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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-CCS


CURSO DE ENFERMAGEM

ADRIANA PAIVA SOARES

DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS PUÉRPERAS DURANTE O PROCESSO


DE AMAMENTAÇÃO NO ALOJAMENTO CONJUNTO DE UM HOSPITAL
AMIGO DA CRIANÇA

SOBRAL-CE
2011
1

ADRIANA PAIVA SOARES

DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS PUÉRPERAS DURANTE O PROCESSO


DE AMAMENTAÇÃO NO ALOJAMENTO CONJUNTO DE UM HOSPITAL
AMIGO DA CRIANÇA

Monografia apresentada no Curso de Enfermagem da


Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, como
requisito parcial para obtenção do título de Graduada
em Enfermagem. Orientadora: Profa. Esp. Antonia
Siomara Rodrigues Silva.

SOBRAL-CE
2011
2

ADRIANA PAIVA SOARES

DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS PUÉRPERAS DURANTE O PROCESSO


DE AMAMENTAÇÃO NO ALOJAMENTO CONJUNTO DE UM HOSPITAL
AMIGO DA CRIANÇA

Monografia apresentada no Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú


– UVA, como requisito parcial para obtenção do título de Graduada em Enfermagem.

Aprovada em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________
Profa. Esp.Antonia Siomara Rodrigues Silva
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Orientadora

____________________________________________________
Profa. Dr. Izabelle Mont’alverne Napoleão Albuquerque
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Examinadora

____________________________________________________
Prof. Esp. Francisco Meton de Vasconcelos
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Examinadora

_____________________________________________________
Revisão Ortográfica
3

Dedico este trabalho aos meus pais, irmão,


e tios Sebastiana e Ortega Terra que
sempre me apoiaram e me ensinaram os
verdadeiros valores que formam uma
pessoa digna.
4

AGRADECIMENTOS

À Deus, pôr sempre me dar força e coragem para vencer as dificuldades da vida. Por sempre
abençoar fortemente a minha vida e de meus entes queridos.
Aos meus queridos pais, Raimunda Paiva de Melo e Francisco das Chagas Soares, por serem
meus exemplos de fé, força e dignidade. Por sempre estarem ao meu lado, por todos os
incentivos, por sempre, mesmo às vezes não podendo, investirem na minha educação.
Agradeço por eles serem esses pais maravilhosos.
Ao meu irmãozinho Adriel, por trazer mais alegria a minha vida.
Aos meus tios Sebastiana e Ortega Terra, por sempre me ensinarem que o estudo e a educação
são os verdadeiros tesouros da vida, e por sempre me apoiarem e acreditarem em mim.
Ao meu amigo Rafael Mesquita, por sempre estar ao meu lado em vários momentos, tanto
bons como ruins, por sempre dizer, mesmo nos momentos em que eu mesma às vezes estava
desacreditada, que eu era capaz de chegar lá. E hoje aqui estou, me formando na faculdade de
enfermagem. Obrigada querido amigo, por suas estimulantes palavras!
A minha orientadora Siomara pela motivação e fundamental ajuda que me deu para realização
deste trabalho.
Finalmente a todas as pessoas que contribuíram para nossa formação profissional, meu abraço
de carinho e meu reconhecimento de apoio.
5

RESUMO

A prática do aleitamento materno está ligada às condições de vida e de trabalho, bem como há
uma série de idéias existentes sobre a amamentação, em cada sociedade. A amamentação é
uma troca de amor. Está provado cientificamente que um dos principais resultados da
amamentação é a segurança, o carinho e a proximidade que o ato propicia entre a mãe e o
bebê. Este estudo é de natureza exploratória-descritiva com uma abordagem qualitativa que
teve como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas pelas puérperas durante o processo de
amamentação no alojamento conjunto de um hospital. Para coleta de dados foi utilizado a
entrevista semi-estruturada, cuja suas questões abordava dados como idade, escolaridade e
número de gestações das mães, realização de pré-natal, quantidade de consultas, orientações
recebidas durante o pré-natal, conhecimento das mães sobre amamentação, dificuldades
enfrentadas, pretensão de aleitamento exclusivo até os seis meses, e orientações recebidas em
alojamento conjunto. Foram entrevistadas 15 puérperas na faixa etária entre 16 e 29 anos, o
critério de escolha das entrevistadas era estar enfrentando dificuldades para amamentar. A
maioria das puérperas eram primiparas, apresentaram escolaridade com segundo grau
incompleto, todas realizaram o pré-natal com um número de consultas maior do que o
preconizado pelo MS, a maioria recebeu orientações acerca da amamentação durante as
consultas, a maioria mostrou ter consciência da importância da amamentação e pretensão de
seguir com aleitamento materno exclusivo até os seis meses. As dificuldades citadas foram
posicionar o bebê para amamentar, a falta de leite segundo elas e a dificuldade na pega. Sobre
orientações recebidas no alojamento conjunto a maioria relatou não ter recebido desde que se
encontravam no hospital onde realizado a pesquisa. Observamos que ter realizado o pré-natal
não é sinônimo de que a mãe não terá dificuldades de amamentar seu bebê, isto pode ser
conseguência da realização de um aconselhamento de forma não efetivo por parte dos
profissionais de saúde, principalmente o profissional enfermeiro.

Palavras Chaves: Amamentação, Pré-Natal e Dificuldades na Amamentação.


6

ABSTRACT

The practice of breastfeeding is linked to living conditions and work well as a number of
existing ideas about breastfeeding, breastfeeding in each society.The is an exchange of love. It
is scientifically proven that one of the main outcomes of breastfeeding is security, affection
and closeness that the act provides between mother and baby. This study is exploratory-
descriptive with a qualitative approach that aimed to analyze the difficulties faced by pregnant
women during breastfeeding in rooming in a hospital. For data collection was used to semi-
structured interview, which addressed their issues data as age, education and number of
pregnancies of mothers, conducting pre-natal care, number of visits, guidance received during
prenatal care, mothers' knowledge about breastfeeding difficulties, a claim of exclusive
breastfeeding until six months, and received guidance to stay together. We interviewed 15
postpartum women aged between 16 and 29 years, the criterion of choice was to be
interviewed struggled to breastfeed. The majority of the mothers were primiparous, had
completed high school education to all underwent prenatal consultation with a number higher
than recommended by the MS, the most received guidance on breastfeeding during the
consultations, most showed an awareness of the importance of breastfeeding and intention to
continue with exclusive breastfeeding until six months. The difficulties cited were positioning
the baby to breastfeed, the milk shortage and difficulty in the second they get. On instructions
received in rooming most reported not having received since they were in the hospital where
the research conducted. We note that have performed prenatal care is not synonymous with
the mother will not have trouble breastfeeding her baby, this can be conseguência conducting
an ineffective form of counseling by health professionals, especially nurse.

Keywords: Breastfeeding, Prenatal and Breastfeeding Difficulties.


