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LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984. Art.

9º A Comissão, no exame para a obtenção de


Institui a Lei de Execução Penal. TÍTULO II dados reveladores da personalidade, observando a
Do Condenado e do Internado ética profissional e tendo sempre presentes peças ou
TÍTULO I informações do processo, poderá:
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução CAPÍTULO I
Penal Da Classificação I - entrevistar pessoas;
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar os seus antecedentes e personalidade, para orientar a privados, dados e informações a respeito do
as disposições de sentença ou decisão criminal e individualização da execução penal. condenado;
proporcionar condições para a harmônica integração III - realizar outras diligências e exames
social do condenado e do internado. Art. 6º A classificação será feita por Comissão necessários.
Técnica de Classificação que elaborará o programa
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais individualizador da pena privativa de liberdade Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado
da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, adequada ao condenado ou preso provisório. com violência grave contra a pessoa, bem como por
será exercida, no processo de execução, na crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por
conformidade desta Lei e do Código de Processo Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, crime sexual contra vulnerável, será submetido,
Penal. existente em cada estabelecimento, será presidida obrigatoriamente, à identificação do perfil genético,
pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) mediante extração de DNA (ácido
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) desoxirribonucleico), por técnica adequada e
ao preso provisório e ao condenado pela Justiça psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento
Eleitoral ou Militar, quando recolhido a de condenado à pena privativa de liberdade. prisional. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. de 2019)
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada § 1º A identificação do perfil genético será
assegurados todos os direitos não atingidos pela por fiscais do serviço social. armazenada em banco de dados sigiloso, conforme
sentença ou pela lei. regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de privativa de liberdade, em regime fechado, será § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar
natureza racial, social, religiosa ou política. submetido a exame criminológico para a obtenção garantias mínimas de proteção de dados genéticos,
dos elementos necessários a uma adequada observando as melhores práticas da genética forense.
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da classificação e com vistas à individualização da (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
comunidade nas atividades de execução da pena e da execução.
medida de segurança. § 2º A autoridade policial, federal ou estadual,
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá requerer ao juiz competente, no caso de
poderá ser submetido o condenado ao cumprimento inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de
da pena privativa de liberdade em regime semi- identificação de perfil genético. (Incluído pela Lei
aberto. nº 12.654, de 2012)
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados Da Assistência Art. 14. A assistência à saúde do preso e do
genéticos o acesso aos seus dados constantes nos internado de caráter preventivo e curativo,
bancos de perfis genéticos, bem como a todos os SEÇÃO I compreenderá atendimento médico, farmacêutico e
documentos da cadeia de custódia que gerou esse Disposições Gerais odontológico.
dado, de maneira que possa ser contraditado pela § 1º (Vetado).
defesa. Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é
dever do Estado, objetivando prevenir o crime e § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput orientar o retorno à convivência em sociedade. aparelhado para prover a assistência médica
deste artigo que não tiver sido submetido à necessária, esta será prestada em outro local,
identificação do perfil genético por ocasião do Parágrafo único. A assistência estende-se ao mediante autorização da direção do estabelecimento.
ingresso no estabelecimento prisional deverá ser egresso.
submetido ao procedimento durante o cumprimento § 3º Será assegurado acompanhamento médico à
da pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 11. A assistência será: mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto,
extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei nº
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser I - material; 11.942, de 2009)
utilizada para o único e exclusivo fim de permitir a II - à saúde;
identificação pelo perfil genético, não estando III - jurídica; § 4º Será assegurado tratamento humanitário à
autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou IV - educacional; mulher grávida durante os atos médico-hospitalares
de busca familiar. (Incluído pela Lei nº 13.964, de V - social; preparatórios para a realização do parto e durante o
2019) VI - religiosa. trabalho de parto, bem como à mulher no período de
puerpério, cabendo ao poder público promover a
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a SEÇÃO II assistência integral à sua saúde e à do recém-
amostra biológica recolhida nos termos do caput Da Assistência Material nascido. (Incluído pela Lei nº 14.326, de 2022)
deste artigo deverá ser correta e imediatamente
descartada, de maneira a impedir a sua utilização Art. 12. A assistência material ao preso e ao SEÇÃO IV
para qualquer outro fim. (Incluído pela Lei nº internado consistirá no fornecimento de Da Assistência Jurídica
13.964, de 2019) alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e e aos internados sem recursos financeiros para
respectivo laudo serão realizadas por perito oficial. serviços que atendam aos presos nas suas constituir advogado.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) necessidades pessoais, além de locais destinados à
venda de produtos e objetos permitidos e não Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em fornecidos pela Administração. serviços de assistência jurídica, integral e gratuita,
submeter-se ao procedimento de identificação do pela Defensoria Pública, dentro e fora dos
perfil genético. SEÇÃO III estabelecimentos penais.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Da Assistência à Saúde
§ 1º As Unidades da Federação deverão prestar
CAPÍTULO II auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria
Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora § 2 º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e
dos estabelecimentos penais. às presas cursos supletivos de educação de jovens e V - outros dados relevantes para o aprimoramento
adultos. educacional de presos e presas.
§ 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá
local apropriado destinado ao atendimento pelo § 3 º A União, os Estados, os Municípios e o
Defensor Público. Distrito Federal incluirão em seus programas de
§ 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão educação à distância e de utilização de novas SEÇÃO VI
implementados Núcleos Especializados da tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às Da Assistência Social
Defensoria Pública para a prestação de assistência presas.
jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em Art. 19. O ensino profissional será ministrado em Art. 22. A assistência social tem por finalidade
liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. amparar o preso e o internado e prepará-los para o
financeiros para constituir advogado. retorno à liberdade.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino
SEÇÃO V profissional adequado à sua condição. Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
Da Assistência Educacional
Art. 20. As atividades educacionais podem ser I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a objeto de convênio com entidades públicas ou exames;
instrução escolar e a formação profissional do preso particulares, que instalem escolas ou ofereçam
e do internado. cursos especializados. II - relatar, por escrito, ao Diretor do
estabelecimento, os problemas e as dificuldades
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar- enfrentadas pelo assistido;
integrando-se no sistema escolar da Unidade se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para
Federativa. uso de todas as categorias de reclusos, provida de III - acompanhar o resultado das permissões de
livros instrutivos, recreativos e didáticos. saídas e das saídas temporárias;
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo,
com formação geral ou educação profissional de Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: IV - promover, no estabelecimento, pelos meios
nível médio, será implantado nos presídios, em disponíveis, a recreação;
obediência ao preceito constitucional de sua I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;
universalização. V - promover a orientação do assistido, na fase final
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a
§ 1º O ensino ministrado aos presos e presas médio e o número de presos e presas atendidos; facilitar o seu retorno à liberdade;
integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de
ensino e será mantido, administrativa e III - a implementação de cursos profissionais em VI - providenciar a obtenção de documentos, dos
financeiramente, com o apoio da União, não só com nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o benefícios da Previdência Social e do seguro por
os recursos destinados à educação, mas pelo sistema número de presos e presas atendidos; acidente no trabalho;
estadual de justiça ou administração penitenciária.
IV - a existência de bibliotecas e as condições de VII - orientar e amparar, quando necessário, a
seu acervo; família do preso, do internado e da vítima.
SEÇÃO VII II - o liberado condicional, durante o período de d) ao ressarcimento ao Estado das despesas
Da Assistência Religiosa prova. realizadas com a manutenção do condenado, em
Art. 27. O serviço de assistência social colaborará proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de com o egresso para a obtenção de trabalho. prevista nas letras anteriores.
culto, será prestada aos presos e aos internados,
permitindo-se-lhes a participação nos serviços CAPÍTULO III § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será
organizados no estabelecimento penal, bem como a Do Trabalho depositada a parte restante para constituição do
posse de livros de instrução religiosa. pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será
SEÇÃO I entregue ao condenado quando posto em liberdade.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado Disposições Gerais
para os cultos religiosos. Art. 30. As tarefas executadas como prestação de
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever serviço à comunidade não serão remuneradas.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado social e condição de dignidade humana, terá
a participar de atividade religiosa. finalidade educativa e produtiva. SEÇÃO II
Do Trabalho Interno
SEÇÃO VIII § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de
Da Assistência ao Egresso trabalho as precauções relativas à segurança e à Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade
higiene. está obrigado ao trabalho na medida de suas
Art. 25. A assistência ao egresso consiste: aptidões e capacidade.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em da Consolidação das Leis do Trabalho. Parágrafo único. Para o preso provisório, o
liberdade; trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, no interior do estabelecimento.
II - na concessão, se necessário, de alojamento e mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a
alimentação, em estabelecimento adequado, pelo 3/4 (três quartos) do salário mínimo. Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser
prazo de 2 (dois) meses. levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá as necessidades futuras do preso, bem como as
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II atender: oportunidades oferecidas pelo mercado.
poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado,
por declaração do assistente social, o empenho na a) à indenização dos danos causados pelo crime, § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o
obtenção de emprego. desde que determinados judicialmente e não artesanato sem expressão econômica, salvo nas
reparados por outros meios; regiões de turismo.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta
Lei: b) à assistência à família; § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão
solicitar ocupação adequada à sua idade.
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a c) a pequenas despesas pessoais;
contar da saída do estabelecimento; § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente
exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
Dos Deveres
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será SEÇÃO III
inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com Do Trabalho Externo Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações
descanso nos domingos e feriados. legais inerentes ao seu estado, submeter-se às
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os normas de execução da pena.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário presos em regime fechado somente em serviço ou
especial de trabalho aos presos designados para os obras públicas realizadas por órgãos da Art. 39. Constituem deveres do condenado:
serviços de conservação e manutenção do Administração Direta ou Indireta, ou entidades
estabelecimento penal. privadas, desde que tomadas as cautelas contra a I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel
fuga e em favor da disciplina. da sentença;
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por II - obediência ao servidor e respeito a qualquer
fundação, ou empresa pública, com autonomia § 1º O limite máximo do número de presos será de pessoa com quem deva relacionar-se;
administrativa, e terá por objetivo a formação 10% (dez por cento) do total de empregados na obra. III - urbanidade e respeito no trato com os demais
profissional do condenado. condenados;
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou
§ 1º. Nessa hipótese, incumbirá à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à
gerenciadora promover e supervisionar a produção, trabalho. disciplina;
com critérios e métodos empresariais, encarregar-se V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens
de sua comercialização, bem como suportar § 3º A prestação de trabalho à entidade privada recebidas;
despesas, inclusive pagamento de remuneração depende do consentimento expresso do preso. VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
adequada. VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser VIII - indenização ao Estado, quando possível, das
§ 2º Os governos federal, estadual e municipal autorizada pela direção do estabelecimento, despesas realizadas com a sua manutenção,
poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, mediante desconto proporcional da remuneração do
para implantação de oficinas de trabalho referentes a além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da trabalho;
setores de apoio dos presídios. pena. IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de
Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito trabalho externo ao preso que vier a praticar fato Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no
Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa definido como crime, for punido por falta grave, ou que couber, o disposto neste artigo.
de concorrência pública, os bens ou produtos do tiver comportamento contrário aos requisitos
trabalho prisional, sempre que não for possível ou estabelecidos neste artigo.
recomendável realizar-se a venda a particulares.

