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FÁBIO DAYAN ARAÚJO BATISTA

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA


GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Macapá
2017
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FÁBIO DAYAN ARAÚJO BATISTA

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA


GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Macapá, como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem.
Orientador:

Macapá
2017
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FÁBIO DAYAN ARAÚJO BATISTA

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA


ADOLESCÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Macapá, como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem.

Aprovado em: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Macapá
2017
4

Dedico este trabalho primeiramente а Deus,


responsável pelo meu destino.
5

AGRADECIMENTOS
A Olorum e a Deus por ter me dado saúde e força para superar as
dificuldades e as adversidades que passei.
In memoriam, aos meus avós Francisco, Carminha, Hesiodo e Paula, que não
puderam receber os cuidados profissionais de um neto, que mesmo distante de suas
vidas nunca deixou de amá-los e de relembrar na memória da infância humilde,
porém regada com muita felicidade, amor e carinho dado por eles a um neto.
Aos meus pais que mesmo com as dificuldades que essa sociedade impõem
a todos nós, me apoiaram e sempre tiveram a esperança de ver seu primogênito
com uma formação superior.
Agradeço a minha irmã Dayeny Araújo Batista, minha cunhada Fernanda
Marinho e minha sobrinha-filha Paolla Celyna, pelo apoio irrestrito.
Ao meu amigo Diego Quaresma Ferreira (Diego Mauér), que muito me
incentivou a cursar Enfermagem, onde no início do curso me orientou e até hoje
ainda me auxilia em algumas dúvidas.
Ao meu amigo Lidiex dos Santos Pantoja, que por seis anos em tratamento
ortopédico, muitas vezes foi minha cobaia para aferir pressão, administrar seus
medicamentos injetáveis, dar banho de leito, entre outras coisas brigar por melhores
condições de tratamento na área ortopédica do hospital referência no Estado do
Amapá.
A minha amiga Priscila que muito me auxiliou nas dúvidas que cresciam
durante a execução desse trabalho.
Ao meu namorado Fernando Henrique Fonseca Santana, que na semana pré-
apresentação do Projeto de TCC, teve a humildade de aguentar meu stress, minhas
crises de ansiedade e nervosismo, onde na noite que antecedia a manhã de
apresentação do meu Pré-projeto me demoveu da cabeça a idéia de desistir da
apresentação, devido terem deportado de casa a minha cadela de estimação
(Joquébede), pois apesar de ser bagunceira, ela era a única que me compreendia.
A esta Faculdade, seu corpo docente, direção e administração que
oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela
acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes. Em especial as professoras
Lana Patrícia Santos de Oliveira e Edli de Araújo Pinheiro Carvalho, que nos meus
momentos de dúvida puderam me orientar no início deste trabalho.
Meu muito obrigado a todos os amigos e professores conhecidos na
Faculdade de Macapá, me ajudando a construir os alicerces de um futuro que
começa agora, após anos dedicados a uma paixão que surgiu por força do destino.
Vocês me ensinaram direta e indiretamente lições pra toda uma vida.
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BATISTA, Fábio Dayan Araújo. Atuação do Enfermeiro na Prevenção da


Gravidez na Adolescência. 2017. 40 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Enfermagem) – Faculdade de Macapá, Macapá, 2017.

RESUMO

Atualmente, a gravidez na adolescência é considerada um problema de saúde


pública, uma vez que os índices vêm crescendo gradativamente ano após ano. Com
isso, o Enfermeiro no processo de educar as adolescentes na ânsia de minimizar
este problema, exerce um papel de fundamental importância. O presente trabalho
tem como objetivo investigar na literatura as ações educativas em saúde pelo
enfermeiro que são voltadas à prevenção da gravidez na adolescência. Trata-se de
um estudo qualitativo de revisão na literatura, no qual os dados foram obtidos em
fontes periódicos, revistas de enfermagem e teses e dissertações encontrados nas
bases de dados LILACS, Bireme e SCIELO. A partir da análise da revisão chegou-se
ao entendimento de que o enfermeiro realiza uma série ações no que se refere a
educar as adolescentes na prevenção da gravidez na adolescência. Foi concluído
que a gravidez na adolescência ainda é um grande problema social, pois apesar da
diversidade de informação a respeito da contra concepção ainda existe um número
alarmante de adolescente grávida, é importante ressaltar que, de acordo com a
literatura exposta a falta de informação não é restrita ao público feminino, foi
verificado que o público masculino também necessita de um acesso mais efetivo em
relação à prevenção.

Palavras-chaves: Gravidez na adolescência. Saúde pública. Enfermeiro.


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ABSTRACT

Currently, adolescent pregnancy is considered a public health problem, since the


indexes have been growing gradually year after year. With this, the nurse in the
process of educating the adolescents in the eagerness to minimize this problem,
plays a role of fundamental importance. The present work aims to investigate in the
literature the educational health actions by the nurse that are focused on the
prevention of pregnancy during adolescence. This is a qualitative review in the
literature, in which data were obtained from periodical sources, nursing journals and
theses and dissertations found in the LILACS, Bireme and SCIELO databases. From
the analysis of the review came the understanding that the nurse performs a series of
actions regarding the education of adolescents in the prevention of teenage
pregnancy. It was concluded that teenage pregnancy is still a major social problem,
because despite the diversity of information regarding contraception there is still an
alarming number of pregnant adolescents, it is important to note that according to the
literature exposed the lack of information does not is restricted to the female
audience, it has been verified that the male audience also needs a more effective
access to prevention.

Keywords: Adolescent pregnancy. Public health. Nurse.


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 9
CAPÍTULO I: ADOLESCÊNCIA EM FOCO........................................................... 12
1.1 ALGUNS ASPECTOS SOBRE O CONCEITO DE ADOLESCÊNCIA.............. 12
1.2 PRINCIPAIS ETAPAS....................................................................................... 15
1.3 O ENTENDIMENTO DA SEXUALIDADE.......................................................... 18
CAPÍTULO 2: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.................................................. 21
2.1 PERSPECTIVAS............................................................................................... 21
2.2 O ATO DE PREVENIR...................................................................................... 24
2.3 GRAVIDEZ........................................................................................................ 25
CAPÍTULO: 3 ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM...................................................... 27
3.1 ATENÇÃO A SAÚDE DO ADOLESCENTE...................................................... 27
3.2 ENFERMAGEM E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA...................................... 30
3.3 AÇÕES DE ENFERMAGEM: O PAPEL EDUCATIVO..................................... 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 35
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 37
9

INTRODUÇÃO

Atualmente, a gravidez na adolescência é considerada um problema de saúde


pública, uma vez que os índices vêm crescendo gradativamente ano após ano. Com
isso, o Enfermeiro no processo de educar as adolescentes na ânsia de minimizar
este problema, exerce um papel de fundamental importância. Desse modo, entende-
se que a adolescência é uma etapa da vida na qual ocorrem rápidas e muitas
transformações, além de tudo ser vivido intensamente. Por conseguinte, vem o
amadurecimento, que é o objetivo desta fase marcada por duas aquisições
importantes: a capacidade reprodutora e a identidade pessoal. (VILELA, 2012).
A vulnerabilidade desta faixa etária é outra questão que faz com que ela
necessite de um cuidado ainda mais amplo e sensível. Essa maior vulnerabilidade
aos agravos, determinada pelo processo de crescimento e desenvolvimento, pelas
características psicológicas peculiares dessa fase da vida e pelo contexto social em
que está inserido, coloca o adolescente na condição de maior suscetibilidade às
mais diferentes situações de risco, como gravidez precoce, doenças sexualmente
transmissíveis (DST), acidentes, diversos tipos de violência, maus tratos, uso de
drogas, evasão escolar.
A partir do exposto, levanta-se o seguinte questionamento: Como as ações
educativas do enfermeiro podem contribuir diretamente na prevenção da gravidez na
adolescência? Enfatizando que o profissional enfermeiro precisa estar consciente de
que é fundamental uma avaliação constante para motivar a prevenção por parte das
jovens, logo, as orientações devem ser reestruturadas de acordo com o
entendimento das adolescentes, para que as mesmas participem do gerenciamento
de seu cuidado de maneira segura e adequada a sua situação gestacional, haja
vista que a educação para a saúde é importante para o cuidado do enfermeiro,
principalmente em relação a adolescentes.
A adolescência se inicia com a maturação sexual, por volta dos onze ou doze
anos. É um período que ocorre muitas mudanças tanto fisiológicas como
psicológicas e sociais e com isso separa a criança do adulto. Sendo um período na
vida que é de extrema importância a atenção para que não se resulte em problemas
futuros.
A sexualidade na adolescência geralmente é casual, sendo justificada pela
falta do uso de anticoncepcional e muitas também não têm a devida
10

