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SOBRAL-CE
2011
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SOBRAL-CE
2011
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BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Profa. Esp.Antonia Siomara Rodrigues Silva
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Orientadora
____________________________________________________
Profa. Dr. Izabelle Mont’alverne Napoleão Albuquerque
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Examinadora
____________________________________________________
Prof. Esp. Francisco Meton de Vasconcelos
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Examinadora
_____________________________________________________
Revisão Ortográfica
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AGRADECIMENTOS
À Deus, pôr sempre me dar força e coragem para vencer as dificuldades da vida. Por sempre
abençoar fortemente a minha vida e de meus entes queridos.
Aos meus queridos pais, Raimunda Paiva de Melo e Francisco das Chagas Soares, por serem
meus exemplos de fé, força e dignidade. Por sempre estarem ao meu lado, por todos os
incentivos, por sempre, mesmo às vezes não podendo, investirem na minha educação.
Agradeço por eles serem esses pais maravilhosos.
Ao meu irmãozinho Adriel, por trazer mais alegria a minha vida.
Aos meus tios Sebastiana e Ortega Terra, por sempre me ensinarem que o estudo e a educação
são os verdadeiros tesouros da vida, e por sempre me apoiarem e acreditarem em mim.
Ao meu amigo Rafael Mesquita, por sempre estar ao meu lado em vários momentos, tanto
bons como ruins, por sempre dizer, mesmo nos momentos em que eu mesma às vezes estava
desacreditada, que eu era capaz de chegar lá. E hoje aqui estou, me formando na faculdade de
enfermagem. Obrigada querido amigo, por suas estimulantes palavras!
A minha orientadora Siomara pela motivação e fundamental ajuda que me deu para realização
deste trabalho.
Finalmente a todas as pessoas que contribuíram para nossa formação profissional, meu abraço
de carinho e meu reconhecimento de apoio.
5
RESUMO
A prática do aleitamento materno está ligada às condições de vida e de trabalho, bem como há
uma série de idéias existentes sobre a amamentação, em cada sociedade. A amamentação é
uma troca de amor. Está provado cientificamente que um dos principais resultados da
amamentação é a segurança, o carinho e a proximidade que o ato propicia entre a mãe e o
bebê. Este estudo é de natureza exploratória-descritiva com uma abordagem qualitativa que
teve como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas pelas puérperas durante o processo de
amamentação no alojamento conjunto de um hospital. Para coleta de dados foi utilizado a
entrevista semi-estruturada, cuja suas questões abordava dados como idade, escolaridade e
número de gestações das mães, realização de pré-natal, quantidade de consultas, orientações
recebidas durante o pré-natal, conhecimento das mães sobre amamentação, dificuldades
enfrentadas, pretensão de aleitamento exclusivo até os seis meses, e orientações recebidas em
alojamento conjunto. Foram entrevistadas 15 puérperas na faixa etária entre 16 e 29 anos, o
critério de escolha das entrevistadas era estar enfrentando dificuldades para amamentar. A
maioria das puérperas eram primiparas, apresentaram escolaridade com segundo grau
incompleto, todas realizaram o pré-natal com um número de consultas maior do que o
preconizado pelo MS, a maioria recebeu orientações acerca da amamentação durante as
consultas, a maioria mostrou ter consciência da importância da amamentação e pretensão de
seguir com aleitamento materno exclusivo até os seis meses. As dificuldades citadas foram
posicionar o bebê para amamentar, a falta de leite segundo elas e a dificuldade na pega. Sobre
orientações recebidas no alojamento conjunto a maioria relatou não ter recebido desde que se
encontravam no hospital onde realizado a pesquisa. Observamos que ter realizado o pré-natal
não é sinônimo de que a mãe não terá dificuldades de amamentar seu bebê, isto pode ser
conseguência da realização de um aconselhamento de forma não efetivo por parte dos
profissionais de saúde, principalmente o profissional enfermeiro.