Parágrafo único. Todas as importâncias CAPÍTULO IV SEÇÃO II


arrecadadas com as vendas reverterão em favor da Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina Dos Direitos
fundação ou empresa pública a que alude o artigo
anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal. SEÇÃO I
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito
à integridade física e moral dos condenados e dos Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a
presos provisórios. V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos integridade física e moral do condenado.
mediante ato motivado do diretor do
Art. 41 - Constituem direitos do preso: estabelecimento. § 2º É vedado o emprego de cela escura.

I - alimentação suficiente e vestuário; Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao § 3º São vedadas as sanções coletivas.
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; submetido à medida de segurança, no que couber, o
III - Previdência Social; disposto nesta Seção. Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da
IV - constituição de pecúlio; execução da pena ou da prisão, será cientificado das
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar normas disciplinares.
o trabalho, o descanso e a recreação; médico de confiança pessoal do internado ou do
VI - exercício das atividades profissionais, submetido a tratamento ambulatorial, por seus Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena
intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde familiares ou dependentes, a fim de orientar e privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
que compatíveis com a execução da pena; acompanhar o tratamento. administrativa conforme as disposições
VII - assistência material, à saúde, jurídica, regulamentares.
educacional, social e religiosa; Parágrafo único. As divergências entre o médico
VIII - proteção contra qualquer forma de oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da Art. 48. Na execução das penas restritivas de
sensacionalismo; execução. direitos, o poder disciplinar será exercido pela
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; autoridade administrativa a que estiver sujeito o
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e SEÇÃO III condenado.
amigos em dias determinados; Da Disciplina
XI - chamamento nominal; Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às SUBSEÇÃO I representará ao Juiz da execução para os fins dos
exigências da individualização da pena; Disposições Gerais artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e
XIII - audiência especial com o diretor do 2º desta Lei.
estabelecimento; Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, ordem, na obediência às determinações das SUBSEÇÃO II
em defesa de direito; autoridades e seus agentes e no desempenho do Das Faltas Disciplinares
XV - contato com o mundo exterior por meio de trabalho.
correspondência escrita, da leitura e de outros meios Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em
de informação que não comprometam a moral e os Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o leves, médias e graves. A legislação local
bons costumes. condenado à pena privativa de liberdade ou especificará as leves e médias, bem assim as
restritiva de direitos e o preso provisório. respectivas sanções.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido
anualmente, sob pena da responsabilidade da Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção
autoridade judiciária competente. sem expressa e anterior previsão legal ou correspondente à falta consumada.
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003) regulamentar.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime se a participação do defensor no mesmo ambiente do
privativa de liberdade que: disciplinar diferenciado, com as seguintes preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
características: (Redação dada pela Lei nº 13.964,
I - incitar ou participar de movimento para subverter de 2019) § 1º O regime disciplinar diferenciado também será
a ordem ou a disciplina; aplicado aos presos provisórios ou condenados,
II - fugir; I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem nacionais ou estrangeiros: (Redação dada pela Lei
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave nº 13.964, de 2019)
ofender a integridade física de outrem; de mesma espécie; (Redação dada pela Lei nº
IV - provocar acidente de trabalho; 13.964, de 2019) I - que apresentem alto risco para a ordem e a
V - descumprir, no regime aberto, as condições segurança do estabelecimento penal ou da
impostas; II - recolhimento em cela individual; (Redação sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
V, do artigo 39, desta Lei. II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, envolvimento ou participação, a qualquer título, em
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a serem realizadas em instalações equipadas para organização criminosa, associação criminosa ou
a comunicação com outros presos ou com o impedir o contato físico e a passagem de objetos, milícia privada, independentemente da prática de
ambiente externo. por pessoa da família ou, no caso de terceiro, falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas)
identificação do perfil genético. (Incluído pela horas; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
Lei nº 13.964, de 2019) 2019) 13.964, de 2019)