responsabilidade para com a sua sexualidade. Às vezes há a falta de diálogo com a


família sobre a sexualidade e também uma utilização inadequada dos métodos
contraceptivos. A gravidez e o risco de engravidar podem estar relacionados a uma
baixa autoestima e a falta de um bom funcionamento familiar.
A gravidez na adolescência pode trazer alguns problemas para a mãe e o
filho, pode acontecer a hipertensão, anemia, desigualdade no tamanho do feto e da
bacia da mãe, o parto pode ser prematuro e cesáreo. A gravidez nesta faixa etária
acaba interferindo no crescimento tanto pessoal como profissional dos adolescentes,
pois acabam abandonando os estudos e depois do parto para retornar não é tão
fácil. Há uma maior dependência da família e sendo assim é necessário que haja a
prevenção da gravidez precoce.
A gravidez na adolescência, geralmente, traz consequências graves, uma vez
que a adolescente interrompe seu desenvolvimento global, desorganiza totalmente
sua vida, acarretando problemas psicossociais desastrosos, tornando de extrema
necessidade a promoção de medidas preventivas por parte do profissional de saúde,
para se evitar a gravidez prematura, o que torna relevante a realização desta
pesquisa.
A motivação para abordar este tema adveio da necessidade de aprofundar
conhecimentos sobre os fatores que contribuem para o aumento da gravidez na
adolescência e, sobre o papel do enfermeiro na promoção de ações educativas e
preventivas diante dos índices de gravidez na adolescência.
A pesquisa tem sua relevância social, na medida em que busca descrever
medidas preventivas da gravidez na adolescência, levando em consideração o alto
índice de adolescentes grávidas no Brasil, os riscos às mães e aos recém-nascidos,
a mortalidade materna e a falta de conhecimentos sobre os métodos contraceptivos,
pré-natal e Doenças Sexualmente Transmissíveis. Além da relevância social, o
estudo será de grande importância para a comunidade acadêmico-científica, pois
poderá servir como fonte de pesquisa para futuros trabalhos relacionados ao tema, e
contribuir com sugestões de medidas educativas que auxiliem os profissionais de
saúde na prevenção da gravidez na adolescência.
Na forma de abordagem esta é uma pesquisa qualitativa, pois não haverá
preocupação com a representatividade numérica, mas com o aprofundamento da
compreensão sobre a temática abordada. De acordo com Goldenberg (2013) os
pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que
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defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências


sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria.
É uma pesquisa exploratória, pois visa proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a torná-lo explícito, para desse modo, construir hipóteses e
oferecer soluções para problema. Nos procedimentos técnicos será utilizada a
pesquisa bibliográfica, pois será realizada a partir do levantamento de referências
teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros,
artigos científicos, páginas de web sites. Segundo Minayo (2013), qualquer trabalho
científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto.
Para a metodologia optou-se por base de dados confiáveis, realizada
baseando-se nos dados contidos em artigos publicados, livros e periódicos e
ocorrerá na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, nas bases Scielo
(Coleção de revistas e artigos científicos), LILACS (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde) e Bireme, com publicações no período de 2010 a
2016.
Serão incluídos artigos com abordagem dos descritores da pesquisa nos anos
entre 2010 a 2016, escritos em língua portuguesa, que estejam disponíveis
eletronicamente na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), nas bases
de dados LILACS, BDENF e Bireme e ainda que tratem diretamente dos descritores:
violência sexual contra a mulher e atuação da enfermagem.
Serão excluídos artigos não publicados nos anos de 2010 a 2016, além de
textos, na forma de artigos, dissertações e teses, que só disponibilizaram resumos e
livros, cartilhas e brochuras, que não contemplem os descritores da pesquisa.
É reconhecido que a gravidez durante a adolescência, especialmente
naquelas muito jovens, eleva os riscos de mortalidade materna, de prematuridade e
de baixo peso ao nascer. Nesse âmbito, o presente trabalho de monografia como
objetivo geral investigar na literatura as ações educativas em saúde pelo enfermeiro
que são voltadas à prevenção da gravidez na adolescência.
Especificamente, busca investigar a gravidez na adolescência e seus riscos;
destacar as causas e consequências da gravidez no período da adolescência e
descrever as ações realizadas pelos enfermeiros, identificando programas em saúde
voltados para as principais ações realizadas pelo profissional de enfermagem;
12

CAPÍTULO 1: ADOLESCÊNCIA EM FOCO

1.1 ALGUNS ASPECTOS SOBRE O CONCEITO DE ADOLESCÊNCIA

A adolescência, para Peres e Rosemburg (2010) é descrita como uma fase do


desenvolvimento humano, pela qual, todos passam, e corresponde à fase de
transição entre a infância e a idade adulta, ocorrendo na segunda década da vida
(entre os dez e os vinte anos de idade).
De acordo com Outeiral (2003), a palavra adolescência vem do latim, ad (a,
para) e olescer (crescer), e quer dizer “condição ou processo de crescimento”. A
adolescência possui algumas ambivalências quanto à definição de sua extensão, por
isso, a maioria dos teóricos a descrevem como fase intermediária entre a infância e
a fase adulta, ou como etapa de desenvolvimento, desencadeada pelo surgimento
das transformações orgânicas da puberdade que é encerrada através do
amadurecimento psicossocial.
De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2012), a instituição é um conjunto
de valores e regras sociais reproduzidos no cotidiano e serve como um guia de
padrão ético para as pessoas. Os autores caracterizam o grupo como o lugar onde a
instituição se realiza. Desse modo, os autores dizem ainda que a coesão é a forma
encontrada pelos grupos para que seus participantes sigam as regras estabelecidas.
Para o adolescente, o grupo é relevante para o seu autoconhecimento, onde
compartilha experiências sociais e familiares por ele já vivenciadas, contribuindo
para a construção do seu projeto de vida e a obtenção da maturidade. Em um grupo
de amigos, por exemplo, o adolescente tende a se sentir mais a vontade e se
expressar com mais liberdade, facilitando esta troca de conhecimento. Nesse
contexto, cabe ressaltar as ideias de Novello (2010, p. 92), quando este diz que “[...]
o bom relacionamento social, cultivar amigos, a aceitação e reconhecimento de sua
personalidade são indispensáveis para atingir a maturidade”.
Por outro lado, Bock, Furtado e Teixeira (2012), explicam que o critério básico
da passagem da adolescência para a fase adulta é o determinante econômico. De
acordo com os autores, os adolescentes vindos de famílias com alto poder
aquisitivo, têm melhores opções e condições de estudo, podem escolher suas
profissões e adiar o inicio do exercício e a passagem para a fase adulta,
prorrogando então a fase da adolescência. Entretanto, os adolescentes advindos de
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famílias pobres, são obrigados pela sociedade capitalista a assumirem


responsabilidade de um adulto, pois tem que trabalhar para auxiliar na manutenção
das despesas do lar.
Porém, adiando ou antecipando esta passagem para a fase adulta, é
necessário que se adquira a maturidade, que de acordo com Novello (2010), nada
mais é do que auto-realização, com saúde física e mental, possuindo um
comportamento de futuros pais, chefes de famílias, sabendo e fazendo-se respeitar
com liberdade, solidariedade e iniciativa. Desse modo Novello (2010) ainda afirma
que:

Maduro é aquele que age e reage racionalmente de acordo com as


circunstâncias, num sentido de superação das dificuldades, levando em
consideração os outros. É um viver pleno e autêntico, atuando de maneira
constante, eficiente, responsável e coerente, tendo em vista o bem-estar
seu e dos seus semelhantes, havendo toda uma integração do emocional
(NOVELLO, 2010, p. 91).

