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ESCOLA DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS DE SAÚDE DO SEQUELE

CURSO DE ENFERMAGEM

TRABALHO DE FIM DO CURSO

CONHECIMENTO SOBRE ALEITAMENTO MATERNO E


DESMAME EM MULHERES DO 20 A 40 ANOS DE IDADE

Autor: XXXXXXXXXXX

Orientado: XXXXX

LUANDA, 2022 / 2023


Autor: XXXXXXXXXXXXXXXX

CONHECIMENTO SOBRE ALEITAMENTO MATERNO E


DESMAME EM MULHERES DO 20 A 40 ANOS DE IDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


banca de defesa do Curso de Enfermagem da
Escola de Formação de Técnicos de Saúde do
Sequele para obtenção do grau Técnico em
Enfermagem.

Orientadora: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

LUANDA, 2022 / 2023


EPIGRAFE

“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda
pensou sobre aquilo que todo mundo vê”.

(Arthur Schopenhauer)

I
DEDICATÓRIA

Pais, suas palavras de incentivo foram um porto seguro perante cada obstáculo trilhado e
suas batalhas me deram inspiração e coragem para ir sempre adiante.

II
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida, sem Ele não teria adentrado as portas da Escola de
Formação de Técnico de Saúde do Sequele. Obrigada, Pai pela conclusão dessa
importante etapa da minha vida.

Um agradecimento especial aos meus pais, ____________________ e


___________________________, que sempre me incentivaram sendo fundamentais para
a realização deste sonho. Aos meus avós, por acreditarem na minha pessoa dando suporte
e confiança, nestes cinco anos. Aos meus irmãos pelo apoio e incentivo durante essa
caminhada.

A Escola de Formação de Técnicos de Saúde do Sequele, por me proporcionar os


caminhos do ensino, pesquisa e extensão de qualidade.

Ao Departamento do Curso de Enfermagem e a todos os professores que passaram por


mim durante esses anos de curso, por cada ensinamento compartilhado, em especial ao
meu orientador Prof. __________________pelo tempo e conhecimento prestado na
construção deste trabalho.

Agradeço também a direção e a todos os funcionários da Maternidade da Comuna da


Funda, por ter acreditado e incentivado a realização desta pesquisa.

Obrigada a todas as entrevistadas por aceitar participar desta pesquisa e dedicar seu tempo
para o andamento da mesma.

Enfim, muito obrigada a todos pelo apoio em mais esta jornada!

III
RESUMO

É recomendado o aleitamento materno exclusivo desde o nascimento até aos 6


meses. Angola apresenta uma situação bastante preocupante, pois é um dos países do
mundo com maior taxa de mortalidade infantil: em 2010 era de 114,9 mortes por cada
1000 nascimentos. O desmame precoce, a contaminação dos alimentos e da água potável
e a desnutrição criam condições para aparecimento de doenças que causam elevadas
mortes em crianças com menos de um ano.

Em muitas regiões de África, o parto ainda é um acontecimento marcado por


práticas culturais ancestrais que podem prejudicar a saúde e sobrevivência dos
recémnascidos, além de pôr em perigo a vida das mães. Algumas dessas práticas
incluem: (i) deitar fora o colostro; e (ii) alimentar os bebés com outros alimentos que
não o leite materno.

Este estudo é quantitativo com metodologia transversal e pretende identificar,


descrever e analisar os fatores que contribuem para o abandono do aleitamento materno
exclusivo antes dos 6 meses de idade, na província do Uíge, em Angola, bem como
indicar formas de intervenção para que os índices de prevalência do aleitamento materno
exclusivo possam aumentar.

A população em estudo são mães com filhos até um ano de idade residente na
comuna da Funda, município de Cacuaco, em Luanda, da qual será considerada uma
amostra de 100 mulheres.

Palavras-chave: Aleitamento Materno; Cuidado Pré-Natal; Desmame; Conhecimento.

IV
ABSTRACT

O leite materno é o alimento mais completo para a criança nos primeiros meses de vida e
o ato de amamentar traz inúmeros benefícios para a criança, mãe e sociedade. As
orientações sobre o aleitamentomaternodevem ser abordadas durante todo o
acompanhamento pré-natal, pois a falta de conhecimento da mulher corresponde a um
importante fator para o desmame precoce, especialmente se esta for primípara. Este
estudo teve por objetivo identificar o conhecimento que as gestantes que realizam o pré-
natal possuem a respeito do aleitamento materno.

Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa, realizado no


Município de Cacuaco, na Comuna da Funda, participaram do estudo mulheres de idades
compreendia dos 20 à 40 anos. O estudo demonstrou dados preocupantes quanto ao não
recebimento de orientações sobre aleitamento materno por 65% das entrevistadas,
ainda que a gestante estivesse realizando o acompanhamento pré-natal e a pouca
divulgação de importantes temas como o manejo da amamentação e prevenção de
problemas para a mulher.

Dessa forma, a maior parte das gestantes (61%) respondeu corretamente apenas entre 1
a 4 questões sobre o tema, demonstrando um conhecimento insuficiente das gestantes
sobre o assunto e revelando uma fragilidade do pré-natal enquanto estratégia de
incentivo a amamentação. Portanto, os profissionais de saúde que acompanham o pré-
natal, têm fundamental importância no incentivo e sucesso da amamentação, visto que
quanto mais orientada e confiante estiver a mulher, maior será a duração do
aleitamento materno e seus benefícios.

Palavras-chave: Aleitamento Materno; Cuidado Pré-Natal; Desmame; Conhecimento.

V
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AME AM - Aleitamento Materno Exclusivo Aleitamento Materno

CNS - Conselho Nacional de Saúde

IBFAN - International Baby Food Action Network

MS - Ministério da Saúde

OMS - Organização Mundial da Saúde

PHPN - Programa de Humanização de Pré-Natal e Nascimento

RN - Recém-Nascido

TCLE Termo de Esclarecimento Livre e Esclarecido

UNICEF - United Nations Children’s Fund

VDRL - Venereal Disease Research Laborator

VI
ÍNDICE DAS TABELAS

Tabela 1-Distribuição da amostra quanto à faixa etária ................................................. 23

Tabela 2- Distribuição da amostra quanto ao grau de instrução..................................... 23

Tabela 3- Distribuição da amostra quanto ao entendimento sobre a importância da


amamentação .................................................................................................................. 24

Tabela 4- Distribuição da amostra quanto ao tempo em que amamentou (ou vem


amamentando) seus filhos .............................................................................................. 25

Tabela 5- Distribuição da amostra quanto ao conhecimento sobre os problemas


provenientes do desmame precoce ................................................................................. 25

Tabela 6- Distribuição da amostra quanto ao conhecimento sobre os benefícios do


aleitamento materno ....................................................................................................... 27

VII
ÍNDICE

DEDICATÓRIA ............................................................................................................... II

AGRADECIMENTOS ................................................................................................... III

RESUMO ....................................................................................................................... IV

ABSTRACT .....................................................................................................................V

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... VI

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

1.2.Formulação do Problema ............................................................................................ 2

1.3.Objetivos do Estudo ................................................................................................... 2

1.3.1.Objetivo Geral ......................................................................................................... 2

1.3.2.Objetivos Específicos .............................................................................................. 2

1.4.Justificativa ................................................................................................................. 2

CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................... 4

2.Termos e definição de conceitos ................................................................................... 4

2.1.ALEITAMENTO MATERNO ................................................................................... 4

2.2.Orientações sobre aleitamento materno ...................................................................... 5

2.3.Aspectos do aleitamento materno ............................................................................... 5

2.3.1.Anatomia da mama e fisiologia da lactação............................................................. 5

2.4.Tipos de aleitamento materno e fases ......................................................................... 6

2.5.Importância do Aleitamento Materno......................................................................... 7

2.5.1.A importância do aleitamento para a mãe ............................................................... 8

2.6.Vantagens e Desvantagens do Aleitamento Materno ................................................. 8

2.6.1.Vantagens para o bebé: benefícios nutricionais e digestivos .................................. 9

2.6.2.Vantagens para o bebé: benefícios imunológicos e metabólicos .......................... 11

2.6.3.Vantagens para o bebé: desenvolvimento psicológico, sensorial e motor do bebé.11

2.6.4.Vantagens para a mãe ............................................................................................ 12

VIII
2.7.Desmame .................................................................................................................. 13

2.8.A identificação dos principais fatores determinantes do desmame .......................... 14

2.8.1.A falta de informações das mães e dos profissionais da saúde enquanto fatores
causadores do desmame.................................................................................................. 16

2.9.O retorno da mulher ao trabalho como prática prejudicial ao aleitamento .............. 17

2.10.Levantamento do conhecimento das gestantes acerca do aleitamento materno na


Comuna da Funda ........................................................................................................... 18

2.11.Caracterização do Local de Pesquisa...................................................................... 20

CAPITULO II - METODOLOGIA DO ESTUDO ........................................................ 21

3.Tipo de Pesquisa .......................................................................................................... 21

3.1.Local e período da pesquisa ...................................................................................... 21

3.2.Processo de amostragem........................................................................................... 21

3.3.População ................................................................................................................. 21

3.4.Critério de Inclusão .................................................................................................. 21

3.5.Critério de Exclusão ................................................................................................. 22

3.6.Análise de Dados ...................................................................................................... 22

3.7.Procedimentos éticos ................................................................................................ 22

3.8.Instrumento para coleta de dados ............................................................................. 22

CAPITULO III - APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .. 23

3.1. Dados de Caracterização Sóciodemográfico dos Participantes da Pesquisa ........... 23

3.9.Dados Pertinentes ao Objetivo do Estudo ................................................................ 24

4.CONCLUSÃO ............................................................................................................. 28

5.REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 30

ANEXO .......................................................................................................................... 31

IX
1. INTRODUÇÃO

Desde 1979, a Organização Mundial da Saúde recomendou que o aleitamento materno


tivesse duração de 4 a 6 meses. Contudo, em 2001 após a aprovação da resolução WHA
54.2 da Assembleia Mundial da Saúde pela OMS, passou-se a recomendar que a
amamentação exclusiva se estendesse até os 6 meses de vida do lactente. Além disso,
recomendou-se a manutenção da amamentação de maneira complementar por 2 anos ou
mais (IBFAN, 2002).