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) § 3º Existindo indícios de que o preso exerce
no que couber, ao preso provisório. horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 liderança em organização criminosa, associação
(quatro) presos, desde que não haja contato com criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da
restritiva de direitos que: pela Lei nº 13.964, de 2019) Federação, o regime disciplinar diferenciado será
obrigatoriamente cumprido em estabelecimento
I - descumprir, injustificadamente, a restrição V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas prisional federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
imposta; com seu defensor, em instalações equipadas para 2019)
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da impedir o contato físico e a passagem de objetos,
obrigação imposta; salvo expressa autorização judicial em contrário; § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
V, do artigo 39, desta Lei. sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano,
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; existindo indícios de que o preso: (Incluído pela
Art. 52. A prática de fato previsto como crime (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Lei nº 13.964, de 2019)
doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará VII - participação em audiências judiciais
o preso provisório, ou condenado, nacional ou preferencialmente por videoconferência, garantindo-
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a
segurança do estabelecimento penal de origem ou da SUBSEÇÃO III Art. 56. São recompensas:
sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Das Sanções e das Recompensas
I - o elogio;
II - mantém os vínculos com organização criminosa, Art. 53. Constituem sanções disciplinares: II - a concessão de regalias.
associação criminosa ou milícia privada,
considerados também o perfil criminal e a função I - advertência verbal; Parágrafo único. A legislação local e os
desempenhada por ele no grupo criminoso, a II - repreensão; regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de
operação duradoura do grupo, a superveniência de III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, concessão de regalias.
novos processos criminais e os resultados do parágrafo único);
tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº IV - isolamento na própria cela, ou em local SUBSEÇÃO IV
13.964, de 2019) adequado, nos estabelecimentos que possuam Da Aplicação das Sanções
alojamento coletivo, observado o disposto no artigo
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o 88 desta Lei. Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares,
regime disciplinar diferenciado deverá contar com V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as
alta segurança interna e externa, principalmente no circunstâncias e as consequências do fato, bem
que diz respeito à necessidade de se evitar contato Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
do preso com membros de sua organização serão aplicadas por ato motivado do diretor do
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, estabelecimento e a do inciso V, por prévio e Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as
ou de grupos rivais. (Incluído pela Lei nº 13.964, fundamentado despacho do juiz competente. sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta
de 2019) Lei.
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste regime disciplinar dependerá de requerimento Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de
artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio circunstanciado elaborado pelo diretor do direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada
e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por estabelecimento ou outra autoridade administrativa. a hipótese do regime disciplinar diferenciado.
agente penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) § 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em Parágrafo único. O isolamento será sempre
regime disciplinar será precedida de manifestação comunicado ao Juiz da execução.
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime do Ministério Público e da defesa e prolatada no
disciplinar diferenciado, o preso que não receber a prazo máximo de quinze dias. SUBSEÇÃO V
visita de que trata o inciso III do caput deste artigo Do Procedimento Disciplinar
poderá, após prévio agendamento, ter contato Art. 55. As recompensas têm em vista o bom
telefônico, que será gravado, com uma pessoa da comportamento reconhecido em favor do Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser
família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) condenado, de sua colaboração com a disciplina e de instaurado o procedimento para sua apuração,
minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) sua dedicação ao trabalho. conforme regulamento, assegurado o direito de
defesa.

Parágrafo único. A decisão será motivada.


Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e
o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até Penitenciária, com sede na Capital da República, é construção de estabelecimentos penais e casas de
dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar subordinado ao Ministério da Justiça. albergados;
diferenciado, no interesse da disciplina e da
averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e VII - estabelecer os critérios para a elaboração da
competente. Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros estatística criminal;
designados através de ato do Ministério da Justiça,
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou dentre professores e profissionais da área do Direito VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos
inclusão preventiva no regime disciplinar Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências penais, bem assim informar-se, mediante relatórios
diferenciado será computado no período de correlatas, bem como por representantes da do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou
cumprimento da sanção disciplinar. comunidade e dos Ministérios da área social. outros meios, acerca do desenvolvimento da
execução penal nos Estados, Territórios e Distrito
TÍTULO III Parágrafo único. O mandato dos membros do Federal, propondo às autoridades dela incumbida as
Dos Órgãos da Execução Penal Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado medidas necessárias ao seu aprimoramento;
1/3 (um terço) em cada ano.
CAPÍTULO I IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
Disposições Gerais Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal administrativa para instauração de sindicância ou
e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em procedimento administrativo, em caso de violação
Art. 61. São órgãos da execução penal: âmbito federal ou estadual, incumbe: das normas referentes à execução penal;

I - o Conselho Nacional de Política Criminal e I - propor diretrizes da política criminal quanto à X - representar à autoridade competente para a
Penitenciária; prevenção do delito, administração da Justiça interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento
II - o Juízo da Execução; Criminal e execução das penas e das medidas de penal.
III - o Ministério Público; segurança;
IV - o Conselho Penitenciário; CAPÍTULO III
V - os Departamentos Penitenciários; II - contribuir na elaboração de planos nacionais de Do Juízo da Execução
VI - o Patronato; desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades
VII - o Conselho da Comunidade. da política criminal e penitenciária; Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz
VIII - a Defensoria Pública. indicado na lei local de organização judiciária e, na
III - promover a avaliação periódica do sistema sua ausência, ao da sentença.
criminal para a sua adequação às necessidades do
País; Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

IV - estimular e promover a pesquisa criminológica; I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de
CAPÍTULO II qualquer modo favorecer o condenado;
Do Conselho Nacional de Política Criminal e V - elaborar programa nacional penitenciário de
Penitenciária formação e aperfeiçoamento do servidor; II - declarar extinta a punibilidade;
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio
III - decidir sobre: medida de segurança; de execução;

a) soma ou unificação de penas; VII - inspecionar, mensalmente, os c) a aplicação de medida de segurança, bem como a
b) progressão ou regressão nos regimes; estabelecimentos penais, tomando providências para substituição da pena por medida de segurança;
c) detração e remição da pena; o adequado funcionamento e promovendo, quando
d) suspensão condicional da pena; for o caso, a apuração de responsabilidade; d) a revogação da medida de segurança;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução. VIII - interditar, no todo ou em parte, e) a conversão de penas, a progressão ou regressão
estabelecimento penal que estiver funcionando em nos regimes e a revogação da suspensão condicional
IV - autorizar saídas temporárias; condições inadequadas ou com infringência aos da pena e do livramento condicional;
dispositivos desta Lei;
V - determinar: f) a internação, a desinternação e o restabelecimento
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade. da situação anterior.
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de
direitos e fiscalizar sua execução; X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. III - interpor recursos de decisões proferidas pela
autoridade judiciária, durante a execução.
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de CAPÍTULO IV
multa em privativa de liberdade; Do Ministério Público Parágrafo único. O órgão do Ministério Público
visitará mensalmente os estabelecimentos penais,
c) a conversão da pena privativa de liberdade em Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução registrando a sua presença em livro próprio.
restritiva de direitos; da pena e da medida de segurança, oficiando no
processo executivo e nos incidentes da execução.
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a
substituição da pena por medida de segurança;

e) a revogação da medida de segurança;


Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
f) a desinternação e o restabelecimento da situação
anterior; I - fiscalizar a regularidade formal das guias de
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança recolhimento e de internamento;
em outra comarca;
II - requerer:
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no
§ 1º, do artigo 86, desta Lei. a) todas as providências necessárias ao
desenvolvimento do processo executivo;
i) (VETADO);
CAPÍTULO V em especial para presos sujeitos a regime
Do Conselho Penitenciário SEÇÃO I disciplinar.
Do Departamento Penitenciário Nacional
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão VII - acompanhar a execução da pena das mulheres
consultivo e fiscalizador da execução da pena. Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, beneficiadas pela progressão especial de que trata o
subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando sua
§ 1º O Conselho será integrado por membros executivo da Política Penitenciária Nacional e de integração social e a ocorrência de reincidência,
nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito apoio administrativo e financeiro do Conselho específica ou não, mediante a realização de
Federal e dos Territórios, dentre professores e Nacional de Política Criminal e Penitenciária. avaliações periódicas e de estatísticas criminais.
profissionais da área do Direito Penal, Processual (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como Art. 72. São atribuições do Departamento
por representantes da comunidade. A legislação Penitenciário Nacional: § 1º Incumbem também ao Departamento a
federal e estadual regulará o seu funcionamento. coordenação e supervisão dos estabelecimentos
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de penais e de internamento federais. (Redação
§ 2º O mandato dos membros do Conselho execução penal em todo o Território Nacional; dada pela Lei nº 13.769, de 2018)
Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os § 2º Os resultados obtidos por meio do
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: estabelecimentos e serviços penais; monitoramento e das avaliações periódicas previstas
no inciso VII do caput deste artigo serão utilizados
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas para, em função da efetividade da progressão
excetuada a hipótese de pedido de indulto com base na implementação dos princípios e regras especial para a ressocialização das mulheres de que
no estado de saúde do preso; estabelecidos nesta Lei; trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual
desnecessidade do regime fechado de cumprimento
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços IV - colaborar com as Unidades Federativas de pena para essas mulheres nos casos de crimes
penais; mediante convênios, na implantação de cometidos sem violência ou grave ameaça.
estabelecimentos e serviços penais; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada
ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e V - colaborar com as Unidades Federativas para a SEÇÃO II
Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no realização de cursos de formação de pessoal Do Departamento Penitenciário Local
exercício anterior; penitenciário e de ensino profissionalizante do
condenado e do internado. Art. 73. A legislação local poderá criar
IV - supervisionar os patronatos, bem como a Departamento Penitenciário ou órgão similar, com
assistência aos egressos. VI – estabelecer, mediante convênios com as as atribuições que estabelecer.
unidades federativas, o cadastro nacional das vagas
existentes em estabelecimentos locais destinadas ao Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou
cumprimento de penas privativas de liberdade órgão similar, tem por finalidade supervisionar e
CAPÍTULO VI aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da
Dos Departamentos Penitenciários Federação a que pertencer.
atenderá a vocação, preparação profissional e representante de associação comercial ou industrial,
Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput antecedentes pessoais do candidato. 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos
deste artigo realizarão o acompanhamento de que Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público
trata o inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um)
encaminharão ao Departamento Penitenciário a progressão ou a ascensão funcional dependerão de assistente social escolhido pela Delegacia Seccional
Nacional os resultados obtidos. (Incluído cursos específicos de formação, procedendo-se à do Conselho Nacional de Assistentes Sociais.
pela Lei nº 13.769, de 2018) reciclagem periódica dos servidores em exercício.
Parágrafo único. Na falta da representação prevista
SEÇÃO III § 2º No estabelecimento para mulheres somente se neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, escolha dos integrantes do Conselho.
Penais salvo quando se tratar de pessoal técnico
especializado. Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de
estabelecimento deverá satisfazer os seguintes CAPÍTULO VII I - visitar, pelo menos mensalmente, os
requisitos: Do Patronato estabelecimentos penais existentes na comarca;

I - ser portador de diploma de nível superior de Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se II - entrevistar presos;
Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou a prestar assistência aos albergados e aos egressos
Pedagogia, ou Serviços Sociais; (artigo 26). III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da
execução e ao Conselho Penitenciário;
II - possuir experiência administrativa na área; Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão I - orientar os condenados à pena restritiva de humanos para melhor assistência ao preso ou
para o desempenho da função. direitos; internado, em harmonia com a direção do
estabelecimento.
Parágrafo único. O diretor deverá residir no II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação
estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará de serviço à comunidade e de limitação de fim de CAPÍTULO IX
tempo integral à sua função. semana; DA DEFENSORIA PÚBLICA

Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será III - colaborar na fiscalização do cumprimento das Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular
organizado em diferentes categorias funcionais, condições da suspensão e do livramento execução da pena e da medida de segurança,
segundo as necessidades do serviço, com condicional. oficiando, no processo executivo e nos incidentes da
especificação de atribuições relativas às funções de execução, para a defesa dos necessitados em todos
direção, chefia e assessoramento do estabelecimento CAPÍTULO VIII os graus e instâncias, de forma individual e coletiva.
e às demais funções. Do Conselho da Comunidade

Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da
especializado, de instrução técnica e de vigilância Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: II - requerer a emissão anual do atestado de pena a abrigar estabelecimentos de destinação diversa
cumprir; desde que devidamente isolados.
I - requerer:
III - interpor recursos de decisões proferidas pela Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua
a) todas as providências necessárias ao autoridade judiciária ou administrativa durante a natureza, deverá contar em suas dependências com
desenvolvimento do processo executivo; execução; áreas e serviços destinados a dar assistência,
educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
que de qualquer modo favorecer o condenado; administrativa para instauração de sindicância ou § 1º Haverá instalação destinada a estágio de
procedimento administrativo em caso de violação estudantes universitários.
c) a declaração de extinção da punibilidade; das normas referentes à execução penal;
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a
d) a unificação de penas; V - visitar os estabelecimentos penais, tomando mulheres serão dotados de berçário, onde as
providências para o adequado funcionamento, e condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive
e) a detração e remição da pena; requerer, quando for o caso, a apuração de amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de
responsabilidade; idade.
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio
de execução; VI - requerer à autoridade competente a interdição, § 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste
no todo ou em parte, de estabelecimento penal. artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do
g) a aplicação de medida de segurança e sua sexo feminino na segurança de suas dependências
revogação, bem como a substituição da pena por Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública internas.
medida de segurança; visitará periodicamente os estabelecimentos penais,
registrando a sua presença em livro próprio. § 4º Serão instaladas salas de aulas destinadas a
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a cursos do ensino básico e profissionalizante.
suspensão condicional da pena, o livramento TÍTULO IV
condicional, a comutação de pena e o indulto; Dos Estabelecimentos Penais § 5º Haverá instalação destinada à Defensoria
Pública.
i) a autorização de saídas temporárias; CAPÍTULO I
Disposições Gerais Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento as atividades materiais acessórias, instrumentais ou
da situação anterior; Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao complementares desenvolvidas em estabelecimentos
condenado, ao submetido à medida de segurança, ao penais, e notadamente:
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança preso provisório e ao egresso. I - serviços de conservação, limpeza, informática,
em outra comarca; § 1° A mulher e o maior de sessenta anos, copeiragem, portaria, recepção, reprografia,
separadamente, serão recolhidos a estabelecimento telecomunicações, lavanderia e manutenção de
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § próprio e adequado à sua condição pessoal. prédios, instalações e equipamentos internos e
1o do art. 86 desta Lei; externos;
§ 1º A União Federal poderá construir
II - serviços relacionados à execução de trabalho § 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário estabelecimento penal em local distante da
pelo preso. da Administração da Justiça Criminal ficará em condenação para recolher os condenados, quando a
dependência separada. medida se justifique no interesse da segurança
§ 1º A execução indireta será realizada sob pública ou do próprio condenado.
supervisão e fiscalização do poder público. § 3º Os presos condenados ficarão separados de
acordo com os seguintes critérios: § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele
§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão poderão trabalhar os liberados ou egressos que se
compreender o fornecimento de materiais, I - condenados pela prática de crimes hediondos ou dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de
equipamentos, máquinas e profissionais. equiparados; terras ociosas.

Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, II - reincidentes condenados pela prática de crimes § 3º Caberá ao juiz competente, a requerimento da
chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; autoridade administrativa definir o estabelecimento
bem como todas as atividades que exijam o prisional adequado para abrigar o preso provisório
exercício do poder de polícia, e notadamente: III - primários condenados pela prática de crimes ou condenado, em atenção ao regime e aos
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; requisitos estabelecidos.
I - classificação de condenados;
II - aplicação de sanções disciplinares; IV - demais condenados pela prática de outros CAPÍTULO II
III - controle de rebeliões; crimes ou contravenções em situação diversa das Da Penitenciária
IV - transporte de presos para órgãos do Poder previstas nos incisos I, II e III.
Judiciário, hospitais e outros locais externos aos Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à
estabelecimentos penais. § 4º O preso que tiver sua integridade física, moral pena de reclusão, em regime fechado.
ou psicológica ameaçada pela convivência com os
Art. 84. O preso provisório ficará separado do demais presos ficará segregado em local próprio. Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o
condenado por sentença transitada em julgado. Distrito Federal e os Territórios poderão construir
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos
§ 1º Os presos provisórios ficarão separados de compatível com a sua estrutura e finalidade. presos provisórios e condenados que estejam em
acordo com os seguintes critérios: regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei.
I - acusados pela prática de crimes hediondos ou Criminal e Penitenciária determinará o limite Art. 88. O condenado será alojado em cela
equiparados; máximo de capacidade do estabelecimento, individual que conterá dormitório, aparelho sanitário
atendendo a sua natureza e peculiaridades. e lavatório.
II - acusados pela prática de crimes cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa; Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade
pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser celular:
III - acusados pela prática de outros crimes ou executadas em outra unidade, em estabelecimento
contravenções diversos dos apontados nos incisos I local ou da União.
e II.
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar CAPÍTULO V
fatores de aeração, insolação e condicionamento destina-se ao cumprimento da pena em regime semi- Do Centro de Observação
térmico adequado à existência humana; aberto.
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). Art. 92. O condenado poderá ser alojado em exames gerais e o criminológico, cujos resultados
compartimento coletivo, observados os requisitos da serão encaminhados à Comissão Técnica de
Art. 89. Além dos requisitos referidos no artigo letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Classificação.
anterior, a penitenciária de mulheres poderá ser
dotada de seção para gestante e parturiente e de Parágrafo único. São também requisitos básicos Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas
creche com a finalidade de assistir ao menor das dependências coletivas: pesquisas criminológicas.
desamparado cuja responsável esteja presa.
a) a seleção adequada dos presos; Art. 97. O Centro de Observação será instalado em
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento
penitenciária de mulheres será dotada de seção para b) o limite de capacidade máxima que atenda os penal.
gestante e parturiente e de creche para abrigar objetivos de individualização da pena.
crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela
(sete) anos, com a finalidade de assistir a criança CAPÍTULO IV Comissão Técnica de Classificação, na falta do
desamparada cuja responsável estiver presa. Da Casa do Albergado Centro de Observação.

Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao CAPÍTULO VI
da creche referidas neste artigo: cumprimento de pena privativa de liberdade, em Do Hospital de Custódia e Tratamento
regime aberto, e da pena de limitação de fim de Psiquiátrico
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo semana.
com as diretrizes adotadas pela legislação Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento
educacional e em unidades autônomas; e Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-
separado dos demais estabelecimentos, e imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo
II – horário de funcionamento que garanta a melhor caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos único do Código Penal.
assistência à criança e à sua responsável. contra a fuga.
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88,
em local afastado do centro urbano, à distância que Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos desta Lei.
não restrinja a visitação. aposentos para acomodar os presos, local adequado
para cursos e palestras. Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
CAPÍTULO III necessários ao tratamento são obrigatórios para
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar Parágrafo único. O estabelecimento terá todos os internados.
instalações para os serviços de fiscalização e
orientação dos condenados. Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no
artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será
realizado no Hospital de Custódia e Tratamento assinará com o Juiz, será remetida à autoridade § 1° A autoridade administrativa incumbida da
Psiquiátrico ou em outro local com dependência administrativa incumbida da execução e conterá: execução passará recibo da guia de recolhimento
médica adequada. para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência
I - o nome do condenado; dos seus termos ao condenado.
CAPÍTULO VII
Da Cadeia Pública II - a sua qualificação civil e o número do registro § 2º As guias de recolhimento serão registradas em
geral no órgão oficial de identificação; livro especial, segundo a ordem cronológica do
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recebimento, e anexadas ao prontuário do
recolhimento de presos provisórios. III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenado, aditando-se, no curso da execução, o
condenatória, bem como certidão do trânsito em cálculo das remições e de outras retificações
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) julgado; posteriores.
cadeia pública a fim de resguardar o interesse da
Administração da Justiça Criminal e a permanência IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença
do preso em local próximo ao seu meio social e instrução; mental será internado em Hospital de Custódia e
familiar. Tratamento Psiquiátrico.
V - a data da terminação da pena;
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado
Capítulo será instalado próximo de centro urbano, VI - outras peças do processo reputadas será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se
observando-se na construção as exigências mínimas indispensáveis ao adequado tratamento por outro motivo não estiver preso.
referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta penitenciário.
Lei. SEÇÃO II
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia Dos Regimes
TÍTULO V de recolhimento.
Da Execução das Penas em Espécie Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre no qual o condenado iniciará o cumprimento da
CAPÍTULO I que sobrevier modificação quanto ao início da pena privativa de liberdade, observado o disposto no
Das Penas Privativas de Liberdade execução ou ao tempo de duração da pena. artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.