Relacionando-se com a ideia de Rappaport (2011) coloca que a maturidade


biológica indica a capacidade do corpo para a reprodução. No entanto, existem as
relações humanas que exigem a maturidade intelectual e psicológica que só será
alcançada anos após a puberdade por ambos os sexos.
Todavia, Carvalho, Salles e Guimarães (2013) evidenciam que neste período
de maturação psicológica, biológica e social, se estabelece a aquisição de novas
capacidades cognitivas, responsabilidades e a inserção do jovem em novos papéis
sociais, que se tornam mais evidentes. E em função disso são afloradas exigências
e expectativas de familiares, amigos e da própria comunidade sobre o adolescente,
que se exercidas sob condições positivas e apropriadas, podem instigar o
desenvolvimento gradual de autonomia, que poderá vir a facilitar a apropriação da
fase adulta deste jovem.
No caso de Hall (2014) este descreve que atualmente a imagem de cidadão
vem se definindo por comportamentos mais conectados ao consumo, tendo como
alvo principal o público adolescente, os quais são intensamente instigados ao
consumismo e ao distanciamento dos reais apelos e desejos comunitários. E em
torno desta condição atual, os adolescentes vêm aderindo um posicionamento mais
reivindicatório e narcisista, que se dirige apenas a busca de autossatisfação cuja
extensão social não vai além de suas amizades.
14

Segundo Carvalho, Salles e Guimarães (2013) a adolescência não se define


apenas como transição entre a infância e a fase adulta, mas, como uma das etapas
de desenvolvimento. Suas transformações corporais são causadoras de grande
impacto na formatação da compreensão da auto-imagem corporal do adolescente, e
podem ser influenciadas por experiências anteriores, que o levaram a se
compreender, como uma pessoa atrativa ou não, forte ou fraca, masculina ou
feminina, e a aderir uma percepção de si mesmo em alguns casos contraditória a
existente.
Portanto faz-se necessário advertir aos adultos, que estes possuem enorme
influência na construção de autoimagem e apropriação de identidade do
adolescente. E que muitas vezes aqueles que se intitulam adultos, é que acabam
julgando os adolescentes sem capacidade de autonomia ou de desenvolver
orientações a partir de si mesmos, impedindo-os de deslanchar e apresentar suas
próprias construções e subjetividade. (CARVALHO; SALLES; GUIMARÃES, 2013).
Segundo Tiba (2015):

Aborrescência é a adolescência tumultuada, que incomoda os pais.


Acostumados a lidar com filhos crianças, os pais agora tem que se
reorganizar perante os adolescentes, os pais também podem ser os
“aborrecentes” dos filhos. É necessário que os pais adolesçam
(rejuvenesçam) junto com seus filhos adolescentes (crescentes).

Isto ocorre quanto se cria antecipadamente estereótipos, negando-os o direito


de fala e pouco se levando em consideração o que eles têm a dizer, por entendê-los
como imaturos demais para a compreensão de algo, que muitas vezes, já está ao
alcance do seu entendimento, e acabam por inúmeras vezes, criando possivelmente
inconscientemente, caricaturas que são incorporadas por eles e passam a ser
aderidas como uma marca de auto reconhecimento, traduzidas em estigmas que
formam ou deformam sua identidade. (CARVALHO; SALLES; GUIMARÃES, 2013).
Ao proporcionar ao jovem a capacidade de expressar seu ponto de vista, seja
de concordância ou desacordo, lhe é concedida à possibilidade do desenvolvimento
de sua autoconfiança, autoestima, responsabilidade, o que o ajuda a se descobrir
por meio do ato de defender suas ideias, seus próprios posicionamentos, pois, tais
escolhas e suposições exigirão deste, escolhas, reflexão, evidenciando suas crenças
e ideologias pessoais, de maneira que este jovem venha a diferenciar-se do coletivo
e venha a se definir como tal. (CARVALHO; SALLES; GUIMARÃES, 2013).
15

Segundo Berger (2003, p.325):

“[...] O jovem estabelece sua identidade como um indivíduo enquanto


mantém suas antigas conexões com elementos significativos do passado,
formando novas ligações com os valores de um determinado grupo (O
grupo pode ser um grupo de colegas, um grupo étnico, um time, um culto,
uma turma ou algum grupo. O aspecto crucial é que todo adolescente de
certo modo se identifica com um grande número de indivíduos)”.

Portanto, pode-se concluir que os adolescentes possuem como referências,


adultos, colegas, pai, mãe, educador, irmãos mais velhos ou mais novos, que o
ajudam a se auto-organizar, reconhecer e por fim localizar-se no contexto social,
psicológico e até mesmo biológico. Eles passam por inúmeras inconstâncias e
desafios, que não se restringem simplesmente ao abandono de atributos infantis,
mas, dizem respeito a toda uma nova posição existencial, ao experimentar das
desconhecidas emoções, capacidades de reflexão, interação social e, sobretudo de
reestruturação da concepção que possuem de si, pautada em suas novas
habilidades, as quais virão a definir sua autoimagem e noção de identidade própria.

1.2 PRINCIPAIS ETAPAS

Segundo Tiba (2015) as crianças hoje estão adolescendo, cada vez mais
cedo, e entrando na fase jovem - adulto ainda mais tarde. Essas expansões para
menos idade e mais idade são novidades psicológicas, familiares, culturais, sociais.
A maioria dessas crianças emancipadas para adolescência, ainda nem passaram
pela puberdade encontrando-se na faixa de 08 a 12 anos. O referido autor, ainda
descreve que esta fase é composta por três momentos, segundo Tiba (2015, p.123):

A. Inicial (10 a 14 anos): quando ocorrem as alterações corpóreas e


psíquicas; B. Média (14 a 17 anos): surgem os pontos relacionados à
sexualidade; C. Final (17 a 20 anos): período do estabelecimento dos novos
vínculos com os pais e a aceitação do novo corpo e dos processos
psíquicos do mundo adulto, entre eles, a questão profissional (TIBA, 2015,
p. 123).

Para o Estatuto da Criança e do Adolescente, o adolescente é considerado


como tal entre os doze e dezoito anos de idade. Dessa maneira, a adolescência é
uma fase de transição, “[...] é um novo nascimento. Os jovens saltam em vez de
16

crescerem para a maturidade” Hall (apud SANTROCK, 2010, p. 3). É uma fase de
descobertas, com conflitos e oscilações de humor.
A transição inicia-se fisicamente com a puberdade, “[...] período do
desenvolvimento humano em que as características sexuais aparecem
gradativamente” (NOVELLO, 2010, p. 20); ”[...] idade em que surgem os pêlos
genitais; quando ocorrem modificações não só sexuais, mas também corporais e
psíquicas” (TIBA, 2015, p. 6). É quando se pode dizer que iniciou a adolescência.
Já para Papalia, Olds e Feldman (2006) a adolescência dura
aproximadamente 10 anos, dos 11 (onze) até pouco antes até depois dos 20 anos,
considerando o fato de que seu 12 início e término não podem ser claramente
definidos atualmente. No entanto, considera-se que o início do adolescer se dá com
a entrada na puberdade, processo que conduz a maturidade sexual ou fertilidade, ou
seja, a capacidade de reprodução. O cuidado com um delinear do início e término da
adolescência, pode ser bastante relevante, e até o século XX, as crianças das
culturas ocidentais se deparavam com o mundo adulto, quando amadureciam
fisicamente ou apenas quando iniciavam um aprendizado vocacional, e hoje, o
ingresso na idade adulta leva mais tempo. E em virtude disso, devem-se levar em
consideração o contexto que envolve o amadurecimento do adolescente sempre que
se fizer menção a sua durabilidade. (TIBA, 2015).
Autores como Papalia, Olds e Feldman (2006) enfatizam que uma das razões
da puberdade começar mais cedo do que antes, pode estar ligada a entrada na vida
profissional que tende a ocorrer mais tarde, por causa da sociedade que atualmente
exige períodos mais longos de educação ou treinamento profissional para que o
jovem possa assumir responsabilidades adultas. Assim sendo Bock, Furtado e
Teixeira (2012, p.294):

Dá-se o nome de adolescência ou juventude à fase caracterizada pela aquisição


de conhecimentos necessários para o ingresso do jovem no mundo do trabalho e
de conhecimentos e valores para que ele constitua sua própria família. A
flexibilidade do critério, que nos pode levar a categorizar alguém com vinte e cinco
anos como adolescente e alguém com quinze como adulto [...].