O aleitamento materno é uma estratégia natural de vínculo e nutrição para a criança.


Amamentar reduz a morbimortalidade infantil, além de trazer inúmeros benefícios para a
saúde da mãe, bebê e sociedade. Entre os benefícios destacam-se a prevenção de morte
infantil, diarréias e infecções respiratórias, proporciona melhor nutrição e melhor
desenvolvimentos da cavidade bucal da criança, promove o vínculo entre mãe e bebê,
além de significar menores custos à família e melhor qualidade de vida (BRASIL, 2012).

Segundo o Ministério da Saúde (2012), a maioria das crianças brasileiras não é


amamentada exclusivamente nos primeiros 6 meses e não recebe leite materno por dois
anos ou mais, apesar da recomendação da OMS e de todas as evidências científicas
provarem a superioridade do aleitamento materno sobre todas as formas de alimentação
para a criança pequena.

Como refere Giugliani (2000), entre os vários fatores envolvidos no não cumprimento da
duração do aleitamento recomendada estão o desconhecimento da importância do
aleitamento materno e a falta de confiança da mãe quanto a sua capacidade de amamentar
além de práticas inadequadas dos serviços e dos profissionais de saúde.

Como orientado pelo Ministério da Saúde o pré-natal é uma importante oportunidade para
o aconselhamento de gestantes e família sobre a amamentação, pois as orientações dadas
durante este período têm impacto positivo na duração do aleitamento materno,
principalmente entre as primíparas (BRASIL, 2015).

1
1.2. Formulação do Problema

Portanto, partindo do exposto pela literatura de que a orientação durante a gestação


colabora para as taxas de prevalência da amamentação, surge como questão de pesquisa:

 Qual o conhecimento das gestantes sobre o aleitamento materno durante o


acompanhamento pré-natal?

1.3. Objetivos do Estudo

1.3.1. Objetivo Geral

 Identificar as experiências prévias e o conhecimento de gestantes sobre o


aleitamento materno e o desmame no município de Cacuaco, comuna da Funda.

1.3.2. Objetivos Específicos

 Conhecer perfil sócio demográfico e hábitos de vida de gestantes que realizam


acompanhamento pré-natal em maternidade na Comuna da Funda;
 Conhecer perfil epidemiológico de gestantes segundo antecedentes obstétricos
e experiências com a amamentação;
 Conhecer perfil epidemiológico de gestantes segundo gestação atual; gestação
atual;
 Levantar número de gestantes que receberam orientação sobre aleitamento
materno e o desmame durante consulta pré-natal;
 Identificar os conhecimentos das gestantes sobre o aleitamento materno e o
desmame;

1.4. Justificativa

Inicialmente para justificar o desenvolvimento deste estudo, é preciso ressaltar


o papel do Programa Saúde da Família no sentido de se relacionar a importância
das ações desenvolvidas com a prática da promoção do aleitamento materno. Assim, falar
da questão da saúde da família mostrando a política, o programa, as estratégias e
a situação do programa em Angola, Cacuaco e região torna-se relevante para a
contextualização do tema.

Sabendo que a falta de informações sobre a amamentação, entre outros fatores,

2
contribui para o desmame e/ou a introdução de alimentos complementares de maneira
precoce e que, a orientação sobre estes assuntos deve ser abordada durante o pré-natal, a
hipótese do estudo é de que as gestantes ainda não estão sendo orientadas adequadamente
sobre o processo de amamentação durante o pré-natal e isto, além de outros fatores, está
favorecendo ao desmame precoce.

Espera-se que este estudo venha a contribuir para o conhecimento de como estão
sendo transmitidos as orientações durante o pré-natal, no que se refere ao aleitamento
materno, provocando reflexões e sensibilizando os profissionais que atuam diretamente
no acompanhamento pré-natal.

3
CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. Termos e definição de conceitos

 Idade materna: em anos completos, no momento da entrevista.


 Alimentação: A alimentação é aquela que atende todas as exigências do corpo,
ou seja, não está abaixo nem acima das necessidades do nosso organismo.
 Conhecimento - Adequado: será considerada quando a pergunta respondida
pelas mães seja de acordo com o que o ministério da saúde preconiza.
 Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do
leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de
complementá-lo, e não de substituí-lo

2.1. ALEITAMENTO MATERNO


Buscando um melhor entendimento da importância do aleitamento materno, cabe conceituá-
lo como forma de se identificar o seu papel na saúde infantil. Para Mello (1996), o
aleitamento materno é uma prática imprescindível para o bem-estar do bebê, uma vez que
propicia mais saúde por meio da redução da probabilidade de doenças no recém-nascido,
aumentando sua qualidade de vida nos primeiros meses e garantindo uma condição de saúde
mais preparada para o futuro.

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 1989) o aleitamento materno é um


modo insubstituível de fornecer o alimento ideal para o crescimento e
desenvolvimento saudáveis de lactentes, tendo também uma influência biológica e
emocional sobre a saúde tanto de mães quanto de crianças. As propriedades anti-
infecciosas do leite materno ajudam a proteger crianças contra doenças.

Para Silva e Kimura (2001), a amamentação não é uma resultante exclusivamente biológica,
ela envolve as emoções da mulher e sua forma de encarar essa experiência em sua vida. As
diversas dimensões da mulher, expressas no desempenho dos diferentes papéis que está
assume em seu contexto social, também são elementos que interferem em sua tomada de decisão
quanto ao rumo da amamentação.

Além disso, para Giugliani (2002):

[...] o aleitamento materno exclusivo oferece a vantagem adicional de diminuir


os custos das famílias, dos estabelecimentos de saúde e da sociedade em geral,
ao eliminar os gastos com leites artificiais e mamadeiras, e ao reduzir os

4
episódios de doenças nas crianças e, como consequência, as faltas ao trabalho
dos pais por doença da criança. (GIUGLIANI, 2002, p. 13).

Cecchetti e Moura (2005) ainda comentam que apesar da amamentação


configurar-se como uma importante ferramenta, tanto para a atenuação da difícil
realidade da população menos favorecida, quanto para a diminuição da morbidade de
crianças com melhores condições sociais, observa-se que a prevalência de aleitamento
materno, especialmente do aleitamento exclusivo, está muito aquém do recomendado.

Nos anos 70, ponto máximo do declínio da prática da amamentação, houve


piora das condições de saúde materno-infantil. Para estes autores, no Brasil, de forma
geral, houve melhora importante nos índices de aleitamento materno na década de 80,
com ritmo mais lento após este período, chegando à estabilização em certos locais,
com importantes variações no território nacional. Por isso, é de fundamental
importância o conhecimento das tendências de amamentação em cada localidade.

2.2. Orientações sobre aleitamento materno


Durante o pré-natal, o diálogo com as gestantes é fundamental, seja individual ou
coletivamente. Entre os assuntos a serem abordados, o MS (BRASIL, 2015) enfatiza
alguns a seguir:

[...] Experiências prévias, mitos, crenças, medos preocupações e fantasias relacionados


com o aleitamento materno; importância do aleitamento materno; vantagens e
desvantagens do uso de leite não humano; importância da amamentação logo após o
parto, do alojamento conjunto e da técnica (posicionamento e pega) adequada na
prevenção de complicações relacionadas à amamentação; possíveis dificuldades na
amamentação e meios de preveni-las. Muitas mulheres ‘idealizam’ a amamentação e se
frustram ao se depararem com a realidade [...] (BRASIL, 2015, p. 41).

2.3. Aspectos do aleitamento materno

2.3.1. Anatomia da mama e fisiologia da lactação

A mama é formada por tecidos glandular e conjuntivo, gordura, ligamentos, vasos


sanguíneos e nervos. Existem cerca de 10 a 20 alvéolos mamários no tecido glandular,
semelhantes a “cachos de uvas”. Os alvéolos são constituídos por células alveolares e
mioepiteliais, responsáveis pela produção e descida do leite, respectivamente. Através de
canais, chamados ductos lactíferos, o leite é conduzido até ser armazenado nas ampolas
lactíferas. A região localizada ao redor do mamilo é chamada aréola. No fim da gravidez,

5
ao redor da aréola surgem glândulas conhecidas como Montgomery, responsáveis pela
produção de substâncias que hidratam e protegem o mamilo de infecções. Desta forma,
não é necessário e contraindicado a colocação de outras substâncias para hidratar os
mamilos. (GERALD, 2002).