ABSTRACT
The practice of breastfeeding is linked to living conditions and work well as a number of
existing ideas about breastfeeding, breastfeeding in each society.The is an exchange of love. It
is scientifically proven that one of the main outcomes of breastfeeding is security, affection
and closeness that the act provides between mother and baby. This study is exploratory-
descriptive with a qualitative approach that aimed to analyze the difficulties faced by pregnant
women during breastfeeding in rooming in a hospital. For data collection was used to semi-
structured interview, which addressed their issues data as age, education and number of
pregnancies of mothers, conducting pre-natal care, number of visits, guidance received during
prenatal care, mothers' knowledge about breastfeeding difficulties, a claim of exclusive
breastfeeding until six months, and received guidance to stay together. We interviewed 15
postpartum women aged between 16 and 29 years, the criterion of choice was to be
interviewed struggled to breastfeed. The majority of the mothers were primiparous, had
completed high school education to all underwent prenatal consultation with a number higher
than recommended by the MS, the most received guidance on breastfeeding during the
consultations, most showed an awareness of the importance of breastfeeding and intention to
continue with exclusive breastfeeding until six months. The difficulties cited were positioning
the baby to breastfeed, the milk shortage and difficulty in the second they get. On instructions
received in rooming most reported not having received since they were in the hospital where
the research conducted. We note that have performed prenatal care is not synonymous with
the mother will not have trouble breastfeeding her baby, this can be conseguência conducting
an ineffective form of counseling by health professionals, especially nurse.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................08
3 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................................11
3.1 Importância do aleitamento materno.........................................................................11
3.2 Vantagens do aleitamento exclusivo para o bebê......................................................12
3.3 Vantagens do aleitamento exclusivo para mãe..........................................................12
3.4 Incentivo ao aleitamento durante o pré-natal.............................................................13
3.5 Surgimento da estratégia “Iniciativa Hospital Amigo da Criança”...........................14
3.6 O que é a Iniciativa Hospital Amigo da Criança.......................................................15
3.7 Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno...........................................17
4 METODOLOGIA.........................................................................................................19
4.1 Abordagem e Tipologia de Estudo............................................................................19
4.2 Campo de Investigação e Sujeito do Estudo..............................................................19
4.3 Coleta de Dados.........................................................................................................20
4.4 Análise dos Dados......................................................................................................21
4.5 Aspectos Éticos..........................................................................................................22
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................33
7 REFERÊNCIAS............................................................................................................35
APÊNDICE A
APÊNDICE B
APÊNDICE C
1 INTRODUÇÃO
8
O objeto deste estudo foi escolhido a partir do meu encontro e convívio com os
mesmos durante o curso de extensão de obstetrícia o qual participei. Sendo este curso
realizado em um Hospital Amigo da Criança da Região Norte.
A prática do aleitamento materno está ligada às condições de vida e de trabalho, bem
como há uma série de idéias existentes sobre a amamentação, em cada sociedade.
No, Brasil, já foi muito comum ver as mulheres amamentarem os bebês, fossem elas
as próprias mães ou até mesmo as amas de leite. Em geral, a criança mamava no peito até
completar um ano ou mais (BRASIL, 2005 ).
A partir da década de 70, em vários países, inclusive o Brasil, alguns grupos
começaram a apontar os prejuízos do leite de vaca. Passaram, então, a fazer uma série de
movimentos sociais – palestras, grupos de gestantes e mães – em favor do aleitamento
materno exclusivo (NUNES, 2009).
Esses movimentos sociais baseavam-se nas descobertas realizadas por estudos sobre a
amamentação. Esses estudos revelavam que o leite materno contém os anticorpos necessários
para proteger o bebê contra infecções e possui todos nutrientes necessários à saúde,
protegendo contra a desnutrição. Revelam, também, que a introdução precoce (antes dos seis
meses) do leite de vaca trazia riscos ainda maiores para os bebês (NUNES, 2009).
O leite materno é composto de 160 substâncias representadas por proteínas, gorduras,
carboidratos e células, sendo o alimento imprescindível e essencial para o desenvolvimento do
bebê, protege contra doenças alérgicas, diversos tipos de câncer, desnutrição, diabetes
melittus, doenças digestivas, doenças cardiovasculares, obesidade, doenças do troto urinário,
cáries entre outras. Ainda promove o desenvolvimento neuro-psicomotor infantil e cognitivo,
aumenta o QI, promove melhor padrão cardiorespiratório durante a alimentação, melhor
resposta as imunizações e melhor equilíbrio emocional (NUNES, 2009).