SEÇÃO I § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era Art. 111. Quando houver condenação por mais de
Disposições Gerais funcionário da Administração da Justiça Criminal, um crime, no mesmo processo ou em processos
far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para distintos, a determinação do regime de cumprimento
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei. será feita pelo resultado da soma ou unificação das
aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver penas, observada, quando for o caso, a detração ou
ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de Art. 107. Ninguém será recolhido, para remição.
guia de recolhimento para a execução. cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a
guia expedida pela autoridade judiciária. Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo da execução, somar-se-á a pena ao restante da que
escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a está sendo cumprida, para determinação do regime.
vedado o livramento condicional; (Incluído pela
Art. 112. A pena privativa de liberdade será Lei nº 13.964, de 2019) § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou
executada em forma progressiva com a transferência responsável por crianças ou pessoas com
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo b) condenado por exercer o comando, individual ou deficiência, os requisitos para progressão de regime
juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: coletivo, de organização criminosa estruturada para são, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) a prática de crime hediondo ou equiparado; ou 13.769, de 2018)
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado I - não ter cometido crime com violência ou grave
for primário e o crime tiver sido cometido sem c) condenado pela prática do crime de constituição ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº
violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela de milícia privada; (Incluído pela Lei nº 13.964, 13.769, de 2018)
Lei nº 13.964, de 2019) de 2019)
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o dependente; (Incluído pela Lei nº 13.769,
reincidente em crime cometido sem violência à apenado for reincidente na prática de crime de 2018)
pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº hediondo ou equiparado; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) 13.964, de 2019) III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena
no regime anterior; (Incluído pela Lei nº
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o 13.769, de 2018)
apenado for primário e o crime tiver sido cometido apenado for reincidente em crime hediondo ou
com violência à pessoa ou grave ameaça; equiparado com resultado morte, vedado o IV - ser primária e ter bom comportamento
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) livramento condicional. (Incluído pela Lei nº carcerário, comprovado pelo diretor do
13.964, de 2019) estabelecimento; (Incluído pela Lei nº
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado 13.769, de 2018)
for reincidente em crime cometido com violência à § 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à
pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº progressão de regime se ostentar boa conduta V - não ter integrado organização criminosa.
13.964, de 2019) carcerária, comprovada pelo diretor do (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta
for condenado pela prática de crime hediondo ou 2019) grave implicará a revogação do benefício previsto
equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei nº no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769,
13.964, de 2019) § 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de 2018)
de regime será sempre motivada e precedida de
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o manifestação do Ministério Público e do defensor, § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para
apenado for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de procedimento que também será adotado na os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas
2019) concessão de livramento condicional, indulto e previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de
comutação de penas, respeitados os prazos previstos agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
a) condenado pela prática de crime hediondo ou nas normas vigentes. (Redação dada pela Lei nº 2019)
equiparado, com resultado morte, se for primário, 13.964, de 2019)
§ 6º O cometimento de falta grave durante a I - permanecer no local que for designado, durante o II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena,
execução da pena privativa de liberdade interrompe repouso e nos dias de folga; somada ao restante da pena em execução, torne
o prazo para a obtenção da progressão no regime de incabível o regime (artigo 111).
cumprimento da pena, caso em que o reinício da II - sair para o trabalho e retornar, nos horários § 1° O condenado será transferido do regime aberto
contagem do requisito objetivo terá como base a fixados; se, além das hipóteses referidas nos incisos
pena remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
de 2019) (Vigência) III - não se ausentar da cidade onde reside, sem podendo, a multa cumulativamente imposta.
autorização judicial;
§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo
(um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar anterior, deverá ser ouvido previamente o
cumprimento do requisito temporal exigível para a as suas atividades, quando for determinado. condenado.
obtenção do direito. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições Art. 119. A legislação local poderá estabelecer
estabelecidas, de ofício, a requerimento do normas complementares para o cumprimento da
Art. 113. O ingresso do condenado em regime Ministério Público, da autoridade administrativa ou pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo
aberto supõe a aceitação de seu programa e das do condenado, desde que as circunstâncias assim o 36, § 1º, do Código Penal).
condições impostas pelo Juiz. recomendem.
SEÇÃO III
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do Das Autorizações de Saída
aberto o condenado que: beneficiário de regime aberto em residência
particular quando se tratar de: SUBSEÇÃO I
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade Da Permissão de Saída
de fazê-lo imediatamente; I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave; Art. 120. Os condenados que cumprem pena em
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo III - condenada com filho menor ou deficiente físico regime fechado ou semi-aberto e os presos
resultado dos exames a que foi submetido, fundados ou mental; provisórios poderão obter permissão para sair do
indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e IV - condenada gestante. estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer
senso de responsabilidade, ao novo regime. um dos seguintes fatos:
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência I - falecimento ou doença grave do cônjuge,
trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o companheira, ascendente, descendente ou irmão;
condenado:
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições II - necessidade de tratamento médico (parágrafo
especiais para a concessão de regime aberto, sem I - praticar fato definido como crime doloso ou falta único do artigo 14).
prejuízo das seguintes condições gerais e grave;
obrigatórias: Parágrafo único. A permissão de saída será
concedida pelo diretor do estabelecimento onde se
encontra o preso.
I - comportamento adequado; Art. 125. O benefício será automaticamente
Art. 121. A permanência do preso fora do revogado quando o condenado praticar fato definido
estabelecimento terá a duração necessária à II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, como crime doloso, for punido por falta grave,
finalidade da saída. se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se desatender as condições impostas na autorização ou
reincidente; revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
SUBSEÇÃO II Parágrafo único. A recuperação do direito à saída
Da Saída Temporária III - compatibilidade do benefício com os objetivos temporária dependerá da absolvição no processo
da pena. penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em demonstração do merecimento do condenado.
regime semi-aberto poderão obter autorização para Art. 124. A autorização será concedida por prazo
saída temporária do estabelecimento, sem vigilância não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada SEÇÃO IV
direta, nos seguintes casos: por mais 4 (quatro) vezes durante o ano. Da Remição