7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................08

3 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................................11
3.1 Importância do aleitamento materno.........................................................................11
3.2 Vantagens do aleitamento exclusivo para o bebê......................................................12
3.3 Vantagens do aleitamento exclusivo para mãe..........................................................12
3.4 Incentivo ao aleitamento durante o pré-natal.............................................................13
3.5 Surgimento da estratégia “Iniciativa Hospital Amigo da Criança”...........................14
3.6 O que é a Iniciativa Hospital Amigo da Criança.......................................................15
3.7 Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno...........................................17

4 METODOLOGIA.........................................................................................................19
4.1 Abordagem e Tipologia de Estudo............................................................................19
4.2 Campo de Investigação e Sujeito do Estudo..............................................................19
4.3 Coleta de Dados.........................................................................................................20
4.4 Análise dos Dados......................................................................................................21
4.5 Aspectos Éticos..........................................................................................................22

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...................................................................23

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................33

7 REFERÊNCIAS............................................................................................................35

APÊNDICE A
APÊNDICE B
APÊNDICE C

1 INTRODUÇÃO
8

O objeto deste estudo foi escolhido a partir do meu encontro e convívio com os
mesmos durante o curso de extensão de obstetrícia o qual participei. Sendo este curso
realizado em um Hospital Amigo da Criança da Região Norte.
A prática do aleitamento materno está ligada às condições de vida e de trabalho, bem
como há uma série de idéias existentes sobre a amamentação, em cada sociedade.
No, Brasil, já foi muito comum ver as mulheres amamentarem os bebês, fossem elas
as próprias mães ou até mesmo as amas de leite. Em geral, a criança mamava no peito até
completar um ano ou mais (BRASIL, 2005 ).
A partir da década de 70, em vários países, inclusive o Brasil, alguns grupos
começaram a apontar os prejuízos do leite de vaca. Passaram, então, a fazer uma série de
movimentos sociais – palestras, grupos de gestantes e mães – em favor do aleitamento
materno exclusivo (NUNES, 2009).
Esses movimentos sociais baseavam-se nas descobertas realizadas por estudos sobre a
amamentação. Esses estudos revelavam que o leite materno contém os anticorpos necessários
para proteger o bebê contra infecções e possui todos nutrientes necessários à saúde,
protegendo contra a desnutrição. Revelam, também, que a introdução precoce (antes dos seis
meses) do leite de vaca trazia riscos ainda maiores para os bebês (NUNES, 2009).
O leite materno é composto de 160 substâncias representadas por proteínas, gorduras,
carboidratos e células, sendo o alimento imprescindível e essencial para o desenvolvimento do
bebê, protege contra doenças alérgicas, diversos tipos de câncer, desnutrição, diabetes
melittus, doenças digestivas, doenças cardiovasculares, obesidade, doenças do troto urinário,
cáries entre outras. Ainda promove o desenvolvimento neuro-psicomotor infantil e cognitivo,
aumenta o QI, promove melhor padrão cardiorespiratório durante a alimentação, melhor
resposta as imunizações e melhor equilíbrio emocional (NUNES, 2009).
A amamentação fortalece o vínculo mãe-filho, possibilita o aumento dos números de
anticorpos, ganho de peso para o bebê, assim como um desenvolvimento das estruturas orais
envolvidas no ato de sugar ( JUNQUEIRA, 1998 ).
O leite é a única fonte alimentar durante a primeira fase de suas vidas e representa a
contribuição final das mães na preservação das espécies.
A amamentação é uma troca de amor. Está provado cientificamente que um dos
principais resultados da amamentação é a segurança, o carinho e a proximidade que o ato
propicia entre a mãe e o bebê.
9

A educação e o preparo das mulheres para a lactação devem ser realizados durante o
período de pré-natal, isto comprovadamente contribui para o sucesso do aleitamento materno,
em especial entre as primíparas. Durante a assistência pré-natal, as mulheres devem ser
informadas dos benefícios da amamentação, ou melhor, das desvantagens do uso de leites não
humanos, e devem ser orientadas quanto às técnicas da amamentação, para aumentar a sua
habilidade e confiança (BRASIL,2007).
No âmbito hospitalar uma das ações que muito tem contribuído para o incentivo do
aleitamento materno, é a Iniciativa Hospital Amigo da Criança, onde foi instituído os Dez
Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno (LAMOUNIER, 1998).
Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revela que os bebês nascidos em hospitais
credenciados como Amigos da Criança mamam por um período maior do que as crianças
nascidas em outras maternidades. Atualmente, 335 instituições brasileiras têm o título,
conferido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef)(LAMOUNIER, 1998).
Os resultados da pesquisa foram divulgados em meio à Semana Mundial da
Amamentação. De acordo com o levantamento, o índice de bebês que mamaram na primeira
hora de vida foi de 71,9% nos hospitais Amigos da Criança, enquanto nas demais
maternidades a taxa foi de 65,6% (LAMOUNIER, 1998).
O curso de extensão de obstetrícia realizado com os acadêmicos de enfermagem da
Universidade Vale do Acaraú - UVA nos permite acompanhar todo o processo que ocorre
com as gestantes. Desde suas admissões como parturientes até suas idas para o quarto como
puérperas com seus RN`s junto a elas. Devido todo este convívio e consequente observação
que algumas mães, nestas primeiras horas de contato com seus bebês apresentavam certa
dificuldade para amamentá-los, despertou-me então um interesse em abordar esta temática
para desenvolvimento desta pesquisa, a qual tem como objetivo analisar as dificuldades
enfrentadas pelas puérperas durante o processo de amamentação no alojamento conjunto;
Creio que esta pesquisa servirá como mais um indicador com relação à qualidade dos
trabalhos desenvolvidos no processo de educação e saúde com as gestantes e puérperas no
serviço de atenção básica e hospitalar, podendo assim despertar o interesse dos profissionais
quanto realizadores deste processo para uma reflexão dos pontos necessários a serem
melhorados ou modificados para o oferecimento de uma assistência cada vez mais
humanizada.
10

3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Importância do aleitamento materno
11

São inúmeras as vantagens da amamentação para a criança, a mãe, a família e a


sociedade em geral. Hoje se sabe que o leite materno contém fatores de proteção, os
chamados anticorpos, contra muitas doenças. Essas substâncias, que passam da mãe para o
filho através do leite protegem o bebê contra infecções comuns em crianças como diarréia e
doenças respiratórias agudas (SIQUEIRA, 2006).
O aleitamento materno previne mortes desde os primeiros dias de vida, como
comprova um estudo europeu multicêntrico sobre mortalidade por enterocolite necrotizante.
Recém-nascidos pré-termo não amamentados ou em aleitamento misto tiveram uma chance
10,6 e 3,5 vezes maior de morrer por enterocolite, respectivamente, quando comparados com
seus pares amamentados exclusivamente. Além de diminuir a mortalidade, o leite materno
protege contra incidência e gravidade das diarréias, pneumonias, otite média, diversas
infecções neonatais e outras infecções (GUIGLIANI, 2000).
A principal vantagem do leite de peito está na composição dos seus nutrientes. Ele
preenche todas as necessidades nutricionais da criança até os 6 meses de vida. A qualidade e a
quantidade dos seus componentes é especialmente adequada àquela criança para a qual foi
feito. Isso quer dizer que a quantidade de proteínas, vitaminas e sais minerais que existem no
leite estão ali na medida certa para preencher as necessidades do bebê. Além disso, o bebê
digere melhor o leite materno, bem como absorve melhor os seus nutrientes do que quando
toma leite de vaca (BRASIL, 2005).
O aleitamento materno também contribui para a saúde da mulher, protegendo contra o
câncer de mama e de ovário e ampliando o espaçamento entre os partos. A eficácia da
lactação como anticoncepcional é de 98% nos primeiros 6 meses após o parto, desde que a
amamentação seja exclusiva ou predominante e que a mãe se mantenha amenorréica. Outra
vantagem para a saúde da mulher que amamenta é a involução uterina mais rápida, com
consequente diminuição do sangramento pós-parto e de anemia. De fundamental importância
para as famílias mais carentes é o fator econômico. O gasto médio mensal com a compra de
leite para alimentar um bebê nos primeiros 6 meses de vida varia de 23% a 68% do salário
mínimo. A esse gasto deve-se acrescentar custos com mamadeiras,bicos e gás de cozinha,
além de eventuais gastos decorrentes de doenças, que são mais comuns em crianças não
amamentadas (BRASIL, 2007).
O real impacto social do aleitamento materno é difícil de ser quantificado. Sabe-se que
as crianças que recebem leite materno adoecem menos, necessitando de menos atendimento
12

médico, hospitalizações e medicamentos, além de menos faltas ao trabalho dos pais. Como
resultado, a amamentação pode beneficiar não somente as crianças e suas famílias, mas
também a sociedade como um todo (NUNES, 2009)