Nesse sentido, Martins (2011) esclarece que delimitar a adolescência não é


uma tarefa muito fácil, em razão dos fatores biológicos específicos, atuantes na faixa
etária, se somarem as determinantes sócio - culturais, advindas do ambiente em que
o fenômeno da adolescência ocorre. Ou seja, o adolescente não apenas está
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vulnerável aos efeitos das transformações biológicas corporais, mas, também as


mudanças vividas no mundo moderno, do progresso científico, da tecnologia, das
comunicações, das novas aspirações humanas e rápida evolução social, que se
estabelecem em seu dia-a-dia e compõem sua construção como sujeito
Esta fase do desenvolvimento é bastante caracterizada por fatores como: as
chamadas crises de identidade pela transição da infância à maturidade juvenil; o
início da escolha profissional; a constante busca por autonomia; pelo ingresso na
vida sexual; pelos comuns conflitos familiares e de caráter emocional, as famosas
transformações orgânicas e inconstâncias hormonais, associadas a uma nova
compressão de mundo que se alia à necessidade da representação de novos papeis
e responsabilidades do jovem na sociedade, como sujeito desejante e portador de
conceitos próprios da realidade e ainda, principalmente pela reconstrução e
formatação da identidade.
Parece que a duração da adolescência pode ser razoavelmente definida em
termos de processos psicológicos, em face das limitações no emprego de outros
elementos. Segundo esta estrutura de referência, a adolescência começa com as
reações psicológicas do jovem a suas mudanças físicas da puberdade e se prolonga
até razoável resolução de sua identidade pessoal. Para alguns, o processo de
maturação sexual pode começar na primeira década da vida e, para outros, jamais
se conseguirá um firme senso de identidade pessoal. Entretanto, para a maioria das
pessoas jovens, estes eventos ocorrerão principalmente entre as idades de 11 e 20
anos, que limitam a fase da adolescência. (MARTINS, 2011, p. 15).
Para Tiba (2015), os hormônios sexuais iniciam na menina aos onze anos e
no menino aos treze anos de idade. Sendo que:

As características sexuais masculinas secundárias surgem geralmente


nesta sequência: início do crescimento dos testículos: nascimento de pelos
pubianos lisos, pigmentados; início e aumento do pênis; primeiras
mudanças de voz; primeira ejaculação; surgimento dos pêlos pubianos
encarapinhados, distribuídos em forma de losango com uma das pontas
atingindo o umbigo; crescimento máximo; aparecimento dos pêlos axilares;
acentuadas mudanças de voz; desenvolvimento da barba. No surgimento
das características sexuais femininas secundárias, a sequência é como
segue: aumento inicial dos seios; aparecimento dos pêlos pubianos lisos,
pigmentados; aparecimento dos pêlos pubianos encarapinhados,
distribuídos em forma de triângulo, com borda superior na horizontal;
menstruação; crescimento dos pêlos axilares. (TIBA, 2015, p. 6).
18

O autor afirma que o crescimento físico não ocorre ao mesmo tempo “em
todas as partes ósseas”. Inicialmente, crescem os pés e as mãos: com altura de
criança, o púbere calça sapatos e tem mãos de adulto; em seguida, os antebraços e
as pernas; depois as coxas e os braços, ficando com os membros muito compridos
em relação ao tronco; finalmente cresce a coluna vertebral, chegando à
proporcionalidade corporal adulta. As velocidades de crescimento das diversas
etapas são diferentes entre si. De modo que é comum os movimentos ficarem
desordenados, a coordenação estabanada, a voz, a foça física e a deambulação se
descontrolarem, apenas conseguindo o adolescente uma defesa regular quando
evita fazer qualquer movimento. (TIBA, 2015, p. 6).
No que diz respeito ao comportamento, na adolescência ocorrem as
mudanças de humor que estão coadunadas com esta fase. Essas alterações
humorísticas, Tiba (2015, p. 26) classifica como “onipotência pubertária”. O
adolescente passa a defender-se como pode diante de novas situações. O menino
tende a ficar mais bravo, mal-humorado, contestador, insatisfeito, agressivo,
impulsivo; a menina luta mais pelo que considera “seus pontos de vista” e fica
enfurecida contra injustiças, principalmente a colegas, a quem defende como ardor.
É uma severa vigilante dos castigos aos irmãos, fala muito e chora com facilidade.

1.3 O ENTENDIMENTO DA SEXUALIDADE

A vida emocional adquire uma grande intensidade e um colorido especial na


adolescência, em nenhum outro período da vida as emoções são experimentadas
com tanta intensidade, sensibilidade e contradição. A excitação sexual surge como
um fenômeno novo na adolescência, e é importante considerar a sexualidade um
aspecto normal do desenvolvimento do adolescente. (FELDMAN, 2003 apud
SANTROCK 2003, p.240).
O desenvolvimento sexual na adolescência – desde o autoerotismo até a
sexualidade genital adulta sofre influência de fatores biológicos, psicológicos e
sociais. As características da puberdade, a infância, o ambiente familiar, o
desenvolvimento psicológico, e o meio sócio cultural em que vivem moldam a
experiência sexual do adolescente. A sexualidade aqui tratada não se restringe ao
comportamento sexual, mas engloba também a dimensão do desejo e das atitudes.
Segundo Chipkevitch, (1994,) a sexualidade impera quase que totalmente na vida
19

dos adolescentes. Tanto os adolescentes como as adolescentes sentem uma


curiosidade quase que insaciável pelos mistérios do sexo e milhares de
pensamentos surgem freneticamente em seus “mundos particulares”, pensamentos
do tipo: se são sexualmente atraentes, se saberão fazer sexo, se é bom, se é ruim,
etc. (LOPES; MAIA, 2011).
A atratividade e o interesse sexual estão ligados à popularidade e a aceitação
dos pares, pois a sexualidade não é um comportamento individual e ocorre no
contexto de relacionamentos com o sexo oposto ou com o mesmo sexo. Chipkevitch
(1994) explica que o comportamento sexual sofreu uma significativa mudança nas
últimas décadas, principalmente entre os adolescentes, jovens e adultos.
Essa mudança se deu a partir de uma ressignificação de valores na
sociedade, como a valorização do papel da mulher, o aparecimento dos métodos
anticoncepcionais e uma maior atenção ao mundo dos adolescentes. No entanto,
essa liberação também trouxe problemas como o aumento de doenças sexualmente
transmissíveis e a gravidez precoce, com isso, veio também, a atitude de repressão
dos adultos frente ao sexo na adolescência.
A educação sexual nas escolas se tornou uma prática aconselhada e real,
embora alguns pais e autoridades ainda se coloquem contra a educação sexual de
crianças e adolescentes temendo que ela possa estimular o comportamento sexual
precoce. Mas o que se pode perceber é que a informação nem sempre gera
mudanças de atitudes e comportamentos, que são influenciados em grade parte por
outros fatores de ordem psicológica, social e cultural.
A mídia e o grupo de amigos exercem um papel muito forte trazendo
informações sobre a sexualidade, frequentemente, distorcida e/ou fragmentadas,
que as famílias e os pais dispõem a dar. A imagem romântica que os filmes e
novelas passam sobre a iniciação sexual pode gerar uma expectativa facilmente
frustrável, conforme expõe Chipkevitch (1994).
Ainda conforme Chipkevitch (1994), medo, preocupações e culpa marcam a
iniciação sexual de muitos adolescentes, principalmente das adolescentes. Entre os
adolescentes encontra-se a preocupação com o desempenho, o medo de não
conseguir ereção, medo de ejacular rápido, medo da namorada achar seu pênis
pequeno, medo ou vergonha de usar camisinha, preocupação em esconder sua
virgindade, medo de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Já entre as
adolescentes encontra-se o medo de perder o namorado, medo de engravidar, medo
20

de doenças sexualmente transmissíveis, preocupação em ter orgasmo, medo de


sentir dor, culpa em perder a virgindade, preocupação que o parceiro conte aos
amigos.
Manter relações sexuais impulsivas, não protegidas e não planejadas é
comum nessa fase da vida acarretando essas preocupações, pois o envolvimento
afetivo é instável e o adolescente está mais centrado em corresponder às
expectativas dos grupos com a relação em si.
Chipkevitch (1994) ressalta ainda que, a iniciação sexual tende a ser mais
precoce em adolescentes com maturação puberal mais adiantada, com menor nível
socioeconômico, menos grau de escolarização, sem afiliação religiosa, proveniente
de famílias numerosas e com o menor nível de educação. Quanto mais precoce a
iniciação, maior tende a ser o número de parceiros.
21