A amamentação fortalece o vínculo mãe-filho, possibilita o aumento dos números de
anticorpos, ganho de peso para o bebê, assim como um desenvolvimento das estruturas orais
envolvidas no ato de sugar ( JUNQUEIRA, 1998 ).
O leite é a única fonte alimentar durante a primeira fase de suas vidas e representa a
contribuição final das mães na preservação das espécies.
A amamentação é uma troca de amor. Está provado cientificamente que um dos
principais resultados da amamentação é a segurança, o carinho e a proximidade que o ato
propicia entre a mãe e o bebê.
9
A educação e o preparo das mulheres para a lactação devem ser realizados durante o
período de pré-natal, isto comprovadamente contribui para o sucesso do aleitamento materno,
em especial entre as primíparas. Durante a assistência pré-natal, as mulheres devem ser
informadas dos benefícios da amamentação, ou melhor, das desvantagens do uso de leites não
humanos, e devem ser orientadas quanto às técnicas da amamentação, para aumentar a sua
habilidade e confiança (BRASIL,2007).
No âmbito hospitalar uma das ações que muito tem contribuído para o incentivo do
aleitamento materno, é a Iniciativa Hospital Amigo da Criança, onde foi instituído os Dez
Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno (LAMOUNIER, 1998).
Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revela que os bebês nascidos em hospitais
credenciados como Amigos da Criança mamam por um período maior do que as crianças
nascidas em outras maternidades. Atualmente, 335 instituições brasileiras têm o título,
conferido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef)(LAMOUNIER, 1998).
Os resultados da pesquisa foram divulgados em meio à Semana Mundial da
Amamentação. De acordo com o levantamento, o índice de bebês que mamaram na primeira
hora de vida foi de 71,9% nos hospitais Amigos da Criança, enquanto nas demais
maternidades a taxa foi de 65,6% (LAMOUNIER, 1998).
O curso de extensão de obstetrícia realizado com os acadêmicos de enfermagem da
Universidade Vale do Acaraú - UVA nos permite acompanhar todo o processo que ocorre
com as gestantes. Desde suas admissões como parturientes até suas idas para o quarto como
puérperas com seus RN`s junto a elas. Devido todo este convívio e consequente observação
que algumas mães, nestas primeiras horas de contato com seus bebês apresentavam certa
dificuldade para amamentá-los, despertou-me então um interesse em abordar esta temática
para desenvolvimento desta pesquisa, a qual tem como objetivo analisar as dificuldades
enfrentadas pelas puérperas durante o processo de amamentação no alojamento conjunto;
Creio que esta pesquisa servirá como mais um indicador com relação à qualidade dos
trabalhos desenvolvidos no processo de educação e saúde com as gestantes e puérperas no
serviço de atenção básica e hospitalar, podendo assim despertar o interesse dos profissionais
quanto realizadores deste processo para uma reflexão dos pontos necessários a serem
melhorados ou modificados para o oferecimento de uma assistência cada vez mais
humanizada.
10
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Importância do aleitamento materno
11
médico, hospitalizações e medicamentos, além de menos faltas ao trabalho dos pais. Como
resultado, a amamentação pode beneficiar não somente as crianças e suas famílias, mas
também a sociedade como um todo (NUNES, 2009)
O leite materno é o mais completo alimento para o bebê até o 6º mês de vida.
É de fácil digestão.
É uma forma muito especial e fortalecedora do relacionamento entre mãe e filho, que
transmite segurança, carinho e amor como bebê.
Não custa nada, é de fácil aquisição, temperatura ideal, estando livre de contaminações
externas e pronto para o consumo.
aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e, se possível, com outros alimentos,
até os dois anos, o que vem sendo adotado pelo Ministério da Saúde com o apoio da
Sociedade Brasileira de Pediatria (LAMOUNIER, 1998).