3.2 Vantagens do aleitamento exclusivo para o bebê.

 O leite materno é o mais completo alimento para o bebê até o 6º mês de vida.

 Auxilia o movimento dos músculos e ossos da face, promovendo melhor flexibilidade


na articulação das estruturas que participam da fala.

 É de fácil digestão.

 Estimula o padrão respiratório nasal no bebê, facilitando a oxigenação de suas


estruturas faciais.

 É uma forma muito especial e fortalecedora do relacionamento entre mãe e filho, que
transmite segurança, carinho e amor como bebê.

 Favorece um bom desenvolvimento físico e mental da criança e, conseqüentemente,


estabilidade emocional e maior adaptação nas etapas da vida.

3.3 Vantagens do aleitamento exclusivo para mãe.

 Não custa nada, é de fácil aquisição, temperatura ideal, estando livre de contaminações
externas e pronto para o consumo.

 Em geral, o corpo retorna ao normal mais rapidamente;

 Ajuda a reduzir o sangramento, diminuindo o tempo em que o útero e o volume do


seio costumam levar para voltar ao tamanho normal.

 Diminuição do risco de câncer de mama.

 Aumento da auto-estima e fortalecimento do vinculo mãe-filho ao promover o contato


pele a pele (MARGOTTO, 2004 ).

3.4 Incentivo ao aleitamento durante o pré-natal.


13

A assistência no aleitamento materno deve ser iniciada desde a gestação, no qual a


mulher irá receber orientações em relação aos vários aspectos dessa prática. A consulta de
enfermagem deve, primeiramente, identificar a vivência e experiência que a mulher traz
consigo assim como suas crenças e atitudes. Depois disso, ser trabalhado os conhecimentos a
fim de reforçar as práticas corretas e discutir as incorretas. É necessário que a mulher saiba o
motivo que deve amamentar não somente do ponto de vista das vantagens para a criança, mas
também em relação às vantagens para ela e para a família (BARROS, 2006).
Segundo Barros (2006) a realização do exame físico das mamas se faz necessário para
identificar alterações que possam prejudicar ou dificultar uma amamentação futura. A
alteração mais comum é a do mamilo, conhecido como pseudo-invertido, no qual deve
proceder a sua higiene diariamente e, após o banho, ser enxuto adequadamente. Recomenda-
se o banho de sol nas mamas pela manhã, entre oito dez horas, ou à tarde às dezesseis horas,
até vinte minutos, com intuito de aumentar a resistência da região mamilo-areolar. Sendo que
esse procedimento é ainda mais recomendado em casos de mamilos mal-formados, porque a
pele desses mamilos é mais sensível.
De acordo com a mesma autora no último mês de uma gravidez normal, a mulher pode
ser aconselhada a realizar a expressão do colostro, com objetivo de desobstruir os ductos
lactíferos, preparando para a lactação. Não é recomendada a utilização de cremes hidratantes
ou qualquer o outro tipo de produto na região mamilo-areolar, porque pode deixar a pele
sensível, predispondo ao aparecimento de traumas no pós-parto.
Durante o pré-natal a gestante deverá ser orientada pelo enfermeiro quanto aos
benefícios do aleitamento materno, visto que deste antigamente já se conhecia a importância
desse alimento rico em cálcio, ferro, e sais minerais para a sobrevivência das crianças
(BRASIL, 2009).
Ainda de acordo com o Brasil (2009) a promoção na gestação, tem pontos positivos na
importância do aleitamento materno, principalmente entre as primíparas. Sendo que o
acompanhamento pré-natal é uma boa oportunidade para os profissionais para motivar as
mulheres a amamentarem. É necessário que pessoas importantes para a gestante, como
companheiro e mãe, acompanhem no aconselhamento. Durante o acompanhamento pré-natal,
quer seja em grupo, quer seja no atendimento individual, é importante dialogar com as
mulheres, abordando os seguintes temas:
14

 Planos da gestante com relação à alimentação da criança, assim como experiências


prévias, mitos, suas crenças, medos, preocupações e fantasias relacionadas com o
aleitamento materno;

 Importância do aleitamento materno;

 Vantagens e desvantagens do uso do leite não humano;

 Importância da amamentação logo após o parto, do alojamento conjunto;

 Possíveis dificuldades no momento da amamentação e ajudá-la a prevenir;

 Observar comportamento normal do recém-nascido;

Sendo assim, um bom aconselhamento de Enfermagem no pré-natal, vai proporcionar


a mulher não só o entendimento na importância que o leite materno exclusivo possui para seu
filho, mas também os sues benefícios que ele trás para a gestante, por isso os profissionais
enfermeiros precisam ter uma boa atuação das consultas, para que possam ter um vínculo de
confiança de suas clientes.

3.5 Surgimento da estratégia “Iniciativa Hospital Amigo da Criança”

Em 1990, o Brasil foi um dos países participantes de um encontro realizado em


Florença, Itália (Spedale degli Innocenti), promovido pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em busca de mecanismos e
ações que pudessem ser desenvolvidos para proteção, promoção e apoio ao aleitamento
materno. Nesta época, foi produzido e adotado pelos participantes do encontro “Aleitamento
Materno na Década de 90: Uma Iniciativa Global” um conjunto de metas chamado
“Declaração de Innocenti”, que resgatava o direito da mulher de aprender e praticar a
amamentação com sucesso. Também, no encontro enfatizava-se a recomendação do
15

aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e, se possível, com outros alimentos,
até os dois anos, o que vem sendo adotado pelo Ministério da Saúde com o apoio da
Sociedade Brasileira de Pediatria (LAMOUNIER, 1998).
No encontro de Florença também foi idealizada uma estratégia denominada “Iniciativa
Hospital Amigo da Criança - IHAC” visando a apoiar, proteger e promover o aleitamento
materno. O objetivo básico consiste na mobilização de profissionais de saúde e funcionários
de hospitais e maternidades para mudanças em rotinas e condutas visando a prevenir o
desmame precoce. Os motivos que levaram a OMS e o UNICEF a fazer opção por atuar junto
aos hospitais se devem aos fatores envolvidos no desestímulo à amamentação relacionados
com informações errôneas e práticas inadequadas atribuídas à unidade de saúde ou ao
profissional de saúde. O conjunto de medidas para atingir as metas contidas da Declaração de
Innocenti foi denominado de “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”,
elaborado por um grupo de especialistas de saúde e nutrição de vários países (LAMOUNIER,
1998).