Após o parto, com a atuação da adeno-hipófise, ocorre a produção do hormônio prolactina


de forma acelerada. A gestante já apresenta este hormônio durante boa parte da gravidez,
porém ele permanece suprimido pelas ações do estrogênio e progesterona. A “descida do
leite”, ocorre dias após o parto uma vez que os níveis de estrogênio e progesterona decaem
facilitando a atuação da prolactina. É importante mencionar que a sucção do bebê
estimula a prolactina a produzir leite, por isso é fundamental o estimulo nos primeiros
dias, especialmente logo após o parto. (GUYTON, 2002)

2.4. Tipos de aleitamento materno e fases


De acordo com Lima (2009), a composição do leite materno sofre alterações durante
o período de lactação (colostro, leite de transição e leite maduro) e em uma mesma
mamada (leite anterior e posterior).

Na primeira semana após o parto, o organismo da mulher produz o colostro, primeiro


leite a ser produzido pela puérpera, de coloração amarelada. Este primeiro leite possui
proteínas, lactoferrina, carotenoides, minerais e menor concentração de gorduras e
carboidratos, quando comparado ao leite maduro, sendo essencial para suprir as
necessidades RN (LAMOUNIER e LEÃO, 2008). A frequência e a maneira como as
crianças sugam o leite, determinam a quantidade produzida em cada mama. É considerado
colostro, o leite materno produzido até o 7º dia pós-parto. Segundo Ramos et al. (2010),
o colostro é nutritivo e possui grande quantidade de anticorpos, sendo essencial para a
proteção do recém-nascido.

“Em um período intermediário entre a produção do colostro e do leite maduro, as


glândulas mamárias produzem o leite chamado de transição, cuja composição varia
progressivamente com decorrer do tempo” (LIMA, 2009, p.6). A partir do 7º dia até o 14º
o leite é chamado leite de transição, chegando a composição de leite maduro após a
segunda semana após o parto, quando sua composição se torna mais estável
(LAMOUNIER e LEÃO, 2008). O leite maduro, possui todos os nutrientes necessários
ao crescimento e desenvolvimento da criança. (RAMOS et al., 2010).

6
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2015) a concentração de alguns
nutrientes também sofre variação durante uma mesma mamada. A quantidade de gordura
no leite, por exemplo, aumenta no decorrer de uma mamada. Além disso, a coloração
muda, sendo o leite do início (rico em anticorpos) mais parecido com água de coco, pois
possui maior teor de água, e o leite do final da mamada é mais amarelado pois possui
grande concentração de betacaroteno, proveniente da dieta da mãe. “[...] o leite do final
da mamada (chamado leite posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a
criança; daí a importância de a criança esvaziar bem a mama” (BRASIL, 2015, p.30).

2.5. Importância do Aleitamento Materno

Sabe-se hoje que os benefícios do aleitamento materno não se limitam ao período


da amamentação, mas que se prolongam no tempo, tendo efeitos na qualidade de vida do
ser humano quando adulto. A espécie humana pertence à classe dos mamíferos e como
tal caracteriza-se por alimentar os seus filhos com leite materno, o que deveria então ser
uma prática normal, natural e que não deveria sequer ser discutida. No entanto, embora
seja do conhecimento geral que o leite materno é o melhor para as crianças e que a maioria
das mães saía das maternidades a amamentar, essa prática sofre um rápido declínio para
valores muito reduzidos, muito antes dos 6 meses recomendados.

São muitas as vantagens do aleitamento materno, tanto a curto como a longo


prazo, reconhecendo-se que “a sua prática exclusiva é a melhor forma de alimentar as
crianças até aos 6 meses de vida, e que, após a introdução adequada de novos alimentos,
é desejável que este se prolongue até aos dois anos de idade ou mais. ” (Faleiros et al,
2011, p.25). O aleitamento materno já não é hoje completamente natural, dependendo de
variadíssimos fatores que podem influenciar o seu sucesso.

Alguns desses fatores estão diretamente relacionados com a mãe, como


as características da sua personalidade e a sua motivação face ao aleitamento
materno, ao passo que outros se referem à criança e ao ambiente, como por
exemplo, as suas condições de nascimento e o período pós-parto, havendo,
também, fatores circunstanciais, como o trabalho materno ou condições
socioculturais. (…) consideramos que a motivação é um dos fatores
preponderantes na adesão ou não ao aleitamento materno. O início e duração da
amamentação supõem uma decisão pessoal, uma mãe e um pai motivados e
decididos a amamentar, aliados a um latente saudável e com boa capacidade de

7
sucção, são premissas para o sucesso do aleitamento materno” (Faleiros et al,
2011, p.28).

2.5.1. A importância do aleitamento para a mãe

“Mulheres que amamentam plenamente, dia e noite, têm 98% de proteção contra
gravidez durante os primeiros seis meses após o parto”. (BRASIL, 1995, p. 8). Além
disso, “[...] têm menor risco de desenvolverem câncer de mama antes da menopausa, e
de ovário em qualquer idade, em relação às mulheres que nunca amamentaram”. A
proteção é maior, quanto mais longo for o tempo que a mulher amamentar. O aleitamento
materno logo após o nascimento do bebê, “[...] reduz o sangramento pós-parto e a
involução uterina torna-se mais rápida, o que contribui para que o corpo da mulher volte
com maior rapidez à forma física anterior”.

Giugliani (2004) esclarece que amamentar é muito mais que alimentar a criança.
Envolve uma interação complexa, multifatorial, entre duas pessoas, que interfere
no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em
sua fisiologia e em seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Envolve também
aspectos relacionados à saúde física e psíquica da mãe.

O aleitamento permite que as mães fiquem mais saudáveis, permite uma proteção
contra outra gravidez, corte nos gastos permitindo a compra de melhores alimentos para
a família, além de proporcionar carinho, amor, afeto, interação mãe-filho. (BRASIL,
1989).

Também é importante considerar o benefício do aleitamento materno para a mãe do


ponto de vista financeiro, uma vez que, segundo o Programa Nacional de Incentivo ao
Aleitamento Materno (BRASIL, 1995, p. 8), um levantamento realizado em 1983,
pelo Ministério da Saúde, revelou que “[...] as despesas com uma criança alimentada
com substitutos do leite materno podem consumir, por mês, até 43% do salário
mínimo; no caso de crianças amamentadas exclusivamente no seio, as despesas
representavam apenas 4% deste salário.

2.6. Vantagens e Desvantagens do Aleitamento Materno

O leite humano produz-se de acordo com o código genético de cada espécie,


estando biologicamente adaptado às características e necessidades de cada bebé,
modificando-se na sua quantidade e composição de acordo com a interação entre mãe e

8
filho segundo (Cordero, citado por Cardoso, 2006). Nenhum alimento está mais adequado
a uma espécie, nem é melhor para a alimentação de um recém-nascido do que o leite da
própria espécie (Ciampo, 2004), além de que o leite humano é muito mais do que uma
mera fonte de nutrientes pois “proporciona proteção contra infeções e alergias, como
também estimula o desenvolvimento adequado do sistema imunológico e a maturação do
sistema digestivo e neurológico”. Salienta-se ainda o efeito protetor do leite humano
contra algumas doenças degenerativas da idade adulta tais como a obesidade, hipertensão
e diabetes (Rego, 2006, p.55).

Assim sendo, as vantagens do aleitamento materno podem agrupar-se em:


vantagens económicas, vantagens para a mãe e vantagens para o bebé, nas suas dimensões
nutricionais e digestivas, imunológicas e metabólicas e no desenvolvimento psicológico,
sensorial e motor do bebé.

2.6.1. Vantagens para o bebé: benefícios nutricionais e digestivos


O leite humano tem na sua composição cerca de 97,5% de água que é suficiente
para que o bebé se mantenha hidratado mesmo em climas quentes e secos, não sendo
necessário oferecer água aos bebés quando se pratica o aleitamento materno exclusivo
(Ciampo, 2004). O leite materno contém proteínas de fácil digestão, que são rapidamente
digeridas, fazendo com que o bebé se alimente de 2 a 3 horas, estimulando a produção de
leite. O leite humano também “contém uma proporção significativa de aminoácidos
essenciais (…) que podem ser absorvidos e utilizados pelo bebé no estado em que se
encontram” (Pryor, 1981, p.52). As proteínas do leite materno são usadas pelo bebé com
grande eficiência, enquanto que se o bebé for alimentado por substitutos do leite materno
à base de leite de vaca, só utiliza cerca de 50% de todas as proteínas que ingere,
necessitando de ingerir maior quantidade de alimento. Pode correr o risco de se tornar
obeso porque ao mesmo tempo que precisa de mais proteína também ingere maior
quantidade de hidratos de carbono. Uma grande parte das proteínas do leite de vaca, não
é digerida pelo bebé, sendo eliminadas pelo sistema digestivo e urinário (Pryor, 1981).

O leite materno é constituído essencialmente pelo açúcar lactose, de muito mais


fácil digestão do que a galactose e glucose constituintes do leite de vaca, e facilitador da
absorção do cálcio. “Uma contribuição importante do açúcar do leite materno é o seu
efeito sobre as bactérias que crescem no intestino do bebé” (Pryor, 1981, p.55). A
digestão da lactose desenvolve no intestino um meio ácido que favorece o

9
desenvolvimento das bactérias que crescem nos intestinos do bebé e que impede a
proliferação de bactérias e organismos prejudiciais, ao contrário da digestão dos outros
açúcares que formam um meio alcalino potenciador do crescimento de organismos
invasores.