No encontro de Florença também foi idealizada uma estratégia denominada “Iniciativa
Hospital Amigo da Criança - IHAC” visando a apoiar, proteger e promover o aleitamento
materno. O objetivo básico consiste na mobilização de profissionais de saúde e funcionários
de hospitais e maternidades para mudanças em rotinas e condutas visando a prevenir o
desmame precoce. Os motivos que levaram a OMS e o UNICEF a fazer opção por atuar junto
aos hospitais se devem aos fatores envolvidos no desestímulo à amamentação relacionados
com informações errôneas e práticas inadequadas atribuídas à unidade de saúde ou ao
profissional de saúde. O conjunto de medidas para atingir as metas contidas da Declaração de
Innocenti foi denominado de “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”,
elaborado por um grupo de especialistas de saúde e nutrição de vários países (LAMOUNIER,
1998).
A Iniciativa Hospital Amigo da Criança pode ser considerada como uma campanha de
caráter mundial que enfatiza a importância dos estabelecimentos de saúde
(hospitais/maternidades) na tríade proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno.
Caracteriza-se por reconhecer estabelecimentos de saúde que ofereçam informações
completas e corretas sobre as vantagens da amamentação natural, bem como o manejo correto
dos problemas,visando a melhorar a prática do aleitamento materno. Tem como alvo central
capacitar os profissionais de saúde e o próprio estabelecimento de saúde para prestarem
informações corretas sobre a amamentação bem como adotarem práticas e rotinas que
favoreçam o aleitamento. Portanto, ao adotar os dez passos para o sucesso do aleitamento
materno, o hospital ou maternidade procura atingir essas metas. Outra característica é que os
hospitais credenciados como Amigo da Criança devem funcionar como pólos multiplicadores
para outros hospitais. Assim, uma vez qualificados, passam a atuar como local de treinamento
de equipes multiprofissionais da área da saúde. Os hospitais passam a ser vistos como
“referência em aleitamento materno” em nível local ou regional (LAMOUNIER, 1998).
16
passa por uma reavaliação, tendo como ênfase a verificação da correção dos problemas ou
falhas identificadas anteriormente (LAMOUNIER, 1998).
1 Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser rotineiramente transmitida a
toda a equipe de saúde;
5 Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser
separadas de seus filhos;
6 Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não
ser que seja indicado pelo médico;
7 Praticar o alojamento conjunto permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por
dia;
18
10 Encorajar a formação de grupos de apoio à amamentação para onde as mães devem ser
encaminhadas, logo após alta do hospital ou ambulatório;
4 METODOLOGIA
responsável pelo berçário e outra pela sala de parto) e nos plantões diurnos fica 01 enfermeira
exclusiva para o setor e nos plantões noturnos fica 01 enfermeira responsável por todo o
hospital.
Os sujeitos foram escolhidos entre as pacientes puérperas que estavam internadas nos
alojamentos conjuntos da maternidade e foram identificadas através de uma busca ativa
realizada pela pesquisadora. Assim, trabalhou-se com uma amostra total de 15 puérperas,
onde o critério de inclusão na pesquisa foi o de estar enfrentado dificuldades para amamentar.
De acordo com Gil (1996), diversas são as técnicas adotadas para a coleta de dados na
pesquisa. A mais usual é a entrevista coletiva ou individual.
A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semi-estruturada
(APÊNDICE B) realizada nos alojamentos conjunto no período entre os dias 03 e 10 de
outubro do ano corrente no Hospital e Maternidade Dr.Estevam Ponte, onde foram localizadas
as puérperas que enfrentavam dificuldades para amamentar.
Primeiramente a pesquisadora se aproximou das puérperas através de uma conversa
informal para tentar assim adquirir sua confiança e haver possibilidade de maior conversa.
Identificou-se como estudante de enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú-Uva
e que o motivo de sua aproximação era de ajudá-las neste momento tão importante e especial
que é o de amamentar seus filhos. Foi informado a puérpera, pela estudante (pesquisadora),
que estava realizando uma pesquisa e o objetivo da mesma. Após foi perguntado se esta
gostaria de participar respondendo uma breve entrevista. Logicamente foi esclarecido que a
participação na pesquisa não era obrigatória e que suas identidades seriam preservadas. Houve
também o pedido de assinatura do termo de consentimento (APÊNDICE A), mediante a
explicação do motivo do documento.
