penitenciária, no percentual de 60% (sessenta por cento),
Segurança Penitenciária, poderá receber vantagem incidente, exclusivamente, sobre o vencimento base, em
pessoal, sendo esta compreendida como o valor já razão do efetivo exercício das funções específicas de
incorporado à remuneração do Agente decorrente do segurança, internas e externas, nos estabelecimentos
exercício de cargo em comissão e a Gratificação por prisionais do Estado. (Nova redação dada pela Lei n.º
Adicional de Tempo de Serviço para aqueles que já tinham 15.154, de 09.05.12)
implementado as condições para tanto quando da edição
da Lei nº 12.913, de 18 de junho de 1999.
§2º Poderá ainda o Agente Penitenciário integrante
da Carreira de Segurança Penitenciária perceber
complemento, este entendido como a parte percebida pelo
agente que ultrapasse os valores decorrentes da presente
Lei, percebida no mês anterior ao da publicação desta
norma, excluídas a vantagem pessoal e a gratificação por OBS.: LEI N° 16.102/16 QUE ALTEROU O PERCENTUAL
adicional de tempo de serviço. DA GAER DE 60% PARA 100 %LEI N.º 16.102, DE
Art.5º-A. Fica instituído o Abono Especial por Reforço 02.09.16 (D.O. 06.09.16)DISPÕE SOBRE A
Operacional ao Agente Penitenciário que, em caráter GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADES ESPECIAIS E DE