CAPÍTULO 2: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

2.1 PERSPECTIVAS

É função dos serviços de saúde implantar programas especiais à disposição


dos jovens, para informá-los e cuidar deles, se necessário. Os adolescentes não
precisam sentir vergonha. Além de ser um direito, os profissionais de saúde têm
prazer em recebê-los e, através dos serviços oferecidos, possibilitar-lhes informação
a respeito dos vários métodos anticoncepcionais existentes.
Todavia, bom lembrar que, desde a primeira relação, será necessário se
proteger. A superação das dificuldades de comunicação e diálogo entre os pais e os
filhos pode ajudar em muito a diminuir a ocorrência da gravidez indesejada entre
adolescentes.
De acordo com Borges (2008) não se pode negar os adolescentes estão
inseridos em uma rede dede vínculos de amizade, que entre inúmeros outros, um
espaço fundamental de socialização para a sexualidade é a convivência com os
pares. E são esses pares que, muito possivelmente, não apenas estão sujeitos aos
padrões normativos em relação ao comportamento sexual, mas também os reforçam
em suas relações com seu grupo de iguais.
Segundo Coelho (2015) faz necessário que a Enfermagem, enquanto
categoria profissional, articule, discuta e reivindique a assistência à saúde e não se
deixe imobilizar pelas precárias condições dos serviços de saúde. Esta precisa
conquistar espaços para que o Planejamento Familiar seja amplamente discutido,
contrapondo-se ao discurso da Igreja, reivindicando, do Estado, o atendimento
preconizado e o cumprimento das Leis e, articule-se, com grupos organizados da
sociedade para que possa ser reconhecida enquanto profissão comprometida com a
sociedade.
Segundo Mendonça (2010) diz que o profissional de enfermagem como
membro da equipe, tem papel significativo na saúde sexual e reprodutiva da
adolescente. Entretanto faz-se necessário que esses profissionais sejam preparados
para assumir tal função. A saúde sexual do adolescente precisa ser discutida no
contexto, dependem de uma série de condições socioculturais propícias, como
adequadas condições de vida, serviços de saúde de qualidade, pois existem poucos
programas destinados a essa faixa etária da população, haja vista que a
22

abrangência maior em termos de programas se destina à criança, mulher e idoso,


ficando assim adolescente enquadrado muitas vezes nos programas destinados a
crianças.
Nesse sentido, é necessário que o governo faça exerce os direitos sexuais e
reprodutivos desses adolescentes, fazendo-se respeitar os princípios de ética,
confidencialidade e confiabilidade, para que eles se sintam fortalecidos amparados e
confiantes e possam assim discutir seus problemas e dúvidas relativos à sua
sexualidade sem medos e culpas podendo ter uma vida sexual saudável e livre de
comportamentos de riscos
De acordo com Alves (2008) é sabido que não basta apenas informar, mas
para tanto se precisa conhecer o que os adolescentes pensam e saber onde estão
as maiores lacunas entre o conhecimento e a pratica, fica-se necessário a urgência
para desenvolvimento de estratégias especificas que tenham impacto sobre a
prática. Apesar das inúmeras campanhas de conscientização realizadas, o
preservativo ainda é substituído ou abandonado ainda na adolescente.
É necessária a implantação de políticas públicas voltadas para a saúde
sexual e reprodutiva do adolescente, bem como uma ampliação curricular e
capacitação docente na área de educação sexual, discutindo não somente os
aspectos fisiológicos, mas também, a afetividade, o amor e os relacionamentos. É de
fundamental importância também que, os sistemas de saúde possam contar com
profissionais, especialmente de enfermagem, realizando o planejamento e execução
de atividades educativas para os adolescentes, enfocando a saúde sexual e
reprodutiva, no sentido de reduzir o índice de gravidez indesejada, e de doenças
sexualmente transmissíveis. (ALVES, 2009).
Longo (2011) diz que primeiramente, a educação sexual deve estar mais
presente no início da vida sexual de uma jovem, orientando suas práticas
contraceptivas antes mesmo da decisão de se engajarem na vida sexual, para que
quando o façam, o façam de maneira adequada, evitando uma gravidez indesejada.
Em segundo lugar, cabe aqui novamente salientar o papel da escola e da família,
presentes desde os primeiros anos de vida de um indivíduo.
Mesmo quando a educação sexual na família falha (seja por falta de diálogo
ou outro motivo) é fundamental destacar a importância da educação sexual nas
escolas, apoiando a jovem antes mesmo dela se iniciar sexualmente, oferecendo as
informações precisas de como evitar uma gravidez indesejada. Por fim, ressalta-se a
23

importância da televisão desempenhando um papel-chave, na medida em que


muitos programas voltados para a conscientização das atitudes sexuais de
adolescentes e pré-adolescentes servem para orientar os primeiros passos da vida
sexual de uma jovem, assim, prevenir é melhor do que remediar.
Ainda segundo Alves (2009) o comportamento sexual inicial irá guiar o futuro
da vida sexual da jovem. As práticas sexuais estão intimamente ligadas ao fato de
ser ter ou não filhos. Filhos não desejados ou planejados podem implicar
consequências negativas em nível educacional, econômico ou biológico. Portanto, a
melhor forma de evitar esses efeitos perversos de uma gravidez não desejada é
garantir à jovem os meios adequados para a adoção de práticas contraceptivas
seguras, principalmente no início de sua vida sexual. Assim, prevenir é melhor do
que remediar. Quanto mais cedo a prevenção ocorrer, melhor.
Rocha (2010) reforça que profissionais da educação e da saúde precisam
considerar que o exercício da sexualidade, além de um grande prazer, é um grande
risco, influenciado pela cultura, pelo grupo e pelas questões de ser homem ou ser
mulher.
Neste sentido, é possível entender a importância de se conhecer a idade na
primeira relação sexual e as relações de gênero que se estabelecem entre
adolescentes, para que sejam estimulados comportamentos responsáveis em
relação à sexualidade e reprodução, ou seja, esclarecendo adolescentes sobre
formas de prevenção de riscos biológicos, sociais e comportamentais, aos quais eles
estão expostos. Com isso, objetivam-se melhorar e ampliar sua qualidade de vida, e
ultrapassar os riscos, com liberdade e responsabilidade.
Rocha (2010) ainda discorre que a falta de informações sobre métodos
anticoncepcionais é eminente e particularmente importante, haja vista que o número
significativo de gravidez na adolescência vem se elevando, trazendo muitas
complicações.
Nessa linha de entendimento, a família deve ser incorporada ao processo de
formação dos adolescentes devendo, desse modo, a escola e serviços de saúde
encontrar estratégias para atraí-las. A escola, reconhecida como um dos principais
responsáveis pela educação do indivíduo, não vem de fato assumindo seu papel,
que é também participar das transformações socioculturais ligadas, dentre outras, à
questão sexual.
24