O conteúdo vitamínico do leite varia com a dieta materna, mas em termos gerais
têm a quantidade de vitaminas necessárias ao bebé. Existem dois tipos de vitaminas: as
solúveis em gordura e as hidrossolúveis. As vitaminas solúveis em gordura (A,E,D)
podem ser armazenadas no corpo e as que se dissolvem em água (C, complexo B) devem
ser fornecidas diariamente pela dieta. O leite materno contém grande quantidade de
vitamina A e E que tem origem no fígado da mãe mesmo quando a sua dieta não tem
qualquer teor destas vitaminas. A vitamina D é sintetizada pelo corpo quando exposto ao
sol, quer pela mãe quer pelo bebé. A vitamina C e o complexo B são fornecidos pela
dieta. O leite materno comparado com o leite de vaca tem dez vezes mais vitaminas
essenciais, sendo necessário que as crianças que não são amamentadas ao peito recebam
gotas suplementares de vitaminas. O teor de gordura do leite humano é maior que o do
leite de vaca sendo essa uma das razões porque o leite de vaca tem menos vitaminas
solúveis em gordura (Pryor, 1981). É importante orientar a nutrição materna para a
ingestão de vitaminas hidrossolúveis que são obtidas através da dieta.

Do ponto de vista da qualidade das gorduras no leite deve-se


considerar que a dieta materna é fundamental, pois se for
constituída por gorduras de origem animal haverá um aumento
de ácidos gordos saturados no leite. Se, ao contrário,
predominam gorduras de origem vegetal na dieta materna,
aumentará a quantidade de ácidos gordos polinsaturados no
leite” (Ciampo et al, 2004, p.10).

Segundo Ciampo et al (2004) e Rego (2006), a concentração dos sais minerais,


como cálcio, fosforo, zinco, ferro, magnésio, potássio, e fluor, não são afetados pela dieta
materna.

“A concentração de minerais é menor no leite materno do que


no de vaca e nas fórmulas, porém no leite materno está mais
bem adaptado às necessidades nutricionais e capacidades
metabólicas do lactente” (Rego, 2006, p.63). O leite humano
tem pequenas quantidades de ferro do mesmo modo que o leite

10
de vaca, mas a “absorção é muito maior no leite humano. Cerca
de 70% do ferro do leite materno é absorvido, sendo 30% no
leite de vaca e 10% nos substitutos do leite humano” (Rego,
2006, p.63). Em lactentes alimentados exclusivamente com leite
materno até aos 6 a 8 meses é muito raro ocorrer a anemia por
privação de ferro, no entanto, a introdução precoce de outros
alimentos pode comprometer a absorção do ferro (Rego, 2006).

2.6.2. Vantagens para o bebé: benefícios imunológicos e


metabólicos

O colostro é produzido no fim da gestação como resposta à produção de


estrogénio e progesterona. “É rico em anticorpos que ajudarão a proteger o bebé de
infeções e a construir um forte sistema imunológico” (Taborda & Deutsch, 2006, p.298).

Pryor (1981) salienta que o colostro é particularmente importante na proteção do


bebé contra doenças, pois contém anticorpos que o protegem contra agentes patogénicos
como “a polio, vírus coxsackie B, diversos estafilococos e e-coli” (p.65) existindo estes
anticorpos em concentrações mais elevadas no colostro do que no sangue materno.
Ciampo (2004) refere que estão presente no colostro e no leite materno “células linfoides
vivas e funcionais, com capacidades imunológicas na produção de anticorpos e mediação
da imunidade celular e também a presença de macrofagos com capacidade fagocitária”
(p.13). O aleitamento materno tem efeito na prevenção de alergias como eczemas,
alergias a medicamento e alergias respiratórias e exerce também efeitos de proteção sobre
“hipocalcemia neonatal, doença celíaca, morte súbita do lactante, acrocermatite
enteropática, doença de Crohn, doenças cronicas do sistema digestivo, linfomas e
leucemia” (p.13)

2.6.3. Vantagens para o bebé: desenvolvimento psicológico,


sensorial e motor do bebé.

O aleitamento materno permite que a criança desenvolva proteção contra doenças,


proporcionando um desenvolvimento físico mais saudável. Do mesmo modo que é
facilitador do desenvolvimento físico também fortalece o bebé do ponto de vista
psicológico, graças à interação mãe-bebé que promove os laços afetivos e o vínculo
precoce.

11
“A experiência emocional mais importante que o bebé vive no início da sua vida
(…) é a experiência de ser acolhido nas suas aflições (de fome, sede, frio, calor, dor,
desejos, …) e, mais do que isso de ser compreendido e identificado”. Os bebés que não
recebem cuidados e atenção, não se desenvolvem normalmente. “O contato físico com a
mãe é ainda mais importante do que a atenção social” e os bebés amamentados ao seio,
tornam-se “indivíduos mais seguros do que os bebés que recebem bastante atenção, mas
pouco contacto físico” (Ciampo et al, 2004, p.61).

2.6.4. Vantagens para a mãe

Segundo a UNICEF (2007), as vantagens do aleitamento materno para a mãe são


várias: “Aumenta os laços afetivos, diminui o sangramento da mãe após o parto e faz o
útero voltar mais rápido ao normal, é um método natural de planeamento familiar,
diminui o risco de câncer de mama e ovários” e tem vantagens económicas não
precisando de ser comprado (p.2). Os laços afectivos que se criam entre mãe e filho,
envolvem o pai e toda a família podendo contribuir para a manutenção da amamentação
durante mais tempo. Se a mãe der de mamar ao seu filho logo que ele nasce, ainda na sala
de partos, é estimulada a produção de prolactina e da ocitocina. A prolactina tem como
efeito aumentar a produção de leite e a ocitocina provoca a contração do útero e a
diminuição das percas de sangue. Enquanto a mãe não menstrua após o parto, a
amamentação é uma ótima forma de evitar outra gravidez, caso seja exclusiva durante o
dia e durante a noite. Vários estudos feitos em diferentes populações de mães
demonstraram que quanto mais a mulher amamenta, menor o risco de câncer de mama e
ovários, diminuindo o risco com o aumento do tempo de amamentação.

Pryor (1981) refere que a amamentação é um contracetivo natural, pois a


prolactina faz aumentar a produção de progesterona inibindo a menstruação e o início do
ciclo menstrual. A prolactina é produzida quando a mãe amamenta, como resultado da
estimulação por sucção que o bebé faz quando mama. A produção de prolactina mantem
uma produção de progesterona pelos ovários, mantendo o ciclo menstrual suspenso não
ocorrendo ovulação. Claro que tal só acontece se a amamentação ocorrer logo a seguir ao
parto e com intervalos de 4 em 4 horas, caso contrário o ciclo menstrual poderá voltar
pouco tempo depois do parto.

12
2.7. Desmame

Compreende-se por desmame a introdução de qualquer alimento na dieta de uma


criança, correspondendo o período de desmame ao período de tempo compreendido entre
a introdução do alimento e o fim completo da amamentação. Segundo Ford (2002), o
desmame com introdução de alimentos sólidos nunca deverá acontecer antes dos quatro
meses que é o tempo necessário para que se dê o revestimento do tubo digestivo e a
maturação dos rins do bebé, de modo a serem capazes de lidarem com os resíduos da
digestão dos alimentos sólidos. O desmame precoce, pode resultar em danos no sistema
digestivo, aumento de probabilidade de desenvolver problemas alérgicos, como asma,
eczemas e rinite alérgica. O desmame precoce pode também conduzir ao excesso de peso
no bebé e aumentar no futuro o risco de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.

Saber quando terminar a amamentação não é uma questão que tenha uma resposta
certa. A WHO e a UNICEF (2003) recomendam a manutenção do leite materno com
complemento de outros alimentos até aos dois anos, mas embora haja consenso sobre o
aleitamento exclusivo materno até aos 6 meses, a partir daí as opiniões dividem-se,
embora afetadas mais por fatores de ordem sociocultural do que por benefícios ou
desvantagens, variando muito sobre o tempo durante o qual se deve manter a alimentação
complementar. Enquanto que certas etnias acham normal uma amamentação prolongada,
outras defendem que pode causar traumas e dependências nas crianças. Segundo Cardoso
(2006, p.51) existem “preconceitos (…) associados ao acto de amamentar em público,
sobretudo se o amamentado já tiver um ano ou mais. ”

Quando se inicia o desmame, os números de amamentações decrescem naturalmente


e quando decrescem para duas ou três em cada vinte e quatro horas, a maioria dos
nutrientes vêm dos alimentos complementares. A partir desse momento a interrupção
definitiva da amamentação deve ser quando a mãe e o bebé estiverem prontos para o fazer,
independentemente da idade da criança (Pryor, 1981).

A partir dos 6 meses de idade o leite materno não pode suprir as necessidades
nutricionais da criança e devem começar a ser oferecidos outros alimentos. Segundo Rego

(2006), devem ser oferecidos “alimentos com bom aporte energético e proteico, serem
ricos em micronutrientes (particularmente ferro, zinco, cálcio, vitaminas A e C e folatos)
sem contaminação (isentos de germes patogénicos, toxinas ou produtos químicos
prejudiciais) sem muito sal ou condimentos e em quantidades apropriadas” (357).