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RISCO – GAER, PREVISTA NA LEI N.º 14.582, DE 21 DE Art. 11. A Gratificação de que trata o art. 5°, desta Lei,
DEZEMBRO DE 2009. é incompatível com a percepção da Gratificação pela
prestação de serviços extraordinários, sendo vedado o seu
Art. 1º A Gratificação de Atividades Especiais e de pagamento aos integrantes da carreira Segurança
Risco – GAER, de que trata o art. 7º, da Lei n.º 14.582, de Penitenciária.
21 de dezembro de 2009, a que fazem jus os servidores Art. 11. A Gratificação de que trata o art. 7° desta Lei,
ocupantes de cargo ou função de Agente Penitenciário, é incompatível com a percepção da Gratificação pela
integrantes da carreira de Segurança Penitenciária, passa prestação de serviços extraordinários, sendo vedado o seu
a ser devida nos percentuais de 70% (setenta por cento), pagamento aos integrantes da carreira de Segurança
sobre o vencimento básico, a partir de fevereiro de 2017, Penitenciária. (Nova redação dada pela Lei n.º 15.154, de
80% (oitenta por cento) a partir de janeiro de 2018, e 09.05.12)
100% (cem por cento) a partir de novembro de 2018.
§ 1° A GAER prevista no caput é devida aos Art. 11. A gratificação que trata o art. 7º desta Lei é
integrantes da carreira prevista no art. 1º desta Lei, como incompatível com a percepção de qualquer gratificação
compensação do acréscimo da jornada, quando no efetivo pela prestação de serviços extraordinários, com exceção
exercício sob regime de plantão de 12 (doze) horas de dos serviços eventuais a que estiverem inscritos
trabalho, com revezamento no período diurno e noturno, voluntariamente os agentes penitenciários designados
perfazendo uma carga horária semanal de 48 (quarenta e eventualmente pela Secretaria da Justiça e Cidadania, a
oito) horas. título de Reforço Operacional, na forma do art. 5º- A desta
Lei. (Nova redação dada pela Lei n.º 16.063, 07.07.16)
§ 2° Os servidores ocupantes dos cargos/funções de Art. 12. A Gratificação, de que trata o art. 5°, desta
Agentes Penitenciários quando no exercício de cargos Lei, será incorporada aos proventos de aposentadoria,
comissionados nas unidades prisionais e na desde que o servidor tenha contribuído por pelo menos 60
Coordenadoria do Sistema Penal, cujas atribuições sejam (sessenta) meses ininterruptos para o Sistema Único de
de natureza penitenciária, farão jus a GAER. Previdência – SUPSEC.
§ 2º Os servidores ocupantes dos cargos/funções de
Agentes Penitenciários quando no exercício de cargos Art. 12. A Gratificação de que trata o art. 7° desta Lei,
comissionados nas unidades prisionais, na Coordenadoria será incorporada aos proventos de aposentadoria, desde
do Sistema Penal, cujas atribuições sejam de natureza que o servidor tenha contribuído por pelo menos 60
penitenciária, ou, ainda, na Célula de Inteligência (sessenta) meses ininterruptos para o Sistema Único de
Penitenciária, vinculada ao Gabinete da Secretaria da Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e
Justiça e Cidadania, farão jus a GAER. (Nova redação Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder
dada pela Lei n.º 14.966, de 13.07.11) do Estado do Ceará – SUPSEC. (Nova redação dada pela
Lei n.º 15.154, de 09.05.12)
Art. 8° É devido aos servidores ocupantes dos §1° Para os servidores que implementarem as regras
cargos/funções de Agente Penitenciário o adicional por dos arts. 3° e 6° da Emenda Constitucional Federal n° 41,
trabalho noturno nas seguintes condições: de 19 de dezembro de 2003, ou do art. 3°, da Emenda
§ 1° O adicional por trabalho noturno é devido ao Constitucional Federal n° 47, de 5 de julho de 2005, e cujo
servidor cujo trabalho seja executado entre 22 (vinte e período de percepção por ocasião do pedido de
duas horas) de um dia às 5 (cinco) horas do dia seguinte; aposentadoria seja menor do que 60 (sessenta) meses,
§ 2° A hora de trabalho noturno será computada será observada a média aritmética do período de
como de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) percepção, multiplicado pela fração cujo numerador será o
segundos; número correspondente ao total de meses trabalhados e o
§ 3° O trabalho noturno será remunerado com um denominador será sempre o numeral 60 (sessenta).
acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor §2° O disposto neste artigo não se aplica para os
da hora diurno. servidores que se aposentarem pelas regras previstas no
art.40 da Constituição Federal, com a redação dada pela
Art. 9º A Gratificação pela execução de trabalho em Emenda Constitucional Federal n° 41, de 19 de dezembro
condições especiais, inclusive com risco de vida ou de de 2003, nos termos da Legislação Federal.
saúde, prevista no inciso VI, do art. 132, da Lei nº 9.826,
de 14 de maio de 1974, e no parágrafo único, art. 1º, da Art. 13. Ficam mantidas as regras instituídas no
Lei nº 9.598, de 28 de junho de 1972, e no art. 7° da Lei n° Capítulo IV, da Lei n° 12.386, de 9 de dezembro de 1994,
9.788, de 4 de dezembro de 1973, é incompatível com a referente a ascensão funcional do servidor ocupante do
percepção das gratificações previstas nesta Lei, sendo cargo/função de Agente Penitenciário, conforme a
vedado o seu pagamento aos integrantes da carreira estrutura e composição constante no anexo I, sem
redenominada por esta Lei. prejuízo do interstício em curso.
Parágrafo único. Os critérios específicos e os
Art. 10. Fica extinta e cessa seu pagamento em procedimentos para aplicação do princípio do mérito e/ou
relação aos integrantes da carreira de Segurança da antiguidade para a efetivação da progressão e da
Penitenciária a Gratificação Especial de Localização promoção são os definidos no Decreto n° 22.793, de 1° de
Carcerária, o Abono Provisório e o Acréscimo de 40% outubro de 1993, até que sejam definidos novos critérios.
(quarenta por cento) sobre o vencimento base, previstos Art. 14. As despesas decorrentes da aplicação desta
no art. 1º e seus parágrafos, no art. 2º e parágrafo único, e Lei correrão por conta das dotações orçamentárias
art. 3º, da Lei nº 13.095, de 12 de janeiro de 2001. próprias do Órgão.

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Art. 14. As despesas decorrentes desta Lei correrão  SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA
por conta de dotação orçamentária da Secretaria da
Justiça e Cidadania - SEJUS, podendo ser suplementada, PORTARIA Nº 723/2014
em caso de necessidade. (Nova redação dada pela Lei
n.º 16.063, 07.07.16) NORMATIZA E DISCIPLINA O PROCEDIMENTO DE
REVISTA A SER ADOTADO PARA VISITANTES,
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua INTERNOS, SERVIDORES E AUTORIDADES QUE
publicação. INGRESSEM NAS UNIDADES PRISIONAIS DO ESTADO
DO CEARÁ, SUBMETIDOS À ADMINISTRAÇÃO DA
Art. 16. Ficam revogadas as disposições em SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA DO ESTADO
contrário. DO CEARÁ.

PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, A SECRETÁRIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA DO


em Fortaleza, 21 de dezembro de 2009.
ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais e
Cid Ferreira Gomes regimentais, que lhe são conferidas pelo art. 82, Lei
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ nº 13.875, de 07 de fevereiro de 2007 e com fundamento
no Decreto nº 18.590, de 13 de março de 1987;
CONSIDERANDO que a dignidade da pessoa humana é
Anotações princípio fundamental do Estado Democrático de Direito,
instituído no art. 1º, III da Constituição Federal;
CONSIDERANDO o disposto no art. 5º, inciso X, ab initio,
da Constituição Federal, que estabelece serem invioláveis
a intimidade e a honra das pessoas; CONSIDERANDO a
necessidade de coibir qualquer forma de tratamento
desumano ou degradante, expressamente vedado no art.
5º, III da Constituição Federal; CONSIDERANDO a
necessidade de manter a integridade física e moral dos
internos, visitantes, servidores e autoridades que visitem
ou exerçam suas funções no sistema penitenciário do
Estado do Ceará; CONSIDERANDO que o art. 74 da
Lei 7210 determina que o departamento penitenciário local
deve supervisionar e coordenar o funcionamento dos
estabelecimentos penais que possuir; CONSIDERANDO o
disposto no art. 3º da Lei 10.792/2003, que determina que
todos que queiram ter acesso aos estabelecimentos
penais devem se submeter aos aparelhos detectores de
metais, independentemente de cargo ou função pública;
CONSIDERANDO as Portarias 314/2011 e 692/2013 da
secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, que
tratam do acesso de autoridades e visitantes ao sistema
penitenciário local; CONSIDERANDO o disposto no art.
146 e parágrafos do Regimento Geral dos
Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará;
CONSIDERANDO a necessidade de prevenir crimes no
sistema penitenciário, impedindo a entrada de objetos que
possam ser utilizados para tão nefasta finalidade,
resguardando a segurança de toda a sociedade:
RESOLVE, normatizar e sistematizar o procedimento de
revista a ser adotado para visitantes, internos, servidores,
profissionais e autoridades que ingressem nas unidades
prisionais do Estado do Ceará, submetidos à
administração da Secretaria da Justiça e Cidadania do
Estado do Ceará:

Art. 1º. A revista pessoal (eletrônica, mecânica ou


manual) a qual devem se submeter todos que queiram ter
acesso a um estabelecimento penal para manter contato
com pessoa presa ou ainda para prestar serviços, ainda
que exerçam qualquer cargo ou função pública,
necessária à segurança de estabelecimentos penais, será
realizada com respeito à dignidade humana, sendo
vedada qualquer forma de desnudamento, tratamento
desumano ou degradante.