Concedida a participação do sujeito, foi realizada uma entrevista semi- estruturada
(APÊNDICE B) composta por 10 perguntas, cujas questões abordavam perguntas que
objetivam obter dados como idade, escolaridade, número de gestações das mães, realização de
pré-natal e quantidade de consultas, orientações recebidas durante o pré-natal, conhecimento
das mães sobre amamentação, dificuldades enfrentadas, pretensão de aleitamento exclusivo
até os seis meses, e orientações recebidas em alojamento conjunto.
21
Para a análise dos dados coletados, foram utilizadas as técnicas de análise de conteúdo,
Segundo Minayo (2000), essa análise relaciona as estruturas semânticas (significantes) com
estruturas sociológicas (significados) dos enunciados e articula os textos com seus fatores
determinantes (contexto cultural, variáveis psicossociais, contexto e processo de produção de
mensagem). O material coletado foi dividido em seis categorias e os sujeitos receberam
pseudônimos (cores) com o objetivo de assegurar aos sujeitos privacidade quanto as suas
identidades.
Através deste tipo de análise então ficamos conhecendo um pouco do ser
individualmente, pois se sabe que cada pessoa carrega consigo seus valores, cultura, raça,
experiências vividas, crenças, expectativas de vida, idéias pré-concebidas construídas ao
longo de sua vida, que influencia em suas percepções. Nessa perspectiva respeitamos a
individualidade de cada participante, considerando a singularidade de cada sujeito.
22
para mulher, porém difícil que é a maternidade. Estas necessitam de uma atenção maior e
diferenciada por parte dos profissionais de saúde durante as consultas de pré-natal.
Ao observarmos os resultados (tabela 1) podemos perceber que a maioria das
entrevistadas, correspondem a mães jovens e muitas destas sendo menores de idade.
As mães mais jovens têm um risco perinatal mais elevado, menor experiência e a
gravidez pode representar uma grande pressão psicológica, principalmente entre as
primigestas, o que exige uma assistência voltada não somente para o aspecto físico mas,
também, para o emocional e para a educação em saúde (RIOS, 2007)
O nível de escolaridade da puérpera pode ser também considerado como um fator de
influencia no processo da amamentação, pois interfere no processo de compreensão e
julgamento por parte da mãe, quanto aos benefícios trazidos pelo aleitamento materno
exclusivo. Uma mãe que foi bem orientada durante as consultas de pré-natal e tem um nível
de escolaridade considerável, muito provavelmente terá uma capacidade maior de
compreender que amamentando seu bebê de forma exclusiva até os seis meses, estará assim
trazendo vantagens para o filho e para ela mesma.
Observamos que a maioria das mães entrevistadas possuem certo grau de escolaridade,
pois constatamos que a maioria tem o segundo grau incompleto, porém mesmo assim
apresentaram dificuldades na amamentação. Então podemos supor que esta dificuldade não é
devido falta de compreensão da importância do aleitamento materno por parte das mesmas.
Em uma pesquisa realizada por Parada, (2005) e por Susin, (2000), constatou-se que mulheres
com menor escolaridade (menor que oito anos de escolaridade) apresentaram menor tempo de
aleitamento materno exclusivo. Esse fato pode estar relacionado à maior facilidade de
compreensão sobre amamentação.
A quantidade de filhos já tidos pela gestante que está realizando o pré-natal compõe-se
como um dos aspectos que dirá ao profissional pré-natalista quais cuidados que deve ter e
como deve passar orientações a esta gestante. Por exemplo, uma gestante a qual espera o
primeiro filho, exige mais cuidado e atenção por parte do profissional, pois se encontra em um
momento onde tudo é novo para ela. Por isso, primíparas requerem mais apoio,
principalmente no lado emocional, para que possam superar as dificuldades que podem surgir
durante o processo de amamentação.
Quando questionadas sobre o número de gestações, a grande maioria relatou esta ter
sido a primeira gestação, podemos observar nos resultados da tabela 1. As mães primíparas,
na gravidez, no parto ou no puerpério, podem manifestar comportamentos e sentimentos que
25
¨Sim, a enfermeira Virgínia realizou até uma palestra com todas as gestantes¨
(ROSA)
26
¨Sim, ela falou pra fazer massagem no peito pra quando ela nascesse não dá
trabalho pra pegar o peito (..), que toda vez que tivesse ressecado passasse
um pouco de leite ¨ (AMARELO)
¨Não, não me ensinou nada. Não achei meu pré-natal muito bom¨ (LILÁS)
amamentação. Porém as vantagens citadas por elas são direcionadas apenas para os seus
filhos, nenhuma demonstrou conhecimento dos benefícios direcionados para elas mães.