13
Na introdução de novos alimentos devem ser evitados alguns alimentos
considerados alergénicos, como o leite de vaca, o ovo, o amendoim, as nozes, o peixe e
o mel, que, segundo Rego (2006), só devem ser oferecidos após ao 9 a 12 meses de idade.
Assim, segundo as idades e por ordem crescente de alergenicidade, devem ser dadas
frutas, com exceção das laranjas e outros citrinos; vegetais, raízes e tubérculos; grãos,
principalmente arroz ou aveia; e carnes, iniciando por carne de vaca magra e galinha.

Embora se considere a importância da amamentação para a saúde das crianças, ainda


assim é possível se deparar com casos de mães que preferem optar pelo desmame
precoce prejudicando assim a saúde de seu filho e, sobre esta realidade, o Programa
Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (1995) já preconizava que o desmame
precoce seria um grande desafio a ser enfrentado.

No que se refere às alterações sociais, importante é comentar que após a


Primeira Guerra Mundial uma mudança de papel onde a mulher passou a assumir, muitas
vezes, o sustento de sua família, levou ao declínio acentuado no aleitamento materno. No
Brasil, “[...] os índices de amamentação eram considerados bons até a década de 60,
constatando-se um sensível declínio na prática e na duração do aleitamento materno na
década seguinte, seguindo a tendência internacional”. (TUDISCO et al, 1984, p. 819).

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 1989), a prevalência e a duração


do aleitamento materno diminuíram em muitas partes do mundo, por diversas razões
sociais, econômicas e culturais. Nesse sentido, com a introdução de tecnologias
modernas e a adoção de novos estilos de vida, houve, em muitas sociedades uma
redução notável na importância atribuída a esta prática tradicional. Mesmo
involuntariamente, os serviços de saúde frequentemente contribuíram para este declínio,
seja por não apoiarem e estimularem mães a amamentar, seja por introduzirem rotinas e
procedimentos que interferem com a iniciação e o estabelecimento normal do
aleitamento.

2.8. A identificação dos principais fatores determinantes do


desmame
Iniciando a discussão sobre as causas do desmame precoce, num estudo de Rea e
Cukier (1988, p. 189) as razões mais alegadas pelas mães para introduzir a mamadeira
foram: “[...] trabalho fora do lar (20,5%), nervosismo (12,5%) e conveniência da
mãe (11,0%). ” Dessa forma, as razões mais frequentes nesse estudo para introdução

14
de suplementos (sejam substitutos do leite materno, sejam sólidos) foram o trabalho fora
do lar pelas mães, assim como nervosismo e conveniência.

Estes mesmos autores ressaltam que para a interrupção completa do aleitamento


natural, outros estudos listam como mais alegadas: insuficiência de leite, nova gravidez,
doença da mãe ou do bebê, ou rejeição da criança em mamar por estar muito grande.
Tais razões são diferentes quando os trabalhos são conduzidos em áreas rurais ou
urbanas, ou mesmo diferem conforme idade em que o desmame ocorre. (REA; CUKIER,
1988).

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 1989), a falta de informações para


que a mãe possa dar de mamar ao seu filho, na maioria das vezes, ocasiona o desmame
– o que torna ainda mais agravante a condição da desnutrição e surgimento de doenças.

Os estudos de vinha (1999) mostraram que o que atrapalha o aleitamento materno


é:

a) Ausência de um modelo para seguir, ou seja, não ter visto outras mulheres
amamentarem como prática benéfica e natural;
b) Despreparo para o aleitamento pode torná-lo uma tarefa difícil e pesada;
c) Desconhecimento das causas do choro do bebê, achando que ele só chora de
fome;
d) Falta de conhecimento sobre aleitamento materno e sua importância;
e) e) preocupação com a estética: medo de as mamas ficarem flácidas e caírem;
f)
g) f) o fato da amamentação se tornar um ato doloroso caso a mulher sofra
de algum problema mamário como, por exemplo, fissuras e
ingurgitamentos que não foram tratados;
h) g) desejo materno de retomar as atividades fora do lar;
i)
j) h) impedimento temporário de desempenhar vários papéis ao mesmo tempo:
de mãe de outros filhos, mulher, dona-de-casa, profissional, estudante e
outros;
k) i) orientações recebidas incorretas;
l)
m) j) oferecimento de leite, em bico de borracha concomitantemente ao
aleitamento materno;
n) k) excesso de tarefas: falta de ajuda e suporte no lar e do serviço de saúde
para que a mãe possa cuidar de si e do recém-nascido, ausência de apoio de
companheiro, familiares ou amigos, fadiga física e psíquica;

15
o) l) autoconfiança em baixa: ter insegurança quanto ao seu desempenho
materno, confiar mais na mamadeira do que no próprio leite;
p) m) desejo consciente ou inconscientemente de não amamentar.

Segundo os estudos de Ramos e Almeida (2003), dentre os motivos alegados


pelas mães para o desmame, figuram leite fraco ou pouco, intercorrências de mama
puerperal, falta de experiência, inadequação entre as suas necessidades e as do bebê,
interferências externas, trabalho, ambigüidade entre o querer/poder amamentar e entre o
fardo/desejo.

Para Rezende e Fogliano (1999), é importante lembrar que a amamentação é


influenciada pelos aspectos psicossociais da mãe, por isso não pode ser imposta,
devendo a mãe receber estímulo e apoio para que ela sinta a necessidade de
amamentar. Não se pode ignorar uma série de problemas que as mães enfrentam tais
como, a dificuldade de adaptação nos primeiros dias após o parto, a época em que
retorna ao trabalho, o momento em que a criança começa a ingerir outros alimentos, o
surgimento dos primeiros dentes da criança, entre outros.

Sendo assim, faz-se importante nesse estudo a abordagem de algumas das


principais causas do desmame, bem como suas implicações para a saúde da criança e
os procedimentos necessários à viabilização da continuidade do aleitamento materno.

2.8.1. A falta de informações das mães e dos profissionais da saúde


enquanto fatores causadores do desmame

O profissional de saúde é de suma importância, incentivando, orientando,


apoiando, durante o acompanhamento pré-natal, grupos, alojamento conjunto,
puericultura. (RAMOS; ALMEIDA, 2003).

No entanto, a falta de informação das mães e da sociedade em geral, inclusive


dos profissionais de saúde, tem acarretado impacto negativo na duração do aleitamento
materno exclusivo. Tanto que, “[...] no segundo mês de vida, 94% das crianças brasileiras
já recebem outro líquido ou alimento [...] o país desperdiça a cada ano mais de 180
milhões de litros de leite materno, que serviriam para alimentar os bebês até seis meses
de idade”. (PROGRAMA NACIONAL DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO
MATERNO, 1995, p. 9).

16
Estudos revelam situações em que, se as mães tivessem procurado ajuda
profissional logo após o aparecimento de dificuldades, poderiam ter continuado o
aleitamento materno exclusivo com sucesso. No entanto, ao contrário, preferiram
abandoná-lo diante das dificuldades. (PARIZOTTO; ZORZI, 2008).

De acordo com o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (1995,


p. 11):

[...] a falta de informações corretas às mães nos serviços de saúde –


segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, 62% das
gestantes brasileiras tinham acesso aos serviços de pré-natal. Deste total,
70,8% tiveram mais de seis consultas durante o pré-natal, das quais 66%
não receberam qualquer orientação sobre a amamentação.

Embora não se deva esquecer que há profissionais interessados que buscam


informações sobre aleitamento materno, encorajando, orientando e ajudando as mães a
continuar com a amamentação (PARIZOTTO; ZORZI, 2008), ainda assim, pressupõe-se
que há uma parcela de responsabilidade no trabalho dos enfermeiros que em sua
atuação junto às mulheres não presta as devidas informações necessárias à promoção do
aleitamento materno.

Nesse sentido, as ações educativas no intuito de preconizar a importância do


aleitamento materno deveriam ser enfatizadas com maior vigor e insistência pelos
profissionais de saúde, em todos os níveis de atendimento, para todas as crianças que,
por variadas razões, entram no sistema de saúde. (ESCOBAR et al, 2002).

2.9. O retorno da mulher ao trabalho como prática prejudicial ao


aleitamento
“Amamentar é um direito que a sociedade deve garantir a toda mulher e a toda criança.
Assim, esse direito estende-se também à mulher que tem um trabalho remunerado”. (REA;
CARVALHO; TAMEZ, 2002, p. 204).

Segundo esses mesmos autores, o fato de estar no mercado de trabalho não deve
impedir a mulher de viver o período da maternidade. A grande maioria de mulheres está
no mercado informal. Ou seja, uma forma atípica de relação de trabalho.

17
Somente a mulher empregada com contrato de trabalho formal tem direito aos
benefícios da legislação. As demais precisam provar a relação permanente de trabalho na
Justiça para tentar conseguir os benefícios.

Para Rea, Carvalho e Tamez (2002) é ainda controverso saber-se quanto tempo seria o
ideal para a licença-maternidade, e quando iniciá-la, do ponto de vista da saúde da mulher.