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§ 1º. A revista pessoal deverá ocorrer mediante uso LEI Nº 15.718, 26 de dezembro de 2014. INSTITUI O
de equipamentos eletrônicos detectores de metais, PROJETO DE REMIÇÃO PELA LEITURA NO ÂMBITO
bodyscanners, aparelhos de raio-X ou similares, ou ainda DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS DO ESTADO DO
manualmente, preservando-se a integridade física, CEARÁ. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ.
psicológica e moral da pessoa revistada. Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu
§ 2º. Onde houver bodyscanner obrigatoriamente este sanciono a seguinte Lei:
será o meio utilizado para a revista eletrônica.
Art. 1º Fica instituído o Projeto Remição pela Leitura
§ 3º. Considera-se revista manual toda inspeção
nos Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará, como
realizada mediante contato físico da mão do agente
meio de viabilizar a remição da pena por estudo, prevista
público competente sobre a roupa da pessoa revistada,
na Lei Federal nº 12.433, de 29 de junho de 2011.
sendo vedados o desnudamento total ou parcial, o toque
em partes íntimas, o uso de espelhos, o uso de cães
Art. 2º O Projeto Remição pela Leitura visa à
farejadores, bem como a introdução de quaisquer objetos
possibilidade de remição da pena do custodiado em
nas cavidades corporais da pessoa revistada.
regime fechado e semiaberto, em conformidade com o
§ 4º. A retirada de calçados, casacos, jaquetas e disposto no art. 126 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de
similares, bem como de acessórios, não caracteriza 1984, alterado pela Lei Federal nº 12.433, de 29 de junho
desnudamento. de 2011, concomitantemente com a Súmula 341 do STJ,
§ 5º. A revista manual será realizada por servidor com o art. 3º da Resolução nº 02, do Conselho Nacional
habilitado e sempre do mesmo sexo da pessoa revistada. de Educação, com o art. 3º, inciso IV da Resolução nº 03,
§ 6º. A revista pessoal em crianças ou adolescentes do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
deve garantir o respeito ao princípio da proteção integral e com a Recomendação nº 44, de 26 de novembro de
da criança e do adolescente, sendo vedada sua realização 2013, do Conselho Nacional de Justiça, o qual associa a
sem a presença e o acompanhamento de um responsável oferta da educação às ações complementares de fomento
legal. à leitura, atendendo a pressupostos de ordem objetiva e
outros de ordem subjetiva.
§ 7º. Os membros do Poder Judiciário e das funções
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se
essenciais à Justiça se submeterão somente à revista também nas hipóteses de prisão cautelar.
eletrônica e mecânica.
§ 8º. O preso deverá ser revistado antes e depois do Art. 3º O Projeto Remição pela Leitura tem como
contato com visitante. objetivo oportunizar aos presos custodiados alfabetizados
o direito ao conhecimento, à educação, à cultura e ao
Art. 2º. A realização de revista manual ocorrerá nas desenvolvimento de capacidade crítica, por meio da leitura
seguintes hipóteses: e da produção de relatórios de leitura e resenhas.
I – o estado de saúde impeça que a pessoa a ser
revistada se submeta a determinados equipamentos de Art. 4º O Projeto Remição pela Leitura consiste em
revista eletrônica; oportunizar ao preso custodiado alfabetizado remir parte
II – quando não existir equipamento eletrônico ou este do tempo de execução da pena pela leitura mensal de
não estiver funcionando; uma obra literária, clássica, científica ou filosófica, dentre
III – após a realização da revista eletrônica, subsistir outras, previamente selecionadas pela Comissão de
fundada suspeita de porte ou posse de objetos, produtos Remição pela Leitura e pela elaboração de relatório de
ou substâncias, cuja entrada seja proibida. leitura ou resenha nos termos desta Lei.
§ 1º. Os casos previstos no inciso I deverão ser Parágrafo único. O Projeto Remição pela Leitura
comprovados mediante laudo médico, expedido em até 60 poderá ser integrado a outros projetos de natureza
(sessenta) dias antes da visita, exceto quando atestar semelhante que venham a ser executados nos
enfermidade permanente. Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará.

Art. 3º. Esta portaria entra em vigor em quarenta e Art. 5º Todos os presos custodiados alfabetizados do
cinco dias a partir de sua publicação. Sistema Penal do Estado do Ceará, inclusive nas
hipóteses de prisão cautelar, poderão participar das ações
do Projeto Remição pela Leitura.

SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA, em Art. 6º A Secretaria da Justiça e Cidadania – SEJUS,


Fortaleza, 13 de agosto de 2014. e a Secretaria da Educação do Estado do Ceará –
Paulo Roberto Bentes Vasconcelos SEDUC, serão responsáveis pela coordenação das ações
SECRETÁRIO ADJUNTO DA JUSTIÇA E do Projeto Remição pela Leitura dentro da esfera de suas
CIDADANIA atribuições.
Parágrafo único. A Secretaria de Justiça e Cidadania
do Estado Ceará poderá celebrar termos de cooperação,
convênios ou instrumentos congêneres com outras
instituições para consecução dos objetivos da presente
Lei.