3.6 O que é a Iniciativa Hospital Amigo da Criança.

A Iniciativa Hospital Amigo da Criança pode ser considerada como uma campanha de
caráter mundial que enfatiza a importância dos estabelecimentos de saúde
(hospitais/maternidades) na tríade proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno.
Caracteriza-se por reconhecer estabelecimentos de saúde que ofereçam informações
completas e corretas sobre as vantagens da amamentação natural, bem como o manejo correto
dos problemas,visando a melhorar a prática do aleitamento materno. Tem como alvo central
capacitar os profissionais de saúde e o próprio estabelecimento de saúde para prestarem
informações corretas sobre a amamentação bem como adotarem práticas e rotinas que
favoreçam o aleitamento. Portanto, ao adotar os dez passos para o sucesso do aleitamento
materno, o hospital ou maternidade procura atingir essas metas. Outra característica é que os
hospitais credenciados como Amigo da Criança devem funcionar como pólos multiplicadores
para outros hospitais. Assim, uma vez qualificados, passam a atuar como local de treinamento
de equipes multiprofissionais da área da saúde. Os hospitais passam a ser vistos como
“referência em aleitamento materno” em nível local ou regional (LAMOUNIER, 1998).
16

As ações para estimular os hospitais e maternidades no País a se tornarem Amigos da


Criança são coordenadas pelo PNIAM/INAN e Coordenação de Saúde Materno Infantil do
Ministério da Saúde, e são desenvolvidas em conjunto com o Grupo de Defesa da Saúde da
Criança e UNICEF/OMS/OPAS (LAMOUNIER, 1998).
Os estabelecimentos de saúde, para se tornarem Hospitais Amigos da Criança,
precisam ser submetidos a avaliações, tendo como base o cumprimento dos critérios globais
de cada um dos dez passos para o sucesso do aleitamento materno. Para um estabelecimento
de saúde recebe a placa comemorativa de Hospital Amigo da Criança é necessário que
obtenha no mínimo 80% de aprovação dos critérios globais estabelecidos para cada um dos
dez passos. Para muitos hospitais e maternidades isso pode representar um grande desafio em
função de suas realidades, muitas vezes parecendo difícil de ser conseguido à primeira vista
(LAMOUNIER, 1998).
No Brasil, o processo é coordenado pela direção do Programa Nacional de Incentivo
ao Aleitamento Materno, envolvendo duas etapas. Inicialmente, é feita uma pré-avaliação,
tendo como base a análise do questionário de auto-avaliação Hospital Amigo da Criança, que
pode ser obtido diretamente com as Secretarias de Saúde de cada estado. No entanto, os
hospitais candidatos à avaliação Iniciativa Hospital Amigo da Criança devem preencher
alguns critérios, dentre os quais: dispor de médico habilitado para assistência ao binômio
mãe-filho na maternidade e sala de parto, apresentar taxa de mortalidade materna intra-
hospitalar < 70/100.000 nascidos vivos, apresentar taxa de cesárea < 30% para hospitais
gerais e < 40% para hospitais de referência (atendimentos de pacientes de risco).
Posteriormente, havendo a indicação de que o hospital conseguiu o cumprimento dos dez
passos, segue-se uma avaliação global, caracterizada por um processo mais complexo, feito
por avaliadores treinados e capacitados pelo PINAM/UNICEF para essa função. Os resultados
são enviados a esse órgão, para análise do relatório final de avaliação (LAMOUNIER, 1998).
Portanto, o ingresso de um hospital na rede Hospital Amigo da Criança significa um
reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela instituição, passando a constituir um ponto de
referência não só para a comunidade como também para outros hospitais, podendo servir de
local de estágios e treinamentos de equipes multiplicadoras. No caso do hospital não atingir o
mínimo necessário no processo de pré-avaliação ou avaliação global, recebe então um
certificado de compromisso, no qual é estabelecido um prazo para que as metas sejam
alcançadas através de adequação das rotinas identificadas como deficientes. Posteriormente,
17

passa por uma reavaliação, tendo como ênfase a verificação da correção dos problemas ou
falhas identificadas anteriormente (LAMOUNIER, 1998).

3.7 Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno.

Basicamente, os dez passos consistem de um elenco de medidas que visam a informar


a todas as gestantes os benefícios e o correto manejo do aleitamento materno. As mães devem
ser informadas das vantagens do aleitamento e das desvantagens em vários aspectos do uso de
substitutos do leite materno, além de ter noções sobre a lactação, estímulos para produção do
leite materno, dificuldades e soluções para os problemas na amamentação (LAMOUNIER,
1998).

1 Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser rotineiramente transmitida a
toda a equipe de saúde;

2 Treinar toda a equipe de cuidados de saúde,capacitando-a para implementar esta norma;

3 Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento;

4 Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto;

5 Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser
separadas de seus filhos;

6 Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não
ser que seja indicado pelo médico;

7 Praticar o alojamento conjunto permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por
dia;
18

8 Encorajar o aleitamento sob livre demanda;

9 Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio;

10 Encorajar a formação de grupos de apoio à amamentação para onde as mães devem ser
encaminhadas, logo após alta do hospital ou ambulatório;

4 METODOLOGIA

4.1 Abordagem e Tipologia de Estudo


19

Este estudo é de natureza Convergente Assistência (PCA) com uma abordagem


qualitativa que objetivou gerar conhecimentos identificando os principais motivos que levam
as puérperas a enfrentarem dificuldades para amamentar seus RN`s nas primeiras 24hs após
parto.
A modalidade metodológica de Pesquisa Convergente Assistência (PCA), que
conforme Trentini e Paim (1999) referem que o tema deve emergir de práticas cotidianas e
tem como finalidade produzir conhecimento, entre pesquisador e sujeito, para que possam
existir possíveis transformações e mudanças no cotidiano destes.
A pesquisa qualitativa é utilizada quando o interesse não está focalizado em contar o
número de vezes que uma variável aparece, mais sim na qualidade que ela apresenta. Este tipo
de pesquisa tenta compreender os problemas dos sujeitos que o vivenciam, ou seja, parte de
sua vida, sentimentos, desejos, emoções, desapontamentos e satisfações (LEOPARDI, 2002).
Já Minayo (2000), a identifica como um nível de realidade que não pode ser
quantificada, um universo de significado, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o
que corresponde a um espaço profundo das relações dos processos e de fenômenos que não
podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

4.2 Campo de Investigação e Sujeito do Estudo

O campo de investigação foi o Hospital e Maternidade Dr. Estevam Pontes, intitulado


como Hospital Amigo da Criança, o qual se localiza na Rua Boul Coronel João Barbosa, 401-
centro- Sobral.
O hospital em questão é privado, porém presta serviços para o SUS oferecendo
atendimento para o município de Sobral e todas as cidades da região norte. Sua estrutura é de
hospital de médio porte. É composto por clínica médica, pediátrica, cirúrgica, obstétrica,
psiquiátrica e ambulatório.
O setor da maternidade possui 08 enfermarias (alojamentos conjuntos), onde 01 destas
enfermarias (02 leitos) é destinada para particulares e convênios. Estas 08 enfermarias, juntas,
contabilizam um total de 20 leitos. No setor também existe 01 sala de parto com uma mesa de
parto, 01 sala de exames, 01 sala para realização de cardiotocografia, expurgo e 01 posto de
enfermagem. Em cada plantão existe uma equipe composta por 01 médico obstétra , 01
médico anestesista que fica em caráter de sobre aviso, 02 auxiliares de enfermagem (uma
20

responsável pelo berçário e outra pela sala de parto) e nos plantões diurnos fica 01 enfermeira
exclusiva para o setor e nos plantões noturnos fica 01 enfermeira responsável por todo o
hospital.
Os sujeitos foram escolhidos entre as pacientes puérperas que estavam internadas nos
alojamentos conjuntos da maternidade e foram identificadas através de uma busca ativa
realizada pela pesquisadora. Assim, trabalhou-se com uma amostra total de 15 puérperas,
onde o critério de inclusão na pesquisa foi o de estar enfrentado dificuldades para amamentar.

