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Lei Henry Borel: Implicações Jurídicas

Na história do país, não é a primeira vez que se houve falar sobre o acontecimento de crimes
bárbaros cometidos contra crianças. Além de Henry Borel, podemos citar os casos de Isabella
Nardoni e Bernardo Boldrini, onde ambos perderam a vida através da brutalidade realizada por
aqueles que possuem o poder de guarda, tutela e cuidado.
Em consonância a isto, recentemente, foi sancionada a lei 14.344, a qual torna crime hediondo
o homicídio praticado contra menores de 14 anos, estabelecendo medidas protetivas
específicas para crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e familiar.
A lei recebeu o nome de Lei Henry Borel, em menção ao menino de quatro anos que, após
espancamento no apartamento em que morava com a mãe e o padrasto, no Rio de Janeiro,
veio a óbito.
A lei advém do Projeto de Lei n°1.360/2021, aprovado em março pelo Senado e passa a alterar
o Código Penal (Decreto-Lei 2.848, de 1940) para considerar o homicídio contra menores de 14
anos um tipo qualificado, com pena de reclusão de 12 a 30 anos, sujeito a regime inicial
fechado, podendo ainda, ser a pena aumentada de um terço à metade se a vítima for pessoa
com deficiência ou ter doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade. Se o autor for
ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor
ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela, a pena poderá
ser aumentada de até dois terços. Neste sentido, o crime em questão passa a ser considerado
inafiançável e insuscetível de anistia, graça e indulto.
Como forma de prevenção à ocorrência do crime, medidas protetivas devem ser tomadas ao se
constatar a possível evidência do mesmo. Assim, quando houver risco iminente à vida ou à
integridade da vítima, o agressor deverá ser afastado imediatamente do lar ou local de
convivência por iniciativa das autoridades competentes, as quais tomarão as providencias
cabíveis ao caso concreto.

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