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Art. 7º A Secretaria da Justiça e Cidadania – SEJUS, Art. 16. Os integrantes da Comissão de Remição pela
será responsável por proporcionar espaços físicos Leitura serão cientificados dos termos do art. 130 da Lei nº
adequados às atividades educacionais, por integrar as 7.210, de 11 de julho de 1984, acerca da possibilidade de
práticas educativas às rotinas dos Estabelecimentos constituição de crime por atestar com falsidade um pedido
Penais e por difundir informações incentivando a de remição de pena, mediante assinatura de termo de
participação dos presos custodiados alfabetizados nas ciência.
ações do Projeto Remição pela Leitura, em todos os
Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará. Art. 17. A Comissão da Remição pela Leitura será
responsável por:
Art. 8º A remição pela leitura será assegurada de I - relacionar as obras literárias que compõem as
forma paritária com a remição concedida ao trabalho, e ações da Remição pela Leitura;
cumulativa quando envolver a realização paralela das II - atualizar periodicamente os títulos das obras
duas atividades, se compatíveis. literárias do acervo das ações da Remição pela Leitura;
III - orientar os presos custodiados alfabetizados
Art. 9º A participação do preso custodiado sobre como elaborar relatórios de leitura e resenhas;
alfabetizado no Projeto Remição pela Leitura será IV - realizar a orientação de escritas e reescritas de
voluntária, mediante inscrição no setor da administração textos para a elaboração dos relatórios de leitura e das
do respectivo Estabelecimento Penal. resenhas;
V - indicar um representante para fiscalizar a
Art. 10. O preso custodiado alfabetizado integrante elaboração do relatório de leitura ou resenha nos termos
das ações do Projeto Remição pela Leitura realizará a do art. 12 desta Lei.
leitura de uma obra literária e elaborará um relatório de Parágrafo único. Outras responsabilidades da
leitura ou uma resenha, o que permitirá remir quatro Comissão poderão ser regulamentadas por meio de
(quatro) dias de sua pena e ao final de até 12 (doze) obras portaria conjunta.
lidas e avaliadas, terá a possibilidade de remir 48
(quarenta e oito) dias, no prazo de 12 (doze) meses de Art. 18. A Secretaria da Educação do Estado do
acordo com a capacidade gerencial da Unidade. Ceará – SEDUC, por meio dos seus profissionais, avaliará
os relatórios de leitura e as resenhas.
Art. 11. Para fins de remição da pena, o preso
custodiado alfabetizado poderá escolher por mês, Art. 19. Toda equipe de operadores de execução
somente uma obra literária dentre os títulos selecionados penal será responsável por zelar pela execução e bom
para leitura e terá o prazo de 21 (vinte e um) a 30 (trinta) andamento das ações do Projeto Remição pela Leitura,
dias para, apresentar ao final desse período o relatório de nos respectivos Estabelecimentos Penais.
leitura ou resenha.
Art. 20. A Secretaria da Justiça e Cidadania do
Art. 12. O relatório de leitura ou a resenha deverá ser Estado do Ceará -SEJUS, poderá promover exposições,
elaborado individualmente, de forma presencial, em local rodas de leitura, concursos de redação e literários dentre
adequado, providenciado pela Direção do Estabelecimento outras atividades de enriquecimento cultural, envolvendo
Penal, na presença de no mínimo 1 (um) representante os integrantes das ações do Projeto Remição pela Leitura.
indicado pela Comissão de Remição da Pena pela Leitura.
§ 1º O relatório de leitura será elaborado pelos Art. 21. O atestado para fins de remição será
custodiados alfabetizados de Ensino Fundamental ou expedido pela Secretaria da Educação do Estado do
equivalente. Ceará – SEDUC, e encaminhará para a Direção da
§ 2º A resenha será elaborada pelos custodiados Unidade para arquivamento no prontuário do custodiado.
alfabetizados de Ensino Médio, Superior e Pós-Superior.
Art. 22. Os relatórios de leitura e resenhas
Art. 13. Será utilizada a nota de 0,0 (zero) a 10,0 permanecerão arquivados na Secretaria da Educação do
(dez), sendo considerado aprovado o relatório de leitura Estado do Ceará – SEDUC.
ou a resenha que atingir a nota igual ou superior a 6,0
(seis), conforme Sistema de Avaliação adotado pela Art. 23. A remição da pena pela leitura será
Secretaria da Educação do Estado do Ceará – SEDUC. declarada pelo juiz competente para a execução da pena.

Art. 14. O acervo bibliográfico indicado pela Art. 24. A Secretaria da Justiça e Cidadania do
Comissão de Remição da Pena pela Leitura, o qual Estado do Ceará – SEJUS, regulamentará por meio de
subsidiará as ações de Remição da Pena pela Leitura, Portaria o estabelecido nesta Lei.
será disponibilizado aos Estabelecimentos penais.
Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua
Art. 15. A Secretaria da Justiça e Cidadania e a publicação.
Secretaria da Educação disciplinarão por meio de portaria
conjunta os integrantes da Comissão de Remição pela Art. 26. Revogam-se as disposições em contrário.
Leitura, entre membros de seus quadros funcionais.

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Anotações Anotações

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