2.2 O ATO DE PREVENIR

O período da adolescência é uma fase do desenvolvimento no qual o sujeito


encontra-se numa posição transitória entre a infância e a vida adulta. Neste
processo, conflitos podem se manifestar enquanto busca pela identidade, busca pela
sexualidade que quase sempre resulta em uma gravidez na adolescência causando
assim, preocupação aos pais, profissionais e comunidade em que vivem esses
jovens.
A descoberta da sexualidade associada ao momento histórico em que
influências relacionadas ao convívio social, aos valores presentes, à mídia, dentre
outros, tem como resposta uma iniciação sexual cada vez mais precoce, tendo como
consequência o aumento do número de adolescentes grávidas. A gravidez na
adolescência é um fator que pode trazer dificuldades psicossociais e biológicas, por
isso a preocupação especial das várias especializações sociais para com esse
fenômeno.
Esses achados demonstram que a prevenção da gravidez na adolescência
constitui um tema relevante para os participantes do estudo, pois refletem sobre a
repercussões da gravidez nessa fase da vida. Outras pesquisas salientam a
importância de prevenir a gravidez para propiciar maiores oportunidades de um
futuro melhor, de emprego e continuidade dos estudos.
Autores como, Gurgel et al (2010) discorrem que, em muitas pesquisas, os
adolescentes reconhecem os benefícios da prevenção da gravidez, o que, no
entanto, mostra um preconceito próprio sobre mães e pais adolescentes, algo
preocupante que também vem necessitando de abordagem específica.
Segundo Joffily (2003), a gravidez entre adolescentes nem sempre é fato
inconsequente ou desastroso, principalmente quando ocorre com adolescentes que
tenham uma vida afetiva estável. Essas adolescentes encontram na gestação um
impulso para alcançar sua autonomia, independência e liberdade, contrariando
assim, o senso comum que julga a gravidez adolescente como um sério problema
social. Porém é imprescindível que se tenha um acompanhamento e que se ofereça
subsídios para aquelas adolescentes que são obrigadas a sair de casa expulsas
pelos pais vendo ameaçados seu bem-estar e futuro devido aos riscos físicos,
emocionais e sociais acarretados por este fato.
25

2.3 GRAVIDEZ

Para Motta e Silva (2014), a gravidez nos primeiros anos de vida reprodutiva
não constitui um fenômeno recente na história da humanidade. Na antiguidade os
contratos de casamento eram lavrados quando a adolescente se encontrava entre
os 13 e 14 anos de idade e, segundo registros históricos, provavelmente era esta a
faixa de idade da Virgem Maria quando deu a luz.
Motta e Silva (2014) ainda ressaltam que, entre 1594 e 1597, Willian
Shakespeare publicou a tragédia de Romeu e Julieta, na qual a heroína foi descrita
pelo pai Capuleto como uma garota que ainda não havia completado 14 anos de
idade, quando foi prometida em casamento ao nobre Paris. Embora de conteúdo
ficcional, é bastante provável que a obra retratasse os costumes da época.
Curiosamente até os dias atuais os matrimônios (consequentemente as gestações)
precoces são aceitos sem restrições em muitos países.
Ter o maior volume de informações disponível não impede a gravidez
precoce, talvez porque a relação sexual envolva muito mais afeto e sentimentos que
razão e conhecimento. No contexto da modernidade com alimentação e hábitos de
vida diferentes e, sobretudo com muito estímulo da mídia, os adolescentes estão
mesmo entrando mais cedo para a vida sexual, como afirma Santrock, (2003).
Acontece em todas as classes sociais, mas a incidência é maior e mais grave
em populações mais carentes. (Revista Viver Psicologia nº 102– Julho de 2001).
Segundo Lopes e Maia (2011) muitas vezes, a adolescente mantém relações
sexuais sem preservativo porque está apaixonada e tem medo de que o namorado a
rejeite se ela insistir. Até porque para as adolescentes, a sexualidade é a expressão
do desejo, da escolha, do amor, por isso a sexualidade se abre para a dimensão do
sexo propriamente dito.
Geralmente a primeira relação é carregada de expectativas e o jovem casal
tem receio de quebrar o romantismo do momento se parar e tirar um preservativo do
bolso ou da bolsa. A maioria das adolescentes vivencia essa trajetória do
desenvolvimento psicossexual de maneira insatisfatória com as pressões sociais e a
necessidade de desempenho, o que se constitui em fonte de ansiedade, angústia,
medo e culpa. (LOPES; MAIA 2011).
O comportamento sexual atual do adolescente é classificado, segundo o
senso comum, de acordo com o grau de seriedade. Vai desde o ficar até o namorar.
26

Em bom número de vezes o casal começa ficando e evoluem para o namoro. Por
trás desse processo, pode existir uma aprendizagem para o amor, uma vez que o
namoro, a fidelidade é considerada muito importante.
Conforme Zagury (1999), impulsionados pela força de seus instintos,
juntamente com a necessidade de provar a si mesmo sua virilidade e sua
independente determinação em conquistar outra pessoa do sexo oposto, contrariam
com facilidade as normas tradicionais da sociedade e os aconselhamentos familiares
e com o exercício da sexualidade, muitas vezes precocemente, gera várias
consequências como decepções, frustrações, doenças sexualmente transmissíveis e
gravidez precoce.
Por isso, o mundo vem assistindo a uma crescente onda de adolescentes que
dão a luz numa época em que poderiam estar desenvolvendo projetos de acordo
com a idade em que se encontram, os períodos da adolescência são próprios para
viver a liberdade e idealizar sonhos antes de entrar na vida adulta.
Contudo, um número alarmante, mostra muitas adolescentes que acabam
tomando outro rumo e engravidam, iniciando aí, uma limitação de suas atividades no
campo do desenvolvimento escolar e profissional, sem generalizar, porque muitas
adolescentes encontram na gravidez o estímulo que precisavam para deslanchar na
vida.
27

CAPÍTULO 3: ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM

3.1 ATENÇÃO PRIMÁRIA SAÚDE DO ADOLESCENTE

A atribuição do enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família (ESF) engloba


o apoio e supervisão do trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS), o
oferecimento de assistência aos que necessitam de cuidados, a organização
cotidiano da ESF, a programação de ações e a execução de atividades juntamente à
comunidade. (SOUZA, et. al., 2012).
Henriques, Rocha e Madeira (2010) afirmam que o enfermeiro julga o
atendimento aos adolescentes um trabalho árduo, pois, muitas vezes o mesmo não
sabe lidar com a situação e atribuem ao próprio adolescente o obstáculo no
atendimento. Entende-se, pois, que a atenção primária constitui-se como um
importante e considerável espaço de atuação, no qual os profissionais enfermeiros
podem trabalhar desencadeando o estímulo às potencialidades do adolescente,
através do exercício da promoção da saúde, visando fazê-los capazes de cuidar da
sua saúde.
Os supracitados autores, destacam que é necessária uma comunicação
satisfatória entre enfermeiro e o adolescente, uma vez que o modo pelo qual os
homens se expressam é de grande importância no processo de entendimento.
Portanto, a comunicação é elemento fundamental na relação entre o profissional e o
adolescente.
Para a aceitação do adolescente no espaço de saúde, é importante permitir
que ele seja escutado e que possa expor suas ideias, sentimentos e experiências,
sendo respeitado e valorizado. (SANTOS, et.al., 2012). Outra questão a ser
evidenciada é que a relação existente entre o profissional e o adolescente é
permeada por conflitos e questionamentos. Por ser um sujeito em transformação,
seu atendimento é dificultoso.
Henriques, Rocha (2010, p.301) complementam o que fora exposto, relatando
que:

As mudanças sofridas pelos adolescentes são intensas. Eles constituem


grupo heterogêneo com características individuais, não cobertas pelos
critérios técnicos. A adolescência é, portanto, fase de importantes
transformações biológicas e mentais, articuladas ao redimensionamento de
papéis sociais, como mudanças na relação com a família e escolha de
28

projeto de vida. Percebe-se o quanto essa fase deve ser valorizada,


constituindo-se em período de muita vulnerabilidade e exposição a fatores
de risco.

Os autores explicam, também, que a interação entre o profissional e o


adolescente baseia-se na criação de vínculos, estabelecendo relações de confiança
pautadas na relação de troca e respeito, estabelecida com o diálogo. Para isso,
deve-se ser compreensivo, pronto para escutar suas necessidades sem
discriminação.
Para Tôrres, Nascimento e Alchieri (2013), entretanto, a procura dos
adolescentes pelo serviço de saúde de atenção básica é centrada apenas na
doença, através de consultas médicas e odontológicas, marcação de exames e
entrega de medicamentos. Isso se contrapõe ao modelo de organização da
assistência proposto pela Estratégia Saúde da Família (ESF) que mostra uma nova
maneira de trabalhar a saúde, tendo a família como centro de atenção e não
somente o indivíduo doente. Desse modo, Andrade, Holanda e Bezerra (2014, p.3),
dizem que:

A ausência de ações específicas à promoção da saúde do adolescente na


atenção básica também contribui para a condição culturalmente imposta de
ir à busca do serviço somente quando instaurado um quadro patológico,
fortalecendo e hegemonizando o modelo biomédico vigente.