Segundo esses autores, no período pós-parto, hoje se sabe que os problemas para a
mulher podem variar desde a anemia, cansaço, infecções, dor perineal até depressão
puerperal. São questões que interferem com a capacidade de volta ao trabalho relacionadas
à própria mulher, sem levar em conta o fato de ela estar em período de lactação e ter,
portanto, um bebê que dela depende quanto ao melhor alimento, afeto e cuidado. Para este,
sabe-se que o período ideal para amamentação exclusiva é de seis meses, portanto seria um
período adequado de licença-maternidade.

2.10. Levantamento do conhecimento das gestantes acerca do


aleitamento materno na Comuna da Funda

De acordo com estudo realizado na Funda, 70% das entrevistadas não souberam a
diferença do leite do início e final da mamada, demonstrando resultados semelhantes ao
encontrado no presente estudo (MACIEL et al., 2013).

SANTANA et al. (2013), revelaram através de pesquisa, que as primíparas


demonstraram possuir bastante insegurança e crença em mitos e tabus relacionados a
amamentação, de forma que 67,4% destas consideraram a existência de leite fraco. A
tentativa de comparar o leite materno e o de vaca serviu como motivo para a crença de
que o leite materno é fraco e não consegue nutrir a criança, uma vez que o leite materno
é mais ralo, de aparência aguada e possui menos proteínas. Além disso, por ser de mais
fácil digestão, a criança amamentada exclusivamente por leite materno mama mais vezes
ao dia e muitas mães concluem que seu leite não está sendo capaz de satisfazer a fome da
criança. A crença no leite fraco é um dos principais motivos para a introdução precoce de
leites artificiais (MARQUES; COTTA; PRIORE, 2011).

Quanto ao aspecto que geram dúvidas as lactantes, “é importante que as mulheres


saibam que a cor do leite varia ao longo de uma mamada” (BRASIL, 2015, p.46). O
primeiro leite, do início da mamada, chamado leite anterior, possui mais água em sua
composição e é responsável pela proteção do bebê, uma vez que é rico em anticorpos. O

18
leite do final da mamada, chamado leite posterior, possui uma coloração mais amarelada
pela presença de betacaroteno em maior quantidade. Este último leite, mais rico em
gordura, é essencial para o ganho de peso do bebê (BRASIL, 2015). Em relação aos
benefícios do aleitamento materno constatou-se, no presente estudo que 98 (98%)
mulheres souberam citar algum benefício para a criança. Todavia, 61 (61%)
desconheciam benefícios do ato para a saúde da mulher. Resultado igualmente
preocupante ao encontrado na pesquisa foi relatado em estudo com gestantes da Funda,
onde apenas 40% das mulheres conheciam algum benefício da amamentação para a mãe
que amamenta, sendo os principais benefícios relatados a ajuda no emagrecimento e a
prevenção de doenças, o que demonstra que, a maioria das gestantes desconhecem as
inúmeras vantagens da amamentação para si próprias (XAVIER; NOBRE; AZEVEDO,
2015).

Neste estudo, observou-se que quanto a duração do aleitamento materno, 83 (83%)


souberam a duração recomendada para o aleitamento materno exclusivo, porém, 78
(78%) desconheciam até que idade é recomendado que a criança seja amamentada.
Apesar de conhecer bem a duração do AME, um grande percentual não colocou seu
conhecimento em prática.

A porcentagem de acertos no que se refere ao tempo recomendado de AME também


foram elevadas nos estudos de MACIEL et al. (2013) e SANTANA et al. (2013), onde
60 % e 76% das gestantes afirmaram que o AME deve ocorrer até os seis meses,
respectivamente, embora grande parte não cumpra está recomendação.

Apesar estar ocorrendo um aumento nos índices da amamentação, a duração ainda


está bem distante do recomendado pela OMS, que é de aleitamento materno exclusivo
nos primeiros seis meses e complementado com outros alimentos até dois anos ou mais
(FIGUEREDO; MATTAR; ABRÃO, 2013)

Quanto as medidas de prevenção para possíveis dificuldades que podem ocorrer


durante a amamentação, tais quais ingurgitamento mamário e lesões mamilares, 81 (81%)
não souberam opinar sobre o assunto. Além disso, 91 (91%) gestantes desconheciam
técnicas de amamentação para uma pega adequada.

Entre as os principais motivos que causam ansiedade e expectativas negativas às


gestantes, estão problemas relacionados a amamentação, tais como ingurgitamento e
fissuras, além da pega incorreta (TRETIN; OBA, 2014).

19
Como supracitado, a dor durante a amamentação, bem como os traumas mamilares e
o ingurgitamento mamário, são exemplos de problemas que podem vir a ocorrer durante
a amamentação. Estes problemas são causados principalmente pela pega incorreta.
Orientar as medidas de prevenção destes problemas é de grande importância, uma vez
que a gestante ganhará mais confiança e conhecerá o manejo adequado para a
amamentação, favorecendo sua aplicação na prática quando for a hora de amamentar.

2.11. Caracterização do Local de Pesquisa

Funda é um distrito urbano e comuna angolana que se localiza na província


de Luanda, pertencente ao município de Cacuaco.

A comuna da Funda, tem 23 bairros é a menos populosa, com estimativa populacional


de 65.595 habitantes. Sendo os bairros mais populosos o Bairro de Sequele com pouco
mais de dezanove mil habitantes e o bairro Trinta com pouco mais de treze mil habitantes.

20
CAPITULO II - METODOLOGIA DO ESTUDO

3. Tipo de Pesquisa

A metodologia adotada se caracterizou, a priori, por uma pesquisa bibliográfica


acerca do conhecimento do aleitamento materno e desmame, como também quanto aos
benefícios que podem advir da amamentação. O estudo utilizado foi uma pesquisa de
campo, de natureza exploratória-descritiva e de cunho quantitativo. O presente estudo foi
realizado na comuna da Funda, no município de Cacuaco.

3.1. Local e período da pesquisa

A pesquisa foi realizada no município de Cacuaco, comuna da Funda, no período de


____________ a ________. Esta mesma comuna possui uma unidade de atendimento
infantil. A maternidade atende gestantes procedentes de todo bairro da comuna da Funda,
recebendo gestantes com indicação de parto normal e realiza consultas de pré-natal de
risco habitual com médicos e enfermeiros de segunda a sexta, divididos entre os dois
ambulatórios.

3.2. Processo de amostragem

Participaram do estudo 100 gestantes que realizavam acompanhamento pré-natal do


Centro Materno Infantil da Funda, através de uma amostra não probabilística por
conveniência.

3.3. População

A população alvo foi mães de lactentes e mulheres entre 20 a 40 anos de idade, que
foram que vivem na comuna da Funda.

3.4. Critério de Inclusão

Foram incluídas na pesquisa todas as gestantes e mulheres não gestantes que


atenderam aos critérios de inclusão e que aceitaram participar do estudo.

Os critérios de inclusão para a escolha das participantes da pesquisa foram:

 Mulheres de 20 à 40 idade anos, nível de escolaridade, mulheres que realizam


consulta pré-natal nas unidades de saúde da Funda.

21
3.5. Critério de Exclusão

Foram excluídas na pesquisa todas mulheres não residentes na comuna da Funda;

3.6. Análise de Dados


Foi utilizado no estudo o Programa Excel para processamento e análise de dados,
apresentados em forma de tabela contendo frequências absolutas e relativas de todas as
variáveis.

3.7. Procedimentos éticos


A coleta de dados foi formalizada após o encaminhamento do projeto de pesquisa à
coordenação do Curso de Enfermagem, da Escola de Formação de Técnicos de Saúde do
Sequele, e, posteriormente enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa para apreciação e
aprovação.

3.8. Instrumento para coleta de dados

Todos os dados foram coletados pelos pesquisadores, estes preencheram um


formulário-padrão a ser pré-codificado para entrada de dados para a criação de um banco
de dados

22
CAPITULO III - APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS

Os dados apresentados a seguir, foram analisando em dois momentos. Inicialmente, foram


abordados os dados sócio demográfico e em seguida, a investigação do conhecimento das
mães residentes na Comuna da Funda, sobre o nível do aleitamento materno e o desmame.

3.1. Dados de Caracterização Sóciodemográfico dos Participantes da Pesquisa

Tabela 1-Distribuição da amostra quanto à faixa etária

Faixa etária Quantidade %


Entre 20 e 30 anos 03 15
Entre 31 e 35 anos 09 45
Entre 36 e 40 anos 06 30
Acima de 40 02 10
Total 20 100

Analisando a distribuição da amostra de acordo com a idade (Tabela 1), observa-se que
houve predomínio de faixa etária de 20 a 30 anos, perfazendo um total de 45% da amostra.
Os demais dados apontam que 30% das mães entrevistadas possuem idades entre 31 e 35
anos; 15% têm entre 36 e 40 anos e 10%, apresentam idades superiores aos 41 anos.

Tabela 2- Distribuição da amostra quanto ao grau de instrução

Faixa etária Quantidade %


Sem escolaridade 02 10
Ensino Primário incompleto 01 05
Ensino Primário completo 02 10
Ensino Médio incompleto 00 00
Ensino Médio completo 10 50
Superior incompleto 01 05
Superior completo 04 20
Total 20 100

A Tabela 2 demonstra a distribuição das mães, quanto ao grau de instrução. Verifica-se


uma predominância no grau de instrução do ensino médio completo, abrangendo 50% da
amostra (10), sequenciado 20% de graduados (ensino superior completo), 10% de sem
escolaridade (2); 10% de ensino fundamental completo, 5% de ensino fundamental
incompleto e 5% de ensino superior incompleto.