I - visita à família; § 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá Art. 126. O condenado que cumpre a pena em
ao beneficiário as seguintes condições, entre outras regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
II - frequência a curso supletivo profissionalizante, que entender compatíveis com as circunstâncias do trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução
bem como de instrução do 2º grau ou superior, na caso e a situação pessoal do condenado: da pena.
Comarca do Juízo da Execução;
I - fornecimento do endereço onde reside a família a § 1º A contagem de tempo referida no caput será
III - participação em atividades que concorram para ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o feita à razão de:
o retorno ao convívio social. gozo do benefício;
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a II - recolhimento à residência visitada, no período frequência escolar - atividade de ensino
utilização de equipamento de monitoração eletrônica noturno; fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou
pelo condenado, quando assim determinar o juiz da superior, ou ainda de requalificação profissional -
execução. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;
2019) estabelecimentos congêneres.
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se § 2º Quando se tratar de frequência a curso trabalho.
refere o caput deste artigo o condenado que cumpre profissionalizante, de instrução de ensino médio ou
pena por praticar crime hediondo com resultado superior, o tempo de saída será o necessário para o § 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1o
morte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) cumprimento das atividades discentes. deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
presencial ou por metodologia de ensino a distância
Art. 123. A autorização será concedida por ato § 3º Nos demais casos, as autorizações de saída e deverão ser certificadas pelas autoridades
motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério somente poderão ser concedidas com prazo mínimo educacionais competentes dos cursos frequentados.
Público e a administração penitenciária e dependerá de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma
da satisfação dos seguintes requisitos: e outra.
§ 3º Para fins de cumulação dos casos de remição, Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
as horas diárias de trabalho e de estudo serão mensalmente ao juízo da execução cópia do registro
definidas de forma a se compatibilizarem. de todos os condenados que estejam trabalhando ou c) não mudar do território da comarca do Juízo da
estudando, com informação dos dias de trabalho ou execução, sem prévia autorização deste.
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de das horas de frequência escolar ou de atividades de
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a ensino de cada um deles. § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado
beneficiar-se com a remição. condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do
§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo estabelecimento penal deverá comprovar a) não mudar de residência sem comunicação ao
será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de mensalmente, por meio de declaração da respectiva Juiz e à autoridade incumbida da observação
conclusão do ensino fundamental, médio ou superior unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento cautelar e de proteção;
durante o cumprimento da pena, desde que escolar.
certificada pelo órgão competente do sistema de b) recolher-se à habitação em hora fixada;
educação. § 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias
remidos. c) não frequentar determinados lugares.
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime
aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
condicional poderão remir, pela frequência a curso Penal declarar ou atestar falsamente prestação de comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia
de ensino regular ou de educação profissional, parte serviço para fim de instruir pedido de remição. da sentença do livramento ao Juízo do lugar para
do tempo de execução da pena ou do período de onde ele se houver transferido e à autoridade
prova, observado o disposto no inciso I do § 1o SEÇÃO V incumbida da observação cautelar e de proteção.
deste artigo. Do Livramento Condicional
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de Art. 131. O livramento condicional poderá ser apresentar-se imediatamente às autoridades referidas
prisão cautelar. concedido pelo Juiz da execução, presentes os no artigo anterior.
requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução, Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Art. 135. Reformada a sentença denegatória do
ouvidos o Ministério Público e a defesa. Conselho Penitenciário. livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução,
para as providências cabíveis.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, condições a que fica subordinado o livramento. Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a
observado o disposto no art. 57, recomeçando a carta de livramento com a cópia integral da sentença
contagem a partir da data da infração disciplinar. § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade
as obrigações seguintes: administrativa incumbida da execução e outra ao
Art. 128. O tempo remido será computado como Conselho Penitenciário.
pena cumprida, para todos os efeitos. a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se
for apto para o trabalho; Art. 137. A cerimônia do livramento condicional
será realizada solenemente no dia marcado pelo
Presidente do Conselho Penitenciário, no identificação ou o seu retrato pela descrição dos
estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, sinais que possam identificá-lo. Art. 142. No caso de revogação por outro motivo,
observando-se o seguinte: § 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver não se computará na pena o tempo em que esteve
espaço para consignar-se o cumprimento das solto o liberado, e tampouco se concederá, em
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos condições referidas no artigo 132 desta Lei. relação à mesma pena, novo livramento.
demais condenados, pelo Presidente do Conselho
Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na Art. 139. A observação cautelar e a proteção Art. 143. A revogação será decretada a
falta, pelo Juiz; realizadas por serviço social penitenciário, Patronato requerimento do Ministério Público, mediante
ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de: representação do Conselho Penitenciário, ou, de
II - a autoridade administrativa chamará a atenção ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
do liberando para as condições impostas na sentença I - fazer observar o cumprimento das condições
de livramento; especificadas na sentença concessiva do benefício; Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público, da Defensoria Pública ou
III - o liberando declarará se aceita as condições. II - proteger o beneficiário, orientando-o na mediante representação do Conselho Penitenciário, e
execução de suas obrigações e auxiliando-o na ouvido o liberado, poderá modificar as condições
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo obtenção de atividade laborativa. especificadas na sentença, devendo o respectivo ato
subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo decisório ser lido ao liberado por uma das
liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou Parágrafo único. A entidade encarregada da autoridades ou funcionários indicados no inciso I do
não puder escrever. observação cautelar e da proteção do liberado caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto
apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz efeito da representação prevista nos artigos 143 e
da execução. 144 desta Lei. Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração
penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento Art. 140. A revogação do livramento condicional Conselho Penitenciário e o Ministério Público,
penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 suspendendo o curso do livramento condicional,
pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que do Código Penal. cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da
exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, decisão final.
sempre que lhe for exigida. Parágrafo único. Mantido o livramento
condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do
§ 1º A caderneta conterá: Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as interessado, do Ministério Público ou mediante
condições. representação do Conselho Penitenciário, julgará
a) a identificação do liberado; extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o
b) o texto impresso do presente Capítulo; Art. 141. Se a revogação for motivada por infração prazo do livramento sem revogação.
c) as condições impostas. penal anterior à vigência do livramento, computar-
se-á como tempo de cumprimento da pena o período Seção VI
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado de prova, sendo permitida, para a concessão de novo Da Monitoração Eletrônica
um salvo-conduto, em que constem as condições do livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.
livramento, podendo substituir-se a ficha de Art. 146-A. (VETADO).
V - (VETADO); Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por VI - a revogação da prisão domiciliar;
meio da monitoração eletrônica quando: VII - advertência, por escrito, para todos os casos Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
em que o juiz da execução decida não aplicar
I - (VETADO); alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI I - designar a entidade ou programa comunitário ou
II - autorizar a saída temporária no regime deste parágrafo. estatal, devidamente credenciado ou convencionado,
semiaberto; junto ao qual o condenado deverá trabalhar
III - (VETADO); Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
IV - determinar a prisão domiciliar; revogada:
V - (VETADO); II - determinar a intimação do condenado,
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; cientificando-o da entidade, dias e horário em que
Parágrafo único. (VETADO). II - se o acusado ou condenado violar os deveres a deverá cumprir a pena;
que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos falta grave. III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la
cuidados que deverá adotar com o equipamento às modificações ocorridas na jornada de trabalho.
eletrônico e dos seguintes deveres: CAPÍTULO II
Das Penas Restritivas de Direitos § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas
I - receber visitas do servidor responsável pela semanais e será realizado aos sábados, domingos e
monitoração eletrônica, responder aos seus contatos SEÇÃO I feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar
e cumprir suas orientações; Disposições Gerais a jornada normal de trabalho, nos horários
estabelecidos pelo Juiz.
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de Art. 147. Transitada em julgado a sentença que
danificar de qualquer forma o dispositivo de aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da § 2º A execução terá início a partir da data do
monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o execução, de ofício ou a requerimento do Ministério primeiro comparecimento.
faça; Público, promoverá a execução, podendo, para
tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de
III - (VETADO); de entidades públicas ou solicitá-la a particulares. serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da
execução, relatório circunstanciado das atividades
Parágrafo único. A violação comprovada dos Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o do condenado, bem como, a qualquer tempo,
deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a Juiz, motivadamente, alterar, a forma de comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.
critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério cumprimento das penas de prestação de serviços à
Público e a defesa: comunidade e de limitação de fim de semana,
ajustando-as às condições pessoais do condenado e
I - a regressão do regime; às características do estabelecimento, da entidade ou
II - a revogação da autorização de saída temporária; do programa comunitário ou estatal.
III - (VETADO);

IV - (VETADO); SEÇÃO II
SEÇÃO III do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do
Da Limitação de Fim de Semana seu início. artigo 78, § 2º, do Código Penal.

Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do § 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a
intimação do condenado, cientificando-o do local, Código Penal, o Juízo da execução determinará a requerimento do Ministério Público ou mediante
dias e horário em que deverá cumprir a pena. apreensão dos documentos, que autorizam o proposta do Conselho Penitenciário, modificar as
exercício do direito interditado. condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido
Parágrafo único. A execução terá início a partir da o condenado.
data do primeiro comparecimento. Art. 155. A autoridade deverá comunicar
imediatamente ao Juiz da execução o § 3º A fiscalização do cumprimento das condições,
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, descumprimento da pena. reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal
durante o tempo de permanência, cursos e palestras, por normas supletivas, será atribuída a serviço social
ou atribuídas atividades educativas. Parágrafo único. A comunicação prevista neste penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade
artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado. ou instituição beneficiada com a prestação de
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica serviços, inspecionados pelo Conselho
e familiar contra a criança, o adolescente e a mulher CAPÍTULO III Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos,
e de tratamento cruel ou degradante, ou de uso de Da Suspensão Condicional devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta
formas violentas de educação, correção ou disciplina das normas supletivas.
contra a criança e o adolescente, o juiz poderá Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de
determinar o comparecimento obrigatório do 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena § 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à
agressor a programas de recuperação e reeducação. privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, entidade fiscalizadora, para comprovar a
(Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código observância das condições a que está sujeito,
Penal. comunicará, também, a sua ocupação e os salários
Art. 153. O estabelecimento designado ou proventos de que vive.
encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução, Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que
relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, aplicar pena privativa de liberdade, na situação § 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar
a ausência ou falta disciplinar do condenado. determinada no artigo anterior, deverá pronunciar- imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins
se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação
SEÇÃO IV quer a conceda, quer a denegue. do benefício, a prorrogação do prazo ou a
Da Interdição Temporária de Direitos modificação das condições.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à as condições a que fica sujeito o condenado, pelo § 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será
autoridade competente a pena aplicada, determinada prazo fixado, começando este a correr da audiência feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora
a intimação do condenado. prevista no artigo 160 desta Lei. do local da nova residência, aos quais o primeiro
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, deverá apresentar-se imediatamente.
inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em § 1° As condições serão adequadas ao fato e à
24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento situação pessoal do condenado, devendo ser incluída
entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade,
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50,
for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer para efeito de informações requisitadas por órgão § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
as condições do benefício. judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir
processo penal. I - o limite máximo do desconto mensal será o da
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal quarta parte da remuneração e o mínimo o de um
modificar as condições estabelecidas na sentença CAPÍTULO IV décimo;
recorrida. Da Pena de Multa
II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória quem de direito;
condicional da pena, poderá, todavia, conferir ao com trânsito em julgado, que valerá como título
Juízo da execução a incumbência de estabelecer as executivo judicial, o Ministério Público requererá, III - o responsável pelo desconto será intimado a
condições do benefício, e, em qualquer caso, a de em autos apartados, a citação do condenado para, no recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a
realizar a audiência admonitória. prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou importância determinada.
nomear bens à penhora.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o
condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer
audiência, advertindo-o das consequências de nova ou o depósito da respectiva importância, proceder- ao Juiz o pagamento da multa em prestações
infração penal e do descumprimento das condições se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para mensais, iguais e sucessivas.
impostas. garantir a execução.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior diligências para verificar a real situação econômica
com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer execução seguirão o que dispuser a lei processual do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará
injustificadamente à audiência admonitória, a civil. o número de prestações.
suspensão ficará sem efeito e será executada
imediatamente a pena. Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar
autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da prosseguimento. requerimento do Ministério Público, revogará o
pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão benefício executando-se a multa, na forma prevista
na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar- neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já
Código Penal. se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo iniciada.
164, desta Lei.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada
com a nota de suspensão em livro especial do Juízo Art. 167. A execução da pena de multa será cumulativamente com pena privativa da liberdade,
a que couber a execução da pena. suspensa quando sobrevier ao condenado doença enquanto esta estiver sendo executada, poderá
mental (artigo 52 do Código Penal). aquela ser cobrada mediante desconto na
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o remuneração do condenado (artigo 168).
fato averbado à margem do registro. Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança
da multa se efetue mediante desconto no vencimento
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de III - a data em que terminará o prazo mínimo de
liberdade ou obtiver livramento condicional, sem internação, ou do tratamento ambulatorial; IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o
haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos agente que não o tiver;
termos deste Capítulo. IV - outras peças do processo reputadas
indispensáveis ao adequado tratamento ou V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior internamento. das partes, poderá determinar novas diligências,
aos casos em que for concedida a suspensão ainda que expirado o prazo de duração mínima da
condicional da pena. § 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia medida de segurança;
de recolhimento e de sujeição a tratamento.
TÍTULO VI VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a
Da Execução das Medidas de Segurança § 2° A guia será retificada sempre que sobrevier que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua
modificações quanto ao prazo de execução. decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do
segurança, naquilo que couber, o disposto nos prazo mínimo de duração da medida de segurança,
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que artigos 8° e 9° desta Lei. poderá o Juiz da execução, diante de requerimento
aplicar medida de segurança, será ordenada a fundamentado do Ministério Público ou do
expedição de guia para a execução. CAPÍTULO II interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o
Da Cessação da Periculosidade exame para que se verifique a cessação da
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo
Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a Art. 175. A cessação da periculosidade será anterior.
tratamento ambulatorial, para cumprimento de averiguada no fim do prazo mínimo de duração da
medida de segurança, sem a guia expedida pela medida de segurança, pelo exame das condições Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a
autoridade judiciária. pessoais do agente, observando-se o seguinte: cessação da periculosidade, observar-se-á, no que
lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará de expirar o prazo de duração mínima da medida, Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de
em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-
remetida à autoridade administrativa incumbida da resolver sobre a revogação ou permanência da se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
execução e conterá: medida;
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz
I - a qualificação do agente e o número do registro II - o relatório será instruído com o laudo expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.
geral do órgão oficial de identificação; psiquiátrico;

II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as
tiver aplicado a medida de segurança, bem como a diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o
certidão do trânsito em julgado; Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo
de 3 (três) dias para cada um; TÍTULO VII
Dos Incidentes de Execução e) sofrer condenação por outro crime à pena
privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido CAPÍTULO II
CAPÍTULO I suspensa. Do Excesso ou Desvio
Das Conversões
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não convertida quando o condenado não comparecer ao sempre que algum ato for praticado além dos limites
superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em estabelecimento designado para o cumprimento da fixados na sentença, em normas legais ou
restritiva de direitos, desde que: pena, recusar-se a exercer a atividade determinada regulamentares.
pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das
I - o condenado a esteja cumprindo em regime letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou
aberto; desvio de execução:
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) convertida quando o condenado exercer, I - o Ministério Público;
da pena; injustificadamente, o direito interditado ou se II - o Conselho Penitenciário;
ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", III - o sentenciado;
III - os antecedentes e a personalidade do do § 1º, deste artigo. IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
condenado indiquem ser a conversão recomendável.
Art. 182. Revogado. CAPÍTULO III
Art. 181. A pena restritiva de direitos será Da Anistia e do Indulto
convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e Art. 183. Quando, no curso da execução da pena
na forma do artigo 45 e seus incisos do Código privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a
Penal. perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério
requerimento do Ministério Público, da Defensoria Público, por proposta da autoridade administrativa
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade Pública ou da autoridade administrativa, poderá ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a
será convertida quando o condenado: determinar a substituição da pena por medida de punibilidade.
segurança.
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado
não sabido, ou desatender a intimação por edital; Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser por petição do condenado, por iniciativa do
convertido em internação se o agente revelar Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade incompatibilidade com a medida. da autoridade administrativa.
ou programa em que deva prestar serviço;
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço de internação será de 1 (um) ano. documentos que a instruírem, será entregue ao
que lhe foi imposto; Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer
e posterior encaminhamento ao Ministério da
d) praticar falta grave; Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, administrativa se efetivará em seção especial da
autos do processo e do prontuário, promoverá as parente ou descendente, mediante proposta do Cadeia Pública.
diligências que entender necessárias e fará, em Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade
relatório, a narração do ilícito penal e dos administrativa. Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão
fundamentos da sentença condenatória, a exposição da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas
dos antecedentes do condenado e do procedimento Art. 196. A portaria ou petição será autuada por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça,
deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o qualquer notícia ou referência à condenação, salvo
mérito do pedido e esclarecendo qualquer Ministério Público, quando não figurem como para instruir processo pela prática de nova infração
formalidade ou circunstâncias omitidas na petição. requerentes da medida. penal ou outros casos expressos em lei.

Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, Juiz decidirá de plano, em igual prazo. publicação desta Lei, serão editadas as normas
a petição será submetida a despacho do Presidente complementares ou regulamentares, necessárias à
da República, a quem serão presentes os autos do § 2º Entendendo indispensável a realização de prova eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a
ele o determinar. produção daquela ou na audiência designada. § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
Federativas, em convênio com o Ministério da
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá Justiça, projetar a adaptação, construção e
cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou recurso de agravo, sem efeito suspensivo. equipamento de estabelecimentos e serviços penais
ajustará a execução aos termos do decreto, no caso previstos nesta Lei.
de comutação. TÍTULO IX
Das Disposições Finais e Transitórias § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por providenciada a aquisição ou desapropriação de
indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da prédios para instalação de casas de albergados.
interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa execução penal, e ao servidor, a divulgação de
do Conselho Penitenciário ou da autoridade ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo
administrativa, providenciará de acordo com o dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à poderá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional
disposto no artigo anterior. inconveniente notoriedade, durante o cumprimento de Política Criminal e Penitenciária, mediante
da pena. justificada solicitação, instruída com os projetos de
TÍTULO VIII reforma ou de construção de estabelecimentos.
Do Procedimento Judicial Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado
por decreto federal. § 4º O descumprimento injustificado dos deveres
Art. 194. O procedimento correspondente às estabelecidos para as Unidades Federativas
situações previstas nesta Lei será judicial, Art. 200. O condenado por crime político não está implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira
desenvolvendo-se perante o Juízo da execução. obrigado ao trabalho. a elas destinada pela União, para atender às despesas
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o de execução das penas e medidas de segurança.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de cumprimento da prisão civil e da prisão Art. 204. Esta Lei entra em vigor
ofício, a requerimento do Ministério Público, do concomitantemente com a lei de reforma da Parte
Geral do Código Penal, revogadas as disposições em
contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de
outubro de 1957.

Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência


e 96º da República.

JOÃO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel

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