Alves et.al. (2008), também confirmam que os adolescentes, de um modo


geral, não buscam esclarecimentos e/ou assistência na equipe de saúde da família,
ou esta não está realmente preparada para disponibilizar serviços de qualidade. É
adequado assegurar estratégias de educação sexual e reprodutiva, saúde mental,
prevenção de acidentes, na relação familiar e maus-tratos, voltadas para promoção
da saúde e prevenção de doenças com maior risco de ocorrência nesta faixa etária.
Sendo assim Vieira et al (2011, p. 717):

Pode-se perceber que o acesso dos adolescentes ao serviço de saúde


ainda necessita ser facilitado, tendo em vista a necessidade de discussão
das questões que permeiam essa fase da vida, faltando, no contexto
investigado, o vínculo com a equipe e ações mais específicas para esse
grupo.

O acesso da população a serviços de saúde é fundamental para uma


assistência à saúde eficiente. A ESF, em sua prática diária, apresenta dificuldades
29

que impedem uma assistência à saúde adequada. Um dos fatores que contribui para
essa situação é a dificuldade de acesso de alguns grupos populacionais a esses
serviços.
Santos et.al. (2012) reforça o despreparo dos serviços de saúde em relação
às práticas de cuidado com os adolescentes, de forma a atender as suas
peculiaridades e complexidades, faltando espaços e suportes apropriados no âmbito
da orientação, proteção e recuperação da saúde.
A individualidade na atenção ao adolescente se apresenta como desafio para
o enfermeiro, podendo-se citar como obstáculos a serem superados a necessidade
de adequação do diálogo entre o profissional e o jovem adolescente. Mas, nesse
processo, deve-se considerar a forma como os adolescentes enxergam os
profissionais e os serviços de saúde, e suas reais necessidades.
De acordo com Bôas, Araújo e Timóteo (2008), diversas dificuldades são
apresentadas pelas equipes da ESF, sendo consideradas prioritárias as que dizem
respeito à estruturação da atenção básica, descontinuidades na implantação de
ações Inter setoriais e de promoção da saúde, bem como às relativas ao apoio
institucional e ao perfil de alguns profissionais. Estes impasses são apontados pelos
enfermeiros como fatores que limitam a autonomia, interferindo no processo de
trabalho.
Neste sentido, é cabível ressaltar que a elaboração de programas voltados
para a saúde do adolescente necessita de uma abordagem interdisciplinar e que
seja devidamente contextualizada, abrangendo significativos aspectos que devem
ser, consequentemente, relacionados ao cotidiano dos adolescentes e ao contexto
em que estão inseridos, buscando adequar os conteúdos dos projetos às diferentes
modalidades de demanda individual e coletiva. (HENRIQUES; ROCHA; MADEIRA,
2010).
Trabalhar no Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) e, além de outras
atribuições, desenvolver, dentre outras questões, uma série de habilidades
relacionadas à saúde do adolescente, na perspectiva da promoção da saúde,
constitui um desafio para o enfermeiro, pois proporcionar a assistência ao
adolescente, que se encontra em pleno processo de transformação biopsicossocial,
e pautar o cuidado, levando em consideração as necessidades e singularidades
desse grupo, exige um processo de crescimento e de aquisição de novos
conhecimentos.
30

3.2 ENFERMAGEM E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

A gravidez da adolescência e como uma estratégia luta da adolescente para


exerce alguma forma de poder, justamente porque mostra ao seu meio social que
ela realizou justamente o que se espera dela naquele momento. As adolescentes
buscam a gravidez para adquirir valor social e, ao mesmo tempo, foi fundamental
para a compreensão de que cuida na adolescente implica considerar a adolescente
um sujeito ativo em seu campo social. (MATURANA 2011)
De acordo com Arcanjo et al (2016) é preciso conhecer, mas de perto a
realidade da gravidez na adolescência. Há questões muitas complexas que
merecem atenção especial, independentemente de quais motivos que levam a jovem
engravidar é preciso prove de serviço para adolescente. A capacidade dos
provedores de serviços para adolescente deverá incluir, além de aspectos técnicos,
treinamento em técnica de comunicação.
Segundo Martins (2011) fica evidenciado que, embora as adolescentes
grávidas e seus filhos apresentem certa predisposição a vários fatores de risco, tanto
biológico quantos sociais, os serviços de saúde podem atuar de maneira decisiva
através de medidas educativas, preventivas e de acompanhamento pré-natal
adequado com enfoque biopsicossocial, a fim de prevenir e minimizar as
intercorrências maternas.
Conforme Almeida et al (2008) a enfermeira como profissional capacitada
para assistir ao indivíduo em todas as etapas de vida, necessita estar inserida no
Programa de Educação Sexual das escolas, promovendo ações e programas
voltados para a saúde do adolescente e sua família os quais devem atender as reais
necessidades de ambos. É fundamental que todos, governo, profissionais de saúde
e de educação, família, escola e sociedade não economizem, não só para exercer
sua sexualidade, mas, principalmente para exercer seus direitos com
responsabilidade, sendo respeitados e respeitando os outros.
A abordagem da humanização da assistência às adolescentes gestantes nos
serviços de saúde nos leva a refletir sobre questões fundamentais que podem
orientar a construção das políticas de saúde. Nesse contexto, podemos afirmar que
humanizar é, então, ofertar atendimento de qualidade, articulando os avanços
tecnológicos com atitudes de acolhimento. Deve ser encarada não somente como
31

atendimento, mas também como planejamento de políticas públicas que viabilizem a


implantação e implementação de ações voltadas ao enfrentamento da problemática.
(SANTOS, 2012).

3.3 AÇÕES DE ENFERMAGEM: O PAPEL EDUCATIVO

Para que se possa compreender melhor as peculiaridades desta faixa etária,


destacou-se os principais programas relacionados à saúde do adolescente. O
Programa Saúde do Adolescente (PROSAD), criado em 1989, fundamenta-se na
política de promoção da saúde, identificando grupos de risco na detecção precoce
dos agravos e também na reabilitação, cumprindo as diretrizes do Sistema Único de
Saúde. Tem como público alvo jovens de ambos os sexos, de 10 a 19 anos de
idade, priorizando como áreas de atuação o crescimento e o desenvolvimento, a
sexualidade, a saúde bucal, a saúde mental, a saúde reprodutiva, a saúde do
escolar adolescente e a prevenção de acidentes.
Em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente vem trazer a prioridade
absoluta na atenção integral a esta faixa etária, garantindo o direito à vida e à saúde.
Em 1993 foram lançadas as primeiras Normas de Atenção à Saúde Integral do
Adolescente, conduzindo as equipes de saúde na atenção ao adolescente.
O Programa Saúde na Escola (PSE), criado pelo Decreto nº 6.286, de 5 de
dezembro de 2007, contribui para a formação integral dos estudantes por meio de
ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos à saúde para o
enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de
crianças e jovens da rede pública de ensino.
Nesse contexto segundo Alvarenga et al (2012, p.1):

A saúde, no espaço escolar, é concebida como um ambiente de vida da


comunidade, cujo referencial para ação deve ser o desenvolvimento do
educando, como expressão de saúde, com base em uma prática
pedagógica participativa, tendo como abordagem metodológica a educação
em saúde transformadora. O contexto familiar, comunitário, social e
ambiental da criança deve ser considerado, bem como a análise dos seus
valores, condutas, condições sociais e estilos de vida.

A literatura relata que, apesar da proposta de prioridade absoluta decretada


pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do direito constitucional à saúde,
a atenção à saúde do adolescente ainda não alcançou de forma satisfatória essa
32

parcela populacional. Tal diferença entre as garantias legais à saúde e a realidade


dos adolescentes deve-se a múltiplos fatores, dentre os quais pode-se destacar a
ênfase em programas de saúde direcionados à mulher, à criança e ao idoso, o mito
de que as pessoas jovens não adoecem, o baixo percentual de profissionais da
atenção básica capacitados para o atendimento, a falta de integração entre os
serviços de saúde e as demais instituições públicas que atendem à população
jovem. Existe, além disso, a necessidade de incluir, de forma mais abrangente e
efetiva, a saúde de adolescentes e jovens no planejamento e gestão do SUS, como
forma de concretizar as ações propostas para esta parcela da população.
Diante do exposto, Higarashi et al (2011, p.379) destaca que:

A literatura tem apontado uma realidade um tanto ou quanto adversa na


qual, em virtude das exigências de serviços burocráticos, do grande número
de programas que devem ser colocados em prática, somados à falta de
estrutura e de recursos, o atendimento integral aos adolescentes torna-se
um desafio, ficando sem continuidade, restringindo-se à consulta de
enfermagem realizada por demanda espontânea.