Podemos confirmar através das falas a seguir:
¨Sei que o leite é mais forte para o bebê, que evita muita coisa, muita doença¨
(LARANJA)
¨Sei que é importante para os dentes, que não adoece tão fácil¨(PURPURA)
¨Através das minhas amigas, que me disseram que não pode dá leite, que não
precisa dá água¨(AZUL PISCINA)
Algumas pessoas e até muitos profissionais da saúde possuem uma ótica de que
amamentar é algo simplesmente natural e fisiológico e que é um processo que exige apenas
interesse por parte da mãe. Mas na realidade não é bem assim, amamentar é algo difícil que
exige preparo e estímulo para que esta mãe não se sinta despreparada e desprotegida diante as
dificuldades que possam aparecer.
Quando questionadas sobre os motivos os quais estavam dificultando o ato de
amamentação na percepção delas, três foram os motivos citados. A primeira dificuldade
citada pela maior parcela de puérperas foi à queixa de falta de prática em posicionar o bebê
para amamentar, ou seja, jeito para amamentar. Podemos visualizar nas falas a seguir:
¨Não sei, acho que é porque não tenho muito jeito com braço
esquerdo¨(LARANJA)
Segundo Carvalho (2004) a amamentação não é de toda instintiva, mas precisa ser de
toda aprendida e estimulada pelas puérperas que amamentam.
29
¨Porque eu acho que não tenho leite ainda, aí ela fica impaciente porque
chupa, chupa e não sai nada ¨ (VIOLETA)
¨ Eu não sei, acho que é porque do o peito e não sai nada ¨ (BRANCO)
¨ Acho que é porque eu não tenho o bico do peito, porque leite tem¨
(PARDA)
¨ Porque quase não tenho o bico do peito, ai fica ruim pra ela pegar¨
(VERDE)
Sem sombra de dúvidas está mais que comprovado que o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses é algo que deve ser orientado, estimulado e apoiado para que as
mães consigam e tenham interesse em seguir as orientações.
Quando questionadas sobre se pretendiam amamentar seus bebês de forma exclusiva
até os seis meses, a maioria respondeu que sim. Porém algumas acrescentaram em suas
respostas uma observação, que se tiverem leite até os seis meses de seus bebês pretendiam
sim. Podemos visualizar nas falas que se seguem:
¨Se o meu leite der, sim. Até porque eu livro minha filha de doenças¨
(LILÁS)
¨Eu queria, mas acho que não tenho leite suficiente¨ (AZUL PISCINA)
Dentre as dificuldades mais comuns encontradas pelas mães são as de ordem bio-
psicosocial: o leite ¨seca¨ porque a mãe precisa voltar a trabalhar, desconhecendo o processo
de ordenha manual e armazenamento do leite para ser dado posteriormente no copinho ou na
colher (ARGOLA, 2000).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS
ARGOLA, Ana Verena et al. Apostila: Aleitamento materno, conhecimentos mínimos. Feira
de Santana: SESAB, Bahia, 2000.
35
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Aleitamento materno: fatores que levam ao desmame precoce. Rev Bras Enferm. 2008
Jul/Ago;61(4):488-92. Disponível em < http://www.scielo.com.br/> Acesso em 12 de outubro
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de 2011.
APÊNDICE
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO
40
............................................................................
Assinatura do pesquisador
............................................................................
Assinatura do entrevistado
APÊNDICE B
Entrevista Semi-Estruturada.
4. Você realizou o seu pré-natal junto ao PSF de seu bairro ou outra instituição? Se sim,
quantas consultas realizou?
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___________________________________________________________________________
8. Em sua opinião, por qual motivo você esta tento dificuldades em amamentar seu
bebê?
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___________________________________________________________________________
9. Você pretende amamentar de forma exclusiva seu bebê até os seis meses? Se não, por que?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10. Você recebeu alguma orientação sobre amamentação no alojamento conjunto deste
hospital?
42
___________________________________________________________________________
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