4.3 Coleta de Dados

De acordo com Gil (1996), diversas são as técnicas adotadas para a coleta de dados na
pesquisa. A mais usual é a entrevista coletiva ou individual.
A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semi-estruturada
(APÊNDICE B) realizada nos alojamentos conjunto no período entre os dias 03 e 10 de
outubro do ano corrente no Hospital e Maternidade Dr.Estevam Ponte, onde foram localizadas
as puérperas que enfrentavam dificuldades para amamentar.
Primeiramente a pesquisadora se aproximou das puérperas através de uma conversa
informal para tentar assim adquirir sua confiança e haver possibilidade de maior conversa.
Identificou-se como estudante de enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú-Uva
e que o motivo de sua aproximação era de ajudá-las neste momento tão importante e especial
que é o de amamentar seus filhos. Foi informado a puérpera, pela estudante (pesquisadora),
que estava realizando uma pesquisa e o objetivo da mesma. Após foi perguntado se esta
gostaria de participar respondendo uma breve entrevista. Logicamente foi esclarecido que a
participação na pesquisa não era obrigatória e que suas identidades seriam preservadas. Houve
também o pedido de assinatura do termo de consentimento (APÊNDICE A), mediante a
explicação do motivo do documento.
Concedida a participação do sujeito, foi realizada uma entrevista semi- estruturada
(APÊNDICE B) composta por 10 perguntas, cujas questões abordavam perguntas que
objetivam obter dados como idade, escolaridade, número de gestações das mães, realização de
pré-natal e quantidade de consultas, orientações recebidas durante o pré-natal, conhecimento
das mães sobre amamentação, dificuldades enfrentadas, pretensão de aleitamento exclusivo
até os seis meses, e orientações recebidas em alojamento conjunto.
21

Após a realização da entrevista a pesquisadora então procurou ajudar estas puérperas


no processo de amamentação através de uma conversa focando principalmente a dificuldade
apresentada de maneira individual. Abordando também é claro, outros tópicos como a grande
importância da amamentação exclusiva até os seis meses de idade do bebê, o que é e a
importância do colostro, maneira correta de posicionar o bebê para este conseguir uma boa
pega, cuidados com os mamilos, técnica de como fazer para massagear os seios para uma
melhor saída do leite, benefícios proporcionados pela amamentação para ambos, buscando
assim que a amamentação se torne um processo confortável e saudável para o binômio mãe e
filho. Todos estes ensinamentos foram repassados de forma clara e objetiva, a fim da uma boa
compreensão por parte das mães.
As entrevistas foram realizadas individualmente por motivo de não necessariamente
todas as puérperas que estavam no mesmo alojamento apresentarem dificuldades para
amamentar neste primeiro momento. Porém, na hora da realização da ¨palestra¨ os
ensinamentos também foram voltados para as outras mães, para assim, estas também ficarem
mais conscientes da importância da amamentação e poderem também tirar suas dúvidas
quando surgidas.

4.4 Análise dos Dados

Para a análise dos dados coletados, foram utilizadas as técnicas de análise de conteúdo,
Segundo Minayo (2000), essa análise relaciona as estruturas semânticas (significantes) com
estruturas sociológicas (significados) dos enunciados e articula os textos com seus fatores
determinantes (contexto cultural, variáveis psicossociais, contexto e processo de produção de
mensagem). O material coletado foi dividido em seis categorias e os sujeitos receberam
pseudônimos (cores) com o objetivo de assegurar aos sujeitos privacidade quanto as suas
identidades.
Através deste tipo de análise então ficamos conhecendo um pouco do ser
individualmente, pois se sabe que cada pessoa carrega consigo seus valores, cultura, raça,
experiências vividas, crenças, expectativas de vida, idéias pré-concebidas construídas ao
longo de sua vida, que influencia em suas percepções. Nessa perspectiva respeitamos a
individualidade de cada participante, considerando a singularidade de cada sujeito.
22

4.5 Aspectos Éticos

As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender às exigências éticas e


científicas fundamentais, definidas na resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996 do
Conselho Nacional de Saúde/ Ministério da Saúde. Portanto, a eticidade da pesquisa implica
em: consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e a proteção a grupos vulneráveis e
aos legalmente incapazes (autonomia); ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais
como potenciais, individuais ou coletivos (beneficiência), comprometendo-se com o máximo
de benefícios e o mínimo de danos e riscos, garantia de que danos previsíveis serão evitados;
relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e
minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis (SPECTOR, 2002).
Este estudo respeitou os quatro princípios. O primeiro princípio é o da autonomia dos
sujeitos participantes da pesquisa, quando explicado a finalidade do estudo, a fim de que
houvesse um entendimento por parte dos sujeitos e estes exercerem a auto-decisão de
participarem da pesquisa. O segundo princípio é o da benevolência, ponderam entre os riscos
e os benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivos, comprometi-me com
máximo de benefício e o mínimo de danos. Não-maleficiência, é o terceiro, garantindo que
danos previsíveis foram evitados ao estabelecer-se, durante a pesquisa, um elo de integração
do pesquisador com os sujeitos do estudo, para, através do consenso, prever possíveis
malefícios, tanto potenciais, individuais ou coletivos. A justiça e equidade é o último
princípio, promovendo relevância social à pesquisa com vantagens significativas para os
sujeitos e minimização do ônus para sujeitos vulneráveis. Isso garante a igualdade e
consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio-
humanitária.
Logo, a respeitabilidade de tais princípios éticos citados anteriormente proporciona
uma maior segurança ética e total liberdade aos participantes da pesquisa, fato que os valoriza
com singular importância como sujeito de estudo e principalmente, como ser humano.

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS


23

A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semi-estruturada


(APÊNDICE B) realizada nos alojamentos conjunto no período entre os dias 03 e 10 de
outubro do ano corrente no Hospital e Maternidade Dr.Estevam Ponte, onde foram localizadas
as puérperas, sujeitos do estudo, que enfrentavam dificuldades para amamentar. Para o
desenvolvimento da análise, o material coletado foi dividido em seis categorias: perfil sócio-
demográfico dos sujeitos do estudo, orientações recebidas no pré-natal sobre a importância da
amamentação, a amamentação na concepção das puérperas e onde receberam estas
orientações, dificuldades enfrentadas pelas puérperas durante o processo de amamentação,
pretensão em praticar aleitamento materno exclusivo até os seis meses e orientações recebidas
no alojamento conjunto sobre amamentação. Os sujeitos receberam pseudônimos (cores) com
o objetivo de assegurar aos sujeitos privacidade quanto as suas identidades.