23
O grau de instrução é fator que incide diretamente na compreensão das
orientações. Pois, quanto mais baixo a escolaridade, mais difícil torna-se
a compreensão sobre a importância do aleitamento materno exclusivo,
para o desenvolvimento saudável do bebê.

Os ensinamentos básicos adquiridos na escola contribuem de maneira significativa na


vida das pessoas, pois desenvolvem a mente e abrem horizontes para novas perspectivas
de vida.

3.9. Dados Pertinentes ao Objetivo do Estudo


Tabela 3- Distribuição da amostra quanto ao entendimento sobre a importância da
amamentação

Importância da amamentação Quantidade %


É importante 20 100
Não é importante 00 00
Total 20 100
Analisando a Tabela 3, percebe-se que todas as mães entrevistadas (100%) sabem
que a amamentação é algo importante para a saúde do bebê.

De acordo com Almeida, Fernandes e Araújo (2004, p. 359):

O aleitamento materno é sinônimo de sobrevivência para o recém-


nascido, portanto um direito inato. É uma das maneiras mais eficientes
de atender os aspectos nutricionais, imunológicos e psicológicos da
criança em seu primeiro ano de vida. É uma prática natural e eficaz. Um
ato cujo sucesso depende de fatores históricos, sociais, culturais,
epsicológicos da puérpera e do compromisso e conhecimento técnico-
científico dos profissionais de saúde envolvidos na promoção, incentivo
e apoio ao aleitamento materno.
Da amamentação provêm nutrientes adequados para a manutenção da saúde,
crescimento e desenvolvimento dos bebês, enquanto que ao mesmo tempo, beneficia a
mãe lactante. O leite materno traz muitas vantagens biológicas, afetivas e sociais, no
entanto amamentar prematuros ainda é um desafio, pois as mães têm muitas dificuldades
na hora de amamentar, devido à vulnerabilidade e imaturidade neurológica e psicológica
do prematuro.

Para um crescimento saudável, na fase inicial da vida, o leite humano se faz


necessário. Ele é indiscutivelmente o alimento que reúne as características nutricionais
ideais, com balanceamento adequado de nutrientes, além de desenvolver inúmeras
vantagens imunológicas e psicológicas, importantes na diminuição da morbidade e

24
mortalidade infantil. A amamentação é importante para a criança, para a mãe, para a
família e para a sociedade em geral (MARQUES; LOPES; BRAGA, 2004).

Tabela 4- Distribuição da amostra quanto ao tempo em que amamentou (ou vem


amamentando) seus filhos

Tempo de Amamentação Quantidade %


Mais de um ano 01 05
Entre seis e doze meses 08 40
Entre dois e seis meses 05 25
Apenas dois meses 06 30
Total 20 100

A presente pesquisa revelou 40% das mães entrevistadas amamentaram (ou vem
alimentado) seus filhos por um período de seis a doze meses; 30% somente amamentaram
por apenas dois (02) meses; 25% por um período entre dois e seis meses. E, apenas 5%,
declaram que amamentaram seus bebês por mais de um ano.

Afirmam Ribeiro et al (2004, p. 171) que:

Durante anos, a alimentação no seio representou a forma natural e


praticamente única de alimentar uma criança nos primeiros meses de
vida. Até o início do século XX, o aleitamento materno se prolongava
até dois anos de idade ou mais, mas, com a incorporação da mulher no
mercado de trabalho, a prática do aleitamento materno diminuiu. Essa
tendência ampliou-se de tal modo que tornou o desmame precoce e a
alimentação artificial práticas habituais em boa parte do século XX.

Apesar da importância do aleitamento materno para a saúde do bebê e da mãe e


embora nada se compare ao leite materno - que tem todos os fatores componentes e
imunológicos de que a criança necessita até os seis meses de vida - a duração média do
aleitamento materno exclusivo, no Brasil, é de apenas três meses (VENÂNCIO e
MONTEIRO, 2004).

Tabela 5- Distribuição da amostra quanto ao conhecimento sobre os problemas


provenientes do desmame precoce

Sabe que o desmame precoce Quantidade %


provoca problemas p/o bebê
Sim 15 13
Não 03 87
Total 20 100

25
Indagadas se sabem que o desmame precoce pode provocar problemas para a
saúde do bebê, 85% das mães que fizeram parte da amostra declaram que possuem
conhecimento sobre o fato. O restante (15%), alegaram que nada sabiam.

De acordo com Ribeiro et al (2004, p. 171):

Inquestionavelmente o leite humano é indicado como o alimento


ideal para a criança nos seus primeiros meses de vida devido aos
seus benefícios nutricionais, psicológicos, econômicos,
imunológicos e fisiológicos para a mãe e a criança. Embora o
valor do leite materno e seus benefícios sejam reconhecidos, o
emprego da amamentação não ocorre de forma adequada. O
desmame precoce, principalmente em populações de baixa
condição socioeconômica, aumenta a morbimortalidade das
crianças e compromete seu crescimento e desenvolvimento.

Muitos fatores contribuem para o desmame precoce, no entanto, a falta de


conhecimento sobre aleitamento materno por parte das mães tem representado papel
importante na redução da duração desta prática. Esta carência de informação das mães é
frequentemente constatada em pesquisas as quais revelam entre as justificativas para o
desmame afirmativas como: ‘o leite secou’, ou ‘o leite é fraco, não sustenta’, ou ‘o bebê
chora muito’.

No entanto, há autores, a exemplo de Giugliani (2004), que relacionam o baixo


poder socioeconômico e a menor escolarização com a interrupção precoce do aleitamento
materno, devido à falta de conhecimento e compreensão das informações recebidas.

Na concepção de Kummer, et. al. (2004, p. 11),

A ausência de amamentação ou sua interrupção precoce (antes


dos 4 meses) e a introdução de outros alimentos à dieta da
criança, durante esse período, são frequentes, com
consequências importantes para a saúde do bebê, como
exposição a agentes infecciosos, contato com proteínas
estranhas, prejuízo da digestão e assimilação de elementos
nutritivos, entre outras.

Apesar de contar hoje com variados tipos de leite artificial, mamadeiras etc., o
desmame precoce não é saudável para a mãe, e muito menos para o bebê, pois ambos têm

26
na amamentação o conforto para suprir o baque de terem sido separados abruptamente
por ocasião do parto. Do ponto de vista físico, a amamentação ajuda a volta do útero, no
pós-parto, às suas condições anteriores à gravidez, sem desprezar os aspectos
psicológicos.

Tabela 6- Distribuição da amostra quanto ao conhecimento sobre os benefícios do


aleitamento materno

Sabe que o aleitamento traz Quantidade %


benefícios p/ bebê
Sim 20 100
Não 00 00
Total 200 100

Os dados acima demonstram que a totalidade da amostra (100%), sabe que o


aleitamento materno é algo importante e que traz vários benefícios para a saúde do bebê.

Venâncio e Monteiro (2004, p. 87), afirmam que:

A amamentação protege a criança contra várias doenças infecciosas e


crônicas, pois contém todas as substâncias necessárias para nutri-la e
imunizá-la, além de reduzir a mortalidade infantil e a morbilidade por
diarreia; prevenir as alterações estruturais e funcionais da face,
promovendo o seu desenvolvimento harmônico; estimular o padrão
respiratório nasal no bebê, facilitando a oxigenação; desenvolver e
fortalecer a musculatura da boca da criança, melhorando o desempenho
das funções de sucção, mastigação, deglutição e fonação; proteger o
bebê contra infecções e alergias; favorecer o desenvolvimento
psicomotor; melhorar a relação afetiva entre mãe-filho e representar
uma real economia dos recursos financeiros.

Assim sendo, percebe-se que o leite materno é o modo mais seguro para alimentar
o lactente, devendo ser exclusivo até os seis meses. O mesmo proporciona benefícios
nutricionais, imunológicos, psicológicos e econômicos inquestionáveis. Tratando-se de
prematuros essas qualidades se tornam ainda mais significantes, devido a sua
vulnerabilidade.

27
4. CONCLUSÃO

O presente estudo demonstrou dados preocupantes quanto ao não recebimento de


orientações sobre o aleitamento pelas entrevistadas durante a gestação atual, mesmo que
estas estejam realizando acompanhamento pré-natal subsequente, o que demonstra uma
fragilidade do pré-natal enquanto protetor e incentivador da amamentação.

A presente pesquisa possibilitou compreender que, identificar o que as gestantes


sabem a respeito do aleitamento materno e orientá-las é imprescindível, uma vez que a
falta desses conhecimentos gera insegurança materna, considerada um dos principais
motivos para o não sucesso do aleitamento materno.

A leitura do material bibliográfico que embasou a presente pesquisa, mostra que o


nível sócio-cultural das mães interfere na compreensão da importância da prática do
aleitamento materno e o desmame.

Diante disto, torna-se necessário a adoção de políticas educativas constantes, que


proporcionem às mães, de forma em geral, melhores conhecimentos sobre a importância
do aleitamento materno, mostrando também suas implicações sobre o desenvolvimento
da criança, bem como, dos benefícios que esse ato pode trazer para a própria mãe.