É fundamental elaborar estratégias públicas que focalizem a saúde dessa


população com ações promotoras da saúde, preventivas e curativas, capazes de
garantir a assistência integral à saúde dos jovens. Nessa via, a promoção da saúde
é uma das estratégias que busca a melhoria da qualidade de vida da população.
Esta deve dialogar com as diversas áreas do setor sanitário, com outros setores do
governo e com a sociedade para que sejam participantes no cuidado com a vida,
formando redes de compromisso e corresponsabilidade, fortalecendo estratégias
Inter setoriais no avanço da qualidade de vida dos indivíduos. (BRASIL, 2012).
Quanto à prática de ações de prevenção e promoção da saúde desenvolvidas
pelos enfermeiros no serviço para os adolescentes, algumas das literaturas referem
que estas geralmente são individuais, mas, quando desenvolvidas em grupo, são
realizadas na comunidade e na escola. Outros enfermeiros enfrentam dificuldades
organizacionais e estruturais, dentre elas a equipe incompleta, e dessa forma não
conseguem desenvolver atividades grupais.
O trabalho do enfermeiro neste âmbito é diversificado, pois, além do cuidado
ao indivíduo, família e grupos da comunidade, abrange também ações educativas,
gerenciais e participação no processo de planejamento em saúde. Em conformidade
com o Manual de Atenção à Saúde do Adolescente (BRASIL, 2006), as ações de
33

prevenção e de promoção de saúde têm o intuito de estimular o potencial


imaginativo e decidido dos adolescentes, incentivando a participação e o
protagonismo juvenil para a elaboração de propostas, a fim de que priorizem o
comportamento e o autocuidado em saúde da população jovem.
A prevenção não se limita ao fornecimento de informações, mas envolve uma
participação ativa dos adolescentes, desenvolvendo assim sua autonomia e
responsabilidade. O enfermeiro pode planejar suas ações orientando-se pelas
questões essências que envolve esta faixa etária, tais como o crescimento e
desenvolvimento, a busca da identidade, da independência, projeto de vida,
sexualidade e educação. (ABEN, 2000).
Para Gurgel, et. al. (2010), a educação em saúde é um campo abrangente,
para o qual convergem várias concepções, tanto das áreas da educação, quanto da
saúde. “As ações educativas devem ampliar o debate transpondo o campo
biomédico, tentando compreender as subjetividades, as múltiplas implicações e o
processo vivenciado na adolescência, ante essa prevenção”. (GURGEL, et. al.,
2010, p.643).
Neste aspecto, para que o enfermeiro desenvolva atividades de educação em
saúde para adolescentes, é importante um olhar diferenciado para as
vulnerabilidades, riscos socioeconômicos e culturais destes jovens, considerando
que a maioria pertence a famílias com nível de escolaridade baixo e com
dificuldades de acesso à informação.
O enfermeiro desempenha fundamental papel na equipe de saúde da família
e pode promover ações interdisciplinares que integrem família, escola, e
comunidade, despertando no adolescente o interesse de ampliar o conhecimento e
desenvolver habilidades e atitudes, contribuindo para o crescimento,
desenvolvimento e amadurecimento de maneira mais segura e saudável.
A consulta de enfermagem também é um espaço reservado para o
atendimento ao adolescente. A abordagem centrada no profissional, interrogativa e
informativa deve ser substituída por uma relação favorável à construção conjunta de
novos conhecimentos, valores e sentimentos. Nesse sentido, são importantes o
estabelecimento de vínculo e uma relação de confiança. A interação entre os
envolvidos na consulta deve se basear na troca, e no respeito à privacidade. As
observações e posturas do enfermeiro deve traduzir respeito, poupando os juízos de
valores, reprovações e imposições. As mensagens precisam ser claras e objetivas e
34

a base da relação deve ser o diálogo sendo estabelecida na escuta livre de pré-
julgamentos. (GURGEL, et. al., 2010). Sendo assim Vieira (2011) diz que:

Nos vários processos de abordagem do adolescente, deve-se trabalhar todo


tempo com: sua motivação; espaços e posturas favoráveis à expressão de
seus valores, conhecimentos, comportamentos, dificuldades e interesses;
elementos de troca e reflexão que favoreçam o controle da própria vida,
práticas de responsabilização e de participação mais ampla nas decisões
que lhes dizem respeito. Reconhecer sempre a totalidade da vida
adolescente, estar atento aos seus dilemas, ouvi-lo, apoiá-lo e o acolher,
exercendo os princípios do respeito, privacidade e confidencialidade.
(VIEIRA, 2011).

Analisando a situação, como fizeram Cavalcante, Alves e Barroso (2008), a


capacitação do enfermeiro é necessária para permitir a ampliação do seu
conhecimento científico sobre a temática, adquirindo um novo modo de trabalhar, em
benefício de uma abordagem mais dinâmica e interdisciplinar nas ações de
promoção à saúde, procurando sempre envolver, não só o adolescente, como
também a família, a escola, os parceiros, os pais e os amigos.
35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A literatura demonstrou que a atividade sexual na adolescência tem se


iniciado em idade cada vez mais precoce, com consequências indesejáveis, como o
aumento do número de gravidez na adolescência, fato que tem sido objeto de
preocupação, pois a gestação, assim como o parto e a maternidade, é problema
peculiar, que, quando ocorre nesta fase da vida, traz múltiplas consequências à
saúde física e aos aspectos emocionais e econômicos. Todo jovem tem o direito de
ser orientado corretamente sobre sua sexualidade e esta deve começar no próprio
lar (casa), se estender à escola e a todas as instituições que façam parte da
sociedade, e em especial nas instituições da área da saúde. Esse alicerce é
importante para que o indivíduo seja capaz de resolver questões relacionadas à
sexualidade.
Esta reflexão permitiu elucidar que trabalhar com adolescentes na área da
saúde remete ao enfermeiro uma mudança na sua maneira de atuação no trabalho,
desenvolvendo uma visão mais abrangente para a compreensão das demandas e
das ações que deverão ser desenvolvidas para este público alvo, visto que a falta da
qualidade na assistência prestada aos adolescentes na atenção primária contribui
para o afastamento dos jovens na Estratégia de Saúde da Família.
Na atuação com o adolescente, viu-se a necessidade de mais flexibilidade na
captação desse jovem para o serviço de saúde e também na forma como vai
integrar-se com a equipe multiprofissional. Os fatores determinantes da privação dos
jovens nos serviços de saúde de atenção primária devem-se ao fato do despreparo
da equipe, desde a captação precoce, acolhimento com escuta desqualificada, falta
de vínculo e descontinuidade da assistência. A ausência de ações específicas à
promoção da saúde do adolescente na atenção básica também contribui para o
abandono do jovem na ESF.
O sucesso do trabalho está vinculado à capacidade de construir ações
conjuntamente entre os adolescentes e o serviço de saúde. Ante o exposto,
compreende-se que ações planejadas e conduzidas adequadamente, durante a
adolescência na estratégia de saúde da família, podem contribuir para a formação
de cidadãos mais preparados para o futuro.
Após a realização do trabalho foi concluído que a gravidez na adolescência
ainda é um grande problema social, pois apesar da diversidade de informação a
36

respeito da contra concepção ainda existe um número alarmante de adolescente


grávida, é importante ressaltar que, de acordo com a literatura exposta a falta de
informação não é restrita ao público feminino, foi verificado que o público masculino
também necessita de um acesso mais efetivo em relação à prevenção. Esta
realidade mostra que a atenção integral direcionada aos adolescentes, e que
considere as mudanças biopsicossociais pelas quais eles passam neste momento
de suas vidas, constitui-se num desafio.
37

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