5.1 Perfil dos Sujeitos do Estudo.

Tabela 1: Perfil dos Sujeitos do Estudo


PERFIL QUANTIDADE
16 a 20 anos 11 puérperas
21 a 29 anos 04 puérperas
TOTAL 15 puérperas
2º grau incompleto 09 puérperas
1º grau incompleto 06 puérperas
TOTAL 15 puérperas
12 primíparas
Gestações
03 multiparas
TOTAL 15 puérperas
Realizou o pré-natal 15 puérperas
TOTAL 15 puérperas
Realizou 07 ou mais
12 puérperas
consultas
Realizou menos que 07
03 puérperas
consultas
TOTAL 15 puérperas
Fonte: Primária
Mães jovens é um fator que pode vir a comprometer negativamente o processo de
amamentação, pois possuem pouca ou nenhuma experiência, além de em muitos casos não
terem um preparo psicológico ainda suficiente para enfrentar este momento tão importante
24

para mulher, porém difícil que é a maternidade. Estas necessitam de uma atenção maior e
diferenciada por parte dos profissionais de saúde durante as consultas de pré-natal.
Ao observarmos os resultados (tabela 1) podemos perceber que a maioria das
entrevistadas, correspondem a mães jovens e muitas destas sendo menores de idade.
As mães mais jovens têm um risco perinatal mais elevado, menor experiência e a
gravidez pode representar uma grande pressão psicológica, principalmente entre as
primigestas, o que exige uma assistência voltada não somente para o aspecto físico mas,
também, para o emocional e para a educação em saúde (RIOS, 2007)
O nível de escolaridade da puérpera pode ser também considerado como um fator de
influencia no processo da amamentação, pois interfere no processo de compreensão e
julgamento por parte da mãe, quanto aos benefícios trazidos pelo aleitamento materno
exclusivo. Uma mãe que foi bem orientada durante as consultas de pré-natal e tem um nível
de escolaridade considerável, muito provavelmente terá uma capacidade maior de
compreender que amamentando seu bebê de forma exclusiva até os seis meses, estará assim
trazendo vantagens para o filho e para ela mesma.
Observamos que a maioria das mães entrevistadas possuem certo grau de escolaridade,
pois constatamos que a maioria tem o segundo grau incompleto, porém mesmo assim
apresentaram dificuldades na amamentação. Então podemos supor que esta dificuldade não é
devido falta de compreensão da importância do aleitamento materno por parte das mesmas.
Em uma pesquisa realizada por Parada, (2005) e por Susin, (2000), constatou-se que mulheres
com menor escolaridade (menor que oito anos de escolaridade) apresentaram menor tempo de
aleitamento materno exclusivo. Esse fato pode estar relacionado à maior facilidade de
compreensão sobre amamentação.
A quantidade de filhos já tidos pela gestante que está realizando o pré-natal compõe-se
como um dos aspectos que dirá ao profissional pré-natalista quais cuidados que deve ter e
como deve passar orientações a esta gestante. Por exemplo, uma gestante a qual espera o
primeiro filho, exige mais cuidado e atenção por parte do profissional, pois se encontra em um
momento onde tudo é novo para ela. Por isso, primíparas requerem mais apoio,
principalmente no lado emocional, para que possam superar as dificuldades que podem surgir
durante o processo de amamentação.
Quando questionadas sobre o número de gestações, a grande maioria relatou esta ter
sido a primeira gestação, podemos observar nos resultados da tabela 1. As mães primíparas,
na gravidez, no parto ou no puerpério, podem manifestar comportamentos e sentimentos que
25

culminam no aparecimento de crises que podem interferir na prática do aleitamento. Dessa


forma, o enfermeiro deve apoiá-las, agindo como facilitador atento aos indícios de suas
necessidades de orientações e cuidados. (ARAÚJO, 2008)
O Pré-natal com certeza é algo de suma importância para a promoção de uma
gestação saudável, pois é através das consultas que o profissional pode identificar e prevenir
alguma complicação, além de o mais importante, orientar e capacitar esta mãe para vários
assuntos importantes, como o aleitamento materno exclusivo. O PHPN estabelece que o
número mínimo de consultas de pré-natal deverá ser de seis consultas Brasil (2000), porém o
cumprimento deste número ou mais de consultas, não é sinônimo de um pré-natal de
qualidade, pois o que traz qualidade ao serviço é a forma de como este profissional repassa
estas orientações e sua preocupação com relação ao entendimento por parte da mãe.
Através dos resultados (tabela 1) podemos observar que todas as puérperas do seguinte
estudo realizaram o pré-natal e a maioria com uma quantidade de consultas realizadas acima
do preconizado pelo PHPN. Através destes resultados podemos supor que há uma baixa
qualidade no atendimento realizado durante as consultas por parte dos profissionais dos PSF`s
onde estes sujeitos estão inseridos. Segundo, Silveira (2001) o número de consultas pré-natais
não garante a qualidade do cuidado.

5.2 Orientações Recebidas no Pré-Natal Sobre a Importância da Amamentação.

O período do pré-natal no PSF com certeza é o melhor e o mais correto momento de


preparação e conscientização da gestante quanto à importância da amamentação. Pois é o
momento em que esta vai em busca de assistência e fica frente a frente com o profissional de
saúde, e cabe a este, aconselhá-la e orientá-la quanto à importância do aleitamento materno
enfatizando os benefícios proporcionados para mãe e filho.
Quando questionadas sobre as orientações recebidas no período de realização do pré-
natal, a maioria afirmou tê-las recebido nos PSF, través da figura do profissional enfermeiro,
as quais estavam inseridas. Podemos visualizar nas falas que seguem:

¨Sim, a enfermeira Virgínia realizou até uma palestra com todas as gestantes¨
(ROSA)
26

¨Sim, ela falou pra fazer massagem no peito pra quando ela nascesse não dá
trabalho pra pegar o peito (..), que toda vez que tivesse ressecado passasse
um pouco de leite ¨ (AMARELO)

¨Sim, a enfermeira me ensinou¨(AZUL)

As mães que não são orientadas no pré-natal sobre as questões de amamentação,


podem apresentar maiores dificuldades em amamentar, e tendo em vista que o PSF é um
excelente cenário para a promoção do aleitamento materno (Dubeux ,2004 e Parada, 2005);
Os mesmos autores afirmam que o conhecimento sobre as vantagens é um dos fatores que
influenciam para a promoção do aleitamento
No entanto, houve uma pequena parcela que também realizou o pré-natal, porém que
relatou não ter recebido orientação nenhuma no PSF durante todo o período da gestação.
Podemos confirmar nas falas que seguem:

¨Não, nunca falou nada. Ela só perguntava se eu sentia dor de urina¨


(PURPURA)

¨Não, não falou nada e nem eu perguntei¨ (VERMELHO)

¨Não, não me ensinou nada. Não achei meu pré-natal muito bom¨ (LILÁS)

5.3 A Amamentação na Concepção das Puérperas e onde Receberam estas Orientações.

O profissional de saúde, ao realizar o aconselhamento as gestantes no período do pré-


natal, deve realizá-lo de forma a não focar a amamentação como algo benéfico apenas para o
bebê. Pois esta será emocionalmente melhor preparada e estimulada se perceber a
amamentação como algo importante tanto para seu filho como para ela mãe. Afinal, o PSF e
principalmente os enfermeiros dos mesmos, além da família , é um importante estimulador e
formador de idéias para estas futuras mães.
Observamos que a maioria das puérperas possuem uma concepção positiva com relação à
amamentação, elas reconhecem a importância e as vantagens proporcionadas pela
27

amamentação. Porém as vantagens citadas por elas são direcionadas apenas para os seus
filhos, nenhuma demonstrou conhecimento dos benefícios direcionados para elas mães.
Podemos confirmar através das falas a seguir:

¨Sei que previne doenças, a criança cresce mais saudável¨(AMARELO)

¨Sei que o leite é mais forte para o bebê, que evita muita coisa, muita doença¨
(LARANJA)

¨Sei que é importante para os dentes, que não adoece tão fácil¨(PURPURA)

Segundo Pereira, (2000) o foco da amamentação está centrado somente na criança.