É necessário garantir o sucesso do aleitamento materno, pois o mesmo reduz a


morbimortalidade infantil e melhora a qualidade de vida da população. Para tanto, é
imprescindível a mobilização de gestores e profissionais de saúde, implementando
estratégias várias, sempre contemplando aspectos culturais, crenças e tradições da
comunidade a qual assistem, estimulando a participação da família e encorajando seus
membros para o apoio à mãe que amamenta, como importante ferramenta para efetivar
esse processo.

Os resultados obtidos nesta pesquisa são de importante significância na atenção


primária à criança, uma vez que a amamentação é fator primordial no desenvolvimento
do lactante. Assim sendo, pode-se concluir:

Dentre as mães entrevistadas, observou-se que apesar de alegarem que têm


consciência sobre a importância do aleitamento materno exclusivo, apenas 40% da
amostra afirmaram que fizeram (ou fazem) uso desse tipo de aleitamento para com seus
filhos;

28
Todas as mães entrevistas (100%) afirmaram que sabem que o aleitamento materno
é o que traz mais benefícios à saúde do bebê.

Em síntese, a pesquisa demonstrou é bastante o número de crianças em aleitamento


exclusivo e que as mães residentes na comuna da Funda, no município de Cacuaco, em
sua grande maioria, necessitam de maiores informações sobre o aleitamento materno,
sendo necessária a implementação de estratégias mais efetivas para melhorar esses
indicadores.

29
5. REFERÊNCIAS

ARAÚJO, S.M; SILVA, M.E.D; MORAES, R.C; ALVES, D.S. A importância do pré-
natal e a assistência de enfermagem. VEREDAS FAVIP- Revista Eletrônica de Ciências
– v.3, n.2- julho a dezembro de 2010

BARBOSA, R.L; NATHASJE, I.F; CHAGAS, D.C; ALVES, M.T.S.S.B. Prevalência e


fatores associados ao hábito de fumar de gestantes na cidade de São Luís, Maranhão,
Brasil. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 15 (3): 325-335 jul./set.,2015

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de dois
anos: Bases técnico- científicas, diagnóstico alimentar e nutricional e recomendações.
Brasília, 2000.

______________ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Ações Programáticas Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os
profissionais de saúde – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 4v.: il.

BRITTO, L.F. Orientação e incentivo ao aleitamento materno na assistência pré-natal e


puerperal: uma revisão de literatura. Rev. Saúde Públ. Santa Cat., Florianópolis, v.6, n.1,
p. 66-80, jan./mar. 2013, p. 77

CRUZ, R.S.B.L.C; CAMINHA, M.F.C; FILHO, M.B. Aspectos Históricos, Conceituais


e Organizativos do Pré-Natal. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, 18(1): 87-94,2014.

GERHARDT, T.E; SILVEIRA, D.T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da


UFRGS, p.33, 2009.

MARQUES, R. F. S. V.; LOPES, F. A.; BRAGA, J. A. P. O crescimento de crianças


alimentadas com leite materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida. J. Pediatr., v. 80,
n. 2, 2004.

NOVAES, C.A. [et al.]. A tendência da prática de amamentação no Brasil. Revista


Brasileira de Epidemiologia, v. 1, n. 1, p. 40-51, 2004.

PARAÍBA. Governo do Estado. Amamentação: mais saúde para a mãe e para o bebê.
João Pessoa: A União, 2006.

30
ANEXO

31
Questionário

Local: Comuna da Funda – Cacuaco


Entrevista nº ____ Entrevistador: ______________________________________
Data: ____/_____/_____ Hora:_______ h _______

1) O que vem hoje fazer ao centro, com o seu bebé?


Vacinação
Pesagem
Consulta (médica, enfermagem)
Outro. Qual? _______________________________________________

2) Quantos anos tem?


______ anos completos
Não Sabe
Não quer responder

3) Quantos meses tem o seu filho? _______ meses


[Se tiver 12 meses ou menos, prossegue a entrevista, passando para a questão 3. Se tiver mais de
12 meses, termina a entrevista]

4) É menino ou menina?
Masculino
Feminino

5) Onde decorreu o nascimento do seu filho?


Hospital provincial / Maternidade
Centro de saúde / Sala de partos
Posto de saúde / Emergência
Casa da parteira tradicional c/ formação
Casa da parteira tradicional s/ formação
Casa da própria ou familiar
Outro local. Qual? ___________________________________________

6) Como foi o parto do seu bebe?


Parto Normal
Cesariana [Com barriga aberta]
Parto com recursos a fórceps [ferros] ou ventosa
7) Logo a seguir ao nascimento (menos de 1 hora) o seu bebé foi alimentado ao peito? [Se sim
passa para Q8]
Sim
Não
8) Quanto tempo/horas, depois de nascer, é que criança passou a ser amamentada [alimentada
ao peito]?
Menos de 24 horas depois do nascimento
Mais de 24 horas depois
Nunca foi amamentada
Não sei/não me recordo
9) O que acontece quando uma mãe alimenta o seu filho com o primeiro leite do peito? Diga o
que pode acontecer [Pode dar mais do que uma resposta]
Altera o estômago do bebé
Não faz bem nem mal ao bebé
Faz bem ao bebé
Faz mal ao bebé
Faz bem à mãe
Faz descer o leite
Faz aumentar o leite
Outra razão (Qual ?)_____________________________________________

10) Na primeira semana de vida, como foi alimentado o seu filho?


Só com leite materno
Leite materno e leite artificial [biberão]
Só com leite artificial
Não sei/não me recordo
Outro. (Qual?) ______________________________________________

11) Nos primeiros seis meses de vida, como foi alimentado o seu filho?
Só com leite materno (sem mais nada, nem sequer água)
Leite materno e leite artificial [biberão]
Só com leite artificial
Outro. (Qual?) ______________________________________________
Não sei/não me recordo

12) [Se respondeu, na Q10, que deu só leite materno durante os 6 primeiros meses] Indique
durante quanto tempo mais amamentou só com leite materno até 1 ano?
Mais ___ meses [completar]
Sim, ainda estou a amamentar só com leite materno

13) [Se respondeu, na Q10, que deu só leite materno durante os 6 primeiros meses] Diga a sua
opinião como mãe: porque é que se deve dar só leite materno à criança até aos 6 meses?
[Pode dar mais do que uma resposta]
leite materno evita doenças na criança
O leite materno é mais barato
Amamentar com leite materno é mais cómodo
Amamentar com leite materno é mais higiénico
O leite materno evita doenças na criança
Aumenta a ligação entre a mãe e o bebé
O bebé cresce melhor
O médico aconselhou
A minha mãe e a minha avó também amamentaram ao peito os seus filhos
Gosto de amamentar ao peito
Outra razão (Qual ?)________________________________________

14) [Se respondeu, na Q10, que não deu só leite materno durante os 6 primeiros meses] Indique
quais as razões que a levaram a nunca fazer aleitamento materno exclusivo ou a interromper
o aleitamento materno exclusivo [só leite do peito] [Pode dar mais do que uma resposta]
Não gosto de amamentar ao peito
Transmite doenças da mãe para os filhos
Tinha pouco leite
a. bebé não pegou à mama
Tinha vergonha de alimentar em público
Tive de voltar ao trabalho
Contraindicação médica
O leite artificial oferece maior comodidade
Sentia-me muito cansada
Dores ou infeções no peito
O bebé não aumentava de peso
O meu leite não era bom
A criança já está muito grande
Outra razão (Qual ?)_______________________________________________
15) Teve aconselhamento, após o parto, por parte da equipa de saúde, sobre aleitamento?
Sim
Não
Não sei / Não me recordo

16) E durante a gravidez?


Sim
Não
Não sei / Não me recordo

17) Com quem se aconselhou sobre amamentação?


Mãe/avó
Imã, tia, prima, outros familiares
Amigas
Pessoal médico e de enfermagem
Outro. Quem? _______________________________________________
Não se aconselhou com ninguém
Não sei / Não me recordo

18) Na sua opinião porque é que as jovens mães angolanas não amamentam ou deixam de
amamentar muito cedo? [antes de um ano]
Amamentar ocupa muito tempo
A criança não cresce bem
Amamentar faz descair os seios
Porque têm de voltar ao trabalho/ escola
Amamentar transmite doenças
A criança chora muito com fome
A criança precisa de outros alimentos, o leite não chega
A alimentação artificial pode ser feita por qualquer pessoa
Outra. (Qual?) __________________________________________

19) Com que idade o seu bebé deixou o aleitamento materno?


Ainda não deixou
Com menos de ______ meses completos [completar] Com
1 ano

20) Com que idade [meses] deu ao seu bebé, alimentação sólida pela primeira vez (por exemplo
papas de cereais, papas de fuba de milho e de bombo, funge, sopas ou fruta)?
____ meses completos [completar]

21) Acha que o leite materno é bom para a criança? Porquê?

Sim. Porque protege de doenças


Sim. Porque faz crescer
Sim. Porque
________________________________________________
Não é bom nem mau
Não. Porque ________________________________________________

22) Deu outros alimentos além do leite materno antes dos 4 meses?

Sim
Não

24. Que classe de estudos completou?

_____ classe

Obrigado pela sua participação.

Observações: [Informações a completar pelo entrevistador]


______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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