Isso aumenta a responsabilidade da mãe, podendo deixá-la frustrada caso não consiga e
gerando uma dificuldade para a eficácia do aleitamento materno exclusivo. E as vantagens do
processo de amamentação são para mãe e filho, inclusive pode reduzir o risco de câncer de
mama (ARMOGIDA, 2004)
Com relação à obtenção de orientações podemos constatar que a maioria só as teve
através das consultas realizadas no período do pré-natal, não havendo outra fonte de
informações. Observamos através das falas que se seguem:

¨Com a enfermeira que fez meu pré-natal¨(AZUL)

¨Com a enfermeira do posto¨(ROSA)

¨Só no posto¨ (AMARELO)

O enfermeiro tem um papel relevante, pois, “é o profissional que mais estreitamente se


relaciona com as nutrizes e tem importante função nos programas de educação em saúde”
(ALMEIDA, 2004).
Porém houve uma pequena parcela que relatou, além do PSF, ter obtido informações
com pessoas próximas como familiares ou amigas. Podemos observar com as falas que estão a
seguir:
28

¨A minha sogra também me ensinou , esse negócio de fazer massagem pra o


leite não pedrar, a fazer o bico¨(LARANJA)

¨Com as minhas irmãs que já tem filho¨(VERDE)

¨Através das minhas amigas, que me disseram que não pode dá leite, que não
precisa dá água¨(AZUL PISCINA)

A família representa um importante pilar para as ações de saúde e incentivo ao


aleitamento materno (BARREIRA e MACHADO, 2004).

5.4 Dificuldades Enfrentadas pelas Puérperas durante o Processo de Amamentação.

Algumas pessoas e até muitos profissionais da saúde possuem uma ótica de que
amamentar é algo simplesmente natural e fisiológico e que é um processo que exige apenas
interesse por parte da mãe. Mas na realidade não é bem assim, amamentar é algo difícil que
exige preparo e estímulo para que esta mãe não se sinta despreparada e desprotegida diante as
dificuldades que possam aparecer.
Quando questionadas sobre os motivos os quais estavam dificultando o ato de
amamentação na percepção delas, três foram os motivos citados. A primeira dificuldade
citada pela maior parcela de puérperas foi à queixa de falta de prática em posicionar o bebê
para amamentar, ou seja, jeito para amamentar. Podemos visualizar nas falas a seguir:

¨Não tenho muito costume e ela acaba ficando impaciente e começa a


chorar¨(LILÁS)

¨Não sei, acho que é porque não tenho muito jeito com braço
esquerdo¨(LARANJA)

¨Acho que não tenho muito jeito ainda¨(AMARELO)

Segundo Carvalho (2004) a amamentação não é de toda instintiva, mas precisa ser de
toda aprendida e estimulada pelas puérperas que amamentam.
29

Podemos observar que provavelmente pelo déficit ou a falta de orientações no período


do pré-natal algumas mães estranham o não aparecimento imediato do leite e até demonstram
o não conhecimento do colostro e sua enorme importância para o bebê.
O segundo motivo mais citado pelas puérperas foi a falta de leite, segundo as mesmas.
Podemos observar mediante as falas a seguir:

¨ Eu penso que é porque não tenho leite no peito. Eu faço massagem e


espremo e não sai¨ (ROSA)

¨Porque eu acho que não tenho leite ainda, aí ela fica impaciente porque
chupa, chupa e não sai nada ¨ (VIOLETA)

¨ Eu não sei, acho que é porque do o peito e não sai nada ¨ (BRANCO)

A importância do colostro é desconhecida por muitas mães e, aliado à demora no


aparecimento do leite materno, pode gerar ansiedade na mãe (PEREIRA , 2000).
O pré-natal deve ser realizado de forma minuciosa de maneira a preparar esta futura
mãe para amamentar tanto no aspecto psicológico como físico. É necessário que os
profissionais se atentem a realização do exame dos seios das gestantes para avaliar se há
necessidade de preparação dos mamilos para o ato de amamentar. Pois um mamilo não
preparado dificultará a pega do bebê.
O terceiro motivo citado pelas puérperas foi à dificuldade da pega, pois estas referiam
que fisicamente o bico dos seus seios não facilitavam a pega do bebê. Podemos visualizar nas
falas que seguem a baixo:

¨ Acho que é porque eu não tenho o bico do peito, porque leite tem¨
(PARDA)

¨ Porque quase não tenho o bico do peito, ai fica ruim pra ela pegar¨
(VERDE)

¨ Eu acho que é por causa do meu bico¨ (VERMELHO)


30

Os cuidados durante o pré-natal têm uma importante responsabilidade no que tange ao


incentivo ao aleitamento materno, pois é durante esse período que a mãe deve receber
orientação quanto aos cuidados com as mamas, correções de anomalias de conformação dos
mamilos e preparação psicológica da gestante, ressaltando as virtudes do aleitamento materno.
(CARVALHO, 2004)

5.5 Pretensão em Praticar Aleitamento Materno Exclusivo até os Seis Meses.

Sem sombra de dúvidas está mais que comprovado que o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses é algo que deve ser orientado, estimulado e apoiado para que as
mães consigam e tenham interesse em seguir as orientações.
Quando questionadas sobre se pretendiam amamentar seus bebês de forma exclusiva
até os seis meses, a maioria respondeu que sim. Porém algumas acrescentaram em suas
respostas uma observação, que se tiverem leite até os seis meses de seus bebês pretendiam
sim. Podemos visualizar nas falas que se seguem:

¨Pretendo sim , se tiver leite¨(PURPURA)

¨Se o meu leite der, sim. Até porque eu livro minha filha de doenças¨
(LILÁS)

¨ Eu pretendo sim, acho que dá para conseguir¨ (VERDE)

O Ministério da Saúde preconiza o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de


vida da criança, pois o mesmo isoladamente é capaz de nutrir a criança em todas as suas
necessidades neste período (GIUGLIANI e PARADA, 2005).
No entanto, houve uma pequena parcela que referiu a não intenção de amamentar seu
bebê de forma exclusiva até os seis meses. Algumas referiram o fato de trabalharem e terem
que voltar aos empregos antes dos seus bebês completarem seis meses. Podemos observar nas
falas que seguem:

¨Eu acho que não porque a data de eu voltar a trabalhar já é em dezembro¨


(VIOLETA)
31

¨ Pretendo só dá a mama não porque eu trabalho, mas os quatro meses que eu


ficar em casa pretendo¨ (VERMELHO)

¨Eu queria, mas acho que não tenho leite suficiente¨ (AZUL PISCINA)

Dentre as dificuldades mais comuns encontradas pelas mães são as de ordem bio-
psicosocial: o leite ¨seca¨ porque a mãe precisa voltar a trabalhar, desconhecendo o processo
de ordenha manual e armazenamento do leite para ser dado posteriormente no copinho ou na
colher (ARGOLA, 2000).

5.6 Orientações Recebidas no Alojamento Conjunto sobre Amamentação.

Alojamento conjunto é um sistema que proporciona melhores condições para o


relacionamento entre mãe-filho, desde os primeiros momentos após o parto. Além disso, é um
bom momento para atuação do profissional de saúde para o estímulo a amamentação, pois o
profissional terá a oportunidade de estar frente a frente com a puérpera podendo então ajudá-
la a solucionar suas dúvidas e medos perante o ato da amamentação.
Quando questionadas sobre a ida de algum profissional do hospital em que estavam
até o alojamento para saber se estavam conseguindo amamentar sem dificuldades e para
orientá-las sobre o assunto, uma parcela um pouco maior da metade da soma total de
mulheres entrevistadas relatou que até o momento não havia ido ninguém fora eu
pesquisadora. Podemos confirmar tal colocação nas falas que estão abaixo:

¨ Não veio ninguém, só você mesmo¨ (VIOLETA)

¨ Não veio ninguém não¨ (PURPURA)

¨ Até agora não¨ (VERDE)

Segundo Pizzato e Da Poian (1982) o Alojamento Conjunto tem como objetivos


específicos, uma interação mais íntima da mãe com o recém-nascido o que contribuirá para
estabelecer um relacionamento afetivo favorável entre a mãe e o filho desde o nascimento;
32

educar a mãe e o pai, desenvolvendo habilidades e proporcionando segurança emocional


quanto aos cuidados com o recém-nascido. Corradini et al. (1991) acrescenta também que
incentiva o aleitamento materno.
Por outro lado, houve uma parcela um pouco menor do que a metade do total de
entrevistadas que relatou haver sim ido um profissional, no caso as auxiliares do bloco
obstétrico e os acadêmicos de enfermagem extensionistas da UVA, perguntar se estavam
conseguindo amamentar e se não estivessem estas as ajudavam no processo de amamentação.
Podemos visualizar a seguir:

¨ As enfermeiras tentaram me ajudar¨ (AZUL PISCINA)

¨Uma enfermeiras depois que eu tive veio aqui tentar me ensinar¨


(VEERMELHO)

¨ Veio uma mulher aqui de manhazinha¨ (LARANJA)

Segundo Campestrini (1982), o sistema de alojamento conjunto deve constituir um


centro natural de educação e não um local de acomodação de pessoas.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos concluir que a amamentação, apesar de ser um processo natural da mulher,


na maioria das vezes é marcada por algumas dificuldades no puerpério, as quais,
33

conseguentemente podem levar ao desmame precoce, principalmente quando essas mulheres


não contam com apoio.
Observamos através de nossos resultados, nos quais as puérperas apresentaram um
perfil onde a maioria freqüentou assiduamente as consultas de pré-natal e que possuem
escolaridade que as concedem uma boa compreensão das vantagens do aleitamento exclusivo,
que mesmo assim a maioria apresentou dificuldades na amamentação. E ainda podemos
lembrar que pelo fato da maioria destas puérperas que participaram da pesquisa
corresponderem a mulheres jovens e primíparas, estas necessitavam de um pré-natal ainda
mais minucioso com relação educação e saúde, já que se tratam de mães inexperientes.
Ou seja, ter realizado o pré-natal não é sinônimo de que a mãe não terá dificuldades
de amamentar seu bebê, e isto pode ser conseguência de um aconselhamento realizado de
maneira não efetiva por parte dos profissionais de saúde, principalmente o profissional
enfermeiro. Pois segundo Almeida (2004) o enfermeiro tem um papel relevante no pré-natal,
pois é o profissional que mais estreitamente se relaciona com as nutrizes e tem importante
função nos programas de educação em saúde.
Os profissionais ao realizarem as consultas devem se preocupar em se está havendo
uma boa comunicação, pois isto imerge a uma boa compreensão por parte da gestante.
Segundo Scanlan (1979), comunicação pode ser definida simplesmente como o processo de se
passar informações e entendimentos de forma clara.
O enfermeiro deve usar a sua capacidade de inovação e organizar grupos de gestantes,
realizar palestras utilizando bonecas, para além de explicar as técnicas através da oratória
também podê-las demonstrar. Para as palestras podem convidar outros profissionais para
falarem sobre a importância do aleitamento materno e outros assuntos, como por exemplo,
uma nutricionista, um médico. Pois assim estarão trazendo um pouco da realidade futura,
quando estas gestantes estarão com seus bebês, para o presente. Além de estarem oferecendo
para estas gestantes uma assistência multiprofissional diferenciada da assistência tradicional
realizada em consultórios.
Enfim, é de suma importância a busca constante pela melhoria dos meios para
manutenção da prática do aleitamento materno, para isso deve-se realizar uma reflexão sobre
a necessidade de uma prestação de um atendimento mais humanizado e holístico. Além de
uma maior preocupação por parte dos profissionais, sejam da atenção básica ou hospitalar,
pela busca constante de novos aprendizados para que sejam profissionais cada vez mais
capacitados e inovadores.
34

7 REFERÊNCIAS

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de Santana: SESAB, Bahia, 2000.
35

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39

APÊNDICE

APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO
40

Eu, .................................................................................. abaixo assinado, concordo, em


participar da pesquisa sobre ¨Dificuldades enfrentadas pelas puérperas durante o processo
de amamentação no alojamento conjunto de um hospital¨.

Ressalto que estou ciente de terei a garantia de receber esclarecimentos a qualquer


dúvida acerca da pesquisa, a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento da
pesquisa, a segurança de que haverá divulgação personalizada das informações sobre os
resultados do estudo e a manutenção de integridade física e psicológica do paciente.

A presente pesquisa tem os seguintes objetivos:

 Analisar as dificuldades enfrentadas pelas puérperas durante o processo de


amamentação no alojamento conjunto;

 Traçar um perfil sócio-educativo dos sujeitos do estudo;

 Promover ações de educação em saúde com ênfase na amamentação para as puérperas


do alojamento conjunto;

Sobral/CE.............. de ........................ de 2011.

............................................................................
Assinatura do pesquisador

............................................................................
Assinatura do entrevistado
APÊNDICE B

Entrevista Semi-Estruturada.

Tema da monografia: ¨Dificuldades Enfrentadas pelas Puérperas durante o Processo de


Amamentação no Alojamento Conjunto de um Hospital¨.
41

1. Qual é a sua idade?


___________________________________________________________________________

2. Qual seu nível de escolaridade?


___________________________________________________________________________

3. Quantos filhos você tem?


___________________________________________________________________________

4. Você realizou o seu pré-natal junto ao PSF de seu bairro ou outra instituição? Se sim,
quantas consultas realizou?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

5. Se realizou, a equipe lhe repassou informações quanto a importância da amamentação e/ou


lhe ensinou a maneira correta de amamentar?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

6. O que você sabe sobre amamentação?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

7. Onde você obteve tais informações?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

8. Em sua opinião, por qual motivo você esta tento dificuldades em amamentar seu
bebê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

9. Você pretende amamentar de forma exclusiva seu bebê até os seis meses? Se não, por que?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

10. Você recebeu alguma orientação sobre amamentação no alojamento conjunto deste
hospital?
42

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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